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No artigo em questão, os autores destacam que a produção de tangerina em

Pernambuco é um exemplo de como as atividades agrícolas podem impulsionar a


especialização produtiva nas cidades próximas. Além disso, os autores observam que a
especialização produtiva não se restringe à cidade, mas também ocorre no campo, com a
adoção de práticas agrícolas mais intensivas e tecnificadas para aumentar a
produtividade e a qualidade da tangerina produzida. Eles.
Dessa forma, os autores destacam que a análise da relação campo-cidade é fundamental
para entender as transformações decorrentes da produção de tangerina em Pernambuco
e como essa atividade tem impulsionado a especialização produtiva na região.

** INT
O cultivo da tangerina tem ganhado destaque na agricultura brasileira nas últimas
décadas, especialmente em regiões do Nordeste e Sudeste do país. que passam a se
dedicar principalmente ao processamento e comercialização da fruta. Nesse sentido, o
estudo de caso realizado por Silva e Silva (2018) em Pernambuco apresenta uma análise
das transformações no campo e na cidade decorrentes da produção de tangerina, com
foco na especialização produtiva da cidade de Matão para atender as demandas dos
produtores rurais da região. A pesquisa evidencia a complexidade das relações entre o
campo e a cidade na produção de tangerina, bem como a importância de políticas
públicas adequadas para garantir a sustentabilidade da atividade agrícola e a geração de
renda para os produtores e trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva da fruta.

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A produção de tangerina está associada a uma rede complexa de atores, que envolve
produtores, intermediários e consumidores finais, e que apresenta dinâmicas próprias de
produção e comercialização.

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Além disso, a especialização produtiva em uma única cultura pode tornar a economia
regional vulnerável a flutuações no mercado.

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destacando a dinâmica territorial e os fluxos comerciais que ocorrem entre produtores
rurais e consumidores urbanos. Os autores apresentam dados sobre a produção de
tangerina nos estados da Bahia, Pernambuco e Sergipe, bem como a importância da
fruticultura para a economia da região.

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Para alcançar esse objetivo, os autores realizaram uma análise da produção de tangerina na
região Nordeste do Brasil, com base em dados secundários de fontes oficiais e em entrevistas
com produtores rurais e intermediários. Eles também usaram técnicas de análise de rede para
investigar os fluxos comerciais da produção de tangerina na região.
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No entanto, a produção ainda é fragmentada e dispersa geograficamente, o que gera
dificuldades para o escoamento da produção e para a obtenção de preços melhores pelos
produtores rurais. Por isso a concentração em locos

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O estudo examina as tensões entre as práticas agrícolas capitalistas e a agricultura familiar,
destacando como essas tensões afetam a produção de tangerina no município. A pesquisa
utiliza uma abordagem metodológica mista que inclui entrevistas com agricultores familiares,
proprietários de terras e representantes governamentais, bem como análises de dados
quantitativos e qualitativos.

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Além disso, a produção de tangerina em alguns municípios brasileiros tem enfrentado desafios
específicos, como conflitos de uso da terra, problemas de acesso a insumos e sementes de
qualidade, dificuldades de comercialização e falta de incentivos para a produção de alimentos
saudáveis e sustentáveis. Esses desafios têm afetado a qualidade de vida dos agricultores
familiares e a sustentabilidade da produção agrícola em alguns municípios.

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De acordo com Harvey (2005), a produção agrícola é um componente fundamental do
processo de urbanização e desenvolvimento econômico. À medida que a produção agrícola
evolui e se diversifica, há uma série de mudanças que afetam o uso do território, incluindo o
aumento da produtividade, a especialização da produção e a concentração da terra em poucas
mãos. Como resultado, os agricultores precisam se adaptar a novas demandas de mercado e
tecnologias, muitas vezes em detrimento de sua autonomia e sustentabilidade.

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Como aponta Santos (1996), o processo de concentração de terras e poder nas mãos de
grandes produtores agrícolas, como aponta Abramovay (2002), que argumenta que a
diversificação da produção agrícola é uma estratégia importante para a sustentabilidade das
atividades rurais. A citricultura pode oferecer novas oportunidades de mercado, bem como um
maior grau de estabilidade econômica, o que pode permitir aos agricultores familiares uma
maior autonomia em relação às demandas do mercado.

** indentidades
Em relação à dinâmica entre campo e cidade, a mudança na produção agrícola pode afetar a
relação entre as duas esferas, tanto em termos econômicos quanto culturais. Como aponta
Haesbaert (2007), as atividades agrícolas são fundamentais para a construção e manutenção
de identidades rurais e urbanas, e mudanças significativas na produção agrícola podem afetar a
forma como essas identidades são construídas e mantidas.

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A expansão da produção de citrus tem sido um importante fator de mudança no campo
brasileiro nas últimas décadas e tem impactado diretamente a economia regional.
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Além disso, o aumento da produção de citrus também tem influenciado a dinâmica de outros
setores econômicos, como o transporte e a indústria de insumos agrícolas, que se
desenvolveram para atender à demanda gerada pelo cultivo da fruta.

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Segundo Coutinho et al. (2018), a produção de bergamota na região Sul do Brasil tem se
destacado como uma alternativa rentável para os produtores rurais, além de ser um produto
de grande aceitação no mercado nacional e internacional. Já a produção de ponkan tem
crescido especialmente no estado de São Paulo, onde se destaca como uma opção de cultivo
rentável para pequenos e médios produtores (Pazeto et al., 2016).

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Essa diversificação econômica pode ser compreendida como uma estratégia dos agricultores
familiares para se adaptarem às mudanças na demanda do mercado e na dinâmica da
produção agrícola. Conforme destaca Swyngedouw (2010), a dinâmica do capitalismo agrícola
globalizado é caracterizada pela imposição de novas formas de produção e consumo, que
exigem uma maior flexibilidade e adaptação por parte dos produtores rurais.

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O aumento da produção de tangerina pode gerar mudanças significativas no espaço rural, bem
como no urbano. A produção em larga escala pode alterar a paisagem, transformando as áreas
rurais em extensas plantações, impactando diretamente na territorialidade e na identidade dos
agricultores familiares. Segundo Souza (2015), "a paisagem é um patrimônio, um recurso que
pode ser explorado para fins turísticos e culturais, além de ter uma função ambiental e social
importante para a comunidade".

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No entanto, as mudanças na produção agrícola também podem gerar contradições e


conflitos entre os diferentes atores envolvidos. Segundo Fernandes (2000), "as relações
sociais no campo são marcadas por conflitos de interesse, que refletem a luta por acesso
e controle dos recursos naturais e dos meios de produção". A expansão da produção de
tangerina pode gerar conflitos entre os agricultores familiares e os médios e grandes
produtores, que possuem maior poder financeiro e político.

Diante dessas mudanças, é importante pensar em políticas públicas que valorizem a


produção agrícola familiar e promovam a sustentabilidade ambiental e social do
território. É preciso garantir o acesso aos recursos naturais e tecnologias, além de
fomentar a criação de redes de cooperação entre os diferentes atores envolvidos na
produção agrícola, para que a expansão da produção de tangerina possa ocorrer de
forma equilibrada e justa.
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Com a realização da pesquisa, foi possível identificar um aumento significativo na área
plantada entre 2016 e 2017, o que levou Campanha a se tornar o maior produtor
nacional em 2018. Além disso, há indícios de que a produção de café vem sendo
substituída pela tangerina nos últimos anos. Essa especialização produtiva desencadeou
uma refuncionalização do setor de serviços, principalmente os relacionados ao setor
agropecuário, mas também gera contradições entre os modos de produção da agricultura
familiar e os demais produtores patronais.

Para alcançar esses objetivos, a pesquisa adotou uma abordagem quantitativa e


qualitativa elaborada através de pesquisas bibliográficas acerca de conceitos chaves,
coleta de dados, entrevista e questionário com os diferentes atores envolvidos na cadeia
produtiva. Além da análise de dados espaciais, utilizando softwares específicos de SIG.

Existe uma tendência de especialização para acompanhar o ritmo da produção,


determinada pela competição entre cidades em diversas escalas (JUNIOR, 2010).
Alguns requisitos incluem espaço, mão de obra, oferta de insumos e implementos, a
existência de fixos com a capacidade de distribuição dos fluxos, eventos técnico-
científicos, entre outros (SANTOS, 2000).

A escolha de Campanha como polo produtor de tangerina está relacionada a fatores


locacionais e infraestruturais que favorecem o desenvolvimento da cultura. Do ponto de
vista locacional, Campanha possui um clima subtropical úmido, com temperaturas
amenas e chuvas bem distribuídas ao longo do ano, que são ideais para o crescimento e
a qualidade dos frutos. Além disso, o município possui um relevo ondulado, com solos
profundos e férteis, que facilitam o manejo e a drenagem da água. A altitude média de
Campanha é de 927 metros acima do nível do mar, o que confere à região uma boa
incidência solar e uma amplitude térmica favorável à floração e à frutificação da
tangerina.

Do ponto de vista infraestrutural, Campanha conta com uma rede viária que facilita o
escoamento da produção e o acesso aos mercados consumidores. O município é cortado
pelas rodovias federais BR-381 e BR-267, que ligam o Sul de Minas às principais
regiões metropolitanas do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Essas
rodovias também permitem a integração com outros estados produtores de tangerina,
como Paraná, São Paulo e Bahia, possibilitando a troca de experiências e tecnologias
entre os fruticultores. Além disso, Campanha possui uma estrutura de armazenamento e
beneficiamento da fruta, que garante a qualidade e a segurança sanitária do produto
final.

Portanto, pode-se afirmar que Campanha é um município privilegiado para a produção


de tangerina no Brasil, pois reúne condições locacionais e infraestruturais favoráveis ao
desenvolvimento da cultura. A tangerina é uma fonte de renda e de desenvolvimento
para o município, que se destaca pela qualidade e pela quantidade dos frutos
produzidos.

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