12/08/2023

INCENDEIA

FORMAÇÃO THEOTÓKOS
CASTIDADE E RELACIONAMENTOS

VITÓRIA CARDOSO
MARIANA SOUZA
 Castidade e relacionamentos

TÓPICOS:

1. Significado da Castidade:
- O que é castidade na visão da Igreja Católica.
- Como a castidade contribui para o crescimento pessoal e a autodisciplina.

2. Castidade interior:
- Controle de pensamentos, ações e impulsos para consigo
- Meios para alcançar a autodisciplina e autocontrole

3. Castidade para com o outro

- A castidade pode ser contracultura, mas valiosa para um relacionamento
saudável.
- Relação entre a castidade e relacionamentos saudáveis.
- Como a castidade pode promover o respeito, a comunicação aberta e a
confiança nos relacionamentos.

4. Caminho de Crescimento Espiritual com a castidade:

- A castidade está relacionada ao crescimento espiritual.
- Práticas espirituais que podem fortalecer a virtude da castidade.
 Oração:
Querido Espírito Santo, neste momento de aprendizado sobre a castidade,
abrimos nossos corações para a Tua sabedoria. Ajuda-nos a entender o valor da
castidade e o amor de Deus por nós. Capacita-nos a viver relacionamentos puros
e autênticos, refletindo o amor de Cristo. Amém.

Significado da Castidade:

Para compreender a castidade, é importante primeiro compreender o contexto das

virtudes.
As virtudes podem ser divididas em duas categoria: virtudes cardeais e virtudes teologais.
As virtudes cardeais são: prudência, justiça, fortaleza e temperança . Elas formam a
base de nossas ações e comportamentos diários, moldando nossa conduta no mundo que
nos cerca.
As virtudes teologais são: fé, esperança e caridade (amor). Elas estão diretamente
ligadas à nossa relação com Deus, enraizadas na busca pela salvação e refletindo nossa
conexão íntima com o divino.
A diferença entre essas duas categorias é que enquanto as virtudes cardeais guiam
nossa interação com o mundo, as virtudes teologais moldam nossa espiritualidade e
nosso caminho em direção à eternidade.

A castidade se revela como uma virtude que surge da interação entre a temperança e a
caridade. A temperança, ao promover o equilíbrio e a moderação, e a caridade, ao
fomentar o amor genuíno, fornecem as bases para a prática da castidade. É essencial
entender que a castidade não implica negar a sexualidade humana, mas sim vivenciá-
la de maneira respeitosa e apropriada. A castidade demanda o desenvolvimento do
autocontrole, libertando-nos das paixões humanas (não no sentido romântico, mas sim
relacionadas aos desejos e impulsos humanos que levam ao pecado e que precisam ser
disciplinados).

Por conta da expressão "voto de castidade" frequentemente gera equívocos, levando a

crer que a castidade é reservada exclusivamente àqueles que optam por não se casar ou
que não têm uma vocação matrimonial. Porém, essa percepção está errada. A castidade
é universal, destinada a todos os cristãos, pois não se trata apenas de abstenção de
relações sexuais.

A castidade não se resume a uma série de proibições, mas a um "sim" verdadeiro ao

amor - um "sim" dirigido a nós mesmos, aos outros e a Deus. Ela busca disciplinar os
impulsos e desejos humanos, permitindo-nos vivenciar um amor mais profundo e
genuíno.
Como a castidade contribui para o crescimento pessoal e a
autodisciplina:

É importante compreender, em primeiro lugar, que vivemos em uma sociedade

hedonista. Nesse tipo de sociedade, o foco principal é no prazer imediato, colocando-o
como prioridade máxima. A ideia do "se te faz feliz, não está errado" é comumente
disseminada. Muitas vezes levando a evitar o sofrimento a todo custo. Por isso, muitas
coisas são consideradas normais apenas porque são praticadas, mas isso não as torna
corretas.

A castidade frequentemente é vista como uma restrição às nossas vontades, mas é

importante entender que o autocontrole não é uma prisão. Pelo contrário, representa
liberdade genuína - a capacidade de gerenciar e direcionar nossos impulsos.

Podemos comparar isso com o comportamento dos animais no período de cio, onde os
instintos os controlam. No entanto, para nós, seres humanos, a castidade não significa
reprimir nossos desejos, mas sim ter a capacidade controla-los.

Resumindo: A castidade não é uma restrição às nossas vontades, mas sim a liberdade
de escolher e controlar nossos impulsos. Ser livre não se trata de seguir todos os desejos,
mas sim de submeter esses desejos à razão, que por sua vez é iluminada pelo Espírito
Santo.
Castidade interior

A castidade interior refere-se ao controle de nossos pensamentos e ações. Ela não

apenas preserva a nossa dignidade, mas também nos fortalece, permitindo que
cultivemos o autocontrole e a autodisciplina.
Vamos analisar:

1. Você respeita seu corpo? Entende que o Espírito Santo habita em você, um Deus
puro? Como está a condição dessa morada divina?
Você está envolvido em pornografia? Isso pode incluir séries com cenas
explícitas ou que, mesmo não sendo explícitas, estimulam o corpo e se fixam
na imaginação.
Você está envolvido em masturbação compulsiva?
Ambos os vícios minam o seu autodomínio e têm um impacto na sua saúde mental,
emocional e espiritual.
Alguns dos malefícios incluem:
1. Distorção da visão da sexualidade:
Expectativas irreais, que podem levar a comportamentos específicos como a
pedofilia e a zoofilia.
Objetificação das pessoas.
Abordagem egoísta da relação sexual.
2. Diminuição da autoestima e confiança:
Falta de controle sobre esses impulsos.
Baixa autoestima.
3. Desperdício de tempo e energia:
Impacto negativo no desempenho acadêmico ou profissional.
Consumo excessivo de tempo.
4. Danos espirituais:
Afetar a conexão com a fé.
Sensação de afastamento de Deus.

Para lutar contra esses vícios e práticas, você pode realizar as seguintes atividades:
Compreender os malefícios que eles causam a você.
Buscar orientação espiritual para obter suporte e direcionamento.
Praticar esportes ou frequentar uma academia, o que pode ajudar a lidar com
impulsos indesejados redirecionando a energia.
Evitar ou até mesmo excluir a exposição a filmes e séries com cenas explícitas.
Incorporar o jejum e a oração, pedindo ajuda ao Espírito Santo.
Se confessar e renovar seu compromisso com a castidade.
Realizar penitências como forma de fortalecer sua determinação.
Lembrando que superar esses desafios exige esforço, persistência e busca constante
por apoio espiritual e emocional.
Castidade para com o outro

"Quando somos castos, nossos relacionamentos também são."

É importante ter cuidado ao considerar entrar em um relacionamento se você não

consegue praticar a castidade e não consegue manter a pureza consigo mesmo. Caso
contrário, você pode acabar usando o outro para satisfazer suas próprias
necessidades, desrespeitando a dignidade da pessoa e transformando-a em um
mero objeto.
Porém, não sejamos escrupulosos. A atração física é um aspecto necessário em um
relacionamento. Existe uma história que diz que um jovem casal em um
direcionamento espiritual disseram ao padre que facilmente mantinham a castidade,
pois não sentiam atração um pelo outro. O padre respondeu "Entendo. Então, podem
terminar! A atração física é essencial. Como vão criar uma família no futuro sem isso?".
É necessário compreendermos também que alguns atos considerados "normais", são
sim pecaminosos.
Como:

O ato de "ficar". Pode ser considerado fornicação e é um pecado grave, já que

utiliza outra pessoa sem a intenção de estabelecer um relacionamento respeitoso.

Alimentar deliberadamente pensamentos impuros.

Beijos profundos, longos e prolongados que ativam impulsos sexuais. (Há

pesquisas que sugerem que tais beijos funcionam como preliminares para a
relação sexual.)

É normal desejar carinho e afeição do outro, mas se a única função do outro é

satisfazer suas necessidades emocionais, isso também é uma forma de usar uma
pessoa para sua própria satisfação, ferindo assim a castidade e dignidade do outro.
Muitos relacionamentos que enfrentam dificuldades com a castidade externa têm
problemas com a castidade interna, ou seja, consigo mesmos. É necessário trabalhar
internamente para conseguir estabelecer relacionamentos saudáveis.

A castidade pode ir contra a cultura predominante, mas ela nos chama para algo mais
profundo e significativo. Ela nos ajuda a evitar a exploração do nosso próprio
corpo e do corpo dos outros, lembrando-nos de que a sexualidade tem um
contexto seguro: o matrimônio.
Consequências da Falta de Castidade nos Relacionamentos:

Distorção do Amor: Intimidade excessiva pode distorcer a essência do amor.

Pressão e Distração: O foco excessivo na relação física pode desviar do
verdadeiro propósito do relacionamento.
Perda de Respeito Mútuo: Falta de autocontrole pode diminuir o respeito mútuo.
Dificuldades na Comunicação.
Afastamento Espiritual: Sentimento de culpa e afastamento de valores espirituais.
Vulnerabilidade e vínculos superficiais.
Desafios Emocionais: Ciúmes e inseguranças podem surgir para entregar
prematuramente aspectos íntimos.
Comprometimento Fragilizado
Risco de Exploração Emocional: Um parceiro pode ser usado apenas para
satisfação física.

Benefícios da Castidade:

Crescimento Emocional e Espiritual Profundo.

Respeito Mútuo e Valorização da Dignidade.
Maturidade na Tomada de Decisões.
Ênfase no Compromisso Duradouro.
Preparação para Desafios Futuros: Fortalecimento, especialmente após o
casamento.
Construção de Confiança: Respeitando limites e integridade.
Enfoque na Essência do Relacionamento: Nutrindo amizade e companheirismo.
Vínculo Espiritual Fortalecido: Compartilhando valores e crenças.
Profundidade no Relacionamento: Evitando intimidação física prematura.

Dicas para Viver o Amor Através da Castidade:

1. Respeito Mútuo: Trate o parceiro com dignidade, confirmando sua individualidade.
2. Comunicação Aberta: Aborde dificuldades na vivência da castidade e busque
apoio mútuo.
3. Controle de Desejos: Recorra à oração, exercícios, evite situações
comprometedoras.
4. Intimidade Emocional: Compartilhe sentimentos e expectativas.
5. Preparação para o Matrimônio: Planejem e sonhem juntos.
6. Oração: Fortalece o vínculo espiritual e a orientação divina para o relacionamento.
Caminho de Crescimento Espiritual

A dimensão espiritual da Castidade:

A castidade não se limita ao aspecto físico, mas também abrange o

espiritual. Ao cultivá-la, abrimos portas para crescimento interior e um
relacionamento mais profundo com Deus. A oração, participação nos
sacramentos e busca pela virtude positiva são necessárias para fortalecer
nossa capacidade de viver a castidade em todas as esferas da vida.

A Castidade e a Graça Espiritual:

A castidade não é conquistada somente pelos esforços humanos. Ela é um

dom, uma graça, um presente concedido pelo Espírito Santo a todos que o
procuram. Portanto, não é suficiente buscá-la apenas através de um
comportamento moralmente correto. Uma alma verdadeiramente casta se
empenha em edificar os outros através do exemplo e da doação,
seguindo o exemplo de simplicidade de Maria.

Oração final:

"Divino Espírito Santo, que as palavras e ensinamentos compartilhados

hoje floresçam em nossos corações como sementes de amor e castidade.
Nutre-nos com Tua sabedoria e força, para que possamos trilhar o caminho
do amor puro e respeitoso. Que o nosso viver seja um testemunho da Tua
graça em nós.
Amém."