Você está na página 1de 4

ESTADO DE GOIÁS

DECRETO Nº 10.214, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2023

Regulamenta a Lei estadual nº 20.229, de 18 de


julho de 2018, que dispõe sobre a regularização
fundiária de imóveis urbanos de domínio do
Estado de Goiás ocupados por organizações
religiosas de qualquer culto.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições


constitucionais e legais e tendo em vista o que consta do Processo nº 201900013001379,

DECRETA:

Art. 1º A regularização fundiária dos imóveis urbanos de domínio do Estado de


Goiás ocupados por organizações religiosas de qualquer culto será implementada de acordo com
a Lei estadual nº 20.229, de 18 de julho de 2018, e com o disposto neste Decreto.

Art. 2º Poderão ser empregados como mecanismos da regularização fundiária de


que cuida a Lei estadual nº 20.229, de 2018, os seguintes institutos jurídicos:

I – aquisição direta de imóveis; e

II – concessão de direito real de uso.

Parágrafo único. Ficam dispensados os procedimentos exigidos pela Lei federal nº


8.666, de 21 de junho de 1993, ou pela Lei federal nº 14.133, de 1º de abril de 2021, conforme o
caso, e admite-se a venda direta aos seus ocupantes, nos termos da Lei estadual nº 20.229, de
2018.

Art. 3º No procedimento de regularização fundiária das organizações religiosas, os


seus representantes legais, para a aquisição do respectivo imóvel, deverão apresentar
requerimento à Secretaria de Estado da Administração de Goiás – SEAD, o qual conterá:
I – cópia dos atos constitutivos;

II – cópia dos documentos pessoais desses representantes;

III – comprovante de endereço da entidade;

IV – cópia da matrícula do imóvel; e

V – declaração do exercício no imóvel, em caráter próprio e com exclusividade,


das atividades e das funções religiosas da organização.

§ 1º No pedido administrativo encaminhado à SEAD, a organização religiosa


deverá demonstrar o momento inicial de suas atividades, o ânimo de continuá-las e a finalidade
da ocupação do imóvel público.

§ 2º Para a comprovação da ocupação ininterrupta do imóvel público pela


organização religiosa até o dia 22 de dezembro de 2016, conforme o inciso I do art. 2º da Lei
estadual nº 20.229, de 2018, serão aceitos quaisquer documentos que, com ou sem fé pública,
demonstrem de forma inequívoca a efetiva ocupação.

Art. 4º Os procedimentos da aquisição direta e da concessão de direito real de


uso, para a regularização fundiária, submetem-se ao disposto na Lei estadual nº 20.229, de
2018, e neste Decreto.

§ 1º Será adotado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – IGP-DI para


a atualização monetária anual de que cuida o caput do art. 5º da Lei estadual nº 20.229, de
2018.

§ 2º A redução no valor da compra à vista do imóvel por parte da organização


religiosa adquirente obedecerá aos seguintes percentuais:

I – desconto de 5% (cinco por cento), na hipótese de o valor do imóvel ser inferior


a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);

II – desconto de 10% (dez por cento), na hipótese de o valor do imóvel ser entre
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) e R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais); e

III – desconto de 15% (quinze por cento), na hipótese de o valor do imóvel ser
superior a R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).

§ 3º A contraprestação mensal a ser paga pela organização religiosa


concessionária, nos casos de concessão de direito real de uso, será assim fixada:

I – percentual de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) do valor da avaliação do


imóvel, em relação aos imóveis localizados em zona urbana; e

II – percentual de 1% (um por cento) do valor da avaliação do imóvel, em relação


aos imóveis localizados em área qualificada ou inscrita como rural.
Art. 5º O valor venal do imóvel, na hipótese de alienação por meio da aquisição
direta prevista no art. 4º da Lei estadual nº 20.229, de 2018, será obtido com a avaliação a ser
realizada pelo setor especializado da SEAD, observada a NBR 14.653 da ABNT.

Art. 6º O pagamento integral do preço, se a venda for à vista, ou do sinal mínimo,


se a venda for parcelada, nos termos do art. 5º da Lei estadual nº 20.229, de 2018, deverá ser
realizado pelo adquirente no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da sua cientificação da
decisão favorável da autoridade competente.

Art. 7º Os instrumentos translativos de domínio e os ajustes de concessão de


direito real de uso somente serão outorgados pelo poder público após as organizações religiosas
efetuarem o pagamento das taxas, dos emolumentos e de outras despesas necessárias à
formalização da operação.

Parágrafo único. Quaisquer despesas relativas ao cancelamento dos registros


realizados, oriundas da venda ou da concessão de direito real de uso, fruto da rescisão
contratual serão suportadas pela organização religiosa.

Art. 8º Na hipótese de rescisão contratual, além das consequências previstas no


art. 8º e no parágrafo único do art. 11 da Lei estadual nº 20.229, de 2018, haverá a reversão do
imóvel ao domínio do Estado, independentemente da devolução dos valores pagos pela
aquisição e de qualquer indenização por benfeitorias e acessões realizadas.

Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Goiânia, 7 de fevereiro de 2023; 135º da República.

RONALDO CAIADO
Governador do Estado

Este texto não substitui o publicado no Suplemento do D.O de 07/02/2023


Autor GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS
Lei Ordinária Nº 20.229 / 2018
Legislações Relacionadas Constituição Estadual Nº / 1989
Órgão Relacionado Secretaria de Estado da Administração
Categoria Bens Públicos

Você também pode gostar