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SÃO NICOLAU

Texto de Teatro Barry4Kids

O Milagre de São Nicolau


Peça de Teatro em um Acto para Pequenos
Actores
Texto de: Dulce Rodrigues
Livro: O Pai Natal está constipado
por Dulce Rodrigues

Sítio pessoal: www.dulcerodrigues.info


Sítio infanto-juvenil: www.barry4kids.net

Direitos de Autor do Livro © Dulce Rodrigues. Publicado anteriormente pelas


Éditions Publibook, Paris, France, 2008.
SINOPSE: Uma maravilhosa lenda sobre um dos muitos milagres
atribuídos a São Nicolau, a personagem histórica que está na origem do
Pai Natal dos tempos modernos.

GÉNERO: Peça de teatro de Natal LEITORES/ACTORES: entre 7 e


20

TEMA: Lenda de Natal, lendas, mitos PÚBLICO: para todas as idades

PERSONAGENS: 5-15 Narradores, São Nicolau, Carniceiro, 3


Crianças.

CENÁRIO: Um bosque nos arredores da cidade de Mira. Algumas


árvores. Uma casa.
FONTE do CONTO: Inspirado pela vida mítica de São Nicolau.

Se a peça for representada por crianças pequenas, cujo número ronde os 20


actores (número normal numa sala de aula), podem seguir-se as dicas que
indico no que respeita à distribuição da fala dos narradores. Se o número
de actores/crianças for inferior a vinte, então deve reduzir-se o número de
narradores e distribuir as falas mais curtas pelos actores disponíveis.

Notas de Produção
“O Milagre de São Nicolau” é uma versão reduzida (terceiro acto) da peça
de teatro “O Pai Natal está constipado”. É um bom divertimento para os
mais pequenos, que deverão seguir as instruções que dou nas páginas
seguintes. Esta versão deve, assim, ser representada com o título “O
Milagre de São Nicolau”.

Personagens
A peça foi escrita para um elenco de um mínimo seis/sete crianças e um
máximo vinte, dependendo contudo do número de crianças disponíveis e
das respectivas idades. Se o número de crianças for superior a seis/sete mas
inferior a vinte, então deve reduzir-se o número de narradores. Se o
número exceder vinte, então algumas crianças farão parte do coro que
canta a cantiga de Natal no fim da peça. Esta flexibilidade traz vantagens,
pois algumas crianças querem participar mas são demasiado tímidas para
assegurar um papel falado.

Cenário e adereços
Bosque com a casa do carniceiro: dividir o palco em duas partes, uma para
o bosque (à esquerda, por exemplo) e uma para a casa do carniceiro (à
direita). Montar o interior da casa por trás de um biombo ou de uma
estrutura semelhante com uma porta e uma janela e uma lâmpada: uma
mesa, três ou quatro cadeiras, pão e queijo sobre a mesa, uma grande faca
(a fingir). O quatro de dormir pode ser subentendido por trás da cortina
lateral ou do fundo do palco.

Vestuário
Crianças, incluindo as do coro: raparigas e rapazes vestidos normalmente .
Carniceiro: um avental branco por cima do fato dá a nota perfeita; para
criar mais efeito, pode usar bigode.
São Nicolau: vestimenta apropriada (capa vermelha comprida e chapéu de
bispo), barba branca, bengala.

Música
Todas as crianças cantam no fim da peça e canção de Natal “A todos um
bom Natal”.

“O Milagre de São Nicolau”.

ACTO ÚNICO, Cena 1

Narrador (criança 1) aparece em cena e dirige-


se ao público: Gostam do Pai Natal? (Aguarda
a reacção do público.) (As cortinas do palco
estão fechadas)

Narrador (criança 2) aparece também em cena


e dirige-se ao público: E sabem como apareceu
no imaginário popular este adorável
personagem de barba branca que, na véspera
de Natal, vem distribuir os presentes num trenó puxado a oito renas?
(Aguarda também a reacção do público.)

Narrador (criança 1): Pois bem! Vamos contar-vos!

Narrador (criança 3) aparece por sua vez em cena: A personagem do Pai


Natal foi inspirada por São Nicolau, um santo que viveu há muitos, muitos
anos na Ásia Menor, numa região que se chamava Lícia e que está situada na
actual Turquia. A sua cidade natal era Patara.

Narrador (criança 1): São Nicolau era muito afável e bondoso para com todos,
quer fossem ricos ou pobres. Mas o seu afecto ia sobretudo para crianças e
jovens.

Narrador (criança 4, com a cabeça a espreitar, à direita, por trás da cortina


do palco): É esse seu amor por eles que está na origem das lendas que o
rodeiam.

Narrador (criança 5, com a cabeça a espreitar, à esquerda, por trás da cortina


do palco): Escutem então a lenda do Milagre de São Nicolau.

As cortinas do palco abrem-se aos poucos, os Narradores (crianças 1, 2, 3)


saem do palco e aparecem outras três crianças (7, 8, 9), que têm ar de quem se
perdeu.

Narrador (criança 10, com a cabeça a espreitar do lado direito do palco): Três
crianças perderam-se, um dia, no bosque dos arredores da cidade de Mira,
onde São Nicolau tinha a sua diocese. Os três miúdos andaram durante todo o
dia e estavam já sem forças quando, ao cair da noite, avistaram as luzes de
uma casa. Dirigiram-se então imediatamente para lá.
As três crianças dirigem-se para a casa (7, 8, 9).

Narrador (criança 2): Bateram à porta e apareceu-lhes um homem. Era um


carniceiro e tinha um ar que metia medo...

Carniceiro, com ar de meter medo (criança 11): O que é que querem daqui?

As três crianças, timidamente (7, 8, 9): Perdemo-nos no bosque.

Carniceiro (criança 11): Então entrem! E podem cá ficar esta noite!

Narrador (criança 12, com a cabeça a espreitar do lado esquerdo do palco): O


carniceiro tinha ar de quem não era boa pessoa e os miúdos estavam cheios de
medo. Mas como a fome também era grande e estavam muito cansados,
conseguiram vencer o medo e entraram na casa.

As três crianças (7, 8, 9) entram em casa do carniceiro.

Carniceiro (criança11): Vou dar-vos alguma coisa para comerem! (Põe pão e
queijo na mesa) Aqui têm!

As crianças sentam-se à mesa e comem. (Enquanto comem, dizem algumas


frases como “está bom”, “tinha fome”, “eu também” – a fim de cortar um
pouco a falta de acção. O carniceiro observa-as enquanto faz qualquer outra
coisa. Quando acabam de comer, as crianças agradecem ao carniceiro).

As três crianças (7, 8, 9): Obrigados, senhor.

Carniceiro (criança 11): Agora podem ir dormir! (Indica-lhes o quarto)

As três crianças entram no quarto (7, 8, 9). (Saem de cena). O carniceiro sai
logo a seguir (criança 11).

Narrador (criança 13, vem a meio do palco): Assim que os miúdos


adormeceram, o carniceiro matou-os e meteu-os na salgadeira como se fosse
carne de porco. (Sai por um dos lados do palco)

Narrador (criança 14, entra pelo lado oposto do palco): Passaram-se sete
anos, até que um dia São Nicolau passou por aquela floresta e foi bater à
porta do carniceiro. (Sai pelo lado oposto ao que entrou)

São Nicolau (criança 15) aparece e dirige-se para a casa do carniceiro; bate à
porta.

Narrador (criança 16, a cabeça a espreitar do lado esquerdo do palco): O


carniceiro reconheceu imediatamente o santo homem e convidou-o a entrar.
(O carniceiro entra novamente em cena e vai abrir a porta)

Carniceiro (criança 11): Entrai por favor, Santo Padre.

São Nicolau (criança 15) apressando-se a aceitar o convite e a entrar em casa


do carniceiro: Obrigado pelo convite. Estou mesmo cansado. A idade não
ajuda …

Carniceiro (criança 11): Tendes decerto fome, meu pai. Posso oferecer-vos um
pouco de carne de borrego?

São Nicolau (criança 15): Agradeço, mas prefiro a carne que tens na
salgadeira há já sete anos.

Carniceiro (criança 11), a tremer de medo: Meu Deus! Sabeis então do meu
crime?

São Nicolau (criança 15): Sim! Sei o que fizeste!

Carniceiro (criança 11): Tenho de fugir! (Sai porta fora a correr, isto é sai de
cena). (São Nicolau, criança 15, sai também)

Narrador (criança 17, aparecendo em cena): São Nicolau aproximou-se então


da salgadeira onde estavam as três crianças e colocou as mão por cima. E um
milagre aconteceu: as três crianças saíram sãs e salvas da salgadeira!

(As três crianças (7, 8, 9) aparecem em cena de mãos dadas com São Nicolau
(criança 15). Não há diálogo, mas as crianças devem manifestar-se
normalmente exuberantes nesta situação.
(A partir daqui, todos vão ficar no palco à medida que vão aparecendo.
Assim, estarão todos em cena no fim da representação).

Narrador (criança 4, aparecendo): A boa nova espalhou-se em breve por todo


o lado, e a partir dessa altura as pessoas passaram a venerar São Nicolau por
este milagre.

Narrador (criança 5, aparecendo): Como qualquer outro homem, São Nicolau


era mortal e teve um dia de deixar este mundo terreno e subir ao céu. Isso
passou-se a um 6 de Dezembro.

Narrador (criança 18, aparecendo): Em sua homenagem, certos países


sobretudo do Norte da Europa festejam esta data distribuindo presentes, e
devido ao grande afecto que São Nicolau sentia pelas crianças, o santo homem
entrou assim no imaginário popular e transformou-se na personagem do Pai
Natal.

Narrador (criança 19, aparecendo): Como São Nicolau era bispo, vestia
hábito de bispo e trazia sempre um grande chapéu encarnado e pontiagudo,
símbolo da sua hierarquia dentro da igreja. É por isso que o Pai Natal
também tem um chapéu vermelho e em bico (que muitas vezes parece um
barrete) e veste uma capa vermelha.

Narrador (criança 20, aparecendo): E como já era muito velho, São Nicolau
usava uma longa barba branca e, quando saía à rua, apoiava-se numa bonita
bengala dourada. Por isso é que o Pai Natal também tem uma bela barba
branca e leva na mão uma bengala dourada.

Narrador (criança 13, aparecendo): Quanto às renas que puxam o trenó do


Pai Natal, elas substituíram o burro em que São Nicolau se fazia transportar.

Narrador (criança 16, aparecendo): Essas renas são nove e chamam-se

Narrador (criança 17): Corredora, a mais rápida,

Narrador/Carniceiro (criança 11, aparecendo): Dançarina, a mais graciosa,

Narrador (criança 6, aparecendo): Empinadora, a mais forte,

Narrador (criança 7): Raposa, bela e forte como o seu companheiro


Empinadora,

Narrador (criança 8): Cometa, a que traz a felicidade às crianças,

Narrador (criança 9): Cupido, a que traz amor às crianças,

Narrador (criança 12, aparecendo): Trovão, a que faz tudo tremer,

Narrador (criança 9): Relâmpago, a que traz a luz,

Narrador (criança 16): e Rudolfo, a rena que tem o nariz vermelho e luzidio e
que é capaz de ver através do nevoeiro!

Narrador (criança 6): A vida de São Nicolau está cheia de lendas, e a maioria
dessas lendas tem uma verdadeira origem histórica, contrariamente ao que
muita gente pensa. Todas essas lendas foram inspiradas pela bondade e
generosidade do santo homem.
Narrador (criança 14, aparecendo): E que lhe chamemos Pai Natal ou São
Nicolau, ele pertence sempre ao mundo dos sonhos da nossa infância, dos
contos que se transmitem de geração em geração...

As crianças em coro começam a cantar a canção de Natal “A todos um Bom


Natal“

FIM

A todos um Bom Natal

Refrão
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós

No Natal pela manhã


Ouvem-se os sinos tocar
E há uma grande alegria, no ar

Refrão

Nesta manhã de Natal


Há em todos os países
Muitos milhões de meninos, felizes

Refrão

Vão aos saltos pela casa


Descalças ou com chinelos
Procurar suas prendas, tão belas

Refrão

Depois há danças de roda


As crianças dão as mãos
No Natal todos se sentem, irmãos

Refrão
Se isto fosse verdade
Para todos os Meninos
Era bom ouvir os sinos tocar.

Dulce Rodrigues

Número 2

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