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O Prefeito de Belo Horizonte, no exercício da atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 108 da Lei
Orgânica, decreta:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º – Os requerimentos de solicitação de ODC, TDC e BPH deverão ser dirigidos ao órgão
municipal responsável pela política urbana, que é competente para seu processamento.
CAPÍTULO II
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR
§ 1º – Findo o exercício da atividade isenta, o empreendimento deverá obter nova certidão de baixa
de construção, utilizando-se de um ou mais instrumentos para superação do CAbas.
§ 3º – Para hospital, serão admitidas como atividades complementares, além das previstas no § 2º,
as classificadas nas seguintes tipologias previstas no Anexo XIII da Lei nº 11.181, de 2019:
I – serviços técnico-profissionais, agrupados como atividades de atenção à saúde humana e
atividades complementares da saúde humana;
II – serviços de saúde humana.
Art. 4º-A – A exigência de aquisição por meio de ODC de 30% (trinta por cento) da diferença entre o
CAbas e o coeficiente de aproveitamento máximo – CAmax – ou o coeficiente de aproveitamento de
centralidade – CAcent –, prevista no parágrafo único do art. 12 da Lei nº 11.216, de 2020, será
aplicada computando-se nesse percentual as soluções projetuais de gentileza urbana apresentadas e
observando-se o disposto no § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019.
Parágrafo único – A dispensa do cumprimento da exigência de aquisição por meio de ODC de 30%
(trinta por cento) da diferença entre CAbas e o CAmax ou o CAcent, prevista no parágrafo único do
art. 12 da Lei nº 11.216, de 2020, será aplicada aos processos de licenciamento ou de modificação
com acréscimo de área abertos até a data de publicação da Lei nº 11.513, de 6 de junho de 2023,
com volume de TDC superior a 70% (setenta por cento) da diferença vinculado ao projeto.
Art. 4º-A acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 1º)
Art. 5º – O alvará de construção será emitido pelo órgão municipal responsável pela política de
regulação urbana quando constatados a adequação da forma de superação do CAbas e o pagamento
da primeira parcela da ODC.
§ 3º – Constatado o início de obra sem o pagamento parcial ou total do valor da ODC, será
processada a inscrição do valor devido em dívida ativa, sem prejuízo das demais penalidades
cabíveis.
§ 3º revogado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 8º)
§ 4º – Transcorrido um ano da emissão do alvará de construção sem que tenha havido comunicado
de início de obra, o responsável legal receberá notificação, a título de cobrança, do valor devido como
contrapartida, devendo quitar a dívida no prazo do Documento de Recolhimento e Arrecadação
Municipal – Dram –, sob pena de aplicação das penalidades dispostas no § 6º do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020.
§ 4º revogado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 8º)
§ 5º – O pagamento da primeira parcela da ODC será realizado de forma integral, sendo o desconto
de 30% (trinta por cento) referente aos 100% (cem por cento) do valor da ODC abatido na parcela
subsequente, na hipótese de adoção da opção prevista na alínea “a” do inciso II do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020.
§ 5º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)
§ 6º – O não pagamento do Dram referente à parcela única de 90% (noventa por cento) até a data do
vencimento, na hipótese de adoção da opção prevista na alínea “a” do inciso II do art. 14 da Lei nº
11.216, de 2020, implicará perda do desconto de 30% (trinta por cento), além da aplicação do
disposto no § 8º e de notificação, a título de cobrança, do valor devido como contrapartida, utilizando-
se, nesse caso, o valor da ODC previsto para pagamento parcelado.
§ 6º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)
§ 8º – O saldo devedor de ODC em 1º de janeiro de cada exercício será atualizado com base na
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial – IPCA-E –, apurado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, acumulada nos últimos 12 (doze) meses
imediatamente anteriores ao da atualização, nos termos dos §§ 1º e 3º do art. 14 da Lei nº 8.147, de
29 de dezembro de 2000.
§ 8º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)
§ 9º – Constatado o início de obra sem o pagamento total do valor da ODC ou transcorrido um ano da
emissão do alvará de construção sem que tenha havido comunicado de início de obra, o responsável
legal receberá notificação, a título de cobrança, do valor devido como contrapartida, sem desconto e
em parcela única, devendo quitar a dívida até a data do vencimento do Dram, sob pena de aplicação
das penalidades previstas no § 6º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020.
§ 9º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 2º)
Art. 6º – Na hipótese de modificação de projeto aprovado que contemple acréscimo de área líquida
utilizando ODC, caso a obra não tenha sido iniciada, serão cobrados 10% (dez por cento) do valor
referente ao acréscimo como condição para aprovação da modificação, e os 90% (noventa por cento)
restantes serão cobrados nos termos do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020.
Parágrafo único – Na hipótese do caput, caso a obra tenha sido iniciada, será cobrado o valor integral
referente ao acréscimo de área líquida como condição para aprovação da modificação.
§ 1º – Na hipótese do caput, caso a obra tenha sido iniciada, será cobrado o valor integral referente
ao acréscimo de área líquida como condição para aprovação da modificação.
Parágrafo único renumerado como § 1º pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 3º)
§ 2º – O pagamento do Dram até a data do vencimento garante o desconto de 30% (trinta por cento)
previsto no § 1º do art. 14 da Lei nº 11.216, de 2020, sendo a não quitação dentro do referido prazo
motivo de perda do desconto e de inscrição do débito em dívida ativa.
§ 2º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 3º)
§ 3º – Para fins do disposto no § 1º, será considerada a aplicação de potencial construtivo adicional
adquirido pelos instrumentos descritos nos incisos II a IV do § 2º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019.
§ 3º acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 4º)
Art. 9º – O órgão municipal responsável pela política de planejamento urbano se manifestará quanto
ao interesse público no recebimento de imóvel como pagamento de ODC, em procedimento de
interface, quando do licenciamento do projeto arquitetônico ou de regularização de edificação.
§ 3º – Para fins de cálculo da contrapartida, a avaliação do valor do imóvel será realizada pelo órgão
municipal responsável pela administração fazendária.
Parágrafo único – No caso de que trata o caput, a área do terreno – AT –, na fórmula de cálculo do
valor da ODC, corresponde à área do terreno original.
CAPÍTULO III
DO BENEFÍCIO DECORRENTE DA PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
Art. 11 – O valor de comercialização da unidade habitacional passível de gerar BPH será definido por
portaria conjunta do órgão municipal responsável pela política urbana e da Urbel.
Art. 12 – A solicitação de geração de BPH deverá ser feita pelo responsável legal do
empreendimento, atendidas as seguintes condições:
I – identificação do detentor de BPH pelo responsável legal;
II – emissão de atestado pela Urbel;
III – certidão de baixa de construção parcial ou total do empreendimento.
§ 1º – O atestado emitido pela Urbel deverá indicar a área líquida das unidades habitacionais
ocupadas por famílias com renda inferior a um salário mínimo e meio que tenham sido
comercializadas dentro do valor a que se refere o art. 11.
Art. 13 – Verificada a conformidade para geração de BPH, o órgão municipal responsável pela política
urbana emitirá certidão, contendo, no mínimo:
I – identificação do detentor de BPH;
II – área passível de ser transferida referente à parte ou totalidade da edificação para a qual foi
emitida certidão de baixa de construção.
Art. 14 – A recepção de potencial construtivo proveniente de BPH deverá ser solicitada ao órgão
municipal responsável pela política urbana, com a identificação do gerador da qual a área será
transferida.
§ 4º – O responsável legal pelo imóvel receptor poderá solicitar cancelamento do potencial construtivo
recebido por meio de BPH e não utilizado, hipótese em que a área retornará ao detentor de BPH.
§ 5º – Caso o imóvel receptor tenha alvará de construção, o cancelamento da recepção de BPH ficará
condicionado ao prévio cancelamento do alvará, desde que a obra não tenha sido iniciada.
Art. 16 – O proprietário da unidade habitacional que gerou potencial construtivo adicional por BPH
somente poderá vender ou transferir o imóvel para outrem com a anuência da Urbel.
CAPÍTULO IV
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR
Seção I
Disposições Gerais
Art. 17 – Os imóveis de propriedade pública ou os imóveis privados que, em sua origem, tenham sido
transferidos pelo Município, pelo Estado ou pela União de forma não onerosa ou sem contraprestação
financeira que venha a equivaler à maior parte da substância econômica do bem não podem se tornar
geradores de TDC, conforme inciso II do § 1º do art. 52 da Lei nº 11.181, de 2019.
Art. 20 – Para requerimento de geração de TDC no setor 1 das Áreas de Diretrizes Especiais – ADEs
– Mirantes, será exigido parecer prévio do órgão municipal responsável pela política de planejamento
urbano com as condições de acesso público permanente qualificado para uso pela ocupação no
imóvel.
Art. 21 – Os imóveis em condomínio somente podem se tornar geradores de TDC caso haja
concordância de todos os proprietários de todas as unidades autônomas.
Art. 22 – O imóvel inserido nas áreas delimitadas para realização de operação urbana consorciada,
ou lindeiro a elas, fica impedido de receber potencial construtivo enquanto a operação urbana
consorciada não for regulamentada em lei específica.
Seção II
Da Transferência do Direito de Construir para o Atendimento ao Interesse Cultural
Art. 23 – Para fins do atendimento ao interesse cultural previsto no inciso I do art. 52 da Lei nº 11.181,
de 2019, são passíveis de geração de TDC os imóveis tombados pelo Conselho Deliberativo do
Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte – CDPCM-BH.
Art. 24 – Para efetivação da transferência antecipada de 1/3 (um terço) do potencial construtivo
prevista no § 3º do art. 52 da Lei nº 11.181, de 2019, devem ser atendidas as seguintes condições:
I – protocolo acatado do projeto arquitetônico ou da regularização do imóvel tombado;
II – aprovação do projeto arquitetônico ou da regularização de edificação pelo órgão municipal
responsável pela política de patrimônio cultural;
III – assinatura de termo de recuperação do imóvel tombado, se for o caso.
§ 1º – O termo referido no inciso III do caput deverá ser firmado pelo proprietário com o órgão
municipal responsável pela política de patrimônio cultural, comprometendo-se a recuperar o imóvel
tombado.
§ 2º – Atendidos os critérios dispostos nos incisos do caput, o proprietário poderá solicitar ao órgão
municipal responsável pela política urbana a emissão de certidão de geração de TDC referente a 1/3
(um terço) do total do potencial construtivo transferível.
§ 3º – Para fins de efetivação da transferência antecipada, o Poder Executivo deverá aferir a área
líquida transferível, sem prejuízo de futuro recálculo no momento do exame do projeto.
Seção III
Da Transferência do Direito de Construir para o Atendimento ao Interesse Ambiental
Art. 25 – Para fins de atendimento ao interesse ambiental previsto no inciso II do art. 52 da Lei nº
11.181, de 2019, são passíveis de geração de TDC as reservas particulares ecológicas de caráter
perpétuo e abertas ao público, inseridas em zona de preservação ambiental – PA-1 – da mesma lei.
§ 1º – Para os imóveis previstos no caput, a geração de TDC fica limitada ao perímetro da reserva
particular ecológica instituída.
§ 3º – O órgão municipal responsável pela política de meio ambiente deverá emitir parecer quanto
aos atributos ambientais e ao estado de conservação de reserva particular ecológica, que será
processado por procedimento de interface a partir do requerimento de geração de TDC.
Seção IV
Da Efetivação da Transferência do Direito de Construir
§ 5º – Caso o imóvel receptor tenha alvará de construção, o cancelamento da recepção do TDC fica
condicionado ao prévio cancelamento do alvará, desde que a obra não tenha sido iniciada.
§ 6º – A certidão de transferência de TDC referente à utilização obrigatória de 10% (dez por cento)
em TDC em conformidade com o § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019, na hipótese do
empreendimento atingir o limite do CAmax ou do CAcent, deverá:
I – integrar a documentação para protocolo de projeto arquitetônico, na modalidade de Alvará na
Hora;
II – ser apresentada posteriormente ao primeiro exame de projeto, na modalidade de Alvará
Convencional.
§ 6º acrescentado pelo Decreto nº 18.200, de 19/12/2022 (Art. 1º)
§ 6º – A certidão de transferência de TDC referente à utilização obrigatória de 10% (dez por cento)
em TDC, em conformidade com o § 4º do art. 45 da Lei nº 11.181, de 2019, na hipótese de o
empreendimento atingir o limite do CAmax ou do CAcent, deverá:
I – integrar a documentação para protocolo de projeto arquitetônico, na modalidade de Alvará na Hora
e na hipótese de modificação de projeto que não demande alvará de construção;
II – ser apresentada posteriormente ao primeiro exame de projeto e antes da aprovação do projeto,
na modalidade de Alvará Convencional e na hipótese de modificação de edificação que demande
alvará de construção.
§ 6º com redação dada pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 6º)
Art. 29 – Para efetivação da primeira transferência de TDC, o proprietário de imóvel gerador deverá
averbar a certidão referente à constituição do imóvel como gerador de TDC na matrícula ou registro
no cartório de registro de imóveis.
Art. 30 – A irregularidade urbanística ou alteração das características do imóvel que o levaram a ser
classificado como gerador impede a comercialização de UTDCs até que seja sanada a irregularidade
ou revertida à condição anterior, sem prejuízo das demais penalidades cabíveis.
CAPÍTULO V
ESTOQUE DE POTENCIAL CONSTRUTIVO ADICIONAL
Art. 31 – O monitoramento do estoque de potencial construtivo adicional será efetuado pelo órgão
municipal responsável pela política de planejamento urbano a partir de cada unidade territorial
indicada nos Anexos I e II e deverá considerar a existência de impacto urbanístico iminente vinculado:
I – à saturação do sistema viário;
II – ao risco de inundação;
III – à vulnerabilidade climática.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 34 – A lista completa da documentação necessária à abertura dos requerimentos para geração
de BPH, TDC e ODC será disponibilizada no sítio eletrônico da Prefeitura de Belo Horizonte.
Art. 35 – Para aplicação das fórmulas de cálculo dos instrumentos, enquanto vigorar o período de
transição de três anos previsto no art. 356 da Lei nº 11.181, de 2019, nos casos em que o CAbas
variar em função da categoria de uso passível de instalação no imóvel, prevalecerá o CAbas mais
elevado.
Art. 35-A – O órgão municipal responsável pela política urbana coordenará, em conjunto com o órgão
municipal responsável pela política fazendária, a anulação de ofício de todos os Drams não quitados
relativos ao pagamento do montante de 90% (noventa por cento) de contrapartida em ODC pela
superação do Cabas, no caso de projetos de licenciamento e de modificação com acréscimo de área
que demandem alvará de construção e que tenham sido protocolados até a data de publicação da Lei
nº 11.513, de 6 de junho de 2023.
§ 1º – Cabe ao responsável técnico e ao responsável legal pelo projeto a emissão de novo Dram para
fins de usufruto da condição prevista no art. 6º da Lei nº 11.513, de 6 de junho de 2023.
Art. 35-B – Aplica-se o art. 21 da Lei nº 11.216, de 2020, aos projetos de licenciamento e de
modificação com acréscimo de área protocolados até 4 de fevereiro de 2023, inclusive àqueles
empreendimentos de impacto que envolvam licenciamento de edificação, cujos processos estão
abertos e que utilizarão o CAbas previsto no Anexo XVII da Lei nº 11.181, de 2019.”.
Art. 35-B acrescentado pelo Decreto nº 18.348, de 22/6/2023 (Art. 7º)
Alexandre Kalil
Prefeito de Belo Horizonte
ANEXO I
(a que se refere o art. 31 do Decreto nº 17.272, de 4 de fevereiro de 2020)
ANEXO II
(a que se refere o art. 31 do Decreto nº 17.272, de 4 de fevereiro de 2020)