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Qualidades Dos Orixas
Qualidades Dos Orixas
Bará
* Bará Lodê: Primeiro Orixá a ser saudado, é o senhor do destino. É o Orixá das chaves que
abre e fecham os caminhos para todas as existências. É o conhecedor dos atalhos para que
os objetivos possam ser atingidos. Lodê é o responsável pelo cuidado com os cruzeiros,
sejam estradas, matos ou ruas.
Ogum
* Ogum Avagã: Responde no meio do cruzeiro e tem seu assentamento do lado de fora do
Ilê, junto com Bará Lodê.
* Ogum Onira: Responde em cantos de cruzeiros e matos. Guerreiro impulsivo, é o cortador
de cabeças, ligado à morte e aos antepassados.
Iansã
* Oyá: É a mais nova, é a dona da aliança, formando com Ogum e Xangô a famosa “aliança
de Oyá”. Ela é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder, é a eletricidade.
* Oyá Timboá: É tida como a mais quieta das Iansãs, a que sabe fazer
as coisas. Senhora dos cemitérios, controla os eguns. É assentada no igbalé (casa dos
mortos), nos fundos do Ilê. É ela que servirá de guia, ao lado de Xapanã, para aquele
espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por
aquela alma.
* Oyá Dirã: Senhora dos cruzeiros em T, é a Iansã que fica na rua.
* Iansã: É a mais velha de todas, é casada com Xangô Agodô e é dona dos tetos. É mãe de
nove filhos. Ela é o choque elétrico, a energia viva, pulsante, vibrante. Iansã é a disputa pelo
ser amado. É ela que rege o amor forte e violento.
Xangô
Xapanã
* Xapanã Jubetei: É o mais jovem.
* Xapanã Belujá: Responde com os Orixás de praia. É o Xapanã de meia idade.
* Xapanã Sapatá: Responde na lomba e nas encruzilhadas. É o velho, o feiticeiro, o deus da
varíola e das doenças de pele.
Oxum
* Oxum Pandá de Ibejis: É a Oxum criança.
* Iemanjá Bocí: A mais nova. Guerreira, dona da espada, esposa de Ogum. Vive perto das
praias, no encontro das águas com as pedras.
* Iemanjá Bomí: É a Iemanjá de meia idade.
* Iemanjá Nanã Burucum: A mais velha e severa de todas. Rabugenta, feiticeira, rancorosa
e violenta.
Oxalá
Xangô Kamuká
Olodumaré havia chamado Xapanã e disse que fosse a um cemitério a noite que lá haveria
um baú e dentro dele um valioso presente a ele. Iansã havia escutado essa conversa e saiu
logo correndo falar com Xangô sobre tal assunto. Então os dois foram no cemitério e
ficaram lá escondidos até que Xapanã chegasse. Porém a curiosidade de Xangô foi tanta que
acabou abrindo o baú no exato momento em que Xapanã chegou. Dentro do baú havia três
instrumentos: Um instrumento de palha parecido com um cetro e enfeitado com búzios; um
chicote de rabo de cavalo e um chocalho diferente. Cada um segurou um instrumento em
suas mãos, e nesse momento Olodumaré apareceu e deu-lhe as instruções explicando a
Xapanã que confiou o baú a ele, e não a Iansã e Xangô, porém sabia que eles acabariam
descobrindo de alguma forma, então disse-lhes:
- Xapanã, com este instrumento curará os
enfermos, salvarás as almas dos que ainda não devem cruzar as portas dos cemitérios e
cobrirás as pessoas de chagas ou enfermidades. Serás o rei da saúde e da doença.
- Iansã, com este instrumento saberá combater e castigar todos os espíritos maléficos que de
alguma forma queiram castigar as pessoas ou mesmo zombar do mundo terreno, e saberás
guiar os espíritos justos às suas luzes. Serás a rainha dos eguns e de seus vales.
- Xangô, com este instrumento saberá encontrar corpos de desencarnados que foram
profanados por algum motivo, e dar-lhes o sossego da terra para que possam seguir sua
nova jornada espiritual, usarás quando necessário para impedir que algum espírito se
desprenda se seu corpo fora de sua hora. Com o mesmo, se achares justo, usarás para
desligar o espírito do corpo de qualquer pessoa levando-as a morte. Serás o rei do buraco e
dos desencarnados.
- Com isso dou-lhes o reino dos cemitérios, dos que estão para desencarnar, dos
desencarnados e dos espíritos. Confiarei a vocês esta tarefa. E assim conseguimos
sincretizar Xapanã Sapatá, Iansã Timboá e Xangô Kamuká como os Orixás dos eguns e dos
cemitérios.
Gululu, ancestral mais antigo dentro da Cabinda, do qual muito pouco se tem em
informação, seria um negro bantu, provindo da região norte de Angola, hoje mais
precisamente Angola Kabinda, que aportou aqui no sul pelo porto de Rio Grande
juntamente com outros negros vindos de outras etnias e países africanos. Ao ser trazido a
Porto Alegre, encontrou um negro angolano que recebeu o nome de Waldemar, com o qual
simpatizou e teve uma comunicação mais tranquila pela pouca diferença nos
idiomas. Waldemar nasceu em 4 de agosto 1883 e morreu aos 42 anos de idade em
1935. Pela relação de amizade, criou-se um vínculo religioso, e como aqui não haviam
muitos bantus, Gululu passou seus conhecimentos sobre inkisses para Waldemar. Com a
morte de Gululu, Waldemar conheceu e enamorou-se por uma negra ijexá (Otilia). Esta
negra ijexá não forçou o amado a deixar seus inkisses, mas de comum acordo e com muita
inteligência convenceu o amado de que poderiam ambos cultuar suas divindades sem que
nenhum dos dois deixassem seus principais atributos.
E
cortar uma ave ou até mesmo um animal de quatro pés para a feitura. Algo interessante se
faz mencionar é que o povo da Cabinda é a única nação que quando está em processo de
iniciações ou assentamentos de Orixá, caso venha a falecer algum Elegun que pertença à
família religiosa, a obrigação não irá se perder, caso a casa tenha feito o devido corte com
equivalência de bichos oferecidos para Xangô. Porém, em qualquer outra Nação, caso
venha a falecer alguém da família durante uma obrigação arriada, perde-se toda a obrigação
invalidando a feitura, e deve-se despachar tudo que foi feito sem aproveitar nada. Xangô
Kamuká Barualofina foi o precursor da Nação Cabinda no RS através da pessoa de
Waldemar Antonio dos Santos. Com a partida de Waldemar, o Orixá Kamuká não deixou
de existir nem se transformou em um egum, o que aconteceu é que a digina (Barualofina)
não mais é utilizada em respeito ao que representou tal Orixá a essa Nação, onde muitos o
acrescentaram ao balé como Orixá de egum correspondente a pessoa que o possuia no orí.
Alguns optaram por não assentar mais este Orixá, outros ainda o assentam, uns optaram por
não dar mais orí ao mesmo e outros ainda dão. Algumas pessoas alegam que Kamuká não é
Xangô, pois Kamuká é cultuado no buraco e tem ligação com os eguns, enquanto que isso
para Xangô é incompátivel, não porque ele tenha medo da morte, mas porque a energia do
Xangô é o fogo, o calor e não o frio de Iku, a morte e dos eguns. Algumas pessoas também
associam Kamuká a Agodô, o que ajuda ainda mais a gerar toda essa magia em torno do
mesmo. Kamuká não é assentado no balé, pois no mesmo é mantido apenas os
antepassados. Kamuká é assentado em um buraco de forma e tamanho diferente do balé,
com acesso por laje e não na casinha. Kamuká Barualofina, por suas próprias palavras, não
mais será assentado e nem feito, sendo que o Orixá Kamuká irá receber uma digina
diferente ao ser feito, em respeito à vontade do ancestral. A frase que foi dita, não pelo
W ó : “D h
sendo um não me apresentarei duas vezes" ou ainda: "Eu como um, só serei um, não mais
pegarei cabeça, nem mais serei assentado, permanecerei como protetor de minha
nação." Sendo traduzido o que foi dito na língua dele para a nossa, quantas concepções se
podem ter desta frase?
Reza Kamuká
T - Jàró jàró Jàró j ó ò’ J ó j ó J ó j ó (D -as e
desapareça com intrigas descobertas)
R-J ój óJ ój ó ò’ J ó j ó J ó j ó (D -as e
desapareça com intrigas descobertas)
T - Alárun dé Sàn ó ù’ B ò’ (Ch X
reduzir a distância, corta e desaparece [o relâmpago (Raio)], Pai tu que surpreende e edita as
leis, apareça)
R- S ó ù’ B ò’ (Ch X
reduzir a distância, corta e desaparece [o relâmpago], Pai tu que surpreende e edita as leis,
apareça )
T - Alárun dé! (Chegue dono do Céu)
R-S ó ù’ (X z â [ â ])
T-B ò’ (P que surpreende e edita as leis, apareça)
R-S ó ù’ (X z â [ â ])
T - Wólè wólè wólè kábíyèsílè àdé! (Descemos o rosto e reverenciamos sua alteza e a
coroa)
R - Wólè wólè wólè kábíyèsílè àdé! (Descemos o rosto e reverenciamos sua alteza e a
coroa)
T - L’ò è ! ( )
R - Sá bu èlò (O instrumento que corre e corta [raio])
Há quem diga que a reza cantada durante o alujá também pertence ao Kamuká:
Porém a conclusão é que é apenas parecida por fonética, e não se trata de alusão especifica
ao mesmo. Talvez por falta de escrita, a fonética tenha seguido este rumo parecendo ser nos
dias de hoje uma alusão a barualofina.