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Ouro Preto, MG
2023
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Ouro Preto, MG
2023
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu pai, minha mãe e minha irmã, os quais sem seus suportes não seria
possível cursar minha graduação.
RESUMO
ABSTRACT
This present work offers some reflections and suggestions for the development of a
teaching and learning method for the electric guitar that is more comprehensive and
holistic. The text provides a brief history of the evolution of the electric guitar, its
construction designs, the development of its various musical languages, as well as a
brief review of some parameters in music education, in order to better understand the
pedagogical processes that guide this instrument. The reflections and suggestions put
forth by this author regarding music education through the electric guitar are based on
the C(L)A(S)P model, authored by the British researcher Keith Swanwick. The
intention is to point out possibilities for constructing pedagogical approaches that
encompass the essential activities of musical behavior, composition, appreciation, and
performance.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................9
CONCLUSÃO................................................................................................................44
REFERÊNCIAS............................................................................................................47
9
INTRODUÇÃO
Esse tema se faz importante pelo fato de que a guitarra ao longo de seu
desenvolvimento no século XX se tornou um dos instrumentos mais populares
ocupando espaço em diversos gêneros da música popular, atingindo maior
protagonismo e difusão de sua imagem principalmente no Rock. Um exemplo da
tamanha influência do instrumento reside no fato de que a guitarra elétrica é atualmente
um dos instrumentos mais procurados por aprendizes iniciantes de música
(PAARMANN, 2016). No entanto, mesmo com toda relevância a guitarra ainda conta
com pouca reflexão e propostas de métodos para seu ensino, o que se revela paradoxal,
pois muitos dos estudantes de música iniciam e iniciaram seu contato com música
através deste instrumento.
Antes de discutir e propor ideias para um ensino mais abrangente para a guitarra
elétrica, achamos necessário fazer, inicialmente, um breve apanhando histórico sobre
esse instrumento e o processo educacional. No primeiro capítulo descrevemos a história
da guitarra elétrica ao longo do século XX, contemplando a motivação do seu
desenvolvimento, os tipos de projetos, principais modelos e sujeitos envolvidos. Para
além da parte do desenvolvimento físico do instrumento, abordamos também a jornada
10
A história da guitarra elétrica tem seu marco inicial no início do século XX. O
violão acústico com cordas de aço começou a se popularizar nas duas primeiras décadas
do século passado, sendo o Blues o principal gênero musical praticado no instrumento
até então. Se levarmos em conta o volume desses modelos de violão, percebemos
que, comparado aos demais instrumentos em voga neste determinado gênero
musical da época, existia um desequilíbrio quanto à produção sonora e a atuação desse
instrumento nas bandas da época. O violão com sua caixa de ressonância pequena, tinha
pouco volume se comparado a instrumentos de sopro, piano, instrumentos de cordas
friccionadas, entre outros. Porém, com a popularização do instrumento, sua entrada na
indústria fonográfica e os mais variados avanços tecnológicos do início do século XX,
uma série de projetos de amplificação e captação começaram a aparecer no intuito de
sanar o problema da baixa produção sonora dos violões.
Uma das primeiras soluções foi a criação dos violões resonators, que
possuíam cones que irradiavam som a partir da vibração vinda direto do
cavalete, de maneira similar a um gramofone, cujos primeiros exemplares
foram produzidos em 1927 em uma colaboração de George Beauchamp, Jonh
Depyera e Adolph Rickenbacker. (ZACZÉSKI et al., 2018, p. 8 apud
PAULA 2022, p. 16)
12
Fonte: Mätes, Resonator Style0, 2007. Licenciado sob (CC BY-SA 3.0), via Wikimedia Commons1.
Outro projeto desenvolvido foi a guitarra cujo modelo ficou conhecido como
Archtop, instrumentos que tinham mais semelhança com o violão de aço se comparados
aos resonators. Tinham um grande corpo oco com cortes em formatos de ‘f” no tampo,
iguais aos existentes em instrumentos de cordas friccionadas. Entretanto, esses
instrumentos ainda possuíam menos volume quando comparados aos outros
instrumentos das big bands de jazz e blues.
1
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Resonator_Style0.jpg?uselang=pt-br#filelinks.
Acesso em: 1 de agosto de 2023.
13
Fonte: Hrpm, H Roberts Gibson 1936 L5-17, 1936. Licenciado sob (CC-BY-SA-4.0), via Wikimedia
Commons2.
2
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:H_Roberts_Gibson_1936_L5-17.jpg?
uselang=pt-br#file. Acesso em: 1 de agosto de 2023.
3
O modelo lap-steel é também conhecido como steel-guitar, conta com seis cordas e pertence à família
das guitarras elétricas. Esse instrumento é muito utilizado na música havaiana mas também em gêneros
como o Blues, Country e Bluegras.
14
[...]Uma das principais figuras em seu projeto foi Adolph Rickenbacker, que
havia sido contratado para fabricar componentes metálicos para os violões
"Dobro", da National. Na National ele conheceu George Beauchamp e Paul
Barth, que trabalhavam no princípio do captador magnético. Juntos criaram a
Electro String Company e, em 1931, produziram as primeiras guitarras
havaianas elétricas - A·22 (que ficou conhecida corno " frigideira" ou
panqueca") e A-25. Os números 22 e 25 se referem ao comprimento de
escala, em polegadas ... (DANYER, 1983, p. 42 apud SOUZA, 2002, p. 36)
4
Disponível em: https://www.electricherald.com/history-first-electric-guitar/. Acesso em: 1 de agosto de
2023.
5
Microfonia é um termo popular para se referir a um fenômeno de realimentação. Nos instrumentos com
caixa acústica dotados de captadores, o som gerado pela vibração das cordas que está ressoando dentro da
caixa, retorna ao captador gerando um ruído semelhante a um apito.
15
Dez anos após a apresentação deste projeto, o famoso modelo Les Paul foi criado, sendo
produzido e comercializado pela Gibson. Sobre este processo, Neigmar de Souza
escreve:
Foi acreditando neste conceito que Les PauL criou em 1941 o protótipo do
que poderia ser a primeira guitarra de corpo sólido do mundo que batizou de
log (tronco, lenho). Ele persuadiu a Epiphone (empresa concorrente da
Gibson na fabricação de violões elétricos na década de 1940 até ser comprada
pela mesma Gibson em 1957) a permitir que usasse suas oficinas aos
domingos. " Ali ele construiu sua célebre guitarra "Iog" (tora), a respeito da
qual disse mais tarde: “Podia-se sair para comer e ao voltar a nota ainda
soava. Não soava como um banjo ou um bandolim, mas como uma guitarra,
uma guitarra elétrica ". 9 O protótipo foi levado posteriormente para a Gibson
porém o projeto causou risos entre os diretores que o arquivaram, realizado
somente 10 anos depois e lançado no mercado em 1952 com um belo
acabamento dourado. O pequeno projeto transformou-se em um instrumento
quase místico para muitos músicos, foi assim que nasceu em 1951 a Gibson
Les Paul. (SOUZA, 2002, p. 37)
6
Disponível em: https://guitarload.com.br/2020/03/21/guitarra-les-paul-curiosidades/. Acesso em: 1 de
agosto de 2023.
7
Disponível em: https://guitarload.com.br/2020/03/21/guitarra-les-paul-curiosidades/. Acesso em: 1 de
agosto de 2023
16
Por volta de 1948, Léo Fender começou a trabalhar no design daquilo que seria
o primeiro modelo de guitarra lançado pela Fender. Este modelo foi inicialmente
chamado de Esquire, em seguida de Broadcaster e, finalmente, intitulado de Telecaster.
Léo Fender convivia com as recorrentes reclamações dos músicos com relação a
microfonia, o que seria resolvido com a construção de um instrumento de corpo sólido.
Este primeiro modelo da marca também solucionou outro problema, de ordem
econômica. Sendo uma opção de baixo custo, a Telecaster atendeu a clientela do Blues
e do Country, músicos que não podiam adquirir os sofisticados instrumentos da Gibson,
geralmente usados por músicos de jazz e big-bands. O sucesso do modelo Fender
Telecaster foi tamanho que fez com que os diretores da Gibson sentissem a necessidade
de adicionar um novo produto a sua linha. Diante desta demanda, os diretores da Gibson
lembraram que tinham arquivado um projeto com as mesmas características que aquele
idealizado por Fender. Diante dessa demanda, o protótipo Log dá vida ao modelo “Les
Paul”, sendo comercializado a partir de 1952.
8
Termo utilizado para se referir a configurações de equipamentos.
17
9
Disponível em: https://www.fender.com/en/electric-guitars/telecaster/american-vintage-ii-1951-
telecaster/0110312850.html. Acesso em: 1 de agosto de 2023.
10
Disponível em: https://www.fender.com/en/player-stratocaster-left-handed/0144512509.html. Acesso
em: 1 de agosto de 2023.
18
falar de um músico que se apresentava como Benedito Chaves e seu violão Elétrico,
este artista utilizava um violão que continha só um captador elétrico. Dodô que também
era eletrotécnico conseguiu um diagrama técnico deste captador, passou a construí-lo e
instalar em instrumentos com caixa acústica. Mas, estes instrumentos apresentavam o
problemas da microfonia, então Osmar percebeu que tapando a boca do instrumento se
resolvia o problema e decidiu construir um instrumento maciço, com o um braço de
cavaquinho e um corpo de um pedaço de madeira maciça com um captador parafusado,
nascia o Pau Elétrico. Em 1950, com este instrumento em mãos, Dodô e Osmar,
resolveram tocar em cima de um carro utilizando a energia do veículo, a partir daí
começou a história dos trios elétricos no Brasil. O Pau Elétrico mais tarde foi
popularizado por Armandinho Macêdo (filho de Osmar e renomado guitarrista)
contando com algumas modificações, componentes das guitarras americanas e com o
nome de Guitarra Baiana.
Na segunda metade dos anos 50, nos salões de festas dos Estados Unidos, de
repente deixou-se de estalar os dedos para atirar a parceira na direção do teto
do salão ou sacudir a cabeça até o torcicolo. Era um novo ritmo que Alan
Freed, um disc-jóquei de Cleveland, Ohio, percebeu na música negra e que
daria um bom filão mercadológico consumível pelo branco, desde que
trocasse o nome de rhythm n’ blues, demasiadamente negro, por algo mais
branco, nascia ali o rock n' roll união de duas gírias de conotação sexual[...]
(SOUZA, 2002, p. 41).
Um advento que foi muito importante na gênese do novo gênero Rock N’ Roll,
foi a descoberta da saturação harmônica gerada pelos amplificadores. Essas
possibilidades destes equipamentos, resultaram no timbre distorcido, emblemático e
característico da guitarra Rock.
A passar dos anos, a busca por novas sonoridades na guitarra elétrica continuou
desencadeando na experimentação e desenvolvimento de novos ferramentais para o som
do instrumento, efeitos de pedais, novos amplificadores e novos aparatos para guitarras
e projetos dos instrumentos. Consequentemente, novos músicos foram explorando as
diversas possibilidades e combinações entre os equipamentos na busca de construir seu
próprio estilo no instrumento.
específico que a guitarra elétrica desenvolveu e consolidou grande parte de sua trajetória
pedagógica, muito dela calcada no ensino informal e no autodidatismo. Para nos
aprofundarmos um pouco mais nesses processos, apresentaremos no próximo capítulo
uma análise acerca da polarização entre ensino formal e informal, discorrendo sobre as
formas com que a guitarra elétrica se relacionou e se relaciona com ambos universos.
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No decorrer das décadas de 1980 e 1990 houve, em diversos países, uma larga
produção de estudos na área da educação musical, muitos deles sobre a implementação
das práticas de aprendizagem musical não escolares no ambiente escolar (FERREIRA;
VIEIRA, 2013). O ensino musical formal tradicionalmente foca no estudo do repertório
da música ocidental europeia de tradição escrita, acontecendo, na grande maioria dos
casos, em conservatórios, escolas e universidades.
Antes de aprofundarmos mais acerca dessas questões, vale a pena discutir sobre
o conceito de “educação musical”. Para Margarete Arroyo, importante autora de textos
relacionados à educação musical, a definição de educação musical é ampla e abarca o
ensino e aprendizagem de música em todas as situações e ambientes:
Sobre o termo informal, Arroyo diz que o mesmo pode ser encontrado como
não-formal e está relacionado a educação musical não escolar e a aprendizagem que
ocorre em situações cotidianas e nas culturas populares. Para a autora, os termos não
25
[...]A autora coloca, ainda, que podem ser considerados não somente os
sistemas regulamentados, mas também as práticas que ocorrem no contexto
da cultura popular, pois estudos já realizados revelaram que existem
formalidades características dessas práticas (Arroyo, 2000; Müller, 2000;
Prass,1998). (WILLE, 2005, p. 40).
Além desses três tipos de envolvimento citados por Green, a autora ainda
apresenta cinco características da aprendizagem musical informal que geralmente
compreendem o processo pedagógico dos músicos populares. São elas: 1 - Aprender
com amigos; 2 - Aprendizagem atarefada; 3 - Centrada na pessoa; 4 - Sem orientação
estruturada; 5 - Integrando audição, performance, improvisação e composição em todos
os aspectos do processo de aprendizagem (FERREIRA; VIEIRA, 2013).
A educação musical, nas suas mais variadas vertentes, apresenta toda uma série
de princípios que são analisados pormenorizadamente na obra de Keith Swanwick. Este
pesquisador e educador musical propôs uma teoria sobre o desenvolvimento musical de
crianças e adolescentes, além de investigar diferentes maneiras de aprender e ensinar
música. Sobre o pensamento desse educador, Ferreira e Vieira apontam:
Por outro lado, tanto Edwin Gordon como Lucy Green, ainda que sob óticas
diferentes, defendem a coexistência de um ensino formal de educação
musical em conjunto com um ensino informal. Evidenciam os benefícios das
práticas musicais informais, e apelam mesmo à necessidade de as integrar no
processo de educação musical formal. (FERREIRA; VIEIRA, 2013, p. 92)
É importante ressaltar que não consideramos que todo tipo de ensino informal
praticado através da guitarra elétrica é desprovido de teoria musical e outros
conhecimentos musicais além do aspecto mecânico. Nesta mesma dissertação de
Paarmann é possível encontrar relatos de estudantes que foram contemplados com
conhecimentos de teoria musical em aulas particulares de guitarra. No entanto, não
exclui a existência de lacunas apontadas também em vários outros textos sobre o ensino
do instrumento.
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Dentre os aspectos que devem ser melhorados e que são apontados nos trabalhos
produzidos acerca do ensino e aprendizagem da guitarra, pode-se observar por vezes um
foco no desempenho técnico mecânico em detrimento de outros conhecimentos que são
necessários para uma formação musical mais abrangente e completa de todo estudante
de música. Como exemplo do foco demasiado na técnica mecânica um entrevistado da
dissertação de Paarmann, deixa seu relato:
A autora ainda chama a atenção para os riscos de empreender atividades musicais para
os alunos, nas quais o nível técnico se revele superior àqueles apresentados pelos
estudantes. Tal processo pode diminuir o nível de compreensão musical dos discentes.
Diante de tais desafios abordados, nossa pretensão é sugerir ideias para o ensino
e aprendizagem da guitarra elétrica, onde possamos aproximar os estudantes de uma
aprendizagem musical mais holística. Para isto, nos basearemos no modelo C(L)A(S)P,
de Keith Swanwick, modelo este que compreende os níveis do desenvolvimento
musical.
Swanwick em sua obra propõe uma educação musical que contemple atividades
de envolvimento ativo com a música e que são a essência do comportamento musical.
Este autor desenvolveu o modelo C(L)A(S)P em “A Basis for Music Education” (1979).
O modelo é uma teoria expressa em formato gráfico, em que o autor representa as
atividades musicais que devem ser contextualizadas na aprendizagem de um estudante
de música.
[...] Mas desde que os alunos estejam engajados com o propósito de articular
e comunicar seu pensamento em formas sonoras, organizando padrões e
gerando novas estruturas dentro de um período de tempo, o produto
resultante deve ser considerado como uma composição – independentemente
de julgamentos de valor. Essas peças são expressões legítimas de sua vida
intelectual e afetiva (FRANÇA; SWANWICK, 2002, p. 11).
McMurray (apud Reimer 1996, p. 78) afirma que seria uma tragédia se toda a
experiência estética das pessoas fosse limitada àquilo que elas fossem
capazes de tocar satisfatoriamente; a maior parte da nossa herança musical só
será vivenciada através da apreciação – mesmo no caso de um músico
fluente: por maior que seja o seu repertório, este ainda representa uma
pequena parcela de tudo o que foi composto através dos tempos e lugares, e
para as mais variadas formações instrumentais (FRANÇA; SWANWICK,
2002, p. 12-13).
Nesse sentido, espera-se que um estudante de música tenha incluso na sua rotina
a prática da apreciação musical. Porém, para que o docente possa participar de maneira
mais direta, direcionando ao aluno uma interseção das modalidades da aprendizagem
musical, torna-se importante a associação da apreciação musical com o que Swanwick
chama de “estudos acadêmicos”. É interessante que o estudante tenha exemplos de
composições em que ele possa vislumbrar determinado material musical em uma
situação real, podendo ser escalas, tipos de compassos ou mesmo ornamentos. Isso pode
contribuir para uma apropriação do elemento mais rápida.
Outro aspecto que a apreciação pode muito colaborar reside no timbre, assunto
de extrema importância para todos os instrumentistas. Os horizontes timbrísticos da
guitarra elétrica são um universo a parte, considerando a imensa gama de
amplificadores, pedais de efeito e outros equipamentos que foram e são criados no
âmbito tecnológico que circunda este instrumento.
O que se deve cuidar é para que a performance não se sobressaia muito como
única modalidade do desenvolvimento musical em detrimento das outras.
Principalmente se o guitarrista tiver objetivos profissionais ele deve se dedicar em
atividades que envolvam criação, apreciação, estudos acadêmicos, dentre outras. Nessa
linha Reimer afirma que “há muito mais para se ganhar em termos de compreensão
musical, aprendizado, experiência, valor, satisfação, crescimento, prazer e significado
musical do que a performance sozinha pode oferecer” (REIMER 1996, p. 75 apud
FRANÇA; SWANWICK, 2002, p. 8)
Outro risco é o de se ter uma prática da performance sem sentido musical, isso
pode ocorrer por se priorizar a destreza técnica em detrimento da expressão e
interpretação por exemplo, e ainda pela não observação do nível técnico do repertório.
Uma música que apresenta uma dificuldade de execução muito além do domínio do
estudante pode lhe tirar espaço para uma exploração expressiva, caracterização
estilística, inserção de sua personalidade entre outros aspectos. De certo devemos buscar
o desenvolvimento técnico e podemos contar com repertórios que ofereçam desafio s
para isso, mas é interessante que paralelamente o estudante procure obras que execute
confortavelmente para a abordagem dos aspectos citados acima.
Para a modalidade “Literarure Studies” representada pela letra (L), além sua
relação com as modalidades composição, apreciação e performance, como foi sugerido
exemplos para o ensino e aprendizagem da guitarra elétrica anteriormente, sugeriremos
também atividades para o trabalho da percepção musical.
11
Técnica em que se desliza um dedo sobre a corda de um ponto ao outro, para atingir uma determinada
nota.
12
Técnica muito utilizada na guitarra elétrica que consiste no movimento de levantar uma corda para
atingir uma nota mais aguda.
43
uma iniciação ao estudo do instrumento muito regada de assuntos teóricos pode ser
desmotivador e contraria suas expectativas. Nesse sentido indicamos que o início seja
mais voltado a aprendizagem de um repertório familiar ao estudante o que entra em
consonância com o primeiro nível intitulado “Sensorial e Manipulativo” do Modelo
Espiral de Desenvolvimento Musical13, criado por Swanwick e Tillman.
13
“O Modelo Espiral descreve o desenrolar da consciência em relação aos elementos do discurso musical:
Materiais Sonoros, Caracterização Expressiva, Forma e Valor.” (FRANÇA, 2000, p.53)
45
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRITO, Agnes Lázaro Santos de. O ensino da técnica da Guitarra Elétrica nas
instituições de ensino superior públicas do Brasil. Universidade Estadual De Montes
Claros, 2019.
KIMIZUKA, Yuri Behr; MARTINS, André Lopes; BARBOSA, Paulo Assis. Do “pau-
elétrico” à guitarra baiana: o uso da saturação na música popular brasileira. In: XXVII
Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música.
Campinas. 2017.
NUNES, Leonardo de Assis. Composição de Microcanções CDG no PROLICENMUS
– uma Discussão sobre o Confronto entre Respostas por Antecipação e Liberdade para
Criar. 138 fl. 2015. Dissertação (Mestrado) – Escola de Música, Universidade Federal
da Bahia, Salvador, 2015.