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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA / DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL / ENF 343 - MANEJO FLORESTAL

PROVA 2 - 17/11/2022 (25%)

NOME: ____________________________________________________ MATRÍCULA: __________NOTA EM 25%______

Questão 1(5%): (a) Escreva uma relação de recorrência da programação dinâmica que possa ser utilizada para resolver
problemas de substituição de equipamentos. Identifique cada termo de sua relação de recorrência. (b) Agora faça as
modificações necessárias e apresente outra recorrência, para análise e resolução de problema de decisão sobre reforma
e condução de brotação de povoamentos de eucalipto?

a) Substituição de equipamentos

 C (1  i)  (t 1)  f n 1 (t  1)
 (reter)
f n (t )  Min t 1 
 n 1 (Substituir)
P0  Rn (t )(1  i)  C1 (1  i)  f n 1 (1) 
n = estágio ou ano do horizonte de planejamento;
t = idade ou tempo de uso do equipamento no estágio n;
P0 = preço de um equipamento novo (zero km);
Cn(t) = custo operacional de um equipamento com t anos de uso, no ano ou estágio n;
Rn(t) = valor de revenda de um equipamento com t anos de uso, no ano ou estágio n;
I = taxa de juros a.a.

b) Substituição de povoamentos
 C (1  i)  (t 1)  f n 1 (t  1)
 (reter)
f n (t )  Min t 1 
 n 1 (Substituir)
P0  Rn (t )(1  i)  C1 (1  i)  f n 1 (1) 
Nesse caso, o equipamento é o povoamento, reter significa conduzir a brotação (talhadia) e substituir significa reformar
(alto fuste). Ao invés de custo operacional teríamos custo de manutenção, ao invés de preço por um equipamento novo
teríamos P0 = custo de reforma. Não teríamos o componente Rn(t) e, tanto para manter quanto para substituição,
adicionaríamos as respectivas receitas pelas colheitas (de alto fuste e de talhadia). Por fim, no caso de reter
substituiríamos o custo de reforma pelo custo de condução inicial da brotação.

Questão 2(25%): Defina uma relação de recorrência e resolva (passo a passo) o problema de conversão do tronco ilustrado
a seguir. Indique a solução encontrada, nesta figura a seguir. O objetivo é maximizar a receita.
Interpretação:

O resultado da otimização indicou uma tora de 3 m para laminação, uma tora para celulose e três toras para energia,
com um retorno econômico total de R$22,5751. Observe que o maior preço por m³ de madeira é para o uso 1
(Laminação). Uma vez que só é possível obter uma tora de 3 m com pelo menos 18 cm de diâmetro, a partir da base),
então a primeira tora é para este uso (laminação). Com isto vamos para o estágio 3. A partir daí, o maior preço é
R$50,00/m³ para o uso 2 (celulose), com toras de 6 m de comprimento. Mas só é possível obter uma tora de 6 m, pois
lá no estágio 9 o diâmetro é exatamente 7 cm (mínimo para celulose) e a partir daí o diâmetro é menor que 7, reduzindo
até 4 cm lá no estágio 12. A partir daí a madeira não seria aproveitada para nenhum dos res usos.

Questão 3(5%): O que é preço-sombra? E custo reduzido?

O preço-sombra (dual price) é a quantia pela qual a função objetivo FO melhoraria (pioraria) quando o lado direito das
restrições (constantes) é aumentado (diminuído) em uma unidade. Ele também pode ser entendido como o que estamos
dispostos a pagar por unidades adicionais de um recurso. Essa informação, no entanto, só tem sentido se as variáveis
envolvidas no modelo forem do tipo real e essa análise tem validade apenas em um certo intervalo de variação das
restrições. É assim chamado Programação Linear e Análise de Sensibilidade porque diz quanto você estaria disposto a
pagar pelas unidades adicionais de um recurso.
O custo reduzido de uma variável do tipo real pode ser interpretado como a quantia de penalidade (positiva ou negativa,
dependendo do problema) que você teria que pagar para introduzir uma unidade daquela variável na solução.
Ou, o custo reduzido é a quantia que o coeficiente da variável de decisão na função objetivo teria que melhorar antes
que fosse vantajoso dar à variável de decisão em questão um valor positivo (diferente de zero) na solução ótima.
Ou, o custo reduzido é a quantia de penalidade que você teria que pagar para poder introduzir uma unidade daquela da
variável de decisão na solução ótima.
O custo reduzido só se aplica a variáveis que na solução ótima são zero

Questão 4(10%): 4) Um empreiteiro responsável pela colheita de madeira de um determinado distrito florestal precisa
alocar seus equipamentos em duas frentes de corte (FC) diferentes, de modo a maximizar seu lucro diário. Os
antecedentes indicam que na FC1 o lucro é de R$ 2,50 / m³, e na FC2 de R$ 3,75 / m³. A frota disponível é composta por
2 skidders, 1 desgalhador e 1 caminhão, os quais podem ser utilizados até 9 horas por dia, sendo que esse tempo pode
ser distribuído nas duas FC sem levar em conta os tempos de deslocamento entre elas (são assumidos como 0 hs). Cada
metro cúbico deve ser processado pelos três equipamentos (skidder, desgalhador e caminhão), não sendo possível alocar
um tipo de equipamento exclusivamente em uma FC e outro tipo na outra FC. As informações sobre o rendimento de
cada uma das máquinas são dadas na tabela abaixo. Formule o modelo matemático.

Rendimento dos equipamentos (horas/m3)


Skidder Desgalhador Caminhão
FC1 0,30 0,20 0,17
FC2 0,40 0,15 0,17

max = 2.5*x1 + 3.75*x2;


0.3*x1 + 0.4*x2 <= 18; ! horas de trabalho do Skidder;
0.2*x1 + 0.15*x2 <= 9; ! horas de trabalho do desgalhador;
0.17*x1 + 0.17*x2 <=9; !horas de trabalho do caminhão;
end
Questão 5(30%): Resolva a aplicação numérica do Exemplo 19.4 (Capítulo 19 do livro de mensuração florestal, Edição 5),
porém, sem aplicação de desbaste, ou seja, para o corte raso aos 60 meses. Com base em sua resposta, você faria ou não
o desbaste exemplificado nesse Exemplo do livro? Ainda sem aplicação de desbaste, qual rotação seria economicamente
melhor: 4, 5 ou 6 anos? Apresente os cálculos.
Questão 6(10%): 2) Uma indústria de laminados tem fechado contratos para três tipos de lâminas que fabrica: espessura
fina, média e grossa. Toda a produção é realizada em duas fábricas, A e B. Segundo os contratos a empresa precisa
entregar 16 toneladas de lâminas finas, 6 toneladas de lâminas médias e 28 de lâminas grossas. A fábrica B tem custo de
produção diária de R$100.000,00 para uma capacidade de 8t de lâminas finas, 1t de lâminas média e 2t de lâminas grossas.
A fábrica A tem custo de produção diário de R$200.000,00 e produz 2t de lâminas finas, 1t de lâminas médias e 7t de
lâminas grossas. Formule o modelo de programação linear de modo que seja possível determinar quantos dias cada uma
das fábricas deverá operar para atender os pedidos ao menor custo possível? (Obs.: a indústria possui mercado para
demanda excedente).

! Xi = dias de operação da fábrica i;


Min = 100.000,00*x1 + 200.000,00*x2;
8*x1 + 2*x2 >= 16; ! produção (t) de lâmina fina;
x1 + x2 >= 6; ! produção (t) de lâmina média;
2*x1 + 7*x2 >= 28; ! produção (t) de lâmina grossa;
end

Questão 7(15%): Quais são as diferenças entre modelos de: programação linear (PL), programação inteira (PI),
programação inteira mista (PIM), programação binária (PB) e Programação dinâmica (PD)? Sugestão: escreva na forma de
uma pequena redação (meia a uma página), contemplando o modelo matemático, pressuposições, restrições, métodos
de análise e possíveis aplicações. Você não precisa consultar a literatura para esta questão; escreva com base no que você
assimilou até este momento.

Todas estas técnicas de pesquisa operacional são métodos de programação matemática para modelagem e resolução de
problemas de otimização que geralmente tem um ou mais recursos escassos para serem distribuídos entre atividades que
podem ou não serem competitivas. PL, PI, PIM e PB são métodos de programação linear, ou seja, a função objetivo é
linear e as restrições são equações ou inequações também lineares. Esses métodos tem como premissas a aditividade, a
linearidade, não negatividade e certeza. Na PL todas as variáveis decisórias podem ser qualquer valor desde que maior ou
igual a zero; na PI as variáveis decisórias podem assumir apenas valores inteiros, incluindo o zero (0); Na PB as variáveis
decisórias somente podem assumir valores 0 e 1; Na PIM algumas variáveis decisórias são inteiras, podendo, inclusive,
serem binárias, e as demais podem assumir qualquer valor maior ou igual a zero. Problemas de PL, PI, PIM e PB são
geralmente resolvidos pelo método Simplex, desenvolvido por Dantzig (1947). No caso da PI esse método é aplicado
sucessivamente, com inclusão de novas restrições, até que seja obtida a singularidade (todas as variáveis inteiras), sendo
este procedimento conhecido como método Branch-And-Bound. Diferentemente, na PD não há restrição quanto à
linearidade e não há um método especifico, como o simplex, para resolver qualquer problema de PD. Para cada problema
é necessário implementar a relação de recorrência para resolução em computador. Esta relação de recorrência é a “função
objetivo” da PD, sendo formulada com base no princípio de otimalidade da programação dinâmica (ou princípio de
otimalidade de Bellman, 1959). A relação de recorrência da PD é uma formula matemática (linear ou não linear), que
relaciona estágios, estados, decisão e retorno. Portanto, está implícito que a PD é uma técnica destinada à modelagem e
resolução de problemas que possam ser subdivididos em subproblemas, geralmente mais simples, ou seja, modelagem e
resolução de problemas em múltiplos estágios inter-relacionados por meio de uma relação de recorrência, construída
com base no princípio da otimalidade de Bellman. Todas estas técnicas analítica são extensivamente utilizadas para
resolução de diversos problemas de decisão, ou de otimização, na engenharia florestal, por exemplo, nas diferentes
etapas do planejamento hierárquico.

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