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12
ISSN: 2177-0247
Neste número:
Análise de tiroteio e letalidade por facções criminosas a partir dos dados do Disque Denúncia
[Afonso Borges e Jonas Pacheco]
Inteligência criminal para redução de delitos: o caso dos roubos de carga no estado do Rio de Janeiro
[Marcos Roberto Ribeiro da Costa, William Fonseca Pamplona Figueiredo, Isaque Regis
Ouverney e Leonardo Tavares Ribeiro]
E sta 12ª edição da Revista Cadernos de Segurança Pública traz como tema
Atividades de Inteligência e Segurança Pública. E para tal, uma inovação: nossa
edição feita em parceria com a Escola de Inteligência de Segurança Pública do
Estado do Rio de Janeiro (ESISPERJ), vinculada à Subsecretaria de Inteligência
(SSINTE) da Secretaria de Estado de Polícia Civil, algo inédito nos mais de dez
anos da Cadernos.
Para esta edição registramos recorde do número de trabalhos inscritos,
o que fez o trabalho de escolha dos artigos, por parte dos pareceristas e do
conselho editorial, ainda mais árduo. Além disso, as inscrições vieram de todos
as regiões do Brasil, o que comprovou que a parceria realizada para esta ocasião
rendeu ótimos frutos e ampliou nosso alcance. Após análise cuidadosa de cada
proposta, chegamos, juntos, a esta edição, onde pudemos encartar os sete artigos
mais relevantes.
Assim, trazemos nesta edição artigos explorando diferentes aspectos das
atividades de inteligência, com discussões sobre seus limites e possibilidades
na segurança pública, passando por exemplos de experiências conduzidas pelas
polícias Civil e Militar nesta temática, além de outros discutindo a interface
entre tais atividades e aquelas relativas à análise criminal.
No primeiro artigo desta edição, Hélio Hiroshi Hamada e Renato Pires
Moreira, ambos da Polícia Militar de Minas Gerais, trazem sua contribuição
discutindo como a inteligência estratégica deve ser aplicada na alta gestão das
instituições de segurança pública. Enfatizam que tais atividades devem ser
realizadas com precisão, pois perpassam por dimensões gerenciais e impactam
sobremaneira os resultados finalísticos das organizações.
O segundo artigo compartilha a experiência da Secretaria de Estado de
Polícia Civil na implementação do Sistema Guardião® no estado do Rio de
Janeiro, que tem como premissas o planejamento estratégico e a inteligência
policial. Os autores Miguel Ângelo Duarte Ticom, Wanderson de Freitas Pereira
Neto, Silde Monteiro de Albuquerque, Israel Carbone de Carvalho e Arnaldo
Rosa da Silva Jr., todos da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado
de Polícia Civil, demonstram a relevância e o caráter técnico desse sistema de
interceptação telefônica como meio de obtenção de prova no processo penal,
constituindo exceção à tutela constitucional de inviolabilidade ao sigilo das
comunicações.
O artigo seguinte expõe uma experiência ocorrida no âmbito da Secretaria
de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro. A autora, major Fernanda
Cunha, apresenta as atividades de inteligência de segurança pública no âmbito
operacional da SEPM no que se refere ao programa Segurança Presente,
focando na interação entre os agentes empregados na atividade de inteligência e
os agentes atuantes no policiamento ostensivo das ruas.
Katia Machado Fernandez assina o quarto artigo desta edição e discute
a inserção da análise criminal como ferramenta assessória à produção de
conhecimentos de inteligência de segurança pública. Seu texto enfatiza a
atividade de análise criminal como meio de auxiliar na compreensão de crimes
de forma ampliada, fornecendo ao gestor cenários criminais significativos e
coerentes, possibilitando melhorias substanciais nos processos de gestão da
segurança pública.
As possibilidades de análise criminal no escopo das atividades de inteligência
é o tema do quinto artigo desta edição. Afonso Borges (analista do Centro de
Pesquisas do Ministério Público do Rio de Janeiro) e Jonas Pacheco (analista do
Instituto de Segurança Pública) analisam dados sobre tiroteio e letalidade a partir
de comunicações ao Disque Denúncia, identificando as facções criminosas que
mais aparecem envolvidas nas denúncias feitas pela população no Rio de Janeiro.
Da mesma forma, o sexto artigo, escrito por Marcos Roberto Ribeiro
da Costa, William Fonseca Pamplona Figueiredo, Isaque Regis Ouverney e
Leonardo Tavares Ribeiro, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan), fornece mais exemplos de como é possível reduzir determinados
delitos a partir de ações de inteligência e atuação integrada de forças de
segurança. Partindo da perspectiva organizacional, focam nas atividades de
inteligência criminal e nas ações para redução de roubos de carga no estado do
Rio de Janeiro em 2018, destacando que tal modelo integrado pode ser replicado
para outras regiões.
Encerrando esta edição, João Carlos Girotto, Delegado de Polícia Federal,
discute limites e possibilidades das ações de busca exploratória, verificando sua
faceta de medida de inteligência policial em relação à possibilidade de obtenção
de prova judicial.
Com esta edição, em parceria com a ESISPERJ, esperamos contribuir
para a compreensão de temas relacionados às atividades de inteligência e sua
indissociável interface com a segurança pública, com base em trabalhos técnicos
e metodologias específicas, prezando pelo cientificismo para embasar tomadas
de decisão dos atores estratégicos da segurança pública nacional. Esperamos que
valha sua leitura!
A inteligência estratégica como
atividade essencial para as instituições
de segurança pública
Resumo
A atividade de inteligência tem por objetivo o assessoramento aos níveis decisórios e perpassa por dimensões gerenciais
que impactam nos resultados finalísticos de cada organização. Por sua vez, a inteligência estratégica trabalha com
o nível de alta gestão com vistas ao futuro das instituições, sendo foco do presente artigo aquelas que cuidam da
segurança pública. As argumentações foram construídas a partir de referencial bibliográfico e trazem como resultados a
apresentação de modelos, ferramentas de trabalho e produtos da Inteligência Estratégica na segurança pública.
Palavras-chave
Inteligência, estratégia, segurança pública, cenários, assessoramento.
As opiniões e análises contidas nos artigos publicados pela revista Cadernos de Segurança Pública são de inteira
responsabilidadeCadernos
de seus autores, não representando,
de Segurança Pública necessariamente,
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Número de Segurança
● Janeiro de 2010Pública.
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A inteligência estratégica como atividade essencial para as
Introdução
[...] forças previsíveis, pois têm suas raízes em forças que já estão em
operação neste momento, mas não se sabe quando irão se configurar, nem
Surpresas inevitáveis
podemos conhecer previamente suas consequências e como nos afetarão.
Geralmente são classificadas erroneamente como tendências.
[...] referem-se às grandes surpresas, difíceis de serem antecipadas ou
entendidas; possuem pequena probabilidade de ocorrência, são de
Coringas ou wildcards grande impacto, e geralmente surpreendem a todos, em parte porque se
materializam muito rapidamente, tão rapidamente que sistemas sociais não
podem efetivamente respondê-los.
5. Considerações finais
Referências bibliográficas
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Resumo
Este estudo tem como finalidade demonstrar a relevância da interceptação telefônica como meio de obtenção de prova
no processo penal, constituindo exceção à tutela constitucional de inviolabilidade ao sigilo das comunicações. Com a
elaboração deste trabalho é possível verificar os pontos de maior relevância acerca da interceptação telefônica e a sua
operacionalização pela polícia judiciária do estado do Rio de Janeiro, que, atualmente, atravessa uma nova fase, baseada
em planejamento estratégico e inteligência policial. Ainda, podemos verificar que por meio das auditorias realizadas
no sistema de interceptação telefônica e de dados Guardião®, da empresa nacional Dígitro, ficam garantidos o direito
do cidadão ao sigilo das comunicações telefônicas previsto na Constituição Federal, no art. 5°, inciso XII, e quaisquer
outras violações, além de excepcional, previstos na Lei n° 9.296/1996.
Palavras-chave
Interceptação telefônica, Sistema Guardião®, sigilo telefônico.
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Histórico, implementação e uso do Sistema Guardião® de
Introdução
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes: (…)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegrá-
ficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de
1996)3.
Certo é que o magistrado não pode levar a cabo uma condenação penal
baseando seu convencimento nas provas colhidas exclusivamente na fase do
inquérito policial. De fato, pelo princípio do livre convencimento motivado,
o juiz é livre para apreciar a prova, mas, ao decidir, deve fundamentar sua
decisão com base nas provas produzidas nos autos, conforme previsão no
art. 93, inciso IX, da Constituição Federal.
Por sua vez, sendo a prova o meio pelo qual se demonstra a verdade
de algo, é intuitivo que a sua produção carece do contraditório e de ampla
defesa, sem os quais há franca violação ao Estado Democrático de Direito e
ao consagrado no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Em que pese ser a inquisitoriedade uma das principais características
do inquérito, o que afasta a ampla defesa do acusado, é evidente que isso
não significa total ausência de direitos e a consideração do acusado como
“objeto” da investigação, sendo ele pessoa e, portanto, titular de todos os
direitos e garantias assegurados pela Constituição e pelas leis. Entre eles,
o de ser considerado, e consequentemente tratado, como inocente até a
condenação penal definitiva.
Neste sentido, o fundamento da condenação necessita de demonstração
cabal de autoria e materialidade, o que só é alcançável, no Estado Democrático
de Direito, mediante o contraditório e a ampla defesa.
Embora a Lei n° 9.296/1996 regulamente a interceptação telefônica, seu
art. 1°, parágrafo único, diz que “o disposto nesta Lei aplica-se à interceptação
do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática”. Ou seja,
fica claro que esta lei contempla a interceptação de qualquer tipo de dado,
seja ele telefônico ou oriundo de qualquer fonte ou sistema eletrônico, desde
que devidamente autorizado, conforme normatizado no trecho transcrito
abaixo.
O Sistema Guardião®
Considerações finais
Referências bibliográficas
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Fernanda Fonseca
Major da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Especialista em Sociologia Urbana pela UERJ, Especialista em Polícia e Cidadania pelo CESeC
– Universidade Cândido Mendes, Analista de Inteligência pela ESISPERJ
Resumo
A sociedade reivindica maior emprego da área de inteligência de segurança pública no âmbito operacional da Polícia
Militar, tanto para a produção de conhecimento como para a prevenção de crimes, propiciando o emprego adequado do
uso da força e assegurando a garantia da vida e da integridade física dos próprios policiais de polícia ostensiva. Assim,
por meio da experiência da Operação Segurança Presente, é apresentada a interação entre os agentes empregados na
atividade de inteligência e os agentes atuantes no policiamento ostensivo das ruas. O contato é prático e permanente, e
os resultados refletem a consolidação de boas práticas na interação com o público, ponto nevrálgico do serviço policial
como importante mantenedor da paz social.
Palavras-chave
Inteligência, segurança pública, policiamento preventivo, Operação Segurança Presente.
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responsabilidade de seus autores, não representando,
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Interação entre atividade de inteligência e policiamento ostensivo: a
experiência da Operação Segurança Presente
[Fernanda Fonseca]
Introdução
4. Resultados
alguns fatores podem ser associados a essa elevação: entre janeiro e dezembro
de 2019 foram inauguradas sete novas operações – Tijuca, Ipanema, Barra,
Recreio, Grajaú, Nova Iguaçu e Austin. Também houve o aumento de
efetivo empenhado diariamente na agência. Nesse mesmo ano, o setor
recebeu reforço de efetivo: foram acrescidos três agentes por dia, dedicados
às coletas, aos processos de controle, ao arquivo e ao preenchimento dos
relatórios.
O aumento de agentes dedicados às coletas, associado à expansão das
operações, está relacionado ao crescimento das consultas de um ano para
o outro. A intenção precípua foi a de reduzir o tempo de espera, em dias e
horários de maior incidência, como nos dias de semana no centro da capital
ou nos finais de semana de sol nas operações que cobrem as praias, para as
quais é estipulado um tempo máximo de dez minutos de espera. A partir de
então, os policiais são orientados a efetuar o sarqueamento de indivíduos sob
suspeição na delegacia mais próxima de sua base.
Com o crescimento do efetivo, foram feitas mudanças nos turnos dos
agentes, com maior concentração de pessoal em horários de pico, além
do incremento do efetivo de apoio nos processos de controle, registro e
consolidação dos relatórios. A conduta representou diminuição das perdas
de registros, possibilitou a correção de informações incompletas e diminuiu
o número de falhas no preenchimento dos relatórios.
Em 06 de setembro de 2019, em homenagem ao dia do profissional
de inteligência, a Operação divulgou que, desde janeiro, seu núcleo de
inteligência havia registrado 73.017 consultas aos bancos de dados protegidos,
com o cumprimento de 425 mandados de prisão, 118 evadidos da justiça e 58
desaparecidos localizados, números estes obtidos por meio das coletas dos
agentes de inteligência oriundas das abordagens policiais.
Os mandados de prisão em aberto, evadidos ou desaparecidos são
contabilizados a partir do número do registro de ocorrência e apresentam
crescimento, possivelmente motivados pelo aumento do número de operações,
aumento de agentes disponíveis para as coletas e melhoria dos processos de
interação, frutos de sucessivos eventos de capacitação continuada, quando se
faz oportuno aproximar os agentes de inteligência dos agentes da atividade-
fim. O aprendizado é contínuo, e envolve a conscientização e a educação dos
agentes, levando a um constante aperfeiçoamento de resultados.
Deve ser considerado, ainda, que a área de abrangência de cada operação
não representa toda a área da uma Área Integrada de Segurança Pública5. E
isto se reflete na dificuldade de obtenção de dados oficiais sobre a Operação 5 - Delimitação utilizada pelas forças de segu-
Segurança Presente. No site do Instituto de Segurança Pública, autarquia rança do estado do Rio de Janeiro. Na práti-
estadual que coordena e divulga oficialmente os dados de criminalidade ca, corresponde à área de abrangência de um
do estado, as informações sobre cumprimentos de mandados de prisão são batalhão da Secretaria de Estado de Polícia
Militar.
delimitadas pelas divisões territoriais utilizadas no estado do Rio de Janeiro:
RISP, AISP e CISP6. 6 - RISP equivale à Região Integrada de Segu-
rança Pública e CISP à Circunscrição Integra-
Por meio de publicações obtidas nas redes sociais, é possível realizar uma da de Segurança Pública (área de abrangência
comparação ilustrativa entre os números de mandados conduzidos pelos de delegacias distritais da Secretaria de Estado
agentes do programa e os números de mandados de prisão contabilizados de Polícia Civil).
Considerações finais
Referências bibliográficas
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Resumo
A violência urbana é hoje um dos maiores desafios para os governantes de nosso país. Com cenários criminosos cada
vez mais complexos e interrelacionados, a elaboração de políticas públicas de enfrentamento à criminalidade exige
assessoramentos eficientes e precisos, e cabe à Atividade de Inteligência de Segurança Pública (AISP) promover esta
assessoria.
Para melhor desempenhar o seu papel, a AISP, invariavelmente, necessita de avanços na sua metodologia de produção
de conhecimento, adaptando ferramentas e incorporando novas tecnologias. A inserção da análise criminal como
ferramenta assessória à produção de conhecimentos de inteligência de segurança pública, a partir de 2014, veio a auxiliar
na compreensão do crime de forma ampliada, fornecendo ao gestor visões de cenários criminais mais significativos e
coerentes, possibilitando melhorias substanciais nos processos de gestão da segurança pública brasileira.
Palavras-chave
Análise criminal, inteligência de segurança pública, atividade de inteligência, assessoria.
Com bons cálculos, se pode vencer; com poucos, não; quem não os fizer, não tem a mínima chance. Quem faz corretamen-
te as avaliações verá o resultado surgir com clareza.
Sun Tzu, A Arte da Guerra, 2006.
As opiniões e análises contidas nos artigos publicados pela revista Cadernos de Segurança Pública são de inteira
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Número de Segurança
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Emprego da análise criminal na atividade de inteligência de
45 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
1. Introdução
46 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
47 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
48 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
49 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
50 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
51 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
Este método, utilizado para lidar com problemas de crime e desordem, busca
estudar o crime e suas causas, priorizando os problemas mais relevantes de
cada região. Batizado originalmente como SARA (Scanning/Analysis/Response/
Assessment), foi traduzido para a língua portuguesa como IARA (Identificar/
Analisar/Responder/Avaliar) (ECK; SPELMAN, 1987).
Na atividade de ISP, a compreensão das peculiaridades do cenário
é fundamental para a realização de um bom assessoramento. Os órgãos
de inteligência possuem os dados e conhecimentos sensíveis na esfera
da segurança pública, sendo, dessa forma, os mais capacitados para um
entendimento amplo dos fatores influenciadores deste contexto. O método
IARA é hoje um dos mais completos e eficazes na ANACRIM.
4.1.1. Identificar
Trata-se do exame cuidadoso dos dados para identificar padrões das
incidências delituosas com as quais a polícia rotineiramente lida, verificando
suas similaridades e tendências, além das zonas quentes das ocorrências,
o perfil de vítimas, as principais características dos autores, as quadrilhas
identificadas por região de atuação, suas lideranças, seus vínculos, etc. O
objetivo da identificação é estabelecer o mais fidedignamente possível os
cenários afetos à segurança pública.
4.1.2. Analisar
Análise profunda das causas dos padrões (ou problemas) identificados na
fase anterior, verificando quais fatores influenciam direta ou indiretamente
as tendências de cada modalidade.
Nesta fase o analista deve certificar-se de utilizar o triângulo do crime
identificando a vítima, o autor e o local (COHEN; FELSON, 1979), de
acordo com a teoria da criminologia ambiental, que afirma que o crime
ocorre quando um provável infrator e um alvo adequado convergem no
mesmo tempo e lugar, sem a presença de um guardião qualificado. É preciso
observar como cada um dos elementos se dispõe no cenário analisado e onde
estão as vulnerabilidades e as possibilidades de atuação destes elementos.
4.1.3. Responder
52 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
5. Principais técnicas
53 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
5.3. Georreferenciamento
54 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
6. Conclusão
55 segurança pública
[Katia Machado Fernandez ]
Referências bibliográficas
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Afonso Borges
Estatístico, Mestre em Estatística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Analista do Centro de Pesquisas do Ministério Público
Jonas Pacheco
Cientista Social, Mestrando em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pesquisador do Instituto de Segurança Pública
Resumo
O presente trabalho tem como finalidade a análise dos dados de tiroteio e letalidade a partir do Disque Denúncia1,
identificando as facções criminosas que mais aparecem envolvidas em denúncias de tiroteios e nos eventos com resultado
morte, analisando as especificidades de cada bairro do Rio de Janeiro como forma de contribuir com as ações de
inteligência que visem ao combate a tais eventos.
Palavras-chave
Inteligência, análise criminal, Disque Denúncia, grupos criminosos.
1 - ONG criada em 1995 que atua como um canal de denúncias no qual a sociedade civil pode contribuir com informações de forma anônima com as forças
de segurança.
As opiniões e análises contidas nos artigos publicados pela revista Cadernos de Segurança Pública são de inteira
responsabilidade de seus autores,Cadernos
não representando,
de Segurançanecessariamente,
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● Número dedeSegurança
● Janeiro 2010 | Pública.
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Análise de tiroteio e letalidade por facções criminosas a partir dos
dados do Disque Denúncia
[Afonso Borges e Jonas Pacheco]
Introdução
Metodologia
Para os objetivos aqui descritos, será tomado o ano de 2018 como recorte
temporal, enquanto que a extensão territorial analisada diz respeito à Região
Metropolitana do Rio de Janeiro.
A fonte de dados utilizada para este trabalho se refere às denúncias
recebidas pelo Disque Denúncia relativas aos eventos com presença de
armas de fogo (que inclui tiroteio, por exemplo) e aos eventos de letalidade.
As denúncias do DD são classificadas por assuntos pré-definidos. Os
assuntos selecionados para este trabalho foram: homicídio consumado,
tentativa de homicídio, bomba/granada/morteiro, guarda e comércio de
munição, guarda/comércio ilícito de armas de fogo, posse ilícita de armas
de fogo, tiroteio entre quadrilhas e uso ilícito de armas de fogo. Ressalta-
se o tratamento feito por dias das semana e horário das denúncias com a
finalidade de evitar a contabilização de denúncias correlatas/repetidas
Para facilitar as análises aqui propostas, optou-se pela criação de dois
grupos temáticos agregando os assuntos correlatos: o grupo Presença de
armas de fogo é composto pelos assuntos tiroteio entre quadrilhas, bomba/
granada/morteiro, guarda e comércio de munição, guarda/comércio ilícito
de armas de fogo, posse ilícita de armas de fogo e uso ilícito de armas de
fogo. Enquanto o grupo Crimes contra a vida é formado pelos assuntos
homicídio consumado e tentativa de homicídio, como pode ser visto no
Quadro 1.
Quadro 1 – Descrição dos assuntos e grupos temáticos analisados de acordo com o Disque Denúncia
Assunto Grupo temático
Homicídio consumado Crime contra a vida
Tentativa de homicídio Crime contra a vida
Bomba / granada / morteiro Presença de armas de fogo
Guarda e comércio de munição Presença de armas de fogo
Guarda / comércio ilícito de armas de fogo Presença de armas de fogo
Posse ilícita de armas de fogo Presença de armas de fogo
Tiroteio entre quadrilhas Presença de armas de fogo
Uso ilícito de armas de fogo Presença de armas de fogo
Análise temporal
Gráfico 1 – Denúncias de tiroteio por grupo criminoso – Região Metropolitana do Rio de Janeiro – 2002 a 2018
300
263
251
250
200
Número de denúncias
150
100 97 85 111
72 67
86 61 57
41 59
50
30
1 25
7 25 9
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Gráfico 2 – Denúncias de crimes contra a vida que citam grupos criminosos por mês – Região Metropolitana do
Rio de Janeiro – 2018
90
79
80
71
70
58
60
Número de denúncias
50 45 45
40 37
33
30
20
12 12 12
9 9 7
10
2 4 2
1 7 1
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
MILICIA CV TCP
Gráfico 3 – Denúncias de presença de armas de fogo com menção a grupos criminosos por mês – Região
Metropolitana do Rio de Janeiro – 2018
400
350
340
318
300 301 306
284 261
Número de denúncias
250
243
235
210
200
201
150
134
100
67
50 57
42 48
50
33 40
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Milícia CV TCP
Análise textual
Figura 1 – Denúncias de presença de armas de fogo e de crime contra a vida – Região Metropolitana do Rio de
Janeiro – 2018
Figuras 2 e 3 – Denúncias de presença de armas de fogo e de crime contra a vida com menção a milícias e a
grupos criminosos – Região Metropolitana do Rio de Janeiro – 2018
Tabela 2 – Denúncias por eixo temático e por grupo criminoso mencionado na descrição da denúncia – Região
Metropolitana do Rio de Janeiro – 2018
Número de denúncias Percentual de denúncias
Grupo Crime contra Presença de Crimes contra a vida Presença de armas
Total Total
a vida armas de fogo sobre o total de fogo sobre o total
Milícias 599 3.097 3.696 16,2% 83,8% 100,0%
CV 118 2.803 2.921 4,0% 96,0% 100,0%
TCP 44 575 619 7,1% 92,9% 100,0%
Tabela 3 – Denúncias com menção a milícias por grupo temático e por bairros selecionados – município do Rio
de Janeiro – 2018
Denúncias de Denúncias de % Denúncias de
% Denúncias de crimes
Bairro crime contra a presença de armas presença de armas Total
contra a vida no bairro
vida de fogo de fogo
Jacarepaguá (zona oeste) 37 155 19,3% 80,7% 192
Taquara (zona oeste) 26 130 16,7% 83,3% 156
Campo Grande (zona oeste) 33 169 16,3% 83,7% 202
Guaratiba (zona oeste) 9 52 14,8% 85,2% 61
Santa Cruz (zona oeste) 47 300 13,5% 86,5% 347
Bangu (zona oeste) 15 97 13,4% 86,6% 112
Paciência (zona oeste) 5 49 9,3% 90,7% 54
Sepetiba (zona oeste) 5 70 6,7% 93,3% 75
Praça Seca (zona oeste) 6 100 5,7% 94,3% 106
Cascadura (zona norte) 8 406 1,9% 98,1% 414
TOTAL 322 2.159 13,0% 87,0% 2.481
Tabela 4 – Denúncias com menção ao Comando Vermelho por grupo temático e por bairros selecionados –
município do Rio de Janeiro – 2018
Denúncias de Denúncias de % Denúncias de
% Denúncias de crimes
Bairro crime contra a presença de armas presença de armas Total
contra a vida no bairro
vida de fogo de fogo
Brás de Pina (zona norte) 3 17 15,0% 85,0% 20
São Cristóvão (zona norte) 2 22 8,3% 91,7% 24
Cidade de Deus (zona oeste) 3 35 7,9% 92,1% 38
Anchieta (zona norte) 2 32 5,9% 94,1% 34
Penha (zona norte) 1 28 3,4% 96,6% 29
Jacarepaguá (zona oeste) 1 29 3,3% 96,7% 30
Bangu (zona oeste) 1 71 1,4% 98,6% 72
Andaraí (zona norte) 0 42 0,0% 100,0% 42
Ramos (zona norte) 0 29 0,0% 100,0% 29
Taquara (zona oeste) 0 22 0,0% 100,0% 22
TOTAL 42 746 5,3% 94,7% 788
Considerações finais
Resumo
Segurança pública é essencial para o desenvolvimento socioeconômico, determinando a atração de investimentos e
geração de empregos. Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelou que 74%
das indústrias fluminenses tiveram suas decisões de localização afetadas pela insegurança em 2017. Ademais, entre 1996
e 2015, os gastos com segurança privada no país cresceram 300%. Nesse contexto, destaca-se a inteligência criminal para
constituir um ambiente mais seguro. Este artigo traz o caso do estado do Rio de Janeiro, que em 2018 pôde reduzir os
roubos de carga com a atuação integrada de forças de segurança. O modelo pode ser replicado para outras localidades.
Palavras-chave
Segurança pública, inteligência criminal, roubos de carga, estado do Rio de Janeiro, localização industrial.
As opiniões e análises contidas nos artigos publicados pela revista Cadernos de Segurança Pública são de inteira
responsabilidade de seus autores, não representando,
Cadernos necessariamente,
de Segurança Pública | Ano a posição do Instituto
1 ● Número 1 ● deJaneiro
Segurança Pública.
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Inteligência criminal para redução de delitos: o caso dos roubos de
carga no estado do Rio de Janeiro
[Marcos Roberto Ribeiro da Costa, William Fonseca Pamplona
Figueiredo, Isaque Regis Ouverney e Leonardo Tavares Ribeiro]
Introdução
80% 74%
70%
60%
60%
50%
40%
31%
30%
22%
20%
10%
0%
Afeta Não afeta
Gráfico 2 – Composição dos gastos com segurança privada (UFs brasileiras, em bilhões de reais)
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Nota: Demais subfunções incluem gastos com academias de polícia e material de expediente, entre outros.
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da STN (2018) e do FBSP (2018).
Tabela 1 – Composição dos gastos com segurança pública (UFs) – 2004, 2010 e 2017
Subfunções 2004 2010 2017
Defesa Civil 2% 3% 2%
Demais subfunções 68% 63% 66%
Informação e Inteligência 0,2% 1,0% 0,7%
Policiamento 30% 34% 31%
Total 100% 100% 100%
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da da STN (2018) e do FBSP (2018).
10.599
9.874
7.225
5.890
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do Instituto de Segurança Pública.
o fim de 2018. Essas operações contaram com a cooperação das Forças Ar-
madas e foram subsidiadas por análises criminais elaboradas no ISPGeo,
portal gerido pelo Instituto de Segurança Pública que contém informações
de crimes ocorridos no estado do Rio de Janeiro.
Os resultados dessas ações apontam para a reversão da tendência de au-
mentos sucessivos das ocorrências (31,6% ao ano entre 2013 e 2017). Ao
contrário, o ano de 2018 registrou queda de 13,4% dos casos frente a 2017,
redução que poderia ser ainda maior, não fosse a já mencionada subnotifica-
ção ocorrida no primeiro trimestre de 2017.
Considerações finais
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agosto de 2019.
Resumo
Este artigo versa sobre ação de busca exploratória, meio investigativo operacional recente, destinado à colheita de
dados e provas, utilizado precipuamente em investigações que apuram infrações praticadas por grupos delinquenciais
do tipo organização criminosa, tão presentes e atuantes em nosso território. Tal instituto já era previsto, com base em
interpretação sistêmica, na lei de primeira geração que cuidava da delinquência organizada, Lei nº 9.034/1995, na parte
referente aos procedimentos de investigação e formação de provas. A mais recente, Lei nº 12.850/2013, que define
organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal e os meios de obtenção da prova, reproduziu o dispositivo
existente naquela. A utilização de meios eficazes e aprimorados à sua repressão, como sói acontecer com a exploração
de local, faz-se necessária e primordial. Aqui, a par de uma análise conceitual de inteligência e do instituto da busca e
apreensão previsto em nosso ordenamento processual penal pátrio, pretende-se esquadrinhar a busca exploratória, de
sorte a verificar se esta emoldura a medida de inteligência policial ou o meio de obtenção de prova judicial.
Palavras-chave
Organização criminosa, busca exploratória, exploração de local, inteligência de Estado, inteligência policial.
Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso
você precisa ver o que não está visível. Sun Tzu, A Arte da Guerra, 2006.
As opiniões e análises contidas nos artigos publicados pela revista Cadernos de Segurança Pública são de inteira
responsabilidadeCadernos
de seus autores, não representando,
de Segurança Pública necessariamente,
| Ano 1 ●a posição do 1Instituto
Número de Segurança
● Janeiro de 2010Pública.
| www.isp.rj.gov.br
Busca exploratória: ação de inteligência policial ou cautelar de
81 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
Introdução
82 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
83 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
84 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
4. Busca e apreensão
85 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
86 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
5. Busca exploratória
87 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
esteja sendo seguido, que a equipe policial alugou imóvel próximo a uma
de suas empresas, que há um informante entre os integrantes do grupo).
Isso, indiscutivelmente, demandará adequação operacional investigativa. Ou
seja, o dado, devidamente processado por meio de metodologia adequada,
transforma-se em informação relevante para o nível operacional.
Em um segundo caso, teríamos uma situação hipotética na qual, durante
os registros, identificou-se agenda em que constavam datas pretéritas de
reuniões de integrantes do grupo, contas bancárias, valores de propina,
etc., constituindo-se, tal elemento, prova para o inquérito e futuro processo
penal. Esses dois matizes – informação de inteligência e prova – podem
advir da busca exploratória.
88 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
com efeito, autorizei expressamente, com fundamento no art. 2º, inc. IV, da
Lei nº 9.034/95 [BRASIL, 1995], o ingresso sigiloso da autoridade policial
na sala do acusado, para instalação de equipamentos de captação de sinais
acústicos. [...]
Depois, atendendo a pedido formulado pelo procurador-geral, autorizei a
instalação de equipamento e início de captação na sala de reuniões do escri-
tório do acusado. [...]
Por fim, determinei a realização de exploração de local. [...]
Ante tão graves razões, autorizei a entrada de policiais, para registro e aná-
lise de sinais óticos, sem apreensão de qualquer objeto. A defesa, mais uma
vez, arguiu a ilicitude da prova, em razão do horário de realização das dili-
gências [...]
Parece-me evidentíssimo que tais medidas – instalação de equipamentos de
captação ambiental e exploração de local – não podem jamais ser realizadas
com publicidade alguma, sob pena intuitiva de frustração, o que ocorreria se
fossem praticadas durante o dia, mediante apresentação do mandado judi-
cial, como deve suceder, v.g, no procedimento de busca.
7. Conclusão
É um fato evidente que a inteligência policial cada vez mais ocupa uma
posição de destaque e importância no sistema de segurança pública, com
um tratamento adequado da informação, a qual, devidamente processada,
transforma-se em conhecimento, inteligência e ação. O combate às
organizações criminosas demanda a utilização de ferramentas investigativas
aprimoradas, postas à disposição pelo nosso ordenamento jurídico pátrio,
notadamente a lei que trata da investigação criminal de organizações
criminosas.
No caso da busca exploratória, conforme referido anteriormente, dados
(fontes primárias de informação) registrados quando do ingresso de equipe
policial qualificada em determinado compartimento podem, muitas vezes,
subsidiar decisões de gerentes operacionais, reposicionando certas ações no 6 - XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,
tabuleiro investigativo. ninguém nela podendo penetrar sem consenti-
mento do morador, salvo em caso de flagrante
Não se pode perder de vista que este meio operacional de inteligência delito ou desastre, ou para prestar socorro,
policial coexiste perfeitamente com o outro objeto da exploração de local, qual ou, durante o dia, por determinação judicial
seja a colheita de elementos de prova destinados à futura ação persecutória (BR ASIL, 1988, art. 5o, XI).
89 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
90 colheita de prova?
[João Carlos Girotto]
Referências bibliográficas
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