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ESTATUTOS

no

COLLEGIO KÔPKE
EM

P E T R O P O L IS
ESTATUTOS

no

O3

EM

PBTEiOPOLIS

F U N D A D O EM 1 8 5 0

/Ritf tic Janeiro

T Y PO G R A PH Y UNIVERSAL DE LAEMMERT
71, Rua dos Invalidos, 71

1875
ESTATUTOS
DO

COLLEGIO KOEEE
EM

p i t r o p o m »

áf

PARTE I.

CAPITULO I.

Da direcção.

Art. l.° A direcção economica e litteraria do collegio


é exercida sómente pelo director.
Art. 2.° A sua substituição em ausência breve caberá
ao superior mais antig’O do collegio, sem responsabilidade
externa, a qual só cabe ao director.
6

CAPITULO II-

Da admissão dos alumnos.

Art 3 • 0 collegio só admitto alumnos até a idade de


14 anno 1 J t e n t o molestias contagmsas e m o
14 annos, i , , f n POiw io por motivos
n-so tenhfto sido excluídos de outio collegio i
reprovados. „ ,
A rt 4.» Os alumnos devem ter na Còrte on em ^ o

estar daquclles.

CAPITULO III.

Da pensão.

S " A pensão mensal| de 45*000 pagos em tr i-


^ i nl0*11111 t)or ausência
mestres adiantados, sem desconto algum po

0Uf r f S6 - Principiado o trimestre e nâo havendo aviso


de que o alumno ndo regressa ao collegio, considerate
vencido o trimestre. < . *«-:
Art. 7.° A pensão comprehende o ensmo c as < ^
seguintes: -**
Iustrucção Prim aria
Latim
prancez
Inglez
7

Historia
Geographia
Mathematicas
Philosophia
Rhetorica
Escripturaçáo mercantil.
§ 1 0 Ensina-se também o Allemão, Musica e ezen
por 10S000 mensaes por qualquer das materias.
ft 2 - Pelas despezas de papel, pennas, portes de cartas
etc., pagará o alumno 3S000 por trimestre.
% 3 . Uma contribuição do 30Í000 por uma so vez dá
direito por todo tempo em quo o alumno estiver no col­
legio ao uso de cama e suas pertenças e todos os ob)ccto
nao mencionados no enxoval, tendo o alumno o uso es-
clusivo de um colxáo novo.
Art. 8.° A lavagem da roupa é feita no collegio por
8$000 mensaes. ^
V

CAPITULO IV

Do Enxoval

Art. 9.° O enxoval deve constar do seguinte:


12 Camizas brancas
^ 4 Ditas de côr para dormir
-^12 Pares de meias
—-12 Lenços para algibeira , .. „
6 Ceroulas, para os alumnos maiores de 10 annos
6 Gravatas pretas * ,. A
6 _ J a q u eta so u paletós de brim para uso domestico
8
6 Calças de brim para o mesmo fim
3 Colletes do brim com o mesmo destino
6 Lençoos de 9 palmos por 7, mais ou menos
__.6 Toalhas para o rosto
__ 2 Ditas grandes para banho
2 Colxas brancas
— ,2 Cobertores
-^ 2 Calças de banho
1 Sobretudo para o frio
2 Chapóos de feltro para recreio
1 Dito de copa baixa para sahir
1 Uniforme de calça, e jaqueta pretas ò 2 colletes
brancos. . i
Escovas de fato, unhas, dentes e cabello; pentes de
alisar o limpar e tesoura de unhas.

PARTE II.

CAPITULO I.

Parte disciplinar.

Art. l.° A inspecçâo do collegio consiste em providen­


ciar sobre tudo quanto diz respeito á educação physica,
moral e intellectual dos alumnos e á boa ordem e disci-
plina do estabelecimento.
9
Art 2." Esta inspecto é exercida pelo director e
mais superiores do collegio, a quem ello investir dessa
autoridade, sempre com subordinação a clle como
delegado.
Art. 3.° São devores da inspeção:
§ l.o Fazer executar os regulamentos em vigor è as
ordens do director ou de quem o representar.
R 2.° Assistir ao levantar e deitar dos alumnos, a-
zendo-os guardar o devido decoro ao vestir-se e despir-se.
r 3 » Assistir ás orações communs, dando nessas occa-
Siocs aos alumnos o exemplo do recolhimento e gravidade
devidas em taes actos. , , i
8 4.» Presidir ao preparo das lições nas salas de estudo,
fazendo que os alumnos guardem períeito silencio; que se
conservem quietos nos seus lugares; que nlo se aproveitem
dos trabalhos de outros; que nSo se distrarSo com objectos .
estranhos aos seus estudos; que ndo esorevão nos libres
ou os deteriorem; e.finalmente, que occupem coimproveito
tolo o tempo destinado ao estudo, devendo o superior
girar amindadamente om torno dos alumnos enSo occu-
par-se de trabalho algum ou leitura que o distraia.
8 5 ” Eisoalisar o movimento das classes, fazendo que
os alumnos ofaçío com a maior regularidade, sem voze-
rias nem estampido de pés, eque estej&o nas classes res-
pectivas á hora marcada.
■R 6.0 Fazer cumprir, a respeito dos alumnos, a distri­
buição do tempo, conforme o horario em vigor.
R 7 o participar ao director ou a quem o representar,
qualquer indicio de molestia que descobrir nos alumnos
ou de que estes se queixem.
R 8.» Fazer que no movimento geral dos alumnos de
um lugar para outro se observe perfeito silencio e que se
10
faça a dous do fundo, procedendo os mais t>aixos~om
Ci tUl tl. “ T i l
& 9 o Impodir quo os alumnos, quando chegue algum
estranho, deixem os seus lugares para com impertinente
curiosidade rodoarom-o, obrigando-os a descobrircm-sc o a
conservarem-se assim em quanto o estiver a visita.
S 10. Fazer quo os alumnos respeitem aos professores
e tratem-se mutuamente cem a necessaria cortesia, impe­
dindo que so ponhfto alcunhas, que travem doestos, brigas
o descomposturas, e que haja entre ollos d iffa m a n s e
qualquer uso de palavras injuriosas ou que offendao a
moral e á religião.
S 11. Yigiar sobre as amizades suspeitas e conversas
retiradas do°dous ou mais alumnos, ou qualquor acto polo
qual demonstrem quorer osquivar-se da observado. do
superior, isolaudo-se dos companheiros; fazendo os solitá­
r i o s rcunir-so aos demais companheiros e separando os
turbulentos.
R 12.qFazcr que os alumnos sc oonsorvom no maior
alinho c asseio cm seus vestuários, impedindo que os es-
traguem ou sujem.
S 13. Fiscalisar que os alumnos mio tonhão com o
famulos do collegio conversações, dclles recebao presentes
ou lhes dôm retribuições.
8 14. Manter em perfeito silencio os alumnos cm o as
as oceastóes cm que elle ostíver prescripto ou casualmcnto
íôr ordenado. ,
& 15. Fazer communbáo com os alumnos nas
de refeitório, dando-lhes com o seu exemplo as lições e
civilidade e etiqueta em toes occasiOes, e providenciando
a quo nada falte aos alumnos. „ .
R 16 Visitar inosperadamente as partes do edihcio
„ao reservadas, de fórma que a probabilidade de sua
11
p r e s e t o o roedo da descoberta. « jto °

* - mai8
yhIo prevenir que castigar. 1l1n ns
& 17.F azer executar com escrupulosa « a r t r i *
J r m policia*» estabelecidas para o serviço das l .tm a
Art 4.". A inspocç&o durante o excrcicio das class
pertence cxclusivamonto ao respectavo professo*.
Art. 5.» A ordem nas horas de refoitono pertence
superior que presidir á mesa.
Art 6« Admoestar e advertir aos alumnos das suas
f a lts com brandura cm geral, e com energia sem acn-
l e o m os remissos; d e v e n d o ^ tm g rm o
actos de me, a travessura, propms da ^ T p a r-
praticados com proposite e conhecimento d » ^
tieipando ao director das faltas que n*o estiverem
seu alcance punir.
Art. 7.° Apprehendor e entregar ao director qualquer
objecto probibido polos regulamentos cm vigor.
A rt 8 • Exercer, finalmente, por modos benoficos sobre
os alumnos toda a acçdo que possa inoeular-lbos os prm-
Cipios do uma perfeita cduoaçSo moral o civil.

CAPITULO II

Dos professores.

Art 9 ° Os professores ensinardo a seus alumnos as


letras, artes e scieueias ua parte que lhes competar.
A rt 10. Soguiráõ o methodo de ensino do cstabeleer-
meuto, se e diJctorndo proferir o seu, no todo ou em parte.
12
Art. 11. Substituirão, om caso de falta ou impedi­
mento temporário, uns aos outros, cm tudo quanto pode­
rem abranger suas regulares habilitações.
Art. 12. Observarão com pontualidade o horario do
collegio, entrando á hora para as classes, c irão se reti­
rando delias antes de findas.
Art. 13. A cortczia e deforeneia de uns para com outros
são o melhor exemplo que podem dar aos seus alumnos,
concorrendo com esse procedimento a fortalecer o respeito
dos alumnos para com os superiores e ensinando-lhes a
estima e cordialidade que se devem mutuamente.
Art. 14. Em todas as occasiões que se lhes offereccr
apropriadas lembrarão a seus alumnos os seus deveres e
obrigações para com Deus e os homens, especialmente
para com seus pais e bemfeitores.
A rt. 15. Farão guardar todo o silencio e a melhor or­
dem em suas classes, porque o silencio promove a attenção
o esta torna cfficazcs os esíorços do professor.
Art. <36. Para melhor conservar sua vigilância om ac-
tividade durante as horas da classe deverão os professores
preparar suas lições fóra delia, afim de que, bem instruí­
das delias, não lhes seja preciso estar continuamente com
os olhos no livro, desviando-os assim de sobre os alumnos
de suas classes durante o cxercicio destas.
Art. 17. As lições escriptas dos alumnos, que tenhâo do
ser corrigidas ou examinadas, deveráõ sê-lo fóra das horas
da classe.
Art. 18. Trataráõ com igual attenção e affabilidade a
todos os alumnos. Esta igualdade de tratamento do supe­
rior para com os alumnos não lhes fará suggerir a suppo-
sição de que o tratamento especial a algum seja parciali­
dade caprichosa e apaixonada, ou preferencia inconfessá­
vel, e não pelo merito e applicaçâo do alumno.
13
Art 19, Devoráõ apresentar-se nas aulas decentomento
vestidos c sour negligencia; o mesuro f i » delias, bo fire *
residentes no collegio.
Art. 20. Nas classes os professores praticará com os
alumnos, que esti verem cm circumstancias disso
o-uas estranhas, de cujo ensino estiverem encan g
“ Art. 21. Para ajudar os alumnos a preparar suas
lições e desvia-los de noçOes erradas, com desperdício e
tempo, que deve sor aproveitado em adquiri-las «tactos e
verdadeiras, devem sempre os professores p ~
explicações exigidas pelos mesmos alumnos nas m aterr.
a seu cargo.
Art 22. Zelarão os utensis proprios de snas aulas,
dando parte ao director do autor do seu estrago.
Art 23 Terão cuidado especial de que nas suas ad
moostaçoes e advertências não usem para com os alumnos
de doestos e palavras allusivas a qualidades c defeitos
naturaes ou accidentacs dos mesmos " s ou â e suas
famílias; 011 a factos o emissões de deveres delias fóra do
collegio.
Art. 21. Evitarão igualmcnto naqnollas admoestações
OU advertências qualquer ameaça ou acção que possa>ser
taxada do irrefloetido e apaixonado aeto do ira e não bene
fico intento de corrigir.
Art 25 t absolutamente proliibido aos superiores em
s geral qualquer castigo aos alumnos, quo não se,«o os
art. 57.
Art 20. Nas tarofas que passarem aos alumnos, quer
para oscreverem, quer para decorarem, deverão os profes­
sores attendor ás circumstandas da idade do alumno, bui
intelligence, etc,
Art. 27. Mensalmontc darão os professores parte ao
director da ap pi i cação, aproveitamento e conducta dos
sciis alumnos por um mappa, cujo modêlo Ilios fornecerá
o director.
Art. 28. Não é permittido aos professores aceitar qual­
quer presente dos alumnos, ou por sou respeito offerecidos,
seja por quem fôr. Igualmente não o pódem dar aos
mesmos alumnos.

CAPITULO III.

Do Superior encarregado da instrucção moral e religiosa,

A rto 20. O superior encarregado da instrucção moral o


religiosa instruirá os alumnos nos solidos princípios da
doutrina christã, nos dias e horas que fôrem marcados,
havendo-se nesta instrucção com excessivo escrupulo, afim
de nella não se envolver em doutrinas e proposições, que
são mais proprias dos theologos, e limitando-se á explicação
sómente daquellas que são necessarias para que os alum­
nos sejão bons christãos e catholicos, inclinando os seus
tenros corações para o hem, e inspirando-lhes ardente amor
á religião.
Art. 30. Os alumnos, que pela crença de seus pais
não se conformem com as doutrinas da Igreja Catholica,
não serão obrigados a assistir á instrucção religiosa, salvo
nos pontos em que a doutrina estiver de accôrdo com a
crença desses alumnos.
CAPITULO IV.

Dos Alumnos.

AO LEYAJSTAU-SE.

Art. 31. Ao toque da sinota se levantaráõ os alumnos


e, vestidos’ de calça e com as camisas de dormir, subiráo
ao lavatorio, donde, depois de se 1 ivarem com esmero,
desceráõ aos dormitorios para acabarem de vestir-se.
Art. 32. Teráo especial cuidado no asseio de sua pes­
soa o vestuário, de fórma que ntto. se lhes possa notar ne­
gligencia
O & ou desalinho.

CAPITULO Y.

;>#
Da Missa e Orações.

Art. 33. Com o recolhimento proprio de taes actos


farao os alumnos as orações na capella do collegio, for­
mados em fileiras e com ambos os joelhos em terra e os
braços cruzados sobre o peito. O alumno, que fôr de-
si «nado pelo superior do dia, lerá em voz alta e pau­
sada a oraçao respectiva, acompanhando-o em côro os
demais alumnos nos responsorios com a gravidade e-

Art, 34. A mesma ordem e respeito observarão os


alumnos na Missa, nao se levantando senão quando o per-
mittir o ceremonial della, evitando, quanto possível fôr,
0 tossir durante a celebração do aoto.
CAPITULO VI.

Do Refeitório.

Art. 35. Entrados os alumnos no refeitório inlo to­


mando os lugares, e, só depois dc recitada a oraçlo de
graças, se sentarão, tendo-o feito os superiores.
Art. 3G. Á mesa devem os alumnos pôr em pratica
as regras de civilidade e etiqueta, tanto no modo de
comer como no uso dos utensís de mesa, cumprindo ao
superior que presidir á mesa avisa-los da inobservância
de tacs regras, som vexame c sem attrahir a attençlo
das demais mesas.
Art. 37. Os alumnos devem solicitar do superior o que
precisarem c mio dirigir-se aos servidores.
Art. 38. O signal do levantar-se será dado primeiro
pelo director o em seguida pelos superiores, depois do que
se recitará a oraclo de graças, e sahiráõ em turmas de
10, precedendo os mais baixos em altura.

CAPITULO TIL

Do recreio.

Art. 39. Ê probibido aos alumnos nas horas do recreio


praticar o seguinte:
§ l.° Levantar algazarras e assuadas.
§ 2.° Brandir páos e arrojar pedras ou outro qualquer
objecto,
§ 3.° Scrvír-se dos lenços o chapéos eomo brinquedo.
§ 4.° Subir aos parapeitos das jancilas, aos muros, ban­
cos ou cercas de divisão, c pisar os grarhmados.
§ 5.° Passar para dentro do corpo principal do edi­
fício.
§ 6.° Traspassar as divisas das turmas.
§ 7." Sabir dos seus lugares quando chegue algum es­
tranho para com impertinente curiosidade rodea-lo.
§ 8.° Fallar com qualquer pessoa estranha ao collegio
sem licença do director, salvo a seus pais ou correspon­
dentes.
§ 9.° Comprar seja o que fôr ou receber de fóra qual­
quer cousa sem licença do director.

CAPITULO YIII.

Dos dormitorios.

Art. 40. Depois de rosada a oraçfto da noite, subiráõ


os alumnos para os dormitorios, em silencio e sem fa­
zerem estampido com os pós nas escadas, e se despirá,õ
o-uardando o maior recato e decoro, acondicionando as suas
O
roupas.
Art. 41. É considerada gravissima a falta commettida
no dormitorio, seja perturbando a trancjuillidade dos que
dormem, seja concorrendo para a quebra dos preceitos
da moral e da decencia.
E. C. K. ^

j
— ~í~

18
Art. 42. 0 alumno que participar ao director a falta
de luz em seu dormitorio ou em outro, e bem assim o
mencionado no artigo antecedente, receberá pela sua boa
acção uma distincção ou prêmio.
Para execução deste artigo cada dormitorio terá um
timpano correspondente com o quarto do director.

CAPITULO IX.

Prohibições geraes.

Art. 43. É geralmcnte prohibido aos alumnos e sujeito


a castigo, conforme a gravidade da fa lta :
§ l.° Assobiar em presença de alguém.
§ 2.° Cbamtir os colleges por alcunbas.
§ 3.° Cuspir no chao, contra as paredes ou portas.
§ 4.°®Causar damno ao prédio ou aos utensís.
§ 5.° Bater nos collegas ou apirraça-los com qualquer
dito provocador do que ellcs n&o gostem.
§ 6.° E ntrar nos quartos dos superiores ou famulos.
§ 7.° Ir aos dormitorios ou a qualquer outra parte do
edifício reservada e fóra das boras, sem licença do director.
§ 8.° Escrever ou receber cartas sem ser por inter­
medio do director.
§ lb° Jogar as cartas, fazer rifas, vendas ou barga­
nhas de qualquer cousa.
§ 10.° Usar de livros n&o autorisados pelo director.
§ 11.° Usar de palavrrs chulas, descortezes, desho-
nestas ou que offendao á moral e á religião.
§ 12.*' Guardar comida da mesa para levar para fóra do
refoitorio,
CAPITULO X .

Objectos proliibidos.

Art. 44. É prohibitio aos alumnos o seguinte:


§ I.0 Dinheiro ou joias tie qualquer valor. Quern os
tiver deve deposita-los em mão do director, que regu­
lará o seu uso.
§ 2.° Os phosphoros, polvora e seus artefactos, e qual"
quer arma branca ou de fogo.
§ 3.° Os charutos, cigarros e preparações de tabaco.
§ 4.° As cartas de jogar e livros profanos.
§ 5.° As pomadas e oleos para o cabello.
§ 6.° As obrcias e sellos para cartas.
§ 7.° As comidas e bebidas não autorisadas.
§ 8.° Ter as escrivaninhas, latas ou caixas fechadas á
chave.
©
&
CAPITULO X I.

Do silencio.

Art. 45. Os alumnos, além dos casos em que extraor­


dinariamente lhes fôr imposto silencio, deveráõ guarda-lo
nos casos e lugares seguintes: na igreja; na capella; nas
horas do estudo ; nas aulas; no lavatorio; nas m archas;
nos trabalhos extraordinarios; nos dormitorios.
Art. 46. É tolerada a conversação moderada e séria
no refeitório.
Art. 47. Fóra das horas de silencio deveráõ sempre os
alumnos conversar com moderação c gravidade.
20

CAPITULO XII.

Dos prêmios e recompensas.

Art. 48. O merito moral o intellectual dos alumnos pelo


seu aproveitamento, applicação e boa conducta será re­
gulado pela distribuição de cartões, que lhes darão direito
a prêmios e distineções.
Art. 49. O mérito intellectual será computado pelo
numero de lições boas, distribuidas em cartões de 100
pontos de satisfação, o o merito moral pela de cartões de
DISTINCÇÃO.
Art. 50. Cada 100 pontos de satisfação, acima de 500,
dão direito a um prêmio no valor de 2#000.
o Art, 51. Cada cinco cartões do d i s t i n c ç ã o dão direito a
um premío no valor de 3$000.
Art. 52. Os doze alumnos, que obtiverem maior nu­
mero de cartões de pontos de satisfação, serão os moni­
tores do collegio, sendo o primeiro da lista o monitor
geral, e seus nomes estarão patentes no Quadro do Honra,
em lugar publico do collegio.
Art. 53. Os prêmios alcançados pelos cartões não pre-
judicão os que o alumno possa obter pelos exames do anno
lectivo.

CAPITULO X III.

Dos castigos.

Art. 54. Os castigos serão sempre proporcionados á


gravidade das faltas, distinguidas as faltas puramente ca-
suaes ou meras travessuras, desculpáveis na infancia, das
procedidas de más inclinações e hábitos contrahidos.
A rt. 55. Os castigos são:
§ l.° Simples advertência.
§ 2.° Ilcpivlicnsão em particular.
§ 3.® Reprekensão perante o corpo collegial.
§ 4.° CáStigos que excitem o vexame sem dôr physica.
§ 5.° Privação do recreio on. passeio, simples ou com
tarefas de trabalho.
§ 6.° Estar de pé ou de joelhos por tempo razoavel.
§ 7.0 Privação do sahir nos casos em que os pais ou cor­
respondentes permittâo a sahida,
§ 8.® Participação das faltas aos pais ou correspon­
dentes.
§ 9.® Moderado castigo physico, participando-se aos
pais.
§ 10. Exclusão do collegio.
Art. 56. As tarefas consistirão cin treclios a decorar ou
escrever.
A rt. 57. Compete aos superiores a imposição sómente
dos castigos dos §§ 1.®, 4.°, 5.®, 6 .® e 7.°; competindo os
outros exclusivamentc ao director.
Art. 58. As penas serão sempre applicadas de modo
que o alumno não fique privado do assistir aos estudos
preparatórios o ás lições nas classes.

CAPITULO XIY

Da divisão do tempo e movimento dos alumnos

A rt. 59. Para conservação da disciplina, ordem c mo­


ralidade dos alumnos serão estos divididos em turmas
conforme a idade e desenvolvimento que apresentarem,
22
Estas turmas serão tantas quantas o numero dos alumnos
e as circumstandas occurrentes o exigirem. Terá cada
turma lugar separado no recreio, salas de estudo c refei­
tório, e os seus dormitorios serão incommunieaveis.
•Ait. GO. O systema e plano de ensino será sempre o
mais aperfeiçoado e conveniente, marcados em regula­
mentos; e divididos os alumnos em grupos ou turmas de
igual grau de in te llig e n t e adiantamento, em numero
utó 10, com uma liora de ensino em cada um estudo. A
liçáo é individual a cada alumno.

Art. 61. Terão os alumnos regularmente para estudo


prepaiatoiio quatro horas; para aulas 6 ; para recreio,
hanho, refeitório e orações, etc. 5; para dormir 9.
Art. 62. Das 5 1/2 ás 6 horas, levantar-se, lavar-se,
vestir-se c oração eominum.

Das 6 ás 7 3/4, estudo preparatório.


7 3/4 ás 8, almoço.
Das 8 ás 11, aulas.
Das 11 ás 11 3/4, hanho e recreio.
Das 11 3/4 ás 12, lunch.
Das 12 ás 3, aulas.
Das 3 ás 6 1/2, jantar e recreio.
Das 6 1/2 ás 8 1/2, estudo preparatório.
Das 8 1/2 em diante, ceia, oração e dormir.
A lt. 63 Os banhos frios em agua corrente terão lu­
gar os mais des dias que fôr possivel, consultados o tempo,
a estação e o estado physico dos alumnos.
23

CAPITULO XV.

Das férias e feriados.

Art. 04. O anno lectivo começa a 7 do Janeiro e


termina no ultimo dia de Novembro, começando as
férias geraes.
Além das férias geraes sao feriados : os dias 7 de
Setembro, 2 de Dezembro, 14 e 25 de Março; a se­
mana santa, da quarta-feira em diante; o carnaval.

CAPITULO XVI.

Da sahida dos alumnos e da correspondência.

Art. 65. Os alumnos deste cullegio só saliem encorpo-


rados e acompanhados pelo director, ou isoladamente em
companhia de seus pais, de correspondentes ou de pessoas
por elles autorisadas.
Art. 66. Os alumnos só podem ser visitados em horas
de recreio o com autorisaçao do director.
Art. 67. Os alumnos só podem escrever ou receber
cartas por intermedio do director.

CAPITULO XVII.

Dos exames.

Art. 68. No fim do anuo lectivo darâo os professores


informação por escripto daquelles alumnos das tres pri­
meiras classes que estiverem em circumstancias de exhibir
provas do seu adiantamento por meio de exame collegial.
Art, 60. Este exame será publico e annunciado pré­
viamente.
Art. 70. Os mesmos professores serão os examinadores
dos seus alumnos c prestarão todas as informações que
nesse acto exigirem os interessados polos alumnos.

CAPITULO XT III.

Disposições geraes.

Art. 71. Haverá tantos professores quantos forem ne­


cessarios para a devida execução do art. 7o parte 1.* destes
estatutos.
Art. 72. O professor que infringir, não cumprir ou
recusar fazer cumprir qualquer disposição destes estatutos
será advertido pela primeira vez c despedido na reinci­
dência.
Art.*" 73. As aulas são francas a quem quizer assisti-las
e bem assim todo o estabelecimento.
Art. 74. A distribuição do tempo, o systema de ensino,
as regras policiaes para o uso das latrinas e tudo o que não
estiver regularisado nestes estatutos, se-lo-ha cm regula­
mentos especiaes.

Petropolis, I o de Janeiro do 1875.

O D irector .

Jeitriqiic JL áõpSe.

Bio de Janeiro. Typ. Universal de Laem m ert, rua dos invalidos, 71.

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