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DECRETO Nº 17.

272, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2020

Regulamenta as Seções II, III, V e VI do Capítulo IV do


Título II da Lei nº 11.181, de 8 de agosto de 2019, os
Capítulos V e VI da Lei nº 11.216, de 4 de fevereiro de 2020,
e dá outras providências.

O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício da atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 108 da Lei
Orgânica, decreta:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º – Este decreto regulamenta o estoque de potencial construtivo adicional e os instrumentos


para superação do coeficiente básico – CAbas – de outorga onerosa do direito de construir – ODC –,
de transferência do direito de construir – TDC – e de benefício decorrente da produção de habitação
de interesse social – BPH.

Art. 2º – Os requerimentos de solicitação de ODC, TDC e BPH deverão ser dirigidos ao órgão
municipal responsável pela política urbana, que é competente para seu processamento.

CAPÍTULO II
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 3º – Para aplicação da suspensão ou do desconto previstos no inciso I do § 2º e no § 4º do art. 13


da Lei nº 11.216, de 4 de fevereiro de 2020, o empreendimento deverá ter sido enquadrado como de
interesse social pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte – Urbel –
previamente ao protocolo de projeto.

Parágrafo único – Constatada a descaracterização do empreendimento como de interesse social, a


contrapartida será cobrada do responsável legal ou, se posterior à concessão de certidão de baixa de
construção, do proprietário do imóvel.

Art. 4º – A suspensão da prestação de contrapartida onerosa prevista nos §§ 2º e 3º do art. 13 da Lei


nº 11.216, de 2020, aplica-se enquanto a atividade isenta for exercida no local.

§ 1º – Findo o exercício da atividade isenta, o empreendimento deverá obter nova certidão de baixa
de construção, utilizando-se de um ou mais instrumentos para superação do CAbas.

§ 2º – As atividades complementares necessárias ao funcionamento das atividades dispostas no


inciso III do § 2º do art. 13 da Lei nº 11.216, de 2020, são aquelas classificadas na tipologia de
serviços de alimentação do Anexo XIII da Lei nº 11.181, de 2019.

§ 3º – Para hospital, serão admitidas como atividades complementares, além das previstas no § 2º,
as classificadas nas seguintes tipologias previstas no Anexo XIII da Lei nº 11.181, de 2019:
I – serviços técnico-profissionais, agrupados como atividades de atenção à saúde humana e
atividades complementares da saúde humana;
II – serviços de saúde humana.

Art. 4º-A – A exigência de aquisição por meio de ODC de 30% (trinta por cento) da diferença entre o
CAbas e o coeficiente de aproveitamento máximo – CAmax – ou o coeficiente de aproveitamento de
centralidade – CAcent –, prevista no parágrafo único do art. 12 da Lei nº 11.216, de 2020, será
aplicada computando-se nesse percentual as soluções projetuais de gentileza urbana apresentadas e
observando-se o disposto no § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019.

Parágrafo único – A dispensa do cumprimento da exigência de aquisição por meio de ODC de 30%
(trinta por cento) da diferença entre CAbas e o CAmax ou o CAcent, prevista no parágrafo único do
art. 12 da Lei nº 11.216, de 2020, será aplicada aos processos de licenciamento ou de modificação
com acréscimo de área abertos até a data de publicação da Lei nº 11.513, de 6 de junho de 2023,
com volume de TDC superior a 70% (setenta por cento) da diferença vinculado ao projeto.
Art. 4º-A acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 1º)
Art. 5º – O alvará de construção será emitido pelo órgão municipal responsável pela política de
regulação urbana quando constatados a adequação da forma de superação do CAbas e o pagamento
da primeira parcela da ODC.

§ 1º – Quitada a primeira parcela, a consequente emissão do alvará de construção implicará a


obrigação do responsável legal de pagar o restante do valor.

§ 2º – A obrigação prevista no § 1º não se aplica à hipótese de solicitação de cancelamento de alvará


de construção anterior ao transcurso do prazo previsto no § 2º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020,
caso não tenha havido comunicado de início de obra.

§ 3º – Constatado o início de obra sem o pagamento parcial ou total do valor da ODC, será
processada a inscrição do valor devido em dívida ativa, sem prejuízo das demais penalidades
cabíveis.
§ 3º revogado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 8º)

§ 4º – Transcorrido um ano da emissão do alvará de construção sem que tenha havido comunicado
de início de obra, o responsável legal receberá notificação, a título de cobrança, do valor devido como
contrapartida, devendo quitar a dívida no prazo do Documento de Recolhimento e Arrecadação
Municipal – Dram –, sob pena de aplicação das penalidades dispostas no § 6º do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020.
§ 4º revogado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 8º)

§ 5º – O pagamento da primeira parcela da ODC será realizado de forma integral, sendo o desconto
de 30% (trinta por cento) referente aos 100% (cem por cento) do valor da ODC abatido na parcela
subsequente, na hipótese de adoção da opção prevista na alínea “a” do inciso II do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020.
§ 5º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)

§ 6º – O não pagamento do Dram referente à parcela única de 90% (noventa por cento) até a data do
vencimento, na hipótese de adoção da opção prevista na alínea “a” do inciso II do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020, implicará perda do desconto de 30% (trinta por cento), além da aplicação do
disposto no § 8º e de notificação, a título de cobrança, do valor devido como contrapartida, utilizando-
se, nesse caso, o valor da ODC previsto para pagamento parcelado.
§ 6º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)

§ 7º – A opção pela alternativa de pagamento prevista no inciso II do art. 14 da Lei nº 11.216, de


2020, deverá ser realizada pelo responsável legal para a geração do Dram referente à compensação
por superação do CAbas no processo de licenciamento ou de modificação de edificação com
acréscimo de área, conforme orientação contida no Portal de Serviços da Prefeitura de Belo
Horizonte.
§ 7º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)

§ 8º – O saldo devedor de ODC em 1º de janeiro de cada exercício será atualizado com base na
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial – IPCA-E –, apurado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, acumulada nos últimos 12 (doze) meses
imediatamente anteriores ao da atualização, nos termos dos §§ 1º e 3º do art. 14 da Lei nº 8.147, de
29 de dezembro de 2000.
§ 8º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)

§ 9º – Constatado o início de obra sem o pagamento total do valor da ODC ou transcorrido um ano da
emissão do alvará de construção sem que tenha havido comunicado de início de obra, o responsável
legal receberá notificação, a título de cobrança, do valor devido como contrapartida, sem desconto e
em parcela única, devendo quitar a dívida até a data do vencimento do Dram, sob pena de aplicação
das penalidades previstas no § 6º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020.
§ 9º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)

§ 10 – O atraso na quitação de qualquer parcela por um período superior a 60 (sessenta) dias


implicará cancelamento do parcelamento e notificação do responsável legal, a título de cobrança,
acerca do valor referente ao saldo devedor, em parcela única, devendo quitar a dívida até a data do
vencimento do Dram, sob pena de aplicação das penalidades previstas no § 6º do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020.
§ 10 acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)
§ 11 – O não pagamento do Dram até a data do vencimento implicará inscrição do saldo devedor em
dívida ativa, sem prejuízo das demais penalidades cabíveis.
§ 11 acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)

Art. 6º – Na hipótese de modificação de projeto aprovado que contemple acréscimo de área líquida
utilizando ODC, caso a obra não tenha sido iniciada, serão cobrados 10% (dez por cento) do valor
referente ao acréscimo como condição para aprovação da modificação, e os 90% (noventa por cento)
restantes serão cobrados nos termos do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020.

Parágrafo único – Na hipótese do caput, caso a obra tenha sido iniciada, será cobrado o valor integral
referente ao acréscimo de área líquida como condição para aprovação da modificação.

§ 1º – Na hipótese do caput, caso a obra tenha sido iniciada, será cobrado o valor integral referente
ao acréscimo de área líquida como condição para aprovação da modificação.
Parágrafo único renumerado como § 1º pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 3º)

§ 2º – O pagamento do Dram até a data do vencimento garante o desconto de 30% (trinta por cento)
previsto no § 1º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020, sendo a não quitação dentro do referido prazo
motivo de perda do desconto e de inscrição do débito em dívida ativa.
§ 2º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 3º)

Art. 7º – No processo de regularização de edificação com base na Lei nº 9.074, de 18 de janeiro de


2005, o pagamento pela infração ao coeficiente de aproveitamento – CA –será devido a partir da
aprovação da regularização, constituindo condição para emissão da certidão de baixa de construção.

§ 1º – Na hipótese do caput, o CA será cobrado considerando a diferença entre o CA praticado e:


I – o CAbas previsto na Lei nº 11.181, de 2019, nos casos em que a edificação não possuir baixa de
construção;
II – o CA contido na certidão de baixa de construção, quando este seja superior ao CAbas vigente
para o terreno.

§ 2º – Nos processos de regularização de edificação, a área construída continuará integrando o


estoque de potencial construtivo adicional, para fins de monitoramento e controle.

§ 3º – Para fins do disposto no § 1º, será considerada a aplicação de potencial construtivo adicional
adquirido pelos instrumentos descritos nos incisos II a IV do § 2º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019.
§ 3º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 4º)

Art. 8º – Para aplicação do § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019, substitui-se o coeficiente de


aproveitamento máximo – CAmax – pelo coeficiente de aproveitamento de centralidade – CAcent –
para zoneamentos que tenham esse último como limite à utilização de potencial construtivo.

Art. 9º – O órgão municipal responsável pela política de planejamento urbano se manifestará quanto
ao interesse público no recebimento de imóvel como pagamento de ODC, em procedimento de
interface, quando do licenciamento do projeto arquitetônico ou de regularização de edificação.

§ 1º – No âmbito da manifestação prevista no caput, o órgão municipal responsável pela política de


planejamento urbano deverá consultar os demais órgãos municipais acerca do interesse no
recebimento da área.

§ 2º – A efetivação da transferência do imóvel para o Município constitui condição para emissão do


alvará de construção.

§ 3º – Para fins de cálculo da contrapartida, a avaliação do valor do imóvel será realizada pelo órgão
municipal responsável pela administração fazendária.

Art. 10 – Na hipótese de dedução de contrapartida pela superação do CAbas utilizando transferência


do recuo de alinhamento, aplica-se o procedimento previsto no art. 9º.

Parágrafo único – No caso de que trata o caput, a área do terreno – AT –, na fórmula de cálculo do
valor da ODC, corresponde à área do terreno original.

CAPÍTULO III
DO BENEFÍCIO DECORRENTE DA PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 11 – O valor de comercialização da unidade habitacional passível de gerar BPH será definido por
portaria conjunta do órgão municipal responsável pela política urbana e da Urbel.

Art. 12 – A solicitação de geração de BPH deverá ser feita pelo responsável legal do
empreendimento, atendidas as seguintes condições:
I – identificação do detentor de BPH pelo responsável legal;
II – emissão de atestado pela Urbel;
III – certidão de baixa de construção parcial ou total do empreendimento.

§ 1º – O atestado emitido pela Urbel deverá indicar a área líquida das unidades habitacionais
ocupadas por famílias com renda inferior a um salário mínimo e meio que tenham sido
comercializadas dentro do valor a que se refere o art. 11.

§ 2º – O atestado da Urbel constitui condição para concessão da certidão de baixa de construção


total ou parcial do empreendimento.

§ 3º – Para as edificações situadas em Zonas Especiais de Interesse Social – Zeis – e Áreas


Especiais de Interesse Social – Aeis-1 –, considera-se como área líquida a área privativa referente às
unidades habitacionais.

Art. 13 – Verificada a conformidade para geração de BPH, o órgão municipal responsável pela política
urbana emitirá certidão, contendo, no mínimo:
I – identificação do detentor de BPH;
II – área passível de ser transferida referente à parte ou totalidade da edificação para a qual foi
emitida certidão de baixa de construção.

Art. 14 – A recepção de potencial construtivo proveniente de BPH deverá ser solicitada ao órgão
municipal responsável pela política urbana, com a identificação do gerador da qual a área será
transferida.

§ 1º – Verificada a conformidade da transferência de que trata o caput, será gerada certidão de


transferência de BPH, contendo a área transferida e o saldo remanescente do gerador.

§ 2º – A certidão de transferência de BPH deverá integrar a documentação para protocolo de projeto


arquitetônico ou regularização de edificação.

§ 3º – Consumada a recepção de BPH, fica o potencial construtivo vinculado ao imóvel receptor,


vedada nova transferência.

§ 4º – O responsável legal pelo imóvel receptor poderá solicitar cancelamento do potencial construtivo
recebido por meio de BPH e não utilizado, hipótese em que a área retornará ao detentor de BPH.

§ 5º – Caso o imóvel receptor tenha alvará de construção, o cancelamento da recepção de BPH ficará
condicionado ao prévio cancelamento do alvará, desde que a obra não tenha sido iniciada.

Art. 15 – Em observância ao disposto no § 1º do art. 58 da Lei nº 11.181, de 2019, o cálculo para


correspondência entre a área transferida do gerador de BPH e a área recebida pelo imóvel receptor é
dado pela fórmula ALG (m²) x VG (reais/m²) = ALR (m²) x VR (reais/m²), na qual:
I – ALG = área líquida a ser transferida pelo gerador;
II – VG = valor do metro quadrado do terreno do gerador, obtido de acordo com a Planta de Valores
Imobiliários utilizada para o cálculo do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis por Ato
Oneroso Intervivos – ITBI;
III – ALR = área líquida a ser recebida pelo imóvel receptor;
IV – VR = valor do metro quadrado do terreno do imóvel receptor, obtido de acordo com a Planta de
Valores Imobiliários utilizada para o cálculo do ITBI.

Art. 16 – O proprietário da unidade habitacional que gerou potencial construtivo adicional por BPH
somente poderá vender ou transferir o imóvel para outrem com a anuência da Urbel.

CAPÍTULO IV
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR
Seção I
Disposições Gerais

Art. 17 – Os imóveis de propriedade pública ou os imóveis privados que, em sua origem, tenham sido
transferidos pelo Município, pelo Estado ou pela União de forma não onerosa ou sem contraprestação
financeira que venha a equivaler à maior parte da substância econômica do bem não podem se tornar
geradores de TDC, conforme inciso II do § 1º do art. 52 da Lei nº 11.181, de 2019.

Parágrafo único – No caso de instituições filantrópicas, de organizações da sociedade civil e de


organizações religiosas destinadas a fins exclusivamente religiosos, será considerada onerosa a
doação quando acompanhada de obrigação de construção e destinação para finalidade específica
relacionada aos fins da entidade, desde que já concretizada.
Parágrafo único acrescentado pelo Decreto nº 18.310, de 5/5/2023 (Art. 1º)

Art. 18 – Os imóveis edificados geradores de TDC devem estar em situação de regularidade


urbanística, devendo a última baixa de construção emitida corresponder à situação atual do imóvel.

Parágrafo único – Excetuam-se do disposto no caput:


I – a hipótese prevista no art. 24;
II – as situações recomendadas pelo órgão municipal responsável pela política de patrimônio cultural,
desde que atendidas as seguintes condições:
II – as situações recomendadas pelo órgão municipal responsável pela política de patrimônio cultural,
para a geração antecipada de 1/3 (um terço), desde que atendidas as seguintes condições:
Caput do inciso II com redação dada pelo Decreto nº 18.310, de 5/5/2023 (Art. 2º)
a) protocolo acatado do projeto arquitetônico ou da regularização do imóvel tombado;
b) aprovação do projeto arquitetônico ou da regularização de edificação pelo órgão municipal
responsável pela política de patrimônio cultural.

Art. 19 – Os imóveis receptores de TDC devem ter lote aprovado.

Art. 20 – Para requerimento de geração de TDC no setor 1 das Áreas de Diretrizes Especiais – ADEs
– Mirantes, será exigido parecer prévio do órgão municipal responsável pela política de planejamento
urbano com as condições de acesso público permanente qualificado para uso pela ocupação no
imóvel.

Art. 21 – Os imóveis em condomínio somente podem se tornar geradores de TDC caso haja
concordância de todos os proprietários de todas as unidades autônomas.

Art. 22 – O imóvel inserido nas áreas delimitadas para realização de operação urbana consorciada,
ou lindeiro a elas, fica impedido de receber potencial construtivo enquanto a operação urbana
consorciada não for regulamentada em lei específica.

Seção II
Da Transferência do Direito de Construir para o Atendimento ao Interesse Cultural

Art. 23 – Para fins do atendimento ao interesse cultural previsto no inciso I do art. 52 da Lei nº 11.181,
de 2019, são passíveis de geração de TDC os imóveis tombados pelo Conselho Deliberativo do
Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte – CDPCM-BH.

Art. 24 – Para efetivação da transferência antecipada de 1/3 (um terço) do potencial construtivo
prevista no § 3º do art. 52 da Lei nº 11.181, de 2019, devem ser atendidas as seguintes condições:
I – protocolo acatado do projeto arquitetônico ou da regularização do imóvel tombado;
II – aprovação do projeto arquitetônico ou da regularização de edificação pelo órgão municipal
responsável pela política de patrimônio cultural;
III – assinatura de termo de recuperação do imóvel tombado, se for o caso.

§ 1º – O termo referido no inciso III do caput deverá ser firmado pelo proprietário com o órgão
municipal responsável pela política de patrimônio cultural, comprometendo-se a recuperar o imóvel
tombado.
§ 2º – Atendidos os critérios dispostos nos incisos do caput, o proprietário poderá solicitar ao órgão
municipal responsável pela política urbana a emissão de certidão de geração de TDC referente a 1/3
(um terço) do total do potencial construtivo transferível.

§ 3º – Para fins de efetivação da transferência antecipada, o Poder Executivo deverá aferir a área
líquida transferível, sem prejuízo de futuro recálculo no momento do exame do projeto.

§ 4º – A transferência do potencial construtivo restante fica condicionada à:


I – emissão de laudo do órgão municipal responsável pelo patrimônio cultural que ateste o bom
estado de conservação do imóvel tombado;
II – concessão de certidão de baixa de construção.

Seção III
Da Transferência do Direito de Construir para o Atendimento ao Interesse Ambiental

Art. 25 – Para fins de atendimento ao interesse ambiental previsto no inciso II do art. 52 da Lei nº
11.181, de 2019, são passíveis de geração de TDC as reservas particulares ecológicas de caráter
perpétuo e abertas ao público, inseridas em zona de preservação ambiental – PA-1 – da mesma lei.

§ 1º – Para os imóveis previstos no caput, a geração de TDC fica limitada ao perímetro da reserva
particular ecológica instituída.

§ 2º – A definição do fator de interesse ambiental previsto no § 2º do art. 18 da Lei nº 11.216, de


2020, ocorrerá por meio de parecer do órgão municipal responsável pela política de planejamento
urbano.
§ 2º revogado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 8º)

§ 3º – O órgão municipal responsável pela política de meio ambiente deverá emitir parecer quanto
aos atributos ambientais e ao estado de conservação de reserva particular ecológica, que será
processado por procedimento de interface a partir do requerimento de geração de TDC.

Seção IV
Da Efetivação da Transferência do Direito de Construir

Art. 26 – Em observância ao disposto no art. 18 da Lei nº 11.216, de 2020, o cálculo da área


transferível de imóvel gerador é dado pela fórmula AG (m²) = AT (m²) x CAbas – Área líquida da
edificação (m²), na qual:

Art. 26 – Em observância ao disposto no art. 18 da Lei nº 11.216, de 2020, o cálculo da área


transferível de imóvel gerador é dado pela fórmula AG (m²) = AT (m²) x FIC x CAbas – Área líquida da
edificação (m²), na qual:
Caput com redação dada pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 5º)
I – AG corresponde à área a ser transferida pelo imóvel gerador;
II – AT corresponde à área do terreno aprovado em Cadastro de Plantas – CP – válido;
III – CAbas corresponde ao coeficiente de aproveitamento básico para o terreno definido na Lei nº
11.181, de 2019;
IV – Área líquida da edificação corresponde à área total das edificações para as quais tenha sido
concedida baixa de construção;
V – FIC corresponde ao fator de interesse cultural, que é igual a 2,0 (dois vírgula zero).
Inciso V acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 5º)

Art. 27 – Em observância ao disposto no art. 19 da Lei nº 11.216, de 2020, o cálculo para


correspondência entre a área transferida do imóvel gerador e a área recebida pelo imóvel receptor é
dado pela fórmula ALG (m²) x VG (reais/m²) = ALR (m²) x VR (reais/m²), na qual:
I – ALG corresponde à área líquida a ser transferida pelo imóvel gerador;
II – VG corresponde ao valor do metro quadrado do terreno do imóvel gerador, obtido de acordo com
a Planta de Valores Imobiliários utilizada para o cálculo do ITBI;
III – ALR corresponde à área líquida a ser edificada no imóvel receptor;
IV – VR corresponde ao valor do metro quadrado do terreno do imóvel receptor, obtido de acordo com
a Planta de Valores Imobiliários utilizada para o cálculo do ITBI.
Art. 28 – A recepção de potencial construtivo proveniente de TDC deverá ser solicitada ao órgão
municipal responsável pela política urbana, identificando o imóvel gerador de TDC da qual a área
será transferida.

§ 1º – Verificada a conformidade da transferência de que trata o caput, será gerada certidão de


transferência de TDC, contendo a área transferida e o saldo remanescente do imóvel gerador de
TDC.

§ 2º – A certidão de transferência de TDC deverá integrar a documentação para protocolo de projeto


arquitetônico ou regularização de edificação.
§ 2º revogado pelo Decreto nº 18.200, de 19/12/2022 (Art. 2º)

§ 3º – Consumada a recepção do TDC, fica o potencial construtivo vinculado ao imóvel receptor,


vedada nova transferência.

§ 4º – O requerente da transferência poderá solicitar o cancelamento do potencial construtivo


recebido por meio de TDC e não utilizado, hipótese em que as Unidades de Transferência do Direito
de Construir – UTDCs – retornarão ao imóvel gerador.

§ 5º – Caso o imóvel receptor tenha alvará de construção, o cancelamento da recepção do TDC fica
condicionado ao prévio cancelamento do alvará, desde que a obra não tenha sido iniciada.

§ 6º – A certidão de transferência de TDC referente à utilização obrigatória de 10% (dez por cento)
em TDC em conformidade com o § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019, na hipótese do
empreendimento atingir o limite do CAmax ou do CAcent, deverá:
I – integrar a documentação para protocolo de projeto arquitetônico, na modalidade de Alvará na
Hora;
II – ser apresentada posteriormente ao primeiro exame de projeto, na modalidade de Alvará
Convencional.
§ 6º acrescentado pelo Decreto nº 18.200, de 19/12/2022 (Art. 1º)

§ 6º – A certidão de transferência de TDC referente à utilização obrigatória de 10% (dez por cento)
em TDC, em conformidade com o § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019, na hipótese de o
empreendimento atingir o limite do CAmax ou do CAcent, deverá:
I – integrar a documentação para protocolo de projeto arquitetônico, na modalidade de Alvará na Hora
e na hipótese de modificação de projeto que não demande alvará de construção;
II – ser apresentada posteriormente ao primeiro exame de projeto e antes da aprovação do projeto,
na modalidade de Alvará Convencional e na hipótese de modificação de edificação que demande
alvará de construção.
§ 6º com redação dada pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 6º)

§ 7º – A certidão de transferência de TDC deverá integrar a documentação para protocolo de


modificação de projeto aprovado e de edificação regular ou regularização de edificação.
§ 7º acrescentado pelo Decreto nº 18.200, de 19/12/2022 (Art. 1º)

§ 8º – Ressalvadas as condições dispostas nos §§ 6º e 7º a certidão de transferência de TDC, deverá


ser apresentada no comunicado de início a que se refere o § 4º do art. 18 da Lei nº 9.725, de 2009.
§ 8º acrescentado pelo Decreto nº 18.200, de 19/12/2022 (Art. 1º)

§ 9º – Constatado o início de obra sem a apresentação da certidão de TDC ou transcorrido um ano da


emissão do alvará de construção sem que tenha havido comunicado de início de obra, o responsável
legal receberá notificação, a título de cobrança, do valor devido como contrapartida calculada em
ODC, devendo quitar a dívida no prazo do Dram, sob pena de aplicação das penalidades dispostas
no § 6º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020.
§ 9º acrescentado pelo Decreto nº 18.200, de 19/12/2022 (Art. 1º)

§ 9º – Constatado o início de obra sem a apresentação da certidão de TDC ou transcorrido um ano da


emissão do alvará de construção sem que tenha havido comunicado de início de obra, o responsável
legal receberá notificação, a título de cobrança, do valor devido como contrapartida calculada em
ODC, sem desconto e em parcela única, devendo quitar a dívida até a data do vencimento do Dram,
sob pena de aplicação das penalidades previstas no § 6º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020, e de
incidência do § 11 do art. 5º deste decreto.
§ 9º com redação dada pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 6º)
§ 10 – Para a não aplicação do § 9º, ficam o responsável técnico e o responsável legal obrigados a:
I – refazer a reserva de potencial construtivo adicional, para alteração do instrumento de superação
do CAbas;
II – refazer o Termo de Conduta Urbanística – TCU – referente ao projeto;
III – gerar o Dram relativo à opção prevista na alínea “a” do inciso II do art. 14 da Lei nº 11.216, de
2020, e quitá-lo até a data do vencimento.
§ 10 acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 6º)

Art. 29 – Para efetivação da primeira transferência de TDC, o proprietário de imóvel gerador deverá
averbar a certidão referente à constituição do imóvel como gerador de TDC na matrícula ou registro
no cartório de registro de imóveis.

Art. 30 – A irregularidade urbanística ou alteração das características do imóvel que o levaram a ser
classificado como gerador impede a comercialização de UTDCs até que seja sanada a irregularidade
ou revertida à condição anterior, sem prejuízo das demais penalidades cabíveis.

CAPÍTULO V
ESTOQUE DE POTENCIAL CONSTRUTIVO ADICIONAL

Art. 31 – O monitoramento do estoque de potencial construtivo adicional será efetuado pelo órgão
municipal responsável pela política de planejamento urbano a partir de cada unidade territorial
indicada nos Anexos I e II e deverá considerar a existência de impacto urbanístico iminente vinculado:
I – à saturação do sistema viário;
II – ao risco de inundação;
III – à vulnerabilidade climática.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 32 – A certidão de baixa de construção do empreendimento conterá a descrição das formas de


superação do CAbas e, no caso de recepção de BPH, as formas de superação do CAmax ou do
CAcent.

Art. 33 – Na hipótese de ajuste de levantamento ou de as built, verificada a necessidade de


complementação de coeficiente de aproveitamento adicional, deverá ser adotada uma ou mais
soluções previstas no § 2º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019, como condição para emissão da
certidão de baixa de construção.

Art. 34 – A lista completa da documentação necessária à abertura dos requerimentos para geração
de BPH, TDC e ODC será disponibilizada no sítio eletrônico da Prefeitura de Belo Horizonte.

Art. 35 – Para aplicação das fórmulas de cálculo dos instrumentos, enquanto vigorar o período de
transição de três anos previsto no art. 356 da Lei nº 11.181, de 2019, nos casos em que o CAbas
variar em função da categoria de uso passível de instalação no imóvel, prevalecerá o CAbas mais
elevado.

Art. 35-A – O órgão municipal responsável pela política urbana coordenará, em conjunto com o órgão
municipal responsável pela política fazendária, a anulação de ofício de todos os Drams não quitados
relativos ao pagamento do montante de 90% (noventa por cento) de contrapartida em ODC pela
superação do Cabas, no caso de projetos de licenciamento e de modificação com acréscimo de área
que demandem alvará de construção e que tenham sido protocolados até a data de publicação da Lei
nº 11.513, de 6 de junho de 2023.

§ 1º – Cabe ao responsável técnico e ao responsável legal pelo projeto a emissão de novo Dram para
fins de usufruto da condição prevista no art. 6º da Lei nº 11.513, de 6 de junho de 2023.

§ 2º – Os critérios do art. 6º da Lei nº 11.513, de 2023, não se aplicam a:


I – situações de modificação com acréscimo de área que não demandem comunicado de início de
obra;
II – as built, nos termos do Decreto nº 13.842, de 11 de janeiro de 2010;
III – correções derivadas de auditorias de Alvará na Hora de processos em que tenha ocorrido
comunicado de início de obra ou nos quais tenha sido obtido alvará de construção há mais de um
ano.
Art. 35-A acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 7º)

Art. 35-B – Aplica-se o art. 21 da Lei nº 11.216, de 2020, aos projetos de licenciamento e de
modificação com acréscimo de área protocolados até 4 de fevereiro de 2023, inclusive àqueles
empreendimentos de impacto que envolvam licenciamento de edificação, cujos processos estão
abertos e que utilizarão o CAbas previsto no Anexo XVII da Lei nº 11.181, de 2019.”.
Art. 35-B acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 7º)

Art. 36 – Ficam revogados:


I – o Decreto nº 14.154, de 21 de outubro de 2010;
II – o Decreto nº 15.254, de 4 de julho de 2013.

Art. 37 – Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Belo Horizonte, 4 de fevereiro de 2020.

Alexandre Kalil
Prefeito de Belo Horizonte
ANEXO I
(a que se refere o art. 31 do Decreto nº 17.272, de 4 de fevereiro de 2020)
ANEXO II
(a que se refere o art. 31 do Decreto nº 17.272, de 4 de fevereiro de 2020)

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