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Licenciatura em Engenharia Mecânica Automóvel

Ensaios de Impacto
O.C. Paiva

2017/2018

Materiais Metálicos

Ensaios de Tenacidade
o Ensaios de tenacidade solicitação estática
Mecânica da fratura – propagação de uma fissura
pré-existente em condições elásticas (KIC) ou
elasto- plásticas

o Ensaios de tenacidade solicitação dinâmica


Ensaios de impacto ou choque Charpy e Izod

o Os ensaios de impacto medem a capacidade de


absorção de energia de deformação no domínio
plástico, constituem um método de comparação de
materiais

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Ensaios de impacto

Normas que regulam o procedimento de ensaios de impacto


sobre metais: ASTM E23, ISO 148-1, EN 10045-1 (NP 10045-1)

o A capacidade de um determinado material de absorver


energia do impacto está ligada à sua tenacidade, que por
sua vez está relacionada com a sua resistência e ductilidade

o O ensaio de resistência ao choque dá informações da


capacidade do material absorver e dissipar essa energia

o Como resultado do ensaio de choque, obtém-se a energia


absorvida pelo material até à fratura, caracterizando assim
o seu comportamento dúctil-frágil

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História

o O teste de impacto foi desenvolvido por volta de 1900, por


SB Russell (1898, um norte-americano) e Georges Charpy
(1901, um francês)

o O teste tornou-se conhecido como o teste Charpy, devido


às contribuições técnicas e esforços de normalização
realizadas por Georges Charpy

o O teste foi fundamental para a compreensão dos


problemas de fratura de cascos de navios durante a
Segunda Guerra Mundial

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Titanic, 1912 – Rotura frágil

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Titanic, 1912 – Rotura frágil

o O impacto é um esforço de natureza dinâmica

o O comportamento dos materiais sob ação de cargas dinâmicas


é diferente de quando está sujeito a cargas estáticas

o Comportamento frágil dos materiais às baixas temperaturas

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Fatores de que pode depender uma fratura frágil
o Temperaturas baixas

o Velocidades de deformação elevadas

o Estados triaxiais de tensão

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Equipamento de ensaio

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Equipamento de ensaio - evolução

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Provetes Charpy entalhados

* Todas as dimensões
expressas em mm

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Provetes Izod

* Todas as dimensões expressas em mm

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Execução do ensaio – fixação dos provetes

Configuração do teste
Charpy

Configuração do teste
Izod

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Medição da energia absorvida

Considerando que não existe perdas de energia ao longo do ensaio:

Eabs = Ep0 – Ep1

Energia potencial Ep = m g h, sendo m – massa


g – aceleração da gravidade
h – altura
Eabs = m g (h0 – h1)

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Apresentação dos resultados

A apresentação dos resultados dos ensaios de impacto, num


relatório técnico, deve ser acompanhada da seguinte informação:
- Norma usada (EN 10045-1, ASTM A-370, ASTM E-23, etc)
- Energia potencial máxima do martelo em, J
- Temperatura do ensaio em, ºC

Tipo de entalhe Profundidade do entalhe

KV 200/2 = 80 J Energia absorvida

Energia potencial do martelo (energia nominal da máquina)

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Notas:

- Se o provete não sofrer rotura,


como resultado do ensaio, deve
ser referido que o provete não
sofreu rotura para a energia
nominal da máquina

- Em máquinas mais antigas a


energia absorvida pode ser
apresentada em, kgf.m, kgf.cm,
kgf.mm

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Fatores que influenciam a resistência ao choque


1. Temperatura de transição – genericamente as temperaturas
baixas são um fator penalizante para os materiais metálicos

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Efeito da temperatura no tipo de fratura

Aspeto
Aspeto fibroso –
brilhante fratura
e liso – dúctil
fratura
frágil

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Fatores que influenciam a resistência ao choque


1. Temperatura de transição
o Nem todos os metais apresentam uma transição dúctil-frágil.

o Os metais que apresentam uma estrutura CFC, por exemplo, as ligas


de alumínio e de cobre, permanecem dúcteis mesmo a
temperaturas muito baixas.

o Metais com estruturas CCC e HC apresentam uma temperatura de


transição dúctil-frágil, que depende tanto da composição química
como da microestrutura.

o Fatores que influenciam a temperatura de transição dúctil-frágil:


i) tratamentos térmicos, ii) tamanho de grão, iii) taxa de encruamento,
iv) elementos de liga, v) presença de impurezas, vi) o processo de
fabrico, vii) localização da retirada do corpo de prova, etc

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Influência da estrutura cristalina na temperatura de
transição dúctil-frágil

Cobre (CFC)

Aço macio (CCC)


Energia absorvida (J)

Zinco (HC)

Temperatura (ºC)

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Tipos de fratura – rotura frágil

o A superfície de fratura
apresenta baixa
deformação plástica
o A fratura apresenta um
aspeto granular e
brilhante
o Ocorre para tensões
normais de tração

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Tipos de fratura – Fratura dúctil

o A superfície de fratura
apresenta elevada
deformação plástica
o A superfície de fratura
apresenta um aspeto
fibroso
o Ocorre por
escorregamento ou
maclagem dos planos
cristalográficos
sujeitos às tensões de
corte máximo

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(...)
2. Velocidades de deformação elevadas – a diminuição do
tempo de acomodação do material à solicitação que lhe é
aplicada traduz-se por uma diminuição da capacidade de
deformação plástica.

3. Estados triaxiais de tensão – a presença de um entalhe


provoca uma redistribuição local de tensões que leva ao
aparecimento de tensões transversais que de outra forma não
apareceriam

Nota final: os resultados de ensaios de impacto só são


comparáveis se efetuados na mesma geometria de provete, pelo
que têm um caráter puramente qualitativo.

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Influência do teor de carbono na resistência ao
impacto de aços – Ensaio Charpy

Aços-carbono com diferentes teores de carbono, submetidos ao seguinte


ciclo térmico:
- estágio de 4h a 870ºC (austenitização)
- arrefecimento lento
- à Tamb obteve-se uma estrutura constituída basica/ por ferrite e perlite.

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Testes de impacto em veículos automóveis

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