ANÁLISE À ÁGUA
4 - PROCEDIMENTOS
DO RIO LEÇA
Inês Reis
1;2
, Mariana Alves
1;3
, Matilde Rocha
1;4
1
12ºano de escolaridade, Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias, Agrupamento de Escolas de Águas Santas, Maia; 2 inesreisimcdr@gmail.com;
3
marianafonsecaalves2015@gmail.com;4 tita.coelho.rocha@gmail.com
1 - RESUMO
A atividade antrópica tem contribuído para a contaminação da água e do solo, com efeitos prejudiciais
para os ecossistemas e para a saúde humana. O conceito de poluição refere-se então à alteração das
características dos ecossistemas. Durante vários anos o rio Leça, localizado no norte de Portugal, foi
considerado um dos rios mais poluídos da Europa, devido às descargas das inúmeras atividades
industriais localizadas ao longo do seu percurso. Neste sentido, foram realizadas atividades
experimentais com vista a determinação do grau de contaminação das águas do rio através da análise
das concentrações de amoníaco, sulfato, tensioativos e nitrato, sendo este último o mais abundante. Foi
ainda registado o pH da água, sendo esta classificada como neutra/básica.
PALAVRAS-CHAVE: Rio Leça; Poluição da água; Causas de contaminação; Amoníaco; Sulfato;
Tensioativos; Nitrato; pH da água.
2 - INTRODUÇÃO
O rio Leça nasce em Monte Córdova e desagua no Oceano Atlântico. Ao longo dos seus 48 km de
extensão atravessa quatro concelhos do distrito do Porto: Santo Tirso, Valongo, Maia e Matosinhos.
Comparativamente a outros rios da região norte, o rio Leça possui características muito diversas ao nível
da ocupação do solo, apresentando uma elevada densidade industrial e urbana que alternam com áreas
pouco povoadas, essencialmente agrícolas e de alguma vegetação. Geologicamente é caracterizado pela
existência de uma grande diversidade de rochas graníticas.
Durante várias décadas o rio Leça foi considerado um dos rios mais poluídos da Europa. Nesta região são
evidentes os danos causados ao nível da biodiversidade local, devido à poluição da água e do solo. Os
principais poluentes da água incluem bactérias, parasitas, fertilizantes, pesticidas, nitratos, fosfatos,
plásticos e ainda substâncias radioativas. Por outro lado, a erosão, a perda de carbono orgânico, a
salinização, a acidificação e a poluição química são os principais responsáveis pela deterioração do solo.
Assim, devido à poluição do rio e das suas margens, a fauna e a flora da região são bastante limitadas.
Contudo, em alguns locais ainda é possível serem encontradas espécies como a rã-verde, o sardão, o
guarda-rios, a caloptérix-azul, o amieiro e o salgueiro, entre outras.
Atualmente, devido ao considerável valor histórico, cultural e ecológico que o rio evidência, têm sido
elaborados vários projetos no âmbito da valorização das suas zonas ribeirinhas. Corredor Verde do Rio
Leça é um projeto ambiental que surgiu em 2021 com o objetivo de despoluir e beneficiar o rio a vários
níveis. A estratégia de valorização do corredor ecológico tem como objetivos: estabilizar os principais
pontos de erosão, plantar árvores autóctones, eliminar espécies exóticas ou invasoras, implementar
hortas urbanas biológicas inclusivas e acessíveis para todos os cidadãos, promover a continuidade do
corredor e estabilizar as margens do rio com recurso a técnicas de engenharia ambiental.
Neste sentido, com o objetivo de
avaliar a qualidade da água e do solo
no rio Leça e determinar as principais
causas de contaminação,
realizadas as
laboratoriais a partir da análise de
pequenas amostras recolhidas na
Ponte da Pedra, um dos locais
distinguidos como mais relevante no
projeto Corredor Verde do Rio Leça.
Fig. 1 - Ponte da Pedra - Corredor Verde do Rio Leça
3 - MATERIAIS
Os materiais necessários para a realização das atividades laboratoriais são: proveta, conta-gotas, copo de
precipitação, seringa, tubos de ensaio, agitador, reagente de Nessler, reativo de Griess, cloreto de bário,
ácido clorídrico, azul de metileno, clorofórmio, caixas de petri, microscópio ótico composto, indicador
universal de pH, amostras de pH conhecido, funil, discos de papel de filtro, hidróxido de sódio, tampas de
tubo de ensaio, amostra de água do rio, amostra de solo da margem do rio.
(A)
Experiência 1:
Experiência 2:
1- Recolher no rio Leça uma amostra de água.
1 - Recolher no rio Leça uma amostra de água.
2 - Encher o tubo de ensaio 1 com 5 ml de água recolhida, o tubo de ensaio 2 e 3 com 10 ml e o tubo de
2 - Colocar uma gota da água recolhida numa lâmina e introduzir uma lamela por cima, de
ensaio 4 com 20 ml.
forma a ser possível a sua observação ao microscópio.
3 - Com uma seringa, introduzir 3 ml do reagente de Nessler e uma pastilha de hidrato de sódio no tubo de
3 - Observar a amostra no microscópio ótico composto. (B)
ensaio 5. Agitar bem até à desintegração total da pastilha.
4 - Fazer o registo fotográfico das observações.
4 - Com o conta-gotas, adicionar 3 gotas da preparação do tudo 5 à água contida no tudo 1.
Experiência 3:
5 - Adicionar 4 gotas de ácido clorídrico e duas gotas de cloreto de bário ao tubo 2. Agitar bem e esperar
alguns minutos. 1 - Recolher no rio Leça uma amostra de água.
6 - Adicionar 2 ml de clorofórmio e uma gota de azul de metileno ao tubo 3. Agitar bem e esperar alguns 2 - Corte três tiras do indicador universal de pH.
(C)
minutos até à separação das duas fases de água e clorofórmio. 3 - Com a ajuda de uma pipeta coloque uma gota de cada solução de pH conhecido nas fitas
7 - Adicionar 1 ml do reativo de Griess ao tubo 4 e aguardar 10 minutos. do indicador universal. Observar a cor obtida e comparar com a respetiva escala.
8 - Registrar os resultados obtidos. 4 - Agitar bem as três amostras de pH conhecido, e com a ajuda de uma pipeta graduada
colocar parte das soluções em tubos de ensaio.
(A) (B) (C) (D) (E)
5 - Introduzir o aparelho medidor de pH nos tubos de ensaio onde se encontram as amostras (D)
e ler o valor obtido.
6 - Cortar uma nova fita do indicador universal e sobre ela depositar uma gota de água da
amostra anteriormente recolhida no rio. Registar o valor obtido.
Fig. 2 - (A)(B)(C)(D)(E) Procedimento da experiência 1. Fig. 3 - (A) Procedimento da experiência 2;
(B)(C)(D) Procedimento da experiência 3.
5 - RESULTADOS
Tabela 1: Resultados da experiência 1.
Como é possível observar na tabela 1 e na fig. 4, no primeiro tubo de Conforme podemos constatar
1 2 3 ensaio, correspondente à experiência do amoníaco, após a realização do pela fig. 5, a partir da observação
Plâncton
procedimento indicado, a solução adquiriu uma cor alaranjada. Já o ao microscópio ótico composto
1
4
segundo tubo de ensaio, que fazia parte da experiência relativa ao sulfato, com uma ampliação de 40x (10x a
Bento
teve como resultado final uma cor ligeiramente esbranquiçada. O terceiro objetiva e 4x a ocular), foram
2
tubo de ensaio, relativo à presença ou não de tensioativos na amostra identificados três organismos
3 recolhida, obteve uma cor ligeiramente azulada. E, por fim, no último tubo invertebrados, mas apenas dois
de ensaio, relacionado com a presença de nitrato, a solução apresentou Fig. 5 - Registo no microscópio foram devidamente registados.
4 uma cor roxa muito intensa. ótico composto (40x).
Fig. 4 - Resultados da experiência 1.
Tabela 2: Resultados da experiência 3.
A partir da análise da tabela 2 e da fig. 6, é possível afirmar que a primeira tira do indicador (A) (B)
universal, correspondente à amostra ácida de pH igual a 4, adquiriu uma cor vermelha-
alaranjada, associada a um pH entre 4 e 5. Já com o medidor universal de pH, o valor obtido foi
5. Na segunda tira, que continha uma amostra de pH neutro, a cor visualizada foi verde, dando
a entender que o pH varia entre o 7 e 8. Porém com o medidor universal de pH, o valor medido
foi 7. Na terceira tira, a amostra adicionada era básica, com um pH igual a 10, tendo a tira
adquirido uma cor azulada, coincidente com um valor de pH entre 10 e 11. Com o medidor o
valor de pH registado foi 8. Por fim, a fita correspondente à amostra de água do rio Leça (fig. 6)
obteve uma cor esverdeada, dando a entender que tem um pH situado entre 7 e 8. A medição
do valor de pH da água do rio não foi realizada com recurso ao medidor universal. Fig. 6 - (A) Resultados das medições no indicador universal de pH;
(B) Resultado do pH da água do rio Leça.
6 - DISCUSSÃO 7 - CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos na experiência 1, no tubo de ensaio 1 foi obtida uma cor alaranjada, associada à presença de uma baixa quantidade de Concluindo, através da análise dos resultados obtidos na experiência 1 foi
amoníaco indicando-nos assim que a água está ligeiramente contaminada. A presença de amoníaco na água, pode estar associada a indústrias e campos possível detetar a presença de diversos contaminantes na amostra de água
agrícolas que não utilizam processos eficientes de remoção deste produto nas proximidades do local onde foi recolhida a água. Tendo em conta o resultado recolhida no rio Leça: nitratos, sulfatos e amoníaco. A presença destes
obtido no tubo 2, a cor ligeiramente esbranquiçada informa-nos que a água apresenta sulfatos dentro dos valores de tolerância, não sendo por isso o seu compostos indica-nos assim que o rio se encontra poluído, devido às fábricas
foram principal foco de contaminação. Já na análise dos tensioativos, o tubo obteve uma cor ligeiramente azulada na superfície, mas não no fundo, o que nos que se localizam nas suas proximidades. Para além disso, foi possível
seguintes atividades indica que esta substância não está presente na água analisada. Por fim, para o último reagente observado (nitrato), a cor obtida no tubo foi um roxo muito concluir que as ETAR´s necessitam de melhorar os seus tratamentos e
intenso, o que nos indica uma elevada concentração deste composto. Assim, o resultado obtido mostra que a água do rio se encontra muito contaminada métodos, uma vez que não removem eficientemente estes compostos
por esta substância, devido mais uma vez, à proximidade de indústrias que libertam nitratos em elevadas quantidades para o rio Leça no local onde foi altamente nocivos.
recolhida a amostra. A presença de todos estes compostos na água do rio, é também um sinal de que as ETAR’s próximas da região não possuem O pH obtido na amostra e a observação de formas de vida, como o plâncton
tratamentos eficientes para a remoção destes químicos. e o bento, indicam que apesar da água do rio se encontrar contaminada,
Na experiência 2 foram identificadas três formas de vida, duas correspondentes a plâncton e uma correspondente a um bento, porém apenas duas foram essa contaminação têm vindo a diminuir e ainda é possível reverter a
fotografadas (fig.5). Desta forma, ao contrário do que era esperado, a observação de seres vivos invertebrados na amostra de água recolhida no local, pode situação atual.
ser um bom indicador. No entanto, foram observados poucos destes seres, o que evidencia a necessidade de aprimorar os tratamentos utilizados na
limpeza da água do rio, para que este volte ao seu estado original. 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Para concluir, na experiência 3 inicialmente foram realizadas as medições do pH em amostras com o pH conhecido, tanto com o indicador universal como
com o medidor universal, de forma a testar as duas formas de medição e ver se se aproximam dos valores reais etiquetados nas amostras. Através dos Rio Leça: https://ambiente.cm-valongo.pt/pages/573;
Corredor Verde do Leça: https://www.cm-matosinhos.pt/servicos-municipais/ambiente/corredor-verde-do-leca-58;
resultados obtidos com o indicador de pH é possível perceber, que houve uma elevada proximidade entre os valores reais e os valores obtidos, sendo por
isso um meio fiável. Já com a utilização do medidor universal de pH, os resultados observados apresentaram um certo distanciamento dos valores reais, não
O Rio Leça voltará, mas precisamos da justiça do nosso lado: https://observador.pt/opiniao/o-rio-leca-voltara-mas-precisamos-da-
justica-do-nosso-lado/;
Rio Leça: http://www.freguesiadealfena.pt/freguesia/lazer-e-equipamento/36-rio-leca;
tendo sido por isso utilizado este meio para medir o pH da amostra de água recolhida no rio Leça. Após a medição do pH da amostra de água, com recurso Limpeza do rio Leça arranca segunda-feira na Maia: https://sicnoticias.pt/pais/2023-06-04-Limpeza-do-rio-Leca-arranca-segunda-
feira-na-Maia-11b487b4;
ao indicador universal, a cor esverdeada obtida na tira foi comparada com a escala do pH, indicando assim um valor neutro/básico compreendido entre o 7 Crescer entre verde e azul: https://drive.google.com/file/d/1sxgVCSMP14VywKx5cigwFUKkjnnQtBS5/view;
Projeto de recuperação do Corredor Verde do Rio Leça: https://drive.google.com/file/d/1fKc_ZlOYAuqS_Uzm15u2uCZMF8j5cMcj/view
e o 8. No entanto, o resultado obtido não vai de encontro àquilo que se esperava, uma vez que o nitrato, substância que se encontra presente na água em (acedidos em outubro de 2023).
maiores concentrações, apresenta um pH ácido.
ANÁLISE AO SOLO
4 - PROCEDIMENTOS

Experiência 1: Experiência 3:

DO RIO LEÇA
1 - Recolher uma amostra de solo do rio Leça. 1 - Recolher uma amostra de solo do rio Leça.
2 - Encher um copo de precipitação com água até um pouco mais da metade. 2 - Colocar a amostra num copo de precipitação.
3 - Introduzir um pouco da amostra de solo no copo de precipitação e mexer com o 3 - Verter, para o copo de precipitação, água e agitar bem.
Inês Reis
1;2
, Mariana Alves
1;3
, Matilde Rocha
1;4 agitador até que se dissolva completamente. Esperar alguns minutos. 4 - Filtrar a mistura para um tubo de ensaio, com a ajuda do papel filtro.
1
12ºano de escolaridade, Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias, Agrupamento de Escolas de Águas Santas, Maia; 2 inesreisimcdr@gmail.com;
3
marianafonsecaalves2015@gmail.com;4 tita.coelho.rocha@gmail.com
5 - Noutro tubo de ensaio introduza três milímetros do reativo de Nessler e uma pastilha
Experiência 2:
de hidrato de sódio.
1 - Recolher uma amostra de solo do rio Leça.
1 - RESUMO 6 - Agitar bem até a pastilha se dissolver.
2 - Colocar a amostra de solo numa caixa de Petri.
A atividade antrópica tem contribuído para a contaminação da água e do solo, com efeitos prejudiciais para os 7 - Adicionar três gotas desta última mistura ao tubo de ensaio em que se encontra a
3 - Verter, na amostra de solo, algumas gotas de ácido clorídrico.
ecossistemas e para a saúde humana. O conceito de poluição refere-se então à alteração das características dos primeira solução e agitar novamente.
ecossistemas. Durante vários anos o rio Leça, localizado no norte de Portugal, foi considerado um dos rios mais
4 - Verificar o que ocorre após a sua adição.
poluídos da Europa, devido às descargas das inúmeras atividades industriais localizadas ao longo do seu
(A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D)
percurso. Neste sentido, foram realizadas atividades experimentais com vista a determinação do grau de
contaminação do solo nas margens do rio, através da análise das concentrações de amoníaco e de carbonato de
cálcio presentes numa amostra de solo recolhida no local.

PALAVRAS-CHAVE: Rio Leça; Poluição do solo; Causas de contaminação; Amoníaco; Carbonato de cálcio;
Biodiversidade local; Fertilidade do solo.

2 - INTRODUÇÃO Fig. 2 - (A)(B) Procedimento da experiência 1; (C)(D) Procedimento das experiências 2. Fig. 3 - (A)(B)(C)(D) Procedimento da experiência 3.

O rio Leça nasce em Monte Córdova e desagua no Oceano Atlântico. Ao longo dos seus 48 km de extensão
atravessa quatro concelhos do distrito do Porto: Santo Tirso, Valongo, Maia e Matosinhos.
Comparativamente a outros rios da região norte, o rio Leça possui características muito diversas ao nível da 5 - RESULTADOS 6 - DISCUSSÃO
ocupação do solo, apresentando uma elevada densidade industrial e urbana que alternam com áreas pouco
povoadas, essencialmente agrícolas e de alguma vegetação. Geologicamente é caracterizado pela existência de Tendo em conta os resultados obtidos na primeira experiência, é possível perceber que os grãos
uma grande diversidade de rochas graníticas. mais finos se encontram a flutuar na água, uma vez que são menos densos, enquanto os sedimentos
Durante várias décadas o rio Leça foi considerado um dos rios mais poluídos da Europa. Nesta região são
mais grossos e mais densos se encontram no fundo do copo de precipitação, já que são mais
evidentes os danos causados ao nível da biodiversidade local, devido à poluição da água e do solo. Os principais
poluentes da água incluem bactérias, parasitas, fertilizantes, pesticidas, nitratos, fosfatos, plásticos e ainda
pesados.
substâncias radioativas. Por outro lado, a erosão, a perda de carbono orgânico, a salinização, a acidificação e a Avançando para a análise dos resultados obtidos na experiência 2, após a adição de algumas gotas
poluição química são os principais responsáveis pela deterioração do solo. Assim, devido à poluição do rio e das de ácido clorídrico à amostra de solo, ocorreu um processo de efervescência, devido à combinação
suas margens, a fauna e a flora da região são bastante limitadas. Contudo, em alguns locais ainda é possível do carbonato de cálcio com o ácido utilizado. No entanto, a efervescência que ocorreu foi muito
serem encontradas espécies como a rã-verde, o sardão, o guarda-rios, a caloptérix-azul, o amieiro e o salgueiro,
pouca, uma vez que a observação de bolhas foi escassa. A partir desta observação foi possível
entre outras.
Atualmente, devido ao considerável valor histórico, cultural e ecológico que o rio evidência, têm sido elaborados averiguar que a amostra de solo apresenta pouca quantidade de carbonato de cálcio (entre 0,5 - 1%).
vários projetos no âmbito da valorização das suas zonas ribeirinhas. “Corredor Verde do Rio Leça” é um projeto
Fig. 4 - Resultado final correspondente à experiência 1.
Como a percentagem de carbonato de cálcio é muito reduzida, a sua presença não afeta o
ambiental que surgiu em 2021 com o objetivo de despoluir e beneficiar o rio a vários níveis. A estratégia de crescimento das plantas, nem a fertilidade do solo.
valorização do corredor ecológico tem como objetivos: estabilizar os principais pontos de erosão, plantar
Por fim, através da interpretação dos resultados obtidos na experiência 3, foi possível perceber que a
árvores autóctones, eliminar espécies exóticas ou invasoras, implementar hortas urbanas biológicas inclusivas e A partir da observação da fig. 4, é possível averiguar que na superfície
acessíveis para todos os cidadãos, promover a continuidade do corredor e estabilizar as margens do rio com água adquiriu uma cor amarelada, já que contém amoníaco em pouca quantidade. O resultado
da água se encontram concentrados os sedimentos mais finos e no
recurso a técnicas de engenharia ambiental. obtido mostrou assim que o solo se encontra contaminado devido, em grande parte, à proximidade
fundo estão concentrados os sedimentos mais grossos presentes na
de fábricas do local de recolha da amostra e também à utilização de fertilizantes tóxicos na
amostra.
agricultura. A poluição do ar pode também ser um fator de contaminação do solo.
Neste sentido, com o objetivo de
avaliar a qualidade da água e do
solo no rio Leça e determinar as (A) (B) 7 - CONCLUSÃO
principais causas de contaminação, A partir dos resultados obtidos através da realização das atividades laboratoriais, foi possível
foram realizadas as seguintes verificar que o solo que se encontra nas margens do rio Leça está contaminado com produtos
atividades laboratoriais a partir da químicos, como o amoníaco. Nas proximidades ao rio no local selecionado pode existir assim um
análise de pequenas amostras foco de contaminação. Para além disso, as alterações climáticas podem também afetar a qualidade
recolhidas na Ponte da Pedra, um do solo. Neste sentido, devem ser adotadas algumas medidas de prevenção, como a utilização de
dos locais distinguidos como mais fertilizantes naturais, que permitem a gestão sustentável do solo.
relevante no projeto “Corredor
Verde do Rio Leça”.
Fig. 5 - (A) Resultado final correspondente à experiência 2;
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(B) Resultado final correspondente à experiência 3.
Fig. 1 - Ponte da Pedra - Corredor Verde do Rio Leça
Rio Leça: https://ambiente.cm-valongo.pt/pages/573;

Como é possível observar na Como é possível observar na fig. 5 Corredor Verde do Leça: https://www.cm-matosinhos.pt/servicos-municipais/ambiente/corredor-verde-do-leca-58;

3 - MATERIAIS fig.5 (A), a terra em contacto (B), relativamente à análise do

O Rio Leça voltará, mas precisamos da justiça do nosso lado: https://observador.pt/opiniao/o-rio-leca-voltara-mas-precisamos-da-justica-do-nosso-lado/;
Rio Leça: http://www.freguesiadealfena.pt/freguesia/lazer-e-equipamento/36-rio-leca;
Limpeza do rio Leça arranca segunda-feira na Maia: https://sicnoticias.pt/pais/2023-06-04-Limpeza-do-rio-Leca-arranca-segunda-feira-na-Maia-11b487b4;

Os materiais necessários para a realização das atividades laboratoriais são: proveta, conta-gotas, copo de com o ácido clorídrico entrou amoníaco, a solução filtrada Crescer entre verde e azul: https://drive.google.com/file/d/1sxgVCSMP14VywKx5cigwFUKkjnnQtBS5/view;
Projeto de recuperação do Corredor Verde do Rio Leça: https://drive.google.com/file/d/1fKc_ZlOYAuqS_Uzm15u2uCZMF8j5cMcj/view
precipitação, seringa, tubos de ensaio, agitador, reagente de Nessler, reativo de Griess, cloreto de bário, ácido em efervescência. adquiriu uma cor amarelada. (acedidos em outubro de 2023).

clorídrico, azul de metileno, clorofórmio, caixas de petri, microscópio ótico composto, indicador universal de pH,
amostras de pH conhecido, funil, discos de papel de filtro, hidróxido de sódio, tampas de tubo de ensaio, Fig. 6 - Ponte da Pedra - Corredor
amostra de água do rio, amostra de solo da margem do rio. Verde do Rio Leça