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Geologia presente em Espinho

Aluno: Inês da Silva Soares


Docente: Maria Ângela Almeida
Disciplina: Geologia
Curso: Arquitetura Paisagista
2019/2020
Introdução
Para percebermos a importância e o impacto da geologia na nossa vida no
quotidiano ou em específico numa localidade, devemos começar por perceber
alguns conceitos básicos como, por exemplo, o que é a Geologia.
A Geologia é uma ciência que estuda a Terra, englobando a sua formação, a
sua evolução, respetiva composição e estrutura, geodinâmica interna e
externa, e condições para a manutenção do seu equilíbrio.
Para este estudo, como aprendido durante as aulas, é usado o método
científico que tem como princípio a observação metódica e a prática de
experiências.
A Geologia é usada em diversos campos como a construção civil, a
exploração e aproveitamento minério, e na obtenção de energias.
Portugal é um país conhecido pelo seu litoral “energético” com as suas
numerosas praias e ventos persistentes, porém sofre de um grande problema
– a erosão costeira.
A erosão costeira resume se a um a um desgaste ao longo da linha da costa
provocado pela ação das águas do mar que atuam sobre o litoral modificando-
o a nível químico e mecânico. Este processo tem como consequências a
redução da faixa da areia (logo diminuição da praia), perda e desequilíbrio de
habitats naturais, aumento da frequência de inundações devido as ressacas
(movimento anormal das ondas do mar sobre si mesmas na zona de
rebentação), possível aumento da intrusão salina nos aquíferos de agua doce
da zona costeira, destruição de construções e bens do Homem e, a nível mais
económico, perda do valor paisagístico o que por consequência diminuiria o
potencial turístico da região.
Vendo especificamente o caso de Portugal, verificamos que a erosão tem
vindo a afetar cada vez mais, nomeadamente as zonas de ocupação humana.
Apesar de a erosão ser um processo natural, a intervenção humana tem sido
dos principais fatores para agravar este processo, devido à alteração dos
leitos dos rios com a criação de barragens que impedem os sedimentos de se
deslocarem e depositarem na zona costeira e à retirada excessiva de areia dos
rios para construções.
Foto 1 – Zona de ocupação humana no litoral

Espinho e a Geologia
Espinho é uma região especialmente afetada pela erosão costeira acima
referida pois é uma região com muita ocupação humana, e as áreas ocupadas,
não sendo compatíveis com a evolução da linha da costa, causam um
confronto entre a progressão do mar, o recuo da linha da costa e a
manutenção dos espaços ocupados.
Por estas razões é necessário um bom ordenamento do território, isto é,
uma boa gestão da interação Homem/ espaço natural que tem em conta o
planeamento das ocupações, o aproveitamento das infraestruturas existentes
e a preservação dos recursos da zona.
Foto 2 – Destruição de bens por consequência do mau ordenamento de território

Constituição Rochosa e Mineralógica de Espinho


Espinho é uma zona constituída por terrenos metamórficos
(metamorfismo regional e fenómenos de granitização), de complexos
xisto-grauváquicos ante-ordovícico, com umas interseções a Norte de
granito e rochedos granito-gnaíssicos.
Podem também ser observadas zonas de isometamorfismo com faixas
de xistos cloríticos e sericíticos, de xistos anfibolíticos e anfibolitos, de
xistos biotítico-moscovíticos, de xistos biotíticos com granadas e
estaurolite. Como é exemplo a leste de Espinho, intercalada no complexo
xisto-granito-migmatíticos, existe uma pequena faixa de rochas
anfibolíticas com orientação NW-SE.
Em termos geomorfológicos, Espinho pode ser caracterizado por
extensas zonas aplanadas, seguidas de relevos pouco acentuados.
O litoral da região é baixo e arenoso (Sul maioritariamente ocupado por
areia de dunas), tendo como exceção alguns pontos a Norte onde é
semeado de rochedos podendo a sua maioria apenas ser vista em altura
de maré baixa.

Fotos 3 e 4 – Areia da Praia de Espinho

A ação violenta do mar tem particularmente incidindo a zona de


Espinho, por vezes chegando a afetar a população. Para estabilizar estes
movimentos, diminuir os estragos e o impacto na zona costeira, e
proteger tanto as populações como as propriedades, tem sido necessária
a realização de obras de defesa como dunas de areia e esporões.

Fotos 5 e 6 – Litoral da costa, Praia de Espinho


Esporões
→O que são?
Estruturas dispostas transversalmente à linha da costa, utilizadas para
combater a erosão costeira. Têm como função reter os sedimentos,
diminuindo a erosão no lado por onde a corrente traz os sedimentos
obrigando-os a depositar-se, tendo por contrapartida o facto de erodir o
lado oposto.
→Espinho teve até 1909 uma frente urbana consolidada e sem grande
erosão, tendo a linha da costa se mantido praticamente inalterada.
Porém nestes últimos anos devido ao agravamento das alterações
climáticas, tem sido requerida uma maior manutenção para proteger a
nossa costa da erosão, logo procedeu-se á construção de esporões.
Os esporões da região são constituídos por blocos de betão alinhados o
que lhes confere uma maior resistência e os torna mais compactos,
durando mais tempo face à força das ondas do mar.

Fotos 7 e 8 – Esporão de pedra e betão de Espinho


Dunas de Areia
→O que são?
Elevação de areia, mais ou menos recoberta por vegetação, com a sua
forma dependente da sua interação com o vento. Moldam-se com os
ventos provenientes do mar que transportam sedimentos finos até que
se estabilizam por uma vegetação pioneira, podendo resultar em 3 tipos
de dunas: imóveis, finas e mais tarde fósseis. São uma barreira natural à
invasão do mar e de areias em áreas mais interiores e balneárias, tendo
como principal função a proteção da costa e dos lençóis de água doce,
evitando a entrada do mar. Têm como vantagem para a sua boa
funcionalidade o seu caracter poroso e o facto de incorporarem
vegetação (principalmente gramíneas e plantas rasteiras) permite-lhes
uma melhor fixação e formação pois “cortam” o vento, limitam as cheias
e abrigam faunas e floras diversas.
→Em Espinho as dunas representam uma zona de constante interação
entre continente e oceano, sendo feita uma deposição permanente de
areia e progressiva fixação da vegetação, que juntamente com a
manutenção lhe confere estabilidade. As dunas de espinho podem ser
consideradas “os pulmões” do litoral constituindo uma das riquezas
ecológicas e paisagistas da região.

Foto 9 – Dunas com vegetação


Calçada Portuguesa
Um aspeto também muito característico de Espinho são as suas ruas e
passeios banhados com calcários brancos e negros – calçada portuguesa.
→O que é?
A calçada portuguesa é um revestimento utilizado na pavimentação de
passeios, ruas, espaços públicos e privados, que consiste na criação de
um padrão ou mosaico através do calcetamento com pedras de formas
irregulares, geralmente calcários brancos e negros (sendo este as vezes
confundido com basalto).
→Facto interessante é a distinção entre “calçada à portuguesa”, calcário
branco e negro, caracterizado pela sua aplicação de forma irregular ao
contrário da “calçada portuguesa” que é aplicada em cubos tendo um
enquadramento diagonal.

Fotos 10 e 11 – Calçada Portuguesa em Espinho


Conclusão
Devido aos variados problemas causados pela erosão costeira e ao pobre
ordenamento de território deveria ser criado um plano de monitorização da orla
costeira de modo a preservar melhor as praias, protegendo também a população de
certos perigos causados pelo avanço da linha do mar e evitar futuras perdas.

Webgrafia

https://www.todamateria.com.br/o-que-e-geologia/

https://www.publico.pt/2019/07/18/ecosfera/noticia/erosao-costa-portuguesa-
grave-efeitos-vao-piorar-especialistas-1880348

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o_costeira

http://www.ipv.pt/millenium/ect7_hmsp.htm

https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/112856/2/273322.pdf

https://www.lneg.pt/servicos/215/1558

http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/papers/RN/92_Gaia5_35_AD.pdf

https://www.publico.pt/2019/01/24/local/noticia/espinho-concluiu-obras-reforco-
esporao-baia-1859219

https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Espinho-e-o-seu-campo-de-esporoes-
Repare-se-nos-esporoes-que-protegem-a-area-a_fig2_282650796

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