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Quem mexeu no meu queijo?

Era uma vez um país muito distante onde viviam quatro personagens.
Todos corriam em um labirinto em busca do queijo que os alimentavam e os
faziam felizes.

Dois deles eram ratos, e se chamavam Sniff e Scurry; os outros dois eram
duendes pequenos tão pequenos quanto os ratos, cujo aspecto e forma de
agir eram muito semelhantes aos dos seres humanos de hoje. Eles se
chamavam Hem e Haw.

Devido a seu tamanho, era difícil ver o que faziam, mas olhando mais de
perto descobriam-se coisas surpreendentes.

Tanto os ratos como os duendes passavam o dia no labirinto procurando


seu queijo favorito.

Sniff e Scurry, os ratos, apesar de terem um cérebro de roedores, tinham


faro aguçado e procuravam o queijo duro de roer do qual tanto gostavam.

Hem e Haw, os duendes, tinham um cérebro cheio de crenças que os fazia


procurar um tipo de Queijo muito diferente - com Q maiúscula -, que eles
pensavam, que os levaria à felicidade e ao sucesso.

Por maiores que fossem as diferenças entre ratos e duendes, ambos tinham
algo em comum: todas as manhãs vestiam roupas esportivas e calçavam
tênis, saiam de suas casas e corriam para o labirinto à procura de seus
queijos favoritos.

O labirinto era um emaranhado de corredores e divisões, e em alguns deles


contendo um queijo delicioso. Mas existiam também cantos escuros e becos
que não levavam a lugar algum. Era um lugar fácil de se perder.

Contudo, para aqueles que encontravam o caminho, o labirinto reservava


segredos que permitiam desfrutar uma vida melhor.

Para procurar queijo, Sniff e Scurry, os ratos, usavam o simples método,


porém ineficaz da tentativa e erro. Percorriam um corredor, e se o
encontrassem estivesse vazio, davam meia volta, e corriam para outro.

Prática de Sensibilização à Mudança


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Quem mexeu no meu queijo?

Sniff fareja a direção do queijo, usando seu grande focinho, enquanto


Scurry se atirava na mesma direção. Como é fácil imaginar, eles se
perdiam, davam muitas voltas inúteis e com freqüência batiam contra as
paredes.

Por sua vez, Hem e Haw, os duendes, usavam um método diferente,


baseado na capacidade de pensar e aprender com experiências passadas,
mesmo que certas vezes suas crenças e emoções os confundissem.

Com o tempo, cada qual com seus próprios meios, todos encontravam o
que procuravam: um dia, no fim de um dos corredor, cada um encontrou o
seu tipo de queijo, no Posto de Queijo C.

A partir deste dia, os ratos e os duendes vestiam todas as manhãs seus


trajes esportivos, dirigindo-se ao Posto de Queijo C. Em pouco tempo, esta
atitude tornou-se um hábito para todos.

Sniff e Scurry acordavam cedo todas as manhãs, como de costume, e


corriam pelo labirinto seguindo o mesmo caminho.

Quando chegavam a seu destino, os ratos tiravam os tênis,


penduravam-nos no pescoço para que estivessem à mão quando deles
precisassem. E rapidamente, punham-se a desfrutar o queijo.

No princípio, Hem e Haw também corriam todos os dias até o Posto de


Queijo C para aproveitar as novas saborosas guloseimas de queijo que os
esperavam.

Mas, depois de certo tempo, uma rotina diferente foi estabelecidas pelos
duendes.

Hem e Haw acordavam cada vez mais tarde, vestiam-se mais devagar e
caminhavam até o Posto de Queijo C. Afinal das contas, eles sabiam onde
estava o Queijo e como chegar até ele.

Não sabiam de onde vinha o Queijo, nem quem o colocava ali. Imaginavam
simplesmente que este sempre estaria ali.

Prática de Sensibilização à Mudança 4


Quem mexeu no meu queijo?

Todas as manhãs, chegando no Posto de Queijo C, Hem e Haw se


acomodavam, como se estivessem em casa. Penduravam suas roupas,
guardavam os tênis e colocavam chinelos. Como já tinham encontrado o
queijo, sentiam-se cada vez mais à vontade.

- Isso é maravilhoso- dizia Hem -. Aqui temos queijo para a vida toda.

Os duendes estavam felizes e pensavam estar seguros para sempre. Não


demorou muito para que passassem a considerar como seu o queijo que
tinham encontrado no Posto de Queijo C. Como havia uma quantidade
enorme armazenada ali, pouco tempo depois, mudaram-se para perto dali,
construindo seu mundo em volta do Posto de Queijo.

Para sentir-se mais à vontade, Hem e Haw pintaram nas paredes pedaços
de queijo com frases divertidas. Uma delas dizia:

Ter Queijo o Faz


Feliz!

Em certas ocasiões, Hem e Haw levavam seus amigos para ver sua pilha de
Queijo no Posto de Queijo C. Algumas vezes ofereciam à eles, e outras,
não.

- Nós merecemos este Queijo - dizia Hem -. Tivemos de nos esforçar mutio
para encontrá-lo – Tendo dito isso, pegou um pedaço de queijo fresco e
comeu.

Depois, Hem dormiu, como costumava fazer.

Todas as noites, eles voltavam para a casa carregados de queijo, e todas as


manhãs retornavam, confiantes de conseguir mais no Posto de Queijo C.

Isso aconteceu durante algum tempo.

Pouco a pouco a confiança de Hem e Haw transformou-se em arrogância.


Sentiam-se tão tranqüilos que sequer percebiam o que estava acontecendo.

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Quem mexeu no meu queijo?

Enquanto o tempo passava, Sniff e Scurry mantinham sua rotina.


Chegavam cedo todas as manhãs, farejavam o queijo, arranhavam-no e
corriam pelo Posto de Queijo C, inspecionando para ver se haviam ocorrido
mudanças em relação ao dia anterior. Acomodavam-se para roer o queijo.

Certa manhã, ao chegarem no Posto de Queijo C, descobriram que não


havia queijo.

O fato não os surpreendeu. Como haviam notado que as reservas de queijo


vinham diminuindo aos poucos, Sniff e Scurry estavam preparados para o
inevitável e, instintivamente, sabiam o que fazer.

Olharam um para o outro e calçaram seus tênis.

Os ratos não perderam tempo com profundas análises, pois eram


desprovidos de crenças.

Para os ratos, tanto o problema como a solução eram simples. A situação


no Posto de Queijo C havia mudado. Conseqüentemente, Sniff e Scurry
decidiram mudar.

Ambos puseram a cabeça para fora do labirinto, Sniff ergueu o focinho,


farejou e assentiu com a cabeça, para Scurry que se lançou numa corrida
pelo labirinto enquanto Sniff o seguia apressadamente.

Estavam lançando-se a procura de queijo novo.

Nesse mesmo dia, à tarde, Hem e Haw chegaram ao Posto de Queijo C. Não
haviam prestado atenção às pequenas mudanças que vinham ocorrendo,
pois estavam seguros de que seu Queijo estaria sempre ali.

A nova situação os pegou completamente desprevenidos.

- O que? Não tem mais queijo?- gritou Hem- Não tem mais queijo? - repetiu
muito bravo, como se gritando o queijo reapareceria -. Quem mexeu no
meu queijo? - gritou, indignado. Finalmente, com os braços na cintura e o
rosto vermelho de raiva, vociferou -: Isso não é justo!

Prática de Sensibilização à Mudança 6


Quem mexeu no meu queijo?
Haw sacudiu negativamente a cabeça num gesto de incredulidade. Ele
também estava seguro de que no Posto de Queijo C havia queijo, e ficou
paralisado de surpresa. Não estava preparado para aquilo.

Hem gritava algo, mas Haw não queria ouví-lo. Não tinha forças para
enfrentar o que os esperava e por isso desligou-se da realidade.

A atitude dos duendes não era inteligente nem produtiva, mas


compreensível.

Encontrar o Queijo não havia sido fácil e para os duendes tal fato
representava muito mais do que apenas contar com uma quantidade diária
de Queijo.

Para eles, encontrar o Queijo tinha sido uma forma de conseguir o que
acreditavam precisar para alcançar a felicidade. Cada um tinha, de acordo
com seu caráter, sua própria idéia do que representava o queijo.

Para alguns, encontrar o Queijo era possuir coisas ou alcançar a paz


interior.

Para Haw, encontrar Queijo significava simplesmente sentir-se seguro, ter


um dia uma família maravilhosa e uma casa confortável na Rua Cheddar.

Para Hem, significava alcançar o sucesso, ser responsável por outras


pessoas e ter uma bela mansão no alto da Colina Camembert.

Como o Queijo era muito importante para eles, os dois duendes passaram
muito tempo decidindo o que fazer. No princípio, a única coisa que lhes veio
à mente foi inspecionar meticulosamente o Posto de Queijo C para verificar
se o Queijo havia realmente desaparecido.

Enquanto Sniff e Scurry já haviam posto os pés na estrada, Hem e Haw


continuavam vacilando e titubeando.

Desabafaram e queixaram-se da injustiça de tudo o que havia acontecido, e


Haw se deprimiu. O que aconteceria se no dia seguinte também não
encontrassem Queijo? Tinham feito muitos planos para o futuro baseados
naquele Queijo…

Prática de Sensibilização à Mudança 7


Quem mexeu no meu queijo?

Os duendes não acreditavam no que viam. Como aquilo podia ter


acontecido? Ninguém os avisara. Algo estava errado. Aquele tipo de coisa
não podia acontecer.

Aquela noite, Hem e Haw voltaram para a casa famintos e desolados; mas,
antes de deixar o Posto de Queijo C, Haw escreveu na parede:

Quanto mais importante é


seu Queijo para você,
menos você deseja abrir
mão dele

No dia seguinte, Hem e Haw deixaram suas respectivas casas e voltaram ao


Posto de Queijo C, onde esperavam encontrar, de um jeito ou de outro, seu
Queijo.

A situação não havia mudado: o queijo não estava lá. Os duendes não
sabiam o que fazer. Hem e Haw ficaram paralisados, imóveis feito estátuas.

Haw fechou os olhos o mais forte que pôde, tampando os ouvidos com as
mãos. Queria desligar-se de tudo. Negava-se a reconhecer que as reservas
de Queijo haviam diminuído pouco a pouco. Estava convencido de que
haviam desaparecido de repente.

Hem analisou a situação diversas vezes, e, finalmente, seu cérebro cheios


de crenças começou a funcionar.

-Por que fizeram isso comigo?- perguntou-se -. O que está acontecendo


aqui?

Haw abriu os olhos, lançou o olhar em volta dele e indagou:

- Aliás, onde estão Sniff e Scurry? Você acha que eles sabem algo que nós
não sabemos?

Prática de Sensibilização à Mudança 8


Quem mexeu no meu queijo?
-O que você acha que eles saberiam? – replicou Hem em tom de desprezo.
- Eles são apenas ratos. Reagem diante do que acontece. Nós somos
duendes, somos especiais. Deveríamos ser capazes de encontrar a solução.
Além do mais, merecemos ter mais sorte que eles. Isso não deveria nos
acontecer, e tendo acontecido, deveria nos trazer uma compensação.

- Por que teríamos que receber uma compensação?- quis saber Haw.

- Porque temos direito.

- Direito a quê? – perguntou Haw.

- Temos direito a nosso queijo.

- Por quê? – insistiu Haw.

- Porque não fomos nós que causamos este problema– respondeu Hem.-
Alguém provocou esta situação e nós temos que tirar algum proveito dela.

- Talvez fosse melhor não analisar tanto a situação. O que deveríamos fazer
é sair agora mesmo à procura de um Novo Queijo –sugeriu Haw.

- Ah, não –respondeu Hem -. Vou tirar isso a limpo.

Enquanto Hem e Haw continuavam discutindo o que fazer, Sniff e Scurry já


estavam longe, vasculhando os corredores, procurando queijo em todos os
Postos de Queijo que encontravam pelo caminho.

Não pensavam em outra coisa que não fosse encontrar queijo novo.

Por muito tempo não encontraram nada, até que finalmente, chegaram em
uma parte do labirinto onde nunca haviam estado: o Posto de Queijo N.

Ao entrar, soltaram um grito de alegria.

Haviam encontrado o que procuravam : uma grande reserva de queijo.

Mal podiam crer em seus olhos. Era a maior reserva de queijo que os ratos
haviam visto em toda sua vida.

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Quem mexeu no meu queijo?

Enquanto isso, Hem e Haw continuavam no Posto de Queijo C analisando a


situação. Começavam a sofrer os efeitos da falta de queijo. Estavam cada
vez mais frustrados e irritados, e culpavam um ao outro pela situação na
qual se encontravam.

De vez em quando, Haw lembrava-se de seus amigos ratos, perguntando-se


se Sniff e Scurry já tinham encontrado queijo. Imaginava que deviam estar
passando momentos muito difíceis, porque correr pelo labirinto significava
incerteza, mas também sabia que não estariam em apuros por muito
tempo.

Às vezes, Haw imaginava que Sniff e Scurry haviam encontrado um Novo


Queijo e os via desfrutando-o. Pensava quanto seria bom aventurar-se pelo
labirinto e encontrar um Novo Queijo. Podia quase sentir seu sabor.

Quanto mais claramente Haw via sua imagem, encontrando e saboreando o


Novo Queijo, mais vontade tinha de deixar o Posto de Queijo C.

-Vamos!- exclamou de repente.

- Não- replicou Hem rapidamente -. Estou bem aqui, é um lugar confortável


e familiar. Além do mais, sair por aí é perigoso.

- Não, não é – respondeu Haw -. Já percorremos muitas partes do labirinto,


e podemos fazê-lo outra vez.

- Estou velho demais para isso - disse Hem -. E não estou nem um pouco
interessado em me perder ou enganar-me. E você está?

Estas palavras fizeram com que Haw voltasse a sentir medo do fracasso, e
suas esperanças de encontrar um Novo Queijo se desapareceram.

E foi assim que os duendes continuaram fazendo todos os dias o que


vinham fazendo até então: ir ao Posto de Queijo C, não encontravam Queijo
e voltavam para suas casas, levando consigo suas preocupações e
frustrações.

Tentaram negar o que acontecia, mas tornava-se cada vez mais difícil
conciliar o sono, e de manhã tinham menos energia e estavam mais
irritadiços.

Prática de Sensibilização à Mudança 10


Quem mexeu no meu queijo?
Suas casas não eram mais o lugar acolhedor que haviam sido. Os duendes
sofriam de insônia, e quando conseguiam dormir tinham pesadelos nos
quais não encontravam o Queijo.

Mesmo assim, Hem e Haw continuavam voltando todos os dias ao Posto de


Queijo C e, uma vez ali, limitavam-se a esperar.

- Se fizermos um pequeno esforço- disse Hem -, talvez descubramos que


na realidade as coisas não mudaram tanto. É provável que o queijo
esteja por perto. Quem sabe não está escondido atrás da parede.

No dia seguinte, Hem e Haw voltaram com ferramentas. Hem pegou a


talhadeira e Haw bateu com o martelo até que fizeram um buraco na
parede do Posto de Queijo C. Olharam por ele, mas não encontraram o
queijo.

Ficaram decepcionados, mas acreditavam que podiam solucionar o


problema. Por isso começaram a trabalhar mais cedo, com mais afinco e
paravam mais tarde, mas o único que conseguiram foi um enorme buraco
na parede.

Haw começou a compreender a diferença entre atividade e produtividade.

- Talvez- disse Hem -, o que nos resta a fazer é ficarmos sentados e ver o
que acontece. Cedo ou tarde, vão que colocar o Queijo aqui novamente.

Haw queria acreditar que Hem tivesse razão, por isso todas as noites ia
para a casa descansar e na manhã seguinte voltava de má vontade com seu
amigo, ao Posto de Queijo C. Entretanto o Queijo não aparecia.

Os duendes estavam cada vez mais fracos pela fome e estresse. Haw
começava a cansar-se de esperar que a situação melhorasse.

Começava a compreender que quanto mais tempo ficassem sem Queijo,


pior seria.

Haw sabia que estavam perdendo a sensibilidade e o controle da situação.


Finalmente, um dia Haw pôs-se a rir de si mesmo.

“Olhe para você, Haw, olhe para você- dizia-se -. Todos os dias faço as
mesmas coisas, e me pergunto por que a situação não melhora. Se isso não
fosse tão ridículo, seria até divertido”.

Prática de Sensibilização à Mudança 11


Quem mexeu no meu queijo?

Haw não gostava da idéia de ter que correr de novo pelo labirinto, porque
sabia que se perderia e não tinha certeza alguma de que fosse encontrar
mais Queijo, mas, ao ver quão estúpido estava ficando por causa do medo,
riu de si mesmo.

-Onde você colocou nossa roupa esportiva e nosso tênis? – perguntou a


Hem.

Demoram muito a encontrá-los, pois quando chegaram no Posto de Queijo


C ao encontrar o queijo, haviam-nos guardado embaixo de tudo, achando
que nunca mais precisariam deles.

Quando Hem viu o amigo pondo suas roupas, perguntou:

- Você não vai entrar no labirinto outra vez, vai? Por que você não fica aqui
comigo, esperando que devolvam o Queijo?

- Olhe, Hem, você não entende o que está acontecendo. Eu também


gostaria de vê-lo, mas agora me dou conta de que aquele Queijo não
será devolvido. Esse Queijo pertence ao passado e chegou a hora de
encontrar um novo.

- Mas e se não tiver mais queijo?- replicou Hem -. E ainda que haja, e se
você não encontrá-lo?

- Não sei- respondeu Haw.

Ele já havia feito mil vezes essas duas perguntas e começou a sentir de
novo o medo que o paralisava.

Rapidamente começou a pensar em encontrar um Novo Queijo e em todas


as coisas boas que isso significava.

Então reuniu todas as suas forças e disse:


- Às vezes, as coisas mudam e nunca mais voltam a ser como antes, acho
que estamos numa dessas situações, Hem. Assim é a vida! A vida muda
e nós também temos que mudar.

Haw olhou para seu emaciado companheiro e tentou trazê-lo à razão, mas o
medo de Hem tinha se convertido em ódio e ele não quis escutá-lo.

Prática de Sensibilização à Mudança 12


Quem mexeu no meu queijo?

Haw não queria ser rude com seu amigo, mas não pôde deixar de rir do
comportamento estúpido de ambos.

Enquanto Haw preparava-se para sair, começou a sentir-se mais vivo, ao


tomar consciência de que finalmente era capaz de rir de si mesmo, vencer o
medo e seguir adiante.

- Chegou a hora de voltar ao labirinto!- anunciou.

Hem não riu nem reagiu.

Haw pegou uma pequena pedra afiada e escreveu um pensamento na


parede para que seu amigo refletisse a respeito. Como costumava fazer,
Haw também desenhou um pedaço de queijo em volta das palavras na
esperança de fazer sorrir Hem e de animá-lo a procurar um Novo Queijo,
mas seu amigo não quis olhar.

Na parede lia-se:

Se você não
mudar, morrerá!

Depois disso, Haw colocou a cabeça para fora e observou o labirinto com
ansiedade. Pensou em como havia chegado àquelas situações de falta de
queijo.

Pensava que possivelmente não houvesse Queijo no labirinto ou que não


seria capaz de encontrá-lo. Aqueles pensamentos cheios de medo estavam
paralisando-o e acabariam por matá-lo.

Prática de Sensibilização à Mudança 13


Quem mexeu no meu queijo?

Haw sorriu, sabia que Hem estava se perguntando: “Quem mexeu no meu
queijo?”. Ele, no entanto, se perguntava: “Por que não me mexi antes, por
que não me mexi com o queijo?”.

Ao entrar no labirinto, Haw olhou para trás, consciente do conforto do


espaço que deixava, e sentiu-se atraído por aquele território conhecido
apesar de há muito tempo estar ali sem encontrar Queijo.

Haw sentia-se cada vez mais angustiado, e perguntou-se se realmente


queria voltar ao labirinto. Escreveu uma frase na parede a sua frente e ficou
olhando-a por um instante.

O que você faria se


não tivesse medo?

Pensou nisso.

Sabia que, às vezes, um pouco de medo era bom. Quando se tem medo de
que as coisas piorem se não fizer algo, o medo pode instigá-lo à ação. Mas,
quando impede você de fazer algo, o medo não é bom.

Olhou para a direita. Era uma parte do labirinto na qual nunca tinha estado
e sentiu medo.

Então, respirou fundo e entrou no labirinto, avançando rapidamente em


direção ao desconhecido.

Enquanto tentava encontrar o caminho certo, o que passou por sua mente
em primeiro lugar foi que talvez tivessem ficando esperando tempo demais
no Posto de Queijo C. Fazia tanto tempo que não comia queijo que estava
fraco.

Prática de Sensibilização à Mudança 14


Quem mexeu no meu queijo?
Percorrer o labirinto exigiu mais tempo e esforço do que o normal. Decidiu
que se alguma vez passasse novamente por algo parecido, se adaptaria
mais depressa à mudança. Isso facilitaria as coisas.

“Antes tarde do que nunca”, pensou com um grande sorriso.

Durante os dias seguintes, Haw encontrou um pouco de queijo aqui e ali,


mas não eram quantidades que durassem muito tempo. Esperava encontrar
uma boa quantidade para levá-la a Hem e animá-lo a voltar ao labirinto.

Mas Haw não ainda tinha recuperado total confiança em si mesmo. Teve
que admitir que estava desorientado no labirinto. As coisas pareciam ter
mudado desde a última vez que estivera ali.

Justo quando pensava ter encontrado a direção correta, perdia-se nos


corredor.

Era como se desse dois passos para frente e um para trás. Era um desafio,
mas teve que admitir que voltar a percorrer o labirinto em busca de Queijo
não era tão terrível como havia imaginado.

Com o passar do tempo, começou a se perguntar se a esperança de


encontrar um Novo Queijo. Não seria um sonho? Imediatamente pôs-se a
rir, ao perceber que fazia tempo que não dormia e que seria impossível
estar sonhando.

Cada vez que começava a desanimar, lembrava a si próprio que o que


estava fazendo, por pior que parecesse naquele momento, era muito
melhor que ficar de braços cruzados sem Queijo. Estava tomando as rédeas
de sua vida em vez de deixar simplesmente que as coisas acontecessem.

Logo depois lembrou-se que se Sniff e Scurry podiam aventurar-se, ele


também era capaz!

Mais tarde, Haw reconstitui os fatos e chegou à conclusão de que o queijo


do Posto de Queijo C não havia desaparecido da noite para dia, como
acreditara no princípio.

Nos últimos tempos, havia cada vez menos queijo e o que restava já não
estava velho.

Prática de Sensibilização à Mudança 15


Quem mexeu no meu queijo?

Talvez o queijo tivesse começado a mofar sem que ele notasse. Teve que
admitir, no entanto, que se quisesse teria percebido o que iria acontecer.
Mas ele não quis.

Naquele momento compreendeu que a mudança não o teria pego de


surpresa se ele tivesse prestado atenção no que acontecia gradualmente,
poderia tê-lo previsto. Quem sabe fosse isso o que Sniff e Scurry tinham
feito.

Deteve-se para descansar, e escreveu na parede do labirinto:

Cheire o queijo com


freqüência para saber
quando está ficando
velho

Quando em sua opinião já fazia muito tempo que não encontrava queijo,
Haw chegou a um imenso Posto de Queijo de aspecto prometedor. Mas,
quando entrou, sofreu uma grande decepção ao ver que estava
completamente vazio.

“Tenho essa sensação de vazio com muita freqüência”, teve vontade de


desistir.

As pernas de Haw começavam a fraquejar. Sabia que estava perdido e


temia não sobreviver.
Pensou dar meia volta e voltar ao Posto de Queijo C. Pelo mesmo se
conseguisse, Hem ainda estaria lá, pelo menos não se sentiria tão sozinho.

Então voltou a fazer a mesma pergunta de antes: “O que faria se não


tivesse medo?”.
Sentia medo muito mais vezes do que estava disposto a admitir. Nem
sempre estava seguro do que lhe dava medo, mas naquele estado de
fraqueza soube que tinha medo de seguir adiante sozinho. Haw não
percebia, mas estava ficando para trás por culpa de seus medos.

Ele se perguntou se Hem tinha se mexido ou se continuava paralisado por


seus medos. Então, Haw lembrou das ocasiões em que tinha se sentido
mais confortável no labirinto. Sempre haviam sido momentos em que
estava em movimento.

Prática de Sensibilização à Mudança 16


Quem mexeu no meu queijo?
Escreveu uma frase na parede, sabendo que era um lembrete para si
mesmo assim como um sinal para seu companheiro Hem, se este decidisse
seguí-lo:

O movimento em uma
nova direção o
ajudará encontrar um
Novo Queijo.

Haw olhou a passagem escura e seguiu consciente de seu medo. O que


havia à sua frente?

O corredor estaria vazio? Ou pior: haveria perigos ocultos? Começou a


imaginar todo tipo de coisas assustadoras que poderiam lhe acontecer.
Sentia-se cada vez mais apavorado.

Então riu de si mesmo. Compreendeu que seus medos somente pioravam


as coisas. Por isso, fez o que teria feito se não tivesse medo: avançou em
uma nova direção.

Quando começou a correr pelo corredor escuro, um sorriso desenhou-se em


seus lábios. Haw ainda não compreendia, mas estava descobrindo o que
alimentava sua alma. Sentia-se livre e tinha confiança no que o esperava,
mesmo que ainda não soubesse exatamente o que era.

Para sua surpresa, viu que sentia-se cada vez melhor.

“Por que me sinto tão bem?- perguntou-se -. Não tenho nem um pouquinho
de queijo e não sei nem ao menos para onde vou”.

Não demorou muito para saber por que se sentia bem.

E deteve-se para escrever de novo na parede:

Quando você
vence o medo,
Sente-se Livre.

Prática de Sensibilização à Mudança 17


Quem mexeu no meu queijo?

Haw percebeu que tinha sido prisioneiro de seu próprio medo. Mover-se
para em uma nova direção o havia libertado.

Sentiu a brisa fresca que soprava naquela parte do labirinto, achando-a


refrescante. Respirou fundo algumas vezes e se sentiu revigorado. Depois
que venceu o medo, tudo lhe pareceu muito mais agradável do que ele
tinha pensado que seria.

Fazia muito tempo que não ele não se sentia assim. Quase tinha esquecido
como era bom.

Para que tudo ficasse melhor ainda, Haw começou a fazer um desenho em
sua mente. Via-se com todos os detalhes e com grande realismo, sentado
em meio de um montão de seus queijos favoritos, desde o cheddar até o
brie. Viu-se comendo de todos os queijos que gostava e gostou do que viu.

A seguir imaginou como ficaria feliz com todos aqueles sabores.

Quanto mais clara via a imagem do novo queijo, mais real tornava-se e
mais pressentia que ia encontrá-lo

Haw escreveu de novo na parede:

Imaginarse saboreando
o novo queijo antes
mesmo de encontrá-lo,
Conduz-me até ele.

“Por que não fiz isso antes?”, perguntou-se.

Então, pôs-se a correr pelo labirinto com mais entusiasmo e agilidade.


Pouco depois localizou outro Posto de Queijo, e ficou animado ao notar, uns
pedacinhos de um Novo Queijo perto da entrada.

Viu tipos de queijos que não conhecia mas que tinham um aspecto
fantástico. Experimentou-os e pareceram-lhe deliciosos.

Prática de Sensibilização à Mudança 18


Quem mexeu no meu queijo?
Comeu de quase todos e guardou uns pedaços no bolso para mais tarde e
também quem sabe para dividí-los com seu amigo Hem. Começou a
recuperar as forças.

Entrou no Posto de Queijo com grande entusiasmo, mas, para sua tristeza,
descobriu que estava vazio. Alguém já havia estado ali antes e só havia
deixado uns pedaços pequenos do Novo Queijo.

Percebeu que se tivesse se mexido antes, provavelmente, teria encontrado


ali maior quantidade de queijo.

Haw decidiu voltar para trás e averiguar se Hem estava disposto a


acompanhá-lo.

Enquanto traçava o caminho, deteve-se e escreveu na parede:

Quanto mais rápido


esquecer o Velho
Queijo, mais rápido
encontrará um
Novo Queijo

Depois de algum tempo, Haw acertou o caminho de volta ao Posto de


Queijo C e encontrou Hem. Ofereceu-lhe uns pedaços do Novo Queijo, mas
seu amigo os recusou.

Hem agradeceu com um gesto, mas disse:

- Não acho que vou gostar deste Novo Queijo.

Não estou acostumado a ele. Eu quero que me devolvam meu queijo, e não
vou mudar de atitude até que isso aconteça.

Haw sacudiu a cabeça, decepcionado, e voltou ao labirinto. Enquanto


voltava ao ponto mais distante do labirinto ao qual havia chegado, mesmo
sentindo saudades do seu amigo, gostava do que estava descobrindo.

Antes mesmo de encontrar o que esperava que fosse uma grande reserva
de Queijo Novo, soube que apenas ter Queijo não era o que o tornava feliz.

Prática de Sensibilização à Mudança 19


Quem mexeu no meu queijo?

Sentia-se feliz porque o medo não o dominava e porque gostava do que


estava fazendo naquele momento.

Ciente disso, não se sentiu tão fraco como quando estava sem queijo no
Posto de Queijo C. O simples fato de decidir que não permitiria que o medo
o deixasse paralisado e que tinha tomado uma nova direção dava-lhe
forças.

Nesse momento soube que encontrar o que precisava era só uma questão
de tempo. De fato já tinha encontrado o que procurava.

Sorriu e escreveu na parede:

É mais seguro
procurar no labirinto
do que permanecer
sem Queijo

Haw percebeu outra vez, como já tinha acontecido antes, que o que nos dá
medo nunca é tão ruim como imaginamos. O medo que deixamos crescer
em nossa mente é pior que a situação real.

Tinha sentido tanto medo de não encontrar queijo que nem mesmo tinha se
atrevido a procurá-lo. No entanto, desde que começou a busca tinha
encontrado Queijo suficiente para sobreviver. E esperava encontrar muito
mais. Olhar para frente era excitante.

Sua antiga forma de pensar tinha sido afetada por temores e preocupações.
Antes pensava na possibilidade de não ter bastante queijo ou não tê-lo pelo
tempo necessário. Costumava pensar mais no que poderia dar errado do
que no que poderia dar certo.

Mas isto tinha mudado a partir do momento que deixou o Posto de Queijo
C.

Antes pensava que o Queijo nunca devia ser mexido e que as mudanças
não eram certas.

Prática de Sensibilização à Mudança 20


Quem mexeu no meu queijo?
Agora percebia que era natural que mudanças constantes acontecessem,
sendo ou não esperadas. As mudanças somente poderiam surpreender se
não fossem esperadas e procuradas.

Quando percebeu que suas crenças tinham mudado, fez uma pausa para
escrever na parede:

Quando você muda suas


crenças, também muda o
que faz!

Haw ainda não tinha encontrado nenhum queijo, mas enquanto percorria o
labirinto pensou no que tinha aprendido até então.

Percebeu que as novas crenças estimulavam novas condutas. Estava


comportando-se de maneira muito diferente do que quando voltava dia
após dia para o mesmo Posto de Queijo vazio.

Soube que, quando a sua crença mudou, também tinha mudado sua forma
de agir.

Tudo dependia em que decidisse acreditar. Escreveu de novo na parede:

Quando você acredita


que pode encontrar e
apreciar Novo Queijo,
muda de direção!

Haw soube que, se tivesse aceitado antes a mudança e tivesse saído


rapidamente do Posto de Queijo C, agora estaria muito melhor.

Estaria se sentindo mais forte física e mentalmente e teria enfrentado


melhor o desafio de procurar um Novo Queijo. Na realidade, se tivesse
previsto a mudança, ao invés de perder tempo negando que esta já tinha
acontecido, provavelmente já teria encontrado o que procurava.

Prática de Sensibilização à Mudança 21


Quem mexeu no meu queijo?

Reuniu todas as suas forças e decidiu explorar as partes mais


desconhecidas do labirinto. Encontrou pedaços de Queijo aqui e ali, e
recuperou o ânimo e a confiança em si próprio.

Enquanto lembrava do caminho que já tinha percorrido desde sua partida


do Posto de Queijo C, ficou feliz de ter deixado escrito frases em diversos
lugares. Esperava que estas frases indicassem o caminho a Hem se este
decidisse sair à procura de Queijo.

Parou e escreveu na parede o


que há tempo estava em seu
pensamento:

Notar cedo as pequenas


mudanças, ajudará
adaptar-se às maiores
que ocorrerão!

Nesse momento, Haw já tinha se libertado do passado e estava


adaptando-se ao presente.

Avançou pelo labirinto com mais entusiasmo e velocidade. E logo depois, o


que estava esperando aconteceu.

Quando teve a sensação de ter passado no labirinto toda a sua vida; sua
jornada terminou rápida e alegremente

Encontrou um Novo Queijo no Posto de Queijo N!

Quando entrou, ficou incrédulo diante do que via à sua frente.

Em altas pilhas por toda a parte estava o maior estoque de Queijo que já
encontrará. Não reconheceu todos os tipos de queijos, pois alguns eram
totalmente desconhecidos para ele.

Por uns momentos perguntou-se se aquilo era real ou somente fruto de sua
imaginação, mas de repente viu Sniff e Scurry.

Prática de Sensibilização à Mudança 22


Quem mexeu no meu queijo?

Sniff deu-lhe as boas-vindas com um movimento de cabeça, e Scurry


cumprimentou-o com a pata. Suas barriguinhas avantajadas indicavam que
estavam ali há muito tempo.

Haw devolveu a saudação e rapidamente pôs-se a devorar seus queijos


favoritos. Tirou os seus sapatos e sua camiseta e dobrou-a cuidadosamente,
deixando-a a seu lado para quando precisasse novamente dela. Quando já
tinha comido até não poder mais, pegou um pedaço do novo queijo e
levantou-o em sinal de brinde.

- Viva à Mudança!

Enquanto saboreava o Novo Queijo, Haw pensou em tudo o que aprendera.

Percebeu que, enquanto tinha sentido medo da mudança, tinha ficado preso
à ilusão do Velho Queijo, que já não existia.

O que o tinha feito mudar? Será que tinha sido o medo de morrer de fome?

“Bem, isso também ajudou “, disse Haw.

Então pôs-se a rir e percebeu que tinha começado a mudar quando


aprendeu a rir de si mesmo e da sua forma errada de agir. Percebeu que a
maneira mais rápida de mudar é rir da própria insensatez. Então, você pode
se libertar e seguir rapidamente em frente.

Percebeu que tinha aprendido algo muito útil com Sniff e Scurry, seus
amigos ratos, sobre o fato de avançar. Os ratos tinham uma vida simples.
Não analisavam em excesso nem complicavam demais as coisas. Quando a
situação mudou e o Queijo se mexeu, eles fizeram o mesmo. Haw prometeu
não esquecer disso. Então utilizou seu maravilhoso cérebro para fazer algo
que os duendes podem fazer melhor que os ratos. Refletiu sobre os erros
cometidos no passado e os utilizou para traçar um plano para seu futuro.
Percebeu que é possível aprender a conviver com a mudança.

É preciso ser mais consciente da necessidade de manter as coisas simples,


ser mais flexível e movimentar-se mais depressa.

Prática de Sensibilização à Mudança 23


Quem mexeu no meu queijo?

Não adianta nada complicar as coisas ou confundir a si mesmo com crenças


que provocam medo.

Se a gente percebe quando começam a ocorrer as pequenas mudanças,


então estamos mais preparados para a grande mudança que cedo ou tarde
acaba por vir.

Haw percebeu que era necessário adaptar-se depressa, porque do contrário,


talvez nunca pudesse adaptar-se.

Teve que admitir que o maior empecilho das mudanças, está dentro da
gente e que as coisas não melhoram enquanto a gente não muda.

Mas o mais importante de tudo era que, quando ao ficar sem o Velho
Queijo, em outro lugar sempre haveria um Novo Queijo, ainda que no
momento da perda não fosse possível vê-lo. E deixando para trás os medos
seria possível alcançar o Novo Queijo mais rápido, desfrutando a aventura
da busca.

Percebeu que o medo é algo que a gente deve respeitar, já que nos afasta
do perigo verdadeiro, mas também percebeu que quase todos seus medos
eram irracionais e que tinham-no afastado da mudança, quando o que
realmente necessitava era mudar.

Quando aconteceu a mudança, não gostou, mas agora compreendia que


tinha sido uma benção, já que tinha feito com que encontrasse um Queijo
melhor.

Incluso tinha encontrado uma parte melhor de si mesmo.

Em quanto Haw revisava o que tinha aprendido, lembrou-se de seu amigo


Hem. Perguntou-se se tinha lido algumas das frases que havia escrito nas
paredes do Posto de Queijo C e do labirinto.

Teria decidido libertar-se do medo e sair do Posto de Queijo? Teria entrado


no labirinto e descoberto que sua vida poderia ser melhor?

Prática de Sensibilização à Mudança 24


Quem mexeu no meu queijo?
Haw pensou na possibilidade de voltar para o Posto de Queijo C e tentar
achar Hem, supondo encontrar o caminho de volta. E encontrando seu
amigo, talvez pudesse mostra-lhe a maneira de sair do problema. Mas
depois lembrou que já tinha tentado fazer seu amigo mudar.

Hem precisava encontrar seu próprio caminho, prescindindo das


comodidades e deixando os medos para atrás. Ninguém poderia fazê-lo por
ele, nem convencê-lo a mudar. De uma forma ou de outra, tinha que
perceber por si mesmo as vantagens de mudar.

Haw sabia que tinha deixado um bom rastro pelo caminho para que Hem o
seguisse. A única coisa que ele tinha a fazer era ler as frases escritas na
parede.

Foi até a maior parede do Posto de Queijo N e escreveu um resumo de todo


o que tinha aprendido. Em seguida, desenhou um grande pedaço de queijo
em volta de todos os pensamentos que para estavam bem claros, e sorriu
ao ver o conjunto.

Haw deu-se conta quão longe tinha chegado desde que partira do Posto de
Queijo C onde havia deixado Hem, e percebeu que seria fácil cometer o
mesmo erro se não ficasse alerta. Por tanto, todos os dias inspecionava o
Posto de Queijo N para saber em que estado se encontrava o queijo. Faria
todo o possível para impedir que a mudança o surpreendesse.

Ainda tinha muito queijo, mas Haw voltava com freqüência para o labirinto
e explorava novas áreas para saber o que acontecia a sua volta. Percebia
que era mais seguro conhecer todas as possibilidades reais do que isolar-se
em sua área segura e confortável.

De repente pensou ter ouvido passos no labirinto. Os passos eram cada vez
mais altos, percebeu então que alguém se aproximava.

Seria Hem? Será que ele ia aparecer na esquina?

Haw fez uma prece e esperou, como tantas vezes tinha feito que seu amigo
finalmente tivesse sido capaz de …

MEXA-SE COM O QUEIJO E DESFRUTE -O

Prática de Sensibilização à Mudança 25


Quem mexeu no meu queijo?

Escreva nesta página o que mais chamou sua atenção no conto.

Prática de Sensibilização à Mudança 26

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