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VILA VELHA
2023
ALEXANDER SOUZA DA SILVA JUNIOR
TAILAN MATOS SANTOS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
VVL - COORDENADORIA DO CURSO DE BACHARELADO
EM QUIMICA INDUSTRIAL
Aos 22 dias do mês de junho do ano de 2023, a banca presidida pelo professor Dr.
Mauro Cesar Dias e composta por Dra. Juliana Gomes Rosa e Dr. Hildegardo Seibert
França, reuniu-se para a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado ?
Análise da viabilidade técnica da síntese de sabão utilizando azeite de oliva
extravirgem?, apresentado por Alexander Souza da Silva Junior e Tailan Matos
Santos, do Curso Bacharelado em Química Industrial. Após a apresentação do
trabalho e arguição, a banca examinadora deliberou concluindo pela APROVAÇÃO
do Trabalho de Conclusão de Curso, desde que o(s) estudante(s) entreguem o
Trabalho de Conclusão de Curso corrigido, conforme as considerações realizadas
pela Banca Examinadora e sob supervisão do orientador, à Biblioteca Zilma Coelho
Pinto do Ifes/Vila Velha, como requisito necessário para solicitação de colação de
grau. A banca examinadora, ainda, atribuiu nota 100 ao trabalho.
Declaro, para fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que este
TrabalhodeConclusãodeCursopodeserparcialmenteutilizado,desdequesefaça
referência à fonte e os autores.
Eu, Tailan, dedico esse trabalho ao meu Deus por me conduzir
durante essa curta caminhada conhecida como vida, aos meus
familiares por serem a fontedeinspiraçãoquemeimpulsionaaser
melhor a cada dia, aos meus sobrinhos, aos meus amigos por me
proporcionaremgrandesalegriaseafamíliaqueeuaindaireiformar
porqueseiquedealgumaformaestetrabalhofarápartedasnossas
conquistas.
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de expressar nossos agradecimentos a todos que contribuíram de
forma significativa para a conclusão deste trabalho de conclusão de curso.
Em primeiro lugar, agradecemos a Deus, pelavida,epornosterconcedidotodaa
sabedoria e saúde necessária para que realizássemos esse trabalho.
Ao Prof. Dr. Mauro Cesar Dias que nos orientou e nos auxiliou durante todo estudo.
Ao IFES Campus Vila Velha, à coordenação do curso de Química Industrial, aos
professores e a todos os técnicos de laboratório, que forneceram todo suporte e
recursos necessários para a realização desta pesquisa.
O sabão em barra com histórico mais antigo é o sabão produzido na cidade de
Alepo, na Síria, que éproduzidocomazeitedeoliva,óleodebagasdelouro,soda
cáustica e água. O mesmo é suave, limpa de forma delicada sem remover a
gordura produzida pela pele humanaeinspirouacriaçãodenovasformulaçõesde
sabão em diversas regiões, porém ométodoutilizadoparaafabricaçãodomesmo
requer muito tempo de preparação. Este trabalho tem como objetivo propor uma
formulação de sabão, baseado no sabão de Alepo, porém, utilizando um método
maissimpleseverificaropreçodoprodutofinal.Paraafabricaçãoforamanalisados
osparâmetrosfísico-químicosesensoriaisdoazeitedeolivaqueforamcomparados
com a rotulagem e a legislação para verificar a qualidade do mesmo. As análises
foram: índice de acidez, índice de peróxidos, extinção específica por absorção na
região do ultravioleta, características organolépticas, índice de iodo, índice de
saponificação, índicederefração,umidadeematerialvolátil,viscosidadeetestede
Kreis. Utilizou-se a calculadora de saponificação Mendrulandia para propor a
formulaçãodosabão.Foramutilizados200gramasdeazeitedeoliva,10gramasde
essência, 26 gramas de soda cáustica e 63 gramas de água. Para a produçãodo
sabão, após o azeite ser aquecidoàumatemperaturaentre40e50ºCalixíviafoi
adicionada deixando em agitação por uma hora para atingir otraço.Apósosabão
estar sólido foram realizadas análises físico-químicas e sensoriais para verificar a
qualidade do sabão produzido. As análises foram pH, alcalinidade livre, teor de
glicerina,teordeácidosgraxostotais,teordeumidade,espumaeestabilidade.Para
verificarapossibilidadedefabricaçãodestesabãoparaacomplementaçãodarenda
realizou-se a precificação e a análise de risco. Todas as análises realizadas no
azeite de oliva apresentaram resultados de acordo com a rotulagem e legislação.
Todas as análises realizadas no sabãoapresentaramresultadosdeacordocomos
valores estabelecidos pela legislação o que indica que a formulação proposta
apresenta uma boa qualidade. O preço unitário encontrado para o produto com
margem de lucro de 50% foi de R$ 3,58. Os principais riscos envolvidos no
empreendimento variam no preço das matérias-primas, a existência de grandes
marcas de sabão e a barreira de entrada para novos empreendimentos.
The oldest bar soap with historical significance is the soap produced in the city of
Aleppo,Syria,whichismadefromoliveoil,laurelberryoil,causticsoda,andwater.It
isgentle,cleansesdelicatelywithoutremovingthenaturalskinoils,andhasinspired
thecreationofnewsoapformulationsinvariousregions.However,themethodused
for its production requires a lengthy preparation time. This work aims to proposea
soap formulation based on Aleppo soap but using a simpler methodandtoassess
the final product's price. For manufacturing, the physical-chemical and sensory
parametersoftheoliveoilwereanalyzedandcomparedwithlabelingandlegislation
to verify its quality. The analyses included acidity index, peroxide index, specific
extinction by absorption in the ultraviolet region, organolepticcharacteristics,iodine
index, saponificationindex,refractiveindex,moistureandvolatilematerial,viscosity,
and Kreis test. The Mendrulandiasaponificationcalculatorwasusedtoproposethe
soap formulation. 200 grams of olive oil, 10gramsofessence,26gramsofcaustic
soda,and63gramsofwaterwereused.Forsoapproduction,aftertheoliveoilwas
heatedtoatemperaturebetween40and50ºC,thelyewasaddedandstirredforan
hour to reach trace. After the soap had solidified, physical-chemical and sensory
analyses were conducted toassessthequalityofthesoapproduced.Theanalyses
includedpH,freealkalinity,glycerincontent,totalfattyacidcontent,moisturecontent,
foam, and stability. To assess the feasibility of manufacturing this soap for income
supplementation, pricing and risk analysis were performed. All analyses conducted
on the olive oil yielded results in accordance with labeling and legislation. All
analyses conducted on the soap showed results in accordance with the values
established by legislation, indicatingthattheproposedformulationhasgoodquality.
Theunitpricefoundfortheproductwitha50%profitmarginwasR$3.58.Themain
risksinvolvedintheventureincludefluctuationsinrawmaterialprices,thepresence
of major soap brands, and barriers to entry for new ventures.
NVISA
A gência Nacional de Vigilância Sanitária.
A
COI Conselho Oleícola Internacional
I.A Índice de acidez
I.I Índice de iodo
I.P Índice de peróxidos
I.R Índice de refração
I.S Índice de saponificação
MAPA Ministério Da Agricultura, Pecuária E Abastecimento
N Número
ORF Óleo Residual de Fritura
P.A Para Análise
t0 Tempo inicial
t7 Tempo de sete dias
t1 4 Tempo de 14 dias
t3 0 Tempo de 30 dias
UV-Vis Ultravioleta visível
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................14
1
2REVISÃOBIBLIOGRÁFICA...............................................................................................17
2.1CONTEXTOHISTÓRICODOSABÃO.......................................................................17
2.2CONTEXTOHISTÓRICODOAZEITEDEOLIVA......................................................18
2.3AREAÇÃODESAPONIFICAÇÃO.............................................................................20
2.4PROCESSODERANCIFICAÇÃODOSLIPÍDIOS....................................................24
2.5APRODUÇÃOEPROPRIEDADESDOSABÃODEAZEITEDEOLIVA..................26
2.6CALCULADORASDESAPONIFICAÇÃO................................................................................27
3OBJETIVOS........................................................................................................................29
3.1OBJETIVOGERAL.....................................................................................................29
3.2OBJETIVOSESPECÍFICOS.......................................................................................29
4MATERIAISEMÉTODOS...................................................................................................30
4.1PARÂMETROSFÍSICO-QUÍMICOSDOÓLEO.........................................................30
4.1.1Índicedeacidez.................................................................................................30
4.1.2Índicedeperóxidos............................................................................................31
4.1.3Extinçãoespecíficaporabsorçãonaregiãodoultravioleta...............................32
4.1.4Característicasorganolépticas...........................................................................33
4.1.5Índicedeiodo.....................................................................................................33
4.1.6TestedeKreis....................................................................................................34
4.1.7Índicedesaponificação......................................................................................35
4.1.8Índicederefração..............................................................................................36
4.1.9Umidadeematerialvolátil..................................................................................36
4.1.10Viscosidade......................................................................................................37
4.2FORMULAÇÃODOSABÃO.......................................................................................38
4.3PARÂMETROSFÍSICO-QUÍMICOSDOSABÃO.......................................................39
4.3.1pH.......................................................................................................................39
4.3.2Alcalinidadelivre................................................................................................40
4.3.3Teordeglicerina.................................................................................................41
4.3.4Teordeácidosgraxostotais..............................................................................41
4.3.5Teordeumidade................................................................................................42
4.3.6Testedeespuma................................................................................................43
4.3.7Testedeestabilidade.........................................................................................43
4.4PRECIFICAÇÃO.........................................................................................................46
5RESULTADOSEDISCUSSÃO...........................................................................................47
5.1PROPRIEDADESFÍSICO-QUÍMICASDAMATÉRIA-PRIMA....................................47
5.1.1Análisedeacidez,peróxidoseextinçãoespecífica...........................................49
5.1.2Análisescomplementares..................................................................................51
5.2PREPARODOSABÃO...............................................................................................55
.2.1Quantificaçãodosreagentesdaformulação...................................................................55
5
5.2.2Realizaçãodaformulação...............................................................................................57
5.3ANÁLISESFÍSICO-QUÍMICASDOSABÃO...............................................................60
5.3.1DeterminaçãodopHealcalinidadelivre............................................................60
.3.2Composiçãoemteordeglicerina,ácidosgraxoseumidade.............................61
5
5.3.3Testedeespumaetestedeestabilidade...........................................................62
5.4PRECIFICAÇÃOEANÁLISEDERISCO...................................................................67
6ASPECTOSCONCLUSIVOS..............................................................................................70
REFERÊNCIAS......................................................................................................................71
14
1 INTRODUÇÃO
Com a pandemia do COVID-19 diversas campanhas e cartilhas forampropagadas
sobre a importância da lavagem das mãos como forma preventiva. A lavagem
constante das mãos com água e sabão é eficaz e econômica na prevenção de
doenças infecciosas. Junto com outros cuidados, a lavagem das mãos foi um dos
principaismétodosparadiminuiraquantidadedepessoasinfectadaspelaCOVID-19
e outras doenças infecciosas que sobrecarregam os sistemas de saúde (Gautam,
2020).
Portanto, mesmo que de forma despercebida, o sabão tem uma relevância
considerávelnodia-a-dia,atémesmonasobrevivênciahumana.Omesmofazparte
do cotidiano humano já há muitos séculos. Algumas civilizações antigas deixaram
evidências sobre o cuidado com a saúde e a higiene pessoal. Na Mesopotâmia
foram encontrados artefatos arqueológicos, como duas placas de argila que os
sacerdotes usavam, e nas mesmas tinham inscrições sobre a importância da
limpeza do corpo. Já na Babilônia foram encontrados, através de escavações,
resíduos de sabão datados de 2800 a.C. produzidos com gordura animal ecinzas
(Schützet al, 2017).
Atualmentehámuitosestudossobreformulaçãodesabãoutilizandoóleoresidualde
fritura(ORF)comomatéria-prima.Estaéumaformaeconômicadefabricarsabãoe
também uma forma de dar um bomdestinoaosresíduosdeóleodefritura.Dentre
os resíduos domésticos gerados um dos piores é o óleo, por haver pouca
conscientização sobre seu descarte e peloseualtograupoluente.Umlitrodeóleo
podecontaminaratémeiomilhãodelitrosdeáguaoucausarimpermeabilizaçãono
solo (Oliveira et al, 2013). O reaproveitamento deORFparaaproduçãodesabão,
além de evitar a contaminação do meio ambiente também evita a exploração de
recursos escassos para a fabricação de sabão. Este tipo de fabricação também
serve como meio de sobrevivência para muitas pessoas em vulnerabilidade
econômica e social, pela facilidade da sua produção (Castro & Fabris, 2020).
O sabão em barra com o histórico mais antigo é o produzido na cidade de Alepo,
suas principais matérias-primas são azeite de oliva, óleo de bagas de louro, soda
15
cáustica e água (Akira, 2017). Há poucas informações sobre o processo de
fabricação dessesabãopoisfazpartedetradiçõesfamiliaresquevãopassandode
geraçãoemgeração.Háregistroshistóricosdefabricaçãodessesabãoembarrajá
em 700 d.C. (Akira, 2017). O azeite de oliva, que é o principal componente do
sabão de Alepo, é um alimento conhecido por sua ação nutritiva eterapêuticapor
conter alta concentração de ácido oleico e também ácidos graxos poliinsaturados
essenciais, e também por possuir atividades antioxidantes e anti-inflamatórias
(Trovão & Silva, 2022). Logo, o sabão fabricado com azeite também oferece
benefícios para a pele, como ação antioxidante que age combatendo os radicais
livres.Tambémlimpa,nutreerelaxaapelesemremoveragorduranaturaldapele,
além de ser um sabão macio que não agride peles sensíveis (Ameize, 2017).
Afabricaçãodosabãodeazeitedeformaartesanaléquaseumtabu(Akira,2017),
as fábricas da região da Síria são uma forma de cultura familiar que passa de
geração em geração e muitas vezes é difícil achar referencial teórico sobre a
formulação deste tipo de sabão. Com a guerra civil da Síria as fábricas foram
destruídas pelos bombardeios o que dificultou a produçãoecomercializaçãodeste
produto.Porém,aindústriadesabãodaSíriajáestavaameaçadaantesmesmodos
bombardeios devido ao alto número de falsificações do sabão de Alepo (Al-Zoubi,
2017).
A análise do sabão é importante, pois a qualidade do sabão não depende de um
único parâmetro, mas do conjunto dosparâmetros.Oprodutonãoserábemaceito
16
sesuaspropriedadesnãoatenderemosrequisitosdalegislaçãooudousuáriofinal
(Millanet al, 2018).
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Não existe um consenso sobre o início da produção de sabão, o que existe são
informações desencontradas sobre o assunto, masexisteapossibilidadedosabão
fazer parte da história da humanidade desde o período pré-histórico (Oliveira, 2011).
O nome sabão é proveniente de uma lenda romana que acreditava que no Monte
Sapo, onde havia sacrifício de animais, havia o contato de resto de gordura de
animaiscomascinzasalcalinasdamadeiraequandochoviaformava-seumapasta
desabãoqueeraarrastadapelasmargensdorioTibreondeaslavadeiraslavavam
suas roupas e identificavam o poder de limpeza desta pasta (Massi & Júnior, 2018).
Osabãofoiinventadopelosfeníciosem600a.C.Paraobterapastadesabãoeles
ferviam banha de cabra em água ecinzasdemadeira.Jáosabãonaformasólida
só teve sua produção iniciada já no século VII, quando houve a descoberta da
saponificação por parte dos árabes. Nos séculos XV e XVI foi difundido o
conhecimento da fabricação de sabão, baseado nos métodos dos árabes. Foi na
cidade de Savon que os Italianos denominaram a palavra Savon (sabão) e o
diminutivo Savonnette (sabonete) (Vidal, 2016).
O primeiro fato histórico a respeito do sabão ocorreu quando foram encontrados,
durante escavações na antiga Babilônia, instruções para a fabricação de sabão e
jarros com resíduos de gordura e cinzas datados de 4500 a.C. Apesar desses
documentos não especificarem a utilização do sabão, descobriu-se depois que a
utilização era para pentear os cabelos (Ferreiraetal, 2022).
Acivilizaçãoegípciaéconhecidaporgrandesobras,emseusregistroshistóricoshá
evidências que envolvem o uso de sabão. Os egípcios utilizavam o sabão para
higiene pessoal e farmacêutico, essa última utilização está descrita no ébers
papyrus, documento de aproximadamente1500a.C.,onderelata-seautilizaçãodo
sabão para fins farmacêuticos (Prates, 2006).
18
Há relatosdequeafabricaçãodesabãonãoeraacessívelparatodos,maspaíses
como França, Espanha e Itália se destacaram por potencializarem afabricaçãode
sabão.NaInglaterra,em1622,oReiJamesIcontribuiuparaafabricaçãoindustrial
monopolizada desse produto, porém, com o passar dos anos houve um encargo
tributário muito alto sobre o mesmo, o tornando um produto de difícil acesso
(Ferreiraet al, 2022).
As descobertas do químico francês, Nicolas Le Blanc que patenteou em 1791 a
produçãodebarrilha(carbonatodesódio)utilizandosalcomum,edoquímicobelga
Ernest Solvayem1800,queinventouoprocessodaamôniaetambémutilizavasal
comum para a fabricação de soda, juntamente com os estudos de Chevrealsobre
gorduras que em 1823 chegou ao entendimento do processo de saponificação,
possibilitaram a produção de sabão em larga escala. Com o passar dos anos a
fabricação também agregou novas matérias-primas como o azeite de oliva por
exemplo. Um exemplo de sabão à base de azeite de oliva é osabãodeMarsella,
queémundialmenteconhecidoeteveiníciodasuaproduçãonoséculo IX(Prates,
2006).
Segundo a legislação brasileira azeite de oliva “é o produto obtido somente dos
frutosdaoliveira(OleaeuropaeaL.),excluídososóleosobtidosatravésdesolventes
ouprocessosdereesterificaçãoeouqualquermisturadeoutrosóleos”eoazeitede
olivavirgem“éoprodutoobtidodofrutodaoliveira(O
leaeuropaeaL.),somentepor
processos mecânicos ou outros meios físicos, em condições térmicas, que não
produzamalteraçãodoazeite,equenãotenhasidosubmetidoaoutrostratamentos
além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração.”, (Brasil, 2005).
Existem tipos diferentes deste produto. O tipo extravirgem apresenta qualidade
elevada por ser extraído somente por processos mecânicos e não sofrer nenhum
tipoderefinoquímico,seugraudeacidezémenorque1,0%.Jáotipovirgeméuma
mistura do extravirgem com o refinado, podendo sermisturadoaoutrosóleos,sua
acideznãodeveultrapassara2,0%.Oazeitedeolivacomumédenominadoapenas
como azeite de oliva quando misturado com o tipo refinado, apresenta 3,3% de
19
acidezmáxima.Oazeitedeolivalampantenãoépróprioparaconsumoquandonão
está misturado com outros tipos de azeite ou óleos de sementes por apresentar
acidez maior que 3,3% e odor e paladar desagradáveis. Oazeitedeolivarefinado
e/ou óleo de bagaço é obtido através do refino químico do tipo lampante e como
consequência há a perda do gosto e odor, mas também há aperdade20a40%
dasvitaminaseaacidezreduz-sea0,5%.Jáoazeitecompostoéamisturadotipo
lampante com óleodesojanaproporção3:9respectivamente,émuitovendidonos
comércios porém apresenta baixa qualidade (Leonardiet al, 2018).
Oazeitedeolivatemsidoutilizadoparamuitasaplicaçõesháséculos.Asuahistória
ocorre em paralelo com o histórico da plantação de oliveiras de onde é retirado o
fruto que dá origem ao azeite. O nome azeite deriva da palavra árabe “a
z-zaitun”,
que significa suco de azeitona (Borges, 2018).
Segundo Barros (2019):
azeite é constituído por duas frações, a fração minoritária (ou
O
insaponificável) e majoritária (ou saponificável). Os componentes
majoritáriosincluemostriacilgliceróis(97a99%)eosdigliceróis(1-2,8%).
Os ácidos graxos saturados presentes em maiores quantidades são os
ácidos palmítico (C16:0) e esteárico (C18:0). Entre os ácidos graxos
monoinsaturados, o ácido oleico (C 18:1) é predominante, cujos teores
variam de 55 a 83%. Estão presentes também os ácidos graxos
polinsaturados, linoleico(C18:2)elinolênico(C18:3),representandode3a
21%.Oscomponentesminoritárioscorrespondemaproximadamente1–2%
da composição e são oriundos do metabolismo secundário da oliveira,
incluindo diversos compostos químicos como: hidrocarbonetos, tocoferóis
(vitamina E), esteróis, fosfatídeos, pigmentos (clorofila e carotenóides),
compostos fenólicos e voláteis
As características físico-químicas do azeite depende de uma série de fatores,
começando no plantio até o processamento. Fatores como clima da região, solo,
maturação do fruto e técnicas de extração contribuem para a modificação dessas
características (Cardosoet al, 2010).
Oazeitedeolivatemganhadoespaçonomercadomundialpelosseusbenefíciosà
saúde humana. Segundo Pimentel e colaboradores (2007) “O azeite de oliva é a
maior fonte natural de ácidos graxos monoinsaturados na dieta humana”.Um dos
principais benefícios é a diminuição de riscos de doenças cardiovasculares por
conterácidooléico,épossívelconstatarissoemmoradoresdaregiãomediterrânea
20
que apresentam alto consumo deste produto e possuem maior longevidade
(Cardosoet al, 2010).
Em 1991 foi aprovado uma legislação internacional onde era estipulado pelo
Conselho Oleícola Internacional (COI) os requisitosquímicoseasmetodologiasde
análises da qualidade do azeite, para complementar uma lei de 1960 que
determinava que o azeite de oliva extravirgem não deveria apresentar rancidez,
mofo e cheiros repugnantes, porém, não especificava como seriam determinados
taisparâmetros.Assim,oazeitedeolivafoioprimeiroalimentocomlegislaçãopara
o controle de qualidade. Nas análises de qualidade do azeite, para avaliar os
processos hidrolíticos, é utilizado a análise de acidez, para verificar os processos
oxidativos,utiliza-sedoíndicedeperóxidoeaabsorbâncianaregiãodoultravioleta
e para avaliar as características sensoriais é utilizado as análises sensoriais,além
de outros testes para a determinação da pureza (Borges, 2018).
No Brasil, quem regulamenta a produção e comercialização do azeite de olivaéo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) através da Instrução
Normativa Nº 1,de30deJaneirode2012,modificadapelaInstruçãoNormativaNº
24, de 18 de Junho de 2018, quedefineopadrãooficialdeclassificaçãodoazeite
deolivaedoóleodebagaçodeoliva,considerandoseusrequisitosdeidentidadee
qualidade,aamostragem,omododeapresentaçãoeamarcaçãoourotulagem,nos
aspectos referentes à classificação do produto.
A reação de saponificação ou hidrólise alcalina é uma reação que triglicerídeos,
geralmente em meio aquoso, são hidrolisados totalmente ou de forma parcial,
utilizando uma base como catalisador, sendo usado ou não elevação de
temperatura.Osprodutosdessareaçãosãosaisalcalinosdeácidosgraxos(sabão)
21
e glicerol (glicerina) (Oliveira, 2005). A reação ocorre em várias etapas, gerando
como produtos intermediários mono e diglicerídeos (Meireles, 2013). A reação é
exotérmica e autocatalítica, na qual ocorre o ataque do triglicerídeo pela base,
liberando assim ácidos graxos e glicerinas que são neutralizados pelos íons
hidroxilas (Caobianco, 2015).
As bases comumente usadas são o hidróxido de sódio que gera um sabão mais
consistente e hidróxido de potássio que gera um sabão mais mole (Silva, 2017).
Comoépossívelobservar,oscarboxilatos queconstituemosabãoapresentamuma
extremidadepolar(COO-) eoutraapolarR(cadeiacarbônicaC18:1doácidooleico,
C18:2 do ácido linoleico, C16:0 do ácido palmítico dentre outros mostrados na
Tabela 01). Isso faz com que os mesmos apresentem propriedades tensoativas,
interagindo entre a interface água-gordura, diminuindo a tensão superficial
(Caobianco, 2015).
(partepolar)interagecomasmoléculasdeágua.Háaformaçãodemicelas,queéo
agregado destas moléculas, formando assim um sistema coloidal causado pelas
interaçõesanfifílicas(Santos,2015).Asinteraçõesdasmicelascomaspartículasde
óleo em água podem ser observadas na Figura 02.
Ostriglicerídeosquereagemnasaponificaçãosãolipídiosquepossuemtrêsácidos
graxosligadosaumamoléculadeglicerol.Osácidosgraxosquepossuemde3a24
átomosdecarbono,podemserounãosaturados.Naformainsaturadahápresença
de duplas ligações, o quetornaamoléculaquimicamentemaisestável.Podemser
monoinsaturadosquandopossuem apenasumaduplaligaçãooupoliinsaturadono
caso de duas ou mais insaturações (Moreira, 2002).
A composição percentual e os tipos de ácidos graxos (grupos R) presentes nos
óleos vegetais variam de acordo com otipodeóleoaqueserefere,fatorescomo:
cultivo do produto, índice de maturação, local geográfico do cultivo, condições
climáticas no ano daproduçãoeprocessodeextraçãotambéminfluenciamnessas
características.(CARDOZOetal,2012).ATabela01apresentaosteoresdeácidos
graxospresentesnoazeitedeolivaextravirgemsegundooCODEXALIMENTARIUS
23
(2021),emque,cercade83%dolipídioécompostoporácidosgraxosinsaturados,
e os outros 17% por ácidos graxos saturados.
NaTabela01vemosqueacomposiçãomajoritáriadoazeitedeolivaestáemácido
oleico (C18:1), com teores variando entre 55 e 83% dos ácidos graxos totais
presentes, seguido do ácido palmítico (C16:0) entre 7,5 e 20%, ácido linoleico
(C18:2)entre3,1e21%,ácidoesteárico(C18:0)entre0,5e5%eácidopalmitoleico
(C16:1), entre 0,3 e 3,5%, estando os outros ácidos em teores menores que 1%
(CODEX ALIMENTARIUS, 2021).
24
Todos os óleos e gorduras estão susceptíveis a sofrerem degradação, essa que
tambéméconhecidacomorancificação.Existemdoistiposprincipaisderancidez:a
rancidez hidrolítica e a rancidez oxidativa.
25
Arancidezhidrolíticaocorredevidoàhidrólisedaligaçãoéstereliberaçãodeácidos
graxos livres por enzimas, como a lipase/lipoxigenase ou por agentes químicos,
como ácidos e bases, na presença deumidade.Jáarancidezoxidativaécausada
pela autoxidação dos triacilgliceróiscomácidosgraxosinsaturadosnapresençade
oxigênio atmosférico (Araújo, 2011).
Por ser um tipo de rancificação incontrolável, a rancidez oxidativaéumadasmais
prejudiciais aos alimentos.Essadegradaçãoocorreemtrêsetapas,comopodeser
visto na Figura 04.
Naprimeiraetapadedegradaçãodoslipídioscomeçamaserformadososprimeiros
radicaislivresprovocadospelaoxidaçãolipídica.Nasegundaetapaconhecidacomo
etapa de propagação, os radicais livresformamoschamadoscompostosprimários
da oxidação, como por exemplo os peróxidos e hidroperóxidos e estes quegeram
umareaçãoemcadeiaformandonovosradicaislivres.Comissoocorreumaumento
expressivo e rápido da acidez, viscosidade e voláteis, ao mesmo tempo que a
palatabilidade do alimento diminui devido aosnovoscompostosquesãoformados,
como é mostrado na Figura 04 (Araújo, 2011).
Por fim,naetapadetérminooscompostosdeoxidaçãoprimáriocomeçamareagir
entre si formando oscompostosdeoxidaçãosecundários,essesquesãoaldeídos,
26
cetonas, álcoois, entre outros, provocando então o odor e sabor conhecido como
“ranço” (Araújo, 2011).
A história do sabão industrial teve início com o sabão de Alepo que é o sabão
industrialmaisantigo.Omesmoéfabricadoutilizandoazeitedeoliva,óleodebagas
de louro, soda cáustica e água como matéria-prima. Há registros históricos de
fabricação desse sabão em barra já em 700 d.C. (Akira, 2017).
As cruzadas, segundo a visão dos envolvidos, tinham a intenção de livrar a Terra
Santa do domínio muçulmano. Quando estavam em peregrinação rumo a
Jerusalém, os cruzados passaram por Alepo, que era um grande centro comercial
da Síria, e que comercializava um sabão famoso pela sua qualidade. Pode-se
afirmarentãoquefoiláqueoseuropeusIbéricosaprenderamsobreousodesabão
na higiene pessoal. Com o descobrimento desse sabão,osmétodosdefabricação
tambémforamrepassadosparaaEuropa.Essesabãocomeçouaserproduzidoem
Castela, uma das regiões que deu origem à Espanha, e que também havia
abundâncianaproduçãodeazeitedeoliva,essesabãoficouconhecidocomosabão
de Castela(Ameize,2017).Esteéumsabãobiodegradávelpreparadoapenascom
azeite de oliva, água e soda cáustica (El Habib, 2020). Também foi iniciada a
produção de sabão em Marselha na França, este sabão ficou conhecido como
sabão de Marselha (Ameize, 2017). O sabão de Marselha épreparadocomazeite
de oliva e apresenta teor de 72% em massa de ácidos graxos (El Habib, 2020).
OshabitantesdacostamediterrâneadoOrienteMédioedonorteda Áfricatambém
aprenderam o processo de fabricação de sabão de azeite com os habitantes de
Alepo. E durante o domínio mouro da península Ibérica, este conhecimento foi
difundido para outros países da Europa. Já no século XIV, iniciou-se um amplo
processoindustrialdesabãodeMarselha,naFrança,quechegouatermaisdeuma
centena de fábricas. Esse sabão criou uma grande fama e ficou conhecido
mundialmente (Akira, 2017).
27
Todosossabõesmencionadosutilizamummétodoconhecidonaindústriamoderna
como full boiled. Este processo é constituído das fases: empaste, cozimento,
separação e acabamento, sendo opcional a fase de acabamento (Akira, 2017).
Como 98% do azeite de oliva são ácidos graxos e até 80% destes são ômega 6,
pois o azeite é o óleo vegetal mais rico nesses compostos, o sabão fabricado
utilizando esta matéria-prima apresenta características diferenciadas. O sabão é
suave, por ser mais mole que os sabões comuns, limpa de forma delicada sem
remover a gordura produzida pela pele humana (Ameize, 2017).
As calculadoras de saponificação são muito úteis para a formulação de sabões,
sendo utilizadas por saboeiros leigos e também por aqueles que já possuemmais
experiência no assunto, são de acesso gratuito esimples,servindoparacalculara
quantidade dos reagentes que devem ser utilizados em uma formulação.
É indispensável o cálculo da quantidade de reagentes empregados na formulação
do sabãocombasenaquantidadedeóleoqueseráusado,jáque,essaproporção
será fundamental para um sabão de qualidade. Um sabão no qual foi utilizado
grande quantidade de NaOH poderá tornaropHdosabãomuitoalto,ocasionando
ressecamentoelesõesnamãodoconsumidor,jáumsabãocomquantidadebaixa,
poderá tornar o sabão com um aspecto oleoso e mole, tendograndeschancesde
oxidar mais facilmente e gerar um cheiro desagradável ao produto (MEIRA, 2010).
28
Na calculadora Mendrulandia, além de fornecer as quantidades de reagentes, a
calculadora tambémfazumaprevisãodascaracterísticasdamistura,comotaxade
limpeza, condicionamento, dureza, secagem, solubilidade, persistência e bolhas,
além de mostrar os ácidos graxos saturados e insaturados da fórmula e seus
respectivos teores. Além disso, é mostrado a concentração de glicerina, água e
álcali do produto final, parâmetros estes que são de grande importância para
analisar qual a melhor proporção de reagentes a serem utilizados, além de
sabermos qual a melhor combinação de óleos que pode ser aplicado para a
produção de um sabão com qualidade ideal no final.
29
3 OBJETIVOS
Desenvolverumaformulaçãodesabãoutilizandoóleodeazeitedeolivaextravirgem
como principal matéria-prima.
● Analisar os parâmetros físico-químicos do azeite de oliva extravirgem
adquirido para a formulação, pelo seu controle de qualidade;
● Comparar os resultados das análises físico-químicas do azeite com a
rotulagem, literatura e legislação;
● Utilizar a calculadora de saponificação Mendrulandia para a criação da
fórmula do sabão;
● Determinar os parâmetros físico-químicos do sabão produzido e comparar
seus resultados com a legislação vigente;
● Realizar o estudo dos custos e precificação do produto final.
30
4 MATERIAIS E MÉTODOS
O azeite de oliva extravirgem foi adquirido em um supermercado próximo, foram
escolhidasquatrogarrafasdeummesmolote,paraevitarqueocorressemvariações
nas análises do óleo, em seguida, fez-se as análises pertinentes ao óleo. Estas
análises foram todas de acordo com as normas do Instituto Adolfo Lutz (2008) e
também com o Guia de controle de qualidade de produtos cosméticosdaANVISA
(2008). Todas as análises foram realizadas em triplicata.
Paraoíndicedeacidezemácidooleico,utilizou-seaEquação(1),queexpressamg
de hidróxido de potássio necessária para neutralizar um grama de amostra (mg
KOH/g).Essamedidacalculaarancidezprovocadapelaformaçãodeácidosgraxos
livresnoproduto.Dessaforma,pesou-seaproximadamente2,0000gdaamostrade
azeite em frasco Erlenmeyer de 125 mL e adicionou-se 25 mL de solução de
éter-álcool (2:1) neutra. Em seguida, adicionou-se duas gotas do indicador
fenolftaleína e a soluçãofoitituladacomsoluçãodehidróxidodesódio0,1Matéo
aparecimento de uma coloração rósea, que deve persistir por 30 segundos.
𝑣×𝑓×𝑀×28,2
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝑑𝑒𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧%(𝑚/𝑚) = 𝑃
Equação(1)
Em que:
● v: Volume de titulante gasto na titulação (mL);
● f: Fator de correção da solução titulante;
● M: Molaridade da solução de titulante utilizada (mol/L);
● P: Massa da amostra (g).
31
Para avaliar a concentração de substâncias oxidantes na amostra, utilizou-se o
índicedeperóxidosquedeterminaonúmero miliequivalentesdeperóxidosem1000
gramas de amostra (mEq/kg) utilizando a Equação (2). Para a análise pesou-se
5,0000 ±0,0005gdaamostraemumfrascoErlenmeyerde250mLeadicionou-se
30mLdasoluçãoácidoacético-clorofórmio3:2(v/v)agitando-seatéadissoluçãoda
amostra.Adicionou-seentão0,5mLdesoluçãosaturadadeiodetodepotássio(30g
deiodetodepotássioe21mLdeáguadestilada)edeixou-seaamostraemrepouso
aoabrigodaluzporexatamenteumminuto.Apósisso,adicionou-se30mLdeágua
destilada e titulou-se com solução de tiossulfato de sódio 0,1 N, com constante
agitação. Procedeu-se à titulação até que a coloração amarela tenha quase
desaparecido. Após o desaparecimento da cor, adicionou-se0,5mLdesoluçãode
amido indicadora a 1% (m/v) e continuou-se a titulação até o completo
desaparecimento da coloração azul. Também foi preparada uma provaembranco,
nas mesmas condições. A reação que ocorre neste método é representada na
Figura 05.
(𝐴−
𝐵) ×𝑁× 𝑓×
1000
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝑑𝑒𝑝𝑒𝑟ó 𝑥 𝑖𝑑𝑜𝑠 = 𝑃
Equação(2)
32
Em que:
● A: Volume de titulante gasto na titulação da amostra (mL);
● B: Volume de titulante gasto na titulação do branco (mL);
● N: Normalidade da solução de tiossulfato de sódio;
● f: Fator de correção da solução titulante;
● P: Massa da amostra (g).
Através desta análise avaliou-se o estado de conservação do produto. Estas
absorções são expressas em coeficientes de extinção específicos, que são a
absorbânciadeumasoluçãoa1%doóleonosolventeespecificado,utilizandouma
cubetadeespessurade1cm.Paraisso,pesou-se,emumbalãovolumétricode50
mL, aproximadamente, 0,5000 g de óleo e então dissolveu-se a amostra em
clorofórmio P.A. A solução foi adicionada numa cubeta de quartzo, com 1 cm de
caminho óptico, e então, determinou-se as absorbâncias a 232 e 270 nm em um
espectrofotômetrodamarcaWeblaborspmodeloUV-M58,usandoomesmosolvente
como referência. Calculou-se a extinção específica através da seguinte Equação.
𝐴
𝐸𝑥𝑡𝑖𝑛çã𝑜𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 = 𝑐×𝐼
Equação (3)
Em que:
● A: Absorbância medida no comprimento de onda especificado;
● c: Concentração da solução (g/100mL);
● I: Caminho óptico da cubeta (cm).
Na análise organoléptica estudou-se as características visuais do produto em
comparaçãoàumaamostrapadrão.Aamostrapadrãoéprovenientedeumagarrafa
deazeitedeolivaextravirgemqueficoulacradaportrêssemanasenquantoaoutra
foi estava sendo usada em análises Para análise do aspecto, comparou-se
visualmente se a amostra analisada, de azeite de oliva extravirgem, manteve as
mesmas características “macroscópicas” do padrão (azeite de oliva extravirgem
fechado) ou se ocorreram alterações do tipo separação de fases, precipitação,
turvação, etc.
Já para a análise de cor, comparou-se visualmente a cor da amostra com a cor
padrãoutilizandoluznatural.Paraanálisedeodor,comparou-seoodordaamostra
olfativamente com o padrão de referência, que é um frasco de azeite que ainda
estava lacrado, acondicionado no mesmo material de embalagem.
Oíndicedeiodoéumamedidadograudeinsaturaçãodeumóleo,sendoexpresso
em termos do númerodegramasdeiodoabsorvidopor100gramasdeamostra(g
I2/ 100g). Para esta análise, pesou-se aproximadamente 0,2500 g da amostra de
azeite de oliva em frasco Erlenmeyer de500mLcomtampaeadicionou-se10mL
de clorofórmio. Em seguida, transferiu-se 25 mL da solução de Wijs para o frasco
Erlenmeyer que continha a amostra. Tampou-se e agitou-se cuidadosamente com
movimento de rotação, assegurando perfeita homogeneização e a solução foi
deixadaemrepousoaoabrigodaluzeàtemperaturaambiente,porumahora.Após
operíododerepouso,adicionou-se10mLdasoluçãodeiodetodepotássioa15%e
100mLdeáguadestilada.Titulou-seentão,comsoluçãodetiossulfatodesódio0,1
M até o aparecimento de uma fraca coloração amarela. Adicionou-se 1 mL de
solução indicadora de amido 1% e continuou-se a titulação até o completo
desaparecimentodacorazul.Tambémpreparou-seumadeterminaçãoembrancoe
procedeu-se da mesma maneira que a amostra. Para o cálculo do índice de iodo,
utilizou-se Equação 4. A reação deste método é representada na Figura 07.
34
Em que:
● VB: Volume gasto na titulação do branco (mL);
● VA: Volume gasto na titulação da amostra (mL);
● M: Molaridade da solução de tiossulfato de sódio (mol/L);
● P: Massa da amostra (g).
Para avaliar de forma qualitativa se há a formação de oxidação lipídica, que em
fase avançada causa ranço no azeite, utilizou-se o método colorimétrico Teste de
Kreis.Comauxíliodeumapipeta,transferiu-se 5mLdeamostraparaumaproveta
de50mLcombocaesmerilhada.Emseguida,adicionou-se5mLdeácidoclorídrico
e agitou-se por 30 segundos. Por fim, adicionou-se 5 mL de uma solução de
floroglucina a 0,1% em éter e agitou-se verificando a coloração da solução. Na
Figura 08 é mostrada a formação do composto responsável pelo aparecimento da
coloração vermelha do teste de Kreis.
35
28,05×𝑓×(𝐵−
𝐴)
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝑑𝑒𝑠𝑎𝑝𝑜𝑛𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 = 𝑃
Equação(5)
Em que:
● f: Fator de correção da solução de ácido clorídrico;
● B: Volume gasto na titulação do branco (mL);
● A: Volume gasto na titulação da amostra (mL);
● P: massa da amostra (g).
36
Para medir o grau de saturação das ligações encontradas no azeite de oliva
extravirgem, ajustou-se previamente o refratômetro de Abbé com água, circulando
uma corrente de água a 40°C pelo aparelho, utilizando banho de água controlado
termostaticamente e com circulação de água. Esperou-se a estabilização da
temperaturacomvariaçãomáximade±0,1°Cecalibrou-seoinstrumentocomágua
destilada. Em seguida, após limpo e seco, adicionou-se 2 gotas da amostra no
aparelho, fechando os prismas e travando-os firmemente. Deixou-se2minutosaté
queaamostraatingisseatemperaturadoaparelho.Ajustou-seoinstrumentoealuz
para obter a leitura mais distinta possível e, então, determinou-se o índice de
refração.
umdessecadoratétemperaturaambienteeaamostrafoipesadanovamenteparao
cálculo do teor de umidade e matéria volátil que foi calculada através da Equação 6.
100×𝑁
𝑈𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒%(𝑚/𝑚) = 𝑃
Equação(6)
Em que:
● N: Perda de massa da amostra (g);
● P: Massa inicial da amostra (g).
4.1.10 Viscosidade
Avaliou-seaviscosidadedoazeitepoisháumarelaçãoproporcionaldaviscosidade
com a cadeia de ácidos graxos, uma vezquecomoaumentodacadeiadeácidos
graxosháoaumentodaviscosidade.Paraaanáliseutilizou-seumviscosímetrotipo
Copo Ford de orifício N°4 (mostrado na Figura 10), nivelou-se o aparelho em
superfícieplanacomumniveladorpróprio.Então,obstruiu-seoorifíciolocalizadona
parte inferior do copo com o dedo, utilizando luva, e colocou-se lentamente a
amostra até transbordar, evitando-se variações na temperatura. Verificando-se a
ausência de bolhas, retirou-se o dedo do orifícioedeformasíncronaacionou-seo
cronômetro.Imediatamenteapósoescoamento,interrompeu-seacronometrageme
registrou-seotempoparafinsdecálculo.Paraestecálculo,éutilizadoaequaçãoda
reta obtida pelo tamanho do orifício do viscosímetro. O resultado obtido é a
viscosidade cinemática expressa em cSt (centistokes).
Em que:
● A: Constante definida pelo tamanho do orifício do Copo Ford (3,846 para
orifício número 4)
● T: Tempo gasto para o escoamento do óleo (s);
● B: Constante definida pelo tamanho do orifício do Copo Ford (17,3 para
orifício número 4)
38
Após as análises físico-químicas do azeite de oliva, foram realizadas a síntese de
dois lotes de sabão, a proporção dos reagentes da formulação foi calculada
utilizando-se de uma calculadora de saponificação (Mendrulandia), cujainterfaceé
mostrada na Figura 11. Para a formulação do sabão com óleo de azeite de oliva
foram realizados os passos que seguem abaixo.
Primeiramente, preparou-sealixíviautilizando26gramasdeNaOH(sodacáustica)
em escamas com 99% de pureza e 63 gramas de água e simultaneamente,
aqueceu-se o óleo até que este atingisse uma temperatura entre 40 e 50°C.Feito
isso, adicionou-se cuidadosamente a lixívia em 200 gramas de azeite de oliva
aquecido e misturou-se com colher de plástico por 30 minutos e depois mais 30
minutos sob agitação em um agitador magnético até que se observasse o “traço”,
queéopontoemqueamisturadereagentesatingeopontoadequadoparairpara
a forma.
Dessaforma,depoisdeatingirotraço,adicionou-seoóleoessencial,despejou-seo
sabão formado para uma forma de siliconeeestefoideixadoemrepouso,coberto
por uma pano, por 48 horas. Após o repouso, um dos lotesdosabãofoicolocado
39
num período de cura por 4 semanas para posteriormente serem feitas asanálises
físico-químicas do sabão, e o outro lote do sabão foi levado para o teste de
estabilidade acelerado, feito logo após o sabão sair da forma.
Apósacurade4semanasdolotedosabão,realizou-seasanálisesfísico-químicas
do mesmo.
4.3.1 pH
Para determinar a atividade dos íons hidrogênio da amostra por medida
potenciométrica, pesou-se cerca de 1 g da amostra de sabão e nela foi
acrescentado 100 mL de água destilada, em seguida, aqueceu-se a soluçãoatéa
dissoluçãodaamostra.Dissolvidoosabão,deixou-seaamostraemrepousoatéque
seatingissetemperaturaambienteemediu-seopHdasoluçãocomummedidorde
pH modelo mPA210 da marca MS Tecnopon mostrado na Figura 12.
40
𝑁𝑋𝐸𝑄𝑋𝑉
%𝐴𝐿𝐶 = 10𝑋𝑃𝐴
Equação(8)
Em que:
● ALC: Alcalinidade da solução (%m/m);
● N: Normalidade do hidróxido de sódio;
● Eq: Equivalente grama da soda cáustica;
● V: Volume de hidróxido de sódio gasto na titulação (mL);
● PA: Peso da amostra (g).
41
Paradeterminaraquantidadedeglicerolnosabãoformulado,pesou-seexatamente
cerca de 5,0000 g da amostra, dissolveu-se em 200 mL de água destilada, e
aqueceu-se até a completa dissolução. Adicionou-se então, 20 mL de sulfato de
magnésio20%,agitando-sesemprecomumbastãodevidro,noqualseobservoua
formação de uma borra branca. Filtrou-se esta borra, lavando-se bem com água
destilada,eaofiltradoadicionou-se1mLdeindicadorvermelhodefenole20mLde
periodato de sódio, e deixou-se em repouso por 30 minutos no escuro, à
temperatura inferior a 32 °C. Em seguida, adicionou-se 5 mL de etilenoglicol,
agitou-se e deixou-se em repouso por 20 minutos, no escuro, à temperatura
ambiente, coberto com um vidro de relógio. Por fim, titulou-se a amostra com
soluçãodehidróxidodesódio0,1Nmaistrêsgotasdefenolftaleína1%,atéquese
atingisse uma coloração vermelha. Conduziu-se, em paralelo, uma análise em
branco. Para o cálculo do teor de glicerina utilizou-se a Equação 9 expressa em
porcentagem de glicerol na amostra.
(𝑉𝐴−𝑉𝐵)𝑋
𝑁𝑋𝐹
𝑋9,208
%𝐺𝐿𝐼𝐶 = 𝑚
Equação(9)
Em que:
● GLIC: Teor de glicerina;
● VA: Volume de titulante gasto na titulação da amostra (mL);
● VB: volume de titulante gasto na titulação do branco (mL);
● N: Normalidade da solução usada na titulação;
● F: fator de correção da solução titulante;
● m: Massa da amostra (g).
Paradeterminaraquantidadedeácidosgordurososeresinososnosabão,pesou-se
exatamentecercade5,0000gdaamostraemumbéquerde250mLeadicionou-se
50 mL de água destilada e 50 mL de álcool etílico. Aqueceu-se em chapa de
aquecimento até a completa dissolução da amostra e transferiu-se a solução para
umfunildeseparaçãode500mL,lavandoobéquercomporçõesdeáguadestilada
42
eálcooletílico,nãopermitindoqueovolumeultrapasse-seumtotalde160mL.Em
seguida, adicionaram-se três gotas do indicador alaranjado de metila e
neutralizou-seasoluçãocomalgumasgotasdeácidosulfúrico1:4,adicionandoum
pequeno excesso. Feito isso, lavou-se o béquer com 50 mL de éter etílico e
transferiu-se para o funil de separação contendo a solução.
Procedeu-se com a extração da solução, e logo em seguida esta foi deixada em
repouso, a fim de seobteraseparaçãodasduasfases.Recolheu-seentão,afase
aquosa no béquer inicial e a fase etéreaemumoutrobéquer.Transferiu-seafase
aquosa, novamente, para o funil de separação inicial e repetiu-se a extração por
mais três vezes, utilizando 50 mL do solvente orgânico. Lavou-se a fase etérea,
contida no funil de separação, com águadestilada,atéaneutralizaçãodaáguade
lavagem, utilizando alaranjado de metila como indicador e transferiu-se essa fase
para um béquer previamente tarado. Por fim, evaporou-se a solução até a secura
em chapa de aquecimento e secou-se em estufa a 105°C, até atingir peso
constante. Para o cálculo do teor de ácidos graxos totais tem-se a Equação 10
expressa em porcentagem de ácidos graxos totais da amostra.
100*(𝑃1−𝑃
2)
Á𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠𝑔𝑟𝑎𝑥𝑜𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠(%) = 𝑃𝐴
Equação(10)
Em que:
● P1: Massa do béquer contendo os ácidos graxos (g);
● P2: Massa do béquer vazio (g);
● PA: Massa da amostra inicial (g).
Afimdeavaliaroteordeumidadecontidanosabão,pesou-secercade5,0000gda
amostra em cápsula de porcelana e esta foi colocada na estufa a 105°C, durante
duas horas. Apósasduashoras,asamostrasforamlevadasparaodessecadorno
qual foram mantidas por 30 minutos e o conjunto foi pesado novamente. Para o
cálculo do teor de umidade utiliza-sedaEquação11expressaemporcentagemde
umidade na amostra.
43
[𝐶á 𝑝
𝑠𝑢𝑙𝑎+𝑎 𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎]− [ 𝐶á𝑝
𝑠𝑢𝑙𝑎+𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑠𝑒𝑐𝑎]× 100
𝑈𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒(%) = [𝐶á𝑝
𝑠𝑢𝑙𝑎+𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎]−[𝑇𝑎𝑟𝑎𝑑 𝑎𝐶
á𝑝
𝑠𝑢𝑙𝑎]
Equação(11)
Para analisar a variação da quantidade de espuma em relação ao tempo,
dissolveu-seaproximadamente2,0000gramasdaamostradesabãoem100mLde
água destilada e em seguida transferiu-se para uma proveta de 100mLcomboca
esmerilhada 50 mL da soluçãoaquosadesabão.Aprovetacontendoasoluçãofoi
vertida10vezeseovolumedeespumaemmLnosinstantes0,10e15minutosfoi
mensurado.
Com a finalidade de avaliar o comportamento do sabão emumintervalodetempo
diante de diferentes situações, foi feita uma adaptação no teste de estabilidade
aceleradarealizadopelaautoraMeiriéleMeira(2010),emqueasamostrasdesabão
foram expostas em três ambientes diferentes: em uma estufa da marca LimaTec
com temperatura entre 40 e 45°C, em um refrigerador da marca continental com
temperaturas entre 5 e 10 °C e em temperatura ambiente durante trinta dias.
Duranteaanálise,ossabõesforamsubmetidosaavaliaçõesolfativas,visuais,perda
de massa, pH e alcalinidade livre no período de zero, sete, quatorze e trinta dias.
Optou-se por considerar a amostra colocada em temperatura ambiente como a
amostra padrão para as avaliações olfativas e visuais.
A avaliação olfativa procedeu-se da seguinte maneira, coletou-se uma amostra de
cada ambiente e estas foram avaliadas de acordo com a Tabela 02 que mostra a
classificaçãoenotasatribuídasàintensidadedafragrânciadosabão.Cadaamostra
foi colocada próximo ao nariz, avaliado e registrado a nota adequada, o teste foi
realizado pelos dois autores para concordância dos valores registrados.
44
E Alterado
N Normal
CO Colorido
Utilizando-se de uma balança analítica, pesaram-se as amostras no tempo t0 logo
após o sabão ser retirado da forma, posteriormente, pesaram-se novamente as
45
amostrasduranteotestedeestabilidadedosabãoparaquefossepossívelocálculo
da perda de massa dos sabões. O conceito dado nesse parâmetro foi a variação
entreasmassasiniciaisefinaisdaanálise,queémelhordemonstradonaTabela04.
Com a Equação 12 calculou-se a perda de massa.
𝑚𝑡0 −𝑚𝑡𝑛
%𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 = 𝑚𝑡0
× 100 Equação (12)
Em que:
● mt0: Massa inicial da amostra;
● mtn: Massa da amostra no tempo tn (g).
AmetodologiautilizadaparaotestedepHealcalinidadelivredosabãofoiamesma
utilizada anteriormente. O conceito atribuído pode ser visto na Tabela 05 e Tabela
06,foiestabelecidoumintervalopadrãodeaceitaçãodaamostra,paraoqualopH
do sabão deve ser menor que 11,5 e a alcalinidade menor que 0,5% p/p como é
descrito segundo as normas da ANVISA (2008).
4.4 PRECIFICAÇÃO
Para avaliar a viabilidade da comercialização do sabão produzido utilizou-se das
técnicas de como elaborar o preço de venda recomendadas pelo Sebrae (2010).
Inicialmente fez-se uma pesquisa sobre a importância da formação de preços e
como fazer isso de forma adequada. Como continuação, analisou-se o processo
produtivo do sabão para entender os elementos que irãocomporopreço,quesão
os custos e despesas. Após esse estudo, avaliou-se o preço final do sabão
produzido utilizandoumaplanilhadecálculodepreçoincluindo amargemdelucro
de quem irá comercializar, respeitando as proporções da fórmula proposta neste
trabalho para um lote de quatro barras de sabão.
Para ocálculodoprodutoconsiderou-seopreçounitáriodasmatérias-primas,para
isso,opreçodecompradecadaumafoidivididapelamassatotalouovolumetotal,
dependendo do produto, encontrando assim o valor de cada mililitro ou grama de
matéria-prima.Napróximaetapa,ovalorunitáriofoimultiplicadopelaquantidadede
insumo utilizado na produção, para assim obterocustorepresentativodecadaum
nolotedefabricação.Somou-setodososcustosdosinsumosparaobterocustode
fabricação,esoma-semais15%sobreessevalorparaasdespesasdemanutenção
dafabricaçãocomopapel,água,luzeoutros,eassimobtém-seocustototalparaa
fabricação de um lote de sabão.
Para obter o custo unitário de cada barra de sabão realizou-se a divisão do custo
total de fabricação pela quantidade de barras fabricadas em um único lote. Para
obter o preço final de cada barra de sabão adicionou-se uma margemdelucrode
50%.
47
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
AsTabelas07e08apresentamosresultadosobtidosparaasanálisesrealizadasna
amostra de azeite de oliva extravirgem adquirido comercialmente e os valores
pertinentes da legislação sobre os limites de tolerância para esses parâmetros,
sendograndepartedessesdadosobtidosdaINSTRUÇÃONORMATIVANº1,DE30
DE JANEIRO DE 2012 do MAPA, com exceção apenas, das análises qualitativas
(características organolépticas e teste de Kreis) e da viscosidade que foram
encontrados por padrões observados em outras literaturas descritas porBROCKe
colaboradores(2008).Asanálisesforamrealizadasemtriplicata,sendocalculadoa
média e seu desvio padrão (X ± s).
48
Tabela 07 - Resultados experimentais e limites de tolerância para as análises
realizadas no azeite de oliva extravirgem.
Teste de Kreis
Sem oxidação lipídica Sem oxidação lipídica
Apesar das inúmeras análises que podem ser realizadas para o azeite de oliva,
segundooartigo5daInstruçãoNormativa1/2012doMAPA,osprincipaisrequisitos
avaliados na qualidade do azeite são o índicedeacidez(I.A/mgKOH.g-1),oíndice
deperóxidos(I.P/mEq.kg-1)eaextinçãoespecíficaporabsorçãonoultravioleta(232
e 270 nm) que são os valores encontrados no rótulo do produto adquirido,jáque,
estes parâmetros indicam o estado de conservação quanto sua oxidação e
degradação lipídica, garantindo então a qualidade e segurança do produto.
Para o óleo adquirido, obteve-se um valor de 0,39 ±0,04%mgKOH/g.Ovalordo
índice de acidez para azeite de oliva extravirgem não deve ser superior a0,8%,e
quantomenoressevalor,maioraqualidadedoóleoemquestão(BRASIL,2012).O
valor obtido na análise está dentro do limite esperado e também dentro do valor
fornecidopelorótulodoproduto,queindicaqueoíndicedeacidezdomesmodeve
ser menor que 0,5% como podemos ver na Figura 13.
50
Na análise de peróxidos são avaliados a quantidade de peróxidos ou produtos
similares que são potenciais da oxidação da amostra, sendo assim, esse método
indicatodasassubstânciasquesãocapazesdeoxidaroiodetodepotássio,queéo
reagenteutilizadonoteste,issoemtermosdemiliequivalentesdeperóxidospor1kg
deamostra(ADOLFOLUTZ,2008).Olimitedetolerânciamáximaparaesseíndiceé
de 20 mEq/kg de amostra segundo aInstruçãoNormativa01/2012doMAPA,valor
estequetambémseencontranorótulodoprodutoequecomoobservadonaTabela
07 também segue as normas estabelecidas, sendo encontrado umavalorde9±1
mEq/kg.
Comoobjetivodeobterinformaçõesadicionaissobreoazeitedeolivaeaqualidade
resultantedosabãoaserproduzido,procedeu-secomanálisescomplementaresno
óleo.Dentreessasanálisestemosasorganolépticas,índicedeiodo,testedeKreis,
índice de saponificação, índice de refração, umidade e matéria volátil e viscosidade.
As análises organolépticas são utilizadas para se avaliar de imediato as
característicasdeumprodutoatravésdosórgãosdosentido,emcomparaçãoauma
amostra padrão, podendo verificar alterações que possamterocorridoduranteseu
processamento e armazenamento. Essas análises identificam o aspecto,cor,odor,
textura,entreoutrascaracterísticasqueindicamaqualidadedoprodutonomomento
queestásendoutilizado(ANVISA,2008).Osresultadosdessasanálisespodemser
encontrados na Tabela 08, na qual não foram observadas diferenças significativas
em relação à amostra padrão. Além disso, a literatura também foiconsultadapara
aumentaraconfiabilidadedosresultados.NaFigura14temosaamostraemanálise
no ladoesquerdodaimagemeaamostrapadrãonoladodireito,evidenciandoque
apresentam características visuais semelhantes.
52
O índice de iodo é um parâmetro que mede o grau de insaturação de umóleoou
gordura, ou seja, quanto maioroíndicedeiododeumdeterminadolipídio,maiora
quantidadedeligaçõesduplascarbono-carbonoelepossuiemaiorpossibilidadede
oxidação (ADOLFO LUTZ, 2008). Para o azeite de oliva extravirgem este valor
segundo o MAPA é entre 75 e 94 g de iodo/ 100 g de amostra. Para efeito de
comparação o óleo de soja apresenta o valor de 120 à 143 g de iodo/ 100 g de
amostra, um valor maior do que o de azeite, portanto,hámaisinsaturaçõesoque
aumenta as possibilidades de oxidação. Se o índice de iodo for muito acima do
esperado,podeviraprejudicaraqualidadedosabãoproduzidoapartirdestelipídio,
pois um óleo ou gordura com um alto grau deinsaturaçãoserámaissusceptívelà
oxidação e rancificação.
Paraaamostraanalisadaobteve-seumíndicedeiodode84±3gdeiodo/100gde
óleo, estevalorestádentrodoestabelecidopelalegislação,indicandonãosetratar
de um óleo com umaquantidadesignificativadeinsaturações,ouseja,quenãoirá
posteriormente prejudicar a formulação do sabão de azeite de oliva.
Segundo AdolfoLutz(2008)otesteoureaçãodeKreiséummétodoindicadopara
severificararancidezdeumdeterminadoóleo,quepodeserprovocadaporaçãodo
aroupormicrorganismos.Nestareaçãotemosoreagentefloroglucinaqueemmeio
ácidodáumacoloraçãoróseaouvermelhaparaostriglicerídeosoxidados,ecomo
aumento da intensidade dessa cor, maior a rancidez deste produto, sendo assim
uma análise complementar às análises do índice de iodo e índice de peróxidos.
53
Na Figura 15 temos a coloração adquirida pelo óleo ao serem adicionados os
reagentesparaareaçãodeKreis.Pode-seobservarqueofundodotubodeensaio
possuíaumacoralaranjada,nãoevidenciandoqualquertipoderancideznaamostra
em questão, confirmando assim os resultados nas análises de índice de iodo e
índice de peróxidos obtidas anteriormente.
OíndicederefraçãosegundoAdolfoLutz(2008)indicaograudesaturaçõesdeum
óleo, este será característico de cada óleo e irá depender de vários fatores como
temperatura, pressão e a composição do óleo. Utilizando-se de um refratômetro
Abbé foi possível determinar o valor índice de refração, sendo este 1,4690 , que
também está dentro dos limites definidos pelo MAPA.
A fim de identificar possíveis adulterações em produtos alimentícios, pode ser
utilizado como parâmetro o teor de umidade e material volátil, que representam a
54
Aviscosidadedeumóleopodesermedidapormeiodeseutempodeescoamento,
ométodoutilizadofoiométododeorifício,queutilizadeumcoponaformadecone,
o Copo Ford, com um orifício noseufundoporqualescoaoóleo(ANVISA,2008).
Existem 5 tamanhos de orifícios diferentes, estes são escolhidos a depender da
faixa de viscosidade do óleo, a Tabela 09 que relaciona esses dados.
Tabela09-Númerodoorifícioutilizadoatravésdafaixadeviscosidadeetempode
efluxo do fluido
Tempo de efluxo
Copo Ford Faixa de viscosidade
(tempo de escoamento em
(número do orifício) (centistokes)
segundos)
(2008). No entanto, no laboratório onde a análise foi realizada, o copo Ford não
possuíaoorifícionúmero3,oquelevouàrealizaçãodostestescomosorifícios2e
4.
Para o orifício de número 2 foi gasto um tempo médio de 197 segundos para
escoamento do óleo, desta forma fica inviável calcular sua viscosidade poisoerro
seriamuitosignificativo,jáqueoidealparaeleseriaumtempodeefluxoentre40e
100 segundos. Jáparaoorifícionúmero4obtivemosumtempodeescoamentode
23 segundos, sendo um valor dentro da faixa segundo a Tabela 09. Com esse
resultado e utilizando-se da Equação 7 para o orifício número 4, temos que a
viscosidade do óleo foi de aproximadamente 71,2 ± 0,8 cSt, sendo este um valor
bem próximo do previsto na literatura.
Dessa forma, após realizarmos as análises de qualidade e também as análises
complementares do óleo, presume-se que o produto em questão é de qualidade
para ser aplicado como reagente na formulação do sabão.
Após as análises físico-químicas do óleo, foram feitas as formulações de sabão,
para isso, utilizou-se da calculadora de saponificação Mendrulandia para o cálculo
relacionado a quantidade de reagentes da formulação. Nela foi inserido o óleo de
azeite de oliva extravirgem como agente saponificante, o NaOH como base da
lixívia, e também a essência utilizada na fórmula, que foi o óleo resina de alecrim
como potencial antioxidante (TIUZZI & FURLAN, 2016).
Paraaformulação,optou-seemutilizar200gdoóleoe10gdaessência,issopara
se obter uma massa suficientedesabãofinalparaquefossemrealizadastodasas
análises necessárias. Na Figura 16 temos a interfacedacalculadoraMendrulandia
com os dados que foram utilizados na formulação. Sendo utilizado ainda um
sobreengordurantede7%paraaumentaropoderemolientedosabãoquepodeser
observado também na Figura 16. Os dois lotes feitos seguiram a mesma fórmula.
56
Inserindo então as quantidades do óleo de azeite de oliva extravirgem e a
quantidade de essência na mendrulandia,temosautomaticamenteaquantidadede
lixívia que devemosusarnaformulação.Essecálculosedáatravésdosíndicesde
saponificação dos óleos que são adicionados na calculadora.
Comopodemosanalisar,conseguimosobservarumaboaprevisãodemisturaparao
produto final como indicado na Figura 16, sendo 4 deles com resultados perto do
esperado para uma boa mistura, que são representados pelos números de
coloraçãoverde,quevariamentre49e51(ocondicionamento,persistência,dureza
esecagem)e3delescomresultadosneutros,nãotãopróximasdoideal,indicados
pelosnúmerospretoscomvaloresmenoresque49,masquenãoirãoprejudicarno
sabão final. Segundo a calculadora de saponificação Mendrulandia, quanto mais
próximos de 50, melhor a característica do sabão naquele parâmetro, já números
muito elevados ou abaixo de 50 indicam excesso ou falta daquela propriedade.
57
Como fornecido pela calculadora de saponificação foi utilizado cerca de26,0000g
deNaOH(sodacáustica)e63,0000gdeáguadestilada.Comaadiçãoedissolução
da base na água é possível observar um aumento de temperatura na solução,
devido a reação exotérmica que ocorre. Isso é provocado já que existem duas
energias envolvidas no processo de dissolução de um soluto em um solvente. A
primeira é a entalpia reticular, que éaenergianecessária(energiaabsorvida)para
separar um mol de sólido, e a segunda é a entalpia de hidratação, que é a
quantidade de energia liberada quando um mol de íon sofre hidratação. Como a
entalpiadehidrataçãodoNaOHemáguaémaiorquesuaentalpiareticular,entãoa
energia em excesso será liberada aumentando a temperatura do meio (SILVA,
2020).
Após o preparo da lixívia e aquecimento do óleo fez-se a mistura manual e em
misturador mecânico como dito na metodologia. Na Figura 17 tem-seomisturador
mecânico utilizado.
Com o fim das misturas foi adicionado 10 mL do óleo essencialdealecrimemais
uma agitação manualdealgunsminutosparamistura-lonafórmula.Comoavanço
58
damisturafoipossívelobservaroaumentodaviscosidadedasoluçãoeopontode
traço da formulação.
Na Figura 18 podem ser vistos o início (a esquerda) eofim(adireita)damistura
dos reagentes da formulação. Além de adquirir uma coloração mais intensa,
percebe-se o aumento da viscosidade do produto através da reação de
saponificação que ocorre entre a base adicionada e o óleo, eénestepontoqueo
sabão está pronto para ser transferido para a forma.
Optou-se em colocar o sabão em uma forma de silicone para quefossemaisfácil
sua retirada após o endurecimento, a Figura 19 mostra o sabão já colocado na
forma.
59
Apósseremcolocadosnaforma,tampou-secomplásticofilmeepano,ecomcerca
de 48 horas foram retirados da forma e colocados em “cura” por 4 semanas. O
segundo lote de sabão foi levado ao teste de estabilidade.
Otempode“cura”dosabãoéotempoemqueosabãoficaemrepousoeexposto
ao ambiente, já que, por ser uma reação lenta, a hidrólise alcalina na reação de
saponificação continua acontecendo durante esse tempo. Esse período apesar de
incerto é crucial para que o sabão possa atingir seu pH ideal, além de perder
umidadeeendurecer.Ofatodeaqueceroóleoeutilizardalixíviaquenteaoserfeita
aformulaçãoéparaacelerarareaçãodesaponificaçãoefazercomqueessetempo
decurasejamenor(KUNZLEReSCHIRMANN,2011).NaFigura20temososabão
após o tempo de cura.
Nofinaldacuraossabõesapresentaramumacoloraçãouniforme,semmanchasde
oxidaçãoecomumaspectomaismolequeocomumparasabões,fazendocomque
alguns deles não ficassem com a forma definida ao serem desenformados como
pode ser visto na Figura 20. Com os sabões prontos, realizaram-se as análises
físico-químicas dele.
As análises de controle de qualidade de um produto acabado são requisitos
necessários para a garantia de um produto seguro, de qualidade e eficácia, não
somente como uma exigência regulatória (ANVISA, 2008). Dessa forma, faz-se
necessárioaanálisedesuacomposiçãoquímica.Asanálisesrealizadasforam:pH,
a alcalinidade livre, o teor de glicerina, o teor de ácidos graxos totais e o teor de
umidade do sabão. Na Tabela 10 pode-se observar os resultados para o sabão
formulado com o azeite de oliva analisado.
Tabela 10 - Resultados experimentais para as análises realizadas no sabão de
azeite
PARÂMETROS RESULTADOS
ANALISADOS EXPERIMENTAIS
Dentre as análises da composição química do sabão, encontramos normas
regulamentadorasparaopHeaalcalinidadelivre,sendoestes,osdoisparâmetros
61
demaiorimportâncianoproduto,queimplicamsignificativamenteemsuaqualidade
e segurança ao consumidor, caso não estejam dentro dos limites exigidos.
OpHnadamaiséqueologaritmonegativodaconcentraçãodeíonshidrogêniona
amostra, este é determinado por potenciometria através da diferença de potencial
entre o eletrodo medido e o de referência através de um medidor de pH (MEIRA,
2010). Segundo a ANVISA, esse valor deve ser menor que 11,5 para sabões em
barra,sendooidealumpHemtornode10,4(Anvisa,pg114,2008),valoresmaiores
podem prejudicar o aspecto do sabão, além de agredir a pele do consumidor que
utilizá-lo. Dessa forma,paraosabãodeazeiteformulado,obteve-seumpHquese
encontra dentro do exigido, valor este de9,76 ± 0,06como é mostrado na Tabela 10.
Já a alcalinidade livre refere-se a quantidade de base alcalina que não foi
neutralizada formando o sabão, este parâmetro assim como o pH possui uma
legislaçãoquedeterminaqueseuvalorsejanomáximode0,5%p/pemhidróxidode
sódio (ANVISA, pág. 115, 2008) para sabonetes infantis. Com isso, podemos
observar que o sabão feito com o azeite de oliva extravirgem também obteve um
resultado dentro dos limites estabelecidos para este parâmetro, obtendo-se uma
alcalinidade livre de 0,136 ± 0,001% p/p.
Formada como subproduto na reação de saponificação a glicerina confere maior
capacidade umectante ao produto, mantendo a umidade da pele e também a
umidade do próprio sabão. Seu limite de tolerância não é definido por nenhuma
legislação, entretanto é desejável um valor entre 8 a 12% para sabões de alta
qualidade,masquepodemvariaraindamaisadependerdamarcaeformulaçãodo
produto (PRATES, 2006).
Naanáliserealizadaobteve-seumteordeglicerinade4,7±0,2%p/p,indicandose
tratardeumsabãocompercentualmaisbaixodeglicerina,ademais,nãoindicando
por isso se tratar de um produto que possa oferecer risco ao consumidor.
62
O teor de ácidos graxos totais se refere à quantidade total de ácidos graxos
presentes na amostra, este queéoreagenteprincipalnareaçãodesaponificação,
para sua determinação realiza-se uma extração da amostra com um solvente
orgânico (éter etílico) e calcula-se por diferenças de peso (ANVISA, 2008).
Assimcomonoteordeglicerina,esteparâmetronãopossuilimitesdetolerância,já
que,cadaformulaçãopossuidiversasquantidadeseestruturasdiferentesdeácidos
graxos, a depender da quantidade e tipo de óleo ou gordura que foi utilizada na
saponificação, podendo este variar significativamente de produto para produto.
Ademais, por ser o reagente em maior proporção no sabão, comumente oteorde
ácidos graxos no sabão apresentam teores acima de 50% (PRATES, 2006).
Paraaanáliserealizadanosabãodeazeitedeolivaobteve-seumresultadode49±
4% p/p, valor este que não é tão elevado como é encontrado em outros sabões
comerciais, mas que devido a metodologia utilizada para sua extração podem ter
ocorrido perdas durante o processo de análise, seja na própria extração ou na
evaporação do solvente.
O teor de umidade analisa a concentração de água na amostra, podendo ser
determinada por diferentes métodos. O métodoutilizadonesteestudoéatravésda
secagem da amostra e posterior cálculo por diferença de massa. Na legislação
vigente não encontra-se padrões de limite de tolerância para umidade emsabões,
mas vale destacar que um sabão com umidade muito alta estarápropícioaoxidar
maisfacilmente,ocorrercrescimentosdemicrorganismoslevandoadeterioraçãodo
produtoetambémtornaroaspectodosabãomaismoleecomumavidaútilmenor
(ANVISA, 2008).
Nosabãoformuladoobteve-seumteordeumidadede21,0±0,3%,sendoesteum
valor aceitável, já que parasabõesglicerinadosesseteorpodevariarde20a30%
segundo estudos de Prates (2006).
Comisso,utiliza-sedotestedeespumaemprovetasparamediropoderespumante
do sabão feito com azeite de oliva, que se dá através da agitação em proveta de
uma solução 2% p/v de sabão, sendo determinado também a estabilidade da
espumaaolongode15minutos(PIRESeALVES,2018).Paraaamostraanalisada
o volume da espuma foi de 81,50, 70,50 e 59 mL nos tempos 0,10 e 15 minutos
respectivamente, indicando se tratar de um produto com capacidade espumante
adequada quando comparada a estudos de Prates (2006).
Notestedeestabilidadeépossívelanalisarocomportamentodeumproduto,emum
determinadointervalodetempo,diantedediferentescondiçõesambientaisaqueele
possa estar, desde sua formulação até o término de seu tempo de validade. Por
meio deste parâmetro é possível avaliar suaqualidade,segurançaeeficácia,além
de sua aceitação pelo consumidor (ANVISA, 2004).
Dessaforma,foirealizadoumtestedeestabilidadedaamostradesabão,sendoele
adaptado para que fosse avaliado sua estabilidade durante o tempo de cura do
sabão,iniciandocomot0 logoapósosabãoserretiradodaforma.NaTabela11,12
e 13 temos os resultados para os testes feitos nos tempos 7, 14 e 30 dias
respectivamente. As legendasparaotestedeodorestãodisponíveisnaTabela02,
paraostestesvisuaisaslegendasestãodisponíveisnaTabela03,paraaperdade
massa na Tabela04,paraasanálisesdepHnaTabela05eparaaalcalinidadena
Tabela 06.
64
Na Tabela 12 estão agrupados os resultados das análises após as amostras
permanecerem 14 dias nos respectivos ambientes.
Comopodemserobservadosnastabelas,osabãoexpostoàtemperaturaambiente
foi aprovado em todos os parâmetros ao longo do tempo de análise, ou seja, seu
odor e aspectonãovariou,suaperdademassafoimenorque20%,seupHmenor
que 11,5 e sua alcalinidade não foi superior a 0,5%, confirmando que o sabão se
mantém estável quando armazenado em temperatura ambiente.
No caso do sabão exposto a baixas temperaturas, este também foi aprovado nos
parâmetros de pH,perdademassaealcalinidadelivre,entretanto,apresentouleve
descoloração e enfraquecimento de sua fragrância quando comparado ao padrão.
Estes resultadospodemserexplicadospois,existemváriosfatoresqueinfluenciam
na estabilidade do produto, dentre eles temos: o tempo, quelevaaalteraçõesnas
características organolépticas, físico químicas e microbiológicas do sabão, a
temperatura, que quando exposto em condições elevadas aceleram as reações
físicoquímicanaamostra,alterandoacor,aspectoeodordoproduto,enquantoque
baixas temperaturas aceleram alterações físicas como turvação, precipitação e
66
cristalização, luz e oxigênio, que originam a formação de radicais livres
desencadeandoreaçõesdeóxido-redução,eumidadequealteraseuaspectofísico,
tornando-o mais amolecido e modificado sua massa, como também ocasionando
contaminação microbiológica (ANVISA, 2004).
NaFigura21temosasamostrasqueforamlevadasaotestedeestabilidadenofinal
da análise, no qual as placas com a letra “G” representam os expostos a baixas
temperaturas,nageladeira,oscomaletra“A”expostosatemperaturaambienteeos
com a letra “E” expostos a temperaturas elevadas, na estufa.
Visualmente,pelaFigura21asdiferençasdecornãosãotãovisíveis,alémdisso,o
sabão não apresentou manchas que indicassem a oxidação do produto em
nenhumadasamostras,demonstrandoqueaessênciautilizadadeóleoessencialde
alecrimpodetersidoumbomantioxidanteparaoproduto.Aoanalisaroaspectodo
sabão com mais detalhes notou-se que o sabão exposto a baixas temperaturas
apresentouumadurezamaior,alémdeestarcomumatexturamaissecaemrelação
ao sabão exposto a temperatura ambiente. Além disso, o exposto a altas
temperaturas adquiriu uma consistência pastosa nos primeiros dias de análise e
posterior endurecimento e secagem em excesso, alterando totalmente seu odor e
67
não sendo possível sentir a fragrância da essência, comprovando assim o que
acontece quando amostras estão expostas em temperaturas mais baixas ou altas
que o necessário como define a ANVISA (2004).
Na pesquisa sobre a importância da determinação do preço de venda de um
produto,observou-se queédeextremaimportânciaaavaliaçãoadequada,porisso
deve ser parte crucial do planejamento, pois o preço adequado proporciona
rentabilidade, competitividade, crescimento e retorno do que foi investido. O preço
faz parte da decisão de compra por parte do consumidor pois o mesmo avalia a
relevância do produto em relação ao preço. Logo, o preço deve atender às
expectativas dosconsumidoresemrelaçãoàqualidade,mastambémdevehavero
retorno do investimento do empreendedor e lucro, se não for assim não haverá
viabilidade na manutenção da fabricação e venda (Sebrae, 2010).
Em um empreendimento os custos são os valores investidos na aquisição de
insumos ou outros gastos para a fabricação como água e luz (Sebrae, 2010). Na
avaliação dos custos referentes à fabricação, observou-se que estes são em
pequenonúmero,poisaproduçãodesabãorequerpoucosinsumos.Osgastoscom
insumos são a compra de azeite de oliva, soda cáustica, essência e considera-se
também os gastos com água e energia.
No Figura 22 encontra-se o preço unitário obtido para cada matéria-prima
considerando orçamento realizado no dia 01 de junho de 2023.
Com o preço unitário calculado, obteve-se o custo de fabricação do lote. Os
resultados estão exibidos na Figura 23.
Somando-seentãooscustosunitários,foiencontradoumcustodefabricaçãodeR$
8,30. Para que sejam considerados, além dos insumos utilizados, os custos fixos
que são gastos com água, energia, papel e outros, realizou-se o cálculo para
incluí-los nos custostotaisconsiderandoqueestescompreendem15%docustode
fabricação. Para realizar o cálculo do custo fixo realiza-se a soma dos gastos e
depois calcula-se o custo fixo médio realizando a razão do custo fixo total pelas
unidades de produto fabricadas.
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠𝑑
𝑒𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎𝑝𝑟𝑖𝑚𝑎 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 = 8, 30 + (0, 15 × 8, 30) = 𝑅$9, 54
Então,ocustototalparaafabricaçãodeumlotede4barrasdesabãoédeR$9,54.
Comesseresultado,realizou-seumoutrocálculoparaverificaropreçounitáriodas
barras. O resultado está exibido na Figura 24.
Para obter o preço final do produto, somou-se o custo unitário com a margem de
lucro esperada que é de 50%, como pode ser observado na Figura 25.
O preço unitário final obtido para o produto foi de R$ 3,58. Porém, é importante
salientarqueessevalornãoconsideracustoscomoembalagem,divulgaçãoeoutros
personalizáveisquevariamparacadaempreendedor,etambémnãoéumvalorfixo
pois há variação de preço nas matérias-primas e demais despesas.
Também realizou-se uma análise de riscos sobre um possível empreendimento na
fabricação e venda de sabão de azeite. Segundo Sebrae (2022):
Os principais riscos envolvidos em um empreendimento do tipo são os efeitos da
economia, pois com as oscilações da inflação há aumento do custo de
matérias-primas encarecendo o produto e consequentemente diminuindo a
demanda. A existência de grandes marcas de sabãoquejáestãoconsolidadasno
mercado e possuem preço mais atrativo é outro risco, pois muitas vezes os
consumidoresgeralmenteoptamporsabõesmaisbaratos.Tambémháabarreirade
entradaparanovosempreendimentos,poisumnegócioartesanalpossuidificuldade
deconquistarumaclientelamaiordevidoaosaltosinvestimentosempublicidadedas
grandesempresas,tambémavendadesabão,porserumprodutoquepodecausar
irritaçãonapele,dependedeautorizaçãodeórgãosregulamentadoreseaemissão
destas licenças são onerosas.
70
6 ASPECTOS CONCLUSIVOS
Com basenapesquisarealizada,osresultadosobtidosconfirmamqueosobjetivos
propostos neste trabalho foram alcançados. As amostras de azeite de oliva
extravirgem analisadas demonstraram estar em conformidade com todos os
parâmetros físico-químicos dequalidadeestabelecidospelaInstruçãoNormativaNº
1 de 2012 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), bem
como com as informações presentes norótulodoproduto.Comisso,pôde-secriar
através da calculadora desaponificaçãoMendrulandia,umaformulaçãoviávelede
baixo custo de produção na síntese do sabão. Dentre as principais análises
realizadas no produto final, o resultados para o pH e alcalinidade do sabão foram
9,76 ± 0,06 e 0,136 ± 0,001%p/p, respectivamente, se apresentando dentro dos
limitesestabelecidospelaANVISA,noqualprevêpHmenorque11,5ealcalinidade
livremenorque0,5%p/p.Alémdisso,oprodutotambémapresentouteordeumidade
aceitável,eficiêncianaproduçãodeespumaeestabilidadecontraoxidaçãoquando
armazenado em temperatura ambiente, se mantendo com suas características
organolépticas e físico-químicas dentro do ideal, quando comparado a estudos
realizados por autores como Prates (2006) e Meira (2010).
Embora os resultados para o teor de glicerina e teor de ácidos graxos do sabão
tenham sido baixos,elesnãoafetaramnegativamenteaspropriedadesdosabão,a
formulação proposta por este trabalho obteve um sabão de qualidade e com
características importantes para a pele que são obtidas graças a composição
química doóleodeazeitedeolivaextravirgemeacapacidadeantioxidantedoóleo
essencial de alecrim.
Na precificação do produto, obteve-se um preço unitário razoável para a venda,
considerando que o preço do azeite possui alto valor agregado, ainda assim
apresenta potencial competitivo no mercado pelos benefícios promovidos pelo
mesmo. Existem riscos no negócio de vendas desse sabão principalmente porser
artesanal, porém um bom gerenciamento de riscos, investimentos adequados e a
ampla divulgação do diferencial deste sabão quando comparado a outros sabão
pode proporcionar ao empreendedorsucessonasvendasassimcomoacontecena
Europa e no Oriente.
71
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