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Wyckoff 2.

Estruturas, Volume Profile e Order Flow

Combinando a lógica da Metodologia Wyckoff e


a objetividade do Volume Profile

R V C
Direitos autorais © 2021 Rubén Villahermosa Chaves
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Independently published
CONTEÚDO

PREFÁCIO
PARTE 1. CONCEITOS AVANÇADOS DA METODOLOGIA WYCKOFF
1.1 Os rótulos
1.2 Preço vs Volume
1.3 Tipos de gráficos avançados
1.3.1 Gráficos de ticks
1.3.2 Gráficos de volume
1.3.3 Gráficos Range
1.4 Acumulação ou Distribuição com falha
1.5 Falha estrutural
1.5.1 Debilidade
1.5.2 Solidez
1.6 Shortening of the Thrust (SOT)
1.7 Outros tipos de estruturas
1.7.1 Estruturas com inclinação
1.7.2 Esquemas pouco usuais
PARTE 2. RESOLUÇÃO DE DÚVIDAS FREQUENTES
2.1 Utilização eficiente das linhas
2.1.1 A importância do contexto
2.2 Mudança de rótulos e planejamento de cenários
2.3 Como distinguir entre acumulação e distribuição?
2.4 Como analisar um gráfico a partir do 0?
2.4.1 Estruturas
2.4.2 Áreas de operação
2.4.3 Baixa de temporalidade. Estruturas da maior para a menor
2.4.4 Alta de temporalidade. Estruturas da menor para a maior
2.5 O que fazer quando o contexto não está claro?
2.5.1 O controlador
PARTE 3. O ATUAL AMBIENTE DE TRADING
3.1 Tipos de participantes nos mercados financeiros
3.2 Mercados eletrônicos
3.2.1 Trading algorítmico
3.2.2 High Frequency Trading
3.3 Mercados Over The Counter (OTC)
3.4 Dark Pools
3.5 Os mercados são aleatórios ou determinísticos?
3.5.1 A hipótese dos mercados adaptativos
3.5.2 Onde se encaixa a metodologia Wyckoff?
PARTE 4. A IMPORTÂNCIA DO VOLUME
4.1 Auction Market Theory
4.1.1 Variáveis
4.1.2 Percepção do valor
4.1.3 As quatro fases da atividade do mercado
4.2 A Lei da Oferta e da Demanda
4.2.1 Erros de interpretação comuns
4.2.2 BID/ASK, Spread e Liquidez
4.2.3 Tipos de participantes com base no comportamento
4.2.4 Como ocorre a mudança de preço?
4.2.5 Como acontecem as mudanças no mercado?
4.3 Tipos de ordens
4.3.1 Características avançadas
4.4 Ferramentas para análise de volume
4.4.1 Livro de ordens
4.4.2 Time & Sales
4.4.3 Footprint
4.4.4 Delta
4.5 A problemática do Order Flow
4.5.1 Problemática #1 Divergência de preço
4.5.2 Problemática #2 Divergência do Delta
4.5.3 Operador de preço e volume
4.5.4 Conclusão
PARTE 5. VOLUME PROFILE
5.1 Teoria do Leilão + Volume Profile
5.2 Composição do Volume Profile
5.3 Tipos de perfis
5.4 Diferença entre o volume vertical e o horizontal
5.5 Diferença entre Volume Profile e Market Profile
5.6 Forma dos perfis
5.6.1 Perfil tipo P
5.6.2 Perfil tipo b
5.7 Usos do Volume Profile
5.7.1 Identificação de estruturas
5.7.2 Determinar o viés do mercado
5.7.3 Análise da saúde da tendência
5.7.4 Migração do VPOC
5.7.5 Ajuste da gestão da posição
5.8 Princípios operacionais com áreas de valor
5.8.1 Princípio do intervalo
5.8.2 Princípio da reversão
5.8.3 Princípio da continuidade
5.8.4 Princípio da reversão com falha
5.8.5 Quadro resumido de princípios operacionais com áreas de
valor
PARTE 6. ORDER FLOW
6.1 Leitura do contexto
6.2 Desequilíbrios
6.3 Padrão de giro
6.3.1 Padrão de giro em baixa: Absorção de compras e iniciativa de
vendas
6.3.2 Padrão de giro em alta: Absorção de vendas e iniciativa de
compras
6.4 Padrão de continuidade
6.5 Fractalidade
PARTE 7. WYCKOFF 2.0
7.1 Análise do contexto
7.1.1 Contexto do intervalo
7.1.2 Contexto de tendência
7.1.3 Operação no intervalo
7.1.4 Operação em tendências
7.2 Identificação de áreas e níveis operacionais
7.3 Planejamento de cenários
7.4 Gestão da operação
7.4.1 Entrada
7.4.2 Stop Loss
7.4.3 Take Profit
7.4.4 O que fazer quando o preço vai sem nós?
PARTE 8. ESTUDOS DE CASO
8.1 Cruzamento de moedas Euro/Dólar ($6E)
8.2 Cruzamento de moedas Libra/Dólar ($6B)
8.3 Índice S&P500 ($ES)
8.4 Cruzamento de moedas Dólar Americano/Dólar Canadense ($6C)
8.5 Cruzamento de moedas Libra/Dólar ($6B)
8.6 Cruzamento de moedas Euro/Dólar ($6E)
BIBLIOGRAFIA
AGRADECIMENTOS
SOBRE O AUTOR
LIVROS DESTE AUTOR
PREFÁCIO

Com a publicação deste novo conteúdo damos continuidade ao


primeiro livro "A Metodologia Wyckoff em Profundidade", no qual são
apresentadas de forma clara todas as ferramentas analíticas que
abordam tal metodologia, assim como o aspecto mais teórico no
estudo do comportamento dos mercados financeiros.

Neste livro, avançaremos mais um passo e abordaremos


conceitos mais complexos; revisaremos as questões mais
frequentemente levantadas pelos estudantes sobre a metodologia e
incorporaremos novas ferramentas baseadas nas informações
proporcionadas pelos dados do volume e que serão muito úteis,
como o Volume Profile e o Order Flow.
Antes de iniciar o estudo deste livro, devo recomendar
vivamente que você tenha previamente internalizado todos os
conceitos que são tratados no primeiro, pois é necessário entender
tudo o que foi visto e, em caso negativo, isso poderia causar alguma
confusão ou falta de entendimento.
PARTE 1. CONCEITOS AVANÇADOS DA
METODOLOGIA WYCKOFF

Assim como no livro anterior, não temos a intenção em momento


algum de divulgar o enfoque da metodologia Wyckoff a partir de seu
ponto de vista mais puro. Pode haver operadores Wyckoff que fazem
isso, mas entendemos que os mercados de hoje mudaram
substancialmente em relação aos que foram estudados por Richard
Wyckoff e é nossa responsabilidade nos adaptarmos a essas
mudanças.

Mas, se existe uma coisa que é invariável e onde reside


realmente a vantagem desta abordagem sobre outras, são os
princípios que estão por trás de seus ensinamentos.
Independentemente de como os mercados e seus operadores
tenham mudado, tudo ainda é regido pela lei universal da oferta e
demanda; e esta é a pedra fundamental da metodologia.

Esta nova forma que proponho para analisar os mercados me


causou certa discussão com conhecidos (puristas) disseminadores do
método. Como eu disse, meu objetivo não é ensinar a forma mais
primitiva da metodologia, mas sim pegar os princípios que considero
válidos e aperfeiçoá-los juntamente com as mais modernas
ferramentas de análise de volume.

Na verdade, acredito que disseminar os ensinamentos de


Richard Wyckoff conforme ele os compartilhava é praticamente
impossível. No final, cada um ensina seu próprio ponto de vista sobre
a metodologia junto com as ferramentas em que mais confia; e isto
não quer dizer que alguém esteja acima dos demais. O importante é
obter rentabilidade do mercado, independentemente da abordagem
utilizada.

Dito isto, tenho certeza de que se Richard Wyckoff estivesse


vivo hoje, ele mesmo tomaria o cuidado de evoluir seus próprios
ensinamentos para se adaptar a novos mercados. Como era em seu
tempo, ele ainda seria um estudioso dedicado ao volume e isto o
teria levado a aprofundar seu conhecimento de ferramentas como o
Volume Profile e o Order Flow.

E isto foi exatamente o que fizemos e o que apresentarei a


vocês ao longo do livro; reunindo os princípios mais sólidos de análise
de mercado com as ferramentas mais avançadas de análise de
volume.
Mas antes de chegarmos a esse ponto, vamos acrescentar
alguns conceitos avançados que você deve conhecer para esclarecer
uma série de dúvidas que ocorrem com frequência.
1.1 OS RÓTULOS

Toda a parte teórica vista no primeiro livro é um conteúdo necessário


e indispensável para dominar esta abordagem e entender
verdadeiramente como o mercado se move, mas a metodologia
Wyckoff, ou minha maneira de entendê-la, vai muito mais adiante.

Não se trata apenas de rotular um gráfico de forma quase


robótica e pronto. Aprendemos o que está por trás de cada evento;
como ele é formado, como é representado no gráfico, a psicologia
por trás dele e assim por diante. Mas, como digo, o método é muito
mais eficaz.

Afirmo isto porque, pela própria natureza do mercado, é


praticamente impossível que duas estruturas sejam absolutamente
as mesmas. Apesar de ser verdade que diariamente vemos
esquemas "de livros", que se adaptam muito genuinamente aos
exemplos clássicos, na maioria das vezes o mercado desenvolverá
estruturas menos convencionais, onde a identificação de tais eventos
será mais complexa.
Assim, é essencial não se concentrar na busca exata dos
eventos (principalmente nos eventos de parada que compõem a
Fase A) e se concentrar no que é realmente importante que é a ação
como um todo. Quero dizer, em muitos gráficos veremos que um
movimento de tendência cessa e inicia um processo de lateralização,
mas não somos capazes de identificar corretamente os 4 primeiros
eventos de parada. Em função disso, é possível descartar o ativo e
perder uma oportunidade comercial futura. Isto é um erro. Como
digo, o importante não é que saibamos identificar esses 4 eventos de
parada, mas que o mercado objetivamente tenha produzido a parada
do movimento de tendência. Você pode não identificar o Clímax, a
Reação e o Teste de forma genuína, mas o objetivo é que o mercado
tenha parado e iniciado uma mudança de caráter (migração da
tendência para os lados).
Como podemos ver nos exemplos, apesar destas estruturas
não serem de modo algum como as estruturas clássicas já
estudadas, se abrirmos o gráfico e nos situarmos no ponto marcado
com a seta, é sensato pensar que possivelmente elas tenham
desenvolvido um processo de acúmulo logo abaixo. Será mais ou
menos difícil identificar os eventos da metodologia, mas o objetivo é
ver um nível onde o preço tenha sido rejeitado em várias ocasiões
(Creek) e que finalmente tenha conseguido rompê-lo e se posicionar
acima. Esta é a chave.
Sem dúvida, se nos esforçamos, podemos rotular todos e
cada um dos movimentos, mas repito que isto não é o mais
importante. O importante da metodologia é a lógica por trás dela:
para que o preço suba deve primeiro haver uma acumulação; e para
que desça, deve haver uma distribuição. A forma ou maneira como
esses processos se desenvolvem não deve ser o fator determinante.

O nível de mentalidade aberta exigido é muito grande. Talvez


até a cabeça de algumas pessoas tenha explodido, mas esta é a
realidade. Felizmente, muitas vezes vemos estruturas clássicas, mas
a contínua interação entre oferta e demanda faz com que estes
processos possam se desenvolver de infinitas maneiras, e temos que
estar preparados para enxergar eles também.

Ao invés de pensar em rotular todos e cada um dos


movimentos de preços, vamos nos concentrar em tentar identificar,
de acordo com os traços que observamos, quem provavelmente está
ganhando o controle do mercado com base na teoria estudada.
1.2 PREÇO VS VOLUME

Em nossa forma de pensar sobre análise de mercado, a princípio


não valorizamos a possibilidade de não considerar nenhum desses
dois dados, preço e volume. Mas à medida que se aprofunda no
ecossistema que circunda o mundo financeiro, alguns obstáculos
começam a surgir.

Sem rodeios, preciso dizer que, em minha opinião, os dados


sobre preços são certamente mais relevantes do que os dados
sobre volume. E eu vou fundamentar esta afirmação com base em
dois elementos.

Por um lado, o volume intradiário que podemos analisar em


qualquer ativo pode ser muito ilusório, dependendo do momento da
sessão. Por exemplo, na abertura da sessão americana do S&P500
em seu horário local (ETH), sempre veremos um grande volume,
muito maior do que o visto antes dessa abertura durante o horário
regular (RTH). E, é claro, todas as análises anteriores serão
tendenciosas de uma certa forma.
Como podemos ver no gráfico do ES (SP500 futuro), a maior
volatilidade e, portanto, movimento de preços ocorre durante a
sessão americana, evidenciando claramente a falta de participação
durante o horário regular de negociação. Não faria muito sentido
fazer análises levando em conta globalmente toda a ação de preços
e volume, já que poderia levar à confusão.
Não que durante o horário comercial regular tenhamos
identificado um movimento com falta de interesse (baixo volume),
mas que esse baixo volume é devido a uma ausência de operadores
naquele momento. O mesmo seria válido para outros momentos da
sessão, como na parada do meio-dia ou pouco antes de iniciar o
período final do dia, quando há também um aumento significativo no
volume.

A partir do momento em que sabemos disso, temos duas


maneiras de resolver esta situação:
Se quisermos continuar operando em períodos de tempo
intradiários devemos necessariamente analisar o preço e o
volume em termos comparativos; por um lado, o que se vê
durante períodos de tempo locais e, por outro lado, o que
se vê durante o horário comercial regular.

Igualmente, a melhor maneira de evitar confusão é analisar


o gráfico diário. Como este intervalo de tempo cobre ambas
as sessões (ETH e RTH), não é necessário distingui-las
para análise. Mas, é claro, isto exigiria uma mudança total
do estilo de operação.

Se existe um dado que já incorpora todas as informações,


este é o preço. O preço é a representação gráfica de todas as
ordens já executadas. Poderíamos estar analisando um ativo a
qualquer momento e a ação de preço seria fielmente refletida sem
ter que estar ciente do momento da sessão e realizar uma análise
comparativa. Esta é a vantagem que o preço apresenta.
Mesmo sem o volume perdemos uma grande parte das
informações disponíveis, a interação contínua entre oferta e
demanda vai deixando sua marca no preço e o preço desenvolve
alguns padrões repetitivos (não na forma, mas no conteúdo).

Obviamente, não estou recomendando operar sem analisar os


dados de volume, não é necessário, apenas queria destacar a
prevalência do preço sobre o volume para nossa forma de entender
e operar os mercados.

Mais adiante veremos também outro inconveniente que os


dados de volume apresentam devido aos mercados Over The
Counter (OTC) e os Dark Pools.
1.3 TIPOS DE GRÁFICOS AVANÇADOS

Nos últimos tempos, surgiram também outras formas de


representação da atividade de mercado. Entre esses tipos de
gráficos estão os gráficos de ticks, de volume e Range.

A principal vantagem destes gráficos é que eles reduzem o


ruído presente nos gráficos temporais. Estes três tipos de gráficos
têm a peculiaridade comum de eliminar a variável temporal, o que
pode ser muito útil precisamente para condições como as discutidas
acima, onde o mercado abrange diferentes ambientes de atividade.
1.3.1 Gráficos de ticks

Um tick representa uma transação, uma negociação entre duas


partes. Portanto, o gráfico de ticks será atualizado (a vela atual será
fechada e uma nova será aberta) quando um certo número de
transações (ticks) tiver ocorrido.

A configuração do gráfico (o número de ticks) vai variar de


acordo com o mercado, já que a volatilidade difere de um mercado
para outro. É por isso que você terá que fazer testes diferentes até
encontrar o mais adequado.
Geralmente o volume será muito parecido em todas as velas
geradas, mas haverá diferenças sutis que podem nos dar
informações interessantes, já que este tipo de gráfico mede a
atividade em termos de transações, mas não leva em conta o volume
ou a quantidade negociada nessas transações.

Em suma, um gráfico ajustado para 1000 ticks irá gerar uma


nova velas quando esses 1000 ticks ocorrerem, mas a quantidade
negociada nessas 1000 transações será diferente. Pode ser que em
uma transação seja negociado 1 contrato ou vários contratos.
1.3.2 Gráficos de volume

A diferença entre os gráficos de ticks e de volume está relacionada


com a quantidade negociada. Enquanto o gráfico de tick mede o
número de transações sem levar em conta quantos contratos, ações
ou unidades foram negociados em cada uma delas, os gráficos de
volume medem o número de contratos, ações ou unidades
negociadas antes da geração de uma nova vela.

Por exemplo, um gráfico configurado para 1000 volumes


gerará uma nova vela quando essa quantidade for negociada,
independentemente do número de transações que foram necessárias
para completar.

O aspecto negativo principal do uso deste tipo de gráfico é


que ele impossibilita o uso de técnicas de análise de volume.
1.3.3 Gráficos Range

Enquanto os dois tipos apresentados anteriormente se basearam sua


representação nos dados de volume, o gráfico tipo Range se baseia
em dados de preços.
Este tipo de gráfico representa a atividade do mercado do
ponto de vista do movimento do preço. Todas as suas barras serão
exibidas com o mesmo tamanho, independentemente do tempo que
levou para sua formação. Em ambientes de alta volatilidade
aparecerão mais barras e vice versa para ambientes de baixa
volatilidade.

Caso o gráfico seja configurado para o Range 15, novas


barras aparecerão quando o preço se movimentar 15 ticks em uma
direção ou outra.
1.4 ACUMULAÇÃO OU DISTRIBUIÇÃO COM FALHA

Quando a análise de todos os elementos que são observados no


gráfico sugerem que está sendo produzido o desequilíbrio em
direção a um lado, mas no momento da verdade o lado oposto
pressiona de forma mais agressiva, estaremos falando de falha de
continuidade ou de estrutura com falha.

Durante o desenvolvimento das estruturas, o controle do


mercado está em jogo e o mercado pode mudar de lado (em favor
de compradores ou vendedores) continuamente, de acordo com os
tipos de operadores e as avaliações que eles fazem do ativo.

Sabendo que até que visualizemos o efeito de uma causa não


podemos determinar o que ela é (acumulação ou distribuição), o
mais lógico seria evitar o uso deste termo de estrutura com falha,
uma vez que realmente uma acumulação com falha será sempre uma
estrutura de distribuição e vice-versa. Mas é um conceito muito
interessante que nos ajuda a entender uma importante dinâmica do
mercado, que não é outra coisa senão o conhecimento dos
diferentes tipos de operadores e como eles intervêm com base na
temporalidade.

Quando o preço faz um Spring potencial na parte baixa da


estrutura e de lá consegue chegar ao topo da estrutura novamente, é
óbvio que os compradores penetraram com certa agressividade na
parte baixa; mas não sabemos quando eles vão decidir fechar suas
posições. Pode ser que sejam simplesmente Traders de muito curto
prazo que aproveitam a visita a uma zona de liquidez (seja no
máximo da estrutura ou em uma zona intermediária) para encontrar a
contraparte com a qual fazer corresponder suas ordens e fechar
suas posições ali obtendo lucros. Este fechamento de posições de
compra causaria uma perda de impulso de alta e possivelmente uma
nova curva para baixo.

Ou pode ser que os operadores que compraram no Spring


tenham uma perspectiva de longo prazo e façam todo o possível
para permanecer no mercado e defender a posição, se necessário,
produzindo o desenvolvimento completo de toda a acumulação.

Além disso, também não sabemos se pode haver operadores


de longo prazo com maior capacidade de movimentar os mercados
pendentes de tal movimento de alta para tirar proveito dele e entrar
agressivamente em curto prazo.

Por outro lado, também deve ser lembrado que nem todos os
grandes operadores ganham de forma consistente e recorrente ao
longo do tempo. Às vezes, muitos deles são forçados a assumir
perdas e este contexto de estrutura com falha poderia ser um
exemplo perfeito. Conforme Al Brooks diz, com razão, em seus livros
sobre Price Action, nos mercados líquidos todo menor movimento de
preços é gerado porque um grande operador está comprando e
outro está vendendo. É uma batalha entre esses grandes capitais e,
portanto, haverá alguns deles que terão prejuízo em algumas de
suas operações.

A chave para determinar que estamos diante de uma estrutura


com falha é que ela tem absolutamente todos os traços a favor de
uma direção, mas no momento decisivo (no teste após o intervalo),
ela falha e gera um desequilíbrio a favor do lado oposto.

Para o exemplo da acumulação com falha, teríamos que ver


que todos os traços sugerem que o controle do mercado está com
os compradores, e que o preço tem que desenvolver um Spring
potencial, que a ruptura de alta é genuína do ponto de vista da ação
do preço e do volume; mas que finalmente na posição potencial
BUEC o preço não consegue continuar subindo, e um desequilíbrio é
provocado em favor dos vendedores deixando a estrutura como
distributiva.

Justamente o mesmo, mas ao contrário, precisaríamos


verificar para determinar uma distribuição deficiente: traços a favor
dos vendedores, desenvolvimento de potencial Upthrust, ruptura em
baixa genuína e que em posição de teste depois da ruptura, entra a
compra agressiva que rotaciona a estrutura como acumulação.
É importante ter consciência de que não conhecemos a
capacidade dos operadores de continuar controlando o mercado,
uma vez que a qualquer momento um operador com maior
capacidade pode surgir e provocar a rotação. O que inicialmente
parecia desequilibrado para um lado, finalmente com esta nova
aparição faz com que o desequilíbrio seja confirmado no lado oposto.
Logo, temos que avaliar estas duas importantes casuísticas:

Não sabemos a intenção dos operadores que estão


apoiando o movimento atual. Caso sejam operadores de
curto prazo que fecharão posições na próxima faixa de
liquidez ou se têm uma perspectiva de longo prazo e vão
continuar até que a estrutura esteja totalmente desenvolvida.
Não sabemos se os operadores com maior capacidade
podem intervir. Na hora da verdade, no teste após a
ruptura que confirmaria a orientação da estrutura,
operadores agressivos podem surgir com uma maior
capacidade de mover o mercado, impulsionando na direção
oposta, pois eles podem ter uma visão diferente a longo
prazo.

Obviamente, encontramos esta dificuldade o tempo todo,


portanto nossa vantagem é operar a favor do último desequilíbrio e
para isso é vital identificar o evento dominante: o Shakeout.
O Shakeout, como já discutimos, é a ação mais decisiva no
funcionamento do mercado. Tem uma lógica tão poderosa que nos
leva a sempre nos colocarmos a favor dela. Então, se o resto dos
traços acompanharem, estaremos sempre favorecendo operar na
direção do último shakeout; ou seja, muito depois de ver o Spring
potencial; e pouco depois de ver uma Upthrust.
Alguns podem concluir que esperar por preços extremos e
operar apenas situações potenciais de Upthrust/Spring é a maneira
mais conveniente de simplificar toda a análise; e não é totalmente
desajustada. Essa é a beleza da metodologia Wyckoff, que ao
oferecer uma maneira de entender o mais objetivamente possível
como o mercado se move, cada operador pode usar seus princípios
para desenvolver suas próprias estratégias.

Em minha opinião, os traços que demonstram o


desenvolvimento das estruturas desde seu início são significativos e
nos ajudam a estabelecer cenários com uma probabilidade maior.
Por exemplo, se eu observar certas características distributivas em
uma estrutura e ela estiver subsequentemente em uma posição de
potencial ruptura em baixa e potencial Spring, a análise do contexto
me levará a favorecer a ruptura em baixa; enquanto o operador que
só opera os Shakeouts nos extremos sem avaliar nada mais fará o
contrário. E geralmente o mercado se desenvolverá (neste exemplo)
em favor da continuação distributiva, pois o desequilíbrio é latente e
tem sido evidente durante o desenvolvimento do Range.
1.5 FALHA ESTRUTURAL

Este é um conceito muito simples que pode nos ajudar no momento


de avaliar a dinâmica dos movimentos.

Esta falha pode ser encontrada em todos os tipos de


estruturas; tanto em estruturas com declives altos ou baixos como
em estruturas horizontais, convergentes ou divergentes.

O primeiro passo é identificar a lógica estrutural que o preço


decide seguir. Isto será determinado pelos toques bem sucedidos
que respeitam uma estrutura formada por duas zonas de oferta e
demanda. Esta é a chave inicial: identificar a estrutura que o preço
validou. Quanto mais toques ela tiver, mais confiança nos dará essa
estrutura.

Neste momento, e seguindo o princípio de favorecer a


continuidade do que o preço vem fazendo, seria lógico pensar que o
mercado continuará a se mover respeitando essa lógica estrutural,
passando de extremo a extremo.

Caso o preço não desenvolva um novo teste no lado oposto e,


em vez disso, gere uma curva antes de chegar àquela zona, diríamos
que desenvolveu uma falha estrutural já que não continuou com a
dinâmica que tinha e este sinal acrescenta força ao cenário em favor
daquela última curva.
Partindo deste conceito, entendemos que o evento do último
suporte de oferta ou demanda (Last Point of Support e Last Point of
Supply) são falhas estruturais nas quais o preço é bloqueado em sua
tentativa de ir atrás do evento de impacto para começar a partir
deste ponto o movimento posterior de quebra da estrutura.
1.5.1 Debilidade

O exemplo de falha estrutural que denota debilidade é apresentado


quando o preço, após validar uma estrutura em várias ocasiões, é
incapaz de continuar se movendo sob essa lógica de movimento e
não consegue alcançar o topo da estrutura.
Esta incapacidade de continuar se movendo como vinha
fazendo até este momento denota uma debilidade fundamental. Os
compradores não estão mais no controle do mercado e são os
vendedores que começam a parecer mais significativamente.

Tal indício não sugere uma reversão imediata para baixo; é


mais um elemento a ter em mente ao ler corretamente o contexto do
mercado.

Poderia se tratar simplesmente de uma parada temporária da


tendência anterior para desenvolver a partir daí um período de
consolidação, durante o qual se poderia reacumular stock e continuar
a subir.
1.5.2 Solidez

A ação que denota a solidez do fundo é quando vemos que o preço


não pode atingir a parte baixa da estrutura em que tem trabalhado.

Ou seja, se o preço vem desenvolvendo uma série de altos e


baixos decrescentes cuja ação se encaixa perfeitamente dentro dos
limites superior e inferior, vamos favorecer que o mercado continue a
se comportar da mesma forma e por isso vamos procurar um novo
teste no lado oposto da estrutura. Se, por exemplo, vem de um teste
no lado superior da estrutura, a dinâmica sugere que agora deveria
fazer um teste no lado inferior da estrutura. Se durante o
desenvolvimento de tal movimento o preço gira sem atingir a parte
inferior, diremos que o mercado gerou uma falha estrutural e é um
sinal de solidez do mercado, pois os compradores não permitiram
que o preço caísse mais baixo.

Se, além disso, tal movimento conseguir balançar quaisquer


baixas anteriores relevantes, estaremos em uma situação de
potencial Spring com maior solidez fundamental devido à
convergência com essa falha estrutural.
O raciocínio por trás de tal ação é que os compradores
entraram agressivamente desequilibrando o controle a favor deles.
Estes compradores têm um interesse maior e estão bloqueando a
queda do preço. Eles não querem que o preço desça. Não querem
que mais ninguém seja capaz de montar o movimento de subida.
Este indício não sugere uma reversão imediata para o lado de
cima; é mais um elemento a ter em mente ao ler corretamente o
contexto do mercado.
1.6 SHORTENING OF THE THRUST (SOT)

Poderia ser traduzido como "Encurtamento do impulso". Se trata de


um padrão de mudança de direção. É uma ferramenta analítica
originalmente usada por Wyckoff para medir a perda de ímpeto ou
esgotamento de um movimento de impulso ou propulsão.

Visualmente, é possível ver como cada nova extremidade


percorre uma distância menor do que a anterior e, portanto, diz-se
que o impulso está sendo encurtado.

Para o exemplo da tendência de alta, observaríamos como


cada nova máxima alcança uma distância menor do que a
máxima anterior; sugerindo uma deterioração na demanda e
sinalizando uma possível curva em baixa.

Para o exemplo da tendência de baixa, observaríamos


uma diminuição na distância que as novas mínimas
percorrem em relação à distância que as mínimas anteriores
percorriam, sugerindo uma deterioração na oferta e
sinalizando uma possível virada para o lado superior.

A principal ideia é uma falta de continuidade nessa direção.


Um esgotamento das forças que até agora pareciam estar no
controle do mercado. A perda de impulso antecipa um retrocesso
importante e às vezes até mesmo uma inversão da tendência.
Para que este comportamento seja válido, é necessário um
mínimo de três impulsos na direção da tendência. A partir de três ou
quatro movimentos impulsivos, é útil começar a procurar este padrão
de encurtamento no impulso final.

Quando o avanço do preço diminui, mas há um forte


volume, isso significa que o grande esforço teve pouca
recompensa: Divergência de Esforço/Resultado. No caso de
um exemplo em baixa, a demanda estaria aparecendo; e em
um exemplo em alta, a oferta estaria aparecendo.

Quando o avanço do preço diminui, mas também há um


volume fraco, isso significa esgotamento. No caso de um
exemplo em baixa, a oferta seria retirada; e em um exemplo
em alta, seriam os compradores que se retirariam do
mercado.

Quando existem mais de quatro impulsos e o encurtamento


persiste, a tendência pode ser muito forte para ser operada contra.

O que confirmaria a mudança de direção seria um forte


movimento impulsivo na direção oposta. Após o encurtamento do
impulso, queremos ver que o novo impulso na direção oposta tenha
um alto volume, denotando intencionalidade. Depois deste impulso
que muda de direção, poderíamos esperar por um recuo para
tentarmos nos unir na direção do novo movimento impulsivo.
Tenha sempre em conta o contexto no qual o encurtamento de
impulso ocorre:
Se o preço quebra o topo de um intervalo e inverte, esta ação
é uma Upthrust potencial. Se depois de algumas ondas de baixa
ocorrer um encurtamento do impulso e sugerir uma operação de
compra; você deve ter em mente que o preço acabou de desenvolver
uma Upthrust e muito provavelmente continuará a cair. Qualquer
operação de compra deve ser evitada e, se realizada, fechada
rapidamente depois de uma resposta débil. O mesmo aconteceria no
caso de observar o padrão de baixa após uma Spring potencial, o
viés direcional seria marcado pelo abalo, então você teria que
questionar a ideia de operar a descoberto SOT.

O padrão Shortening Of the Thrust também pode ser visto em


barras individuais, bem como em movimentos. Neste caso,
observaríamos como barras sucessivas fazem cada vez menos
progressos. Se também coincidisse em uma área de operação onde
estaríamos em condições de procurar uma operação inversa, a
situação seria ideal.
1.7 OUTROS TIPOS DE ESTRUTURAS

Inicialmente, foram apresentadas estruturas com desenvolvimento


horizontal como esquemas básicos. São as mais fáceis de identificar
e para o operador que começa a se aprofundar pela primeira vez na
metodologia Wyckoff eu recomendaria trabalhar quase que
exclusivamente neste tipo de esquemas.

Como já mencionamos em várias ocasiões, o mercado é uma


entidade viva que está em constante mudança devido à contínua
interação entre oferta e demanda. Esta interação é a causa da
geração de estruturas, que podem se desenvolver de diferentes
maneiras.

Não faria nenhum sentido abordar o mercado pensando que


ele deveria se comportar como estabelecido pelos esquemas
básicos inicialmente estudados. A realidade é que cada momento é
único e será diferente de outro no futuro, já que é praticamente
impossível que as mesmas circunstâncias possam ocorrer em dois
momentos diferentes.

Para que duas estruturas se desenvolvam exatamente da


mesma maneira, é necessário que os mesmos participantes estejam
presentes em ambos os momentos e se comportem exatamente da
mesma maneira, o que é impossível.
É por isso que é importante ter a mente aberta e tentar ir um
passo além na compreensão da metodologia. Wyckoff nos deu
algumas diretrizes a seguir destacando acima de tudo: como os
mercados se movimentam; os processos de acumulação e
distribuição; e as três leis fundamentais.
Esta é a estrutura teórica que sustenta a metodologia. O
operador Wyckoff se apoia nestas ferramentas para analisar o
gráfico a fim de tentar elucidar quem está no controle do mercado, a
fim de elaborar hipóteses criteriosas.
O próximo passo é ser capaz de identificar o desenvolvimento
de uma estrutura, mesmo que ela não pareça ideal. Em muitas
ocasiões, poderemos trabalhar em tempo real com estruturas que se
adaptam muito genuinamente às estruturas clássicas estudadas, mas
haverá outras ocasiões em que este não será o caso.

E isso não deve ser motivo de frustração. Os operadores


Wyckoff avançados entendem que estes processos de acumulação e
distribuição podem ocorrer de forma diferente, dependendo do quão
equilibrado ou desequilibrado o mercado está em favor dos
compradores e vendedores.
Esta é a chave para tudo. Com base na condição do mercado
no momento (quem tem mais controle), o preço desenvolverá um ou
outro tipo de estrutura.

A seguir estudaremos alguns tipos de estruturas não


convencionais.
1.7.1 Estruturas com inclinação

Apesar de serem estruturas mais difíceis de serem vistas, na


verdade se desenvolvem exatamente da mesma forma que as
estruturas horizontais. Faça um teste; pegue um dos exemplos e
tente girar mentalmente a imagem até encaixar a estrutura como se
ela fosse horizontal. Você verá que o comportamento geral, os
eventos e as fases se desenrolam de forma idêntica aos intervalos
horizontais. O único elemento que varia é a condição do mercado, ou
seja, haverá situações em que tanto os compradores quanto os
vendedores terão inicialmente mais controle.

Vamos ter em mente que uma estrutura com uma inclinação


para cima sugere uma certa solidez no fundo, ou seja, um maior
controle dos compradores; e que estruturas com uma inclinação para
baixo sugerem uma certa debilidade, um maior controle por parte
dos vendedores.

Inicialmente, ao identificarmos a parada da fase A, vamos


estabelecer os limites do intervalo horizontalmente. Se observarmos
que na Fase B o preço não respeita esses extremos e começa a sair
da estrutura, será o momento de começar a pensar em uma possível
estrutura com uma inclinação. Vamos conectar esses extremos e
observaremos se o preço realmente respeita os limites dessa
estrutura.
Em outras ocasiões, vamos simplesmente abrir um gráfico e
será muito visual como o preço tem respeitado os extremos de uma
estrutura inclinada. Conectar as mínimas e máximas das Fases A, B
e C. Você pode desenhar uma extremidade primeiro e clonar a linha
na extremidade oposta. O importante é que o canal contém quase
toda a ação de preços dentro dele. Quanto mais se toca nos
extremos, mais solidez a estrutura está sendo trabalhada
(respeitada).

É importante destacar que não precisamos ver toques


perfeitos de preço a estes extremos para determinar que o preço
está trabalhando esta estrutura. Não precisa ser algo totalmente
preciso, a chave é que deve ser algo de destaque e que nos permita
conectar todos os extremos, mesmo que seja necessário desenhar
uma zona de certa largura, em vez de uma linha.

Da mesma forma, eu sempre recomendaria não descartar


completamente os níveis horizontais. Particularmente, eles me dão
mais confiança e há uma chance de que o preço volte a entrar na
estrutura original e possamos continuar a trabalhar nela.
São quatro estruturas possíveis com inclinação que podemos
encontrar:

Estrutura de acumulação com inclinação para cima.

Estrutura de acumulação com inclinação para baixo.

Estrutura de distribuição com inclinação para baixo.

Estrutura de distribuição com inclinação para cima.


E

Esta é a variante que denota a maior solidez fundamental. Após a


parada da Fase A, o preço começa a flutuar para cima e para baixo
durante o desenvolvimento da estrutura, mostrando claramente uma
série de máximas e mínimas ascendentes e descendentes.

Os compradores têm uma certa agressividade, valorizam o


preço do ativo em níveis mais altos e não permitem que caia em
áreas sob revendidas, a fim de proteger sua posição.

Estas estruturas não são fáceis de operar principalmente


porque a superação de qualquer máximo anterior nos parecerá que
estamos enfrentando uma potencial queda do mercado. Mas na
realidade é a própria natureza do movimento: impulsos e
retrocessos.
E esta impressão estará ainda mais presente na zona
potencial BUEC. Embora esta seja a entrada mais conservadora e
nos dê maior segurança, visualmente vemos o preço negociado em
níveis muito altos e não nos parece (subjetivamente) um ponto de
entrada ideal.

O mercado, alheio a tudo isso, continuará seu percurso e, se


for realmente um processo de acumulação, a partir daí começará o
movimento de tendência para fora do intervalo em busca de maiores
níveis de liquidez.

Este exemplo do BTC é muito instrutivo, pois podemos


identificar um dos conceitos apresentados, a falha estrutural de
solidez.

Vemos como após a queda abrupta o preço se acumula


rapidamente (caixa verde) para iniciar mais alguns níveis de
estrutura. Trata-se, por si só, de um sinal de solidez fundamental.
Vemos que há um volume muito alto negociado nessa queda e o fato
de vermos uma reação posterior positiva já sugere que, pelo menos
em princípio, o sentimento é de alta. Se analisarmos o contexto,
vemos que abaixo do preço atual há grandes volumes, poderíamos
fazer uma interpretação simples, pois em tal volume entraram
agressivamente compradores, pois de outra forma o preço não
poderia ter subido.
Outros traços interessantes que sugerem acumulação é a
diminuição do volume durante o desenvolvimento da estrutura e a
predominância de ondas de alta do indicador Weis.
Além disso, o elemento chave que marca um antes e um
depois na leitura do controle nesta estrutura é a ação da Upthrust.
Na parte superior da estrutura, desenvolve um esquema de
distribuição menor. Este padrão poderia muito bem ter agido como
uma função da UTAD e provocado a ruptura em baixa. Este é o
comportamento que esperamos que aconteça após um abalo, mas o
que vemos é uma total incapacidade de cair. Depois desse pequeno
esquema distributivo, o preço não chega nem mesmo ao fundo
daquela estrutura inclinada para cima em que tem trabalhado, e isso
não é nada mais nem menos que uma falha estrutural de solidez.

Em seguida, desenvolve um shakeout interno que atua como


um evento de Teste na Fase C, causando o desequilíbrio final e a
continuação para cima.

Também vale ressaltar a localização do High Volume Node e


do VPOC da estrutura. Como o preço é incapaz de romper esta zona
alta de negociação, sugerindo um controle em alta. Falaremos sobre
estas zonas de Perfil de Volume mais tarde.

Aqui vemos outro exemplo de um padrão acumulado com um


declive ascendente. Neste caso, a inclinação é bastante acentuada,
o que sugere que a atual condição do mercado é bastante sólida.

Vemos a parada definitiva sem volume climático (Selling


Exhaustion) e como a partir daí o preço começa uma clara sucessão
de máximas ascendentes e mínimas descendentes. Volume
decrescente durante o desenvolvimento das Fases A e B sugerindo
absorção. Encontra dificuldades para posicionar-se acima do High
Volume Node, mas uma vez que consegue após o shakeout, continua
mostrando força e consegue romper mais alto com boas velas em
alta (SOSbar).

Muito interessante, já que o Back Up se desenvolve sobre a


parte superior da estrutura (Creek) em confluência com um nível de
volume operacional (VWAP semanal).
E

Esta é a variante acumulativa que apresenta a maior debilidade. Com


inclinação em baixa, essa dinâmica de máximas e mínimas
descendentes, já denota um controle total dos operadores em baixa.
A debilidade é latente, mas mesmo assim, os compradores
finalmente aparecem e provocam o desenlace acumulativo.

Observado o aparecimento dos primeiros eventos de parada


de tendência, a debilidade será tão alta que o mercado não será
capaz de sustentar o desenvolvimento de uma estrutura horizontal e,
em vez disso, começaremos a ver sinais de debilidade que gerarão
baixas cada vez menores.
Em termos estruturais, o preço respeitará a dinâmica de
baixa, flutuando entre os extremos superior e inferior do canal. Os
novos mínimos percorrerão uma distância cada vez menor,
observando visualmente um padrão muito comum de esgotamento da
tendência (Shortening Of the Thrust).

Além disso, o mercado muito provavelmente desenvolverá


algum tipo de falha estrutural onde em certo momento o preço
abandona a dinâmica que o levaria a visitar a parte inferior da
estrutura e, em vez disso, encontra apoio em algum lugar
intermediário. Possivelmente fez uma base e está pronto para iniciar
o movimento de tendência ascendente.

O que confirmaria o padrão SOT e o fracasso estrutural seria


que o preço desenvolvesse agora um forte impulso de alta. De
preferência, queremos ver este impulso romper a estrutura de baixa
efetivamente mudando a dinâmica do mercado. Agora seria o
momento de esperar por um retrocesso em baixa para buscar
incorporarmos em favor do desequilíbrio causado pelos
compradores.

Neste exemplo, vemos como o preço está respeitando os


extremos que aparecem para cima e para baixo. Conforme já
dissemos, a identificação deste tipo de estruturas é subjetiva,
portanto, elas devem ser muito visuais e não forçadas. A ideia é que
elas contêm a maior parte da ação do preço.
Um detalhe que deve ser observado neste gráfico é como o
VWAP mensal age. Trata-se do nível dinâmico mais escuro e, como
você pode ver, o preço reage sobre ele toda vez que interagem.
Desde o primeiro toque no Secondary Test, o preço permanece
constantemente em cima, o que sugeriria algum controle por parte
dos compradores.

Como sempre, o evento chave é a agitação total que causa o


desenvolvimento do efeito construído sobre essa causa. Depois do
referido Shakeout o preço desenvolve um LPS acima do VPOC da
estrutura, que é seguido pelo JAC e o Back Up que novamente vai
em busca de uma zona de confluência (VWAP semanal e Value Area
High) para poder continuar o desenvolvimento na Fase E fora do
intervalo a partir daí.

Essas zonas e níveis operacionais de volume serão discutidos


posteriormente com mais detalhes.

Aqui podemos observar outra clara estrutura acumulativa com


um declive em baixa cheia de detalhes.

Após a parada da Fase A, vemos como o preço é negociado


principalmente na parte inferior da faixa, sendo incapaz de realizar
qualquer tipo de teste até o topo, o que nos sugere certa debilidade
fundamental. Gradualmente o volume diminui em relação ao
observado no SC e após o aparecimento do Shakeout um sinal de
força é agora capaz de enviar o preço para a parte superior (minor
Sign of Strength).
Neste ponto já podemos ver como as mínimas das Fases A, B
e C percorrem uma distância ridícula para o lado negativo, sugerindo
o aparecimento do padrão Shortening Of the Thrust (SOT) e sua
implicação ascendente neste caso.
Apesar de o primeiro movimento ascendente não ser
suficientemente sólido para romper a estrutura, já é uma certa
mudança de caráter ter conseguido fazer tal teste. Nesse momento,
o preço desenvolve um movimento interno para uma máxima anterior
em confluência com o VWAP semanal, mas desta vez o mercado é
incapaz de testar a parte inferior da estrutura, desenvolvendo uma
falha estrutural de solidez evidenciada naquele LPS. Objetivamente,
já temos o Shakeout, o sinal de solidez e a falha estrutural =
desequilíbrio potencial em favor dos compradores.

A partir daí e através de dois sinais de solidez, o preço


consegue romper o intervalo e vemos como vai procurar uma zona
de confluência para desenvolver o teste após a quebra (Back Up).
Esta área é composta pelo Creek da estrutura quebrada, o VWAP
semanal (linha dinâmica verde) e a Value Area High do perfil. Outro
exemplo da funcionalidade deste tipo de níveis operacionais
apoiados pelo contexto.
E

Trata-se da estrutura distributiva que apresenta maior debilidade.


Após a identificação dos primeiros eventos que sugerem a parada do
movimento de tendência anterior, a forte condição de debilidade que
inunda o mercado provocará o desenvolvimento de movimentos
subsequentes na forma de máximos e mínimos decrescentes.

Visualmente é possível ver um canal em baixa onde o preço


ricocheteia em seus extremos, respeitando a dinâmica.

A chave, como sempre, estará na identificação correta do


evento de teste na Fase C que dá origem ao movimento de ruptura
em baixa. Procuraremos constantemente que este evento de teste
tenha a forma de um impacto (neste caso, Upthrust After Distribution
-UTAD-). Já foi mencionado inúmeras vezes que é o evento que pode
dar maior confiança a um operador quando se trata de levantar
cenários e, portanto, na maioria dos casos, devemos esperar seu
aparecimento.
Podemos esperar esta agitação final, seja na forma de uma
oscilação no topo da estrutura sugerindo uma condição de sobre
compra; ou como uma oscilação local para alguma alta anterior
relevante. Quanto mais vistoso e exagerado for a agitação, mais
confiança nos dará, pois nos sugerirá que captou maior liquidez e,
portanto, o movimento subsequente terá maior impulso.

A principal diferença em relação às estruturas acumulativas


que também têm uma inclinação em baixa é que, neste caso, não
veremos aquela perda de impulso característica do padrão
Shortening Of the Thrust, nem veremos qualquer tipo de falha
estrutural.

Sem dúvida é um tipo de cenário difícil de operar porque


subjetivamente o operador observa como o preço é relativamente
baixo e pode determinar que não é o lugar para entrar rapidamente.
Mas devemos trabalhar para eliminar as subjetividades e permanecer
com a certa objetividade que nos proporciona este tipo de leituras.

Devido ao controle quase total que os vendedores têm, o preço se


movimentará com grande velocidade. Devemos estar totalmente
concentrados, caso contrário é provável que percamos o movimento.
E isto não é uma má notícia porque se você tiver sido capaz de fazer
uma leitura correta e ver que o desequilíbrio é a favor da baixa, você
pode perder a oportunidade de negociação por não ser rápido em
suas decisões, mas pelo menos você não será capaz de entrar do
lado errado do mercado (comprando) evitando assim uma perda.
Neste exemplo de redistribuição com inclinação para baixo,
vemos que a parada ocorre com um grande volume durante todo o
desenvolvimento da Fase A e que durante a Fase B também
observamos picos de volume pouco usuais, traços característicos de
esquemas de distribuição. Além disso, as ondas de baixa Weis
predominam em todos os momentos.

O preço se posiciona abaixo do nó de alto volume e um


subsequente movimento de retrocesso em alta testará esta área
deixando o evento do Last Point of Supply para gerar a ruptura
efetiva de baixa (SOW) a partir daí. Uma vez abaixo da estrutura, um
novo teste para a parte inferior da estrutura e a continuação da
queda.
Um operador que não leva em conta esta dinâmica de
estruturas e que não sabe como analisar criteriosamente todos os
traços dentro dela, muito provavelmente veria o preço cair, longe do
VWAP, em uma possível condição de sobre venda e talvez tivesse
um viés de alta. Mas a verdade é que o mercado estava em todos os
momentos inundado de debilidade e isso se refletiu na ação dos
preços e no volume.
Novo exemplo de esquema de distribuição com traços muito
característicos. Picos de volume, Weis predominante e agitação na
fase C que origina o movimento de ruptura em baixa.
O teste UTAD acontece em um local muito importante, no
VPOC do intervalo. Este é o nível de preços mais negociado. Além
disso, converge com a parte superior da estrutura. É o local ideal
para procurar um gatilho curto. Um outro exemplo de como o Volume
Profile pode nos ajudar a analisar melhor o contexto do mercado.

A debilidade foi tal que não existiu a possibilidade de um teste


após uma ruptura (LPSY) na parte inferior da estrutura.
E

Este tipo de dinâmica apresenta inicialmente uma certa solidez


fundamental, evidenciada pela sucessão de máximas ascendentes e
mínimas descendentes, até que em seu desenvolvimento final a
agressividade dos vendedores se torna evidente, girando a estrutura
como distributiva.

Como discutido nas estruturas anteriores, uma ferramenta útil


para sua avaliação pode ser a identificação do padrão Shortening Of
the Thrust. Neste caso, o preço pode fazer novos máximos, mas
percorrer uma curta distância dos máximos anteriores, denotando
uma falta de impulso.
Se também deixar algum tipo de falha estrutural que denote
debilidade (não atinge o topo da estrutura), é uma indicação adicional
que sugere que o controle pode estar girando para baixo.
Como sempre, a leitura será impulsionada pela observação de
um movimento (UTAD) para a parte superior da estrutura na forma
de excesso que atinge uma condição de sobre compra; ou para
alguma alta anterior relevante.

Não esqueçamos também a análise das ferramentas


complementares que analisam os dados de volume, tais como o
Volume Profile e a análise das ondas de Weis. A localização das
zonas operacionais do perfil de volume sempre nos ajudará na
tomada de decisões, enquanto a análise das ondas nos permitirá
colocar a lupa sobre o interesse negociado nos movimentos e às
vezes será a chave para uma análise correta.

Exemplo de uma estrutura distributiva com um declive para


cima e sem agitações ao extremo. Como detalhes mais importantes,
vemos esse volume climático no meio da faixa. É um sinal de alerta,
pois não devem aparecer como regra geral em esquemas
acumulativos e, portanto, poderiam ser uma marca a ser
acrescentada em favor do controle em baixa.

Muito visual também o padrão Shortening Of the Thrust entre


os máximos que estabelecem o AR na Fase A, o UT na Fase B e o
UTAD na Fase C. Novos máximos, mas com pouco movimento entre
eles sugerindo a perda de impulso.
No UTAD da Fase C vemos como o preço tenta deixar a área
de valor do perfil Composto e é rejeitado. O mercado não está
interessado em negociar a preços mais altos e um novo sinal é
acrescentado em favor dos vendedores. Esta ação também poderia
ser vista como o evento de teste na Fase C, onde agita máximos do
interior da estrutura. Este é certamente um padrão difícil de operar
em tempo real.

Após um primeiro movimento de debilidade, o preço consegue


se posicionar abaixo do VPOC do perfil e esta ação é acompanhada
por uma grande onda de Weis em baixa. Nesse momento, o viés
direcional deve ser claro e já estamos em condições de considerar
alguma ideia operativa curta.

Novamente vemos a grande importância de levar em conta os


níveis de volume. O teste após a ruptura (LPSY) vai procurar a zona
de confluência da estrutura rompida e o VPOC para iniciar a partir
daí a continuação em baixa na Fase E.

Neste caso, o evento de teste da Fase C consegue chegar à


parte superior da estrutura agitando todos os pontos altos da
estrutura. Como sabemos, esta ação acrescenta mais solidez ao
cenário de baixa.

É muito marcante o grau de inclinação para cima, sugerindo no


início uma grande solidez fundamental. Solidez que é dissipada e
bloqueada com o aparecimento dos picos de volume durante o
desenvolvimento da Fase C.

Sinal inquestionável de debilidade que envia o preço para a


origem do movimento na AR e também consegue desenvolver uma
nova via em baixa. Não antes de visitar duas vezes o nível de volume
mais negociado (VPOC) da estrutura para continuar negociando a
partir daí. Mais uma vez, este é um exemplo impressionante da
eficácia destes níveis de volume.

Todos os conceitos relativos ao Volume Profile e suas


implicações operacionais serão explicados em profundidade na
última parte do livro.
1.7.2 Esquemas pouco usuais

Dentro desta categoria vamos incluir o resto das estruturas que não
seguem uma formação horizontal ou inclinada.
Se quiséssemos obter um refinamento excelente, poderíamos
enquadrar como estruturas da metodologia Wyckoff praticamente
todas as faixas de acumulação ou distribuição, independentemente
de sua forma, incluindo os clássicos padrões gráficos que todos nós
conhecemos como cabeça e ombros, baixas, triângulos e assim por
diante.

Do meu ponto de vista, tentar justificar cada um dos


movimentos e desenvolvimento de estruturas sob o enfoque da
metodologia Wyckoff não favorece nada. Wyckoff tem pouco a ver
com esses padrões robóticos, seu estudo é muito mais profundo,
então o mais inteligente seria se distanciar desse possível elo que
pode associar os padrões clássicos de gráficos com o método
Wyckoff.
Em retrospectiva, qualquer faixa pode ser rotulada com algum
sucesso. Mas isto é operacionalmente inválido. Rotular gráficos
passados é um exercício muito interessante para operadores
iniciantes a fim de praticar seus conhecimentos e alimentar seu
subconsciente para prepará-lo para a negociação em tempo real.
Mas uma vez que você tenha um certo nível de estudo da
metodologia, continuar a rotular os gráficos passados não faz
sentido.

A chave é que qualquer estrutura, se nos forçarmos um pouco,


podemos transformá-la em uma estrutura agradável que se
encaixaria perfeitamente nos eventos e fases da metodologia
Wyckoff. Mas nosso foco não deveria estar aqui, de que adianta
saber a localização das etiquetas em um giro hipodérmico (em forma
de V) do mercado se, em tempo real, eu não vou poder operá-las?
Como digo, é uma perda de tempo e energia tentar estudar
estruturas incomuns, principalmente porque, como o próprio nome
indica, elas não aparecem com certa regularidade. Nossa vantagem
está em esperar pelo aparecimento das estruturas clássicas.

Estruturas clássicas, com um desenvolvimento estrito de seus


eventos e fases, mas permitindo, ao mesmo tempo, alguma fluidez
baseada nas condições particulares do mercado. O exemplo perfeito
desta afirmação seriam estruturas inclinadas: formações clássicas
onde todos os eventos e fases são perfeitamente observados e, ao
mesmo tempo, a condição contextual modifica ligeiramente o
desenvolvimento final (certas dinâmicas em alta ou em baixa).
Este gráfico do FDAX é um exemplo muito bom do que estou
falando. Uma vez concluído seu desenvolvimento, posso voltar atrás
e rotular cada movimento se quiser, mas em tempo real é um
comportamento praticamente impossível de operar. Uma estrutura
bloqueada em baixas, mas desenvolvendo altas, por sua vez. Não faz
sentido colocar o foco ali.

Além deste tipo de estruturas inoperáveis, é um bom momento


para lembrar que a teoria e a prática em tempo real muitas vezes
não andam de mãos dadas e que é necessário ter uma mente
suficientemente aberta.

Neste gráfico do SP500, apesar de ser verdade que existe


uma estrutura muito genuína na parte final, muitos em tempo real
podem ter encontrado dificuldades para identificar a Fase A.

O preço vem subindo, desenvolve um amplo movimento de


baixa e a partir daí outro mais para cima que supera a máxima
anterior. Poderia essa sucessão ser a BC, AR, ST? Poderia, mas
não é isso que é relevante. O que é relevante é que houve uma
mudança de caráter; que o preço passou de um estado de tendência
para um estado de lateralidade e que uma causa vai se construir
novamente, o que terá um efeito. Isto é tudo o que importa, o
contexto por trás da ação de preços.
Muitos podem ainda procurar apenas estruturas de "livro" e,
embora vejamos que elas aparecem continuamente, a leitura
oferecida pela metodologia é muito mais interessante do que
simplesmente permanecer ali.

Aqui vemos outro exemplo exatamente igual. Se observarmos


o mercado de um ponto de vista estrito, procurando identificar os
movimentos perfeitos enquadrados dentro da proporcionalidade que
em teoria deveria existir entre fases, podemos ter problemas para
identificar este tipo de desenvolvimento.

Se tratarmos esses três movimentos que assinalo como SC,


AR e ST, então a Fase B teria muito pouca duração, pois o único
evento objetivo visto no gráfico é a agitação da Fase C. O que
faremos então se a teoria nos disser que a Fase B deve ser mais
longa do que as Fases A e C? Bem, então nada, a teoria é muito
boa para generalizar eventos, mas as negociações e análises em
tempo real exigirão uma mente muito mais aberta.
Uma vez que o operador atinja um certo grau de compreensão
da metodologia, ele deve se concentrar em olhar o mercado em
termos de dinâmica de preços e não em termos de rótulos.
PARTE 2. RESOLUÇÃO DE DÚVIDAS
FREQUENTES

Nesta seção, vou aprofundar algumas das dúvidas mais recorrentes


que os estudantes da metodologia Wyckoff têm.
É motivo de orgulho expor alguma dúvida complexa, porque
isso é um sinal de que o estudo tem sido suficientemente
aprofundado. O operador bombardeia o cérebro com todos os
conceitos uma e outra vez; e no momento em que ele se coloca
diante de um gráfico, a confusão começa a aparecer.

Esta situação é normal e ainda mais numa abordagem


discricionária onde há tantos elementos a serem levados em conta.
Nesta parte, abordaremos questões importantes que nos ajudarão a
consolidar ainda mais nosso conhecimento.
2.1 UTILIZAÇÃO EFICIENTE DAS LINHAS

Quando o operador de varejo se aproxima pela primeira vez dos


mercados, ele gosta de traçar linhas para identificar os níveis de
apoio e resistência, na esperança de que o mercado os respeite.
Mas devemos saber uma coisa, o mercado não se importa quantas
linhas você desenhou no gráfico, nem se elas são mais grossas ou
mais finas ou coloridas.

De modo algum, a menos que você tenha um estudo


estatístico que o comprove, deverá ser considerado em termos
operacionais o uso de linhas isoladas. Ou seja, não é recomendável
comprar ou vender simplesmente porque o preço tocou uma
determinada linha.

O que nos dizem as linhas tem a ver principalmente com quem


está no controle do mercado. Se olharmos para um mercado em alta
onde é possível traçar uma linha ou canal em alta de forma clara, o
raciocínio objetivo é que os compradores estão no controle. Se o que
podemos visualizar é um claro movimento de baixa canalizado entre
dois extremos, o que teremos é um controle por parte dos
vendedores. E, por fim, uma lateralização horizontal com voltas
repetidas em dois extremos nos mostrará um equilíbrio entre ambos
os participantes.

Portanto, a ideia por trás de traçar linhas, seja para construir


intervalos horizontais, todos os tipos de canais ou simples linhas de
tendência, deve ter o objetivo de:
Obter uma dimensão a mais do sentimento de mercado
Oferece-nos uma localização interessante para uma
orientação parcial
Vamos continuar trabalhando com lógica. Se acabamos de
raciocinar que uma linha ou canal de tendência ascendente é a
evidência de um mercado controlado por compradores, com esta
informação como base parece que a coisa mais sensata a fazer
seria:

Estimular as compras.
Operar com venda apenas depois de ver a ruptura dessas
linhas (dinâmica em alta).

Neste ponto, deve ser esclarecido que o fato de que o


mercado está subindo não significa que seguir uma estratégia de
tendência (neste caso, a compra) terá necessariamente melhores
resultados do que uma estratégia de contra tendência (neste caso, a
venda). É simplesmente uma questão de identificar onde está o
caminho de menor resistência (através da dinâmica ascendente ou
descendente), já que procurar acréscimos a seu favor nos ofereceria
a priori operações com maior chance de sucesso (já que estamos
operando a favor de quem tem controle).

Seja para comprar ou vender ao identificar um canal em alta,


quais locais seriam os mais adequados para procurar as operações?
Não há dúvida de que o mais ideal seria esperar pelo preço nos
extremos.

Se o que você deseja é antecipar uma mudança no mercado


(o que não é recomendado), pelo menos espere pela ruptura da linha
de tendência que determina o último impulso que o preço está
seguindo. Poderia ser um sinal de perda de impulso, mas sem levar
nada mais em conta qualquer outra operação para tentar transformar
o preço pareceria muito arriscado.

Bem, continuando com o exemplo da tendência de alta, se o


preço se aproxima da parte inferior de seu canal ou linha de
tendência, o fato de estar neste local é motivo suficiente para
comprar? Absolutamente não, exceto pela exceção mencionada
acima.

Neste exemplo o que observamos é que o preço está


seguindo uma dinâmica que visita ambos os extremos; e sob o
princípio de favorecer o mercado para continuar fazendo o que tem
feito anteriormente, seria interessante buscar a incorporação na
compra procurando um novo impulso para o aumento. Mas é isso, é
neste ponto que termina a força das linhas. Nos fornece um traço do
sentimento de mercado e pode ajudar a determinar o viés do
mercado. Com base na dinâmica de preços, nos encontraríamos em
uma área interessante para buscar a compra, o que não significa que
devemos necessariamente comprar.

O mais indicado seria sua utilização em conjunto com outras


ferramentas analíticas, como por exemplo, a abordagem da
metodologia Wyckoff. Se identificarmos o preço em um local onde é
interessante buscar a compra, em vez de comprar diretamente,
como seria possível esperar que o preço desenvolvesse um padrão
acumulativo nessa área? Este parece ser um uso útil das linhas.

1. Identificar a dinâmica dos preços

2. Esperar que atinja algum extremo para uma direcionalidade


tendenciosa

3. Buscar o desenvolvimento de alguma estrutura de


acumulação/distribuição
2.1.1 A importância do contexto

Se através da análise com as linhas, seja linhas de tendência ou


algum tipo de canal, determinarmos que estamos em uma zona
operacional interessante (em extremos), poderia ser o momento de,
se assim decidir o operador, descer em temporalidade para procurar
um esquema de acumulação/distribuição inferior naquele local.

Analisando um gráfico de tempo elevado, estaríamos


localizados em uma zona interessante para que essa virada
ocorresse procurando uma mudança para o extremo oposto, de
modo que um uso eficiente do contexto seria descer em
temporalidade para tentar operar essa estrutura de acúmulo menor
que gerará a virada.

Como podemos ver, o poder preditivo das linhas por si só não


é muito convincente; mas usadas em conjunto com outras
ferramentas podem nos oferecer um uso operacionalmente
interessante.
2.2 MUDANÇA DE RÓTULOS E PLANEJAMENTO
DE CENÁRIOS

Visto que o controle do mercado pode mudar durante o


desenvolvimento de uma estrutura, precisamos fazer uma avaliação
contínua da ação do preço e do volume à medida que novas
informações chegam ao mercado e são apresentadas no gráfico.
Com base nisso, sempre daremos maior relevância às últimas
informações disponíveis para nós.

Quando propomos um cenário, fazemos isso sempre levando


em conta todas as informações disponíveis no momento, ou seja,
com base nas condições do mercado no momento atual. O momento
presente é o mais importante, e o segundo mais importante é o
imediatamente anterior.

É por isso que às vezes o que uma ação específica pode


sugerir inicialmente pode mudar de condição, já que todos os
movimentos têm que ser confirmados ou rejeitados por uma ação de
preço subsequente.

Não vale a pena manter um cenário permanentemente ativo.


Muitos detratores da análise técnica usam isso mesmo para tentar
desacreditá-la. Veem uma abordagem e não conseguem conceber o
fato de que ela pode ser modificada. A realidade é que o mercado
não é estático e que cada momento é único onde novos dados
continuam entrando sem interrupção.

É por isso que às vezes somos obrigados a mudar o


sentimento de um comportamento e, portanto, o rótulo que
inicialmente lhe demos. Conforme já mencionamos, os rótulos não
são realmente importantes; o que é importante é a ação por trás
deles, o que esse movimento nos sugere. E o que esse movimento
nos sugere é determinado pela ação que se segue a ele.

Pode ser que o que a princípio nos parece ser uma agitação
com uma função de teste na Fase C (para dar origem à ruptura e
continuação fora do alcance), seja simplesmente um teste denotando
intencionalidade nessa direção. Mas só podemos avaliar isto depois
de ver a ação de preços posterior.

Por exemplo, se um Spring potencial não desenvolver sequer


um movimento de alta que denote alguma solidez (pelo menos um
minorSOS), essa ação teria que mudar o sentimento e em vez de vê-
la como uma agitação em baixa que nos inclina para cima, vê-la mais
como um teste de debilidade.
No gráfico do exemplo, conforme o preço está no ponto 1,
diríamos que estamos em uma situação de potencial Spring. Vendo
que não desenvolve nenhum sinal de solidez, nosso sentimento sobre
tal ação deve estar mudando e, quando faz uma nova baixa no ponto
2, o rótulo deve ser um simples teste.
Além disso, é importante ter em mente que só podemos fazer
cenários sólidos sobre o próximo movimento e nunca além disso.
Com base no que o preço tem feito, vamos dar a ele uma
probabilidade de que um certo movimento se desenvolva mais tarde.
E quando isto estiver finalizado, estaremos em condições de propor
o próximo. Não faz sentido que, por exemplo, estejamos na Fase B e
já estamos sugerindo a possibilidade de um esquema acumulativo ou
distributivo. Isto é totalmente inapropriado.

E aqui reside uma das vantagens da metodologia Wyckoff, no


fato de que ela nos fornece um mapa claro, um contexto no qual se
pode esperar por movimentos de preços. Quando o preço estiver
numa posição de potencial agitação em baixa (Spring) e nossa
análise confirmar, vamos esperar pelo movimento de ruptura em alta
subsequente. E quando isto se desenvolver da maneira e forma que
esperamos (com aumento de preço e volume), poderemos colocar o
próximo movimento de recuo para o nível da estrutura rompida. E
quando estivermos em tal posição BUEC, seremos capazes de
avaliar para elevar o movimento de tendência subsequente para fora
do intervalo.
Esta é a dinâmica, não se trata de inventar nada, mas
simplesmente seguir e avaliar em tempo real a ação de preço e
volume para propor como mais provável o próximo movimento.

O motivo é simples; e o raciocínio é encontrado novamente no


casuísmo anteriormente visto dos esquemas com falhas:

Não sabemos a intenção dos operadores que estão


apoiando o movimento atual. Se são operadores de curto
prazo que fecharão posições na próxima zona de liquidez ou
se eles têm uma perspectiva a longo prazo e continuarão a
apoiar a mudança até que a estrutura esteja totalmente
desenvolvida.

Não sabemos se os operadores com maior capacidade


podem intervir. No momento da verdade, no teste após o
rompimento que confirmaria a direcionalidade da estrutura,
podem aparecer operadores agressivos com maior
capacidade de mover o mercado, empurrando na direção
oposta, pois podem ter uma visão diferente a longo prazo.
2.3 COMO DISTINGUIR ENTRE ACUMULAÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO?

Esta é a dúvida mais recorrente e é totalmente lógica porque, se


encontrarmos a resposta objetiva, teremos finalmente encontrado a
estratégia definitiva para ganhar dinheiro facilmente.

Mas não, infelizmente não é assim. Em tempo real, não


podemos saber do que se trata realmente; se é acumulação ou
distribuição. O único momento em que podemos confirmar o que
aconteceu nesse intervalo é quando ocorre o desenvolvimento
completo da estrutura; quando temos a causa e o efeito totalmente
desenvolvidos. Este é o campo de trabalho de todos aqueles que
analisaram os gráficos no passado. Vamos deixar isso de lado.

Quando tudo estiver terminado, já não tem mais utilidade para


nós, é tarde demais para tirar proveito do mercado. Precisamos
ingressar no mercado antes que o efeito da causa seja plenamente
desenvolvido.

Quando estamos colocando um cenário, sempre falamos em


termos condicionais usando a palavra "potencial", pois não há
certeza de nada. O mercado é um ambiente de total incerteza e
nosso foco deve ser a análise dos traços que estamos observando
até o momento atual da forma mais objetiva possível, visando tentar
determinar onde o desequilíbrio irá ocorrer.

Assim como estudamos no conteúdo do primeiro livro "A


Metodologia Wyckoff em Profundidade", existem certos sinais que
nos informam durante a criação da causa quem está assumindo o
controle do mercado. A seguir faremos uma espécie de resumo
destacando os pontos mais importantes a serem levados em conta
na avaliação do sentimento de mercado.

1. T F A

É o primeiro indício para avaliar toda a estrutura. A generalidade é


simples: vamos dividir a distância vertical da estrutura em duas
partes e, dependendo de onde o Secondary Test for realizado, ele
nos dará algumas informações sobre a condição do mercado até
esse ponto.

Se o Secondary Test se desenvolver na parte inferior da


estrutura, ou mesmo abaixo da extremidade inferior, ele
estará indicando uma certa debilidade fundamental.

Se o Secondary Test terminar na parte superior da


estrutura, ou mesmo acima da parte superior, denotará
solidez fundamental.
Analisar o tipo de teste na Fase A é uma ação muito precoce
no desenvolvimento da estrutura, mas é interessante avaliar desde o
início com que condição se inicia o desenvolvimento posterior. É uma
questão de somar indícios a favor de um lado ou do outro
(compradores versus vendedores).

2. T F B

Este é o segundo dos traços pelos quais podemos avaliar a aparente


solidez ou debilidade subjacente do mercado.

De um ponto de vista geral, tiraremos duas conclusões claras:


O teste sobre a parte superior da estrutura denota solidez.

O teste na parte inferior da estrutura denotaria debilidade.


A lógica por trás dessas conclusões é que é impossível que o
preço se movimente até alcançar essa extremidade da estrutura e
até mesmo causar alguma penetração se não houver grandes
operadores apoiando essa movimentação com convicção. Isto nos
dá certa confiança ao determinar se um movimento tem harmonia em
seu desenvolvimento.
Em geral, ao ocorrer em um estágio muito precoce do
desenvolvimento da estrutura, este tipo de teste denotaria uma certa
urgência na direção em que ele ocorre. Um teste na extremidade
superior sugere um impulso de compra enquanto um teste na
extremidade inferior indicaria uma grande debilidade do mercado.

Uma avaliação posterior da ação de preços nos ajudará a


determinar se este movimento serviu para desencadear os stops dos
operadores que estão posicionados no lado oposto, liberando assim
o mercado da resistência; ou se, ao contrário, o movimento foi
aproveitado para entrar agressivamente na direção oposta.
Em outras palavras, um teste na parte superior da estrutura
que consegue romper mesmo que levemente sobre os máximos e
atinge esta zona de liquidez tem estas duas leituras:
Por um lado, tal movimento pode ter servido para absorver
as ordens de stop loss daqueles que estão posicionados em
posição curta. Com isso, conseguem eliminar essa pressão de
baixa para posteriormente iniciar o movimento de subida com um
custo menor. Esta ação seria confirmada mais tarde quando
observamos que o preço encontra algum apoio e é incapaz de
continuar caindo.

Por outro lado, outros grandes operadores podem ter


tirado proveito de tal movimento de teste para entrar em venda.
Tal ação seria posteriormente confirmada por uma visita à parte
baixa da estrutura, uma verdadeira representação de debilidade.
Portanto, o que acontece depois deste teste será muito útil
para nossa análise. Poderíamos até mesmo estar diante de um
evento de teste de Fase C, daí a importância de avaliar a reação
posterior do preço. Uma impossibilidade de visitar o extremo oposto
nos alertaria sobre uma falha estrutural, o que acrescentaria força na
direção oposta; já que se fosse realmente a agitação em C o preço
deveria pelo menos atingir o extremo oposto quase imediatamente.

Este tipo de comportamento com teste em uma extremidade e


depois falha estrutural na extremidade oposta é geralmente
característico de esquemas que iniciam movimento de tendência fora
do intervalo sem agitação prévia em todas as extremidades do
intervalo.
Para o caso do exemplo acumulativo, o teste na parte superior
(UA) e a incapacidade de alcançar a parte inferior denota muita
solidez subjacente e o mais provável é que o mercado gere a ruptura
em alta de algum ponto no meio da estrutura (LPS) sem desenvolver
aquele Spring que sempre procuramos na parte inferior.
No exemplo da distribuição, o teste na parte inferior (ST as
SOW) seguido pela incapacidade de desenvolver um teste na parte
superior da estrutura denota muita debilidade e muito possivelmente
o mercado desenvolverá um LPSY como um evento de teste de Fase
C.
3. A F C

A terceira e principal dimensão. Se trata do evento dominante em


nossas análises e abordagens.

Este é o comportamento que nos dá mais confiança na hora


de operar. Uma agitação em uma zona de liquidez e a posterior
reentrada no intervalo denota uma forte recusa do preço de continuar
se movendo nessa direção e, nesse ponto, o caminho de menor
resistência é para o lado oposto.

O objetivo inicial de uma agitação é a visita ao extremo oposto


da estrutura; e se estivermos em frente ao evento de teste na Fase
C, isso dará origem à ruptura efetiva e ao desenvolvimento posterior
de tendências fora do intervalo.

O mais importante quando analisamos um gráfico é o


presente, o que o preço está fazendo agora mesmo em relação ao
que estava fazendo. E a segunda coisa mais importante é o
momento imediatamente anterior ao presente. Ou seja, se o
movimento atual é precedido por uma agitação, essa agitação é o
evento dominante que marcaria o viés direcional de nossa análise.
Uma vez que o controle do mercado pode variar durante o
desenvolvimento da estrutura, precisamos fazer uma avaliação
contínua das novas informações que entram no mercado. Então,
sempre daremos maior relevância às últimas informações disponíveis
para nós.
Então isso significa que a agitação é mais importante do que
qualquer outra ação que tenha ocorrido anteriormente no intervalo?
Com certeza, sim. Pela própria natureza do movimento, a agitação
por si só deve ser válida o suficiente para nos influenciar em favor de
sua direção.

Descartamos então a análise anterior? Ficará a critério do


operador. Em minha opinião, são pequenos traços que se somam à
análise como um todo. É uma questão de analisar objetivamente e
acrescentar indicações em favor de um lado ou do outro. E lembre-
se de que a agitação nem sempre aparece nos extremos. Como
acabamos de ver na seção anterior, saber como ler os traços nos
alerta para o desenvolvimento iminente do efeito.

Se estivermos em uma situação de potencial ruptura em alta e


não tivermos tido anteriormente um Spring para os mínimos da
estrutura, mas tivermos um teste no topo e posteriormente uma falha
estrutural abaixo, sabemos que tais comportamentos são
característicos de esquemas acumulativos cujo evento de teste na
Fase C é um simples LPS e, portanto, estaremos igualmente em
posição de favorecer o BUEC e a continuação em alta.

4. A F D

Esta marca simplesmente tenta aplicar a Lei do Esforço e resultado


entre a ação do preço e o volume.

Queremos ver velas que denotam intencionalidade em favor do


movimento subsequente à agitação e esta intencionalidade é
representada por amplos intervalos e alto volume (SOS/SOW bar).

O valor real de uma agitação manifesta-se no fato de ela ter


ou não continuação. Como já foi discutido, todas as ações devem ser
posteriormente confirmadas ou rejeitadas. Poderíamos estar em uma
posição potencial de agitação e inicialmente tratar essa ação como
tal; mas se o movimento subsequente que é a ruptura da estrutura
não se desenvolver, o sentimento do mercado muda.
A agitação é uma busca de liquidez, mas também deve ser
capaz de gerar posteriormente um movimento com algum ímpeto
que, no mínimo, atinja o extremo oposto da estrutura e, de
preferência, provoque sua ruptura.

Por exemplo, se observarmos um potencial UpThrust After


Distribution (UTAD), idealmente desejaríamos ver seguir um
movimento com forte impulso de baixa que conseguisse romper os
mínimos da estrutura para continuar o desenvolvimento distributivo.
Se devido à condição do mercado não conseguir romper a estrutura,
devemos pelo menos exigir que ela chegue a essa parte baixa,
deixando tal movimento como um minor Sign of Weakness (mSOW).
Caso contrário, o mercado denotaria certa solidez subjacente e
colocaria em dúvida se seria realmente a agitação verdadeira.

O fato de que o preço está se movimentando com amplos


intervalos, boa movimentação e um aumento no volume é a
representação final de que tal movimentação está sendo apoiada por
grandes operadores. O mercado não seria capaz de desenvolver tais
movimentos sem a intervenção deles.

Em gráficos de intervalos de tempo inferiores, tal movimento


de intencionalidade será observado como uma sucessão de máximos
e mínimos decrescentes, a representação ideal de um movimento de
tendência decrescente saudável.
Na ação concreta da ruptura queremos ver o aparecimento de
um grande volume sugerindo intencionalidade e absorção de todas
as ordens passivas localizadas naquela zona de liquidez. Às vezes,
podemos até ver uma vela com ampla movimentação e com um pavio
em sua extremidade. Por exemplo, no caso de uma tentativa de
ruptura em alta, este tipo de vela com um pavio em sua parte
superior poderia inicialmente sugerir a possibilidade de uma agitação,
uma vez que tal pavio indica objetivamente uma entrada de venda.
Mas devemos lembrar que estamos em uma zona de liquidez e,
portanto, a execução dessas ordens estaria dentro do intervalo
esperado. A chave está na capacidade dos compradores de
absorver esse fornecimento, continuar empurrando e não deixar o
preço entrar novamente no intervalo.

Embora seja verdade que poderíamos ver uma verdadeira


ruptura em volume baixo (devido à falta de interesse do lado oposto),
em condições normais uma ausência de volume sobre tal
comportamento nos colocaria inicialmente mais na posição de tratar
a ação como uma potencial agitação; embora obviamente teríamos
que esperar pela reação posterior do preço.

Portanto, a característica mais visual do movimento de ruptura


genuína será a observação de uma vela ampla que consegue fechar
perto da extremidade e é acompanhada de um alto volume.
Podemos então afirmar que esse traço é o segundo em importância,
depois da agitação.
5. O

A terceira dimensão mais importante. Como regra geral, o volume


isolado durante o desenvolvimento da estrutura também mostra
algum padrão identificável:

Os processos de acumulação serão acompanhados por


um volume decrescente durante o desenvolvimento da
estrutura.
Nos processos de distribuição é possível identificar
volumes altos ou incomuns durante o desenvolvimento do
intervalo.

Obviamente, trata-se de diretrizes gerais, o que significa que


nem sempre será este o caso.

Para o exemplo acumulativo, um volume decrescente indica


que está ocorrendo um processo de absorção do stock disponível.
Como no início existem muitos operadores dispostos a vender, um
número maior de transações ocorre, o que leva a volumes maiores.
À medida que o tempo é consumido durante o desenvolvimento do
intervalo, as unidades continuam sendo trocadas, mas obviamente
com cada vez menos intensidade, o que é representado como um
volume decrescente. Quando o evento de teste da Fase C é gerado,
praticamente toda a oferta flutuante já foi eliminada.

Uma coisa muito diferente acontece nos processos de


distribuição. Uma característica importante desses esquemas é que
eles tendem a se desenvolver muito mais rápido do que os
acumulativos. E é por isso que você pode ver grandes flutuações de
preços e volumes elevados e constantes. Esta menor duração obriga
a executar as transações com certa rapidez; enquanto nas
campanhas acumulativas leva algum tempo para esgotar o stock, nos
processos de distribuição a urgência de vender provoca um rápido
desenvolvimento acompanhado de uma alta volatilidade.

6. A W W

Esta ferramenta não tem nada a ver com os indicadores


convencionais que todos nós conhecemos.
O Indicador das ondas de Weis coleta e analisa dados de
volume para representar graficamente o acúmulo de transações
realizadas por movimentos de preços. Isto é, dependendo da
configuração que lhe atribuímos, a primeira coisa que o código faz é
identificar o ponto inicial e final de um movimento de preços. Uma vez
determinado, soma todo o volume operado durante o
desenvolvimento desse movimento e o representa sob a forma de
ondas.
Como você pode ver no gráfico, todas as ondas começam a
partir de uma base estabelecida em 0 (exatamente como o volume
vertical clássico).

Esta ferramenta serve basicamente para realizar análises sob


a Lei do Esforço e Resultado. Ao desenvolver tal análise, podemos
abordá-la de diferentes maneiras:
No desenvolvimento dos movimentos. A regra básica
ao se procurar harmonia e divergência é que os movimentos
inicialmente impulsivos devem ser acompanhados por
grandes ondas, ondas que estão crescendo em relação às
anteriores, sugerindo um maior interesse na direção desse
movimento. Por outro lado, os movimentos corretivos devem
ser mostrados com ondas pequenas e decrescentes em
termos comparativos, sugerindo uma certa falta de interesse
nessa direção.
Ao alcançar áreas operacionais. Da mesma forma, uma
análise de harmonia seria obtida pela identificação de uma
grande onda de alta cujo movimento de preços consegue
romper uma zona de resistência. A leitura que fazemos é
que este movimento de caráter impulsivo alcançou a ruptura
efetiva. Com relação a uma análise que sugeriria divergência
seria visualizar o mesmo movimento de alta que rompe uma
resistência prévia, mas fazendo isso com uma onda Weis
muito pequena, denotando que muito pouco volume foi
negociado e, portanto, sugerindo que o grande profissional
não está apoiando o movimento.

É preciso estar novamente consciente da importância de uma


análise contínua. Podemos observar um potencial Spring que é
seguido por um movimento em alta acompanhado por uma grande
onda de Weis que consegue romper o Creek da estrutura (até agora
o cenário ideal). Nesse ponto estaremos favorecendo a continuação
em alta (BUEC potencial); mas um forte volume pode entrar e
empurrar o preço de volta para o intervalo e uma grande onda de
baixa pode ser vista, sugerindo assim a possibilidade de um potencial
Upthrust.

A ideia é que simplesmente porque vemos que as impressões


estão a favor da abordagem inicial, ela não tem necessariamente
que ser desenvolvida. Como discutido anteriormente, novas
informações estão continuamente entrando no mercado e
precisamos estar cientes disso. No exemplo acima, em uma situação
BUEC potencial, precisaremos ver ondas de baixa que denotam falta
de interesse, a fim de propor com mais confiança um cenário de alta.
2.4 COMO ANALISAR UM GRÁFICO A PARTIR DO
0?

Esta é uma das primeiras barreiras que o trader iniciante encontra,


que começa a analisar os gráficos pela primeira vez do ponto de
vista da ação do preço e do volume.

A primeira coisa que deve ser esclarecida é que um gráfico,


quanto mais limpo, melhor. De nada adianta ter cem mil objetos
desenhados nele. A única coisa que conseguimos com isto é
esconder a informação que é realmente importante: o preço. É por
isso que sou a favor de, assim que a estrutura tiver sido totalmente
desenvolvida, eliminar absolutamente tudo o que está rotulado. Desta
forma, descartamos a possibilidade de que tudo o que foi traçado
possa interferir em uma análise mais aprofundada. No máximo,
deixar os níveis das estruturas desenhadas para ver rapidamente de
onde estamos vindo.
Neste tipo de análise onde o que procuramos é entender qual
é o contexto do mercado, é essencial iniciar a análise a partir de
períodos mais altos para descer a partir daí. Porém, a partir de que
período de tempo em particular começar? Do que for necessário.
Geralmente o gráfico semanal já mostrará todas as ações de preços
relevantes e não será necessário ir até o gráfico mensal.

Uma vez que o gráfico esteja aberto, a primeira coisa que


vamos procurar são os eventos de parada de algum movimento de
tendência e o posterior movimento lateral do preço.
Operacionalmente, o que nos interessa é ver que o mercado está
construindo a causa do movimento subsequente; isto é, que ele está
na Fase B.
Obviamente, em muitas ocasiões você abrirá o gráfico de um
ativo e não verá nada claro, ou ele ainda poderá estar no
desenvolvimento de um movimento de tendência que tenha sido
precedido por um intervalo de equilíbrio. Nestes casos não há nada a
fazer a não ser esperar para ver aquela mudança de caráter que
determina o aparecimento da Fase A.

Em outros momentos você identificará esses eventos de


parada mais a geração de alguma causa na Fase B e o mercado
pode estar em uma situação de ruptura/agitação potencial. Este é o
contexto ideal para se mover para baixo no tempo.
É uma questão de identificar neste período de tempo superior
o contexto geral para determinar qual cenário seria mais interessante
de se trabalhar, se deve ser longo ou curto. Em resumo, nos
posicionarmos efetivamente no gráfico de longo prazo nos ajuda a
influenciar a direção de nossos cenários futuros.

Enquanto não tivermos clareza sobre o contexto do gráfico


acima, não poderemos ir em baixa temporalidade. Por contexto,
entendemos a combinação de estruturas e zonas de operação:
2.4.1 Estruturas

É aqui que entra a importância de ter estudado a fundo toda a seção


teórica do primeiro livro "A Metodologia Wyckoff em Profundidade".
As estruturas nos fornecem um mapa claro que guiará nossas
abordagens do cenário. Por exemplo:
Se estivermos na Fase B construindo a causa, vamos
esperar pelo preço nos extremos da estrutura para buscar
uma ação de ruptura/agitação.

Se estivermos em condições de confirmar uma agitação,


vamos esperar que o preço atinja o extremo oposto com
algum impulso.
Se estivermos em uma posição de uma possível ruptura
genuína, vamos esperar por algum tipo de teste na estrutura
rompida para continuar o desenvolvimento fora do intervalo.

Se não soubermos realmente como o mercado se move do


ponto de vista do desenvolvimento de estruturas, é impossível para
nós propor cenários ponderados. É por isso que a primeira coisa a
fazer é internalizar como estes processos de acumulação e
distribuição geralmente se desenvolvem:
1. Parada da tendência anterior

2. Construção da causa

3. Avaliação da oposição
4. Movimento de tendência dentro do intervalo

5. Movimento de tendência fora do intervalo


2.4.2 Áreas de operação

O objetivo é identificar a localização das áreas de negociação de


acordo com os níveis de preços.
Para isso, vamos recorrer à ferramenta Volume Profile. Se
bem que discutiremos esta ferramenta em profundidade mais tarde,
por enquanto vamos nos ater a ela para identificar áreas de
negociação e níveis operacionais com base no volume que será
muito útil para a abordagem de cenários, entre outras coisas.

Conforme o mercado se move de uma zona de equilíbrio para


outra, devemos saber onde estamos no momento e quais são as
áreas de negociação acima e abaixo para levá-las em conta como
possíveis alvos a serem visitados.

O Volume Profile é uma ferramenta que acrescenta


objetividade à nossa análise e, em conjunto com a leitura do mercado
oferecida pela metodologia Wyckoff, nos possibilita determinar
melhor quem provavelmente está no controle do mercado.
2.4.3 Baixa de temporalidade. Estruturas da maior
para a menor

Uma vez que este contexto geral esteja claro; que com base em
onde o preço está no gráfico superior, determinamos como sendo
mais interessante apresentar largos ou curtos; e que identificamos as
áreas operacionais tanto acima como abaixo, podemos baixar a
temporalidade para iniciar uma nova análise.
Poderíamos então abrir o gráfico de 8, 4 ou 2 horas de
temporalidade intermediária.

Uma vez feita a primeira análise mais geral (no gráfico mensal,
semanal ou diário), podemos determinar que a situação do mercado
se encontra em condições para buscar uma entrada de compra.
Nesse ponto, seria interessante ver o desenvolvimento de uma
estrutura de acúmulo menor que apoiaria tal ideia. Por exemplo:

Se estivermos em uma situação de potencial Spring (Fase


C) do período superior, a situação ideal seria observar as
impressões em uma estrutura menor que sugere alguma
entrada de compradores. Por um lado, estamos em uma
situação operacional interessante da estrutura macro e, ao
mesmo tempo, observamos uma estrutura acumulativa
potencialmente menor. Estaríamos analisando uma potencial
estrutura acumulativa menor que, se confirmada, atuaria
como uma função de potencial Spring da estrutura principal.
Se estivermos em uma situação de potencial BUEC (Fase
D) após uma ruptura em alta e a análise dos traços
acompanhar, nessa posição deveríamos favorecer a
continuação do roteiro do desenvolvimento das estruturas e,
portanto, procurar uma pequena estrutura de reacúmulo em
função de teste à estrutura rompida para então continuar
com o movimento de tendência fora do intervalo.

Se estivermos durante o desenvolvimento de um


movimento de tendência ascendente (Fase E),
favoreceremos o desenvolvimento de estruturas de
reacumulação menores para tentar nos juntarmos aos
anseios em favor do movimento. Não sabemos o impulso
com que o mercado pode se mover e o desequilíbrio em
favor dessa direção pode ter alguma urgência. Tal urgência
pode levar ao desenvolvimento de estruturas rápidas e é aí
que queremos estar.

Esta é a razão pela qual baixamos o marco temporal: para


procurar estruturas menores que se enquadrem no contexto da
análise de estruturas maiores. Esta é a dinâmica que temos que ter
em mente com relação à análise do contexto, onde estruturas
menores se encaixam em estruturas maiores.

Mas atenção, porque o fato de estarmos inicialmente inclinados para


uma direção não deve nos levar a não sermos totalmente objetivos
ao analisar esta estrutura menor, porque, como já sabemos,
estaríamos em uma área chave, área de liquidez e é provável que
cause a entrada de grandes volumes no mercado. Em outras
palavras:
A situação de potencial Spring é também, ao mesmo tempo,
uma situação de potencial ruptura em baixa efetiva. A análise da
estrutura maior pode sugerir que os compradores estão no controle
até agora, mas se durante o desenvolvimento desta estrutura menor
não vemos estes mesmos sinais e, pelo contrário, vemos o
surgimento de vendas fortes, não faria sentido continuar a favorecer
o esquema acumulativo e, em vez disso, deveríamos considerar o
cenário de baixa.

A situação de potencial ruptura em alta também é, ao mesmo


tempo, uma potencial situação Upthrust. Se no momento, onde
deveríamos favorecer o desenvolvimento de um esquema
acumulativo menor em função do BUEC da estrutura maior, o preço
gera uma estrutura de distribuição menor, isto ativaria o cenário curto
e deixaria uma estrutura de distribuição menor em função do Upthrust
da estrutura maior.

Por isso, a importância de ter uma mente aberta e não muito


rígida em relação aos movimentos direcionais. Além disso, é sempre
necessário ter tanto cenários longos quanto curtos preparados para
não hesitar quando chegar a hora de tomar uma decisão.

Se desejar, você pode continuar diminuindo a temporalidade


para a análise das estruturas. O ponto-chave é favorecer o
desenvolvimento de estruturas maiores em detrimento das menores.
Com este princípio em mente, fica a critério de cada operador
decidir até que ponto diminuir a temporalidade. Tenha em mente que
quanto mais baixo você for, mais barulho você vai perceber.
2.4.4 Alta de temporalidade. Estruturas da menor
para a maior

Outra dúvida muito frequente é com que tipo de estrutura trabalhar,


como decidir passar de uma estrutura para outra. Estruturas da
menor para a maior.
É uma dúvida mais complexa que denota um certo
conhecimento da metodologia. Após internalizar todo o conhecimento
teórico, o subconsciente começa a raciocinar e levantar este tipo de
dúvidas interessantes; e este fato é tremendamente significativo
como um sinal de que um bom trabalho está sendo feito.

Diferentemente do que acontece na análise do contexto onde


o desenvolvimento das estruturas principais é priorizado, encaixando
as estruturas menores dentro delas; no que diz respeito à primeira
identificação de uma estrutura, daremos prioridade ao
desenvolvimento das estruturas de temporalidade mais baixas e
depois passaremos a temporalidade mais alta se o preço indicar
assim.

Quando o mercado está desenvolvendo o efeito (movimento


de tendência) de uma causa anterior (intervalo
acumulativo/distributivo), estaremos olhando para gráficos temporais
inferiores principalmente por duas razões: para identificar estruturas
menores com as quais unir o movimento; e para identificar a parada
de tal movimento de tendência.

O primeiro destes motivos já foi discutido na seção anterior e


é uma das situações em que se pode baixar a temporalidade. Nesta
ocasião, é uma questão de analisar quando se deve subir na
temporalidade.
Neste contexto de velocidade, podem começar a se
desenvolver estruturas menores e estas podem ser a origem do
desenvolvimento de grandes eventos visíveis em temporalidades
superiores. Por exemplo; se o mercado estiver caindo e
observarmos o desenvolvimento de um padrão de acumulação rápida
em um pequeno período de tempo, o efeito dessa acumulação
menor pode ser a geração do evento do Automatic Rally sobre um
marco temporal superior.

A princípio pode parecer um pouco confuso, mas não é de


forma alguma. Repito o exemplo ao contrário: se o mercado estiver
subindo durante o desenvolvimento da Fase E após uma
acumulação, poderemos observar um esquema de distribuição que
atuará como um evento Buying Climax, e o efeito desta distribuição
atuaria como um evento de Automatic Reaction de algum marco
temporal superior.
Evidentemente não é necessário reduzir o marco temporal
para a identificação de tais eventos, tudo depende do tipo de
negociação que você decidir realizar. Existem operadores
experientes que operam este tipo de estruturas menores de contra-
tendência, mas estando conscientes de que devem ser movimentos
de curta duração, de acordo com a estrutura que foi desenvolvida.

Trata-se apenas de exemplificar sob que condição é razoável


aumentar o marco temporal a fim de se ter clareza sobre a análise
geral.

Neste exemplo real, vemos em confluência uma estrutura de


acumulação com falha que gira em uma estrutura de acumulação
maior.
O conceito foi inicialmente explicado como uma estrutura
menor, que está totalmente desenvolvida e que, por sua vez, é parte
de uma estrutura maior. Neste exemplo, vemos uma outra maneira
pela qual tal conceito pode aparecer no mercado.

É possível observar todos os eventos de uma estrutura


acumulativa menor e como no momento da verdade, em uma posição
de potencial BUEC, o mercado deixa uma falha contínua para o lado
ascendente. Esta é exatamente a área onde o operador pode querer
considerar como mais lógica a possibilidade de observar toda aquela
ação de preços como um todo, como se fosse parte de uma
estrutura maior. Desta forma, o Automatic Rally de maior duração
será determinado desde a baixa do SC até a alta do UA da estrutura
menor. Da mesma forma, o JAC agora será visto como um simples
teste denotando solidez (UA) e a partir daí os demais eventos
acumulativos aparecerão.

Para destacar desde o primeiro momento a solidez que existia


por trás, evidenciada pela incapacidade do preço de visitar o fundo
de ambas as estruturas. Outro detalhe interessante é ver que o
BUEC principal se desenvolve logo acima do High Volume Node que
também coincide com o VPOC de toda a estrutura.
2.5 O QUE FAZER QUANDO O CONTEXTO NÃO
ESTÁ CLARO?

Pode ser que abramos um gráfico e não vejamos absolutamente


nada claro. Nem um movimento de tendência clara, nem uma
lateralização precedida por uma fase de parada. Nesta situação,
temos duas opções:

1. A

Como sabemos, quanto menor for o marco temporal, mais ruído


observamos. É bastante positivo neste tipo de ocasiões subir de
temporalidade para ver o quadro geral de onde estamos.

Talvez o que parece caótico para você nos gráficos


intradiários faça sentido em temporalidades mais altas.

Se você tiver feito uma boa análise a partir do zero, como


sugerimos, você passará de marcos temporais superiores para
marcos temporais inferiores. Então, simplesmente fique na
temporalidade em que você vê a ação de preço mais clara e não
baixe mais.
Por exemplo, ao fazer a análise de contexto você está bem
posicionado em H1, baixe para M15 mas não se sente confortável,
volte para H1 e descarte a possibilidade de analisar gráficos
inferiores.
2. M

Você pode não ser capaz de se posicionar de forma sólida em


qualquer marco temporal. Neste ponto e considerando a quantidade
de ativos negociáveis que existem hoje, que necessidade temos de
negociar algo que realmente não vemos claramente? Isso não faz
sentido.

Não importa se você negocia ações, índices, moedas,


commodities ou moedas criptográficas, o número destes ativos
negociáveis é grande o suficiente para que você não tenha que estar
forçando a análise, então se algo não estiver claro, basta passar
para a próxima.
2.5.1 O controlador

Esta questão também é útil para identificar um dos grandes erros


que alguns traders cometem quando decidem operar apenas um
ativo. Isto os leva a querer controlar cada movimento de preços, o
que pode ser desastroso para a conta. Essa palavra, controle, pode
ser uma das palavras mais prejudiciais para o mundo do trading.
Você não pode controlar absolutamente nada. Nosso foco deve ser
em operar apenas das configurações mais claras com a melhor
relação risco/retorno possível.
Uma coisa muito curiosa é que geralmente coincide em que o
trader que opera apenas um ativo faz isso em marcos temporais
pequenos. É a combinação perfeita para dar errado. E como ele
certamente vai gostar dos rótulos (pelo fato de ter controlado cada
movimento), temos um trader que está deixando de usar olhos e
mente tentando decifrar cada um dos movimentos e praticamente
não vê o que o preço faz porque ele terá um gráfico de 1 ou 2
minutos cheio de rótulos.

Vamos nos manter longe disto porque é impossível para


qualquer um se manter assim por muito tempo. O gasto de energia é
brutal e a capacidade de concentração necessária para manter um
nível ótimo de julgamento é extremamente elevada. Muito poucas
pessoas serão realmente capazes de fazer este tipo de trading. A
grande maioria está condenada a sofrer de graves angústias.

Vamos avançar no marco temporal e cobrir mais ativos. É


certamente bom se especializar em algum mercado (pois cada um
tem suas próprias peculiaridades em relação aos melhores horários,
volatilidade, etc.), mas não se concentre exclusivamente em um.
Tenha uma lista de alguns (mesmo 3 ou 4) para seguir e especializar-
se neles, se quiser.
Por último, esquecemos sempre que a maioria dos
movimentos de mercado são de natureza aleatória; e isso significa
simplesmente que não têm nenhuma intencionalidade direcional por
trás deles. Como discuti nas primeiras páginas de meu primeiro livro,
alguns dos intervalos flutuam para cima e para baixo sem qualquer
intencionalidade por trás deles, sem construir qualquer tipo de causa.
É pura aleatoriedade. São aqueles intervalos onde você não vê
absolutamente nenhuma impressão clara e não pode fazer uma
análise criteriosa sobre quem pode estar no controle do mercado.
Você tem que estar ciente disso.
PARTE 3. O ATUAL AMBIENTE DE
TRADING

Apesar da seção seguinte não estar diretamente relacionada com a


abordagem mais técnica da metodologia Wyckoff, é importante e
enriquecedor entender o contexto geral em que os mercados de hoje
se movimentam.
Os mercados foram submetidos a uma mudança de
paradigma e migraram em poucos anos de uma operação realizada
inteiramente por pessoas de forma presencial para uma operação
totalmente eletrônica, graças aos avanços tecnológicos.

Isto contribuiu para o surgimento de novos atores no mundo


dos investimentos, novas formas de operar e até mesmo novos
mercados.
Não há dúvida de que tudo isso provocou uma democratização
dos investimentos, permitindo o acesso do operador varejista, que há
não muitos anos teve sua participação vetada. A este respeito, não é
por acaso que a maioria dos operadores de varejo perde. Toda a
indústria é criada para que este seja o caso e que sua participação
sirva simplesmente como mais uma (muito pequena) fonte de liquidez
para o mercado.
É importante manter os pés no chão. O mundo do trading e do
investimento é muito complexo para que um operador de varejo em
casa, com uma conexão à Internet e um computador, possa obter um
certo lucro sobre seu capital. Tudo vai contra ele, começando pelo
fato de ser um campo dominado por grandes instituições que gastam
enormes quantias de dinheiro tanto no desenvolvimento de
ferramentas poderosas quanto na contratação das pessoas mais
qualificadas.
Agora vamos dar uma olhada nos aspectos menos conhecidos
do ambiente de trading de hoje que têm alguma relevância, pois
podem influenciar nossa negociação.
3.1 TIPOS DE PARTICIPANTES NOS MERCADOS
FINANCEIROS

Conhecer aqueles que têm a capacidade de influenciar o movimento


de preços nos dá um ponto de vista mais sólido ao tomar decisões
de trading e de investimento.

Os mercados financeiros são formados por vários agentes


com diferentes formas de operar de acordo com suas necessidades
naquele momento específico.

Um dos maiores erros que podemos cometer é pensar que


todos os movimentos do mercado são orquestrados por uma única
entidade; ou distinguir os operadores entre profissionais e não-
profissionais. Quando são utilizados estes termos, bem como "mãos
fortes" e "mãos fracas", isto é feito do ponto de vista de entender
quem tem mais controle do mercado, não com o objetivo de enxergar
isto como uma guerra entre institucional versus varejo porque, como
sabemos, nos ativos mais negociados os varejistas têm pouco ou
nada a ver com isto.

É preciso observar que tudo depende também do volume


negociado em cada ativo em particular. Quanto maior o volume, mais
intervenção virá dos grandes participantes.

Por exemplo, um dos maiores ativos negociados no mundo, o


índice americano S&P 500, é quase totalmente controlado por
grandes instituições, sendo que 90% ou mais do volume provém
delas. Trata-se de uma batalha entre elas. Nenhuma negociação
pode ser executada sem que uma instituição esteja disposta a tomar
um lado da posição e outra instituição esteja disposta a tomar o lado
oposto. O mercado não será capaz de mover o menor tick se não
houver uma instituição por trás de cada movimento.
Ao contrário, ativos que movimentam muito pouco volume
podem ser influenciados por operadores com menor capacidade. É
por isso que não é recomendado operar ativos com baixa liquidez,
para evitar possíveis manipulações.

Nosso objetivo, portanto, é analisar o comportamento do


gráfico para tentar determinar onde está a maior parte do dinheiro
institucional.
Vamos categorizar os diferentes participantes do mercado de
acordo com a intenção deles:
C

Basicamente, se trata da execução de operações financeiras


destinadas a cancelar ou reduzir os riscos. Consistem na aquisição
ou venda de um produto que está correlacionado com o ativo sobre o
qual se pretende estabelecer a cobertura.

Ao mesmo tempo em que o objetivo principal da cobertura é


limitar o risco, ela também pode ser usada para garantir um lucro
latente ou preservar o valor de um ativo.

Para estes operadores não importa a direção do preço, pois


não é o negócio principal de sua empresa. Eles não operam com
uma intenção direcionada e têm uma visão a mais longo prazo.

Embora existam diferentes maneiras de realizar a cobertura, a


maneira mais tradicional é orientada para o produtor:
Um exemplo seria uma empresa aérea que compra futuros de
petróleo como um recurso para equilibrar seus custos de
combustível.

Outro exemplo poderia ser uma grande empresa internacional


de importação e exportação que compra moedas para se proteger
contra possíveis mudanças de preços.
Os fazedores de mercado também estariam incluídos nesta
categoria, pois poderiam ir ao mercado dependendo de suas
necessidades com o objetivo de manter suas posições de risco total
neutras.
E

Ao contrário dos operadores de cobertura, que basicamente


negociam para reduzir sua exposição ao risco, os operadores
especulativos assumem riscos ao abrir suas posições.

Se dadas as condições atuais do mercado, eles consideram


que o preço do ativo em questão está barato, comprarão e vice-
versa se o considerarem caro, com o único objetivo de lucrar com o
movimento de preços.
Aqui encontramos Hedge funds, fundos, empresas de trading
e, em geral, qualquer instituição que atue de forma direcionada no
mercado para buscar rentabilidade.

Cobrem diferentes temporalidades e executam operações


também utilizando algoritmos de alta frequência.
São os operadores mais ativos do mercado financeiro.
Basicamente, estão focados na busca de zonas de liquidez porque,
devido à grande quantidade de volume que movimentam, precisam
desta contraparte para corresponder às suas ordens.

É um erro comum pensar que todas as instituições são


lucrativas. Muitas destas instituições são as vítimas preferidas no
mercado financeiro porque movimentam quantidades significativas de
volume e podem ter uma abordagem operacional inconsistente.
Embora não sejam de natureza puramente especulativa,
alguns operadores de opções podem se enquadrar nesta categoria
porque se tiverem uma grande posição aberta no mercado de
opções, é provável que também se voltem para o mercado de
futuros para tentar defender, se necessário.
A

Consiste em tirar proveito das imperfeições do mercado financeiro.


Estes operadores observam uma ineficiência nos preços e executam
transações com o objetivo de corrigir e ajustar os preços.

Existem diferentes formas de fazer arbitragem: seja operando


um único produto, operando diferentes produtos correlacionados,
operando entre diferentes mercados e até mesmo operando entre
contratos com a mesma e diferentes datas de validade.
Um exemplo seria negociar uma descorrelação entre dois
mercados do mesmo ativo, tais como o mercado à vista e o mercado
futuro. Podemos ter, por exemplo, a moeda cruzada do euro em
relação ao dólar (EURUSD) e o derivativo no mercado de futuros
(6E). Uma estratégia de arbitragem aproveitará a minúscula
diferença de preço que possa existir entre esses dois mercados para
obter um benefício econômico.

Fora disso, temos também os Bancos Centrais. Eles são os


que têm maior capacidade já que dirigem as políticas monetárias dos
países principalmente através da fixação das taxas de juros.

Dos tipos vistos, o único que entraria no mercado com o


objetivo direcional de adicionar pressão a um lado ou ao outro seria o
operador especulativo. O restante das transações teria outra
intencionalidade, mas ainda assim seria representado no preço.

O fato de que nem todos os negócios são de natureza


especulativa é um fator muito importante a ser levado em conta.
Muitas pessoas cometem o erro de pensar que toda negociação tem
um interesse direcional por trás e, na maioria dos casos, não é
assim. São muitos os tipos de participantes que interagem no
mercado e as necessidades de cada um são diferentes.

Além da intencionalidade da operação, vale destacar os


diferentes usos dos prazos utilizados por alguns operadores e
outros. Enquanto alguns levam em conta o curto prazo, outros
mantêm estratégias de médio ou longo prazo. O ponto-chave é que
cada um dos movimentos do mercado está sendo apoiado por uma
grande instituição e que a qualquer momento outra com uma
perspectiva de longo prazo pode entrar no mercado com uma maior
capacidade de influenciar o preço.
3.2 MERCADOS ELETRÔNICOS

Desde 2007, as bolsas passaram de ser controladas por seres


humanos para um ambiente totalmente automatizado e eletrônico,
onde realmente só existem computadores fazendo o processamento
de ordens correspondentes.

Com a chegada de novas tecnologias, avanços


computacionais e mudanças regulatórias no mundo financeiro, a
importância da rapidez na transmissão e recebimento de dados tem
se tornado cada vez mais importante, chegando a um ponto em que
o trading eletrônico representa a maior parte do volume negociado.
Os produtos mais negociados, tais como futuros, ações e
CDS sobre índice mostram os mais altos graus de eletronificação em
90%, 80% e 80% respectivamente. Por outro lado, os títulos
corporativos estão na parte inferior do espectro, pois são produtos
mais personalizados, representando 40% e 25%.
Todos esses avanços melhoraram a eficiência do mercado ao
acrescentar liquidez, reduzir custos, aumentar a velocidade de
execução, melhorar a gestão de risco e permitir o acesso a
mercados específicos.
3.2.1 Trading algorítmico

É um processo de execução de ordens baseado em regras bem


definidas e codificadas realizadas automaticamente por um
computador, evitando assim a participação humana.
Utiliza modelos estatísticos e econométricos complexos em
plataformas avançadas para tomar decisões de forma eletrônica e
independente.

Utiliza principalmente como variáveis preço, tempo e volume; e


foi desenvolvido para aproveitar as vantagens de velocidade e
processamento de dados que os computadores têm sobre os
operadores humanos.
Estas estratégias interpretam os sinais do mercado e
implementam automaticamente estratégias de trading baseadas
neles, com operações de diferentes durações.
O aumento da participação no mercado nos últimos anos de
negociação algorítmica em todas as classes de ativos é
simplesmente espetacular, e as previsões para os anos seguintes
seguem a mesma dinâmica.

Uma das razões para tal crescimento se deve ao surgimento


da inteligência artificial no setor financeiro.
3.2.2 High Frequency Trading

O High Frequency Trading é um tipo de trading algorítmico, mas


aplicado na escala de microssegundos, tentando tirar proveito de
mudanças muito pequenas nos preços dos ativos.

Baseia-se no uso de algoritmos matemáticos que analisam e


executam ordens com base nas condições do mercado. Realizam
milhares de operações em um curto espaço de tempo, ganhando
dinheiro sistematicamente e com uma alta probabilidade.

Sua principal vantagem é a velocidade de processamento e


execução, obtida graças à dedicação de computadores potentes. É
por isso que o público em geral que opera a partir de casa
simplesmente não tem os meios para acessar este tipo de operação.
É, portanto, um estilo reservado quase exclusivamente aos
operadores institucionais de grande capital.

Embora na Europa seja ligeiramente inferior, a participação no


mercado de ações dos EUA representa continuamente mais de 50%
do volume total operado. É interessante notar como a crise de 2009
causou um declínio na participação do HFT principalmente devido ao
aumento da competitividade, aos altos custos e à baixa volatilidade.

Não se deve confundir o High Frequency Trading com sistemas


automatizados que podem ser criados por um trader de varejo (que
pode se enquadrar na categoria de trading algorítmico). Geralmente
estes tipos de ferramentas (conhecidas como EAs, robôs ou bots)
não são muito eficazes; bastante diferentes da High Frequency
Trading, que custam milhões de dólares e têm sido desenvolvidas por
grandes empresas financeiras para operar grandes quantidades de
dinheiro diariamente.

C
?
O fato de que nos mercados atuais a maior parte do volume
negociado provém de algoritmos de alta frequência não influencia
muito na análise baseada em estrutura que podemos fazer
principalmente porque não estamos competindo para explorar as
mesmas anomalias.

Enquanto nossas análises procuram tirar vantagem de um lado


determinístico do mercado onde tentamos elucidar quem tem mais
controle (compradores ou vendedores), os algoritmos de alta
frequência parecem estar mais no lado aleatório do mercado,
principalmente por sua categorização: arbitragens, estratégias
direcionais (de impulso e baseadas em eventos) e de criação de
mercado (índice de liquidez).

Apesar de ser verdade que alguns algoritmos podem executar


estratégias direcionais (com o objetivo de se beneficiar do
movimento de preços), estes cobrem o curto prazo e, embora
possam distorcer nossa análise, a vantagem da metodologia Wyckoff
é que ela fornece um marco estrutural através do qual podemos
minimizar parte do ruído que se origina nas escalas menores e obter
uma sensação mais objetiva das condições atuais do mercado
levando em conta um contexto maior do que estes algoritmos
cobrem.
3.3 MERCADOS OVER THE COUNTER (OTC)

Trata-se de um tipo de mercado eletrônico onde ativos financeiros


são negociados entre duas partes sem o controle e supervisão de
um regulador, como é o caso das bolsas de valores e mercados de
futuros.

A principal diferença entre mercados centralizados (On-


Exchange) e não centralizados (Off-Exchange) é que nos mercados
centralizados existe um livro de ordens único que é responsável por
ligar todos os participantes nesse mercado, enquanto que nos
mercados não centralizados existem vários livros de ordens (tanto
quanto fazedores de mercado) onde a falta de transparência no que
diz respeito à profundidade do mercado é evidente, mostrando
apenas o preço do BID e do ASK.

Nos últimos anos, o mercado dos EUA passou por um


processo de fragmentação onde foram criados cada vez mais
mercados descentralizados. Hoje em dia, a liquidez acionária dos
EUA está dividida entre cerca de 88 fontes diferentes, com quase
40% das negociações ocorrendo em mercados não centralizados.
Dentro dos mercados não centralizados encontramos
diferentes brokers baseadas no tratamento que dão às ordens de
seus clientes. Por um lado, encontram-se aquelas que têm uma
Mesa de Negociação (Dealing Desk) que atuam como contraparte do
cliente (conhecidas como Market Makers); e por outro lado, aquelas
que não têm uma Mesa de Negociação (Non Dealing Desk) que
atuam como intermediárias entre o cliente e o resto do mercado.
Este segundo tipo, brokers sem mesa de operações, é o que
é recomendado para trabalhar. Isto porque os fazedores de mercado
(Market Makers) estão encarregados de oferecer o preço final do
ativo, tornando o processo menos transparente.

Ter a capacidade de assumir a contraparte nas operações de


seus clientes abre a porta para possíveis conflitos de interesse, já
que se o cliente ganha a broker perde e vice-versa. E, obviamente, a
broker fará todo o possível para manter o negócio dela rentável.
Quando se combina o fato de que o proprietário do mercado
está encarregado de oferecer o preço final juntamente com a
possibilidade de ser a contraparte ao mesmo tempo, surge como um
dos principais perigos para o operador varejista o fato de estar
exposto a algum tipo de manipulação nos movimentos de preços.

Também é importante saber que, pela própria natureza deste


tipo de mercado não centralizado, é possível que haja preços
diferentes para um mesmo ativo. Ou seja, se quisermos operar
moedas EUR/USD, cada fazedor de mercado nos oferecerá um
preço e um volume diferentes.

C OT C ?
O problema é que a análise que fazemos sob este tipo de mercado
será baseada em dados que, embora possa ser uma representação
significativa e válida de todo o mercado, na verdade não representa
todos os dados de preço e volume.

Para ter estes dados de forma confiável, teremos que analisar


este ativo sob um mercado centralizado. Dando continuidade ao
exemplo do EUR/USD, teremos que analisar o mercado de futuros
(mercado centralizado) que corresponde ao ticker $6E.

Portanto, o que é recomendado é, se você não tiver a


capacidade econômica (capital suficiente) para operar este mercado
de futuros, podemos analisar o ativo neste mercado de futuros e
executar a operação através de outro derivativo financeiro mais
acessível como o CFD (Contract For Different) com uma boa broker
(que não seja um fazedor de mercado). Uma opção intermediária
seria negociar a versão pequena do futuro, o micro futuro, que no
caso do EURUSD corresponde ao ticker $M6E.

Se abrirmos um gráfico de futuro (6E) e do CFD (EURUSD)


veremos que os movimentos de preços são praticamente os
mesmos, embora sejam mercados diferentes. Isto é possível graças
a um processo de arbitragem realizado por algoritmos de alta
frequência que ocorre sistematicamente entre os dois mercados.
3.4 DARK POOLS

Um Dark Pool é um mercado privado (Off-Exchange) que


possibilita o contato de investidores institucionais e facilita o
intercâmbio de ativos financeiros com a peculiaridade de que suas
transações não são relatadas imediatamente, permanecendo o
montante negociado (o volume) desconhecido até 24 horas depois.

As negociações em mercados de ações não centralizados nos


Estados Unidos são de cerca de 35%, sendo que o Dark Pools
responde de 16 a 18%. E de acordo com um estudo da Bloomberg,
juntamente com o Dark Pools, já é responsável por mais de 30% do
volume total operado.
A participação dos Dark Pools no mercado de ações europeu
expandiu-se rapidamente nos últimos anos, crescendo de 1% em
2009 para 8% em 2016.

Quando uma grande instituição quer comprar ou vender uma


grande quantidade de um ativo, ela recorre a este tipo de mercado
principalmente porque sabe que se acessar o mercado público será
difícil encontrar uma contraparte, que possivelmente conseguirá um
preço pior e que ficará exposta a técnicas predatórias como o Front
Running executado por algoritmos de alta frequência. Neste tipo de
mercado evitam este impacto negativo e, ao mesmo tempo, obtêm
melhores comissões, pois economizam em taxas exigidas pelos
mercados públicos.

Diferentemente do que muitas pessoas possam pensar, os


Dark Pools são altamente regulamentados, pois seus proprietários
estão registrados na SEC (Securities and Exchange Commission) e
FINRA (The Financial Industry Regulatory Authority) e, portanto,
estão sujeitos a auditorias e avaliações regulares semelhantes às de
um mercado público.

Além das instituições financeiras privadas, existem bolsas


públicas que possuem seus próprios Dark Pools, como a New York
Stock Exchange (NYSE), a bolsa de valores mais negociada e com
maior liquidez do mundo.

O CME (Chicago Mercantile Exchange), que é o mercado com


o maior número de contratos de opções e futuros do mundo, também
tem seu próprio Dark Pool e oferece este serviço de negociação
obscuro através do que eles chamaram de "Block Trades". Em seu
próprio site, eles explicam em detalhes as informações sobre o
assunto, para destacar:

"Um Block Trade é uma transação de futuros, opções ou


combinações negociadas de forma privada que pode ser
executada fora do mercado de leilões públicos. A participação
em Block Trades é restrita aos participantes em contratos
elegíveis, como esse termo é definido na Lei de Bolsa de
Mercadorias.

A regra 526 ("Block Trades") rege a negociação de Block


Trades em produtos CME, CBOT, NYMEX e COMEX. Os
Block Trades são permitidos em produtos específicos e estão
sujeitos a requisitos de tamanho mínimo de transação que
variam por produto, tipo de transação e tempo de execução.
Os Block Trades podem ser executados a qualquer momento
a um preço justo e razoável".
C D P ?

A atividade realizada nos Dark Pools desempenha um papel


importante na determinação dos rendimentos intradiários e das
incertezas que podem ser relacionadas a eles, tendo assim
importantes implicações microestruturais.

Acontece que podemos estar analisando um ativo no qual


transações muito significativas podem ter ocorrido de forma oculta e
obviamente não podemos nem mesmo avaliar as intenções do
comprador.
Estas transações, por não serem determinadas pela oferta e
demanda do mercado público, não têm um impacto imediato na
formação de preços; mas existem estudos que afirmam que os
operadores do mercado público reagem ao relatório de ordens
executadas no Dark Pool uma vez que ele é liberado, e podem
alterar significativamente a análise da interação até aquele momento.
3.5 OS MERCADOS SÃO ALEATÓRIOS OU
DETERMINÍSTICOS?

Este assunto é outro dos grandes debates dentro da comunidade


trading e sem dúvida gera grande controvérsia. A grande maioria
daqueles que se posicionam a favor da aleatoriedade do mercado o
fazem com o objetivo de desacreditar a utilidade da análise técnica.
Por outro lado, temos aqueles que observam todos e cada um dos
movimentos de preços e dão uma intenção, um grande erro. Nem
tudo é preto e branco.

A aleatoriedade é baseada na premissa da eficiência do


mercado enquanto que o determinismo (não aleatoriedade) é
baseado na ineficiência do mercado.

O enfoque dos mercados aleatórios sugere que o preço atual


já reflete todas as informações sobre eventos passados e até
mesmo os eventos que o mercado espera que ocorram no futuro.
Em outras palavras, todas as informações sobre o ativo são
absolutamente desconsideradas e, portanto, não é possível prever a
ação futura do preço. O raciocínio é que, quando os participantes
tentam tirar proveito de novas informações, juntos eles neutralizam
essa vantagem. Isto levaria à conclusão de que não é possível tirar
proveito da própria interpretação do mercado, a não ser que o
operador tenha acesso a informações privilegiadas.

O enfoque dos mercados deterministas sugere que os


movimentos de preços são influenciados por fatores externos de
modo que, conhecendo esses fatores, é possível prever a ação
futura dos preços e, portanto, é possível lucrar com a interpretação
do mercado.
Quando se fala em aleatoriedade, o movimento de mercado
não tem nenhuma intenção lógica por trás; é simplesmente uma
flutuação de preço. A aleatoriedade surge como resultado das
inúmeras variáveis que ocorrem no mercado. Não é possível saber
como os outros participantes do mercado vão agir. Caso alguém
saiba, teria um sistema determinístico cujas previsões estariam
sempre certas.

Por um lado, se a Hipótese de Mercados Eficientes (sigla em


inglês EMH) e a aleatoriedade do mercado fossem válidas, ninguém
seria capaz de obter lucros recorrentes. E foi provado ao longo da
história que este não é o caso. Todos nós conhecemos grandes
operadores nos mercados financeiros que conseguiram vencer com
diferentes abordagens (técnica, fundamental e quantitativa). Além
deste fato, a hipótese de mercados eficientes tem sofrido muitas
críticas principalmente porque assume um comportamento racional
dos agentes em sua tomada de decisão.
Em contrapartida, os mercados financeiros não podem ser
modelados como um processo totalmente determinístico onde não há
aleatoriedade, pois isso significaria que haveria estratégias com
100% de probabilidade de sucesso e isso (conforme sabemos) não é
o caso também.
3.5.1 A hipótese dos mercados adaptativos

Chegamos, portanto, à conclusão de que os mercados financeiros


são compostos por um percentual de aleatoriedade e outro
percentual determinístico, sem saber quanto peso cada um deles
tem.
Esta teoria seria apoiada pela Hipótese dos Mercados
Adaptativos (sigla em inglês AMH) a qual demonstra a eficiência dos
mercados financeiros não como uma característica presente ou
ausente, mas como uma qualidade que varia de acordo com as
condições do mercado (o ambiente, o contexto), que são
determinadas pelas interações entre seus agentes.

Esta hipótese foi apresentada pelo economista financeiro


americano Andrew W. Lo em seu livro Adaptative Markets publicado
em 2017 e é apoiada principalmente em:
1. A eficiência do mercado depende das condições de
mercado. Esta característica variável é o resultado das
interações dos participantes que, por sua vez, dependem
das condições do mercado.

2. O agente não é totalmente racional e está sujeito a


preconceitos cognitivos. Não se pode aplicar um modelo
puramente racional, uma vez que os participantes criam
expectativas baseadas em diferentes fatores. Além disso,
diferentes expectativas podem ser criadas com as mesmas
informações, sem mencionar que cada agente tem
diferentes graus de aversão ao risco.

Embora o autor se refira aos agentes como indivíduos


pessoais, isto se aplica igualmente ao atual ambiente de trading onde
já mencionamos que praticamente todas as ações são feitas por
algoritmos eletronicamente. Este fato não muda a base da hipótese
adaptativa, pois, independentemente do participante do mercado e
da forma como ele interage com o resto do mercado, ele tomará
decisões com base nas avaliações, motivos ou necessidades que
tiver em determinado momento; e esse determinado momento será
condicionado por diferentes fatores; fatores que mudarão com o
tempo e, portanto, farão com que as avaliações, motivos ou
necessidades dos participantes mudem.
A AMH não se concentra em desacreditar a Hipótese dos
Mercados Eficientes, ela simplesmente a trata como incompleta.
Valoriza mais a mudança das condições de mercado (devido à
chegada de novas informações) e como os participantes podem
reagir a elas. Se concentra no fato de que a racionalidade e a
irracionalidade (eficiência e ineficiência) podem coexistir no mercado,
dependendo das condições.
3.5.2 Onde se encaixa a metodologia Wyckoff?

Pousando no que nos preocupa, a leitura do mercado sob os


princípios da metodologia Wyckoff é baseada em um evento
determinístico do mercado: a lei da Causa e Efeito, é que para que o
mercado desenvolva um efeito (tendência) deve primeiro haver uma
causa (acumulação/distribuição). Existem outros eventos
determinísticos que podem oferecer uma vantagem, tais como a
sazonalidade.
Um exemplo de comportamento aleatório pode ser visto em
Algoritmos de Alta Frequência. Já discutimos alguns de seus usos e
eles são o exemplo perfeito de forças que têm a capacidade de
mover o mercado e não necessariamente têm uma lógica direcional
por trás.

Por último, a maioria dos estudos que defendem a


aleatoriedade do mercado utiliza padrões cartográficos clássicos
como triângulos, ombro cabeça ombro, bandeiras etc., ou algum
padrão de preço sem uma lógica subjacente para confirmar a falta
de previsibilidade da análise técnica em geral. Nossa abordagem
para operar os mercados está muito distante de tudo isso.
Existem estudos onde a utilização de uma ferramenta analítica
tão simples quanto linhas de tendência tem mostrado um
comportamento não aleatório nos mercados financeiros, conseguindo
até mesmo explorar uma anomalia com a qual se pode obter certos
rendimentos.
PARTE 4. A IMPORTÂNCIA DO
VOLUME

Como vimos, no contexto em que nos encontramos hoje, o volume


irrompeu com maior significado do que em décadas passadas. Existe
cada vez mais dinheiro circulando por todos os mercados financeiros
e isto tem causado certas mudanças; desde a forma de negociação
até o surgimento de novas ferramentas.

Os mercados, no início do século XX, operados inteiramente


manualmente, eram guiados principalmente pelos vieses cognitivos
de seus participantes. Emoções como o medo e a ganância eram a
principal preocupação e impulsionaram grande parte da tomada de
decisão de seus participantes. Esta irracionalidade do indivíduo levou
a situações muito benéficas para os operadores bem informados da
época.
Como todos já sabem, o ambiente atual é que a grande parte
do volume negociado é feita eletronicamente, que enormes
quantidades de volume são movimentadas diariamente e que, para
que todas essas ordens sejam preenchidas, é necessário destacar
os conceitos de contraparte, liquidez e correspondência de ordens;
ou seja, a importância do volume.

Nesta seção vamos estudar em profundidade a teoria do


mercado de leilões e veremos algumas ferramentas que nos
permitirão fazer uma análise mais precisa dos dados de volume.
4.1 AUCTION MARKET THEORY

A teoria do mercado de leilões, como é conhecido, nasceu


principalmente dos estudos de J.P. Steidlmayer sobre o Market
Profile. Em seguida, juntamente com outros autores como James
Dalton e Donald L. Jones, definiram uma série de conceitos que
constituem esta teoria.

Baseia-se no fato de que o mercado, com o objetivo prioritário


de facilitar a negociação entre seus participantes e sob os
princípios da lei de oferta e demanda, sempre se moverá em busca
da eficiência, também conhecida como equilíbrio ou valor justo.

A eficiência sinaliza que compradores e vendedores estão


confortáveis nas negociações e nenhum deles tem controle claro.
Esse conforto vem porque, com base nas condições atuais do
mercado, as avaliações de ambos são muito semelhantes. A forma
como se observa este equilíbrio visualmente em um gráfico de
preços é com uma rotação contínua (intervalos de preços). Estas
lateralizações de preços representam este equilíbrio. É uma prova
da facilitação da negociação e é o estado em que o mercado está
sempre procurando estar.

Por outro lado, temos os momentos de ineficiência ou


desequilíbrio e estes estão representados nos movimentos de
tendência. Quando chegam novas informações ao mercado, podem
fazer com que o valor percebido tanto por compradores quanto por
vendedores do ativo mude, gerando um desacordo entre eles. Um
dos dois assumirá o controle e afastará o preço da zona de equilíbrio
anterior, oferecendo uma oportunidade de negociação lucrativa. O
que é evidente neste contexto é que o mercado não está facilitando a
negociação e, portanto, é considerado uma condição ineficiente.

O mercado estará se movendo constantemente na busca e


confirmação do valor; em situações onde compradores e vendedores
estão em condições de intercambiar stock. Quando isto acontece, é
porque as avaliações que estes participantes têm sobre o preço são
muito semelhantes. Neste momento, a negociação irá gerar uma
nova zona de equilíbrio. Este ciclo será repetido repetidamente de
forma ininterrupta.

A ideia geral é que o mercado se moverá de uma área de


equilíbrio a outra através de movimentos de tendência e que estes
serão iniciados quando o sentimento de mercado tanto de
compradores como de vendedores sobre o valor atual divergir
causando o desequilíbrio. O mercado agora iniciará a busca pela
próxima área que gere consenso entre a maioria dos participantes
sobre o valor.

É preciso observar que o mercado passa a maior parte de seu


tempo em períodos de equilíbrio, o que é lógico devido à natureza do
mercado baseada em favorecer a negociação entre seus
participantes. É aqui que acontecem os processos de acumulação e
distribuição, que como todos sabemos é onde a metodologia
Wyckoff se concentra.
4.1.1 Variáveis

O processo leiloeiro nos mercados financeiros está baseado


fundamentalmente no valor. A fim de tentar decifrar onde se encontra
tal valor, três elementos adicionais precisam ser avaliados:

No sistema de leilões, o preço é usado como uma ferramenta de


descoberta. A facilitação da negociação é realizada pelo movimento
do preço, que flutua para cima e para baixo explorando os diferentes
níveis visando ver como os participantes reagem a esta exploração.

Estes movimentos de preços oferecem oportunidades. Caso


os participantes respondam a essa exploração observando o preço
como justo, isso levará à negociação entre eles. Em contrapartida,
se essas descobertas de novos níveis de preços não forem
percebidas como atraentes para ambos os participantes, isso levará
à rejeição.

T
Quando o mercado promove uma oportunidade (atinge um nível
atraente), ele usará o tempo para regular o período de tempo em
que essa oportunidade estará disponível.
O preço passará muito pouco tempo nestas áreas que são
vantajosas para um dos dois lados (compradores ou vendedores).

Uma área de eficiência ou equilíbrio será caracterizada por um


maior consumo de tempo; já uma área de ineficiência ou
desequilíbrio será representada por um curto consumo de tempo.

O volume representa a atividade, a quantidade de um ativo que foi


intercambiado. Este montante indica os interesses ou desinteresse
em certos níveis.

Com base no volume, existem áreas que são mais valiosas do


que outras. A regra básica é que quanto mais atividade for vista em
uma determinada área, maior é o valor atribuído a ela pelos
participantes do mercado.

Preço + Tempo + Volume = Valor

Estes três elementos são responsáveis por nos fornecer uma


perspectiva lógica sobre onde os participantes do mercado
acreditam que o valor de um determinado ativo deve ser baseado
nas condições atuais.
Em função do preço, o mercado descobre novos níveis, o
consumo de tempo nos indica que existe alguma aceitação nessa
nova área e finalmente a geração de volume confirma que os
participantes criaram uma nova área de valor, na qual eles negociam
confortavelmente.

Como sabemos, as condições estão mudando e, portanto, a


reavaliação contínua desses elementos é necessária. É fundamental
saber onde está o valor, pois ele define a condição do mercado e,
com base nisso, podemos apresentar diferentes ideias operacionais.
4.1.2 Percepção do valor

O mercado está constantemente girando entre duas fases:


desenvolvimento horizontal (equilíbrio) ou desenvolvimento vertical
(desequilíbrio). O desenvolvimento horizontal nos sugere acordo
entre os participantes enquanto o desenvolvimento vertical é um
mercado em busca de valor, em busca de participantes com os quais
negociar.
O fato de que o preço está se movendo confortavelmente em
um intervalo de negociação (desenvolvimento horizontal) representa a
aceitação nesta área, trata-se de um contexto onde preço e valor
coincidem de acordo com os participantes. Quando o mercado se
encontra em um estado de tendência (desenvolvimento vertical) o
preço e o valor não coincidem; neste contexto o preço avançará e o
valor seguirá ou não (como um sinal de aceitação e rejeição).

Em uma área de equilíbrio o preço mais justo estará localizado


no meio e os extremos, tanto acima como abaixo, representarão
níveis injustos ou não aceitáveis pelos participantes.
Considerando que o valor mais justo se encontra no meio do
intervalo, uma mudança até o limite superior será vista pelos
compradores como um preço caro e, ao mesmo tempo, os
vendedores o considerarão barato, de modo que suas ações
resultarão no envio do preço de volta para a área mais justa. Da
mesma forma, uma visita à parte inferior do intervalo será vista como
barata para os compradores e cara para os vendedores, provocando
uma nova virada para o lado positivo.

Sem dúvida, é a típica negociação dentro do intervalo que


todos nós conhecemos onde se procura comprar em baixa e vender
em alta, esperando que o preço continue a rejeitar esses extremos.
E normalmente o mercado continuará a fazer isso até que sua
condição mude.

O interessante vem quando ocorre um desequilíbrio e o preço


deixa a área de valor. O que acontecerá então? Quando o preço
deixa uma área de negociação, pode ocorrer uma mudança na
percepção do valor.

A tarefa do operador agora é avaliar se esses novos níveis de


cotação de preços são aceitos ou rejeitados. O preço está à frente
das outras duas variáveis na determinação de áreas potenciais de
valor, mas é o tempo em primeiro lugar e o volume em último lugar
que confirmarão se essa nova área é aceita ou rejeitada.
Entendemos como aceitação para uma nova área quando o
preço consegue se manter (demorado) e os contratos começam a
ser intercambiados entre compradores e vendedores (volume),
sendo representados como um certo movimento lateral do preço. Por
outro lado, identificaríamos a rejeição quando o preço revertesse
rapidamente para sua antiga área de valor denotando falta de
interesse e evidenciando através de uma curva acentuada.

Todos os desenvolvimentos horizontais terminam quando já


não há mais acordo entre os participantes sobre o valor; enquanto
todos os desenvolvimentos verticais terminam quando o preço atinge
uma área onde há acordo entre eles novamente. Este é o ciclo
contínuo do mercado. Esta ideia em si é muito poderosa e com o
enfoque correto as estratégias de trading poderiam ser construídas
em torno dela.

Assim como acontece com um dos princípios universais de


análise técnica (o preço desconta tudo), não é necessário entrar em
detalhes sobre o que realmente produz esta mudança na percepção
de valor dos participantes. Sabemos que com base nas condições
atuais, com base nas informações disponíveis naquele exato
momento, todos os participantes fazem uma avaliação do preço do
ativo. Depois disso, algo pode acontecer em um nível fundamental
que muda esta percepção, mas a beleza desta abordagem é que ela
nos afasta da necessidade de ter que saber e interpretar o que
aconteceu para mudar a percepção dos participantes.

É importante enfatizar que esta teoria de leilão é universal e,


portanto, é útil para avaliar qualquer tipo de mercado financeiro, seja
qual for o período de tempo utilizado.
4.1.3 As quatro fases da atividade do mercado

É um processo com o qual Steidlmayer representou as diferentes


fases pelas quais o mercado passou durante o desenvolvimento de
seus movimentos.
As quatro fases são:

1. Fase de tendência. Desenvolvimento vertical, preço em


desequilíbrio a favor de uma direção.

2. Fase de parada. Começam a aparecer operadores na


direção oposta e a parada do movimento de tendência
anterior é produzida. Os limites do intervalo superior e
inferior são estabelecidos.

3. Fase de lateralização. Desenvolvimento horizontal.


Negociando em torno do preço de parada e dentro dos
limites do novo intervalo de equilíbrio.

4. Fase de transição. O preço abandona o intervalo e um


novo desequilíbrio começa em busca de valor. Tal
movimento pode ser uma inversão ou uma continuação do
movimento de tendência anterior.
Uma vez terminada a fase de transição, o mercado está em
condições de iniciar um novo ciclo. Este protocolo se desenvolverá
ininterruptamente e é observável em todas as temporalidades.

Visualmente até a fase três seria observado um perfil em


forma de P ou b. A formação deste tipo de perfil, assim como a
proposta de um tipo de operativo com base nele será vista em
profundidade mais adiante.
Os operadores estruturais estarão familiarizados com este
protocolo de quatro fases porque é essencialmente o
desenvolvimento da Fase A para a Fase E proposto pela
metodologia Wyckoff:

1. Parar a tendência anterior

2. Construir a causa

3. Avaliar a oposição

4. Iniciar o movimento de tendência

5. Confirmar a direcionalidade
Embora Richard Wyckoff, bem como seus posteriores alunos
e outros operadores que contribuíram para a disseminação das
ideias dele tenham se baseado exclusivamente em ferramentas
analíticas e princípios de análise técnica, vemos que eles já estavam
implicitamente trabalhando estes conceitos propostos na teoria do
leilão, mesmo que não utilizassem tais termos.

É por isso que é considerada a única abordagem de análise


técnica baseada em uma lógica subjacente real: a teoria do mercado
dos leilões e a lei da oferta e da demanda.
4.2 A LEI DA OFERTA E DA DEMANDA

Trata-se da lei básica em que se baseia a teoria do leilão e,


portanto, rege todas as mudanças de preços. Inicialmente, os
estudos que Richard Wyckoff propôs sobre esta lei nos disseram
que:

Se a demanda fosse maior do que a oferta, o preço do


produto subiria.

Se a oferta fosse maior do que a demanda, o preço do


produto cairia.

Se a oferta e a demanda estivessem em equilíbrio, o preço


do produto seria mantido.
4.2.1 Erros de interpretação comuns

Esta ideia é muito geral e deve ser qualificada uma vez que uma
série de erros conceituais foram gerados em torno desta lei de
oferta e demanda.
Erro nº 1: Os preços sobem porque tem mais
compradores do que vendedores ou caem porque tem
mais vendedores do que compradores.

No mercado sempre tem o mesmo número de compradores e


vendedores; porque, para alguém comprar, deve ter alguém para
vender. Por mais que alguém queira comprar, enquanto não houver
um vendedor disposto a oferecer a contrapartida, é impossível que a
negociação ocorra.
A chave é a atitude (agressiva ou passiva) que os operadores
assumem quando participam do mercado.

Erro nº 2: Os preços sobem porque existem mais


demanda do que oferta ou caem porque existem mais
oferta do que demanda.
O problema desta afirmação é chamar de demanda tudo o
que tem a ver com a compra e oferta tudo o que tem a ver com a
venda. Na realidade, estes são conceitos diferentes e é conveniente
separá-los quando nos referimos a um ou outro.

Oferta e Demanda são ordens limitadas que tanto


compradores quanto vendedores colocam nas colunas BID e ASK
pendentes de execução, conhecidas como liquidez.
4.2.2 BID/ASK, Spread e Liquidez

Nos mercados financeiros não existe um preço único. Isto é óbvio,


mas não é compreendido por muitas pessoas. Quando um
participante vai ao mercado, ele encontra dois preços: o de compra
e o de venda.
BID. A coluna BID é a parte do livro de ordens onde os
compradores vêm para colocar suas ofertas (ordens de compra
limitadas) e onde os vendedores vêm para combinar suas ordens de
venda. O nível de preço mais alto dentro da coluna do BID é
conhecido como o Best BID e representa o melhor preço a que se
pode vender.

ASK. A coluna ASK é a parte do livro de ordens onde os


vendedores vão para colocar as ordens pendentes de venda (oferta)
e onde os compradores vão para encontrar a contraparte para suas
compras. O nível de preço mais baixo dentro da coluna ASK é
conhecido como o Best ASK e representa o melhor preço a que se
pode comprar.
Portanto, é o mecanismo de execução de ordens que
determina o preço. A diferença entre o BID e o ASK é chamada de
Spread e é um indicador a ser levado em conta para avaliar a
liquidez do ativo. Quanto mais baixo o Spread, mais liquidez terá.

A liquidez é um conceito extremamente importante. É a


quantidade de volume em que um ativo é negociado. Devemos tentar
negociar ativos o mais líquido possível, pois isso significa que será
mais difícil que haja um grande operador que individualmente tenha a
capacidade de mover o preço. É, portanto, uma medida para evitar
possíveis manipulações. Se você estiver negociando um ativo que
opera com muito pouco volume, é provável que, se uma grande
instituição entrar, ela possa movimentar o preço com relativa
facilidade. Estes ambientes devem ser evitados.
4.2.3 Tipos de participantes com base no
comportamento

O elemento-chave que esclarece os erros na interpretação da Lei da


Oferta e Demanda é o comportamento dos operadores, pois eles
podem participar do mercado de diferentes maneiras:

De maneira agressiva. Tomadores de liquidez através do


uso de ordens "a mercado". Têm urgência para entrar e
atacar o Best BID e o Best ASK onde as ordens de limite
permanecem localizadas. Este tipo de ordens agressivas
são o verdadeiro motor do mercado, pois são elas que
iniciam as transações.
De maneira passiva. Criadores de liquidez através do uso
de ordens "limitadas". Os vendedores criam oferta deixando
suas ordens pendentes de execução na coluna ASK; e os
compradores criam demanda deixando suas ordens
colocadas na coluna BID.
4.2.4 Como ocorre a mudança de preço?

Assim, chegamos ao ponto de examinar o que precisa acontecer


para que o preço se mova. A ideia aqui é clara: é necessária a
participação agressiva dos operadores para produzir uma mudança
no preço. As ordens passivas representam principalmente a intenção
e, se executadas, têm a capacidade de parar um movimento, mas
não a capacidade de fazer o preço se mover. Isto requer iniciativa.

Para que o preço suba, os compradores têm que adquirir todas as


ordens de venda (oferta) que estão disponíveis nesse nível de preço
e também continuar comprando de forma agressiva para forçar o
preço a subir um nível a fim de encontrar novos vendedores para
negociar.

As ordens de compra passivas fazem com que o movimento


de queda desacelere, mas elas sozinhas não podem mover o preço
para cima. As únicas ordens que têm a capacidade de mover o
preço para cima são as compras de mercado ou aquelas cujas
ordens de cruzamento se tornam compras de mercado (tais como
Stop Loss em posições curtas).
Para que o preço se mova para baixo, os vendedores têm que
adquirir todas as ordens de compra (demanda) que estão disponíveis
a esse nível de preço e continuar empurrando para baixo forçando o
preço a ir em busca de compradores em níveis mais baixos.

As ordens de venda passivas fazem com que o movimento de


subida desacelere, mas não têm a capacidade de mover o preço
para baixo por conta própria. As únicas ordens que têm a
capacidade de mover o preço para baixo são as ordens de venda a
mercado ou aquelas cujas o cruzamento das ordens se tornam
vendas a mercado (Stop Loss de posições longas).
E

O preço precisa de agressividade para se mover, mas é muito


interessante levar em conta que a falta de interesse do lado oposto
pode facilitar esta tarefa.
A ausência de oferta pode facilitar um aumento de preço,
assim como a ausência de demanda pode facilitar uma queda no
preço.
À medida que a oferta for retirada, esta falta de interesse
será representada como menos contratos colocados na coluna ASK
e, portanto, o preço pode subir mais facilmente com muito pouco
poder de compra.

Caso contrário, se for a demanda que se retira, será


visualizada com uma redução nos contratos que os compradores
colocaram no BID e isto fará com que o preço caia com muito pouca
iniciativa de venda.
4.2.5 Como acontecem as mudanças no mercado?

Não se esqueça que o mercado, a fim de facilitar a negociação,


subirá em busca de vendedores e descerá em busca de
compradores; em outras palavras, sempre caminhará para o ponto
de equilíbrio onde a oferta e a demanda serão igualadas.

E mais, a lógica nos leva a pensar que à medida que o preço


sobe, o interesse dos compradores diminui (veem o preço como
cada vez mais caro) e o interesse dos vendedores aumenta (veem o
preço como cada vez mais barato); e à medida que o preço cai, o
interesse dos vendedores diminui e o dos compradores aumenta.

Em um mercado em alta, enquanto a iniciativa de compra for


capaz de consumir toda a liquidez (oferta) encontrada em níveis mais
altos, o preço continuará a subir. Por outro lado, nos mercados em
baixa, enquanto a iniciativa de venda for capaz de consumir toda a
liquidez (demanda) encontrada em níveis mais baixos, o preço
continuará a cair.
Quando uma mudança de mercado ocorre, normalmente
teremos sempre um processo em três etapas:

1. Exaustão

2. Absorção

3. Iniciativa

Para reverter um movimento de alta, surgirá a falta de


interesse (exaustão) dos compradores para continuar comprando, a
primeira entrada de venda pelos grandes operadores passivamente
(absorção) e a agressividade (iniciativa) dos vendedores.

De forma oposta ao exemplo da mudança em alta: exaustão


dos vendedores, posicionamento passivo ao absorver a venda e a
iniciativa de compra com agressão sobre o ASK.

Essencialmente, este protocolo de três etapas nada mais é do


que processos de acumulação e distribuição, independentemente da
escala temporal em que eles ocorrem.
4.3 TIPOS DE ORDENS

Ao participar do mercado, podemos fazer isso utilizando


principalmente quatro tipos diferentes de ordens.

Market. Ordem agressiva que é executada ao melhor preço


de compra e venda disponível (Best BID/ASK). Execução imediata
que garante a entrada no mercado, mas não o preço específico pelo
qual foi entrado devido à constante mudança na cotação e a
aplicação do Spread.
Limit. Ordem passiva que é executada a um preço específico.
A entrada é garantida a esse preço específico, mas a execução não
é garantida. Ou seja, o preço pode nunca visitar esse nível e,
portanto, não entraríamos no mercado. Contanto que não sejam
executados, eles podem ser removidos a qualquer momento.

Stop. Ordem passiva que é executada a um preço específico.


Quando o preço o atinge, ele se torna uma ordem a mercado
(Market), portanto, é executado ao melhor preço disponível (Best
BID/ASK).
Stop-Limit. Combina as características das ordens Limit e
Stop. Assim que um determinado nível de preço é alcançado (função
das ordens Stop), uma ordem é gerada em um nível específico
(função das ordens Limit). Operacionalmente, funciona exatamente
da mesma forma que as ordens Limit.

Com base nos quatro tipos de ordens que acabamos de ver,


listamos a seguir o espectro completo das ordens básicas
disponíveis, dependendo da intenção e para que são usadas:
Buy Market. Ordem agressiva ao preço atual. Usada para:

Entrar no mercado em compra.

Fechar uma posição de venda (seja com lucro ou prejuízo).

Buy Stop. Ordem pendente acima do preço atual. Usada


para:

Entrar no mercado em compra.

Fechar uma posição de venda (por Stop Loss)

Buy Limit. Ordem pendente abaixo do preço atual. Usada


para:

Entrar no mercado em compra.


Fechar uma posição de venda (por Take Profit)
Buy Stop Limit. Ordem pendente abaixo do preço, após
atingir um nível. Usada para:

Entrar no mercado em compra.

Fechar uma posição de venda (por Take Profit)

Sell Market. Ordem agressiva ao preço atual. Usada para:

Entrar no mercado em venda.

Fechar uma posição de compra (seja com lucro ou


prejuízo).

Sell Stop. Ordem pendente abaixo do preço atual. Usada


para:

Entrar no mercado em venda.

Fechar uma posição de compra (por Stop Loss).

Sell Limit. Ordem pendente acima do preço atual. Usada


para:

Entrar no mercado em venda.

Fechar uma posição de compra (por Take Profit)

Sell Stop Limit. Ordem pendente acima do preço após atingir


um nível. Usada para:

Entrar no mercado em venda.


Fechar uma posição de compra (por Take Profit).
4.3.1 Características avançadas

Existem certas instruções avançadas que podem ser aplicadas,


dependendo da broker, às ordens de entrada e saída do mercado.
One-Cancels-Other (OCO). Entrada de duas ordens no
mercado, sendo uma delas cancelada quando a outra é executada.

Order-Sends-Order (OSO). Instrução para executar ordens


secundárias quando a inicial é executada.
Market-To-Limit (MTL). Execução de uma ordem a mercado
que inclui uma instrução para, caso não seja completamente
preenchida, colocar uma ordem limite ao mesmo preço com o
restante da posição.

Market-If-Touched (MIT). Ordem condicional para operar


com uma ordem a mercado (Market) quando um nível específico é
alcançado. É usada para comprar abaixo do preço atual e para
vender acima do preço atual.
Limit-If-Touched (LIT). Ordem condicional para operar com
uma ordem pendente (Limite) quando um nível específico é
alcançado. É usada para comprar acima do preço atual e para
vender abaixo do preço atual.

Good-Til-Cancelled (GTC). Inclui um período de execução


temporária, que geralmente é a duração da sessão. Se nesse
momento a ordem não tiver sido executada, ela será cancelada.

Good-Til-Date (GTD). A ordem permanece ativa até uma


data específica.
Inmediate-Or-Cancel (IOC). Instrução para executar a ordem
imediatamente. Se houver alguma parte da ordem que não for
preenchida, essa parte é cancelada.
Fill-Or-Kill (FOK). Não permite a execução parcial. Quando o
preço é alcançado, ou entra no mercado com o volume total ou é
cancelado.

All-Or-None (AON). Similar às ordens FOK com a diferença


de que, caso o preço seja alcançado e não seja executado por não
poder cobrir todo o seu volume, permanece ativo até obter toda a
contrapartida ou ser cancelado pelo operador.
At-The-Opening (ATO). Instrução para executar uma ordem
na abertura da sessão. Se isso não for possível, será cancelado.

At-The-Close (ATC). Instrução para executar uma ordem no


fechamento da sessão.
4.4 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE VOLUME

Graças a certas ferramentas que analisam o fluxo de ordens,


podemos ver toda a interação entre compradores e vendedores que
participam do mercado de diferentes maneiras.

Vamos distingui-las principalmente pelo tipo de ordens que


processam, já que nem todas essas ferramentas se baseiam nos
mesmos dados.

Análise de ordens pendentes: Livro de ordens (Order


Book), também chamado de Profundidade do mercado
(Depth of Market - DOM).

Análise de ordens executadas: Time & Sales e Footprint.


Destacaremos suas características mais importantes com o
objetivo de proporcionar ao leitor um conhecimento básico sobre as
peculiaridades de cada uma.
4.4.1 Livro de ordens

Identifica todas as ordens pendentes de execução (liquidez) que


estão localizadas nas colunas BID e ASK; como já sabemos, o BID
representa ordens pendentes de compra e o ASK representa ordens
pendentes de venda.

Considerando que estes softwares têm apenas o nível II de


profundidade, a maioria dos mercados pode apresentar apenas dez
níveis de liquidez acima e abaixo do preço atual. É relevante porque
além desses dez níveis ainda haverá liquidez localizada, mas só é
visível para aqueles que possuem nível III de profundidade
(principalmente provedores de liquidez).
A análise do livro de ordens apresenta alguns problemas. Um
deles é que a liquidez visível não é jamais a liquidez que está
realmente localizada nesses níveis. A liquidez que pode ser vista no
livro de ordens vem apenas de ordens limitadas (Limit). Por sua
própria natureza, as ordens de mercado (Market) não podem ser
vistas em nenhum lugar, pois nascem de uma iniciativa e são
executadas instantaneamente. Por outro lado, as ordens Stop,
quando elas se tornam uma ordem a mercado quando seu preço é
alcançado, também não são exibidas no Order Book.

Ademais, como vimos nas características avançadas de


algumas ordens, existem certas instruções que não são exibidas no
livro de ordens, portanto, estaríamos na verdade analisando uma
porcentagem não muito alta do número total de ordens pendentes de
execução.
Outro grande problema com a análise do livro de ordens ou
qualquer outra ferramenta baseada nestes dados de liquidez é que
tais ordens que estão pendentes de correspondência podem ser
eliminadas por quem as colocou ali a qualquer momento antes de
serem executadas. Devido a esta peculiaridade, diversas formas de
manipulação realizadas por algoritmos surgiram:

Trata-se da colocação de grandes quantidades de contratos nas


colunas BID e ASK (ordens limitadas) sem a intenção de executar de
fato essas ordens. O objetivo é dar a impressão de uma "barreira
intransponível" e fazer com que o preço se mova para o lado oposto.
Trata-se de ordens falsas porque quando o preço está prestes a
atingir seu nível, elas são canceladas e não são executadas.

É um conceito interessante e que destaca a capacidade das


ordens limitadas para movimentar o preço. Como mencionamos, as
ordens limitadas por si só e por sua própria natureza não têm a
capacidade de mover o mercado, mas usando esta forma de
atividade manipuladora vemos como o preço pode mover-se
influenciado por elas em determinados momentos. Não diretamente
com base em sua execução, mas indiretamente com base em sua
influência.

Suponha que normalmente você veja ordens limitadas de


cerca de 50 contratos por nível de preço. O que os outros
participantes pensarão se de repente vir 500 contratos? Bem, muito
provavelmente eles verão que este é um preço muito caro para
pagar para que o preço atravesse esse nível e muito provavelmente
haverá uma falta de interesse em ir contra essas ordens.
Naturalmente, isto resultará em um movimento na direção oposta da
grande ordem. Manipulação dos grandes operadores para conduzir o
preço na direção que eles querem.

O I

É a partição de uma grande ordem limitada em porções menores. A


motivação para este tipo de ação tem a ver com querer ocultar o
tamanho real da ordem original.

Utilizada principalmente por operadores institucionais que


querem executar uma enorme quantidade de contratos em uma
determinada faixa de preço e que utilizam algoritmos programados
com esta tecnologia para poder fazer isto de forma passiva e sem
virar o preço contra eles. É importante notar que existe apenas uma
fonte por trás de tal ordem, apenas um grande operador, não um
conjunto deles.

É muito interessante visualmente usar o exemplo de um


verdadeiro iceberg. Na superfície, o que você vê é uma quantidade
aparentemente normal de contratos, mas o que você não sabe é que
esta ordem é simplesmente uma parte de uma ordem muito maior. E
que quando esta pequena parte é preenchida pelo mercado, a
grande ordem repõe rapidamente.

É o exemplo mais claro do que seria uma absorção. Pode


haver muitos compradores agressivos empurrando o ASK e todas
essas Buy Markets estão cruzando com as Sell Limits de uma ordem
Iceberg que não permitem que o preço suba mais. Diríamos que está
ocorrendo uma absorção dessas compras.
O mesmo se aplica à absorção de vendas. Sell Markets
empurrando na coluna do BID com o objetivo de entrar
agressivamente em curto, mas o preço não desce porque estão
bloqueados por Buy Limits que consomem toda essa liquidez.
4.4.2 Time & Sales

Graças ao Time & Sales, podemos ver em tempo real todo o


cruzamento de ordens já executados. A análise do Time & Sales se
torna muito complexa devido à velocidade com que os mercados
atuais (principalmente os mercados de futuros) estão se movendo.

Dependendo do software, podemos acessar diferentes tipos


de informações. Normalmente abrange pelo menos as colunas com a
hora da execução, o nível de preço e o número de contratos.
Sem dúvida, pode ser útil para identificar grandes volumes
executados em uma única ordem, conhecida como um "big trade".
Versões mais modernas também permitem o agrupamento de ordens
executadas em blocos, indicando ao mesmo operador a origem de
diferentes transações separadas no tempo.
Um ponto positivo do Time & Sales com relação ao Livro de
ordens é que ele representa o passado, as ordens já executadas e,
portanto, não é suscetível a manipulação.

Operar exclusivamente analisando Time & Sales não está ao


alcance de todos, pois requer muita experiência, bem como uma
grande capacidade de concentração, devido à velocidade com que
se move.
4.4.3 Footprint

Quando a maioria das pessoas se refere ao Order Flow, na verdade


estão se referindo a esta parte do fluxo de ordens, o uso do
Footprint. O Order Flow é um termo geral que, como seu nome
sugere, tem a ver com o fluxo de ordens.

O Footprint apresenta os dados fornecidos pelo Times and


Sales (ordens já executadas) e os representa de uma forma muito
mais visual. Seria como colocar uma lupa dentro das velas e
observar o número de contratos executados em cada nível de preço.

A vantagem de analisar o Footprint é que nos permite


quantificar a interação entre compradores e vendedores com o maior
detalhe. Observar o equilíbrio e o desequilíbrio entre os
participantes, assim como ser capaz de identificar em que coluna
mais volume está sendo negociado pode certamente ser útil em
determinados momentos.

Existem diferentes tipos de gráficos footprint baseados em:

Natureza dos dados: pode ser configurado com velas de


tempo, intervalo, volume e rotação.
Protocolo de visualização: Profile, Delta, Imbalance,
Histograma, Ladder ou BID/ASK.
Trata-se de uma ferramenta muito configurável que geralmente
inclui múltiplas funcionalidades, embora basicamente analise as
ordens executadas por níveis de preço para buscar desequilíbrios,
absorções, iniciativas, leilões inacabados, clusters, big trades, etc.

A partir do momento em que você souber em profundidade


como a passagem de ordens é executada, você chegará à conclusão
de que sua análise é muito subjetiva e que operar com base nesta
ferramenta sem levar em conta nada mais não é aconselhável.
4.4.4 Delta

Uma ferramenta mais específica e popular no mundo da análise do


Order Flow é o Delta. O delta é um indicador que simplesmente
mede a diferença entre volume operado no BID e o volume operado
no ASK em um determinado período de tempo. Se a diferença for
positiva, o delta será positivo e vice-versa se for negativo. Você
também poderá ver a diferença entre deltas, já que os indicadores
normalmente mostram os deltas em tamanhos diferentes.

Existe um erro comum segundo o qual todo volume operado


no ASK "são compras" e todo volume negociado no BID "são
vendas", embora na realidade esta afirmação signifique que são
direcionais na origem, ou seja, destinam-se a acrescentar pressão a
um lado ou ao outro. Se fosse assim, por que às vezes vemos
movimentos de baixa com deltas positivas e movimentos de alta com
deltas negativos? Digamos que não é tão simples assim. Se fosse,
teríamos encontrado o Santo Graal. Novamente tem a ver com o
mecanismo de cruzamento de ordens.
Por enquanto vamos deixar que seja observado visualmente
em um eixo horizontal com valor 0 e que, dependendo da coluna
onde as transações são executadas, será visualizado positivamente
ou negativamente no eixo. Esta representação seria para o exemplo
do Delta normal, já que existe outra variante, a acumulada, onde é
traçada continuamente sem levar em conta o eixo horizontal.

O delta é atualizado em cada ordem executada e, portanto, dá


origem à possibilidade de que, assim como acontece com o preço,
são representados pilares em seus extremos. Se notarmos um delta
com um pilar em sua parte inferior, o que significa é que em certo
momento de seu desenvolvimento a diferença a favor do BID foi
extraordinariamente grande, e que em certo momento começou a
negociar muito mais ativamente na coluna ASK gerando essa
reversão que deixa sua impressão sob a forma de um pilar.
Como acontece em termos gerais com a análise do footprint,
embora sua interpretação não seja tão básica como expliquei acima,
ela pode nos proporcionar alguma utilidade em certos momentos
específicos.
4.5 A PROBLEMÁTICA DO ORDER FLOW

É preciso ter clareza sobre uma série de ideias que facilitarão a


compreensão do restante do conteúdo:

1. Uma compra é combinada com uma venda e vice-versa.

2. Uma ordem agressiva é combinada com uma ordem


passiva.
3. Nas colunas BID e ASK, apenas a agressividade é
refletida.

Levando em consideração os diferentes tipos de ordens,


agora é necessário entender que mecanismo é usado para combinar
as ordens entre os participantes e em que coluna essa execução é
refletida.
As ordens Stop se tornam ordens Market quando são
preenchidas.

As ordens Stop Limit se tornam ordens Limit quando o


preço estabelecido pela ordem Stop é alcançado.

Quando o operador executa uma ordem Buy Market, o


mecanismo que processa as ordens entra em ação e vai ao Order
Book (livro de ordens) para encontrar a primeira ordem limitada de
venda (Sell Limit) localizada na coluna ASK, com a qual se pode
combinar esta compra.
O mesmo acontece quando uma ordem Sell Market é
executada. O mecanismo de processamento direciona essa ordem
para o nível de preço mais imediato da coluna BID para encontrar a
contraparte nas Buy Limit pendentes de combinação.

Com ordens limitadas, o processo é o mesmo. Um


participante deixa sua ordem pendente de execução em uma das
duas colunas e ficará lá até a chegada de um operador agressivo
que precisa combinar a ordem dele.
É essencialmente o que acontece repetidamente em grande
velocidade. Independentemente do tipo de ordem utilizada para
entrar no mercado, o resultado final sempre será que uma ordem
agressiva será cruzada com uma ordem passiva.

E a coluna em que estes cruzamentos de ordem serão


exibidos depende da ordem que a iniciou. Portanto:

Buy Market se cruza com Sell Limit e é mostrado na coluna


ASK, já que a ordem que iniciou a negociação é a compra
agressiva.

Sell Market se cruza com Buy Limit e é mostrado na coluna


do BID já que a iniciação vem da venda agressiva.

Agora vamos fazer um exercício de raciocínio usando o


exemplo de um operador que entra no mercado com uma posição
curta (venda). Este trader tem diferentes maneiras de sair desta
posição:
Através de uma saída manual, seja com lucro ou prejuízo
através da execução de uma ordem Buy Market (e isso
apareceria no ASK).
Através da execução do stop loss (parar a perda), cuja
ordem será uma buy stop (e apareceria no ASK).

Através da execução do take profit (bloqueio de lucro),


cuja ordem é uma Buy Limit (e apareceria no BID).
Do mesmo modo, um operador que entra no mercado com
uma posição longa (compra), poderá abandoná-la através de três
opções:

Através de uma saída manual, seja com lucro ou prejuízo


executando uma ordem Sell Market (e isso apareceria no
BID).

Através da execução do stop loss cuja ordem será um sell


stop (e apareceria no BID).
Através da execução do take profit cuja ordem será um
sell limit (e apareceria no ASK).
Este exemplo pretende transmitir que a mesma ação, como o
fechamento de uma posição, pode ser exibida em diferentes colunas
(BID e ASK) dependendo do tipo de ordem utilizada para ela.
Compreender estas informações é de tremenda importância
porque muitas análises de cruzamento de ordens são erradas,
partindo de suposições erradas.

Assim, a primeira conclusão deve ser que nem tudo que


aparece executado na coluna ASK são compras com a intenção de
acrescentar pressão de compra ao mercado e nem tudo que
aparece na coluna BID são vendas com a intenção de acrescentar
pressão de venda. Aqui reside o problema ao analisar o fluxo de
ordens em qualquer uma de suas variantes.

Estes programas baseados no mecanismo de cruzamento de


ordens são configurados para refletir sempre a agressividade, o
problema é que não é possível distinguir que intenção está por trás
das ordens executadas.

Quando vemos um cruzamento executado no ASK, será


sempre uma ordem de compra no mercado (Buy Market) com venda
limitada (Sell Limit); enquanto que quando vemos um cruzamento
executado no BID será uma ordem de Venda no Mercado (Sell
Market) com compra limitada (Buy Limit), mas o que não sabemos é
a origem/intenção por trás de tal cruzamento de ordens.
A principal fonte de erros ao lidar com a análise do fluxo de
ordens vem da crença de que tudo executado no ASK tem uma
origem de iniciativa de compra e tudo executado no BID tem uma
origem de iniciativa de venda, mas como acabamos de ver, nada
poderia estar mais longe da verdade. Este tipo de software faz uma
redução na execução de ordens agressivas com passivas, mas não
podem saber qual é a origem/intenção dessas ordens.
O que aconteceria se ocorresse um cruzamento entre ordens
Stop Loss de uma venda (Buy Market) e outra em compra (Sell
Limit)? Este tipo de cruzamento será refletido no ASK, mas há
realmente uma intenção de aumentar a pressão de compra no
mercado? Obviamente não, como vemos neste exemplo, ambos os
operadores estariam fora do mercado e ainda assim sua transação
seria refletida no ASK. Este é o problema do Order Flow: ele
continua sendo uma ferramenta altamente subjetiva. Ainda mais
quando você não sabe perfeitamente como funciona o cruzamento de
ordens.

O mesmo problema pode ser encontrado para a coluna do


BID. Pode haver a possibilidade de união de ordens de alguém que
tenha saltado o Stop Loss de uma posição de compra (Sell Market)
junto com alguém que queira tirar lucros de uma posição de venda
(Buy Limit). Este cruzamento seria refletido no BID, mas ambos
estão fora, não há nenhuma nova pressão de venda.
Em seguida, vou apresentar dois contextos diferentes para
exemplificar novamente o problema do Order Flow:
4.5.1 Problemática #1 Divergência de preço

Por exemplo, se analisarmos o gráfico do footprint, vemos um


desenvolvimento em alta, no qual em sua parte superior há um
desequilíbrio (fundo verde) em favor do ASK com uma curva para
baixo logo em seguida; este fato nos oferece diferentes
interpretações.

Alguns diriam que se trata de compradores presos (assumindo


que o desequilíbrio ASK é uma compra agressiva com intenção
direcional); outros diriam que se trata de execuções de ordens Stop
Loss das posições dos vendedores; outros dirão que se trata de
lucro tirado de posições longas; e finalmente alguns outros poderão
dizer que é uma entrada passiva de vendedores (absorção através
de ordens de limite de venda).

Provavelmente todos estão corretos. E o mais provável é que


haja um pouco de todos. Também, nesse ponto, o delta
provavelmente será negativo, o que nos mostrará uma divergência.

É neste ponto que o problema se torna aparente quando se


trata de analisar o Order Flow. A verdade é que, em tempo real, não
podemos determinar exatamente qual é a verdadeira origem dessas
execuções. Em muitos casos, para justificar um cenário proposto,
uma dessas razões particulares será aludida. Por exemplo, alguém
que está procurando um movimento em baixa ou já está posicionado
em baixa verá essas grandes ordens executadas no ASK e assumirá
que são "compradores presos", pois essa é a razão que justificaria
sua abordagem em baixa.
O único objetivo neste exemplo é que, como aparece na
coluna ASK, trata-se de um cruzamento entre as ordens Buy Market
e Sell Limit; mas afirmar categoricamente que é qualquer uma das
origens possíveis já descritas não parece ser uma abordagem muito
sólida.

Por isso, a importância de que, se decidirmos trabalhar com


Order Flow, o mais lógico seria subordinar sua análise ao contexto
que pode proporcionar uma outra abordagem, tal como a
metodologia Wyckoff em nosso caso. A razão é porque, devido à
complexidade e natureza da correspondência de ordens, vamos
encontrar esse tipo de desequilíbrio em qualquer parte do gráfico e
isso não nos oferece uma vantagem.
4.5.2 Problemática #2 Divergência do Delta

O que acontece quando o Delta não está alinhado com o preço? Em


um Delta positivo é esperado a vela em alta; em um Delta negativo é
esperado vela em baixa. A divergência apareceria quando
observamos um Delta negativo em uma vela em alta ou um Delta
positivo em uma vela em baixa.
Se tudo o que aparece no ASK fosse uma compra no mercado
com a intenção de adicionar pressão em alta, seria impossível que
um Delta positivo resultasse em uma vela em baixa.

Ainda com o mesmo exemplo acima, vemos que a velas em


baixa que originou a inversão tem um delta muito positivo (+235).

A lógica por trás desta situação poderia ser a seguinte: O


delta positivo pode ser o resultado de muita compra agressiva (Buy
Market) que foi bloqueada com a venda passiva (Sell Limit) e não
permitiu que o preço subisse. Todo esse cruzamento de ordens
aparece no ASK. Posteriormente, como há pouca demanda no BID
(poucas ordens Buy Limits), algumas vendas agressivas fariam agora
o preço descer. E esta é uma maneira pela qual um delta positivo
com uma vela em baixa seria eventualmente observado.

Conforme você pode ter concluído, as divergências delta


identificam implicitamente uma absorção, portanto, se elas aparecem
no lugar certo, elas muitas vezes antecipam mudanças interessantes.
Com isso, não significa de forma alguma que todas as divergências
estabelecerão mudanças, pois às vezes elas ocorrerão em uma área
de pouco interesse e sem a intenção de absorção por trás delas, daí
o problema de seu uso arbitrário.
4.5.3 Operador de preço e volume

No final, nossa tarefa como traders é identificar quando ocorrem


desequilíbrios entre oferta e demanda e estes acabarão aparecendo
no gráfico de preços e volumes.
Um operador que só leva em consideração as ações de preço
e volume pode entrar no mercado com algum atraso e pode não ter
certas informações disponíveis (a interação real entre os
participantes), mas sua negociação será muito mais tranquila, pois
ele não terá que interpretar esses cruzamentos de ordens.

No exemplo anterior sobre a divergência de preços, o


operador que simplesmente analisa a ação de preços e o volume só
se concentrará no fato de que ocorreu uma anomalia nessa ação, um
conflito que resultou em uma divergência de preços. Esse grande
número de ordens executadas muito provavelmente será
acompanhado por um aumento no volume e um intervalo estreito já
denotando alguma divergência. Além disso, uma mudança posterior
para baixo confirmaria esta anomalia.
Depois de avaliar se houve um salto de stops, obtenção de
lucro, entrada de posições curtas ou se houve compradores retidos,
o que, como já mencionamos, é provavelmente um pouco de tudo o
que foi mencionado acima, o que é relevante é a ação final e o
operador que não observa o fluxo de ordens, mas sabe como
interpretar o gráfico chegará à mesma conclusão, embora com
menos estresse.
4.5.4 Conclusão

Além de tudo o que foi mencionado sobre correspondência de


ordens, é também o momento certo para lembrar os diferentes tipos
de agentes que operam no mercado e a intenção por trás de suas
ações (cobertura, especulação e arbitragem). As ordens que estes
participantes executam também são exibidas no BID e ASK, e como
vimos, nem todos eles têm intenções direcionais que são, em última
instância, aquelas que buscam movimentar o preço.
Isso não é um assunto sem importância, pois os únicos que
aparecerão novamente para defender a posição deles caso tenham
entrado agressivamente no mercado procurando lucrar com o
movimento de preços serão os operadores especulativos. É possível
que vejamos a execução de uma grande ordem a um nível de preço
de uma instituição com o objetivo de cobrir uma posição mantida em
outro mercado paralelo, ou pode ser a ativação de uma estratégia de
arbitragem, para citar algumas possibilidades.

Assim sendo, acrescentamos uma nova camada de opacidade


e subjetividade. Temos por um lado que nem todos os participantes
chegam ao mercado com um interesse especulativo; e por outro lado
que a correspondência das ordens não pode determinar a origem da
negociação.
Desta forma, concluímos que o uso do Order Flow por si só
seria totalmente sem sentido, pois não pode nos fornecer o que é o
aspecto mais importante a ser determinado no mercado: o contexto;
saber exatamente onde vamos buscar as operações e em que
direção. Tentar entender isto é vital para poder realizar uma análise
sólida e um planejamento de cenários.
PARTE 5. VOLUME PROFILE

O Volume Profile é uma variante do Market Profile®, uma ferramenta


projetada por J. Peter Steidlmayer em 1985 para a Chicago Board of
Trade (CBOT®). Steidlmayer foi um trader e membro executivo
deste importante mercado de futuros e opções por mais de 40 anos.
Este novo método de representação do leilão foi inicialmente
destinado apenas aos membros da CBOT, mas rapidamente se
espalhou para o exterior. Podemos, portanto, intuir que sua
abordagem de como o mercado se move não parece ter sido mal
fundamentada.
Ao contrário da análise do Order Flow, o Volume Profile é
completamente objetivo, pois não requer nenhuma interpretação e,
portanto, nos fornece informações muito úteis para nossa análise e
planejamento de cenários.

Com a análise do Volume Profile, revisitamos todos os


conceitos inicialmente apresentados na Teoria dos Leilõe (Auction
Market Theory). Não focalizamos em determinar qual é a intenção de
um determinado cruzamento de ordens, mas sim ampliar o quadro
para identificar as zonas de negociação mais relevantes.
O Volume Profile não é um indicador. É simplesmente outra
forma de representar os dados de volume. Ele identifica de forma
muito clara e precisa o número de contratos negociados em
diferentes níveis de preço.
5.1 TEORIA DO LEILÃO + VOLUME PROFILE

O Volume Profile usa os princípios da teoria do leilão para colocar


em prática e para visualizar as áreas de interesse no gráfico. O
interesse é simplesmente medido pela atividade que foi gerada em
uma determinada área; sendo que essa atividade é identificada pelo
volume negociado.

Esta ferramenta nos ajudará, portanto, a identificar as áreas


de maior e menor interesse e nos ajudará a avaliar o preço ao
interagir com elas, de modo a determinar se está ocorrendo a
aceitação ou rejeição.

Todos estes princípios se baseiam na premissa de que o


mercado tem uma memória e tende a repetir o comportamento.
Portanto, é esperado que no futuro certas áreas se comportem da
mesma forma que no passado.

É preciso ter em mente que a memória do mercado é


principalmente de curto prazo. Isto significa que as áreas de
negociação mais recentes têm mais importância do que as mais
antigas. Se o preço iniciar um desequilíbrio, a primeira área a ser
considerada será a área de equilíbrio anterior mais imediata.
Quanto mais tempo o preço ficar longe de uma determinada
área de aceitação, menos significativo ele será. Se não tivermos
outra referência, ainda assim será útil valorizá-la, mas é importante
ter consciência de que as zonas de equilíbrio mais imediatas serão
provavelmente as que o mercado procurará em primeiro lugar, pois
são as que melhor representam o valor no momento presente.
5.2 COMPOSIÇÃO DO VOLUME PROFILE

Os perfis de volume são visualmente observados no gráfico como um


histograma horizontal onde seus valores são distribuídos de acordo
com a negociação de cada nível de preço.

Segundo o número de contratos negociados em cada nível de


preço, a forma da distribuição irá variar. Quanto mais transações,
maior o comprimento da linha horizontal, enquanto uma linha
horizontal curta representa poucas negociações.

Como referência, utilizaremos uma distribuição normal ou


Função de Gauss para entender os conceitos estatísticos mais
importantes:

Os dados são distribuídos simetricamente em relação ao


ponto central onde a média, a mediana e a moda coincidem.

Tem três desvios padrão em cada lado, que estão


igualmente espaçados e medem a quantidade de
variabilidade ou dispersão em torno de uma média. É
também uma medida de volatilidade.
O primeiro desvio padrão compreende 68,2% dos dados e
até o segundo desvio 95,4% é alcançado.

V A (VA)

Este exemplo real está na forma de uma distribuição normal onde os


valores são distribuídos para cima e para baixo em torno do ponto
central.
Os dados são organizados ao longo de um eixo vertical sobre
o qual está o preço e um eixo horizontal representando a variável
volume.

A área de valor é determinada entre a Value Area High (VAH)


e a Value Area Low (VAL), forma parte do primeiro desvio padrão e
representa exatamente 68,2% do volume total operado nesse perfil.
É a área mais negociada do perfil e é, portanto, considerada uma
área de aceitação.

O volume operado fora da área de valor compreende os


31,8% restantes. Esta é a área menos negociada do perfil e,
portanto, é considerada uma área de rejeição.

Os níveis altos e baixos da área de valor (VAH e VAL) atuarão


como áreas de suporte e resistência, já que se espera alguma
interação sobre eles.

A amplitude da área de valor nos dá pistas sobre as


condições do mercado. Uma ampla Value Area sugere que há uma
grande participação de todos os operadores, todos estão
comprando e vendendo aos preços que desejam; enquanto uma
Value Area estreita é um sinal de baixa atividade.

Extremos

Trata-se do preço mais alto (High) e mais baixo (Low)


alcançado nesse perfil. Estes níveis de preços devem ser sempre
vistos como pontos de referência chave.

Dependendo da negociação realizada nesses extremos,


podemos considerar que representam leilões concluídos ou não
concluídos.

Leilões concluídos. Observa-se visualmente com uma


negociação decrescente em direção ao extremo. Representa uma
falta de interesse à medida que o preço atinge níveis de preços mais
distantes da área de valor, sugerindo, finalmente, uma clara rejeição
do mercado à negociação nessa área. Por sua própria natureza, se
trata de um Low Volume Node.

Os preços têm alcançado um ponto em que alguns


operadores o consideram como uma oportunidade vantajosa e
entraram causando essa rejeição. A falta de participação do lado
oposto é representada por essa diminuição do volume.

Leilões não concluídos. Aparece como uma área de alta


negociação (High Volume Node) no extremo do perfil. Implicitamente
representa interesse em negociar nesta área e, portanto, sugere
uma visita posterior do preço no caso de ter se afastado
anteriormente. Na visita futura será necessário avaliar a intenção por
trás dela, pois poderia ser desenvolvida com o objetivo de concluir o
leilão e dar a volta, ou com o objetivo de continuar a negociar e
continuar nessa direção.

Este conceito de um leilão concluído ou não concluído pode


ser muito útil porque se, por exemplo, estamos avaliando a
possibilidade de que o preço deixe uma área de equilíbrio para cima,
vamos querer ver que na parte inferior desta área existe um leilão
concluído que sugeriria uma falta de interesse em negociar ali. No
caso de observar um possível leilão não concluído, seria conveniente
colocar em quarentena o cenário, pois é muito provável que antes de
iniciar o movimento ascendente haja uma visita do preço naquela
parte baixa com o objetivo de testar o interesse naquela área.

No caso de dúvida se estamos em um possível leilão


concluído ou não concluído, é aconselhável tratá-lo como concluído.
Os leilões não concluídos devem ser muito visuais e não devem ser
revestidos de demasiada subjetividade. Geralmente vamos observá-
los como um corte anormal na distribuição do perfil e em muitas
ocasiões coincidirá com um dos dois limites da Value Area.
No Market Profile este conceito é totalmente objetivo: um
leilão não concluído (Poor High & Poor Low) aparece em um extremo
onde pelo menos dois TPOs são observados; em outras palavras,
um leilão concluído será representado com um único TPO no nível de
preço (Single Print).

V P C (VPOC)

É o nível de maior concentração de volume nesse perfil. Representa


o preço mais aceito tanto por compradores quanto por vendedores
(o mais justo) e estabelece o nível a partir do qual a área de valor é
calculada.

Como a maioria do volume vem de grandes instituições, é aqui


que esses grandes operadores têm acumulado a maior parte de
suas posições. Geralmente acumulam contratos em uma faixa de
preços, mas o VPOC representa uma referência, pois identifica onde
está o maior interesse.
Como é um nível que atrairá muitas operações, geralmente é
aconselhável evitar operar em suas proximidades. O amplo consenso
entre os participantes provocará flutuações em torno deste nível.
Este comportamento continuará até que novas informações se
tornem disponíveis que desequilibrem a percepção dos participantes.

O VPOC nos permite estabelecer quem controla o mercado.


Se o preço estiver acima, determinaremos que os compradores
estarão no controle, então faria mais sentido operar a longo prazo;
se estiver abaixo do preço, os vendedores estarão no controle, então
operar a curto prazo seria uma opção melhor.

Tenha em mente que o VPOC, por sua própria natureza, será


sempre um High Volume Node, mas nem todos os High Volume
Nodes serão VPOCs.

V W A P (VWAP)

Se existe um nível amplamente utilizado pelas grandes instituições é


o VWAP. Enormes transações visam ser executadas no nível de
preços em que o VWAP está e é por isso que ele elevou seu nível de
importância.
O VWAP representa o preço médio de todos os contratos
negociados durante um período de tempo específico. A fórmula para
obtê-lo é a seguinte:

Nº de contratos negociados * preço do ativo / Total de


contratos negociados
Para entender um pouco melhor, podemos dizer que acima do
VWAP existe o mesmo volume operado abaixo dele, ou seja, ele
representa um importante nível de equilíbrio. Este equilíbrio significa
que quando o preço atinge o VWAP, existe a mesma probabilidade
de que o preço suba ou desça.
É exibido em um gráfico como uma média móvel tradicional e
sua posição varia conforme as transações são executadas.
Geralmente, dependendo do estilo de trading, o VWAP da sessão, é
usado o VWAP semanal ou mensal.

O VWAP é usado pelos operadores institucionais


principalmente como uma média para determinar o valor do ativo
naquele momento, de modo que eles consideram que compraram
barato se o preço estiver abaixo e que compraram caro se estiver
acima.

As instituições adotaram o VWAP como uma medida de


referência para julgar a qualidade de suas execuções, daí sua
relevância e que o tratamos como um nível operacional importante.
Quando recebem um pedido, não executam todos os contratos que
necessitam em uma única vez, mas tentarão fazer isso
gradualmente, sabendo que seu trabalho será julgado em relação a
esta referência.
Como representa um importante nível de equilíbrio ou preço
justo, é uma boa medida para saber se estamos comprando muito
alto ou vendendo muito baixo. Isso podemos perceber acrescentando
um ou dois desvios padrão à média. Só porque o preço está em
algum desvio padrão não significa que não possa continuar se
movendo nessa direção, poderíamos simplesmente usá-lo como
mais uma impressão a ser acrescentada à nossa análise.
Porém, tenha cuidado, pois tudo depende da avaliação do
mercado naquele momento. Em um mercado em equilíbrio, um preço
abaixo do VWAP será considerado barato e um preço acima caro;
mas assim que o mercado fica desequilibrado de um lado ou do
outro, o VWAP deixa de representar eficiência porque agora a
percepção de valor mudou.

Dependendo do marco temporal, podemos fazer uso de


diferentes níveis de VWAP. Os mais utilizados são o VWAP de
sessão para operadores intradiários e o VWAP semanal e mensal
para operadores de médio e longo prazo.

H V N (HVN)
Nós de alto volume. Trata-se de áreas que representam
equilíbrio e alto nível de interesse de todos os participantes do
mercado, já que tanto compradores quanto vendedores têm se
sentido confortáveis negociando ali. É observado como picos no
perfil de volume.

Embora tenhamos utilizado um perfil tipo Composite, os


fundamentos são igualmente válidos e aplicáveis a todos os perfis.

As áreas de equilíbrio do passado agem como ímãs atraindo


o preço e o mantendo ali. Como no passado houve um certo
consenso entre compradores e vendedores, espera-se que o mesmo
ocorra no futuro. É por isso que são áreas muito interessantes para
o estabelecimento de metas.

Dentro de um mesmo perfil, podem ser identificados diferentes


High Volume Nodes.

L V N (LVN)
Nós de baixo volume. Estas são áreas que representam
desequilíbrio/rejeição. Nem compradores nem vendedores se
sentiram à vontade para operar e, portanto, é considerado de certa
forma "injusto" o preço. É observado como vales no perfil de volume.
Como no passado não houve consenso, também se espera
que no futuro não haja consenso, por isso são áreas interessantes
de apoio e resistência para procurar por possíveis entradas.

É importante entender que a rejeição pode ser representada


pelo preço de duas maneiras:

Giro em V. A percepção do valor não mudou em relação à


área de equilíbrio anterior e há uma recusa de negociar a esses
níveis. O mercado gira completamente para reentrar na zona
anterior, onde compradores e vendedores se sentem à vontade para
negociar.

O que provoca esta reação de preço é, em primeiro lugar, a


colocação de ordens passivas esperando acima desta área para
bloquear o movimento, juntamente com uma agressão posterior que
confirma o giro em V e o retorno à área de valor anterior.
Visualmente pode ser observado no preço como pilares
proeminentes nos extremos das velas, o que sugerirá tal rejeição.

Deslocamento rápido. A percepção do valor pelos


participantes mudou e é representada no preço por um movimento
violento. O mercado, com base nas novas informações, recusa-se a
negociar nestes níveis do LVN e rapidamente o atravessa.

Tecnicamente, o que causa este rápido deslocamento é, por


um lado, a execução de ordens de proteção (Stop Loss) daqueles
que estão posicionados no lado oposto; e a ativação de estratégias
de impulso que entram de forma agressiva com as ordens do
mercado.
Visualmente se observará sobre el gráfico con velas de rango
amplio acompañadas generalmente con un volumen alto.

Como os HVN, dentro de um mesmo perfil é possível visualizar


mais de um Low Volume Node.
5.3 TIPOS DE PERFIS

O perfil de volume é uma ferramenta que pode ser adaptada de


acordo com as necessidades do operador.

A principal diferença no uso de um ou outro tipo de perfil será


determinada pelo de trabalho do trader e pelo contexto que ele
precisa cobrir em sua análise.

Podemos diferenciar basicamente três tipos de perfis:

Este tipo é muito versátil. Sua peculiaridade é que nos permite lançar
perfis manualmente sobre qualquer ação particular de preço.
É particularmente útil para identificar áreas de negociação em
dois tipos de contextos: movimentos de tendência e intervalos.
Se observarmos um movimento de baixa tendência, podemos
lançar um perfil de toda a dinâmica para identificar as áreas
interessantes sobre as quais é provável que o preço faça algum tipo
de retração em alta. É nestas zonas operacionais que queremos
estar preparados para avaliar a possibilidade de entrar a favor da
tendência. No exemplo, vemos como o preço faz um teste no VPOC
de impulso em baixa e a partir daí gera um giro que provoca o
desenvolvimento de um novo movimento descendente.

Se o que temos é um contexto de lateralização, uma estrutura


das que trabalhamos sob a abordagem da metodologia Wyckoff, o
perfil será muito útil para identificar principalmente onde está o
VPOC que determina o controle do mercado e a zona de valor com
seus extremos (VAH e VAL). Será muito interessante ter em conta
estes dados para procurar neles o teste após a quebra da estrutura,
como acontece no exemplo a seguir.

Diferentemente dos outros tipos de perfis, o intervalo fixo não


é atualizado e analisa apenas o volume operado na área que você
determinar.

Não importa se você vai trabalhar com estruturas ou não sob a


abordagem da metodologia Wyckoff, é muito útil traçar perfis que
englobem várias sessões, caso vejamos uma sobreposição entre
suas áreas de valor. Caso vejamos mais de uma sessão gerando
valor em um determinado intervalo de preço, é melhor lançar um
perfil que inclua toda a ação de preço, pois os níveis operacionais
que este perfil pode nos proporcionar serão mais relevantes por sua
própria natureza.

Trata-se do perfil do dia. Especialmente útil para operações


intradiárias onde são levadas em conta as áreas de negociação mais
importantes da sessão. Seu intervalo é do início ao fim da sessão,
por isso é atualizado à medida que a jornada avança.

Os traders de curto prazo utilizam tanto os níveis da sessão


quanto os das sessões anteriores para fazer com que seus cenários
se aproximem.
Se estivermos observando um movimento de alta e uma
posterior lateralização do preço, seria interessante procurar a
incorporação a favor do movimento de tendência em algum nível
operacional. Como sabemos, o nível mais importante de todo o perfil
é o VPOC, por isso devemos ter em conta que devemos esperar
neste nível nosso gatilho de entrada.

Continuando com este mesmo exemplo, outra área


interessante a ser testada após uma ruptura poderia ser uma área
de negociação das sessões anteriores. No caso de estarmos acima
da área de valor da sessão anterior, o primeiro nível operativo acima
do qual testar para uma continuação em alta será a Value Area High
do perfil da sessão anterior.

Originalmente os perfis eram exibidos apenas por sessões e esta


ideia de agrupá-los foi introduzida por Donald L. Jones em seu livro
"Value-Based Power Trading" no que ele chamou de "The Overlay
Demand Curve". O objetivo era tentar eliminar o ruído do curto prazo
e assim obter um melhor entendimento da condição do mercado, do
contexto.
Este tipo de perfil pode ser configurado em duas formas:

Fixo. Dentro do modo fixo, temos a possibilidade de selecionar


o intervalo de datas que queremos incluir na análise do perfil. Você
pode querer conhecer o perfil da última semana, do último mês ou do
ano corrente, esta modalidade é projetada para esta exigência em
particular.

Variável. A modalidade variável tem a importante peculiaridade


de mostrar o volume operado de todos os níveis de preços
atualmente no gráfico. É importante ter isto em mente se você mover
o gráfico, o perfil mudará.

O melhor uso deste tipo de perfil, independentemente do


marco de tempo em que estamos operando, é analisar o contexto
geral e identificar as áreas de negociação (principalmente os nós de
alto e baixo volume) que temos tanto acima como abaixo do preço
atual.

Estas áreas irão servir para indicar o viés do mercado em um


contexto mais macro, bem como para o estabelecimento de
possíveis áreas onde procurar por entradas e saídas.
Se, por exemplo, estamos trabalhando uma estrutura, é muito
interessante analisar o perfil do Composite para identificar os High
Volume Nodes do mais longo prazo, sobre os quais estabelecer
metas para obter lucros.

Outro uso poderia ser identificar no contexto macro um grande


Low Volume Node e incentivar o desenvolvimento de uma agitação.
Poderíamos estar trabalhando em uma estrutura acumulativa
potencial. Se ao analisar o contexto identificarmos um LVN
relativamente próximo à estrutura, seria interessante levar em conta
a possibilidade de que se produza o Spring que gera o desequilíbrio
da estrutura.
5.4 DIFERENÇA ENTRE O VOLUME VERTICAL E O
HORIZONTAL

Para muitos que estão cautelosos com relação ao Volume Profile,


não é necessário incorporar este tipo de ferramenta a fim de fazer
análises e abordagens sólidas baseadas em dados de volume.

Esta afirmação é absolutamente verdadeira, é óbvio que não


há absolutamente nada necessário. O problema é que eles não
conseguem entender que tipo de informação podem adquirir através
de sua avaliação.

O primeiro aspecto a transmitir é que o Volume Profile não foi


desenvolvido como um substituto para o volume clássico. Fornecem
informações diferentes e, portanto, são completamente
complementares.

Para realmente entender o que os dados de volume nos


dizem, precisamos olhar para eles de dois pontos de vista:

Volume no tempo: É o volume clássico que é observado


verticalmente no gráfico. Tem a ver com o número de
contratos negociados dentro de um determinado período de
tempo. Nos diz quando os grandes operadores estão ativos.

Volume no preço: É o Volume Profile e é exibido sob a


forma de barras horizontais. Indica o número de contratos
negociados dentro de um determinado nível de preço. Ele
nos diz onde ocorreu a atividade dos grandes operadores.
Como se pode ver, ambos nos dão informações diferentes
sobre a mesma ação (a atividade profissional), o volume por tempo
tem a ver com quando, enquanto que o volume por preço tem a ver
com onde.

Com o volume vertical podemos saber que durante o


desenvolvimento de uma determinada vela, um determinado número
de contratos foi negociado, mas como a negociação foi distribuída
entre os diferentes níveis de preços? Esta é a informação que o
volume horizontal nos proporciona e que o volume clássico não pode.
Outra questão muito diferente é se você precisa conhecer estas
informações para suas operações.
5.5 DIFERENÇA ENTRE VOLUME PROFILE E
MARKET PROFILE

A principal diferença entre as duas ferramentas é que o Market


Profile é projetado com base no tempo, enquanto o Volume Profile é
projetado com base no volume.

O Market Profile representa os dados de preços no gráfico


em formato de letras, onde cada uma das letras (chamada TPO ou
Time Price Opportunity) é identificada com 30 minutos de
negociação. Então, a letra A corresponderá aos primeiros 30 minutos
após a abertura da sessão, a letra B aos 30 minutos seguintes e
assim por diante, acrescentando letras e minutos até o final do dia.
Os traders que baseiam suas negociações no Market Profile
analisam a abertura do dia em relação à área de valor do dia anterior
e a evolução do Initial Balance (intervalo que cobre a primeira hora
de negociação) para determinar o tipo de dia que é provável que
aconteça e propor cenários com base nisso. Neste ponto deve ser
observado que alguns operadores determinam o Initial Balance com
base apenas na primeira meia hora.

Apesar de o Initial Balance não ser normalmente levado em


conta pelos operadores do Volume Profile, a mensagem que ele
transmite pode ser muito interessante, principalmente porque:
Quanto mais estreito for seu intervalo, maior a
probabilidade de você ter um dia de maior tendência; e
quanto maior o intervalo, maior a probabilidade de você
ter um dia lateral.

Um uso interessante que o MP nos oferece é a determinação


objetiva da aceitação ou rejeição em um nível de preço. Enquanto no
Volume Profile isto pode ser envolto em subjetividade, a análise do
Market Profile elimina esta discricionalidade: a rejeição é visualizada
por 1 TPO; enquanto 2 ou mais TPOs começam a representar a
aceitação.

O desenvolvimento da distribuição dos perfis de ambas as


ferramentas tenderá a ser bastante semelhante, embora seja
verdade que elas não serão exatamente iguais. Isto é óbvio, pois não
utilizam os mesmos dados para sua representação. Uma acumulação
de TPOs indicará que o preço passou muito tempo nesse nível,
enquanto uma acumulação de volume significará que um grande
número de contratos foi negociado nesse nível.
No Volume Profile, por ter sido projetado com base no volume,
o nível mais negociado não será necessariamente o nível onde o
maior tempo foi gasto, pois o preço pode atingir um nível que em
poucos segundos acumula um grande número de ordens e dá a volta
(como no exemplo). O tempo que o preço terá passado nesse nível
é pouco, mas o volume negociado é muito; portanto, o POC do
Volume Profile estará nesse nível enquanto o POC do Market Profile
não estará.

Devido ao atual ambiente dos mercados financeiros onde a


importância do volume é destacada, parece mais interessante usar a
combinação preço + volume (Volume Profile) em vez de preço +
tempo (Market Profile).

Isto não quer dizer que a variável tempo não seja importante
ou menos importante, distante disso. Obviamente o tempo é um
elemento chave para estabelecer onde os participantes decidem o
valor de um determinado mercado em um determinado momento. O
consumo de tempo em uma determinada área é um sinal
inquestionável de aceitação e, portanto, de construção de valor.
5.6 FORMA DOS PERFIS

É óbvio que o mercado nem sempre desenvolverá distribuições de


perfis em forma de D, pois isso significaria que estamos em um
contexto de equilíbrio infinito.

Existe muita teoria escrita no Market Profile sobre os


diferentes tipos de dias com base na forma do perfil (normal day,
normal variation, trend day, double-distribution trend day, non-trend
day, neutral day, neutral day extreme).

O fato é que identificar a forma de tais perfis para determinar


que tipo de dia tivemos pode ser válido para a mente humana do
ponto de vista de que sempre queremos controlar tudo e precisamos
encontrar uma lógica para cada comportamento; mas de um ponto
de vista operacional, não parece ser uma abordagem muito útil, pois
a categorização é feita por uma análise a posteriori.

Além disso, ao longo do tempo, foram fornecidas provas de


que não é possível prever consistentemente que tipo de dia é mais
provável que você tenha baseado apenas na categorização do dia
anterior. O próprio Steidlmayer acabou por reconhecer isto. É
impossível saber qual será a forma do perfil da sessão atual até que
a sessão tenha terminado.
O mesmo acontece com a etiquetagem de eventos, fases e
estruturas segundo a abordagem da metodologia Wyckoff. Pode ser
útil para os iniciantes alimentar o subconsciente com as diferentes
formas em que o mercado pode representar acumulações e
distribuições; mas é totalmente inútil sob um ponto de vista
operacional, pois a confirmação de tudo isso é feita a posteriori.
Portanto, pareceria mais sensato, com o propósito de criar
cenários operacionais, focar na identificação da criação de uma zona
de valor (intervalo) e avaliar o preço continuamente à medida que
interage em seus extremos, a fim de identificar a aceitação ou
rejeição. As ferramentas analíticas oferecidas pela metodologia
Wyckoff nos ajudam a determinar quem tem maior probabilidade de
controlar durante o desenvolvimento do intervalo (compradores ou
vendedores) e, portanto, em que direção se encontra o caminho de
menor resistência.
Ao longo do desenvolvimento dos movimentos, os perfis serão
gerados e duas formas muito comuns nas quais se pode observar
graficamente a tendência e o comportamento de lateralização são os
padrões b e P.

Estes padrões representam as três primeiras fases da


atividade do mercado que Steidlmayer apresentou em seus primeiros
estudos e que pela metodologia Wyckoff identificamos como Fases
A e B de desenvolvimento de estruturas.

Tais padrões nos alertarão sobre a parada do movimento de


tendência anterior, assim como sobre o novo movimento de
lateralização. Estes dois tipos de perfis mostram o mesmo
comportamento, mas em ambas as direções. Primeiramente, na área
de baixa cotação o preço se move com uma certa fluidez
desenvolvendo o movimento de tendência até encontrar operadores
dispostos a negociar na direção oposta. Nesse ponto, começa a se
desenvolver uma faixa de equilíbrio, uma área de alta participação
que gera o sinal de perfil.
Considerando que o preço seja durante o movimento de
tendência, devemos apenas procurar negociar a favor dessa direção.
Para isso podemos contar com o VPOC em desenvolvimento e o
resto dos níveis operacionais.
5.6.1 Perfil tipo P

Característico dos movimentos de tendência ascendente e


representativo de futuros esquemas de distribuição e reacumulação.
Este tipo de perfil nos indica solidez por parte dos
compradores que tiveram a capacidade de elevar o preço com
relativa facilidade até chegar a um ponto em que os vendedores
começam a aparecer.

Está formado por duas partes: uma primeira onde o


desequilíbrio ascendente é observado e uma segunda onde o
mercado inicia um processo de rotação (intervalo). É importante ter
isto em mente porque se tal processo ocorrer ao contrário (primeiro
uma rotação e depois uma tendência descendente) visualmente ainda
veremos um perfil do tipo P com a grande diferença de que ele terá
uma validade operacional difícil.

Todos os conceitos e ferramentas que são propostos têm um


sentido operacional; e, em caso de nos preocuparmos com os
padrões P e b, só serão interessantes se a última ação de preço for
a criação de novo valor (intervalo), pois será a partir daí que será
gerado o seguinte desequilíbrio utilizável. Portanto, se estivermos no
final do movimento descendente a ponto de já termos identificado
completamente o padrão P espelhado (com o desequilíbrio à direita),
do ponto de vista da negociação poderemos chegar tarde demais e
o preço muito provavelmente gerará uma nova área de equilíbrio
como a ação mais imediata. Pelo contrário, se tivermos um padrão
teórico P (com o desequilíbrio à esquerda), poderemos aproveitar o
movimento de tendência subsequente (que pode ser para cima ou
para baixo).

Além de analisar isoladamente (perfis de sessão), é


interessante saber que uma tendência de alta a longo prazo será
composta por vários desses perfis em seu desenvolvimento interno.
Neste caso, serão simplesmente esquemas reacumulativos que
originam o contínuo desenvolvimento ascendente.

No caso deste tipo de perfil aparecer depois de uma


prolongada tendência descendente, poderia nos alertar para o fim
iminente da tendência descendente, pelo menos temporariamente.
Mais uma vez, é importante notar que se trata de ver o padrão
teórico P; porque se o que vemos é um padrão P espelhado, o que
teríamos na realidade seria uma distribuição e, portanto, a tendência
de queda denota solidez.
5.6.2 Perfil tipo b

Característica dos movimentos de tendência descendente e


representativo de futuros esquemas acumulativos e de redistribuição.

Particularmente, este tipo de perfil sinaliza um desequilíbrio


em favor dos vendedores. Eles estão no controle e empurraram
fortemente o preço para baixo até que finalmente alguns
participantes aparecem comprando e um novo processo de rotação
é gerado.

Neste contexto de uma tendência descendente a longo prazo,


aparecerão com caráter redistributivo sendo excelentes áreas onde
procurar a incorporação na tendência.
Assim como no padrão P, o tipo b teórico é formado por um
desequilíbrio descendente como a primeira parte e uma criação de
valor como a segunda parte. Uma rotação primeiro e um
subsequente desequilíbrio ascendente também apareceriam
visualmente com um perfil em forma de b, mas operacionalmente
podemos não ser capazes de tirar proveito deste primeiro
desequilíbrio. Por outro lado, também não teria as mesmas
implicações quando se analisa a saúde da tendência ascendente
anterior, onde o que procuramos é a rejeição ascendente e a
geração de valor mais baixo.

No caso de observar um perfil em forma de b após um


movimento prolongado ascendente, poderia sinalizar o fim de tal
movimento e, às vezes, o início de um novo movimento em direção
ao lado descendente.
5.7 USOS DO VOLUME PROFILE

Esta ferramenta nos oferece informações totalmente objetivas que


se encaixam perfeitamente no contexto fornecido pelos princípios da
metodologia Wyckoff.

A seguir listamos alguns dos usos mais importantes que


podemos fazer.
5.7.1 Identificação de estruturas

Existirão ocasiões em que a delimitação dos extremos das estruturas


não será muito visual, possivelmente porque a ação do preço gerou
movimentos pouco limpos. Neste contexto, pode ser muito útil utilizar
o Volume Profile para indicar as áreas de alto e baixo valor (VAH e
VAL), assumindo esta área como o intervalo que está gerando a
causa do movimento subsequente.
Por sua própria natureza, os limites superior e inferior das
estruturas com as quais trabalhamos de acordo com a metodologia
Wyckoff serão sempre áreas de baixa negociação (LVN). Os giros
de preço que geram a criação destes suportes e resistências são
áreas onde o preço não quis negociar e, portanto, são identificados
como rejeição. Já sabemos que esta rejeição é visualizada no perfil
de volume como um LVN.

Também, às vezes os extremos naturais das estruturas (Creek


e Ice) coincidem com os extremos da área de valor (VAH e VAL).
Definindo um perfil dessa estrutura, podemos ver como toda a ação
de preço contida dentro da faixa será parte da área de valor.
De acordo com o gráfico abaixo, o movimento de parada em
alta não mostra uma ação de preço muito clara onde os eventos de
parada são genuinamente visualizados. Se estivermos na parte final
do desenvolvimento da estrutura, poderíamos traçar um perfil de
toda a estrutura para identificar os níveis chave por Volume Profile.
Neste caso, podemos ver como após a agitação final de cima o
preço atravessa rapidamente toda a área de valor incluindo o VPOC
e o VWAP. A essa altura deveríamos estar favorecendo a
distribuição e, portanto, o primeiro cenário consistiria em esperar
pelo teste após a ruptura (LPSY) em qualquer um dos níveis
operacionais. O primeiro destes níveis a ser levado em conta seria o
Value Area Low, pois é o primeiro que o mercado encontraria.
Observamos como fez este teste para continuar o desenvolvimento
em baixa a partir daí. O próximo e último nível a procurar o potencial
LPSY seria o VPOC do perfil.

Neste outro exemplo, acontece algo semelhante. Os eventos


de parada podem não ser os mais visuais e também acrescentam a
dificuldade de enquadrar esse movimento ascendente que deixa a
área de valor e depois volta novamente. Assim, se nos depararmos
com um desequilíbrio após o desenvolvimento de uma estrutura já
com alguma maturidade, podemos lançar um perfil para identificar os
níveis operacionais sobre os quais esperar o preço para desenvolver
o teste buscando a continuação do movimento. Mais uma vez, vemos
como após o movimento de ruptura o teste é feito exatamente sobre
o extremo da área de valor do perfil, neste caso acima da Value
Area High; é a área perfeita para a busca pelo gatilho de entrada
longa.
O alcance do perfil deveria incluir todas as ações de preço
desde o início da rotação até pouco antes de ocorrer o desequilíbrio.
Existem operadores que também podem incluir a ação de ruptura
dentro do perfil, o que não quer dizer que seja incorreto. É preciso
ter em mente que, do ponto de vista operacional, o que procuramos
é que este teste, após a ruptura, vai procurar algum nível operacional
da acumulação/distribuição anterior e isto deixaria de fora tanto o
desequilíbrio quanto o movimento subsequente até o teste.

Como se pode ver, a maioria das estruturas que desenvolvem


mercados em tempo real não são tão genuínas como mostram os
exemplos ideais do livro, e são todas diferentes umas das outras.
Mas isto não significa que não sejam operáveis. É neste ponto que
entram em jogo os níveis fornecidos pela ferramenta Volume Profile.
5.7.2 Determinar o viés do mercado

Sempre favoreceremos a operação na direção do último nó de alta


negociação que tenha sido gerado. Uma situação contra esta direção
só surgiria quando o preço tivesse quebrado a área que suportou o
último movimento.
Se o preço ficar acima de um nó de alto volume (HVN),
determinaremos que o controle está nas mãos dos compradores e
só consideraremos um cenário em curto quando o preço atravessar
tal área por baixo, o que sugerirá que o controle mudou em favor dos
vendedores.

A lógica é que nestes nós o preço retorna a um estado de


equilíbrio e não seremos capazes de determinar em que direção ele
se moverá posteriormente. Só depois de confirmarmos a ruptura
efetiva desta zona estaríamos em condições de propor um cenário
com relativa solidez.
O gráfico acima ilustra este conceito de forma muito clara. Se
estivermos na parte final do movimento ascendente, acima do último
HVN, devemos esperar por uma ruptura antes de procurar por uma
operação curta. O perfil está sendo traçado cobrindo apenas o
movimento ascendente (de 1 a 2), já que o que nos interessa saber é
onde está o nó de volume que está apoiando esse movimento.
Quando isso é cruzado para baixo, podemos sugerir que o controle
mudou para o lado de baixa e agora estamos em condições de
propor um cenário curto, por exemplo, no teste do HVN.

Neste outro exemplo, temos a mesma dinâmica, mas em


sentido contrário. Localizamos o HVN do movimento de baixa em
vigor e a ideia é continuar favorecendo posições curtas até que
sejam quebradas. Note, somente quando esta HVN for quebrada,
sendo a última a ser gerada. Ou seja, se a tendência continuar para
baixo, teremos que continuar atualizando o perfil para identificar onde
se encontra o último HVN e somente no momento de sua ruptura
para cima poderemos valorizar entradas longas.

É importante notar que não é necessáriamente o HVN que


determina o controle do movimento, mas deve ser o VPOC do perfil.
Levaremos simplesmente em conta o último a ser desenvolvido,
independentemente de ser o VPOC ou não.

Como regra geral, o mais aconselhável é operar com o maior


número possível de níveis em seu favor. Ou seja, se eu estiver
considerando uma ideia de operação longa, eu quero ter todos os
níveis operacionais abaixo do preço e vice-versa, se eu estiver
considerando uma ideia curta. Este contexto sugerirá que o mercado
está desequilibrado nessa direção e é, portanto, o caminho de menor
resistência.
Se, além disto, tivermos a possibilidade de avaliar a relação
entre VPOC, VWAP e preço, será mais uma impressão que
acrescentará força à análise.

Um VWAP e VPOC relativamente próximos é uma impressão


que nos confirma o equilíbrio total do mercado. Provavelmente o
preço estará em uma faixa extremamente estreita e a única
abordagem operacional aqui seria procurar a reversão nos extremos.
Isso é exatamente o que está acontecendo atualmente. A linha
pontilhada escura é o VPOC da sessão de desenvolvimento e a linha
laranja dinâmica corresponde ao VWAP. Até que um desequilíbrio
final ocorra abaixo de ambos os níveis permanece relativamente
próximo e isto gera flutuações constantes entre eles, causando um
dia de intervalo.
Para determinar um desequilíbrio em favor dos compradores
queremos ver que o preço está acima tanto do VWAP quanto do
VPOC; enquanto para o controle em favor dos vendedores queremos
ver o preço abaixo de ambos os níveis.

Neste gráfico podemos ver um exemplo de controle claro de


baixa onde em todos os momentos da sessão o preço está abaixo
tanto do VWAP quanto do VPOC, atuando como resistência para
originar novos movimentos descendentes.
A temporalidade para usar nestes níveis operacionais, como
tudo mais, dependerá do operador. Para um trader intradiário o mais
aconselhável será usar os níveis da sessão anterior e da sessão
atual. Operadores de longo prazo podem achar mais útil utilizar tais
níveis semanalmente (VPOC e VWAP semanais). Sobretudo por ser
um operador de estrutura, considero útil levar em conta o VWAP
semanal em conjunto com o VPOC da estrutura, eliminando assim a
temporalidade. É uma questão de gosto e esta configuração deve
ser adaptada ao estilo de trading de cada operador.

Neste gráfico, em que estamos analisando uma estrutura,


poderíamos traçar um perfil da mesma e adicionar o VWAP (linha
dinâmica verde) semanal. É um exemplo muito bom para destacar a
importância do contexto acima de qualquer outro elemento.
Se observarmos um Spring potencial que consiga se
posicionar acima do VWAP, estaremos prontos para procurar uma
entrada longa. Mas se olharmos de perto, o VPOC do perfil ainda
estaria contra nós apenas naquele teste o VWAP que está marcado.
Estamos sugerindo a possibilidade de operar em favor de quanto
mais níveis operacionais melhor, então o que fazemos? O contexto
deve prevalecer em casos como este. Sabemos que o VPOC é um
nível de equilíbrio muito importante, mas também sabemos que o
mercado iniciará um desequilíbrio mais cedo ou mais tarde; e que a
agitação vinda de baixo sugere o início potencial de tal desequilíbrio
a partir de cima. Neste contexto, devemos atribuir maior relevância
ao desenvolvimento da estrutura acima do VPOC.

Teríamos chegado a um raciocínio muito diferente se o preço


após o potencial Spring não tivesse sequer tido a capacidade de se
mover acima do VWAP. Essa falta de solidez teria sugerido algum
controle em baixa e inclusive poderia ter sido fixado um preço para
uma entrada na direção oposta, observando o movimento rotulado de
Spring como um genuíno evento de ruptura em baixa. Todas as
ações devem ser confirmadas ou rejeitadas com ações posteriores
de preço.

É exatamente isso que temos neste exemplo. Em uma


situação de potencial Spring, o preço tenta entrar novamente no
intervalo, mas não consegue se posicionar acima do extremo da
estrutura, do VAL do perfil e do VWAP semanal. É um indício de
fraqueza significativa que nos levaria a tratar tal esquema como
distributivo.

Ao trabalhar com níveis diferentes, também é importante ter


em conta que podemos utilizar várias temporalidades em conjunto,
por exemplo, dois VWAP em temporalidades semanais e mensais.
Esta configuração é realmente interessante se decidirmos analisar
um contexto a longo prazo.
5.7.3 Análise da saúde da tendência

Um aspecto muito interessante fornecido pelo Volume Profile é a


análise contínua do perfil das sessões. Quando estamos observando
um movimento de tendência ascendente, um sintoma da boa
condição do movimento seria observar que as áreas de valor (e
portanto os VPOCs) das sessões são geradas cada vez mais altas.
O que este fato indica é que o valor do ativo está sendo aceito nas
novas áreas de negociação que está atingindo e, portanto, é
provável que a tendência continue. Neste contexto de controle por
parte dos compradores, deveríamos estar procurando um recuo para
áreas operacionais predispostas a juntar em longo prazo.
O mesmo se aplica às tendências descendentes. Um sinal
inequívoco de sua saúde seria ver que as áreas de valor que saem
das sessões são observadas em níveis cada vez mais baixos,
denotando a aceitação de preços. Perante este cenário de controle
em baixa, será melhor identificar áreas de resistência potencial para
procurar posições curtas.

Algo que nos alertaria sobre a saúde de tal movimento seria


observar a sobreposição entre várias áreas de valor, bem como ver
que algumas delas estão se movendo contra a direção da tendência,
perdendo a dinâmica que vinham carregando. Já estaríamos
observando uma consolidação do preço e isso poderia nos alertar
sobre uma mudança de caráter. Pela metodologia Wyckoff, com
certeza já poderíamos identificar um processo de lateralização e
seria interessante começar a analisar os traços desta estrutura com
o objetivo de tentar determinar em que direção o próximo
desequilíbrio ocorrerá.

Esta mudança potencial na percepção de valor é muito


claramente visualizada com os padrões P e b. Se o mercado estiver
no meio de uma tendência descendente, deixando as áreas de valor
cada vez mais baixas e de repente aparece um padrão bP, podemos
estar enfrentando o fim deste movimento descendente ou pelo
menos uma parada temporária. O fato de o mercado ter
desenvolvido esse padrão P após b sugere uma alteração na
percepção do valor. Pelo menos temporariamente não quer mais
negociar a preços mais baixos e podemos até estar no início de uma
tendência de alta.

Ao invés de procurar observar claramente o padrão ideal, o


que é interessante é a evolução da geração de valor, isto é, a
rotação das Value Areas. Neste exemplo, os participantes tiveram
capacidade suficiente para gerar valor acima do anterior e isto por si
só deve nos alertar sobre a saúde do movimento descendente e até
nos colocar em alerta quanto a uma possível acumulação.
Isso também seria verdade no sentido inverso. Se estamos à
procura de um giro descendente do mercado, um sinal que
acrescentaria força a essa análise seria a procura de um padrão Pb.

Este exemplo é um pouco mais complexo e interessante de


analisar. O primeiro aspecto que impressiona é que o padrão não
ocorre em conjunto, mas duas sessões se sucedem. Por outro lado,
vemos como o perfil b não gera valor abaixo da Value Area do perfil
P. Este é um exemplo real, o mercado se comporta de forma
irregular na maior parte do tempo, portanto, procurar a aparência de
padrões perfeitos pode ser uma perda de tempo. Seria mais
interessante ficar com a dinâmica dentro deles; o que eles
implicitamente nos sugerem.

Depois do aparecimento do perfil do tipo P, ocorre uma


mudança de caráter e o mercado inicia um processo de rotação. Nos
dois dias seguintes, as áreas de valor se sobrepõem, o que
demonstra a aceitação desses níveis de preços pela grande maioria
dos participantes. Por último, a criação do perfil tipo b desencadeia o
desequilíbrio descendente. Neste preciso momento em que o preço
está abaixo da área de valor do perfil b e depois de ver tudo o que
foi analisado anteriormente, poderia ser proposto um cenário curto
procurando o efeito desta estrutura de distribuição potencial.

Se examinarmos com atenção na parte b, o desequilíbrio não


ocorre no início da sessão, como sugere a teoria, mas sim na última
parte da sessão. A chave é que o desequilíbrio seja rejeitado e volte
a entrar na área de valor. Trata-se, em essência, da implicação por
trás do padrão: é indiferente quando o desequilíbrio ocorre, desde
que o preço gere uma rejeição e volte a entrar na área de valor. Para
fins operacionais, o que seria menos interessante para nós seria
observar o desequilíbrio no final da sessão e cujo fechamento se
estabelece fora da área de valor.
Muito embora o ideal em esquemas distributivos potenciais
fosse observar primeiro esta recusa de continuar subindo mais a
geração de valor abaixo das sessões anteriores, o aparecimento
deste protocolo em sentido inverso (primeiro a geração de valor
abaixo e depois a recusa de negociar a preços mais altos) sugere
implicitamente a mesma leitura de uma mudança na percepção de
valor.
Ao final, todos os esquemas acumulativos e distributivos
acarretam implicitamente esta mudança na percepção de valor; e,
em maior ou menor grau, estes padrões de giro P e b serão sempre
visualizados.

Um giro em baixa com um padrão Pb nada mais é do que uma


distribuição que terá uma duração maior ou menor que foi confirmada
pela geração de valor em b e pode ser seguida por preços mais
baixos.
Um giro em alta com padrão bP tacitamente é um acúmulo
cuja mudança na percepção de valor possivelmente teve origem em
preços mais altos.
5.7.4 Migração do VPOC

O nível atual do VPOC representa um acordo entre ambas as partes


sobre o valor do ativo, mas que leitura fazer no caso de haver uma
migração do VPOC?
Esta questão tem sido fonte de preocupação para muitos
traders, já que a leitura que oferece tem dois pontos de vista
diferentes. Por um lado, muitos defendem que este é um sinal
inequívoco da saúde do movimento e, portanto, sugere uma
continuidade na direção da tendência. Muitos outros defendem que é
provável que ocorra uma reviravolta no mercado.

O único objetivo é que represente uma área de valor onde o


preço foi aceito devido à alta negociação que gerou. A questão seria
determinar o significado desta migração de valores, seja como uma
continuação ou uma reversão.
Conforme o princípio de que toda ação de mercado deve ser
confirmada ou rejeitada por sua reação subsequente, a chave é
avaliar a ação de preço subsequente após a migração do ponto de
controle. Como regra geral, se não vemos uma continuação na
direção do movimento precedente sem consumirmos muito tempo,
devemos questionar a saúde desse movimento.

O VPOC
Já que não podemos saber antecipadamente se uma migração
VPOC fará sentido como continuação ou inversão, o mais útil é estar
preparado para ambos os cenários. Para este fim, vamos
desenvolver dois protocolos simples com o objetivo de estabelecer
algumas diretrizes gerais.
Esta seção se concentra na operação intradiária, embora a
ideia subjacente seja igualmente válida para ser aplicada a qualquer
outra temporalidade.

Protocolo para favorecer a reversão:


1. A migração do VPOC. Se o movimento de tendência
anterior for saudável, após a migração do VPOC, queremos
que se desenvolva um novo impulso sem consumir muito
tempo.

2. A não continuidade. Se após a migração do VPOC o


preço não tiver a capacidade de continuar avançando na
direção da tendência anterior, estaríamos em condições de
pelo menos começar a questionar a continuidade do
movimento.

3. Consumo de tempo. Esta é fundamental. A regra geral é


que quanto mais tempo o preço ficar sem continuar a favor
do movimento de tendência anterior após a migração do
VPOC, mais provável será que ocorra uma virada no
mercado em vez de uma continuação. Se quisermos
procurar a virada, observaremos principalmente que ela
começa a lateralizar, consumindo relativamente grande
quantidade de tempo em relação ao que fazia
anteriormente durante as continuações.

4. A mudança de caráter. Se a migração ocorrer, uma


lateralização excessiva sem a capacidade de continuar na
direção que tinha e, além disso, agora aparece um
movimento impulsivo na direção oposta, poderemos
levantar uma ideia operacional em reversão.

5. Ideia operacional. O primeiro nível operativo que


levaremos em conta para esperar pelo preço e procurar o
gatilho de entrada será o extremo da área de valor
rompida. Se romper abaixo, esperaremos na VAL e se
romper acima na VAH. Como um segundo nível, o VPOC.

Neste exemplo (Operação de reversão intradiária com padrão


b) um perfil manual foi executado para ver como o volume foi
distribuído naquele momento em particular. Vemos que após iniciar a
sessão o preço cai e migra o VPOC (1), depois começa a girar
sobre ele mostrando a não continuidade (2) e o consumo de tempo
(3). Depois vem a mudança de caráter com o desequilíbrio
ascendente (4) para finalmente ir testar a antiga área VPOC (5),
onde poderíamos estar procurando uma entrada longa.
Não esqueça que se estivermos operando com o perfil de uma
sessão atual, ela continuará a se desenvolver à medida que o dia
avança, então, após a ruptura, podemos identificar o nível da Value
Area onde vamos esperar pelo preço e, em seguida, mudar a
localização. Muito embora seja verdade que não seria o contexto
ideal, poderia ser possível manter a mesma área operacional
porque, de um ponto de vista lógico, trata-se ainda de um nó de
baixo volume e, portanto, uma área interessante de potencial rejeição
do preço. Além disso, o que o preço vai testar a área de
acumulação/distribuição anterior, portanto é totalmente aconselhável
deixar o perfil do intervalo.

Neste exemplo, vemos o que seria uma migração VPOC com


uma direção inversa (sabemos isso depois de ver o movimento
posterior), mas não seguindo o protocolo proposto. Quando fazem
isso com essa urgência, com pouca preparação, é praticamente
impossível de operar. Este é o problema desses giros em V.
A incorporação deste exemplo tem o objetivo de apontar que
nem todas as migrações com sentido de reversão seguirão o
protocolo proposto, longe disso. Com esta série de passos o que
estamos tentando fazer é objetivar o giro e que isto se sustente na
Lei de Causa e Efeito, já que novamente este protocolo não deixa de
ser um processos acumulativos/distributivos.
Igualmente, é um gráfico muito interessante para discutir o
conceito de aceitação e rejeição. Por definição, uma migração VPOC
sugere uma nova aceitação a esses níveis de preços. O objetivo,
nesse preciso momento, é que mais contratos foram negociados
(mais aceitação) e, portanto, a migração ocorreu. Porém, que leitura
seria possível se isso gerasse uma inversão completa do
movimento? Mais uma vez, objetivamente, o que vemos é que se a
sessão finalmente se fechar fora desses níveis, tal ação permanece
como uma rejeição, mesmo que essa migração tenha ocorrido.

É novamente evidente a importância do princípio de que


qualquer ação de preço deve ser confirmada ou rejeitada pela ação
subsequente. Neste caso, a primeira ação foi a migração do VPOC,
mas essa mudança de valor foi rejeitada pela reação subsequente,
que reverteu todo o movimento.

Caso nos lembremos, uma mudança na percepção de valor


ocorre quando as variáveis Preço, Tempo e Volume trabalham em
consonância. Neste caso temos o movimento de descoberta do
Preço, a geração do Volume, mas o consumo de Tempo que
confirmaria o Valor falha.

Protocolo para favorecer a continuação:

Para a continuação da operação intradiária, o protocolo de


ação é muito mais simples:

Migração do VPOC. Em geral, quando o mercado pretende


continuar na direção do movimento anterior, após a migração do
VPOC o preço começará o novo impulso com certa velocidade. A
urgência de continuar avançando nessa direção fará com que se
consuma relativamente pouco tempo antes de continuar nessa
direção.

Busca do gatilho. Assim, estamos prontos para entrar no


mercado. É simplesmente uma questão de esperar que nossa
configuração apareça para entrar.

No exemplo, vemos que na terceira migração do VPOC o


preço, em vez de continuar para cima, é invertido para baixo,
deixando essa ação de preço à esquerda como distributiva. Partindo
daí, as migrações posteriores fazem sentido como uma continuação,
pois são seguidas por impulsos de baixa com relativa rapidez.

Mesmo que este tipo de operação tenha sido apresentada de


forma intradiária, durante o desenvolvimento de uma sessão; podem
aparecer no gráfico em diferentes temporalidades e a ideia
subjacente permanecerá a mesma. É possível que se desenvolva ao
longo de uma sessão individual, que se forme em mais de uma
sessão, ou mesmo que se desenvolva como uma estrutura a longo
prazo. Independentemente de sua duração, a lógica subjacente é
exatamente a mesma.
5.7.5 Ajuste da gestão da posição

Os níveis a considerar dependerão do tipo de perfil utilizado


com base em seu estilo de trading, mas em geral a lógica será
exatamente a mesma para todos eles:
Entrada. Não importa se estamos em um contexto de
tendência ou intervalo, a identificação de níveis operacionais,
principalmente o VWAP, VPOC e áreas de alto e baixo valor (VAH e
VAL) será extremamente útil para aguardar o desenvolvimento de
nosso gatilho de entrada no mercado.

Stop Loss. Para o estabelecimento do stop loss, queremos


identificar áreas onde houve rejeição prévia; e estas são as áreas de
baixa negociação ou Low Volume Nodes. O preço gerou uma virada
sobre elas e esperamos que se comportem da mesma maneira no
futuro, portanto, é uma excelente área para colocar nosso stop de
proteção. Além dos LVN, quanto mais níveis operacionais tivermos a
favor, melhor.
Take Profit. Para o estabelecimento da obtenção de lucros,
vamos procurar áreas de alta negociação anterior. Como já
mencionamos, os nós de alto volume (HVN) produzem um certo
magnetismo no preço e, portanto, são áreas excelentes para a
localização de alvos.
5.8 PRINCÍPIOS OPERACIONAIS COM ÁREAS DE
VALOR

Independentemente do tipo de operador que você decidir ser e,


portanto, do tempo e das estruturas que usará, estes princípios são
universais com respeito às áreas de valor de um determinado perfil,
seja de uma vela, uma sessão, um movimento ou uma estrutura.
5.8.1 Princípio do intervalo

Quando o preço está dentro de uma área de valor, enquanto a


condição do mercado não mudar, provavelmente o mercado
continuará a gerar valor em torno do ponto central, então o preço
provavelmente será rejeitado quando atingir os extremos. Comprar
baixo e vender alto.

No gráfico a seguir vemos um exemplo real do princípio de


operar no intervalo. Pode ser qualquer ativo ou temporalidade; o que
temos que levar em conta é um perfil de referência a ser trabalhado.
Para uma abordagem intradiária, é recomendável fazer isso no perfil
da sessão anterior. Para abordagens de longo prazo, podem ser
úteis perfis semanais ou perfis tipo Composite que incluam mais
ação de preço.
Neste caso, o que é interessante é que o preço está dentro da
área de valor do dia anterior, sugerindo um equilíbrio no mercado.
Com esta ideia como base, e na condição de que o sentimento dos
participantes não mude, qualquer ideia operacional deve ser esperar
pela inversão nos extremos de sua área de valor, como mostra o
gráfico.

O objetivo mínimo desta inversão em extremos é um teste na


área de controle (VPOC), sendo o objetivo mais ambicioso um
movimento que atravessa completamente a área de valor e atinge o
extremo oposto.

Como sempre, as operações que nos proporcionarão mais


confiança serão aquelas cujo gatilho está localizado em confluência
em mais de um nível operacional. No exemplo da inversão no VAL
vemos que o preço também testa o VWAP semanal (linha verde) e
uma antiga área de controle (DevelopingVPOC).
5.8.2 Princípio da reversão

Se o preço tentar entrar em uma área de valor e for bem


sucedido, o mais provável é que ele visite o extremo oposto dessa
área de valor. O mercado rejeitou negociar a esses níveis de preços,
portanto, retorna à área de valor anterior. Adaptação da regra de
80% do Market Profile.
Neste gráfico podemos observar a abertura da última sessão
longe da área de valor do dia anterior no topo, indicando um
desequilíbrio para o lado positivo e, portanto, sugerindo inicialmente
um controle de compra. Este controle deve ser confirmado através
da aceitação do desequilíbrio e vemos como no momento da
verdade, em uma posição de potencial continuação de alta acima da
Value Area High, o preço falha e volta a entrar na área de valor
anterior.

É um exemplo muito esclarecedor para visualizar a importância


de ter em mente tanto cenários de compra quanto de venda a fim de
estarmos preparados e reagirmos a tempo quando o mercado assim
indicar. Primeiramente, neste caso, estaríamos procurando uma
continuação em alta acima da extremidade superior da área de valor;
mas percebendo seu fracasso e posterior reentrada, a leitura agora
é que esta descoberta de preço em alta não foi aceita e, portanto, a
probabilidade agora é que o preço visite a extremidade oposta da
área de valor.

Logo após a reentrada inicial, ocorre um teste interno no VAH


na confluência com o VWAP semanal (linha verde) para iniciar a
partir daí o movimento de baixa que percorre toda a área de valor.
Nesse ponto, o preço retorna a uma condição de equilíbrio total
evidenciada por este salto contínuo entre os extremos da Value
Area.
5.8.3 Princípio da continuidade

No caso de o preço tentar entrar em uma área de valor e não


conseguir sendo rejeitado no extremo do VA ou em outro lugar, muito
provavelmente iniciará um desequilíbrio em favor dessa direção.
Trata-se de uma operação de teste após uma ruptura. O
preço abandona uma área de valor e gera aceitação. Esta aceitação
coloca como a direção mais provável a direção a favor da ruptura
anterior.
É preciso ter em mente que o preço pode vir de fora dessa
área de valor ou de dentro. A lógica operacional seria exatamente a
mesma.

No seguinte exemplo, vemos em um gráfico real o


desenvolvimento deste princípio operacional de continuação em sua
variante na qual o preço vem de fora do perfil de trabalho.
A abertura acontece acima da Value Area High do perfil,
portanto a primeira interpretação que devemos fazer é que houve um
desequilíbrio no lado positivo no qual os compradores tiveram
capacidade suficiente para afastar o preço de seu último valor.

Partindo deste raciocínio básico em que o mercado parece


indicar que os compradores estão no controle, a primeira abordagem
de cenário seria esperar por algum tipo de teste antes de continuar
com o desenvolvimento a favor do desequilíbrio, neste caso, para o
lado positivo.
O preço abre o dia e desenvolve certa lateralização para
depois ir atrás da área VAH onde gera a curva de alta que poderia
nos oferecer uma oportunidade de compra.

Os operadores Wyckoff mais astutos poderão até mesmo


identificar um padrão reacumulativo desde o início da sessão,
atuando esse teste como um potencial Spring de tal estrutura. É um
bom exemplo para visualizar a importância do contexto: nas áreas
operacionais de compra, queremos ver acumulações potenciais,
como acontece aqui.
5.8.4 Princípio da reversão com falha

Se o preço tentar entrar numa área de valor e conseguir, mas


for fortemente rejeitado no VPOC do intervalo, a operação de
reversão seria cancelada até que se veja uma nova ação de preço.
Se conseguir recuperar o extremo da área de valor, a
continuidade de operação seria ativada; enquanto se romper o
VPOC efetivamente, o cenário de reversão continuaria ativo com o
objetivo de testar o extremo oposto da área de valor.

Assim, a sessão se abre abaixo da área de valor anterior, de


modo que o primeiro raciocínio seria que o mercado está em
desequilíbrio e potencial controle em baixa que precisaria ser
confirmado.

Na primeira área sobre a qual esperar por tal confirmação de


controle do vendedor (Value Area Low), o preço cancela o cenário e
volta a entrar na área de valor, ativando a operacionalidade de
reversão. Conforme observaremos mais adiante, qualquer operação
deveria ser gerenciada ao atingir o primeiro nível operacional
relevante; e, neste caso, uma compra potencial no VAL deveria
necessariamente ser gerenciada no VPOC da sessão anterior.

Após atingir tal nível, aparecem os vendedores,


desequilibrando novamente o mercado e provocando o
desenvolvimento de um forte movimento de baixa. Esta reação
agressiva afasta novamente o preço da área de valor, mudando
novamente o sentimento do mercado e desencadeando, neste ponto,
a variante operacional em reversão com falha e continuidade em
baixa.
Agora, desenvolve um teste bem sucedido sobre a Value Area
Low para iniciar a partir daí o movimento de baixa com possíveis
objetivos no VWAP semanal e em um nakedVPOC mais baixo.
5.8.5 Quadro resumido de princípios operacionais
com áreas de valor
PARTE 6. ORDER FLOW

Quando conhecemos em profundidade a subjetividade envolvida na


análise do fluxo de ordens, chegamos ao momento de prosseguir o
raciocínio para ver se seu uso é realmente útil.
De um modo geral, o único momento em que seria útil colocar
a lupa sobre o gráfico e olhar no interior das velas para analisar o
fluxo de ordens seria quando o preço atingisse as áreas de
negociação onde estamos procurando os desequilíbrios que
esperamos para entrar no mercado (tudo depende do contexto).

Considerando que a correspondência de ordens tem intenções


diferentes, o que procuramos nestes desequilíbrios é a entrada de
grandes operadores com a intenção de assumir riscos, especular,
abrir posições em favor de uma direção ou de outra. Jamais
saberemos ao certo se estamos realmente observando ordens
direcionais e é por isso que devemos limitar o uso desta ferramenta
apenas às áreas operacionais chave.

Assim, como já vimos, a análise do contexto pode ser feita de


diferentes maneiras, com base no protocolo de representação.
Considero particularmente mais visual olhar para o gráfico usando
uma configuração conhecida como Volume Ladder. Este tipo de
análise permite que você visualize o número de contratos executados
nas diferentes colunas (BID x ASK) ao mesmo tempo em que exibe o
volume operado em cada nível de preço dentro da vela na forma de
um histograma.
6.1 LEITURA DO CONTEXTO

O primeiro ponto a ser esclarecido é que a leitura do fluxo de ordens


é feita na diagonal e não na horizontal. Isto se deve à própria
natureza do mercado no qual os participantes podem operar de
diferentes maneiras.
Os compradores podem participar de forma passiva
colocando suas ofertas no BID ou atacando de forma ativa o ASK.
Os vendedores podem participar, colocando suas ofertas no ASK ou
atacando o BID com ordens a mercado.
Dessa forma, os participantes têm dois preços para operar: o
BID e o ASK. Não existe um preço único pelo qual todos os
participantes possam negociar ao mesmo tempo. Se assim fosse,
faria mais sentido analisar horizontalmente em vez de diagonalmente.

Por isso, para avaliar a solidez ou fraqueza entre os


participantes do mercado em um determinado nível de preço,
sempre comparamos as ordens executadas diagonalmente para
cima: um nível do BID com um nível superior na coluna ASK.
6.2 DESEQUILÍBRIOS

Grande parte das ações chave que você tenta identificar na análise
do fluxo de ordem estão relacionadas a desequilíbrios. Este
comportamento consiste em uma alta negociação (elevado número
de contratos negociados) em uma das colunas e, ao mesmo tempo,
baixa negociação na coluna oposta (diagonalmente).

É necessário levar em conta que este desequilíbrio deve


obedecer a certos parâmetros mínimos para ser determinado como
tal. O fato de simplesmente parecer um volume maior do que a
coluna oposta não é suficiente, é necessário que haja uma diferença
desproporcional no volume. E esta diferença poderá ser
parametrizada configurando a plataforma para mostrar tais
desequilíbrios quando houver uma disparidade de 200%, 300% ou
400% entre os níveis a serem comparados. Isto significa que em
uma coluna já foi negociado 2, 3 ou 4 vezes mais em comparação
com a coluna oposta.

Muitos operadores também acrescentam um número mínimo


de contratos para avaliar o desequilíbrio. Se você tem um profundo
conhecimento do mercado em que está trabalhando este filtro o
ajudará a melhorar ainda mais a identificação de tais desequilíbrios.
O fato de utilizar essas rotações em porcentagem permite que
a análise se adapte melhor às condições do mercado e agrega uma
certa confiança, pois são valores objetivos.

Neste gráfico demonstrativo vemos desequilíbrios em favor do


BID com uma diferença de 400%; em outras palavras, 4 vezes mais
contratos foram negociados no BID do que no ASK em relação ao
nível diagonal oposto.

A análise para detectar possíveis desequilíbrios é feita por


natureza em termos comparativos, por duas razões:

Porque leva em conta o nível da coluna oposta para


determinar que realmente existe um desequilíbrio.

Porque vai depender do volume negociado naquela vela em


particular. Se tal ação tivesse ocorrido em outro momento
(onde geralmente um volume maior teria sido negociado),
poderia não ter sido considerado como um desequilíbrio
desse tipo.
6.3 PADRÃO DE GIRO

A análise do fluxo de ordens envolve muitos conceitos. Na tentativa


de simplificar e tentar objetivar sua leitura, e como só vamos
proceder a sua análise em situações operacionais potenciais,
procuraremos os eventos que sugerem um giro efetivo do mercado:
absorção potencial e iniciativa.

Trata-se de um bloqueio através de ordens limitadas. Existem


grandes operadores que não querem que o preço se mova mais
nessa direção e entram inicialmente com ordens passivas para
provocar a parada do movimento.

O interessante é ver que após esta alta negociação, o preço


tem pouco ou nenhum movimento nessa direção. Por vezes, estes
processos levam mais tempo e os grandes operadores serão
forçados a tomar tais medidas repetidamente em uma faixa de
preços, visualizando a possível absorção em mais de uma área.
No momento de determinar uma possível absorção, queremos
inicialmente ver que ela aparece em um volume relativamente alto.
Assim, este fato minimizará a possibilidade de estarmos no momento
errado no mercado, onde nenhuma ação desse tipo está realmente
ocorrendo.

Por outro lado, embora a cor da vela seja indiferente, seu


preço de fechamento deve ser contra o desequilíbrio. Para
considerar tal comportamento como potencial absorção de compra,
queremos ver os desequilíbrios permanecerem acima do preço de
fechamento; e abaixo do preço de fechamento para o exemplo de
potencial absorção de venda. Trata-se da maior demonstração de
bloqueio e negação em avançar ainda mais nessa direção.

Assim como em qualquer outra ação de mercado, é


confirmada ou rejeitada pela reação subsequente. Ao observarmos
um grande volume, uma potencial absorção e a incapacidade do
preço de continuar avançando nessa direção, aumentam as chances
de que realmente estamos diante de uma absorção.

Muito embora tais absorções possam aparecer deixando


pavios, não é uma característica necessária, já que também podem
aparecer em velas que se fecham na mesma extremidade. A chave
aqui é ver se o preço não continua posteriormente nessa direção.

Como já mencionamos, a execução de ordens passivas por si só não


tem a capacidade de mover o preço, requer agressividade.
Se a análise estiver correta e estivermos no lugar certo,
depois de ver uma possível absorção, a aparição agora da iniciativa
será o sinal final para confirmar o giro do mercado que estávamos
procurando.
Esta iniciativa é representada como grandes negociações
executadas com ordens a mercado na coluna em que procuramos
entrar no mercado: Se quisermos comprar, procuraremos agressão
na coluna ASK e se quisermos vender, procuraremos agressão na
BID.

Mais uma vez, citamos o princípio de que toda ação deve ser
confirmada ou rejeitada pela reação posterior do mercado. Se virmos
uma possível iniciativa que seja seguida por um movimento de preços
subsequente e imediato nessa direção, estaremos em condições de
confirmar essa ação.

Esta iniciativa, este grande volume executado será muito fácil


de identificar quanto à dimensão, pois o desequilíbrio em relação ao
resto dos níveis do mesmo período será muito evidente. Alguns
autores usam este termo para se referir a vários desequilíbrios em
conjunto. Se bem que é verdade que quanto mais desequilíbrios
observarmos, mais solidez terá a abordagem, a configuração do
desequilíbrio influencia muito sua representação, já que não é o
mesmo configurar o software para mostrar desequilíbrios de 400%
do que 150% onde este último aparecerá com muito mais frequência.
Assim como acontece com a absorção, precisamos levar em
conta o volume operado naquela vela. Com o objetivo de acrescentar
confiança à leitura, queremos ver que o volume é relativamente alto.

Ao contrário da absorção, no caso da potencial iniciativa,


queremos ver que o preço de fechamento é favorável ao
desequilíbrio; ou seja, no caso de uma iniciativa de compra,
queremos ver os desequilíbrios na parte inferior da vela; e na parte
superior, no caso de uma iniciativa de venda. Este indício nos sugere
que existe uma harmonia entre essa ação e o posterior e imediato
movimento de preços.

Em essência, esta vela que denota iniciativa é a mesma que a


SOS/SOWbar que trabalhamos sob a metodologia Wyckoff, e deve,
portanto, cumprir com suas características comuns:
Volume relativamente alto.

Intervalo amplo.

Fechamento no extremo.
Por vezes, tal padrão de inversão de mercado pode ser
observado em uma ou duas velas (giro em V). Em outros momentos,
após visualizar uma possível absorção, o mercado precisará de mais
tempo antes do surgimento da iniciativa. No caso de o mercado
precisar consumir esse tempo antes do giro efetivo, o que queremos
verificar para acrescentar força à ideia de absorção é uma certa
lateralização do preço onde a incapacidade do mercado de continuar
na direção em que estava indo, é um sinal muito evidente às vezes
da ação de absorção.

Outro detalhe interessante que acrescentaria força ao padrão


de giro é se o mercado deixar um leilão acabado ao extremo. Isso
sinalizaria a recusa dos operadores em continuar negociando nessa
direção e tal falta de interesse facilitaria o giro na direção oposta. Se
não formos capazes de identificar o leilão acabado através da
análise da área, podemos recorrer ao Volume Profile, como já vimos.
6.3.1 Padrão de giro em baixa: Absorção de
compras e iniciativa de vendas

Se no momento estamos esperando o desenvolvimento de um gatilho


em baixa, vamos olhar para a esquerda do gráfico a fim de identificar
quaisquer vestígios que possam sugerir uma possível absorção
agressiva da compra.
Conforme já vimos com o cruzamento de ordens, as compras
agressivas são cruzadas com vendas limitadas e esta interação
aparece na coluna ASK. Portanto, o que queremos ver como um
sinal de possível absorção de compra são grandes negociações na
coluna ASK sobre a área de negociação ou nas proximidades
imediatas.

No entanto, qualquer localização destas grandes negociações


não seria suficiente, o ideal seria vê-las na parte de cima das velas
porque, caso os grandes operadores desejem entrar com vendas
limitadas, estarão a um nível de preço alto (comprar baixo e vender
alto).

Esta possível absorção, por si só, não é suficiente para entrar


no mercado. Precisamos ver a agressividade que sugere intenção de
venda, e identificamos isto com a aparição de grandes negociações
na coluna do BID. Tal traço do BID é objetivamente a execução de
ordens de venda agressivas (Sell Market) e dado o contexto em que
nos encontramos, poderíamos interpretar que a origem e
intencionalidade dessas ordens é entrar direcionadamente no
mercado adicionando pressão de venda.

A localização ideal onde queremos que essas grandes


negociações apareçam é na parte superior da área. Se, além disso,
virmos um movimento de preços subsequente para o lado negativo,
estaremos olhando para mais uma impressão que sugere uma
entrada agressiva por parte dos vendedores, visualmente e por
metodologia, aparecerá no gráfico como uma Sign of Weakness bar
(SOWbar).

Neste exemplo, vemos como aparece tal padrão de absorção


potencial de compras e iniciativa de venda que aparece durante o
desenvolvimento de duas velas contíguas. Seria a representação
teórica exata do que estamos procurando: uma aproximação à zona
de operação com um movimento que denota falta de interesse, uma
ação quase climática onde ocorrem desequilíbrios no ASK na parte
alta da vela, seguida por uma vela com desequilíbrio no BID também
em sua parte alta que atinge algum deslocamento para baixo e se
fecha na parte baixa da vela (SOWbar). Também observamos uma
importante rotação no Delta passando de +197 para -171, sugerindo
uma mudança de controle em favor dos vendedores, confirmada pela
reação de baixa posterior.
6.3.2 Padrão de giro em alta: Absorção de vendas e
iniciativa de compras

Num contexto de espera pelo desenvolvimento do gatilho em alta,


estaremos procurando em primeira instância por vestígios que
sugiram a absorção das vendas. Ao contrário do que foi dito acima,
esta absorção deverá aparecer como forte atividade na coluna do
BID. A absorção é um simples bloqueio onde, neste caso, o preço
não pode cair. Todas as ordens de venda que atacam o BID são
combinadas com ordens de limite de compra, impossibilitando a
redução do preço. Esta é uma impressão de acumulação profissional
muito importante.

Com relação à localização dessas grandes negociações,


queremos vê-las na parte inferior da área como um verdadeiro
reflexo do bloqueio. Se virmos esses volumes enormes no topo, não
faria muito sentido pensar na possível absorção das vendas.

Em seguida, o que queremos ver é iniciativa de compra:


agressão ao ASK que sugere a intenção de entrar no mercado de
forma direcionada, empurrando o preço para cima. Queremos ver
estes desequilíbrios permanecerem abaixo do preço de fechamento
da vela, o que sugerirá que esta agressão teve alguma continuidade
para o lado positivo.
Em essência, uma SOSbar é exatamente isso, agressão por
parte de grandes operadores que conseguem um grande movimento
de preços. A diferença é que através da análise de velas, vemos a
representação final e não o cruzamento de ordens que ocorre dentro
dela.
Aqui podemos observar um gráfico teórico genuíno de um giro
em alta. Se analisarmos, antes do giro já podemos ver uma
absorção potencial na vela que marca um Delta -536. É um exemplo
muito bom para destacar a importância do Delta. Depois deste -536
segue-se uma vela em alta, isso é um primeiro indício de que
possivelmente estamos diante de uma absorção, pois se o que foi
executado ali fossem realmente vendas agressivas, o preço teria
continuado a cair. Em vez disso, o preço reage subindo; mas esta
vela em alta não tem muito compromisso, pois por um lado não deixa
nenhum desequilíbrio para apoiar seu movimento, e por outro lado o
delta não é muito significativo em relação ao que vimos
anteriormente. O mais provável é que o mercado ainda não esteja
pronto para subir.

A partir daí, desenvolve o giro efetivo em um padrão de duas


velas. Novas absorções podem ser vistas nessa grande primeira vela
de baixa que é acompanhada por um delta de -312 para depois
aparecer uma vela de iniciativa em alta com desequilíbrios no ASK,
um volume relativamente alto e um delta de +607 evidenciando agora
uma clara rotação em favor dos compradores.
6.4 PADRÃO DE CONTINUIDADE

Os padrões de continuidade servem principalmente para confirmar a


direcionalidade originada no giro anterior, além de nos permitir
identificar pontos onde buscar a incorporação quando um movimento
de tendência está em andamento.

Este padrão é composto por duas ações: a criação do


controle e seu posterior teste.

Este padrão é o sinal mais claro de interesse em favor de uma


direção. A visualização é feita através de desequilíbrios. É
essencialmente o mesmo que a iniciativa com a única diferença de
que ela ocorre uma vez iniciado o movimento.

Mesmo que pudéssemos determinar um controle com um


único desequilíbrio, o melhor é esperar pelo aparecimento de pelo
menos dois desequilíbrios. A lógica é que quanto mais desequilíbrios
os operadores forem capazes de gerar, mais solidez terá a área.
Novamente, deve-se levar em conta que, dependendo de quão
exigente é a parametrização do software, ele mostrará mais ou
menos desequilíbrios. É por isso que não devemos ficar presos em
definições teóricas que não são inteiramente objetivas. O fato de
haver apenas um desequilíbrio em vez de dois ou três juntos não
significa que este evento não possa ser tratado como um controle.
Isso ocorre porque a ação de controle não se trata apenas de
desequilíbrios; deve-se atender a outras características, tais como
intervalo da vela, nível de fechamento da vela e volume operado.

Assim, identificamos um controle em alta quando vemos


desequilíbrios na coluna ASK de uma vela com bom volume que
consegue fechar no terço superior do intervalo total. De preferência,
quanto mais abaixo do intervalo da vela os desequilíbrios são, mais
forte é a ação.
Da mesma forma, identificamos um controle em baixa sobre
os desequilíbrios (quanto mais alto o intervalo da vela, melhor) na
coluna do BID sobre uma vela em baixa com alto volume que se
fecha no terço inferior de seu intervalo.

Se ainda não tivemos a possibilidade de entrar no padrão de


giro depois de ver a absorção e a iniciativa, a criação dos controles
nos oferecerá uma nova possibilidade para nos juntarmos, desde que
ainda haja uma distância considerável do nível em que
estabeleceremos a meta.

Os participantes que geram o padrão têm tido a capacidade


de superar agressivamente os operadores na coluna oposta em
termos do número de contratos negociados. Esta ação é muito
relevante pois não é um desequilíbrio simples e isolado, mas
possuem ímpeto suficiente para criar três desequilíbrios consecutivos
em diferentes níveis de preço.

Após vermos um padrão de giro, se observarmos esse tipo de


impressão, isso nos oferecerá maior confiança de que estamos
posicionados a favor da maioria do dinheiro profissional.
T

Trata-se de um movimento que vai testar uma área anterior onde


operadores agressivos (controles) entraram potencialmente.

Os controles identificam de forma natural uma forte área onde


se supõe que os operadores que causaram o desequilíbrio anterior
irão reaparecer caso o mercado revisite a área.

É essa a lógica subjacente por trás dessa ação em particular.


Vamos favorecer o fato de que esses operadores defenderão sua
posição não deixando que o preço se mova contra eles, nos
oferecendo assim uma boa oportunidade.

Portanto, o que vamos procurar é o desenvolvimento de um


novo padrão de giro sobre a área. Uma área que englobará os níveis
de preços identificados no controle. Neste contexto, é possível que a
ação de absorção não seja tão notável, uma vez que o grande
esforço já foi feito anteriormente. O que deveria ser evidente é uma
nova demonstração de iniciativa que sugere a entrada agressiva de
tais operadores defendendo sua posição. Este deveria ser o sinal
definitivo para entrar no mercado.

Em algumas ocasiões, tal teste se desenvolverá muito


rapidamente na próxima vela em desenvolvimento. Isto
provavelmente será visto como uma manobra que denota uma falta
de interesse em negociar naquela área, deixando depois uma
reversão total da vela. Em outros momentos, ocorrerá uma pequena
extensão nesta área, onde o preço parece temporariamente rompê-
lo, mas eventualmente se inverte, deixando uma rejeição. E haverá o
momento ocasional em que o teste o deixará praticamente parado. A
chave aqui é ter a mente aberta e ser flexível no que diz respeito à
representação desse teste.

Cabe observar que a falta de interesse deve ser evidente


neste comportamento como em qualquer outra ação de teste
conhecida sob análise de preço e volume. Uma clara evidência desta
inatividade, como já sabemos, seria observável através de um
volume relativamente baixo.

Neste exemplo, o preço acaba de provocar um giro em alta e


está no meio do movimento. O controle em alta é criado nesta vela
ascendente de intervalo amplo, bom volume e delta positivo.
Identificamos o nível de desequilíbrio que também coincide com o
VPOC da vela e o ampliamos para a direita como área potencial de
busca de operações longas. O preço posteriormente retrocede
sobre este nível e gera um giro em duas velas com boa rotação no
delta. É interessante observar como a vela descendente atinge este
nível com uma diminuição no volume denotando rejeição e como a
vela ascendente gera posteriormente um grande volume deixando um
novo desequilíbrio no ASK. A partir daí, o preço continua seu
desenvolvimento em alta.
Neste outro exemplo, vemos como é gerado um controle em
baixa sobre uma vela com grande deslocamento e alto volume, com
um grande delta negativo sugerindo uma forte entrada agressiva por
parte dos vendedores.

Se analisarmos, o desequilíbrio no BID é gerado junto com


outros níveis que tiveram uma alta negociação para que possamos
assumir essa área como um High Volume Node; e este será o que
projetaremos no futuro para buscar a continuação em baixa sobre
ele.
Neste caso, o gráfico é de 15 minutos, portanto, se quisermos
aprimorar a entrada, podemos baixar a temporalidade para 5
minutos para procurar o padrão de giro em baixa: absorção de
compras e iniciativa de vendedores. Caso queiramos continuar
mantendo o marco temporal, esperaríamos o fechamento da vela
que testa este controle para avaliar se os vendedores entraram
novamente e se ativa nosso gatilho de entrada.

A chave, como discutido acima, antes que dois ou mais


desequilíbrios sejam gerados juntos para tratar tal ação como
controle, é que mesmo que seja apenas um, aparece em uma vela
com um um intervalo amplo, perto do volume extremo e relativamente
alto, pois estes são os traços que sugerem a entrada de grandes
operadores.

Para o padrão de continuidade, poderíamos também tratar


como o controle no qual procurar o teste daquele desequilíbrio inicial
que identificamos na iniciativa do padrão de giro. O mais provável é
que cumpra todas as características que procuramos, portanto, seria
a primeira zona a ser projetada para buscar a incorporação.
6.5 FRACTALIDADE

Mesmo que basicamente a leitura deste tipo de padrão seja


orientada para o intradiário, esta lógica pode ser extrapolada da
mesma forma para marcos temporais superiores.

No padrão de giro observável no Order Flow, a absorção e a


iniciativa nada mais é do que uma representação em escala
minúscula do que em outra temporalidade seria um esquema
acumulativo ou distributivo. Poderíamos observar o mesmo padrão
de giro em uma perspectiva um pouco maior (durante o
desenvolvimento de uma ou várias sessões) e seria visualizado na
forma de P e b, onde o sinal nada mais é do que um processo de
absorção, sendo posteriormente representada a iniciativa como o
movimento de ruptura da área de valor.

Presumindo que em uma escala ainda maior teríamos as


estruturas a médio e longo prazo compostas de vários dias a
semanas. Estas estruturas novamente representam exatamente o
mesmo comportamento, onde o processo de absorção seria o
intervalo de acumulação/distribuição, e a iniciativa seria o movimento
de tendência embora em maior escala.

A única diferença é o consumo de tempo que o mercado


precisa para completar tal processo de absorção. No exemplo a
seguir vemos como no gráfico da esquerda se desenvolve em um
padrão de três velas; no central o faz durante o desenvolvimento de
uma sessão; e no gráfico da direita precisa consumir vários dias para
realizar o processo deixando uma estrutura mais clara.
O mesmo acontece com os padrões de continuidade. Em
essência, um controle será parte de um movimento impulsivo
enquanto um teste a esse controle será parte de um movimento
corretivo. É a dinâmica natural dos movimentos de tendência:
impulsos e retrocessos.

Ao observá-lo em uma escala superior, este controle pode ser


identificado no VPOC se lançarmos um perfil sobre toda a seção
impulsiva. Este VPOC representaria a área de controle de todo o
movimento. É por isso que estes são níveis a serem levados em
consideração para buscar o fim de um possível retrocesso e o início
de um novo impulso.

E em uma escala de longo prazo, onde tentamos analisar o


contexto geral, atribuímos a função de controle nos nós de alto
volume (HVN), que representam estruturas de
acumulação/distribuição sobre outros marcos temporais.

Neste gráfico, vemos um exemplo deste conceito de


fractalidade com controles. Lançamos um perfil do último impulso e
identificamos o VPOC dessa parte. Este VPOC pode ser
considerado como a área de controle dos vendedores, portanto, uma
boa estratégia seria tentar incorporar em curto em um futuro teste da
área. A chave para entender o conceito é ter claro que, se esse
impulso em baixa fosse parte de uma única vela, o nível mais
operado dentro dela seria aquele VPOC. Também vemos como este
controle é gerado por um pequeno esquema de redistribuição que
provoca a criação do High Volume Node.

Trata-se da melhor explicação para compreender a


fractalidade do mercado. Como podemos ver, os comportamentos
são sempre os mesmos, independentemente da variável de tempo.
Uma das vantagens desta metodologia de trabalho é a seguinte.
Uma vez internalizada, podemos estar em condições de cobrir de
forma mais sólida a operação em diferentes temporalidades.
PARTE 7. WYCKOFF 2.0

Chegamos à parte final depois de termos apresentado o que, em


minha opinião, são os princípios mais sólidos para operar de forma
discricionária e técnica nos mercados financeiros. É o que eu chamei
de Wyckoff 2.0.
Se trata de reunir as principais ideias da metodologia Wyckoff;
os princípios da teoria do leilão e das ferramentas de Volume Profile
e Order Flow, a fim de propor os cenários mais robustos possíveis.

M W

É a base estrutural da abordagem operacional principalmente porque


se baseia em uma lógica subjacente real, porque nos fornece um
contexto para definir cenários e porque nos oferece diferentes
ferramentas analíticas com as quais podemos avaliar quem pode
estar no controle do mercado.
Falamos, portanto, de lógica subjacente devido ao marco
teórico por trás dela. São muitos os conceitos que Richard Wyckoff
tentou disseminar, mas sem dúvida os mais relevantes foram as três
leis fundamentais e os processos de acumulação e distribuição.
Dentre as três leis, se existe uma que se destaca como
padrão associado com a metodologia Wyckoff, é a Lei da Oferta e
Demanda. É o verdadeiro motor dos mercados financeiros, embora
tenham evoluído. Independentemente do tipo de participante,
intenção, avaliação ou qualquer coisa relacionada com o
posicionamento de uma ordem, no final trata-se de executar uma
transação, comprar e vender; e isto é universal.

Além disso, os processos de acumulação e distribuição, indo


de mãos dadas com a lei de causa e efeito, nos dão uma imagem
muito genuína de como o mercado se move. Sem dúvida, para
visualizar um efeito na forma de tendência de alta será necessário
primeiro desenvolver uma causa acumulativa; e que para que um
efeito de baixa ocorra será necessário primeiro desenvolver um
processo distributivo. Outra questão muito diferente é como tais
processos se desenvolverão.
Por outro lado, precisamos enfatizar a importância de ter um
contexto claro sobre no qual nos orientarmos. Esta é uma das
seções mais importantes da estratégia, pois nos permite suscitar
certos movimentos com base na forma como o preço está se
comportando até o momento presente.

Compreendemos que a interação entre oferta, demanda,


compradores e vendedores cria estruturas que, embora não na
forma, mas em substância, são constantemente repetidas. A
identificação genuína destas estruturas nos ajuda a reconhecer o
contexto em que nos encontramos para favorecer o desenvolvimento
para um lado ou para o outro. Neste momento, vale a pena destacar
o que entendemos por fractalidade e como estruturas menores se
encaixam em estruturas maiores.
Por último, a abordagem da metodologia Wyckoff nos fornece
uma série de ferramentas analíticas para avaliar quem está
assumindo o controle do mercado durante o desenvolvimento das
estruturas.

A maioria das ações do mercado nos fornece informações


sobre o compromisso dos compradores e vendedores em ganhar o
controle do mercado. O fato de desenvolver um movimento de uma
maneira específica ou o simples fato de não conseguir desenvolver
um certo movimento nos deixa pistas muito sutis com as quais
podemos avaliar a solidez ou debilidade fundamental.

Por último, as análises sob a Lei de Esforço e Resultado são


muito úteis a fim de determinar a harmonia ou divergência nos
movimentos. No final, é uma questão de tornar a análise o mais
objetiva possível e acrescentar vestígios em favor de um lado ou do
outro para determinar quem tem mais probabilidade de estar no
controle.

T L

Apesar de Richard Wyckoff não ter utilizado estes conceitos em seus


estudos, o equilíbrio e o desequilíbrio ainda são os raciocínios por
trás dos movimentos laterais e de tendência.

Um intervalo de acumulação e distribuição, termos que


Wyckoff utilizou, são exatamente áreas de equilíbrio onde
compradores e vendedores intercambiam seus contratos como um
sinal de eficiência do mercado, um termo utilizado pela teoria do
leilão. O mesmo se aplica aos movimentos de tendência para cima e
para baixo, que em essência representam ineficiência e desequilíbrio.
Em última análise, a lógica subjacente dos princípios da
metodologia Wyckoff se baseia exatamente nisso, na teoria do leilão,
a aceitação e rejeição de certas áreas; e é isso que estou tentando
transmitir a todos que se referem a essa abordagem como um
método ultrapassado e totalmente inoperante para os mercados de
hoje.
Além do mais, incorporamos o princípio de que o mercado, a
fim de facilitar a negociação entre seus participantes, sempre
procurará deslocar-se para antigas áreas de alta atividade onde
tanto compradores quanto vendedores intercambiaram um grande
número de contratos. Este princípio é tremendamente útil para uma
análise mais precisa e para a localização de áreas lógicas de
obtenção de lucro.

V P

O Volume Profile é uma ferramenta que identifica de forma objetiva


as áreas de negociação e os níveis operacionais mais
importantes, baseados no volume.
Para os operadores Wyckoff a análise dos perfis nos ajuda a
melhorar a identificação das estruturas principalmente para
aqueles casos em que se desenvolvem de forma mais imprecisa,
onde os eventos não são tão facilmente identificáveis.

Outro uso interessante que nos oferece é a determinação do


viés do mercado mediante a análise das zonas de negociação e dos
níveis operacionais; além da análise da saúde das tendências
mediante uma avaliação contínua da evolução das áreas de valor.
Para os operadores que não consideram a abordagem da
metodologia Wyckoff, os perfis de volume também fornecem um
contexto para a definição de cenários baseados nos princípios
operacionais com as áreas de valor. Apesar de ser verdade que
levar em conta todas as ferramentas analíticas oferecidas pela
metodologia Wyckoff pode nos ajudar quando se trata de favorecer a
operação de um lado ou do outro, estes princípios operacionais por
Volume Profile também servem como um mapa com o qual se pode
esperar movimentos de preços específicos.

Por último, também pode ser tremendamente útil ter em conta


ao calibrar a gestão de posições; tudo o que tem a ver com a
entrada de operações, a colocação do stop loss e o estabelecimento
de lucros.

O F

Depois de estudarmos em profundidade todos os aspectos que têm


a ver com o cruzamento de ordens e de destacar os problemas de
sua análise isoladamente, estamos em condições de limitar seu uso
somente nas áreas chave de operação.

Devido à discrição envolvida, o uso de qualquer tipo de análise


do Order Flow sem nada mais em mente não parece ser a maneira
mais sólida de abordá-lo. Se for uma ferramenta subjetiva em si
mesma, não ter um roteiro claro pode fazer com que a operação se
transforme em lançar uma moeda ao ar.

É aqui que entra novamente a importância de ter um contexto


claro e um viés direcional estabelecido. Só quando estamos em uma
situação de entrada potencial é que é o momento de, colocar a lupa
e observar como o cruzamento de pedidos está ocorrendo para
validar nosso gatilho de entrada.
Tendo como base fundamental os desequilíbrios, a análise
proposta envolveria principalmente a identificação dos dois principais
comportamentos nos giros do mercado: absorção e iniciativa.

Além disso, e se ainda não pudermos entrar em tal giro, ainda


temos a possibilidade de propor uma entrada com um padrão de
continuidade, através da identificação de mais controles de teste.

Baseando-se na percepção de valor que temos estudado com a


teoria do leilão, o contexto e as ferramentas analíticas oferecidas
pela metodologia Wyckoff, assim como a análise dos níveis e áreas
de negociação identificadas pelo Volume Profile, vamos propor
diferentes estratégias operacionais.

Com o objetivo de facilitar a compreensão desta seção, é


apresentado a seguir um esquema resumido de todo o processo:

1. Análise do contexto para o viés da direcionalidade

A. Intervalo

ii. Nos extremos


iii. No interior

B. Tendência
i) Interagindo com a área de valor

ii) Fora da área de valor

2. Identificação de áreas e níveis operacionais dependendo


do tipo de estratégia

A. Áreas operacionais de estruturas sob a metodologia


Wyckoff

B. Áreas de negociação: HVN e LVN


C. Níveis operacionais: VAH, VAL, VPOC e VWAP

3. Planejamento de cenários com base na localização atual


do preço

A. Protocolo de validação contínua

B. Cenário alternativo
4. Gerenciamento de posições

A. Entrada

B. Stop Loss

C. Take Profit
7.1 ANÁLISE DO CONTEXTO

O primeiro passo a ser dado ao analisar qualquer gráfico é


determinar o contexto em que o preço está: intervalo ou tendência.
Vamos ver um breve resumo das possibilidades operacionais,
dependendo do contexto:

Neste gráfico, temos um esquema de acumulação ideal.


Constatamos como o contexto operativo oferecido pela metodologia
Wyckoff coincide com os princípios operativos por Volume Profile.

Dentro das três primeiras oportunidades operacionais nos


extremos (1) do contexto do intervalo, encaixaria com o princípio de
operar no intervalo por Volume Profile.

Depois do Spring, o preço recupera a área de valor e vemos


novamente a confluência de ambos os princípios: através da
metodologia Wyckoff buscaríamos um teste para a parte alta da
estrutura enquanto que através do Volume Profile ativaríamos a
operação de reversão onde buscaríamos uma visita ao extremo
oposto da área de valor do perfil. Este movimento para o extremo
oposto, estaríamos em condições de aproveitá-lo em primeiro lugar
sobre o Spring e, em segundo lugar, se nos deixar uma oportunidade
operacional no interior (2), seja no teste potencial do Spring ou em
algum LPS superior.
Uma vez que o preço deixe o intervalo de equilíbrio estaríamos
em um contexto de tendência e nesta situação a primeira
oportunidade operacional se encontraria no teste após a ruptura (3)
onde pela metodologia Wyckoff buscaríamos a incorporação sobre o
Creek; e com base nos princípios operacionais do Volume Profile,
seria ativado o cenário de continuidade operacional, em cujo caso
operaríamos no extremo da área de valor, neste exemplo em alta
sobre a Value Area High.

Quando o preço já se encontra no meio do movimento de


tendência, teríamos que trabalhar com o contexto distante da área
de valor (4) onde esperaríamos algum tipo de recuo para procurar a
incorporação ao movimento atual.
7.1.1 Contexto do intervalo

Trata-se da construção da causa do movimento de tendência


posterior que será ou para cima ou para baixo.
Esta fase de rotação pode aparecer no decorrer de uma ou
várias sessões (mesmo semanas). No caso que contenha várias
sessões, é aconselhável traçar um perfil de volume em conjunto, a
fim de identificar as áreas operacionais globalmente.

1. Nos extremos do intervalo. Se observarmos a parada do


movimento de tendência anterior e certa lateralização
posterior, determinaremos que estamos em um contexto de
intervalo dentro de uma área de equilíbrio e a operação
aqui seria baseada na busca de reversões nos extremos da
estrutura, ou seja, comprar em baixa e vender em alta.
2. No interior do intervalo. Se nos encontramos dentro de
um amplo intervalo e temos espaço suficiente, podemos
também considerar a possibilidade de operar em busca dos
extremos. Especialmente recomendável quando temos visto
uma agitação anterior que nos dá um contexto direcional
mais claro.
7.1.2 Contexto de tendência

Quando uma tendência é identificada, o operador deveria operar


somente a favor dela, esperando por recuos para tentar entrar no
mercado.
3. Interagindo com a área de valor em tendência. Se após
a lateralização, ocorre uma ineficiência que lança o preço
para fora de uma área de equilíbrio, devemos avaliar a
possibilidade de que se trata de uma ruptura efetiva ou uma
agitação. Se a análise anterior sugerir que esta poderia ser
a verdadeira ruptura, a negociação aqui será baseada na
busca do teste de confirmação da estrutura rompida ou em
algum nível de negociação mais imediato.

4. Em tendência fora da área de valor. Uma vez confirmada


a ruptura efetiva da zona de equilíbrio anterior, o preço
estará agora em um contexto de tendência e a aceitação
nestes novos níveis onde está sendo negociado nos faz
basear a operação em favor desta direção.
A pergunta que devemos nos fazer constantemente é em que
contexto o mercado se encontra atualmente. A sua resposta
determinará o tipo de estratégia a ser aplicada. Como já sabemos,
as duas únicas condições em que o mercado pode estar são em
equilíbrio ou em desequilíbrio. Portanto, basicamente, vamos
trabalhar com a operação em intervalo e em tendência.

A seguir, vamos nos aprofundar em cada um dos contextos


operacionais:
7.1.3 Operação no intervalo

Sobretudo distinguiremos dois cenários dentro da operação no


intervalo, conforme o preço em relação à área de equilíbrio
analisada:

O fato de que o preço está sendo negociado dentro de uma área de


valor sugere que o equilíbrio está completo entre compradores e
vendedores. Nenhum dos dois está no controle e, portanto, é
esperado que o preço continue a se mover na mesma dinâmica.

O contexto operacional aqui seria favorecer a reversão nos


extremos:
Pela metodologia Wyckoff consistiria em buscar a entrada
na agitação da Fase C. Quer dizer, se estivermos diante da
parte alta da estrutura, favoreceremos o Upthrust; enquanto
que se estivermos na parte baixa, procuraremos o Spring.
Seu desenvolvimento genuíno sugerirá uma visita ao
extremo oposto da estrutura.

Por Volume Profile, tentaríamos operar a reversão nos


limites da área de valor. Portanto, buscaríamos o giro
descendente sobre a Value Area High e o giro ascendente
sobre a Value Area Low. Uma rejeição acima dessas áreas
sugeriria uma visita ao extremo oposto da área de valor.
N

Por outro lado, se o intervalo for suficientemente amplo, algum


cenário poderia ser colocado dentro dele. Pela metodologia Wyckoff,
no caso de observar que o preço tenha possivelmente desenvolvido o
evento de teste na Fase C, seria a entrada no movimento de
tendência dentro do intervalo da Fase D. O único filtro necessário
seria o de ter disponibilidade suficiente para oferecer uma boa
relação risco/retorno.

Neste caso, precisaríamos estar posicionados a favor de


quanto mais níveis operacionais, melhor. O fato de que o preço é
capaz de atingir um desses níveis e efetivamente rompê-lo irá sugerir
que existe algum controle por parte dos operadores nessa direção.
Se também estivermos a favor de um High Volume Node, já teríamos
identificado o viés do mercado.

Dentro de um perfil amplo, podemos identificar diferentes


áreas de alta e baixa negociação. Devemos lembrar que o último
High Volume Node gerado determinará o viés direcional, pelo menos
a curto prazo. Se o preço se mantiver acima, só aumentaremos os
cenários de alta e vice versa se o preço for abaixo.

Um High Volume Node é uma lateralização do preço. Por


pura lógica, se nos encontrarmos acima dele, podemos
sugerir que este HVN seja uma acumulação. Portanto, para
comprar, queremos estar protegidos com um acúmulo
abaixo dele.

O contrário é verdadeiro para as distribuições. Se


estivermos abaixo de uma HVN, ela será identificada como
uma distribuição, o que nos faz pensar que favorecer
posições curtas seria o mais apropriado.

Este tipo de operação dentro do intervalo estará sujeito à


gestão da posição necessariamente ao atingir os extremos da área
de equilíbrio, já que em princípio devemos continuar favorecendo que
nenhum dos lados tenha controle total até que o desequilíbrio final
seja provocado.

Segundo os princípios operacionais do Volume Profile, caso o


preço venha de uma agitação, estaríamos em um contexto de
negociação em reversão aplicando a regra adaptada de 80% onde a
probabilidade, após a reentrada da área de valor, está na visita do
extremo oposto.
7.1.4 Operação em tendências

Após um movimento de intencionalidade que rompe o equilíbrio e


onde a análise sugere que o desequilíbrio está de um lado ou do
outro, procuraremos operar em favor dessa direção, esperando um
teste em algum nível operacional relevante.

Novas informações entraram no mercado provocando o desequilíbrio


e a primeira coisa a avaliar é que não se trata de uma ruptura com
falha que gera uma agitação com a reentrada na área de valor.

Se a análise nos sugere que esta é uma ruptura efetiva, nosso


viés agora deveria ser procurar alguma ideia operacional em favor
dessa direção.

Segundo a metodologia Wyckoff, se observarmos um


movimento impulsivo que rompe intencionalmente a
estrutura, buscaríamos a entrada no teste de ruptura da
Fase D.

Este Este tipo de operação também é útil para os traders


que não operam estruturas. A lógica é exatamente a
mesma. Com base na análise pura do Volume Profile,
poderíamos esperar que o preço deixe uma determinada
área de valor e esperar pela entrada no teste, seria uma
operação de continuação sob os princípios da operação
do Volume Profile.
Com o objetivo de tentar determinar se estamos realmente
diante de uma potencial ruptura genuína, vamos analisar diferentes
traços. É hora de lembrar o conteúdo visto na seção: Como
diferenciar acúmulo e distribuição?

Como traços principais para tentar entender se a ruptura será


genuína, levaremos em conta:
1. A agitação. A ação chave, busca de liquidez. Quanto mais
profunda for a agitação, mais sólido será o cenário. Embora
às vezes ocorram agitações locais (em algum máximo ou
mínimo dentro do intervalo), vamos esperar inicialmente
pela agitação total, pois isso nos dá mais confiança.

2. Ação de preço e o volume após a agitação e no


momento da ruptura. Velas com bom deslocamento e alto
volume denotando controle por um dos lados (compradores
ou vendedores). No momento da ruptura, já que estamos
diante de uma área de liquidez é provável que surja um
volume relativamente alto e que até visualmente se observe
algum pavio. Isto é normal e não deveria inicialmente nos
levar a pensar que poderia constituir uma agitação, pois o
comportamento da absorção tem esta característica: alto
volume e a possibilidade de oscilar. A chave é o que
acontece depois.

3. A reação após a ruptura buscando o não reingresso no


intervalo. Após a ruptura de uma área de valor, devemos
esperar que o preço ganhe aceitação nos novos níveis em
que será negociado. Isto será evidenciado inicialmente por
uma lateralização no mercado fora do intervalo.

Um exemplo que acrescentaria mais força ao cenário de


aceitação seria observar a migração do VPOC para aquela
nova área ou a criação de uma nova área (talvez a de uma
sessão posterior). Isto inicialmente representa aceitação, mas
ainda teríamos que esperar para confirmar a ação, como
vimos na seção sobre migração do VPOC.

E o traço definitivo será obtido ao visualizar a não reentrada


de volta para a área de valor, para o intervalo. Nesse
momento já teremos uma mudança na percepção do valor:
preço + tempo + volume onde a probabilidade estaria na
continuação em favor do movimento de ruptura.

Para destacar que o consumo de tempo após a ruptura não


deveria ser excessivo. O suficiente para gerar um novo VPOC
ou sua migração, mas no momento em que isto acontece o
preço deveria iniciar o movimento de tendência. O impulso por
trás do primeiro desequilíbrio deve desencadear a continuação
com alguma velocidade.

Assim que o preço conseguir se posicionar e ficar fora da área


de valor, determinaremos que ocorreu um desequilíbrio, que este
movimento não foi rejeitado e, portanto, estaremos em condições de
buscar a incorporação em favor desta direção.

Se estivermos em uma potencial ruptura em alta, todo o


volume visto abaixo, bem como aquela área de ruptura
anterior, pode agora ser identificado como uma potencial
acumulação. Como sabemos, o efeito de uma acumulação
será um movimento de tendência ascendente e é aqui que
queremos estar posicionados.

Inversamente, quando nos encontramos em uma situação


de possível ruptura em baixa, se o preço for capaz de
manter essa área e não voltar a entrar na área de equilíbrio
anterior, seremos capazes de identificar tal processo como
distributivo e será o momento de procurar o gatilho com o
qual entrar em venda para aproveitar o movimento de
tendência decrescente subsequente.
F

Poderemos começar a analisar um gráfico onde o preço já está fora


de uma determinada área de valor e está se movendo em busca de
uma área de novo equilíbrio. Neste contexto de movimento de
tendências, é aconselhável esperar pelo desenvolvimento de um
teste em um dos níveis operacionais que identificamos.

Neste ponto é conveniente lembrar os ensinamentos de


Richard Wyckoff sobre como os mercados se movimentam. Sabe-se
que fazem isso sob a forma de ondas de alta e baixa: portanto, o
cenário proposto envolve necessariamente esperar por essa onda
que terá um caráter corretivo antes de continuar na direção do
desequilíbrio de tendência.

A chave agora seria identificar possíveis áreas sobre as quais


se pode esperar que o preço desenvolva tal movimento corretivo. A
metodologia Wyckoff consiste em buscar a entrada no movimento
de tendências fora do intervalo da Fase E. É um contexto confuso
já que esta operação de acordo com a metodologia passa pela
busca de novas velas de intencionalidade (SOS/SOWbar), estruturas
menores e novas agitações (Ordinary Shakeout/Upthrust), mas não
sugere o local em que se espera o desenvolvimento de tais
comportamentos.

Aqui vemos a importância de trabalhar com esses níveis e


áreas operacionais baseadas em volume. Nos ajudam a determinar
locais mais claros onde o preço é viável, bem como nos oferecem
mais uma dimensão para analisar a saúde da tendência. O cenário
ideal, por exemplo, seria esperar pelo desenvolvimento de uma
estrutura menor acima da área onde se localiza um nível operacional
como o VWAP semanal ou qualquer outro.

Um conceito muito interessante é que continuaremos operando


em favor da última acumulação/distribuição até que o mercado
desenvolva uma estrutura na direção oposta ou até que perca a
última zona de valor identificada.
Em um contexto de tendências, vamos apontar a última área
relevante de alto volume que está apoiando esse movimento. Isto é,
se estivermos em uma tendência de alta, teremos muito presente o
último nó de negociação alto (HVN) abaixo do preço atual e se
estivermos em uma tendência de baixa, teremos identificado o último
HVN logo acima do preço atual. Estes nós irão determinar, em última
instância, a mudança no controle do mercado. Portanto, só ocorrerá
um cenário de contra tendência quando esta área for violada. Para
aprofundar este conceito, examine novamente a determinação do
viés de mercado através da análise das áreas de negociação vistas
na seção sobre os usos do Volume Profile.
7.2 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS E NÍVEIS
OPERACIONAIS

Uma vez que já conhecemos o contexto e determinamos o que


queremos fazer (comprar ou vender), o segundo tem a ver com o
local. Trata-se de identificar o local exato onde esperamos que o
preço desenvolva nosso gatilho de entrada.

A lógica operacional é exatamente a mesma para todos os


contextos, perfis e temporalidades: identificar as áreas e níveis
operacionais e esperar que nosso gatilho confirme o desequilíbrio e
entrar no mercado.

Dependendo do tipo de trading que você faz, você pode


adaptar estes mesmos conceitos às suas próprias operações.

Se você é um trader intradiário você pode usar o perfil da


sessão anterior como base para a construção de cenários e
o perfil da sessão atual como apoio.

Se você opera a longo prazo talvez seja mais


interessante analisar o perfil da semana anterior como base
para identificar as áreas operacionais; ou um perfil
Composite para cobrir semanas ou meses e ser capaz de
identificar as áreas de alta e baixa negociação; assim como
levar em conta o VWAP de temporalidades mais altas, como
semanal e mensal.

Se você opera estruturas pode ser recomendável traçar


perfis fixos ancorados às estruturas de trabalho e criar
cenários com base em suas zonas operacionais.
Talvez uma mistura de todos os itens acima possa funcionar
melhor para você. No final, cada operador terá que fazer um trabalho
individual para determinar de que maneira se sente mais confortável,
pois não existe uma regra universal sobre o perfil com o qual
trabalhar. O importante é que os conceitos são exatamente os
mesmos para contextos operacionais diferentes.

Neste ponto, é útil esclarecer que os perfis já concluídos têm


uma relevância maior do que os perfis em andamento. Por pura
lógica, um perfil que ainda está em desenvolvimento é suscetível a
mudanças em seus níveis e, portanto, a importância que podemos
dar a essas reduções. Por outro lado, os perfis concluídos acabam
por representar o consenso final do mercado e seus níveis se tornam
mais relevantes.
Com relação ao período de tempo que os perfis Composite
devem cobrir, não existe uma regra geral. Você pode querer levar em
conta a última semana, a semana atual, o último mês, o mês atual ou
o ano atual. Aqui você tem necessariamente que decidir em uma
base discricionária. Não existe um perfil que seja melhor que outro e,
portanto, é tarefa do operador determinar com qual trabalhar. O que
é recomendado é que estes perfis cubram ações de preços
suficientes tanto acima quanto abaixo do preço atual para que seja
possível identificar áreas chave de negociação, principalmente em
nós de alto e baixo volume.

A busca do gatilho para entrar será feita, portanto,


exclusivamente nas áreas já indicadas, distinguindo entre:

Áreas operacionais de estruturas de acordo com a


metodologia Wyckoff.

Áreas de negociação: HVN e LVN.

Níveis operacionais: VAH, VAL, VPOC e VWAP.


Dependendo do contexto operacional, favoreceremos a
espera em um ou outro nível:
N

Trata-se da clássica negociação de Wyckoff na área de potencial


agitação de máximos/mínimos da estrutura. Agitação operável em si
como uma entrada mais agressiva e o teste da agitação como uma
entrada mais conservadora.

VAH/VAL. Considerando os níveis de negociação do


Volume Profile, também estaremos em condições de buscar
a reversão nos extremos da área de valor, que às vezes
coincidirão com os extremos da estrutura. Operação do
intervalo.

Sempre tendo em mente que devemos ser favoráveis a um High


Volume Node e com suficiente margem, esperaremos o preço sobre:

LVN. Os nós de baixo volume, por sua própria natureza,


estabelecem excelentes áreas para a busca de
oportunidades em potencial. Neste contexto, é ideal
identificar estas áreas por meio de um perfil que abranja
todo o intervalo.
VWAP e VPOC. Seja o da sessão atual para operadores
mais intradiários ou o de um perfil cobrindo vários deles
para operadores de estrutura.

Estes são os níveis que determinam o controle do mercado,


então esperaremos que o preço produza a ruptura efetiva acima
deles e procuraremos a primeira entrada para testar os mesmos.

Tal teste só poderia ocorrer no nível mais próximo, embora


seja verdade que a confluência de ambos os níveis acrescenta força
ao cenário.
Certas vezes o preço após produzir tal ruptura não deixará
nenhum teste e o impulso fará com que o preço se mova
rapidamente, de modo que uma entrada mais agressiva seria dada
após produzir o movimento de intencionalidade que rompe esses
níveis.

E ,

Após o início do desequilíbrio e tendo já avaliado a possibilidade de


continuidade do movimento, vamos esperar por um recuo para
avaliar a entrada sobre:
Nível da estrutura quebrada. Para o operador de
estruturas, esta é outra entrada Wyckoff clássica: Entrada
de teste após uma ruptura. Inicialmente esperaremos o
preço na área do Creek/Ice quebrado, que por sua própria
natureza será um Low Volume Node. Também estaremos
atentos aos níveis operacionais próximos para não
descartar uma entrada no caso de o preço ir para qualquer
um deles, principalmente para o extremo da área de valor.

Extremos da área de valor. O operador intradiário ou um


operador que simplesmente não negocia com estruturas em
mente poderia valorizar a entrada após deixar uma
determinada área de valor (por exemplo, a sessão atual) e
esperar o preço para testar os extremos de sua Value Area
antes de entrar. Continuação de operacionalidade.

VPOC do intervalo. Este será o último nível operacional


sobre o qual esperar por um retrocesso após o rompimento.
Se estiver longe do extremo rompido, é melhor colocar o
cenário em quarentena, pois nesse ponto o preço terá
entrado novamente na área de valor e já terá alguma
profundidade. Neste caso, e sob os princípios operacionais
do Volume Profile, seria necessário ativar o tipo de
operação em reversão com falha que consiga recuperar o
extremo da área de valor.

Contexto de desequilíbrio, portanto, já teremos um HVN


(acumulação/distribuição) a nosso favor.
Deveríamos esperar algum recuo em qualquer nível
operacional em que o preço esteja. Se o primeiro nível for muito
próximo, é provável que procure o seguinte nível para desenvolver
um recuo com certa proporcionalidade em relação ao impulso
anterior.

Níveis de perfil da sessão prévia. Em geral e devido ao


fato de estarmos em um contexto de tendência, os níveis
que o preço encontrará antes corresponderão aos da
sessão anterior (Extremos do Value Area, VWAP e VPOC).
Conforme o desenvolvimento do dia, podemos também
elevar alguns cenários nos níveis da sessão atual.
VWAP semanal. Estaremos sempre muito atentos à
localização do VWAP semanal, pois é especialmente útil
nestes contextos de tendência para procurar sobre ele o fim
do retrocesso e o início de um novo movimento impulsivo.

VPOC do impulso anterior. Além disso, podemos traçar


um perfil fixo do último impulso de preço e ter localizado a
localização de seu VPOC, pois já sabemos que também é
uma área muito interessante para se esperar pelo preço.

LVN. É interessante identificar as áreas de baixo volume


dentro do contexto em que estamos operando. Neste caso
podemos usar diferentes perfis: composite para identificar o
contexto geral; perfil do impulso anterior e perfil das
sessões anteriores.

Para todos os contextos, vamos querer operar em favor de


quanto mais níveis operacionais melhor. É interessante notar que as
áreas de confluência de níveis operacionais são altamente
recomendadas para procurar entradas, destacando a combinação de
VPOC e VWAP.
7.3 PLANEJAMENTO DE CENÁRIOS

Uma vez que tenhamos o contexto claro, conhecendo o tipo de


estratégia que vamos tentar executar e tendo identificado o local no
qual esperar pelo gatilho de entrada, é hora de definir o cenário.

Normalmente o cenário para procurar o gatilho de entrada


será composto de um ou dois movimentos:
U

O preço já estará posicionado a favor de nossa ideia e, portanto, só


devemos esperar por uma simples ação que leve o preço para a
área operacional.

Se com base no contexto o que queremos é comprar, vamos


identificar os níveis operacionais que temos abaixo de onde o preço
é provável que vá.

Se, por outro lado, depois de feita a análise do contexto,


determinarmos que a melhor opção é operar em venda, vamos
identificar os níveis operacionais mais imediatos acima dos quais
procurar um gatilho de entrada curto.

Neste exemplo, observamos que estamos em um contexto de


intervalo e em uma situação de potencial Spring, portanto a
abordagem do cenário seria esperar por um único movimento para
desenvolver o teste e procurar o gatilho para entrar em compra.
D

Podemos querer comprar ou vender somente se determinada ação


de preço ocorrer.

Se baseado na análise do contexto o que queremos é


comprar, mas o preço está abaixo da área de operação, devemos
esperar por um primeiro movimento de posicionamento acima desta
área e um segundo movimento de teste. Agora estaríamos em
condições de procurar o gatilho de entrada.

O mesmo aconteceria se quisermos vender, mas o preço está


acima da área operacional; neste caso devemos esperar por um
primeiro movimento de recuperação da área e um segundo
movimento de teste.

Neste outro exemplo, o que se lê é que estamos em um


contexto de intervalo onde o preço acaba de desenvolver um
potencial Spring e tem uma forte possibilidade de que este seja um
intervalo acumulativo.

Neste preciso momento e conhecendo o mapa do caminho


oferecido pela metodologia, seríamos capazes de esperar pela
entrada na compra depois de ver a ruptura em alta (1) mais o teste
subsequente (2). Pelo contexto queremos comprar, mas o preço não
está em uma área operacionalmente atraente (pois vai enfrentar a
área chave) então é apropriado propor um cenário de dois
movimentos.

Como sabemos, o preço poderia sair em 1 agitação (Upthrust)


e voltar novamente o preço para a área de equilíbrio, mas
inicialmente devemos ser tendenciosos para o lado positivo depois
de vermos que o movimento para baixo e o movimento para cima
atendem às características.

É óbvio que o mercado nem sempre vai seguir nossa


abordagem. Muitas vezes veremos como somos forçados a mudar
nosso sentimento com base no que o preço está fazendo. Esta é a
chave para a análise contínua da reação dos participantes à medida
que novas informações chegam ao mercado.
A melhor maneira de abordar este processo de planejamento
de cenários é através de um protocolo de validação contínua. Trata-
se de reagir ativamente ao que o mercado faz (se X, então talvez Y).
Isto implica que: "Se o preço faz isto, então vamos esperar aquilo". É
uma abordagem ideal para saber a todo momento o que esperar que
o preço faça e estar preparado para agir com o entusiasmo que é
necessário.

“Se o preço romper o Creek, então vou esperar por um teste


para procurar compras. Se, por outro lado, ocorrer uma
ruptura com falha, então esperarei um teste na direção
oposta para entrar em posição curta.”
A chave aqui é avaliar todas as opções possíveis que o
mercado pode desenvolver e, ainda que inicialmente estejamos
tendenciosos em uma direção, devemos sempre levar em conta um
cenário alternativo na direção oposta que nos permita fazer uma
rápida mudança de viés, se necessário.
Por exemplo, quando o mercado se depara com o topo de
uma estrutura. Estamos em uma área operacional, em uma situação
de potencial ruptura em alta ou agitação. Pode ser que, por contexto,
estejamos tendenciosamente inclinados a favorecer a ruptura em alta
e que, portanto, estejamos procurando compras para testar a
ruptura; porém quando chega a hora o que observamos é que o
preço volta a entrar no intervalo, se recusando fortemente a subir e
deixando o que parece ser uma agitação em alta (Upthrust). Nesse
momento, devemos ter capacidade suficiente para interpretar isso
em tempo real e mudar a abordagem do cenário para procurar em
curto.
7.4 GESTÃO DA OPERAÇÃO

Apesar de o elemento mais importante desta combinação ser sem


dúvida a metodologia Wyckoff, já vimos que as ferramentas do
Volume Profile e Order Flow certamente podem ser úteis para
melhorar nosso cenário e nossas abordagens operacionais.

Graças aos princípios da metodologia Wyckoff, estaremos em


condições de definir cenários; graças à identificação das áreas e
níveis de operação por Volume Profile, seremos capazes de refinar
com maior precisão para onde o preço é mais provável de ir; e
graças à precisão do Order Flow, será possível confirmar e calibrar
ainda mais o gatilho de entrada.
7.4.1 Entrada

Independentemente do contexto operacional, o gatilho de entrada no


mercado será sempre uma ação que denote intencionalidade por
parte do grande operador em favor de nossa direção.
Para uma análise pura da ação de preços, continuaremos a
trabalhar com velas significativas:

Sign of Strength bar (SOSbar). Vela em alta de intervalo


amplo com fechamento no terço superior e volume
relativamente alto.
Sign of Weakness bar (SOWbar). Vela em baixa de
intervalo amplo com fechamento no terço inferior e volume
relativamente alto.

Para quem deseja observar o Order Flow, eu recomendaria


apenas trabalhar com os conceitos já explicados:

Padrão de giro: absorções e iniciativas.


Padrão de continuidade: controles e testes.
Essencialmente o que procuraríamos no padrão de giro seria
confirmar que o SOS/SOWbar está à frente; e em caso de perda do
gatilho inicial, poderíamos procurar uma reentrada no padrão de
continuidade.

Como vimos na seção sobre tipos de ordens, os participantes podem


entrar no mercado de diferentes maneiras, basicamente com ordens
Market, Stop ou Limit.

Em nosso caso, vamos usar ordens Stop. É importante


lembrar que estas são colocadas acima do preço atual, se
quisermos comprar; e abaixo do preço atual, se quisermos vender.

Com o desenvolvimento da vela significativa temos um sinal


óbvio de interesse, mas é interessante usar as ordens Stop como um
filtro definitivo que sugere alguma continuidade no movimento iniciado
com a vela gatilho.

Às vezes veremos o desenvolvimento do que inicialmente


parece ser uma vela de intencionalidade e logo após o fechamento, o
preço reverte drasticamente na direção oposta. O que aconteceu é
que internamente houve um processo de absorção em todos esses
níveis de preços e os operadores com maior capacidade estavam se
posicionando no lado oposto. Ao usar este tipo de ordem, ainda que
seja verdade que não estamos salvos desta situação potencial, em
muitas ocasiões em que ela está acontecendo, isto nos impedirá de
entrar no mercado.

Se estivermos realmente diante de um movimento de


desequilíbrio, terá um forte impulso onde continuará a empurrar
nessa direção. Com este tipo de ordem limite, estaremos entrando a
favor do impulso, de desequilíbrio.

Seja qual for o caso, esta seção deve ser avaliada mais
detalhadamente pelo operador. Pode ser preferível entrar com uma
ordem a mercado após o fechamento da vela gatilho, depois de ver
uma agressão sem esperar o fechamento da vela ou mesmo usando
uma ordem de limite para entrar em uma possível retrocesso.
Qualquer uma das opções pode ser válida.

P L

Simplesmente porque você estaria apostando que o movimento que


você espera vai acontecer, e se você lembra, estamos lidando com
um ambiente de total incerteza de modo que não sabemos o que vai
acontecer.
Por exemplo, é possível que você veja um gráfico em uma
situação de potencial Spring. Se a análise estiver correta, sabemos
que o mapa que a metodologia nos oferece passa pela busca de
pelo menos a parte superior da estrutura; por isso você pode pensar
que é uma boa opção colocar uma ordem de entrada Buy Limit à
espera que se desenvolva o teste Spring.
Mas esse teste pode nunca acontecer e, em vez disso, o
preço continuará a cair, confirmando que nossa análise não foi
correta, o que nos levaria a acrescentar uma perda. O problema não
está em assumir essa perda, pois ela é parte do negócio, mas sim
no fato de que a abordagem básica não foi a mais sólida.

No momento em que você vê o potencial Spring e coloca o


Buy Limit, está apostando que o preço desenvolverá dois
movimentos: o de baixa para gerar o teste e o de alta que levará o
preço para o topo do intervalo. E a chave é que só podemos propor
o desenvolvimento de um movimento.

Neste caso, poderíamos inicialmente propor o movimento de


teste de baixa já que estamos em uma posição de potencial Spring;
e uma vez que o preço atinge a área onde "deveria" virar, temos que
analisar novamente a ação do preço e o volume para ver se ocorre o
desequilíbrio que gera o giro de alta e então podemos propor o
próximo movimento ascendente para o Creek.

A ideia fundamental é que devemos fazer uma análise contínua


da interação entre compradores e vendedores; e mesmo que
sejamos tendenciosos em relação ao contexto, devemos confirmar
quando chegar o momento que a abordagem é sólida e que o próprio
mercado a confirma.

Se em uma posição de potencial teste do Spring vemos que


compradores agressivos aparecem e empurram o preço para cima,
isto é o que precisaríamos ver para confirmar que nossa análise
parece correta e, nesse caso, nos ofereceria uma oportunidade
operacional. É preciso lembrar também que ver nosso gatilho de
entrada acima da área proposta não tem nada a ver com o fato de
que tal operação resultará em lucro ou prejuízo. Como já vimos,
novas informações estão constantemente entrando no mercado e
isto pode mudar a percepção dos participantes sobre a segurança a
qualquer momento.
7.4.2 Stop Loss

Do ponto de vista da metodologia Wyckoff, continuaremos a


recomendar a colocação do stop loss no outro lado das velas (barra
SOS/SOW) e estruturas significativas. A lógica é que se os grandes
operadores entrarem ativamente nestes desenvolvimentos,
defenderão a posição caso o preço vá contra eles.
Também, queremos sempre colocar o stop loss no outro lado
do maior número possível de níveis e áreas operacionais.

A primeira área que vamos procurar será um nó de baixo


volume (LVN). Como já mencionamos, por sua própria natureza, esta
área de baixa negociação provavelmente atuará como uma rejeição e
é exatamente isso que estamos procurando: que, caso o preço atinja
esta área, causará um giro em V e que esta rejeição protegerá
nossa posição.
É preciso levar em conta que a outra forma de representar a
rejeição é se o preço romper rapidamente estes níveis de preços. Se
assim fosse, certamente alcançaria e executaria nosso stop de
proteção. Como não sabemos o que pode acontecer, devemos usar
este tipo de área com a premissa inicial de que o tipo de rejeição
que ela representa em uma possível visita futura é o do giro em V.

A lógica de usar o resto dos níveis operacionais que protegem


a posição reside basicamente no fato de que uma grande quantidade
de volume será negociado sobre elas e poderia também atuar como
alavancas que provocam um giro no preço. Alguns poderiam pensar
que se esses níveis atuam como ímãs devido à liquidez que se
encontra sobre eles, por que usá-los para proteger a posição? Se
compramos e temos eles abaixo, com base no princípio de que eles
atuam como ímãs, não seria lógico pensar que o preço irá procurá-
los? A lógica aqui é que no momento da entrada estamos
trabalhando a favor de um desequilíbrio de preços buscando sua
continuação. E, portanto, é o momento em que o preço se afastará
de tais níveis que geralmente representam equilíbrio e aceitação por
todos. Se no momento da verdade o desequilíbrio não for tal, ainda
temos a possibilidade de salvar a posição se, nesses níveis, entrar
novamente participantes que girem o mercado.

Se estivermos em uma situação de potencial Spring e virmos o


aparecimento de uma SOSbar, estaremos em condições de entrar
no mercado com uma ordem Buy Stop na ruptura acima da vela
deixando para trás o local de Stop Loss ou abaixo da própria vela de
gatilho (#1) ou abaixo de toda a estrutura (#2).
Em qualquer um desses dois pontos, o Stop Loss seria
protegido primeiro pelos desequilíbrios gerados na vela gatilho; por
algum VWAP que tenha sido gerado, e pela Value Area Low do perfil
da estrutura que em essência é a Low Volume Node.

Neste exemplo em baixa, se a barra SOW aparece nos


oferecendo o gatilho de entrada curta, colocaríamos a ordem Sell
Stop abaixo de seu mínimo e também teríamos vários locais para o
Stop Loss: logo acima de seu máximo (#1), no máximo mais alto
gerado no giro (#2) e do outro lado do VPOC do perfil (#3).

Estaríamos protegidos pela própria vela, por algum VWAP e


pela Value Area Low do perfil que além de ser um Low Volume Node
neste caso coincide como o ICE (suporte) da estrutura.

É preciso fazer uma observação a respeito do VPOC do perfil.


Neste exemplo, temos isso um pouco mais longe, mas ainda é um
nível relevante a ser levado em conta. O operador deve analisar se
colocar o Stop nesse nível ainda teria uma relação
Risco:Recompensa aceitável.

Esta é uma das peculiaridades das abordagens discricionárias


a qual devemos nos adaptar ao comportamento do mercado. Às
vezes, todos os níveis convergirão em um intervalo muito estreito, o
que nos dá maior confiança; enquanto outras estarão certamente
separadas e teremos que avaliar qual a localização mais ideal e se o
risco vale a pena.
7.4.3 Take Profit

Em meu primeiro livro "A Metodologia Wyckoff em Profundidade" já


listei as possíveis ações que poderíamos usar para obter lucros.
Falamos principalmente sobre:
1. Evidência de barra climática. Particularmente útil quando
não temos nenhuma referência à esquerda do gráfico.

2. Após o desenvolvimento da Fase A de parada do


movimento de tendência anterior.
3. Em áreas de liquidez geradas por giros de preço
relevantes (máximo e mínimos anteriores).

Graças à incorporação do Volume Profile, podemos


acrescentar uma nova forma objetiva ainda mais útil quando temos
negociação de preços na direção em que queremos obter lucros.

4. E

Trata-se de utilizar os High Volume Nodes que temos na direção da


operação. Já conhecemos a natureza magnética de tais áreas e é
por isso que elas nos proporcionam certa confiança para usá-las
como objetivos.

Apoiado pela teoria do leilão, após um desequilíbrio, o


mercado vai procurar encontrar operadores com o viés oposto que
estejam dispostos a negociar novamente. É por isso que o preço se
deslocará para essas áreas onde anteriormente havia alta
negociação, já que é esperado que a mesma coisa aconteça
novamente.
É muito importante lembrar novamente da mentalidade de
curto prazo do mercado onde as últimas áreas de negociação terão
uma maior relevância em termos de atração de preços do que as
áreas mais antigas.

O conceito de High Volume Node ao estabelecer o objetivo


pode ser um pouco ambíguo. O HVN é uma área, e a ordem para
obter lucro é um nível de preço específico, onde exatamente colocá-
lo? Para este fim, é muito interessante levar em conta o VPOC
dessa área de valor em particular. O HVN nos serve para identificar
a área provável de visita de preço e seu VPOC para a localização
exata do objetivo.
Para uma operação mais intradiária, pode ser tremendamente
útil ter identificado o Developing Volume Point of Control
(DVPOC). São níveis de preços que foram, em determinado
momento, o VPOC de uma sessão, não importando se eles foram ou
não o VPOC final daquela sessão. Como sabemos, o VPOC da
sessão está mudando com base nas negociações que são feitas, e
este nível representa essa dimensão de mudança. Em resumo, o que
estamos tratando é de um nível de alta negociação e, portanto, com
maior probabilidade de ter um certo comportamento magnético.

Neste exemplo, vemos como o preço distribui neste perfil na


forma de P e o desenvolvimento em baixa vai buscar um antigo
DVPOC abaixo (1) para virar novamente na forma de V para ir testar
novamente outro DVPOC da sessão atual acima (2).
É preciso levar em conta apenas os DVPOCs que não foram
testados. Neste exemplo, vemos outros DVPOCs que já foram
testados e, portanto, não seriam válidos para o estabelecimento de
objetivos, como o caso 3.

O mesmo seria válido para o naked VPOC. Ainda não


falamos sobre este nível porque sua utilidade é quase
exclusivamente orientada como um possível nível objetivo. Os naked
VPOC são VPOC de sessões anteriores que não foram testados. Ao
contrário dos DVPOC, os naked VPOC foram os VPOC definitivos
da sessão. Existem estatísticas que afirmam que os VPOCs das
sessões anteriores são testados nos dias seguintes com uma alta
probabilidade. É por isso que eles são muito interessantes de se
levar em conta.

No exemplo a seguir vemos o magnetismo que estes níveis


exercem atraindo o preço e até mesmo gerando um giro posterior.
Nos dois gráficos foram usadas configurações diferentes para
exibir especificamente um ou outro nível (DVPOC e nakedVPOC).
Recomenda-se o uso de ambos, pois, por sua própria natureza,
ambos representam zonas anteriores de alta negociação.
7.4.4 O que fazer quando o preço vai sem nós?

Por vezes teremos que ver como mesmo tendo feito uma boa
abordagem de cenário o preço começa o movimento que estávamos
procurando sem ter tido a possibilidade de entrar no mercado.
Se existe uma coisa que não é recomendada é entrar na
dinâmica impulsionada por algum tipo de sentimento negativo tendo
perdido o movimento. Entrar em desespero geralmente não é uma
boa estratégia a longo prazo. Caso o preço passe sem nós, não há
problema, faz parte do jogo, assim como os saltos de stop loss. Se
a ideia subjacente não tiver mudado, podemos continuar a buscar a
entrada em novas áreas operacionais.

É muito mais interessante fazer outro tipo de leitura construtiva


nesta situação, como por exemplo, fazer uma boa análise.
Apesar de ser verdade que nos aproximamos do mercado
com o objetivo final de obter rentabilidade de seus movimentos, o
fato de estarmos corretos na análise deve ser uma razão para
estarmos certamente satisfeitos.

A leitura é que sua análise de quem estava no controle do


mercado e qual foi o movimento mais provável foi boa e isto é
tremendamente importante como exemplo de que, em última
instância, o conhecimento está internalizado e que, ao seguir esta
linha, é uma questão de tempo até que os resultados apareçam.

O que falhou foi somente a visita exata à área onde você


esperava que o preço fosse; ou que o preço não deixou um gatilho
genuíno para gerar o envio das ordens. Seja como for, é preciso
lembrar que não temos absolutamente nenhum controle sobre o
mercado e que nossa tarefa é criar cenários com a maior
probabilidade possível, sabendo que estas situações ocorrerão.
Também é preciso levar em conta que, tendo como uma das
principais regras a conservação do capital, você pode não ter
aproveitado o movimento que esperava, mas pelo menos não estava
posicionado no lado errado do mercado e, portanto, não acrescenta
nenhuma perda.
PARTE 8. ESTUDOS DE CASO

Veremos em detalhes nesta última parte alguns exemplos reais onde


os conceitos teóricos apresentados anteriormente são colocados em
prática.
Como sempre menciono, o que é realmente interessante neste
tipo de exemplo é observar como o mercado tende a apresentar os
mesmos esquemas, mas de maneiras diferentes, dependendo do
momento. Isso é o que queremos dizer quando afirmamos que
devemos dar "flexibilidade" ao mercado no desenvolvimento das
estruturas.

Trata-se de algo que, neste ponto, você já deveria ter


internalizado. A metodologia Wyckoff não se trata de rotular cada
movimento quase como um robô. Isso não faz nenhum sentido e já
explicamos o motivo. Trata-se de analisar o mais objetivamente
possível as ações do mercado (tanto o que ele faz quanto o que não
faz) a fim de dar mais controle aos compradores ou vendedores.

Além disso, esta seção será útil para ver como as leituras do
Volume Profile e do Order Flow são incorporadas ao plano de
trading.
8.1 CRUZAMENTO DE MOEDAS EURO/DÓLAR
($6E)

Gráfico dos dias 2,3 e 6 de julho de 2020. Contexto do intervalo,


operação em extremo; mais o contexto de tendência, operação fora
da área de valor.

É um exemplo muito representativo de quase tudo o que foi


estudado, pois está cheio de detalhes interessantes.

Em primeiro lugar, vemos a parada do movimento


descendente (SC, AR, ST) partindo daí, um novo contexto de
lateralização ou equilíbrio. O UA já sugere a compra intencional na
Fase B, pois consegue testar os máximos da estrutura. Máximos da
estrutura cuja natureza é um LVN (Low Volume Node), conforme
refletido no perfil do primeiro dia. LVN que atua repetidamente como
uma área de rejeição fazendo com que o preço gire até finalmente
cruzar rapidamente. O Spring mais seu teste inicia o desequilíbrio em
alta movendo o mercado para cima com relativa facilidade.
Observando esta ação de potencial Spring no gráfico, vemos
como ocorre o padrão de giro em favor dos compradores
representados com a rotação no Delta (-240 a +183). Nesta primeira
ação devemos enfatizar que na vela de baixa não vemos um
processo claro de possível absorção, como sugerimos procurar; mas
esta é a realidade do mercado. Nem sempre veremos os padrões
teóricos representados da mesma forma e o caso é perfeito para
exemplificar a necessidade de dar flexibilidade ao mercado e estar
preparado para qualquer coisa.

Apesar de não ter visto esse processo de potencial absorção,


o objetivo é que depois de uma vela com intervalo amplo e alto
volume, o preço não tenha continuidade e gire com a mesma
agressividade para o lado positivo (divergência esforço/resultado).

Ficou muito clara a seguinte ação apresentada como um


padrão de continuação com a criação do controle mais o teste. O
controle seria refletido pela área de negociação máxima dentro da
vela em alta. Vemos como o preço vai desenvolver o teste bem
naquela área para continuar o desequilíbrio para o lado positivo a
partir daí.

Em adição à dinâmica de preços comentada dentro do


intervalo, também podemos observar outros sinais no volume como a
diminuição durante todo o seu desenvolvimento, o aparecimento de
uma maior presença do comprador Weis; assim como a leitura do
leilão que podemos fazer do perfil do dia 3. Que o volume representa
um potencial leilão acabado em confluência com potencial Spring é
um sinal muito interessante a assumir como uma falta de interesse
para continuar caindo.

Outro ponto de interesse muito marcante são as continuações


que ocorrem quando o preço está longe da área de valor e em um
contexto de tendência de alta. Aqui aparece o conceito de migração
VPOC para apoiar as possíveis entradas. Observamos como após
as migrações o preço continua seu desenvolvimento em alta (C1 e
C2) quase que imediatamente. Trata-se de um input muito útil para
este tipo de contexto. Na terceira continuação (C3), o mercado
visitará um dos níveis operacionais mais importantes, o VWAP
semanal, para desenvolver um novo impulso ascendente a partir daí.

No que diz respeito aos objetivos, o primeiro (tp1) a ser levado


em conta seria essa antiga área de negociação alta (High Volume
Node) que também deixou um DevelopingVPOC. E sem mais
referências de volume à esquerda, as metas seguintes seriam a
identificação de áreas de liquidez como máximos anteriores
relevantes (tp2).
8.2 CRUZAMENTO DE MOEDAS LIBRA/DÓLAR
($6B)

Gráfico do perfil operacional da semana 29 de junho a 3 de julho de


2020. Contexto do intervalo, operação no interior; mais o contexto de
tendência, operação interagindo com a área de valor.

Neste caso, utilizamos como perfil operacional o configurado


pelo volume negociado durante a semana anterior. Como já
mencionado, não existe um perfil melhor que o outro e, portanto,
cabe ao trader escolher o estilo de negociação que ele deseja
desenvolver. O importante é que o perfil com o qual você decide
trabalhar seja completo para evitar confusão quando os níveis atuais
são modificados.

Na primeira caixa vermelha, estaríamos em uma posição


operacional à espera de nosso gatilho de entrada. Nos encontramos
dentro da área de valor, mas interagindo justamente sobre o VPOC
do perfil, portanto nosso viés nesse ponto, estando acima do VPOC,
deve ser a favor da continuação em alta.
O preço desenvolve uma estrutura menor e numa posição de
potencial Spring coincide com um teste no nível operacional. A partir
daí é gerado um primeiro desequilíbrio ascendente que causa a
ruptura do perfil na parte superior. É muito visual como a Weis em
alta se destaca sinalizando essa alta participação no movimento de
ruptura; e como a ação seguinte denota falta de interesse no
movimento.

Neste exato momento, no final do movimento de ruptura, o


operador, utilizando as ferramentas propostas nesta metodologia,
deveria necessariamente estar favorecendo a continuação em alta.
Principalmente porque acabamos de observar uma pequena
estrutura de acumulação que conseguiu romper para cima, sugerindo
que o controle está aparentemente do lado dos compradores.
Assim como sugerido na checklist operacional, já temos o
primeiro ponto resolvido, que é: o que queremos fazer, seja para
comprar ou vender. Neste caso, e como acabamos de argumentar,
queremos favorecer a compra. Agora precisaríamos responder ao
segundo ponto da checklist, que é: onde vamos querer comprar.
Precisamos identificar o nível em que vamos esperar pelo preço.
Neste exemplo, temos uma área de confluência muito importante: a
Value Area High do perfil semanal rompido, o VWAP semanal (linha
verde) e a extremidade superior da estrutura de acumulação anterior
(Creek).

A identificação do segundo ponto da checklist nos leva


imediatamente ao terceiro, que é a abordagem do cenário. Neste
caso, como já somos a favor do nível operativo, estaríamos
esperando por um único movimento para que o preço se
posicionasse em nossa área operacional.
Assim que o preço chegasse lá, teríamos que esperar pelo
desenvolvimento do nosso gatilho de entrada, que faz parte do passo
número quatro da checklist. Neste exemplo, usamos o Footprint para
visualizar o fluxo das ordens e nos permitiu ver a entrada de
compradores agressivos representados nestas duas velas com delta
positivo de 685 e 793, que também deixaram desequilíbrios na
coluna ASK. Agora, teríamos nossa checklist completa e estaríamos
prontos para enviar as ordens para entrar no mercado.

A gestão de posição recomendada seria colocar uma ordem


buy stop na ruptura da vela em alta, com o stop loss no mínimo da
vela em baixa. Voltando ao gráfico anterior, precisaríamos identificar
um nível operacional interessante sobre o qual obter lucros ou na sua
falta algum máximo anterior que estabeleça uma clara área de
liquidez. Neste caso, mais à esquerda teríamos identificado um
antigo VPOC ainda não testado (nakedVPOC).
8.3 ÍNDICE S&P500 ($ES)

Gráfico do dia 17 de julho de 2020. Contexto do intervalo, operação


no interior. Inicio de reversão em alta.

Neste primeiro gráfico de temporalidade de 15 minutos, temos


a quebra de preços abaixo da área de valor do dia anterior para
começar a desenvolver nessa área um novo intervalo.

Inicialmente e favorecendo o princípio operativo da


continuidade em baixa, a não ser que um contexto de mais longo
prazo tivesse nos influenciado de forma diferente, deveríamos estar
dispostos a favorecer uma entrada curta em um teste potencial à
Value Area Low do perfil da sessão anterior.

Em vez disso, vemos que o preço consegue reentrar nesta


área de valor e o faz precedido por uma agitação para os mínimos, o
que desencadeia o movimento ascendente. Isto reflete a importância
de lidar com diferentes cenários dependendo de como o preço se
comporta e de fazer uma avaliação contínua dos movimentos.
Se examinarmos o gráfico de perto, após reentrarmos na
Value Area o preço volta para fazer um teste na área onde os
VWAPs convergem. Talvez esse teste, porque estava ligeiramente
abaixo do VAL não nos teria dado toda a confiança para operar em
compra; mas a oportunidade aparece em seguida quando o preço
retorna para recuperar o VA e agora ele deixa um teste dentro.
No próximo gráfico com uma temporalidade menor (5 minutos)
podemos ver esta ação com mais detalhes. Neste caso, a estrutura
sob a metodologia Wyckoff é mais reconhecível. Embora a parada
do movimento de baixa não seja muito genuína, vemos alguma
lateralização e o Spring com o teste que origina a ruptura em alta.
Mais uma vez, uma visualização muito útil do indicador de onda Weis
sugerindo o apoio institucional do movimento. Após a ruptura,
nenhuma reentrada na faixa aceitando estes níveis.

Neste momento em que estamos em uma situação de BUEC


potencial para provocar o desequilíbrio de alta, já estamos
esperando o aparecimento do nosso gatilho de entrada que nos
permite lançar as ordens de compra.

Assim, é hora de, pelo menos, começar a visualizar o gráfico


Footprint em busca daquele padrão de giro que nos alerta sobre o
desequilíbrio em favor dos especuladores que estão abrindo
posições de compra.
Isso é exatamente o que vemos representado no quadro
apresentado. Além do fato de que a absorção potencial é visual, é
mais relevante o desequilíbrio que se reflete nesta vela em alta, com
um volume relativamente maior do que a média e com um delta muito
positivo comparativamente. Depois de ver isto, seria sem dúvida o
momento de fazer a ordem de compra.

Como objetivo, teríamos primeiro o extremo oposto da área


de valor, neste caso a Value Area High, um nível que também
converge, como visto no segundo gráfico, com uma antiga área
VPOC.
8.4 CRUZAMENTO DE MOEDAS DÓLAR
AMERICANO/DÓLAR CANADENSE ($6C)

Gráfico do dia 22 de julho de 2020. Contexto do intervalo, operação


em extremos.

O preço inicia a sessão no dia seguinte dentro da área de


valor do dia anterior, onde começa a lateralizar sugerindo um
equilíbrio total entre compradores e vendedores. As avaliações dos
agentes que estão negociando naquele momento são muito
semelhantes, o que causa uma rotação contínua em torno da área
central.

Com este contexto básico; e considerando a hipótese de que


o mercado continua neste estado de equilíbrio, que não chega
nenhuma nova informação que faça com que os participantes mudem
suas avaliações, o princípio operacional para trabalhar é buscar a
reversão nos extremos; ou seja, buscar compras quando o preço
interage com a parte baixa do valor (Value Area Low) e vendas na
parte alta (Value Area High).
Por isso estamos agora prontos para definir os cenários.
Sabemos o que queremos fazer (comprar ou vender) e sabemos o
local exato onde vamos esperar o preço para procurar o gatilho de
entrada. Isto significa ter um plano e não seguir o preço de forma
reativa e por impulso.

Como pode ser visto no gráfico, o preço finalmente vai visitar


a parte inferior da área de valor. Ele realiza um teste muito preciso e
a partir daí se lança para o extremo oposto. Este movimento poderia
ser rotulado dentro dos eventos da metodologia Wyckoff como um
potencial Spring, uma vez que estaria agitando os mínimos da
pequena estrutura que foi gerada durante os dois dias.
Neste exato momento, pode ser útil visualizar o gráfico do
fluxo de ordens para confirmar ou não nosso gatilho de entrada de
compras. Estamos no local certo e, como sabemos que o preço
pode se estender um pouco mais antes de girar, ou mesmo continuar
o desenvolvimento em baixa, precisamos ver a entrada agressiva de
compra acima daquela área para determinar o possível início do
desequilíbrio para o lado positivo.

E bem no local do potencial Spring, vemos o aparecimento


desse desequilíbrio na coluna ASK, o que poderia sugerir a entrada
de especuladores na compra. Seria o sinal que estamos procurando
antes de proceder com o envio de ordens.

Como podemos ver, o preço é lançado em seguida para o


extremo oposto, atravessando toda a área de valor. Este é um
exemplo de operação sob o princípio de 80% do Market Profile.
Princípio que sugere que, caso o preço tente romper uma área de
valor e falhe, reentrando novamente, o preço tem 80% de chance de
atingir o extremo oposto da área de valor. Apesar desta estratégia
ter sido originada para o Market Profile, o mesmo princípio pode ser
usado quando se trabalha com o Volume Profile, devido às
semelhanças em suas teorias.

A obtenção de lucro neste caso seria, portanto, muito clara:


ao testar a Value Area High do perfil operacional. Se o preço atingir
este ponto, a situação seria muito interessante porque estaríamos
vindo de um potencial Spring; que, como todos sabemos, é o evento
que desequilibra o controle da estrutura para o lado positivo.
Portanto, se estivermos certos na análise, ela ainda teria que
desenvolver pelo menos mais um movimento ascendente.

Este seria o mapa que estaríamos manipulando, mas


certamente esse teste para o VAH é nossa primeira área de
gerenciamento. Aqui você poderia decidir fechar a posição inteira ou
deixar algum contrato, mas o que devemos fazer é ao menos
proteger a posição; ou seja, mover o stop loss para o nível de
entrada (que é conhecido como Breakeven).
8.5 CRUZAMENTO DE MOEDAS LIBRA/DÓLAR
($6B)

03 de agosto de 2020. Contexto de tendências, operação interagindo


com a área de valor.

Exemplo de uma operação intradiária favorecendo o contexto


de curto prazo, neste caso, utilizando o perfil operacional da sessão
anterior.
O fato de usarmos perfis de sessões anteriores como uma
estrutura na qual basear nossas operações não significa que os
princípios da metodologia Wyckoff ficam de lado. Como podemos
ver, é essencialmente a mesma coisa, a única diferença está na
temporalidade utilizada.

Qualquer operador Wyckoff com alguma experiência poderia


identificar uma estrutura e rotular todos os eventos que a
metodologia nos ensina dentro desse perfil. E mais, o momento em
que é apontado como a área onde procurar o gatilho de entrada os
analistas mais astutos já terão sido capazes de identificar uma nova
estrutura. Isto é o importante, o contexto, o que você vai favorecer
(comprar ou vender) com base no que o preço faz.
Neste exemplo, depois de ver que estamos vindo de uma
estrutura distributiva, estaremos inicialmente favorecendo a entrada
curta. O próximo passo seria identificar em que ponto vamos esperar
que o preço prossiga para a busca do gatilho. Aqui, a primeira área
interessante é a Value Area Low do perfil.

Durante o dia corrente, o mercado começa a lateralizar,


criando novo valor nesta área. Este é um sinal de aceitação da
distribuição anterior, para que possamos acrescentar mais um input a
favor de nosso cenário de baixa.
Uma vez que o preço se encontra na área de operação
proposta, temos uma importante confluência de eventos, pois por um
lado estaríamos desenvolvendo um teste para a antiga área de valor
rompido; e também este movimento poderia ser parte de uma
agitação na nova estrutura que está sendo formada.

Seria o momento ideal para analisar o gráfico do Order Flow e


ver o que está acontecendo no interior das velas e se, a curto prazo,
nosso gatilho de entrada foi confirmado.

E exatamente nesse local, o que vemos é isto. Um giro em


baixa com muita agressividade de venda. Já na última vela em alta,
podemos sugerir certa absorção de compra evidenciada pelo alto
volume, o grande número de execuções ocorrendo na coluna ASK e
a falta de continuação em alta refletida no pavio superior.

Posteriormente, uma grande participação de venda


evidenciada principalmente pelo grande delta negativo sugere uma
iniciativa de venda e o possível início do desequilíbrio em baixa. A
próxima vela de baixa serviria como uma confirmação definitiva do
controle de vendas: velas de intervalo amplo, com bom volume e
fechamento em mínimos, o que sabemos pela metodologia Wyckoff
como SOWbar (Sign of Weakness Bar).

Estes exemplos são muito instrutivos para ver as infinitas


maneiras em que a mesma ação, assim como neste caso é o giro
em baixa, pode aparecer no gráfico. Algumas vezes ficará muito
claro tanto o processo de absorção quanto o de iniciativa; outras
vezes não será assim. Uma vez que estamos em uma determinada
área operacional e que temos o apoio do contexto, seria mais
interessante priorizar o surgimento da iniciativa em favor da direção
que esperamos que o mercado avance em vez de visualizar o
processo de absorção anterior, já que podemos ver que isto nem
sempre aparece da maneira mais genuína.

Diferentemente do processo de absorção, a iniciativa seria


uma ação indispensável (para os operadores que decidem analisar o
fluxo da ordem), pois esperamos que esses especuladores
apareçam para desequilibrar definitivamente o controle.

Por último, nesta operação um possível Take Profit estaria


localizado naquele antigo nível que era VPOC e que por sua própria
natureza representa uma alta área de negociação, mesmo a curto
prazo.
8.6 CRUZAMENTO DE MOEDAS EURO/DÓLAR
($6E)

31 de agosto de 2020. Contexto do intervalo, operação no interior.


Princípio de reversão com falha.

Este tipo de operação tende a apresentar maiores problemas


de confiança porque inicialmente viemos da priorização do cenário de
reversão e depois mudamos o viés.

Considerando também como base operacional o perfil do dia


anterior, vemos que no último dia o preço tenta sair desta área de
valor por sua parte superior causando uma rejeição e reentrando no
intervalo. Nesse momento, começamos a procurar a entrada curta
que favorece o princípio da reversão.

A reversão com falha é um exemplo perfeito de por que os


níveis operacionais devem ser usados para administrar a posição à
medida que o preço interage com eles. São áreas decisivas e não
sabemos o que vai acontecer, portanto a única coisa sob nosso
controle é minimizar o risco de nossa operação.
Se logo acima da área de operação identificada vemos uma
reversão como a vista no gráfico, pelo menos duas decisões
poderiam ser tomadas a tempo. Em primeiro lugar, se estivermos em
posição curta, podemos querer fechar a posição e evitar tocar no
Stop Loss mesmo que ele já esteja em uma posição de Breakeven.
Este tipo de gestão ativa, em momentos como este, é muito
importante, pois nos permitirá reduzir ainda mais o risco, podendo
riscar mais alguns pontos para o mercado. Por outro lado, se o
contexto de longo prazo acompanhar, você pode querer entrar em
compra privilegiando este princípio de reversão com falha.

Em caso de considerar uma compra, é preciso levar em conta


um detalhe interessante. Como o gatilho de entrada está abaixo do
VWAP semanal, poderia ser uma boa opção fazer tal operação com
uma menor alavancagem, por exemplo, em um mercado de CFD. É
um exemplo perfeito para avaliar a possibilidade de negociar o
mesmo ativo em mercados diferentes, dependendo da confiança que
nos dá a operação em questão. Se nos encontrarmos em uma
situação como esta em que observamos tais elementos contra o
cenário proposto, o mais aconselhável seria não realizá-la em um
mercado alavancado como o mercado de futuros; e ao contrário, ir a
um mercado que nos oferece um tipo de operação menos
alavancada como os CFDs.
Aprofundando ainda mais neste conceito de trabalhar com
diferentes brokers e mercados, é importante lembrar que você não
precisa necessariamente se meter em nenhum tipo particular de
negociação. Você pode querer fazer operações especulativas de
curto prazo, negociando o ativo em questão no mercado de futuros;
e isto não é incompatível com propor cenários que cobrem uma
maior temporalidade e realizar estas operações de médio prazo
utilizando os CFDs já mencionados; e também ser capaz de realizar
operações de longo prazo com ações à vista ou fundos de
investimentos negociados (ETFs), por exemplo.

Este é um dos benefícios da metodologia, sua universalidade.


Sua leitura, por ser baseada no verdadeiro motor do mercado, a
interação contínua entre compradores e vendedores, é igualmente
válida independentemente do ativo e da temporalidade; com o único
requisito básico de que o ativo em particular tenha liquidez suficiente.
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Wikipedia. (2021). Algorithmic trading. Disponível em:


https://en.wikipedia.org/wiki/Algorithmic_trading
AGRADECIMENTOS

Espero sinceramente que o estudo deste livro possa trazer valor e


permitir que você alcance níveis mais altos em seu desempenho
como trader ou investidor.
O conteúdo é denso e cheio de nuances. A aquisição de todo
o conhecimento é muito complicada com uma leitura simples, por
isso recomendo que você volte a fazer um novo estudo e anotações
pessoais para uma melhor compreensão.

Eu adoraria saber o que você pensa sobre o livro, então eu o


convido a deixar um cometário.

Como você sabe, faço constantemente pesquisas e


compartilho mais informações, por isso te convido a me escrever no
endereço info@tradingwyckoff.com para que eu possa adicionar
você a uma nova lista para receber futuras atualizações de conteúdo
gratuitamente.

Nos vemos nas redes sociais!

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SOBRE O AUTOR

Rubén Villahermosa Chaves é analista e operador independente nos


mercados financeiros desde 2016.

Possui amplo conhecimento sobre análise técnica, bem como


o desenvolvimento de estratégias de trading baseadas na análise
quantitativa.

Através de sua paixão pelo mundo dos investimentos, ele


dedicou uma grande quantidade de treinamento sobre este assunto,
que ele tenta disseminar a partir de princípios de honestidade,
transparência e responsabilidade.
LIVROS DESTE AUTOR

A Metodologia Wyckoff em Profundidade

A metodologia Wyckoff é um método de análise técnica para operar


nos mercados financeiros que se baseia no estudo da relação entre
as forças de oferta e demanda.
A abordagem é simples: quando grandes operadores querem
comprar ou vender, eles realizam processos que deixam seus traços
e que podem ser vistos nos gráficos através do preço e do volume.

A metodologia Wyckoff se baseia na identificação dessa


intervenção do profissional para tentar esclarecer quem tem controle
do mercado a fim de operar com eles.
O ?

▶ Como os mercados se movimentam. O mercado é


formado por movimentos em ondas que desenvolvem tendências e
ciclos.

▶ As 3 leis fundamentais. O único método discricionário que


tem uma lógica subjacente.

1. A lei da Oferta e Demanda.

2. A lei da Causa e Efeito.

3. A lei do Esforço e Resultado.

▶ Os processos de acumulação e distribuição.


Desenvolvimento de estruturas que identificam a ação dos grandes
profissionais.

▶ Os eventos e fases da Metodologia Wyckoff. As ações


chave do mercado que nos permitirão realizar uma análise criteriosa.

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