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O prefeito de Belo Horizonte, no exercício da atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 108 da Lei
Orgânica, decreta:
Art. 1º – Este Decreto dispõe sobre os procedimentos para elaboração de Plano de Regularização
Urbanística – PRU – e os critérios para sua dispensa no Município, com fundamento na Seção III do
Capítulo V do Título X da Lei nº 11.181, de 8 de agosto de 2019.
Art. 2º – O PRU constitui instrumento de planejamento que visa subsidiar processos de urbanização e
de regularização fundiária nas Áreas Especiais de Interesse Social – Aeis-2.
Art. 3º – Em todas as etapas de elaboração do PRU deverá ser assegurada a participação dos
moradores e beneficiários da regularização proposta.
Art. 4º – Para fins do disposto no art. 286 da Lei nº 11.181, de 2019, consideram-se:
I – intervenções: medidas que modificam estruturalmente a configuração urbanística do assentamento
com vistas ao incremento da qualidade de vida dos moradores e à sua integração à cidade,
envolvendo melhorias relacionadas às condições ambientais, ao saneamento, à mitigação de riscos,
à provisão de infraestrutura e aos equipamentos comunitários;
II – regularização fundiária: conjunto de medidas urbanísticas, ambientais, jurídicas e sociais
destinadas à incorporação dos núcleos urbanos informais ao ordenamento territorial urbano e à
titulação dos seus ocupantes.
Art. 6º – O PRU poderá ser elaborado, direta ou indiretamente, pelo órgão gestor da PMH ou pelo
órgão municipal responsável pela política urbana, conforme a responsabilidade definida para o
processo de regularização fundiária, ressalvado o disposto no art. 10.
§ 1º – A alteração do perímetro da Aeis-2, se for o caso, será estabelecida por decreto derivado do
PRU ou editado após a conclusão da regularização fundiária, conforme os arts. 289 e 290 da Lei nº
11.181, de 2019.
§ 2º – Os parâmetros urbanísticos e as regras de uso do solo estabelecidos pelo decreto de que trata
o caput prevalecem sobre aqueles previstos nos Anexos XII e XIII da Lei nº 11.181, de 2019,
conforme o caput do art. 289 da referida lei, bem como sobre a Lei nº 9.725, de 15 de julho de 2009,
e sobre a Lei nº 8.616, de 14 de julho de 2003.
Art. 8º – A elaboração do PRU para realização de intervenções e regularização fundiária dos
assentamentos em Aeis-2 poderá ser dispensada mediante parecer motivado, emitido em conjunto
pelo órgão gestor da PMH e pelo órgão municipal responsável pela política de planejamento urbano,
conforme o § 5º do art. 286 da Lei nº 11.181, de 2019.
§ 1º – Na hipótese de que trata o caput, o órgão gestor da PMH ou o órgão municipal responsável
pela política de planejamento urbano poderá indicar a necessidade de elaboração de estudos
técnicos específicos para a realização de intervenções e para a regularização fundiária do
assentamento.
§ 3º – Na hipótese de que trata o caput, a alteração do perímetro da Aeis-2, se for o caso, poderá ser
estabelecida por decreto específico, após a conclusão da regularização fundiária, conforme o art. 290
da Lei nº 11.181, de 2019.
§ 2º – A dispensa de que trata o caput não implica a dispensa do PRU para as porções do território
municipal delimitadas como Aeis-2 onde a edificação ou o terreno está inserido, situação que
depende de análise específica pelo órgão gestor da PMH e pelo órgão municipal responsável pela
política de planejamento urbano.
Art. 10 – O PRU ou os estudos técnicos específicos de que trata o § 1º do art. 8º poderão ser
elaborados diretamente pelo interessado, às suas expensas, mediante requerimento por meio digital,
conforme orientação do órgão municipal responsável pelo processo de regularização fundiária,
condicionados à apresentação de Registro de Responsabilidade Técnica – RRT – e/ou de Anotação
de Responsabilidade Técnica – ART.
§ 1º – O requerimento do interessado poderá ser indeferido pelo órgão municipal responsável pelo
processo de regularização fundiária nos casos de assentamentos que demandem estudos de alta
complexidade, mediante fundamentação técnica.
§ 4º – O PRU ou os estudos técnicos específicos elaborados pelo interessado poderão ser rejeitados
de maneira fundamentada pelo órgão municipal responsável, caso as correções ou complementações
indicadas não sejam atendidas adequadamente.
Fuad Noman
Prefeito de Belo Horizonte