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O curta-metragem de 15 minutos trata de um tema inédito de forma sensível e divertida, trazendo relatos de
pessoas que viveram o processo de exumação de seus familiares e um coveiro, meio à uma estética festiva
e nostálgica. Além dos relatos, iremos proporcionar conversas entre os entrevistados sobre as próprias
entrevistas, criando um sentimento de integração e possibilitando trocas de experiência: um experimento
social que irá enriquecer a narrativa.
A associação da morte com a sensação de tristeza assola maior parte do ocidente - com algumas exceções
como no México, onde é celebrado o “Dia dos Mortos” e na cidade de Cachoeira, na Bahia onde é celebrada
a “Festa da Boa Morte” – Em razão disso, o projeto aparece com intuito de quebrar paradigmas e
proporcionar um olhar elucidativo sobre esse processo que é inerente ao ser humano.
Diante disso, Ossos do Ofício tem como objetivo tirar a morte do armário, e tornar esse processo final da
exumação palpável à todos e mostrá-lo até mesmo cômico, como qualquer acontecimento da vida.
II – Proposta de documentário
O documentário participativo ganhará vida a partir das entrevistas com pessoas na faixa de 40 à 70 anos que
viveram o processo de exumação, no interior de São Paulo, e contaremos com a participação de um coveiro,
também do interior de São Paulo.
As entrevistas acontecerão em uma casa locada especialmente para as gravações, onde cada entrevistado
irá relatar, de forma individual suas experiências. Após a edição desse material, iremos reunir os
entrevistados, nessa mesma casa, e rodar as entrevistas para eles assistirem e dialogarem entre si sobre
essa experiência de ouvir outras histórias similares e tratar desse tema pouco comentado no dia-a-dia.
Após as entrevistas, será eleito o entrevistado mais cativante para dar apoio às coberturas do cemitério.
Referência de fotografia e montagem: “Praça da Luz” (2007) Carolina Markowicz e Joana Galvão.
A montagem será feita através de uma linha narrativa que contemplará as semelhanças de cada relato em
uma crescente, e seu ritmo acompanhará a emoção de cada situação.
Como o documentário busca falar da morte através da exumação e da conexão com as pessoas que foram
exumadas, por isso a abordagem dialogará sobre a relação com as nossas raízes, nossa ancestralidade e
também sobre encarar com leveza o processo final da morte, é o luto que já acabou.
Portanto na arte, trabalharemos o conceito de raízes, teias, e retirada de véu sobre o tabu da exumação
através de instalações simples nos cômodos da casa: a sala representará as relações com os familiares
falecidos, e faremos dois ambientes para as entrevistas com a temática de retirada de véu e coisas
inesperadas para simbolizar a quebra desse tabu.
Além disso, é essencial que tenha um clima festivo, porque queremos falar sobre a morte de um jeito alegre,
por isso tem a referência no festival do “Dia dos mortos” (México), “Festa da boa morte” (BA-BR) e “Festival
de Obon” (Japão), para isso trabalharemos com as cores e luzes.
Referências de instalação
Referências bibliográficas:
https://portal.estacio.br/media/3730417/d%C3%ADa-de-los-muertos-um-rito-de-cores-e-alegria.pdf
https://madeinjapan.com.br/2013/08/13/festival-obon-celebra-a-visita-dos-antepassados/
https://www.personare.com.br/dia-dos-mortos-e-suas-diferentes-celebracoes-m4182
O som do documentário será naturalista, e teremos a presença do chorinho brasileiro na trilha musical,
gênero que traz um lamento em forma de musicalidade eufórica e dinamismo - essência do documentário.
Entrevistas individuais
Três pessoas entre 40 e 70 anos que vivenciaram o processo de exumação de seus familiares, e um coveiro.
Os entrevistados serão reunidos na casa, e irão assistir às entrevistas de todos e depois irão dialogar sobre
os relatos, e sobre a experiência no geral.
Objetos significativos
Casa
A locação principal será uma casa, no interior de São Paulo, e terá dois quartos, o corredor e a sala
decorados com referência nas celebrações festivas: “Dia dos Mortos” (México), “Festival de Obon” (Japão) e
“Festa da Boa Morte” (Brasil).
Instalações
Instalações simples que trabalharão conceitos de raízes, teias, e retirada de véu sobre o tabu da exumação
Exumação
Chorinho brasileiro
Voice overs
Faremos algumas perguntas iniciais para quebrar o gelo e depois faremos perguntas mais objetivas sobre a
temática do documentário.
Entrevistas individuais
Como chama?
No que acredita?
Como você se sente quando pensa na morte? É um assunto difícil para você?
Na sua família, vocês conversavam sobre isso ou era um assunto pouco comentado?
E sobre a exumação, era algo tabu ou era normal falar sobre isso?
E teve algum objeto que sua família enterrou junto com ele? O que esse objeto significa pra você?
O que você e a sua família fizeram com os restos mortais do seu familiar?
A sua perspectiva sobre a morte mudou depois que iniciou os processos de exumação da sua família? O que
mudou?
Encerramento da entrevista.
Como chama?
O senhor lembra a primeira vez que teve que exumar alguém? Como foi?
Exumação é um processo sério e delicado, mas já viu alguma situação que foi meio engraçada? O que
aconteceu?
Tem muita gente que tem pavor de morrer e até de falar da morte né? O senhor acha que a gente tinha que
falar mais sobre isso?
Encerramento da entrevista.
V – Sugestão de Estrutura
1. Abertura
2. Desenvolvimento
3. Conclusão