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NBR 7117-1(2020) - Parâmetros do solo para projetos de


aterramento elétricos - Parte 1 Medição da resistividade e
modelagem geoelétrica
Eng Elétrica (Universidade Estácio de Sá)

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NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 7117-1
Primeira edição
27.11.2020

Parâmetros do solo para projetos de


aterramentos elétricos
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Parte 1: Medição da resistividade e modelagem


geoelétrica
Soil parameters for electrical grounding design
Part 1: resistivity surveys and geoelectric modeling

ICS 13.260; 17.220.20; 29.240.20 ISBN 978-65-5659-648-8

Número de referência
ABNT NBR 7117-1:2020
22 páginas

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Sumário Página

Prefácio ................................................................................................................................................v
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referência normativa .........................................................................................................1
3 Termos e definições ...........................................................................................................1
4 Solo......................................................................................................................................4
4.1 Conceitos básicos..............................................................................................................4
4.2 Sondagens geoelétricas ....................................................................................................6
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4.3 Modelagem geoelétrica – Conceitos básicos ..................................................................6


5 Sondagens elétricas verticais (SEV) ................................................................................7
5.1 Generalidades.....................................................................................................................7
5.2 Arranjos de medição ..........................................................................................................8
5.3 Procedimentos de medição.............................................................................................10
5.3.1 Considerações dutante SEV ...........................................................................................10
5.3.2 Número e localização das linhas de medição (SEV).....................................................10
5.3.3 Condições básicas a serem observadas nas sondagens elétricas verticais .............13
6 Modelagem geoelétrica....................................................................................................14
6.1 Obtenção da curva média de resistividades aparentes do solo..................................14
6.2 Número de camadas de um modelo geoelétrico...........................................................15
6.3 Inversão da curva de resistividades aparentes.............................................................16
Anexo A (informativo) Sondagens geoelétricas com técnicas eletromagnéticas ........................17
Anexo B (informativo) Equipamentos para sondagem geoelétrica com o método
da eletrorresistividade .....................................................................................................18
B.1 Características dos terrômetros .....................................................................................18
B.2 Características dos resistivímetros................................................................................19
B.3 Aplicação do terrômetro com arranjo de Wenner .........................................................20
Bibliografia .........................................................................................................................................22

Figuras
Figura 1 – Estrutura básica de um solo com três camadas e curva de resistividades
aparentes correspondente ................................................................................................5
Figura 2 – Curvas de variação da resistividade do solo com a umidade, salinidade
e temperatura......................................................................................................................5
Figura 3 – Solo real (a) e modelo unidimensional (1D) correspondente (b), estratificado em
camadas horizontais paralelas, onde ρi e ei são a resistividade e a espessura da
camada i ..............................................................................................................................7
Figura 4 – Configuração genérica de medição da resistividade do solo
por meio de quatro eletrodos alinhados ..........................................................................8
Figura 5 – Configuração do arranjo de Schlumberger ....................................................................9
Figura 6 – Configuração do arranjo de Wenner .............................................................................10
Figura 7 – Croquis para uma campanha de sondagens geoelétricas em uma área retangular
(SEV A, B, C, D etc. – linhas de medição) ......................................................................12

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Figura B.1 – Exemplo de seção geoelétrica 2D produzida por um equipamento com sistema
automático de aquisição de dados (72 eletrodos com espaçamento de 10 m) .........20
Figura B.2 – Esquema elétrico simplificado de um terrômetro e do circuito visto por ele no
solo, para uma SEV com arranjo de Wenner .................................................................21
Figura B.3 – Leitura da resistência aparente (Ri) com arranjo de Wenner ..................................21

Tabela
Tabela 1 – Faixas de resistividade típicas de materiais que compõem o solo..............................4
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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


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de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.


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A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
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a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

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Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 7117-1 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), pela Comissão
de Estudo de Aterramentos Elétricos (CE-003:102.001). O Projeto circulou em Consulta Nacional
conforme Edital nº 08, de 27.08.2020 a 28.09.2020.

A ABNT NBR 7117-1:2020 cancela e substitui a ABNT NBR 7117:2012.

A ABNT NBR 7117, sob o título geral “Parâmetros do solo para projetos de aterramentos elétricos”,
tem previsão de conter as seguintes partes:

— Parte 1: Medição da resistividade e modelagem geoelétrica;

— Parte 2: Medição dos parâmetros térmicos;

— Parte 3: Medição da permissividade elétrica e da permeabilidade magnética.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 7117-1 é o seguinte:

Scope
This Standard presents the methods for the ground resistivity survey and the techniques for the
determination of the corresponding 1D geoelectric model (horizontal, flat and parallel layers). Complex
geoelectric structures associated with 2D or 3D models are beyond the scope of this Standard.

This Standard provides support for the application to electrical grounding projects.

The applicability of this Standard, especially for large installations, may require specialized geophysical
support, due to the complexity of the different geoelectric sounding methods and to the inversion
techniques required for the construction of equivalent geoelectric models for large areas.
NOTE It is understood by wide-area electric installations, windfarms, photovoltaic plants, hydroelectric
plants, substations and industrial complexes, with areas above 20.000 m2.

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Parâmetros do solo para projetos de aterramentos elétricos


Parte 1: Medição da resistividade e modelagem geoelétrica

1 Escopo
Esta Parte da ABNT NBR 7117 apresenta os métodos de sondagem geoelétrica e as técnicas de
determinação do modelo geoelétrico 1D correspondente (camadas horizontais, planas e paralelas).
Esta Parte da ABNT NBR 7117 não se aplica às estruturas geoelétricas complexas, associadas aos
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modelos 2D ou 3D.

Esta Parte da ABNT NBR 7117 fornece subsídios para aplicação em projetos de aterramento elétrico.

A aplicabilidade desta Parte da ABNT NBR 7117, especialmente para instalações de grande porte,
pode requerer suporte especializado na área de geofísica, em virtude da complexidade dos diferentes
métodos de sondagem geoelétrica e das técnicas de inversão necessárias para a construção
de modelos geoelétricos equivalentes de grandes áreas.

NOTA Podem se enquadrar na categoria de sistemas de aterramento de instalações de grande porte os


parques eólicos, parques fotovoltaicos, complexos hidrelétricos, plantas industriais e subestações com área
superior a 20 000 m2.

2 Referência normativa
O documento a seguir é citado no texto de tal forma que seu conteúdo, total ou parcial, constitui
requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas.
Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo
emendas).

ABNT NBR 6484, Solo – Sondagens de simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
aterramento
ligação intencional da parte eletricamente condutiva à terra

3.2
condutor de aterramento
condutor ou elemento metálico que faz a ligação elétrica entre uma parte de uma instalação aterrada
e o eletrodo de aterramento

3.3
corrente de interferência (no processo de medição)
qualquer corrente estranha ao processo de medição, capaz de influenciar os seus resultados

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3.4
desvio estático (static-shift)
desvio causado por não homogeneidades do solo nas camadas rasas não prospectadas pela técnica
de sondagem, resultando no deslocamento vertical da curva de resistividades aparentes, podendo
ocorrer tanto no método da eletrorresistividade como no método magnetotelúrico

3.5
eletrodo de aterramento
elemento condutivo diretamente enterrado ou imerso em outro material (concreto e outros) enterrado,
que exerce função de dissipação de corrente elétrica no solo
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3.6
eletrodo de aterramento natural
elemento condutivo diretamente enterrado ou imerso em outro material (concreto e outros) enterrado, cuja
finalidade original não é de aterramento elétrico, mas que se comporta como um eletrodo de aterramento

EXEMPLO Armaduras de fundações.

3.7
inversão
processo matemático que, a partir de uma curva de resistividades aparentes, infere a estrutura de
subsuperfície, resultando em um modelo geoelétrico que, para o objetivo desta Parte da ABNT NBR 7117,
é estratificado em camadas horizontais, planas e paralelas (1D)

3.8
malha de aterramento
conjunto de elementos condutivos não naturais, interligados e enterrados no solo em uma área limitada
pela instalação a ser atendida, destinados a dissipar correntes elétricas no solo

3.9
modelagem geoelétrica
metodologia de construção de um modelo de solo, que, para efeito desta Norma, pode ser classificado
como unidimensional (1D), constituído por camadas horizontais paralelas

3.10
ponto fora da curva (outlier)
medição que apresenta um valor discrepante da maioria dos valores medidos

3.11
potenciais perigosos
potenciais que podem resultar em danos quando aplicados a um ser vivo, equipamento ou instalação

3.12
resistência de aterramento
〈de um eletrodo〉
resistência ôhmica entre o eletrodo de aterramento a um ponto fora do alcance de influência do
eletrodo (terra remoto) e a terra remoto

3.13
resistividade aparente do solo
resistividade equivalente de um volume de subsuperfície sondado por um método geofísico

NOTA Para um volume de subsuperfície homogêneo, este parâmetro representa a resistividade


real, enquanto para um volume de subsuperfície multidimensional, representa a resistividade do volume

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semiesférico uniforme equivalente, sendo uma função da técnica adotada e da geometria dos eletrodos
de sondagem.

3.14
resistividade elétrica
resistência entre faces opostas do volume de um determinado material, com formato de um cubo de
aresta unitária

3.15
resistividade do solo
resistividade equivalente de um volume de solo, incluindo o efeito conjunto dos minerais e rochas
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contidos nesse volume, além dos fluidos (ar, água, salmoura, petróleo etc.) contidos nos poros
e fissuras ali existentes

3.16
sistema de aterramento
conjunto de todos os elementos condutivos, composto por condutores de aterramento e eletrodos de
aterramento naturais ou não naturais, interligados por elementos que podem estar enterrados ou não

3.17
sondagem elétrica vertical
SEV
conjunto de leituras feitas na superfície do terreno pelo método da eletrorresistividade, com um
alinhamento simétrico de eletrodos e variando o espaçamento entre eles, conforme o arranjo de
medição adotado, sendo o modelo geoelétrico obtido (1D) atribuído ao ponto central do arranjo

3.18
solo
camada superficial da crosta terrestre, de material alterado e composto por fragmentos de rocha,
argilominerais, óxidos de ferro e diversos outros materiais não consolidados, formados pela ação
do intemperismo e pela alteração química dos minerais da rocha-matriz, assim como pela matéria
orgânica produzida por organismos que nele vivem

3.19
solo stricto-sensu
produto de alteração físico-química das rochas, com profundidade não superior a 2 m e capaz de
sustentar a vida animal e vegetal

3.20
sondagens de simples reconhecimento
SPT (Standard Penetration Test)
procedimento para sondagem mecânica de solos por meio de uma ferramenta que penetra no solo por
ação da queda de um peso padronizado, conforme a ABNT NBR 6484

3.21
sondagem geoelétrica
termo que expressa o conceito de medição da resistividade do solo por meio de métodos geofísicos

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4 Solo
4.1 Conceitos básicos

4.1.1 A constituição básica do solo envolve, além de pedregulhos e cascalho, diferentes proporções
de uma mistura de três tipos de sedimentos - areia, silte e argila, listados por ordem decrescente
de granulometria.

4.1.2 O solo, do ponto de vista da engenharia elétrica, é o meio onde as correntes elétricas podem
fluir, geralmente associadas à operação das redes de energia elétrica, ou é o meio em que é enterrado
um eletrodo de aterramento, neste caso abrangendo todo o volume desse meio eletricamente
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influenciado pelo sistema de aterramento.

4.1.3 O solo tem uma estrutura heterogênea com resistividade que varia no tempo e no espaço,
vertical e horizontalmente. A faixa de resistividade dos materiais que compõem o solo é apresentada
na Tabela 1, em função da composição mineral, nível da umidade, salinidade e grau de compactação.

Tabela 1 – Faixas de resistividade típicas de materiais que compõem o solo


Meio físico Faixa de resistividades (Ωm)
Água do mar ~ 0,3
Água de rio ~ 30
Água destilada 300
Alagadiço, limo, húmus, lama < 150
Argila 300 – 5 000
Calcário 500 – 5 000
Areia 1 000 – 8 000
Granito e basalto fraturados 500 – 10 000
Granito e basalto íntegros > 10 000

4.1.4 Os valores de resistividade do solo podem ser assim classificados:

a) Solo de baixa-resistividade – ρ < 250 Ωm;

b) Solo de média-resistividade – 250 Ωm < ρ < 1 000 Ωm;

c) Solo de alta-resistividade – ρ > 1 000 Ωm.

4.1.5 Do ponto de vista da engenharia elétrica pode-se subdividir o solo em uma estrutura básica
de três camadas, conforme descrito e ilustrado na Figura 1:

a) camada superficial – seca ou com baixo conteúdo de água (não saturado), com matéria orgânica
e resistividade média;

b) solo saturado – abaixo do nível do freático, constituído por rochas fraturadas e/ou alteradas, onde
os poros e fissuras das rochas encontram-se saturados com água e sais dissolvidos, que agem
como eletrólitos fracos, resultando em resistividades mais baixas; e

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c) embasamento rochoso – camada de sedimentos muito compactados ou de rochas cristalinas não


fragmentadas, com resistividade média (no caso de rochas porosas ou fissuradas, saturadas com
água) ou elevada (no caso de rochas ígneas íntegras, como basaltos, granitos e gnaisses).
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Figura 1 – Estrutura básica de um solo com três camadas e curva de resistividades


aparentes correspondente

A Figura 2 apresenta curvas de variação típicas da resistividade do solo com a umidade, salinidade
e temperatura.

ρ (Ωm) ρ (Ωm)

5000 500

1000 100

500 50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sal (%)
100
50

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Umidade (%)

ρ (Ωm)

5000

1000
500

100
50

-25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 Temperatura (°C)

Figura 2 – Curvas de variação da resistividade do solo com a umidade, salinidade


e temperatura

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4.2 Sondagens geoelétricas

4.2.1 A expressão “medição da resistividade do solo” é equivocada, pois este parâmetro não
é diretamente medido, nem mesmo em laboratório. O procedimento para a medição deste parâmetro
é a chamada “sondagem geoelétrica”, que vem a ser um tipo de sondagem geofísica.

As sondagens mecânicas investigam a estrutura de subsuperfície a partir da perfuração de poços


e da coleta de amostras do subsolo. As sondagens geoelétricas medem correntes elétricas, campos
elétricos e campos magnéticos na superfície do solo. Estes parâmetros são submetidos a um processo
matemático chamado de inversão que infere o modelo geoelétrico correspondente.
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4.2.2 As campanhas de sondagens geoelétricas podem ser assim classificadas:

a) Método – associado à fonte dos campos que são medidos – elétrico ou eletromagnético;

b) Técnica – associada aos procedimentos e equipamentos – eletrorresistividade, magnetotelúrica


(MT), eletromagnética no domínio do tempo (TDEM), perfilagem de poços;

c) Arranjo – associado à configuração de medição – dipolo-dipolo, Schlumberger, Wenner etc.

4.2.3 Todos os métodos de sondagem geoelétrica têm como produto final, após o processamento
dos parâmetros medidos, uma curva de resistividades aparentes, que não caracteriza um parâmetro
físico do meio, mas um perfil de resistividades em profundidade visto da superfície do solo, que
é dependente da estrutura geoelétrica prospectada e da técnica de medição utilizada. Um processo
matemático, chamado de inversão, infere o modelo geoelétrico correspondente à curva de resistividades
aparentes do solo.

4.2.4 As técnicas de sondagem geoelétrica para projetos de aterramento elétrico são medições
volumétricas. Abrangem grandes volumes de solo e visam a prospecção de uma média do parâmetro de
resistividade dentro deste volume, em princípio o mesmo volume visto pelos eletrodos de aterramento
a serem dimensionados. Outras técnicas, que medem por amostragem ou que medem a resistência
de um eletrodo auxiliar, não são adequadas para a modelagem de volumes de solo compatíveis
com as dimensões das malhas de aterramento típicas, que ocupam áreas de dezenas a milhares de
metros quadrados.

Projetos de aterramento que necesssitem de modelos geoelétricos mais profundos, devido à alta
resistividade do solo ou a uma malha de aterramento com mais de 20 000 m, podem ter as campanhas
geoelétricas complementadas com as técnicas eletromagnéticas apresentadas no Anexo A.

4.3 Modelagem geoelétrica – Conceitos básicos

4.3.1 O desempenho de um sistema de aterramento pode ser medido ou calculado com base em
parâmetros específicos, como a resistência de aterramento, as tensões de passo e toque e a curva de
potenciais na superfície do solo.

4.3.2 Os gradientes de potenciais na superfície do solo, dentro da área abrangida pelo eletrodo
ou adjacentes a ele, são função, principalmente, da estrutura geoelétrica das camadas mais rasas
do solo.

Por outro lado, a resistência do eletrodo depende não somente das camadas rasas do solo, mas
também do embasamento rochoso, cuja profundidade é dependente da geologia local. A profundidade
do solo relevante para a definição do desempenho elétrico de um eletrodo de aterramento e, portanto,

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do modelo geoelétrico mais adequado, é função das dimensões do eletrodo e das resistividades das
camadas de subsuperfície.

4.3.3 O modelo geoelétrico mais simples é o unidimensional (1D), que é constituído por camadas horizontais
paralelas, sendo cada uma caracterizada pela sua espessura (e) e pelo valor de resistividade (ρ),
conforme a Figura 3. Este modelo está associado aos solos formados por processos geológicos
sedimentares.

4.3.4 Projetos de aterramento de grandes plantas de geração de energia (hidroelétricas, parques


eólicos e fotovoltaicos) requerem modelos de solo mais profundos, da ordem de centenas de
metros, que podem ser obtidos pela combinação de técnicas de eletrorresistividade com sondagens
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eletromagnéticas (AMT ou TDEM).

O projeto dos eletrodos de sistemas de transmissão de alta-tensão em corrente contínua (HVDC High
Voltage Direct Current) requer a construção de modelos geoelétricos profundos, que, dependendo
da tectônica regional, podem exigir a modelagem de toda a crosta terrestre (cerca de 40 km de
profundidade). O Anexo A apresenta os princípios básicos dos métodos de sondagem geoelétrica
complementares ao método da eletrorresistividade.

e1
e2
ρ1 e3
ρ2 e4
ρ3
ρ4

a b
Figura 3 – Solo real (a) e modelo unidimensional (1D) correspondente (b), estratificado em
camadas horizontais paralelas, onde ρi e ei são a resistividade e a espessura da camada i

5 Sondagens elétricas verticais (SEV)


5.1 Generalidades

5.1.1 São técnicas de sondagem geoelétrica que investigam a distribuição vertical do parâmetro de
resistividade, visto de um ponto na superfície do solo, e que são expressas pela curva de resistividades
aparentes. As técnicas elétricas são adequadas para a prospecção das camadas rasas do solo,
atingindo profundidades de até algumas dezenas de metros.

É o método de medição mais tradicionalmente utilizado no âmbito da engenharia elétrica, e baseia-se


na injeção de correntes elétricas no solo, por meio de dois eletrodos de corrente, e na utilização de
dois eletrodos de potencial para a medição das diferenças de potenciais produzidas no solo pela
circulação da corrente injetada.

5.1.2 As SEV empregam uma fonte de tensão contínua ou de baixa frequência, e utilizam arranjos
de quatro eletrodos simétricos e alinhados, cravados no solo a pequenas profundidades. Por meio dos
dois eletrodos de corrente, circula uma corrente I no solo, e os dois eletrodos de potencial medem um
∆V no solo, por meio de um potenciômetro ou de um voltímetro de alta impedância. A resistividade
do solo é proporcional a ∆V/I, sendo o fator de proporcionalidade uma função do arranjo empregado.
A partir da relação entre a tensão medida e a corrente injetada, e de um fator k, que depende apenas

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da configuração utilizada de eletrodos de medição, calcula-se a resistividade aparente (ρa), conforme


a Equação 1:
∆V
ρa = k (1)
I
onde

k é o fator do arranjo de eletrodos de medição

I é a corrente injetada no solo pelo equipamento


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ΔV é a diferença de potenciais na superfície do solo medida pelo equipamento. O Anexo B


apresenta os equipamentos utilizados para as medições pelo método da eletrorresistividade.

Entre as técnicas elétricas destacam-se os arranjos de medição de Wenner e de Schlumberger, com


eletrodos alinhados e simétricos com relação à posição central do equipamento de medição.

5.2 Arranjos de medição

5.2.1 Um conjunto de leituras tomadas com diferentes espaçamentos entre eletrodos resulta em um
conjunto de valores que, quando plotados em um gráfico, dá origem à curva de resistências aparentes,
que indica a variação deste parâmetro em função do espaçamento.

A Figura 4 ilustra o arranjo genérico de eletrodos alinhados e não igualmente espaçados. A resistividade
aparente medida para este arranjo genérico de eletrodos é dada pela Equação 2.

Legenda

I corrente circulando pelo solo entre os eletrodos externos (A e B)


∆V diferença de potencial entre os eletrodos internos (M e N)
d1 distância entre os eletrodos A e M
d2 distância entre os eletrodos M e N
d3 distância entre os eletrodos N e B
h profundidade de cravação dos eletrodos

Figura 4 – Configuração genérica de medição da resistividade do solo


por meio de quatro eletrodos alinhados

ρ1 = × (V I ) (2)
(1 d1) + (1 d3 ) − (1 (d1 + d2 )) − (1 (d2 + d3 ))

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5.2.2 Arranjo de Schlumberger

O arranjo de Schlumberger constitui o caso geral dos arranjos simétricos de quatro eletrodos, onde
o espaçamento dos eletrodos de potencial (M e N) é mantido fixo, conforme ilustrado na Figura 5,
sendo deslocados apenas os eletrodos de corrente (A e B).

Se a diferença de potencial entre os eletrodos centrais cair a níveis inferiores à sensibilidade


do equipamento ou da ordem de grandeza dos ruídos presentes naturalmente no solo, é necessário
o aumento do espaçamento do par de eletrodos de potencial.

A resistividade aparente medida para o arranjo de Schlumberger, desprezando-se a profundidade de


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cravação das hastes de medição, é dada pela Equação 3.


 
 2π  ∆V π ∆V (3)
ρa =   = b (b + a )
1 1 1 1 I a I
 + − − 
b b b + a a + d

Legenda

I corrente circulando pelo solo entre os eletrodos externos (A e B)


∆V diferença de potencial entre os eletrodos internos (M e N)
b distância entre os eletrodos A-M e N-B
a distância entre os eletrodos M e N
h profundidade de cravação dos eletrodos

Figura 5 – Configuração do arranjo de Schlumberger

5.2.3 Arranjo de Wenner

Neste arranjo os quatro eletrodos são igualmente espaçados, como mostrado na Figura 6, onde A e B
são os eletrodos de corrente e a tensão é medida entre os eletrodos M e N.

A separação entre os eletrodos adjacentes é dada por a, sendo h a profundidade de cravação, que
não deve exceder 10 % de a.

O arranjo de Wenner constitui um caso particular do arranjo de Schlumberger, em que os quatro


eletrodos são movidos simultaneamente, aumentando o espaçamento a exponencialmente 1 m,
2 m, 4 m, 8 m, 16 m, 32 m e 64 m, de modo que, quando plotados em um gráfico log-log, resultam em
pontos de medição igualmente espaçados.

A resistividade aparente é dada pela Equação 4.


  (4)
 4πa  ∆V
ρa =  
1 + 2a a  I

 a + 4h
2 2 a −h 
2 2

Quando h ≤ a/10, a equação pode ser reduzida à Equação 3: ρ (a ) = 2π × a × (V I ) (5)

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Verifica-se que, na expressão do arranjo de Schlumberger, adotando b = a, reduz-se a expressão


à forma simplificada do arranjo de Wenner, o que revela que o arranjo de Wenner é um caso particular
do arranjo de Schlumberger.

Considerando um espaçamento de 4 m e os eletrodos cravados a 0,2 m, a equação simplificada pode


ser utilizada, porém, com o espaçamento de 1 m e o eletrodo cravado a menos de 0,1 m pode não ser
suficiente para ter um contato adequado com o solo.

Como a tensão medida nas estacas de potencial é maior que no caso do arranjo de Schlumberger,
para a mesma abertura dos eletrodos de corrente, o arranjo de Wenner proporciona uma melhor
relação sinal/ruído, o que é importante para medições em solos com resistividade mais elevada nas
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camadas mais superficiais.

Figura 6 – Configuração do arranjo de Wenner

5.3 Procedimentos de medição

5.3.1 Considerações dutante SEV

a) não fazer medições sob condições atmosféricas adversas, tendo em vista a possibilidade de
ocorrência de descargas atmosféricas;

b) utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) compatíveis com o tipo e o local da medição
a ser realizada;

c) evitar que pessoas estranhas e animais aproximem-se dos equipamentos de medição;

d) não tocar nos eletrodos durante a medição.

5.3.2 Número e localização das linhas de medição (SEV)

5.3.2.1 A localização dos pontos e das direções das SEV depende da geometria da área e das
características locais, como topografia, interferências, obstáculos, espaço disponivel e alinhamentos
de medição possíveis.

A Figura 7 apresenta croquis com sugestões de linhas de medições (SEV) para diferentes áreas
retangulares, indicando o número mínimo de SEV, que devem ser uniformemente distribuídas nos dois
eixos da área a ser prospectada.

Com o aumento da área, a quantidade necessária de linhas de medição aumenta de forma quadrática,
considerando que o aumento da área é função do quadrado do raio equivalente e o semivolume
de solo prospectado aumenta com o cubo do raio equivalente.

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5.3.2.2 Os aspectos a seguir devem ser observados na determinação do número de medições, como
as variações entre os resultados obtidos nas diversas linhas de medição para um mesmo afastamento
entre eletrodos:

a) quanto maior a discrepância entre os resultados, maior é a não homogeneidade do solo local e,
portanto, maior deve ser o número de linhas de medição;

b) medições ao longo das diagonais do terreno são importantes para a obtenção do maior
espaçamento possível dentro da área de interesse.

5.3.2.3 Para áreas superiores a 20 000 m2, ou se a diagonal da área for superior a 200 m,
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é aconselhável a sua subdivisão em grupos de áreas menores. Se uma grande área (uma planta solar,
por exemplo) for dividida em subáreas de 20 000 m2, podem ser feitas oito SEV em cada subárea.

5.3.2.4 No caso de áreas superiores a 20 000 m2, é indicada a complementação das SEV com
sondagens eletromagnéticas, que permitem a prospecção de maiores profundidades, conforme
o Anexo A.

NOTA Estas medições são importantes pois a combinação de diferentes métodos de sondagem
geoelétrica viabiliza a construção um modelo geoelétrico com profundidade compatível com a dimensão
do aterramento.

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Croquis das linhas de medição (SEV) Área do terreno (m²) Número mínimo de SEV

S ≤ 1 000 2
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1 000 < S ≤ 2 500 4

2 500 < S ≤ 10 000 8

10 000 < S ≤ 20 000 16

Figura 7 – Croquis para uma campanha de sondagens geoelétricas em uma área retangular
(SEV A, B, C, D etc. – linhas de medição)

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5.3.3 Condições básicas a serem observadas nas sondagens elétricas verticais

5.3.3.1 Considerando a variação sazonal da resistividade das camadas superficiais do solo,


é desejável que as medições sejam realizadas no período mais seco, porém, o gerenciamento dos
empreendimentos normalmente impõe que a campanha de medições seja realizada no momento
determinado pelo cronograma da obra, que eventualmente não coincide com o período seco do ano.

5.3.3.2 A variação da resistividade do solo ocorre apenas na camada do solo afetada pela oscilação
do freático. Abaixo da cota mais profunda do nível do freático ao longo do ano, a resistividade do
subsolo é bastante estável, não sendo influenciada pela sazonalidade das chuvas.
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NOTA Solos predominantemente arenosos drenam as águas da chuva mais rapidamente do que solos
com com conteúdo argiloso. Isto significa que a composição do solo interfere na sua capacidade de retenção
de água e, por conseguinte, no efeito que as chuvas recentes podem ter na resistividade das suas camadas
mais rasas.

5.3.3.3 Deve-se evitar a realização de medições próximas a malhas de aterramento existentes, faixas
de servidão de linhas de transmissão (que podem ter contrapesos) e quaisquer outros elementos
condutores enterrados, inclusive fundações de edificações e estruturas, que possuem armaduras
metálicas.

Neste caso, deve-se afastar a linha de medição a uma distância onde as interferências sejam reduzidas
para evitar ou atenuar os efeitos da proximidade com massas metálicas enterradas.

NOTA Sugere-se um afastamento pelo menos igual a 1/3 da maior abertura dos eletrodos de corrente
previstos para a linha de medição.

5.3.3.4 Para os projetos de aterramentos de linhas de transmissão e de parques eólicos, devem ser
realizadas duas medições, em direções ortogonais, em pontos de locação de torres, não necessariamente
em todas as torres, a serem determinadas pelo projeto, preferencialmente uma no sentido longitudinal
ao encaminhamento da linha de transmissão e a outra perpendicular.

5.3.3.5 Para o arranjo de Wenner, cada linha de medição deve abranger diferentes espaçamentos
entre eletrodos, com abertura máxima dos eletrodos de corrente que se estenda no mínimo até
a maior dimensão (diagonal) do terreno a ser ocupado pela malha.

As linhas de medição devem ser prospectadas a partir do espaçamento entre eletrodos de 1 m


e prosseguir, se possível, em potências de 2 (1 m, 2 m, 4 m, 8 m,16 m, 32 m, 64 m).

NOTA Caso necessário, podem ser utilizados espaçamentos intermediários.

5.3.3.6 Para as medições com arranjo de Schlumberger, deve ser monitorada a leitura dos valores
dos potenciais medidos e, ocorrendo uma leitura a níveis abaixo da sensibilidade do equipamento,
deve ser aumentado o espaçamento entre os eletrodos de potencial, com a repetição da medição sem
o deslocamento dos eletrodos de corrente.

Este procedimento resulta na segmentação da curva de resistividades aparentes, que fica subdividida
em segmentos com pequenos deslocamentos verticais, associados ao desvio estático de cada
abertura dos eletrodos de potencial.

5.3.3.7 Os eletrodos de medição devem estar sempre firmes e com boa aderência ao solo. O uso
de um par de semicélulas não polarizantes Cu/CuSO4 contribui para melhorar significativamente
a relação sinal/ruído das medições de potenciais, feitas com os eletrodos internos.

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Considerar os valores medidos após a estabilização dos potenciais dos eletrodos internos, que pode
levar alguns segundos.

A superfície do solo onde as semicélulas são colocadas para a medição deve ser previamente limpa
de mato, fragmentos de rocha etc.

Solos secos, arenosos ou muito compactados podem requerer a adição de solução salina nos pontos
de colocação dos eletrodos de medição, para facilitar o contato elétrico, visando melhorar a capacidade
de injeção de corrente.

5.3.3.8 As planilhas de medição devem conter:


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a) data;

b) nome do responsável pela medição;

c) identificação e localização do projeto;

d) coordenadas do ponto central da linha e alinhamento da SEV;

e) características do solo (tipo, nível de umidade, compactação etc.);

f) temperatura, umidade etc.);

g) espaçamentos dos eletrodos.

Um croqui da área objeto da medição com a locação dos pontos e alinhamentos de medição é desejável.

6 Modelagem geoelétrica
6.1 Obtenção da curva média de resistividades aparentes do solo

6.1.1 A primeira atividade de processamento dos parâmetros medidos na campanha geoelétrica


consiste no cálculo das curvas de resistividade aparente, o que é feito multiplicando-se os valores
obtidos de resistência aparente pelo fator de escala associado ao arranjo de eletrodos de medição
(Wenner ou Schlumberger), para cada alinhamento de medição.

6.1.2 A segunda atividade vem a ser a filtragem dos valores extremos, os chamados outliers, que
fogem muito do padrão da maioria dos valores medidos. Se a grande maioria dos valores medidos
situar-se entre 100 Ωm e 20 000 Ωm, os valores inferiores a 100 Ωm e superiores a 20 000 Ωm podem
ser eliminados nesta filtragem preliminar. A análise do conjunto de curvas plotadas em um grafico
log-log, facilita a identificação dos valores que extrapolam a faixa típica das resistividades da área,
permitindo eliminar aqueles considerados outliers.

NOTA Alternativamente, pode-se calcular os logaritmos de todos os valores de resistividade aparente e, para cada
espaçamento, calcular a média aritmética e o desvio padrão deste conjunto de valores. Após a eliminação
dos valores que estão além da faixa de ± dois desvios-padrão, recalcular a média aritmética dos valores
remanescentes e calcular o logaritmo inverso do valor médio para cada espaçamento, que constituirá a nova
curva média de resistividades aparentes filtrada dos valores considerados outliers.

6.1.3 A terceira atividade vem a ser a obtenção de uma curva média de resistividades aparentes,
que seja representativa da estrutura geoelétrica do solo médio existente na área prospectada.
Considerando que o parâmetro de resistividade do solo possui distribuição estatística que se aproxima

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da log-normal, em que os logaritmos dos valores medidos têm distribuição Gaussiana, a curva média
de resistividades aparentes pode ser obtida a partir da média geométrica dos valores de resistividade
aparente medidos para cada espaçamento.

O uso da média geométrica, atende à recomendação da literatura técnica na área de geofísica,


apresentando a vantagem de diminuir o peso das medidas com desvios significativos com relação aos
valores médios.

Isto ocorre devido ao fato da média geométrica corresponder ao log inverso da média aritimética dos
logaritmos dos valores medidos, sendo que a conversão dos valores medidos para os logaritmos
correspondentes diminui o peso dos valores extremos.
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Exemplo: considerando apenas duas medições, de 1 Ωm e 100 Ωm, cada uma representativa de
metade da área prospectada, se for feita a média aritmética, tem-se aproximadamente 50 Ωm; porém,
se for feita a média geométrica, tem-se 10 Ωm. Este último valor é mais representativo do solo médio,
até porque as correntes não vão se dividir igualmente entre as duas áreas, e sim vão se concentrar
na área de menor resistividade.

A média geométrica apresenta, uma segunda vantagem. As sondagens geoelétricas baseadas na


medição de campos elétricos na superfície do solo, tanto as técnicas de eletrorresitividade como
a magnetotelúrica, são afetadas pelo fenômeno conhecido como desvio estático (static-shift). Este
desvio, causado por não homogeneidades rasas do solo, resulta no deslocamento vertical da curva
de resistividades aparentes calculada para um determinado alinhamento. A média geométrica de um
conjunto significativo de valores, a partir de dez linhas, resulta na redução deste desvio, considerando-se
que os erros associados a este desvio apresentam distribuição estatística gaussiana.

6.1.4 O segmento mais representativo da curva média de resistividades aparentes do solo é o trecho
mediano.

Para espaçamentos de até 25 m entre hastes de corrente, a quantidade de valores medidos pode
não refletir a característica média do solo raso (subamostragem), especialmente quando se trata da
modelagem de grandes áreas.

O segmento final da curva de resistividades aparentes, a partir de 90 m de espaçamento entre hastes


de corrente, é tipicamente afetado por uma crescente perda de precisão, devido à diminuição da
relação sinal/ruído que ocorre nas medições com maior espaçamento.

6.2 Número de camadas de um modelo geoelétrico

6.2.1 O número de camadas de um modelo geoelétrico é dado pela Equação 6:

Ncam = Npi + 1 (6)

onde

Npi é o número de pontos de inflexão da curva de resistividades aparente;

NOTA 1 Um solo hipoteticamente homogêneo pode ser caracterizado por uma reta.

NOTA 2 Um solo de duas camadas tem uma curva com um ponto de inflexão.

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6.3 Inversão da curva de resistividades aparentes


6.3.1 Existem programas de computador que fazem a inversão da curva de resistividades aparentes
e obtêm matematicamente os modelos de múltiplas camadas.
6.3.2 Em virtude de interferências e de erros associados às medições, o processo matemático de
inversão tem a característica de admitir múltiplas soluções em termos de modelos geoelétricos para
uma mesma curva de resistividades aparentes.
O modelo geoelétrico calculado pelo programa, apesar de constituir uma solução que atende
matematicamente ao problema da inversão, pode não corresponder à estrutura geoelétrica que
efetivamente existe no subsolo da área prospectada.
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Diz-se que uma inversão feita sem qualquer informação complementar sobre a estrutura do subsolo
que se quer modelar é uma inversão cega (blind inversion). Portanto, sempre que possível, devem-se
procurar informações adicionais sobre a geologia da área prospectada, de modo a poder fazer uma
inversão sob restrição, que considere os dados adicionais à curva de resistividades aparentes e que
resulte em um modelo geoelétrico mais compatível com a estrutura do solo local.

6.3.3 Cabe destacar que a maioria dos programas de inversão existentes admite que uma ou
mais variáveis sejam impostas à solução, seja em termos de espessura ou profundidade de uma
determinada camada, ou um valor específico de resistividade para uma camada de solo, por exemplo:

a) a profundidade do freático, que marca a interface entre uma camada superficial seca e de maior
resistividade e uma camada inferior, saturada de água e com resistividade mais baixa;

b) o impenetrável, medido por uma ou mais sondagens SPT, caracterizando a camada de solo mais
compacta, onde espera-se que a resistividade tenda a aumentar, devido à redução do volume
e da comunicabilidade dos poros das rochas que contêm água.

6.3.4 Para se obter uma inversão que seja mais representativa da geologia local, pode-se recorrer
a informações diretas sobre a estrutura do subsolo.

Três fontes de informações complementares podem ser consideradas:

a) perfuração e perfilagem de um ou mais poços, dependendo da dimensão da área que se quer


modelar, que fornecem informações diretas do parâmetro de resistividade e que efetivamente
contribui para uma melhor modelagem das camadas de solo mais rasas da área prospectada;

b) sondagens SPT, tipo de prospecção do solo usualmente adotado pelos engenheiros civis para
sondar as diferentes camadas rasas de solo, que podem fornecer a profundidade do freático
e da camada do solo dita impenetrável;

c) camadas das formações geológicas existentes na área, que podem ser obtidas de literatura
técnica publicada sobre a geologia da região ou por outros meios.

6.3.5 A disponibilidade destas informações complementares permite que a inversão da curva de


resistividades aparentes seja feita sob a restrição de dados considerados conhecidos, que são
fornecidos para o programa e que vão resultar em um modelo geoelétrico mais compatível com
a estrutura do solo local.

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Anexo A
(informativo)

Sondagens geoelétricas com técnicas eletromagnéticas

As metodologias eletromagnéticas utilizam campos eletromagnéticos, naturais ou gerados pelo


equipamento de medição, para sondar as camadas mais profundas do solo.
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A técnica conhecida como Time Domain Electromagnetic (TDEM) utiliza pulsos de corrente injetados
em uma bobina disposta sobre o solo, que produz um campo magnético transitório primário que,
quando induzido no solo, obtem-se como resposta um campo secundário de excitação do solo,
que pode ser captado por outra bobina. É uma técnica que permite a prospecção de subsuperfície
a profundidades da ordem de até 1 km.

A técnica magnetotelúrica (AMT e MT) baseia-se no registro de séries temporais de campos elétricos
e magnéticos naturais, medidos na superfície do solo, que são campos secundários produzidos pela
crosta terrestre em resposta a ondas eletromagnéticas que nele incidem, irradiadas por fenômenos
atmosféricos e ionosféricos. Estes campos primários incidem na superfície do solo sob a forma de
ondas planas e penetram na crosta terrestre em um processo difusivo (com atenuação).

Após o processamento das séries temporais medidas no campo, são obtidos dois pares de curvas
associadas a direções ortogonais, que caracterizam a bidimensionalidade do modelo geoelétrico
AMT/MT (2D). Cada par inclui uma curva de resistividades aparentes, em Ohms.metro (Ωm), e uma
curva de fases, em graus, ambas em função do período das frequências consideradas. Frequências
elevadas, estão associadas a uma penetração mais rasa no solo, enquanto que frequências baixas
estão associadas a uma penetração mais profunda no solo.

As sondagens AMT/MT podem prospectar toda a crosta terrestre, cerca de 40 km de espessura


e parte do manto, penetrando de dezenas de metros até dezenas de quilômetros de profundidade.

A metodologia da perfilagem de poços utiliza sondas que descem dentro de poços perfurados até
a profundidade de interesse e que fazem a medição utilizando técnicas elétricas ou eletromagnéticas.

A perfilagem de poços utilizando técnicas indutivas (eletromagnéticas) tem a vantagem de prospectar


diretamente a resistividade da coluna de solo perfurada, servindo para calibrar os modelos geoelétricos
rasos obtidos a partir das SEV, lembrando que estes últimos são modelos inferidos a partir da superfície
e não diretamente medidos.

A perfilagem de poços aplica-se, também, à prospecção do solo em áreas edificadas, onde não existe
espaço livre para a aplicação das demais técnicas de medição de resistividade do solo.

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Anexo B
(informativo)

Equipamentos para sondagem geoelétrica com o método


da eletrorresistividade

Os equipamentos utilizados para as medições pelo método da eletrorresistividade e utilizando


a técnica de sondagens elétricas verticais (SEV) podem ser assim agrupados:
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a) Terrômetro – Utilizado pelos profissionais da área elétrica com o arranjo de Wenner, para projetos
de aterramentos elétricos.

b) Resistivímetro – Utilizados pelos geofísicos com o arranjo de Schlumberger.

c) Equipamentos que operam com muita baixa frequência (VLF), abaixo dos 15 Hz ou quase DC
(até décimos de hertz), que é um recurso que permite minimizar erros em locais que apresentem
baixa relação sinal/ruído nos eletrodos de potencial.

Os terrômetros e os resistivímetros são compostos, basicamente, por uma fonte de tensão (contínua ou
alternada), um amperímetro e um galvanômetro ou voltímetro, sendo que o mostrador do equipamento
pode ser calibrado para fornecer a relação entre a tensão e a corrente medidos, que tem dimensão
de uma resistência aparente. Os equipamentos possuem quatro bornes, que são interligados a quatro
eletrodos cravados na superfície do solo, sendo dois de corrente e dois de potencial.

B.1 Características dos terrômetros


O terrômetro foi desenvolvido para medição da resistência de aterramentos de pequeno porte,
em conformidade com os requisitos da IEC 61557-5. Quando provido de quatro terminais (dois de
corrente e dois de potencial), o terrômetro pode ser utilizado para a realização de SEV com os arranjos
de Schlumberger e de Wenner.

O equipamento opera com correntes alternadas e, de modo a garantir segurança para os operadores, tem:

a) baixa potência (geralmente inferior a 1 W),

b) tensão aplicada aos eletrodos de corrente limitada a 50 V, e

c) corrente de curto-circuito restrita a 7 mA.

Estas restrições de segurança limitam a utilização do terrômetro a áreas não muito grandes (com uma
diagonal máxima de 200 m) e a solos de resistividade não muito alta (geralmente inferior a 10 000 Ωm).
Por operarem com corrente alternada e terem baixa potência, têm volume menor e peso mais reduzido
do que os resistivímetros.

Os terrômetros, de maneira geral, apresentam um aumento dos erros de medição a partir de 100 m
de afastamento entre os eletrodos de corrente, em função da diminuição da relação sinal/ruído,
que ocorre para os espaçamentos maiores de medição. Este erro, em geral, resulta em leituras de
resistividade aparente mais elevadas do que os valores reais.

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B.2 Características dos resistivímetros


B.2.1 Os resistivímetros operam com corrente contínua ou com muito baixa frequência (VLF),
abaixo dos 15 Hz ou quase DC (até décimos de hertz), que penetra mais profundamente no solo
do que a corrente alternada (evitando o efeito pelicular), permitindo a prospecção de camadas mais
profundas do solo.

São equipamentos de potência mais elevada do que os terrômetros, não estando sujeitos às restrições
de segurança da IEC 61557-5, admitindo:

a) potências da ordem de até 250 W;


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b) tensão entre eletrodos de corrente da ordem de até 1 000 V;

c) capacidade de injetar correntes de até 5 A.

Esta potência viabiliza a medição de potenciais (∆V) mais elevados, proporcionando melhor relação
sinal/ruído e, portanto, medições de melhor precisão, especialmente para as maiores aberturas de
eletrodos de corrente e/ou em solos de mais alta resistividade.

B.2.2 Os resistivímetros, dependendo do modelo, fornecem informações sobre a corrente injetada


e o potencial medido durante a execução das medições, permitindo verificar se a corrente injetada é
suficiente para uma leitura de boa precisão.

Este tipo de recurso auxilia no controle da qualidade dos parâmetros medidos e permite que sejam
tomadas medidas para melhorar a injeção de corrente, como relocação dos eletrodos de corrente e
adição de solução salina nos locais de cravamento. Os terrômetros não costumam dar acesso a este
tipo de informação.

B.2.3 Os resistivímetros mais sofisticados possuem vários canais com a capacidade de aquisição e
registro de dados em linhas de eletrodos conectadas a cabos multiveias que, segundo uma sequência
pré-programada, fazem a medição automática de diferentes configurações de eletrodos.

Este tipo de equipamento geralmente utiliza software próprio para fazer as inversões das curvas de
resistividades aparentes medidas e para produzir seções 2D de resistividades do solo com resolução
muito boa (tomografia de resistividade elétrica - ERT ), conforme apresentado na Figura B.1.

B.2.4 O resistivímetro apresenta as seguintes vantagens em relação aos terrômetros:

a) opera com corrente contínua, que penetra mais profundamente no solo do que a corrente alternada,
evitando o efeito pelicular e assim permitindo a prospecção de camadas mais profundas do solo;

b) tem potência mais elevada (mais de 100 vezes), viabilizando a injeção de correntes de medição
bem mais altas, que resultam em valores medidos de ∆V mais elevados, assim apresentando
melhor relação sinal/ruído;

c) a melhor relação sinal/ruído viabiliza medições de melhor precisão, especialmente para as


maiores aberturas de eletrodos de corrente e para solos de resistividade mais elevada (acima de
1 000 Ωm).

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Figura B.1 – Exemplo de seção geoelétrica 2D produzida por um equipamento com sistema
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automático de aquisição de dados (72 eletrodos com espaçamento de 10 m)

B.3 Aplicação do terrômetro com arranjo de Wenner


A Figura B.2 representa um terrômetro com seu esquema elétrico simplificado, para SEV com o arranjo
de Wenner, com os eletrodos alinhados e igualmente espaçados pela distância a.

As resistências de aterramento dos eletrodos de medição são representadas por R1, R2, R3 e R4.
Ri representa a resistência aparente calculada entre os eletrodos de potencial.

O equipamento possui quatro bornes, E, ES, S e H, sendo que:

a) os bornes externos (E) e (H) são interligados aos eletrodos de corrente, cujo valor é medido pelo
circuito de corrente do instrumento;

b) os bornes internos (ES) e (S) são ligados aos eletrodos de potencial, cujo circuito mede a diferença
de tensão produzida no solo;

c) a divisão da diferença de potencial medida entre os eletrodos S e ES pela corrente injetada pelos
eletrodos H e E resulta no valor de resistência aparente lido no mostrador do equipamento.

A Figura B.3 ilustra um equipamento que indica o valor de resistência aparente Ri = 120 Ω. Para se obter
o valor da resistividade aparente do solo, utiliza-se usualmente a forma simplificada da Equação A.1:

ρ = 2π × a × R i (A.1)

onde

ρ é a resistividade aparente, expressa em ohm.metro. (Ωm);

a é o espaçamento dos eletrodos, expresso em metros (m);

Ri é a resistência aparente medida, expressa em ohms (Ω).

Existem terrômetros que permitem introduzir o valor de espaçamento a entre eletrodos, e o resultado
da resistividade aparente ρ é apresentado diretamente no painel do equipamento.

A aplicação do resistivímetro é similar à do terrômetro, apenas com a diferença de que este último
geralmente tem mais potência e mais recursos, conforme apresentado em B.2.

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Figura B.2 – Esquema elétrico simplificado de um terrômetro e do circuito visto por ele no
solo, para uma SEV com arranjo de Wenner

Figura B.3 – Leitura da resistência aparente (Ri) com arranjo de Wenner

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Bibliografia

[1] ABNT NBR 5410, Instalações elétricas de baixa tensão

[2] ABNT NBR 5456, Eletricidade geral – Terminologia

[3] ABNT NBR 5460, Sistemas elétricos de potência

ABNT NBR 15749, Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo


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[4]
em sistemas de aterramento

[5] IEC 61010-1, Safety requirements for electrical equipment for measurement, control, and
laboratory use – Part 1: General requirements.

[6] IEC 61557-1, Electrical safety in low voltage distribution system up to 1.000 Vac and 1.500 Vdc –
Equipment for testing, measuring or monitoring of protective measures – Pat 1: General requirements

[7] IEC 61557-5, Electrical safety in low voltage distribution system up to 1.000 Vac and 1.500 Vdc –
Equipment for testing, measuring or monitoring of protective measures – Part 5: Resistance to earth

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