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CENTRO TECNOLÓGICO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
Florianópolis
2020
Vinicius Rugeri Borges Bonini
Florianópolis
2020
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Inclui referências.
O presente trabalho em nível de mestrado foi avaliado e aprovado por banca examinadora
composta pelos seguintes membros:
Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado
adequado para obtenção do do título de Mestre em Engenharia Mecânica.
Agradeço à Deus em primeiro lugar, pelo dom da vida e por me abençoar em todos
os meus caminhos. Meus agradecimentos ao meu orientador, professor Sergio Colle, ao
meu coorientador Allan Ricardo Starke e ao conselheiro Leonardo Lacerda Lemos, os quais
por sua dedicação, competência, paciência e objetividade me nortearam e possibilitaram a
realização deste trabalho. Agradeço também toda a equipe do LABSOLAR pela oportunidade
e auxílio na realização desta dissertação.
Aos meus pais, Cladir Aparecida Rugeri e Edilson Borges Bonini, por me permitirem
realizar esse mestrado, me auxiliando e aconselhando da melhor forma possível em todos
os momentos. Meu muito obrigado à todos os meus amigos, colegas e conhecidos, que me
apoiaram para que eu pudesse completar esse trabalho.
O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológico (CNPq) através do processo GM/GD - Cotas do Programa
de Pós-Graduação, número 161586/2018-0. Sou igualmente grato a PETROBRAS pelo am-
paro e fomento da realização dessa pesquisa e desse trabalho, através do projeto 4600536881.
Enfim, gratulo a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
desse trabalho.
"Sabedoria e valor, juntos, lhe dão grandeza.
Porque ambos são imortais, dão eternidade a quem os tem.
Quanto mais conhece, mais será admirado, pois o sábio e o gênio tudo podem.
Um homem sem conhecimento é como um quarto às escuras.
Mas devemos saber usar a sabedoria e a força, os olhos e as mãos.
A sabedoria sem valentia é estéril"
Baltasar Gracián
RESUMO
The paraffin deposition in oil production column, in extreme cases may cause oil
production to stop. In order to avoid the pipe obstruction hot water injection inside the
production column can avoid this problem. Water is currently heated by burning natural
gas or by electrical resistance. An alternative to reduce natural gas and electrical energy
consumption is the use of a solar process heat system. The decision to replace the conventional
system with a solar system requires a technical and economical evaluation of the system,
which must be made through detailed simulations of the proposed system operation. The
present work focused on the transient simulation platform to evaluate the performance of the
proposed solar water heating system, by using TRNSYS software. This software offers great
flexibility to perform the dynamic simulation of thermal systems, as it is able, to evaluate the
performance with variation of the solar radiation over time. The porposed system consists of
a field of flat plate solar collectors, which heat water indirectly through a coil immersed in
the thermal reservoir with a volume of 3 m3 . The heated water, at a temperature of 95 ◦C,
contained in the reservoir is injected daily into the oil production column. The simulation
platform is able to take into account the shading in the collector field and the pressure
drop of the entire hydraulic circuit, accounting for the parasitic electrical power consumed
in operation. For the city of Candeias-Bahia, initially, the effects of the design variables,
collector area, collector inclination, row distance, system flow rate, fuel tariff and inflation
and discount rate, on the thermal and economic performance of the system through the
solar fraction and 𝐿𝐶𝑆, respectively. Optimization in terms of the analyzed variables, lead to
an optimized 𝐿𝐶𝑆 of R$151.900,00, for a solar field of 113.22 m2 , reaching an annual solar
fraction of 63,7 % and a payback time of 6.6 years.
Key-words: Avoid paraffin deposition, petroleum, solar process heat, simulation, economic
analysis, TRNSYS.
LISTA DE FIGURAS
𝐴 Área [ m2 ]
𝑎0 Coeficiente da eficiência do coletor de ordem zero [-]
𝑎1 Coeficiente da eficiência do coletor de primeira ordem [ W/(m2 K) ]
𝑎2 Coeficiente da eficiência do coletor de segunda ordem [ W/(m2 K2 ) ]
𝐴𝑐 Área do campo de coletores [ m2 ]
𝐵 Constantes [-]
𝑏0 Coeficiente de primeira ordem do IAM [-]
𝑏1 Coeficiente de segunda ordem do IAM [-]
𝐵𝑜 𝐿 Número de Boussinesq [-]
𝐶 Custo [ R$ ]
𝐶𝐴 Custos relacionados com a área do campo de coletores [ R$/m2 ]
𝐶𝐸 Custos não relacionados com a área do campo de coletores [ R$ ]
𝐶𝑆 Investimento inicial do sistema [ R$ ]
𝑐𝑝 Calor específico [ kJ/(kg K) ]
𝑑 Taxa de desconto [%]
𝐷 Diâmetro [m]
𝐷ℎ Diâmetro hidráulico [m]
𝐷0 Diâmetro externo [m]
𝑒 Espessura [m]
𝐸 Energia elétrica [ kJ ]
𝑓 Fator de atrito [-]
𝐹 Fator de segurança [-]
ℱ Fração solar anual do sistema [%]
Coeficiente de conversão de potência elétrica em energia tér-
𝐹𝑝𝑎𝑟 [-]
mica da bomba
𝐹𝑅 Fator de remoção do coletor solar [-]
𝑔 Aceleração da gravidade [ m/s2 ]
ℎ Coeficiente de troca térmica convectiva [ W/(m2 K) ]
𝐻 Altura [m]
𝑖 Inflação [%]
𝐼 Irradiação solar [ W/m2 ]
𝑘 Condutividade térmica [ W/(m K) ]
𝐿 Comprimento [m]
𝑙𝑒𝑙 Comprimento de tubulação reta entre cotovelos em curva U [m]
̇
𝑚 Vazão mássica [ kg/s ]
𝑚 Taxa de juros do financiamento [%]
𝑀 Massa [ kg ]
𝑛 Contador de quantidade de [-]
𝑁𝑒 Período de análise econômica [ ano ]
𝑁𝐷 Período de depreciação [ ano ]
𝑁𝐿 Período de amortização de financiamento [ ano ]
𝑁𝑢𝑑 Número de Nusselt [ W/(m K) ]
𝑃 Potência [ kW ]
Constante relacionada ao combustível consumido, para análise
𝑃1 [-]
econômica
Constante relacionada ao custo de equipamentos, para análise
𝑃2 [-]
econômica
𝑃𝑒𝐿 Número de Peclet [-]
𝑞̇ Taxa de transferência de calor [ kW ]
𝑄 Energia térmica [ kJ ]
𝑄 𝑎𝑢𝑥 Energia térmica auxiliar [ kJ ]
𝑄𝑙𝑜𝑎𝑑 Energia térmica entregue a demanda [ kJ ]
𝑄𝑢 Ganho térmico do coletor solar [ kJ ]
𝑅 Resistência térmica [ K/W ]
𝑅0 Raio de curvatura [m]
𝑟1 Correção da vazão dos coletores associados em série [-]
𝑅𝑎 Número de Rayleigh [-]
Razão entre a radiação direta no plano incinado e no plano
𝑅𝑏 [-]
horizontal
𝑅𝑒 Número de Reynolds [-]
𝑅𝑚 Razão entre os custos diversos e o investimento inicial [-]
𝑅𝑣 Razão de revenda de equipamentos [-]
𝑅𝑉̇ Razão entre vazões volumétricas [-]
𝑆𝑆 Razão de aspecto do reservatório térmico [-]
𝑇 Temperatura [ ◦C ]
𝑡¯ Taxa efetiva de imposto de renda [%]
𝑡𝑖 Taxa de imposto patrimonial [%]
𝑈𝐴 Coeficiente global de troca térmica [ kW/K ]
𝑈𝐿 Coeficiente de perda térmica do coletor [ W/(m2 K) ]
Coeficiente de perda térmica do coletor dependente da tempe-
𝑈𝐿/𝑇 [ W/(m2 K2 ) ]
ratura
𝑉̇ Vazão volumétrica [ m3 /s ]
𝑣 Velocidade do escoamento [ m/s ]
𝑉 Volume [ m3 ]
𝑧 Parcela de abertura da válvula gaveta [%]
Gregos
𝛼 Ângulo de divergência [°]
𝛼𝑎𝑖𝑟 Difusividade térmica do ar [ m/s ]
𝛽 Ângulo de inclinação do coletor solar [°]
𝛽𝑎𝑖𝑟 Coeficiente de expansão térmica do ar [ 1/K ]
𝛽𝑟 Razão beta para contrações e expansões [-]
Γ Indicador do tipo de empreendimento [-]
𝛾 Sinal de controle [-]
𝛾𝑠 Azimute do campo de coletores [°]
𝛿 Ângulo de curvatura de cotovelos [°]
Δ Rugosidade interna da tubulação [ 𝜇m ]
Δ̄ Rugosidade específica [-]
Δ𝑡 Diferença de tempo [s]
Δ𝑇 Diferença de temperatura [ ◦C ]
Δ𝑝 Queda de pressão [ kPa ]
𝜀 Rugosidade absoluta da superfície interna de uma tubulação [m]
Λ Razão do investimento pago a vista [%]
𝜂 Eficiência energética [%]
𝜂0 Eficiência térmica das aletas [%]
𝜇 Viscosidade dinâmica [ Pa s ]
𝜋 Número pi (3.141 592 653 59) [-]
Π Razão entre o valor do patrimônio e o investimento inicial [%]
𝜌 Massa específica [ kg/m3 ]
𝜌𝑔 Refletância do solo (albedo) [-]
(𝜏𝛼) Produto transmitância absortância [-]
𝜏 Constantes para a perda de carga da válvula gaveta [-]
𝜃 Ângulo de incidência dos raios solares [°]
𝜉 Coeficiente para a perda de carga do coletor [-]
𝜁 Coeficiente de queda de pressão [-]
Subscritos
1, 2, 3, ...,𝑛 Índices das constantes, coeficientes e seções transversais
𝑎𝑑 Relativo a adição do tê misturador
𝑎𝑚𝑏 Ambiente
𝑎𝑣𝑔 Médio – average
𝑏 Relativo a irradiação direta – beam
𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 Bocal
𝑏𝑜𝑡𝑡𝑜𝑚 Fundo do reservatório – bottom
𝑐ℎ𝑒𝑐𝑘 Válvula gaveta – check
𝑐𝑜𝑙 Coletor solar
𝑐𝑜𝑛𝑑 Condução
𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 Relativo ao consumo/demanda
𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 Cotovelo
𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 Curva em U
𝑑 Relativo a irradiação difusa
𝑑𝑒𝑠 Design
𝑑𝑖 𝑓 𝑢𝑠𝑜𝑟 Difusor
𝑑𝑖𝑣 Relativo ao tê divisor
𝑒 Equivalente
𝑒𝑥𝑡 Relativo a extração do tê divisor
𝑒𝑙𝑒 Elétrico
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 Estática
𝑓 Fluido
𝑓 𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 Fileira
𝑓 𝑖𝑛𝑎𝑙 Final
𝑓𝑟 Atrito – friction
𝑓 𝑢𝑒𝑙 Combustível
𝑔 Relativo ao solo
𝑔𝑎𝑠 Gás natural
𝑔𝑎𝑡𝑒 Válvula gaveta – gate
ℎ Relativo ao plano horizontal
ℎ𝑒𝑎𝑑 Cabeçote
ℎ𝑚 Meio quente – heating medium
𝑖𝑠𝑜 Isolamento térmico
𝑖𝑛 Entrando – inlet
𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 Inicial
𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 Local
𝑚𝑎𝑥 Máximo
𝑚𝑖𝑛 Mínimo
𝑚𝑖𝑠𝑡 Relativo ao tê misturador
𝑛 Relativo a direção normal
𝑜𝑙𝑑 Relativo ao intervalo de tempo anterior – old
𝑜𝑢𝑡 Saindo – outlet
𝑝𝑖𝑝𝑒 Tubulações
𝑝𝑢𝑚𝑝 Bombeamento
𝑠 Relativo a parede do tubo do dissipador
𝑠𝑒𝑟𝑝 Serpentina
𝑠𝑖𝑑𝑒 Lateral do reservatório – side
𝑠𝑖𝑛𝑘 Dissipador de calor
𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 Sistema
𝑠𝑡 Reta – straight
𝑠𝑡𝑜 Reservatório – storage
𝑇 Total
𝑡𝑜𝑝 Topo do reservatório – top
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Total
Sobrescritos
𝑙 Laminar
𝑡 Turbulento
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 Organização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Revisão Bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1 Calor de processo solar na indústria do petróleo . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Parafinação em tubulações de petróleo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Tecnologias solares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Comportamento térmico do coletor solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4.1 Sombreamento em coletores solares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4.2 Estagnação em coletores solares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.5 Comportamento hidráulico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1 Componentes para a simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.1.1 Bomba dos coletores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1.2 Dados climáticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.1.3 Cabeçote de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.4 Cabeçote de saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.5 Tubulações isoladas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1.6 Reservatório térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.7 Dissipador de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.1.7.1 Dimensionamento do dissipador de calor . . . . . . . . . . 26
3.1.7.2 Desempenho do dissipador de calor . . . . . . . . . . . . . 29
3.1.8 Coletor solar de placas planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1.9 Válvula divisora de fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.1.10 Válvula misturadora de fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1.11 Válvulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2 Sistema de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 Parâmetros de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3.1 Reservatório térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3.2 Campo de coletores solares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3.3 Dissipador de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.3.4 Tubulações do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.3.5 Controles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.3.6 Parâmetros econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4 Resultados e discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1 Funcionamento dos controles e do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.2 Caso de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3 Análises paramétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.3.1 Quantidade de fileiras de coletores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.3.2 Inclinação dos coletores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.3.3 Distância entre fileiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.3.4 Vazão do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.3.5 Tarifa de combustível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.3.6 Taxa de variação do preço futuro do combustível . . . . . . . . . . . 59
4.3.7 Taxa de desconto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.1 Sugestões de trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Apêndices 71
APÊNDICE A Comportamento térmico do coletor solar . . . . . . . . . . . 73
A.0.1 Modelo de eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
A.0.2 Correções de curva ideal de eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
APÊNDICE B Modelagem do comportamento hidráulico . . . . . . . . . . 77
B.0.1 Queda de pressão em segmentos retos . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
B.0.2 Queda de pressão em contrações e expansões cônicas . . . . . . . . . 78
B.0.3 Queda de pressão em “T divisor” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
B.0.4 Queda de pressão em “T misturador” . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
B.0.5 Queda de pressão em cotovelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
B.0.6 Queda de pressão em válvulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
B.0.7 Potência de bombeamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
APÊNDICE C Análise econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Anexos 95
ANEXO A Dados do coletor solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
1
1 INTRODUÇÃO
O sombreamento entre fileiras de coletores solares é relevante, uma vez que influencia
diretamente no ganho térmico do sistema. Além disso, é fundamental que o sistema disponha
de dispositivos para prevenir que a temperatura estagnação dos coletores seja alcançada,
uma vez que, a essa temperatura podem ocorrer sérios danos aos coletores solares. Para
prevenir o sobreaquecimento dos coletores do sistema, será necessário adotar um dispositivo
de proteção, representado por um dissipador de calor do tipo tubo aletado, sendo esse
dispositivo igualmente considerado pela plataforma de simulação desenvolvida.
A análise técnico-econômica é fundamental para realizar o dimensionamento adequa-
do do sistema, considerando tanto o desempenho do mesmo, quanto os custos incorporados
4 Capítulo 1. Introdução
à operação do sistema como resultado da adoção de uma nova tecnologia. Além do que,
o sistema proposto é altamente replicável em diferentes instalações da PETROBRAS pelo
Brasil.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Existem diversas aplicações para calor de processo solar dentro da indústria de petróleo
e gás, como apresentado por Halabi; Al-Qattan; Al-Otaibi (5). Os autores realizaram uma
pesquisa acerca das possibilidades de utilização da tecnologia SHIP dentro da indústria de
petróleo e gás. Os autores identificaram o potencial do emprego de coletores de baixa e média
temperatura para atender os processos de desgaseificação, desumidificação e dessalgação do
petróleo extraído.
Outra aplicação refere-se a o aquecimento de petróleo em oleodutos, para diminuição
de sua viscosidade e consequente energia de bombeamento. Badran; Hamdan (14) testaram
coletores de placas planas com o próprio petróleo e água como fluido térmico, verificando
que a eficiência instantânea do coletor com água era maior. Já Lasich; Kaila (15) verificaram
aumentos significativos na quantidade de barris de petróleo transportados em virtude da
utilização de calor de processo solar.
Um exemplo de aplicação prática de um sistema solar é apresentada por He (16). O
petróleo bruto possui um maior ponto de solidificação, baixa fluidez e maior viscosidade. Para
facilitar seu transporte por tubulações é necessário aquecê-lo. Desse modo, em cooperação
com alguns parceiros, o Instituto de pesquisas em energia solar de Beijing, projetou e
construiu um sistema solar para o aquecimento desse petróleo. O campo de coletores aquece
uma mistura de água com fluido anticongelante, que aquece o petróleo por uma trocador
de calor.Desde a sua construção, os resultados indicam que o sistema solar possibilita uma
economia diária de 30 % no consumo de gás natural.
A aplicação mais estudada diz respeito ao uso de coletores de alta temperatura para
fornecimento de energia térmica aos processos de extração de petróleo, denominada TEOR
(Thermally Enhanced Oil Recovery). Vapor é injetado dentro do reservatório, aquecendo o
petróleo, consequentemente diminuindo sua viscosidade e melhorando sua mobilidade (17).
6 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica
forma simplificada a seleção de uma tecnologia solar, é realizada de acordo com os níveis de
temperatura em que o processo deve ser atendido.
De acordo com Frank; Hess; Zahler (12), os coletores solares podem ser classificados
de acordo com sua temperatura de saída, Frank; Hess; Zahler (12), até 100 ◦C coletores de
baixa temperatura, entre 100 ◦C e 250 ◦C média temperatura, e acima de 250 ◦C coletores de
alta temperatura. Outra classificação dos coletores solares é baseada no rastreamento solar,
conforme duas categorias a saber, os coletores estacionários e os coletores com rastreamento
(31). A figura 2.2 sintetiza ambas as classificações, relacionados os tipos de coletores, ao tipo
de rastreamento, e aos níveis de temperatura de saída alcançados.
Figura 2.2 – Tipos de coletores solares relacionados às suas temperaturas de operação e faixa de
temperatura de processos industriais .
Nível de temperatura
Estacionário Rastreamento
Coletor plano
Tubo vácuo / CPC
Pequeno cilíndrico parabólico / Linear Fresnel
Durante o curso de um dia o sol movimenta-se no céu, tendo por vezes sua radiação
obstruída por obstáculos posicionados a frente de um coletor solar, reduzindo a energia
incidente no coletor, por conseguinte, reduzindo o ganho térmico do coletor. O apare-
cimento de sombras sobre coletores solares em campos solares pode ser ocasionado por
dois fatores principais, pela presença de objetos nas redondezas do campo, como árvores ou
construções, ou pela fileira de coletores à frente (35). Quando coletores solares são arranjados
em múltiplas fileiras, todas elas, exceto a primeira, receberão uma fração menor de radiação
em algum período do dia, em decorrência do sombreamento entre as fileiras de coletores,
como mostrado na figura 2.3. Uma vez que o sombreamento reduz o ganho térmico dos
coletores, esse deve ser evitado, ou reduzido (36).
Área sombreada
β β
térmico, e até mesmo o escaldamento dos usuários do sistema (35, 45, 44).
De acordo com Harrison; Lin (46) é necessário um sistema de controle da temperatura
do coletor solar, para mitigar os efeitos danosos da estagnação. Basicamente, existem dois
modos de controlar essa temperatura, o primeiro consiste em reduzir a o ganho de energia
solar no coletor e o segundo em remover o excesso de energia do coletor. Para evitar o
sobreaquecimento, é preferível a dissipação de calor do coletor por convecção natural, tanto
tecnicamente quanto economicamente.
Em sistemas pequenos, residenciais por exemplo, a instalação de um dissipador de
calor no circuito do coletor, pode evitar danos ao coletor na ocorrência da estagnação. Em
sistemas industriais, projetados para suprir demandas térmicas e temperaturas superiores,
a instalação de um dissipador de calor também pode ser realizada. Entretanto, devido a
temperatura mais elevada, é necessária a instalação de sistemas de resfriamento (46).
No caso de sistemas com rastreamento solar, os coletores podem ser desfocados para
reduzir o ganho térmico do sistema e evitar que a temperatura de estagnação seja atingida
(44).
3 METODOLOGIA
Figura 3.1 – Esquema conceitual do layout do sistema de aquecimento solar para injeção de água no
poço MUI-15.
Dissipador
de calor
Bomba de
circulação Válvulas de retenção
Resistência de Saída de água aquecida
aquecimento para o poço de
auxiliar produção de petróleo
O sistema opera com uma injeção diária de água quente na coluna de produção, estan-
do essa programada para ocorrer às 15:00. Desse modo, diariamente às 15 h o controle verifica
se a temperatura média do reservatório térmico é igual ou maior que 95 ◦C (temperatura
14 Capítulo 3. Metodologia
de injeção), em caso afirmativo o fluxo de água do circuito dos coletores é desviado para o
dissipador e a água do reservatório térmico é injetada na coluna de produção. Caso contrário,
isto é, temperatura média inferior à 95 ◦C, o sistema auxiliar de aquecimento é acionado
até a água do reservatório atingir a temperatura de injeção, enquanto o fluido térmico dos
coletores escoa através do dissipador de calor, evitando a estagnação dos coletores. Quando a
temperatura média do reservatório atinge 95 ◦C a injeção de água é realizada. É importante
salientar que é prevista uma injeção de água quente no poço por dia. Após a injeção, o
reservatório térmico é reabastecido com água não aquecida. Em seguida, a água do circuito
hidráulico dos coletores volta a circular na serpentina imersa, reiniciando o aquecimento da
água do reservatório, caso houver ganho térmico no circuito dos coletores (radiação solar
suficiente pare aquecer o circuito).
Com base no projeto conceitual do sistema de aquecimento solar para injeção de água
no poço MUI-15 e de seu sistema de controle, pode-se propor um modelo de simulação no
ambiente de simulação TRNSYS. O programa TRNSYS possui um ambiente de simulação
generalizado, desenvolvido para simular o comportamento transiente de sistemas, com seu
foco principal sendo a simulação de sistemas térmicos, possuindo estrutura modular e de
código-aberto. A ferramenta trabalha com componentes modulares, denominados types1 ,
contando com uma biblioteca padrão e uma biblioteca adicional de componentes . Esses
types são modelos matemáticos consolidados que representam o comportamento físico de um
componente, normalmente implementados com a linguagem de programação FORTRAN.
A construção de um projeto dentro do ambiente gráfico do TRNSYS inicia com
a seleção dos types que representarão os componentes do sistema. A seção 3.1 apresenta
e descreve os componentes utilizados para a construção das simulações. Na sequência, na
seção 3.2 explana-se o sistema de controle implemento, e por fim, na seção 3.3, são mostrados
os parâmetros de entrada dos componentes para a realização da simulação, bem como seus
valores e as justificativas para adoção dos respectivos valores.
Tabela 3.1 – Componentes utilizados para a simulação do sistema de aquecimento solar para o poço
de MUI-15.
toda a simulação, por exemplo, a área do coletor solar, já os inputs, são variáveis, que dependem
de outros componentes do sistema, por exemplo, a temperatura de entrada dos coletores
solares. Salienta-se que o termo type é utilizado para nomear os componentes utilizados
dentro das simulações no ambiente TRNSYS.
𝑃𝑝𝑢𝑚𝑝 𝐹𝑝𝑎𝑟
𝑇𝑜𝑢𝑡 = 𝑇𝑖𝑛 + (3.1)
̇ 𝑐𝑝
𝑚
16 Capítulo 3. Metodologia
̇ 𝑜𝑢𝑡 = 𝛾 𝑚
𝑚 ̇ 𝑚𝑎𝑥 (3.2)
A vazão nas fileiras de coletores deve ser balanceada objetivando manter a temperatura
de saída de cada uma das fileiras constante. Visando realizar esse balanceamento o diâmetro
dos tubos do cabeçote deve ser escalonado para manter a velocidade do fluxo de fluido térmico
relativamente constante (54). O escalonamento foi realizado seguindo a metodologia descrita
por Wagner; Gilman (54), com a velocidade mínima de 2 m/s, e a velocidade máxima
de 3 m/s (49). A metodologia utilizada para o dimensionamento do cabeçote de entrada é
explicada na figura 3.3.
Essa metodologia inicia com a determinação da vazão em cada uma das seções do
cabeçote, seguido pelo cálculo do diâmetro máximo (relacionado com a velocidade mínima)
e do diâmetro mínimo (com base na velocidade máxima). Finalmente, é determinado o
diâmetro de cada seção, seguindo o critério demonstrado graficamente na figura 3.4.
De modo a reduzir a quantidade de reduções de diâmetro, para a primeira seção é
escolhido o diâmetro mínimo determinado. Na segunda seção é verificado se o diâmetro da
18 Capítulo 3. Metodologia
Parâmetros:
Determinada a
Número de fileiras
vazão de fluido em Calculado o Calculado o
Diâmetro dos tubos das Seleção do
cada uma das diâmetro máximo e diâmetro máximo e
fileiras diâmetro correto
seções da mínimo para cada mínimo para cada
Velocidade máxima para cada seção
tubulação do segmento segmento
Velocidade mínima
cabeçote
Densidade do fluido
Figura 3.4 – Seleção do diâmetro de cada seção do cabeçote de entrada do campo de coletores.
Diâmetro
Dmax
Dmax
Dmax
Dmin Dmax
Dmax
Dmin
Dmax
Dmin
Dmin
Dmax
Dmin
Dmin
Dmin
seção da anterior se encontra dentro dos limites de diâmetro máximo e mínimo determinados
para a seção, ou seja, é verificado se a velocidade que o fluido irá desenvolver com o diâmetro
da seção anterior está dentro dos limites de velocidade máxima e mínima determinados.
Esse procedimento é repetido para todas as seções subsequentes, porém, para a quarta seção,
vemos que o diâmetro da seção anterior está fora dos limites estabelecidos, dessa forma, se faz
necessário reduzir o diâmetro da seção da tubulação, sendo selecionado o diâmetro mínimo
calculado para a quarta seção. O processo é repetido para as n seções existentes, e sempre
que o diâmetro da seção anterior estiver fora dos limites é realizada a redução desse diâmetro
para o diâmetro mínimo calculado para a seção.
Uma vista em corte do cabeçote resultante do escalonamento para um sistema solar
com seis fileiras é mostrada na figura 3.5. Temos a vazão de entrada, 𝑚 ̇ 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 , a vazão em
cada fileira, 𝑚
̇ 𝑓 𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 , a primeira área do cabeçote, 𝐴1 , a segunda área, 𝐴2 e a última área 𝐴3 . A
transição entre as áreas é realizada através de um bocal, representado pela área tracejada da
figura 3.5.
Com relação à perda de carga do componente, Δ𝑝ℎ𝑒𝑎𝑑,𝑖𝑛 , é possível determiná-la
através da adição de quatro dispositivos diferentes, sendo eles os “T divisores”, Δ𝑝𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 , as
seções retas de tubulação, Δ𝑝 𝑝𝑖𝑝𝑒 , os bocais de redução de diâmetro, Δ𝑝𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 , e o cotovelo da
última saída, Δ𝑝𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 . Como a quantidades de cada um desses elementos no cabeçote varia,
3.1. Componentes para a simulação 19
ṁfileira
ṁfileira
𝑛−1
∑︂ 𝑛
∑︂ 𝑚
∑︂
Δ𝑝ℎ𝑒𝑎𝑑,𝑖𝑛 = Δ𝑝𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟,𝑖 + Δ𝑝 𝑝𝑖𝑝𝑒,𝑖 + Δ𝑝𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙,𝑖 + Δ𝑝𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 (3.4)
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
Os índices dos somatórios na equação (3.4) diferem pois dentro do cabeçote existirão
diferentes quantidades para cada um dos dispositivos, como pode ser visto na figura 3.5 e
como explicado anteriormente.
Figura 3.7 – Seleção do diâmetro de cada seção do cabeçote de entrada do campo de coletores.
Diâmetro
Dmax
Dmax
Dmax
Dmax Dmin
Dmax Dmin
Dmax Dmin
Dmax Dmin
Dmin
Dmin
Dmin
saída, 𝑚
̇ 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 , a primeira área do cabeçote, 𝐴1 , a segunda área, 𝐴2 e a última área 𝐴3 , sendo
a transição entre as áreas realizadas com um difusor, representado pela linha tracejada.
ṁfileira
ṁfileira
A perda de carga desse componente também é composta por quatro parcelas, Δ𝑝ℎ𝑒𝑎𝑑,𝑜𝑢𝑡 ,
conforme segue,
𝑛−1
∑︂ 𝑛
∑︂ 𝑚
∑︂
Δ𝑝ℎ𝑒𝑎𝑑,𝑜𝑢𝑡 = Δ𝑝𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟,𝑖 + Δ𝑝 𝑝𝑖𝑝𝑒,𝑖 + Δ𝑝𝑑𝑖 𝑓 𝑢𝑠𝑜𝑟,𝑖 + Δ𝑝𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 (3.5)
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
conforme o original descrito por TESS (55), sendo a esse adicionado um equacionamento que
calcula a perda de carga em seções de tubulação reta através da equação de Darcy-Weisbach,
equação (B.2). Além disso, foi adicionado o cálculo da variação de pressão estática do fluido
decorrente da variação da altura entre a entrada e a saída do fluido no componente, e também
a queda de pressão de acessórios do tipo cotovelos, de acordo com o equacionamento de
Idelchik (56).
O modelo térmico do Type 604 considera uma tubulação com diâmetro constante,
onde existe uma série de elementos de fluido, completamente misturados, e interconectados,
com isolamento térmico, que trocam calor com o ambiente externo através da radiação emiti-
da pela superfície e convecção natural ou forçada, sendo o usuário responsável por determinar
qual tipo de convecção existe em sua simulação. O modelo térmico do componente também
considera os efeitos da massa de isolamento térmico e do material da tubulação no balanço
de energia do componente (55).
A perda de carga referente à diferença de cotas entre a entrada e a saída da tubulação,
Δ𝑝𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 , é exemplificada pela equação que segue,
Δ𝑝𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 = 𝜌 𝑔 𝐻 (3.6)
𝑛
∑︂
Δ𝑝 𝑝𝑖𝑝𝑒,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Δ𝑝 𝑝𝑖𝑝𝑒 + Δ𝑝𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 + Δ𝑝𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑎 (3.7)
𝑖=1
𝑚ሶ HX,𝑖𝑛
𝑚ሶ HX,𝑜𝑢𝑡
𝑚ሶ 1,𝑜𝑢𝑡
𝑚ሶ 2,𝑜𝑢𝑡
(A) (B)
(C) (D)
Os tubos do trocador de calor podem discretizados, e cada uma destas seções pode ser
posicionada em um diferente nó do reservatório. O dimensionamento do trocador de calor
dentro do reservatório é feito selecionando seu tipo, diâmetro interno, externo e quantidade
de tubos. Além disso, são necessários os parâmetros referentes à correlação da convecção
natural. Será utilizado o trocador de calor do tipo serpentina, sendo esse disposto dentro do
reservatório conforme mostrado na figura 3.11.
O modelo térmico do componente, que pode ser consultado em TESS (57), não
dimensiona os trocadores de calor imersos dentro do reservatório. Entretanto, para o cálculo
da perda de carga é necessário conhecer o caminho hidráulico pelo qual o fluido escoará. De
modo a atender essa premissa, foi implementado um procedimento de dimensionamento
para o trocador de calor tipo serpentina, mostrado na figura 3.10 (C).
Antes de iniciar o procedimento de dimensionamento do trocador de calor é pre-
3.1. Componentes para a simulação 23
Hcurva
Lcurva . . .
Hmax . . . Htotal curvas
. . .
A figura 3.14 (A) mostra a limitação espacial imposta, onde é mostrado em vermelho o
quadrado inscrito dentro do reservatório compreendendo a área na qual a serpentina pode ser
instalada. Já a figura 3.14 (B) apresenta uma vista superior do reservatório contendo os tubos,
a qual demonstra que o comprimento das serpentinas, não poderá exceder o comprimento
do lado do quadrado inscrito.
Figura 3.14 – Acomodação do trocador de calor dentro do reservatório, (A) quadrado inscrito dentro
da área transversal do reservatório; (B) disposição dos tubos dentro da área transversal
do reservatório.
(A) (B)
O processo de cálculo da perda de carga, foi dividido em perda de carga dos cabeçotes
e perda de carga das serpentinas. A perda de carga do cabeçote de entrada foi realizada
de modo semelhante ao apresentado para o seção 3.1.3, onde a perda de carga total é a
soma da perda de carga dos acessórios “T divisor”, das seções retas e do cotovelo no final
do componente, entretanto, nesse caso, não foi realizado o escalonamento da tubulação do
cabeçote, mantendo o diâmetro da seção constante. Para o cabeçote de saída, raciocínio foi
3.1. Componentes para a simulação 25
É importante salientar que, conforme Menon (58), a perda de carga total para
escoamentos em paralelo é igual a perda de carga de apenas um dos escoamentos. Assim, a
perda de carga total para a serpentina imersa e os cabeçotes é dada pela equação que segue,
thaleta
A troca térmica entre o fluido quente escoando nos tubos aletados do dissipador
e o ambiente ocorre através de convecção forçada entre o fluido e as paredes internas da
tubulação, por condução através dos tubos aletados, e por convecção mista entre a superfície
externa dos tubos e o ambiente externo, resultando no conjunto de resistências térmicas
mostrado na figura 3.17.
1 (︁
(3.11)
)︁
𝑞̇ = 𝑇𝑓 ,𝑎𝑣𝑔 −𝑇𝑠,𝑖𝑛
𝑅𝑖𝑛
onde, 𝑅𝑖𝑛 é a resistência térmica à convecção interna e 𝑇𝑠,𝑖𝑛 a temperatura da parede interna da
tubulação. A terceira equação calcula a condução de energia através do material da tubulação
3.1. Componentes para a simulação 27
1
(3.12)
(︁ )︁
𝑞̇ = 𝑇𝑠,𝑖𝑛 −𝑇𝑠,𝑜𝑢𝑡
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑
onde, 𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑 é a resistência à condução do material dos tubos e 𝑇𝑠,𝑜𝑢𝑡 a temperatura na parede
externa da tubulação. A última equação computa a troca térmica entre a superfície externa
da tubulação e o ambiente, por meio da equação que segue,
1 (︁
(3.13)
)︁
𝑞̇ = 𝑇𝑠,𝑜𝑢𝑡 −𝑇𝑎𝑚𝑏
𝑅𝑜𝑢𝑡
onde, 𝑅𝑜𝑢𝑡 é a resistência térmica à convecção externa. A resistência térmica da equação (3.11),
𝑅𝑖𝑛 , é dada por,
1
𝑅𝑖𝑛 = (3.14)
𝜋𝐷𝑖𝑛 𝐿𝑠𝑖𝑛𝑘 ℎ𝑖𝑛
onde, 𝐷𝑖𝑛 é o diâmetro interno da tubulação, 𝐿𝑠𝑖𝑛𝑘 é o comprimento da tubulação e ℎ𝑖𝑛 o
coeficiente de troca térmica convectiva interno, baseado modelo de Klein (59). Já a resistência
térmica à condução para um elemento anular é calculada pela seguinte equação,
𝑙𝑛 (𝐷𝑜𝑢𝑡 /𝐷𝑖𝑛 )
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑 = (3.15)
2𝜋𝑘𝐿𝑠𝑖𝑛𝑘
onde, 𝐷𝑜𝑢𝑡 é o diâmetro externo da tubulação e 𝑘 é a condutividade térmica do material da
tubulação. A resistência térmica a convecção externa e dada por,
1
𝑅𝑜𝑢𝑡 = (3.16)
𝜂𝑠𝑖𝑛𝑘 ℎ𝑜𝑢𝑡 𝐴𝑜𝑢𝑡, 𝑠𝑖𝑛𝑘
onde, 𝜂𝑠𝑖𝑛𝑘 é a eficiência das aletas, calculada conforme Incropera et al. (60), ℎ𝑜𝑢𝑡 é o coeficiente
de convecção externa e 𝐴𝑜𝑢𝑡, 𝑠𝑖𝑛𝑘 a área externa total, incluindo a área das aletas.
A troca de calor na superfície externa do dissipador se dá tanto por convecção natural,
em função da superfície dos tubos estarem aquecidas, quanto por convecção forçada ocasio-
nada pelo vento ambiente. O modelo térmico do componente foi desenvolvido de modo a
identificar qual o tipo de convecção externa é predominante, e posteriormente calcular o
coeficiente de convecção apropriado.
Utilizou-se para tal o tratamento proposto por Bejan (61) para um fluido com número
de Prandtl menor que 1 (caso do ar em torno do dissipador), sendo o critério de decisão dado
por,
𝐵𝑜 𝐿1/4
{︄
convecção natural se > 1
= (3.17)
𝑃𝑒𝐿1/2 convecção forçada se < 1
onde, 𝐵𝑜 𝐿 é número de Boussinesq, calculado através da seguinte equação,
𝑔𝛽𝑎𝑖𝑟 Δ𝑇 𝐿 3
𝐵𝑜 𝐿 = (3.18)
𝛼𝑎𝑖𝑟
28 Capítulo 3. Metodologia
𝑣𝐿
𝑃𝑒𝐿 = 2
(3.19)
𝛼𝑎𝑖𝑟
Figura 3.18 – Procedimento para a determinação do comprimento dos tubos do Type 8005.
1
9 8
Parâmetros e
Próximo elemento Comprimento
inputs do
discreto final
dissipador
5
2 Qe=Qn
Temperatura de saída Não
Não Sim
Temperatura average
Resistência interna 7
Temp. interna pipe
Resistência condução Qt>Qdes
Temp. externa pipe 4
Resistência externa
Resistência total (Qn-Qe)/Qe<tol
Sim 6
3
Tin:Tout
Qn=(Tavg-Tamb)/Rtot Qt=Qt+Qn
Esse esquema é repetido até que a diferença percentual entre a energia dissipada seja
menor que a tolerância. Após a convergência da energia dissipada, em (6), é realizado um
somatório da energia dissipada por todos os elementos de tubo já adicionados (𝑄𝑡 ). Em (7) é
verificado se a energia total trocada pelos 𝑁 elementos discretos é maior que a carga térmica
de projeto, 𝑄𝑑𝑒𝑠 . Em caso afirmativo, o dimensionamento do dissipador de calor é finalizado,
em (8), caso contrário, um novo elemento é adicionado, sendo repetido o procedimento
descrito para um novo elemento de tubulação, em (9).
𝑇𝑓 ,𝑖𝑛 − 𝑇𝑓 ,𝑜𝑢𝑡
[︃ (︃ )︃ ]︃
𝑀𝑐 𝑝
̇ 𝑐 𝑝 (𝑇𝑖𝑛 − 𝑇𝑜𝑢𝑡 ) −𝑄𝑜𝑢𝑡
−𝑇𝑎𝑣𝑔,𝑜𝑙𝑑 = 𝑚 (3.20)
Δ𝑡 2
Novamente, como elucidado por Menon (58), a perda de carga das tubulações em
paralelo é igual, dessa forma, a perda de carga de todos os segmentos é igual, em decorrência
disso, existe apenas um termo para perda de carga em seção reta na equação (3.21).
Esse componente da biblioteca padrão não calcula a perda de carga através dos coletores,
sendo adicionado um polinômio de quinta ordem para o cálculo da perda de carga do próprio
coletor, Δ𝑝𝑐𝑜𝑙 ,
Δ𝑝𝑐𝑜𝑙 = 𝜉 0 + 𝜉 1𝑚 ̇ 2 + 𝜉 3𝑚
̇ + 𝜉 2𝑚 ̇ 3 + 𝜉 4𝑚
̇ 4 + 𝜉 5𝑚
̇5 (3.22)
γ=1
Tin T1
ṁin ṁ1
γ=0 ṁ2
T2
siga para o dissipador de calor, a perda de carga do componente será considerada através do
modelo do cotovelo.
T1 Tout
ṁ1 ṁout
ṁ2
T2
3.1.11 Válvulas
Como descrito na capítulo 3, existem condições para que o sistema opere corretamente,
e para tal, um sistema de controle que cumpra com os requisitos estipulados.
A passagem do fluido térmico pelo dissipador de calor é controlada por um termostato
concebido para sistemas de resfriamento. Esse componente trabalha com histereses para evitar
problemas de instabilidade quando a temperatura medida está próxima ou igual a seu setpoint.
Para o sistema de aquecimento auxiliar/injeção de água e para evitar o superaquecimento dos
coletores foi utilizado um controlador de temperatura com tempo mínimo de funcionamento.
A bomba dos coletores é controlada por um controlador diferencial de temperatura
com histerese e tempo mínimo de ativação, isto é, quando acionada existe um tempo mínimo
que a bomba dos coletores deve ficar ativada.
A operação básica dos coletores, é realizada monitorando a temperatura de entrada
dos coletores, 𝑇𝑖 , a temperatura de saída, 𝑇𝑜𝑢𝑡 , e o estado do controlador no intervalo de tempo
anterior, 𝛾𝑖 , com a descrição do controle apresentado na figura 3.21.
Figura 3.21 – Lógica de controle implementada para as bombas dos coletores solares do sistema
de aquecimento solar auxiliar da água quente para injeção no poço de produção de
MUI-15.
Mantenha a
Sim bomba dos
coletores ligada
Ligada Tout>Tin+dT
Desligue a bomba
Não
dos coletores
Estado da
Tout, Tin
bomba
Ligue a bomba
Sim
dos coletores
Desligada Tout>Tin+dT
Mantenha a
bomba dos
Não
coletores
desligada
Sim
Mantenha o
aquecimento
auxiliar desligado
Altere a passagem
Mantenha o
da água aquecida
aquecimento Não Tavg>95º
para o dissipador
auxiliar ligado
de calor
Altere a passagem
da água aquecida
do dissipador de
calor para o Ligar aquecimento
campo de Sim auxiliar do
coletores reservatório
Realizar a injeção
Injeção e Desligar o
da água aquecida
reabastecimento aquecimento
no poço de
finalizados auxilar
petróleo
alguma injeção de água no dia, se houve injeção, o sistema encerra o aquecimento e não
realiza injeção. A última condição verifica se houve alguma ocorrência de aquecimento do
reservatório via resistência elétrica no dia, com essa condição redundante para o controle da
injeção. Caso todas as condições sejam satisfeitas, o aquecimento auxiliar é ativado até a água
do reservatório atingir 95 ◦C. Na sequência a passagem do fluido térmico dos coletores é
alterada para o dissipador de calor, mantendo-se dessa forma até o fim do processo de injeção
e reabastecimento do reservatório térmico.
Dentro do controle do aquecimento do reservatório e injeção da água quente no poço
de produção é preciso um contador do número de injeções. Esse contador é composto por um
conjunto de quatro componentes, sendo eles um gravador de dados, um integrador periódico,
e duas calculadoras. O contador recebe os sinais de atuação, isto é, o sinal indicando que é
necessária uma injeção de água. Em primeiro lugar é verificado se houve alguma injeção no
dia, se houve, o contador não permite a realização da injeção. Caso contrário o contador
permite a injeção e monitora o sinal de entrada até o final da injeção, quando o sinal muda
do estado ligado para desligado, essa alteração no estado do sinal de entrada é utilizada
pelo integrador periódico para atualizar a contagem. Esse integrador está configurado para
reiniciar a contagem diariamente, descartando os dados do dia anterior.
34 Capítulo 3. Metodologia
2
2𝜋𝑘𝑖𝑠𝑜 𝐷𝑠𝑡𝑜
2𝜋𝑘𝑖𝑠𝑜 𝐷𝑠𝑡𝑜
𝑈 𝐴𝑠𝑡𝑜 = )︃ + (3.25)
𝐷𝑠𝑡𝑜 + 2𝑒𝑖𝑠𝑜 4𝑒𝑖𝑠𝑜
(︃
𝑆𝑠 ln
𝐷𝑠𝑡𝑜
Tabela 3.2 – Parâmetros do reservatório térmico para o sistema de injeção de água do poço MUI-15.
𝑇𝑓 𝑖𝑛𝑎𝑙 + 𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 1
[︃ (︃ )︃ ]︃ [︃ ]︃
𝑄
𝐴𝑠𝑒𝑟𝑝 = + 𝑈𝑠𝑖𝑑𝑒 𝐴𝑒 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 (𝐹 ) (3.27)
Δ𝑡 2 𝑈𝑠𝑒𝑟𝑝 [𝑇ℎ𝑚 − (𝑇𝐹 + 𝑇0 ) /2]
onde, 𝑄 é o calor que deve ser trocado, o tempo necessário para o aquecimento Δ𝑡, 𝑈𝑠𝑖𝑑𝑒
as perdas térmicas laterais, 𝑇𝐹 a temperatura final do fluido, 𝑇0 a temperatura inicial do
reservatório, 𝑇𝑎𝑚𝑏 a temperatura ambiente, 𝑈𝑠𝑒𝑟𝑝 coeficiente da serpentina, 𝑇ℎ𝑚 a temperatura
do meio de aquecimento, 𝐹 o fator de segurança e 𝐴𝑒 a área equivalente expressa por,
onde, 𝐴 é a área, e 𝑈 é o coeficiente global de troca térmica, com o subscrito 𝑡𝑜𝑝 referindo-se
ao topo do reservatório, 𝑏𝑜𝑡𝑡𝑜𝑚 ao fundo do reservatório, e 𝑠𝑖𝑑𝑒 a lateral. Os valores utilizados
para o cálculo da área equivalente são mostrados na tabela 3.3.
Considerou-se o Δ𝑡 de 6 h, como sendo o tempo disponível para aquecer a água do
reservatório térmico, a temperatura final do fluido (𝑇𝐹 ) é igual a temperatura de injeção
(95 ◦C), a temperatura inicial do reservatório (𝑇0 ) é igual a temperatura ambiente (𝑇𝑎𝑚𝑏 ),
23 ◦C. As perdas laterais foram calculadas pela equação (3.25). O coeficiente da serpentina
𝑈𝑠𝑖𝑑𝑒 foi estipulado com base nas informações contidas em Perry; Green; Maloney (63). Já o
36 Capítulo 3. Metodologia
calor necessário (𝑄) foi determinado como a energia necessária para aquecer toda a massa de
água do reservatório, de 𝑇0 até 𝑇𝐹 .
Sabendo a área de troca térmica necessária, da equação equação (3.27), diâmetros
interno e externo, especificados por CENPES (51), e a quantidade de tubos da serpentina,
é determinado o comprimento de cada tubo da serpentina. Esses parâmetros estão listados
na tabela 3.4. Destaca-se que o número de tubos da serpentina foi escolhido para reduzir
o comprimento de cada segmento da serpentina, além de reduzir a vazão em cada um dos
tubos, o que, consequentemente reduz a perda de carga nos tubos.
que o melhor ajuste seria através de um polinômio de segunda ordem, com, 𝜉 0 igual a zero,
𝜉 1 igual a 2, 7462 e 𝜉 2 igual a 0, 002.
Figura 3.23 – Arranjo dos coletores solares empregado para o sistema de injeção de água aquecida
em poços de petróleo.
Tabela 3.8 – Propriedades dos materiais utilizados nas tubulações e isolamentos térmicos.
Figura 3.24 – Divisão da simulação em três setores, em vermelho o setor do campo solar, em verde
o setor do reservatório e em azul o setor do dissipador de calor.
Tabela 3.9 – Comprimentos das tubulações e quantidade de acessórios em cada um dos setores do
sistema hidráulico do circuito do fluido térmico do campo de coletores para aquecimento
de água solar para o poço de MUI-15.
3.3.5 Controles
Tabela 3.10 – Parâmetros dos controladores do sistema de controle do sistema de injeção de água
aquecida em poços de petróleo.
Tabela 3.11 – Inputs dos controladores do sistema de controle do sistema de injeção de água aquecida
em poços de petróleo.
iniciando-a quando a temperatura média do reservatório é igual a 96,5 ◦C (95 ◦C+1,5 ◦C), e
a temperatura mínima de 20 ◦C (23 ◦C-3 ◦C).
Considerou-se que o sistema não produz renda, dessa forma, a constante Γ, da equa-
ção (C.2) e equação (C.4), será igual a zero. Além disso, não foram considerados cenários com
a presença de financiamentos ou empréstimos para o investimento inicial e nenhum custo de
imposto sobre propriedade é gerado. De modo semelhante, a depreciação dos equipamentos
e componentes do sistema foi desconsiderada.
Louvet et al. (69) sugere que o weighted average cost of capital (WACC) seja usado
como taxa de desconto para a análise econômica. De acordo com Rocha; Gutierrez; Hauser
(70), o WACC médio, desconsiderando a inflação, para energia renovável no Brasil é de
9,43 %. Já os custos anuais de operação e manutenção foram de 1,0 % do investimento inicial,
como sugerido por Solar Payback (66), sem inflação. A análise econômica foi realizada para
um período de 20 anos como sugerido por Starke et al. (65), Solar Payback (66) e Cardemil;
Starke; Colle (71).
43
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 4.1 – Sistema de aquecimento solar, e sistema de controle, para injeção de água aquecida em
poços de petróleo desenvolvido no programa TRNSYS.
que o mesmo armazenou energia suficiente para atingir a temperatura de injeção antes do
horário estipulado. Além disso, no presente dia, não houve a necessidade de aporte térmico
auxiliar, visto que foi possível realizar uma injeção antes do horário determinado.
Figura 4.2 – Operação do sistema solar de injeção de água aquecida em poços de petróleo para um
dia com elevada radiação solar, para Candeias-BA.
anterior, no qual após a realização injeção, houve ganho térmico suficiente para reiniciar o
aquecimento da água do reservatório.
A temperatura de saída dos coletores (linha sólida ciano) é igual a temperatura ambiente
(linha sólida cinza), entretanto a temperatura de saída e de entrada do dissipador de calor
(linha vermelha e linha rosa respectivamente) estão sobrepostas e acima da temperatura
ambiente, o fato de ambas serem coincidentes se dá pois o modelo térmico do componente
considera que para situações em que a vazão através do dissipador é nula sua temperatura de
saída é igual a temperatura de entrada.
Ambas estão acima da temperatura ambiente, pois, quando o dissipador estava sendo
utilizado no dia anterior, o fluido que entrava nele, estava a uma temperatura maior que
a temperatura ambiente. Após a realização da injeção e reabastecimento do reservatório o
fluido permaneceu dentro das tubulações isoladas a uma temperatura superior à ambiente,
resfriando durante a noite, todavia, por essa tubulação ter isolamento térmico, sua troca
térmica é baixa, mantendo o fluido aquecido, mesmo durante a noite.
Durante a quinta hora do dia a temperatura de saída dos coletores (linha sólida ciano)
começa a aumentar, até próximo das 6:00, quando a temperatura de saída é maior que o
estipulado pelo Type 911, iniciando a circulação do fluido térmico através do sistema. Durante
as próximas sete horas o fluido é aquecido no campo de coletores solares, trocando calor e
aquecendo a água do reservatório térmico, até as 14:00, quando a temperatura média do
reservatório atinge a temperatura de 95 ◦C, iniciando o processo de injeção.
Ao iniciar o processo de injeção, o fluido térmico para de escoar através da serpentina
imersa, e é direcionado para o dissipador de calor1 , dissipando para o ambiente a energia
adquirida pelo fluido no campo de coletores. Nesse momento ocorre um aumento repentino
das temperaturas de entrada e de saída do dissipador de calor (linha vermelha e linha rosa
respectivamente), devido a mudança do escoamento, entrando fluido quente advindo do
campo solar que é misturado ao fluido que estava dentro dessa parte do sistema, elevando a
sua temperatura. Após alguns minutos inicia-se o resfriamento do fluido térmico.
O resfriamento ocorre durante todo o período de injeção e reabastecimento do
reservatório, depois o fluido volta a escoar pela serpentina imersa. Após o processo de injeção
e reabastecimento, é importante salientar que a temperatura média do reservatório (linha
sólida roxa) está abaixo da temperatura ambiente (linha sólida cinza), visto que, a temperatura
da água de reposição é 3 ◦C menor que a temperatura ambiente. Esse fato serve como garantia
de que o sistema entregou toda a energia que havia sido armazenada dentro do reservatório,
sendo possível iniciar o próximo ciclo de aquecimento sem existir energia residual do ciclo
de aquecimento anterior.
Após a injeção e reabastecimento do reservatório, ainda existe ganho térmico sufici-
ente nos coletores solares, o que é aproveitado pelo sistema, iniciando o próximo ciclo de
aquecimento, que mantém-se por aproximadamente uma hora e trinta minutos. Após o fim
do novo ciclo de aquecimento a bomba dos coletores é desligada, e todas as trocas térmicas
1 visando evitar a ocorrência do sobreaquecimento dos coletores solares
4.1. Funcionamento dos controles e do sistema 47
Figura 4.3 – Operação do sistema solar de injeção de água aquecida em poços de petróleo para um
dia com radiação solar baixa, para Candeias-BA.
A temperatura média do
No horário da injeção o reservatório aumenta
reservatório não está a 95°C sendo bruscamente devido ao
necessário o uso de calor auxiliar. aporte térmico auxiliar.
Após a injeção
Durante o dia o fluido térmico Com o início do
o reservatório
escoa através da serpentina imersa, aquecimento auxiliar o
é reabastecido
aquecendo a água do reservatório. fluido térmico é
com água à
redirecionado para o
temperatura
dissipador de calor.
ambiente.
reservatório é ligada, e assim permanece até que o fluido do reservatório atinja a temperatura
estabelecida. Simultaneamente ao início do processo de aquecimento via resistência auxiliar
do reservatório térmico, o fluido térmico é dirigido para o dissipador de calor, pois, prefere-
48 Capítulo 4. Resultados e discussões
se utilizar o dissipador de calor em vez de desligar a bomba dos coletores, evitando que a
temperatura dos coletores aumente.
O aquecimento auxiliar é realizado até que a temperatura média do reservatório
seja igual a temperatura de injeção. Quando a temperatura está correta é iniciada a injeção,
tendo a bomba dos coletores permanecido ativada com o fluido térmico escoando através
do dissipador durante todo o aquecimento elétrico e injeção de água e reabastecimento do
reservatório.
O caso de referência é definido com base nos parâmetros apresentados na seção 3.3,
sendo realizada a simulação do sistema para um ano de operação. Antes de apresentar os
resultados para a simulação do sistema, é necessário identificar as grandezas energéticas
existentes. A figura 4.4 mostra de forma simplificada quais são as entradas e saídas de energia
do sistema. As entradas de energia são simbolizadas pelas setas em azul, compreendendo o
ganho dos coletores “𝑄𝑢 ”, e a energia auxiliar “𝑄 𝑎𝑢𝑥 ”. Já as saídas de energia são representadas
pelas setas vermelhas, compreendendo a energia entregue a demanda “𝑄𝑙𝑜𝑎𝑑 ”, a energia
dissipada pelo dissipador de calor “𝑄𝑠𝑖𝑛𝑘 ”, a energia perdida nas tubulações “𝑄𝑙𝑜𝑠𝑡,𝑝𝑖𝑝𝑒𝑠 ” e a
energia perdida no reservatório “𝑄𝑙𝑜𝑠𝑡,𝑠𝑡𝑜 ”.
Figura 4.4 – Energias que entram (setas azuis) e saem (setas vermelhas) do sistema solar de aqueci-
mento de água para o poço de produção MUI-15.
Qlost,pipes
Qu Qlost,sto
Qaux
Qsink
Qload
Identificadas as energias do sistema, a figura 4.5 apresenta o valor médio diário mensal
2 das energias que entram e saem do sistema. As barras azuis representam a energia entregue
para a demanda, as barras vermelhas correspondem ao ganho energético dos coletores, as
barras amarelas representam a energia auxiliar utilizada, as barras roxas simbolizam a energia
dissipada no dissipador, as barras verdes a energia perdida no reservatório e as barras azuis
claras a energia perdida nas tubulações.
Figura 4.5 – Energias médias mensais para o sistema solar de aquecimento de água do poço de
produção de MUI-15.
105
10
9
Energia média diária mensal, (kJ/dia)
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Meses
Verifica-se na figura 4.5, que a energia entregue para a demanda (barras azuis) per-
manece aproximadamente constante durante o ano, tendo um pequeno acréscimo durante
os meses de junho, julho, agosto e setembro, quando a temperatura ambiente é mais baixa.
Por outro lado, o ganho térmico dos coletores (barras vermelhas) cai drasticamente para os
mesmos meses. Proporcionalmente a queda do ganho dos coletores, a energia auxiliar (barras
amarelas) aumenta para os meses do inverno, com o objetivo de atender a demanda térmica.
Com relação a energia dissipada (barras roxas), ela é maior para os meses em que o
ganho dos coletores é mais elevado. As perdas térmicas do reservatório (barras verdes) e das
tubulações (barras azuis claras) permanecem aproximadamente constantes durante o ano,
com valores pequenos em comparação as demais energias do sistema.
De modo complementar, na figura 4.6 é apresentada a fração solar mensal do sistema.
A fração solar é um indicador de desempenho comumente usada para descrever o desempenho
∫𝑁
2 integral mensal da energia pelo número de dias do mês,
𝑄 𝑑𝐸
𝑁
50 Capítulo 4. Resultados e discussões
Figura 4.6 – Fração solar mensal para o sistema de aquecimento solar de água para injeção no poço
de produção MUI-15.
100
80 75 75
Fração solar, (%)
70 69 70
65 67 67
61
60 56
49
44
40
20
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Meses
No tocante à perda de carga, o valor máximo obtido foi de 207,22 kPa, demandando
uma bomba de 224,41 kW de potência elétrica, com eficiência de bombeamento de 95 %.
Para um ano de operação do sistema, foi determinado que essa bomba consumirá 1,08 MW h
de energia elétrica. Como critério comparativo, para o mesmo ano de operação do sistema, a
complementação do aquecimento do reservatório consumiu 30,94 MW h de energia térmica.
Se a fonte de aquecimento auxiliar também utilizar energia elétrica, a energia consumida de
bombeamento representa 4 % da energia utilizada para aquecimento auxiliar.
Com relação a análise econômica, foram analisados dois cenários econômicos distintos,
o primeiro é a substituição de um sistema que utiliza gás como fonte de energia, por um
sistema solar que utiliza gás como fonte de energia auxiliar. E o segundo caso, utilizando
energia elétrica como fonte auxiliar de aquecimento. Os critérios econômicos analisados
referem-se ao 𝐿𝐶𝐶1, 𝐿𝐶𝐶2, e 𝐿𝐶𝑆, tempo de retorno e o 𝑅𝑂𝐼 . Com a tabela 4.1 sintetizando
os resultados obtidos para o sistema de referência.
Analisando os resultados de 𝐿𝐶𝑆 da tabela 4.1, vemos que o cenário mais favorável
ocorre para a troca de um sistema elétrico por um sistema solar/elétrico, e o menos vantajoso,
apresentando prejuízo financeiro, é a substituição do sistema a gás por um sistema solar/gás.
O fato de o cenário elétrico ser mais favorável se deve ao fato de o custo da energia elétrica
ser maior que o custo do gás (vide tabela 4.1), por esse mesmo motivo o cenário gás torna-se
desvantajoso.
4.3. Análises paramétricas 51
100
88 89 90
90 86
84
81
80 77
Fração solar anual, (%)
71
70
64
60
54
50
43
40
30
30
20
10
0
38 57 75 94 113 132 151 170 189 208 226 245
2
Área do campo de coletores, (m )
700
600
LCC, (R$ mil)
500
400
300
200
100
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Com relação ao 𝐿𝐶𝐶2, exposto na figura 4.9, verifica-se que existem valores de área
que minimizam o 𝐿𝐶𝐶2, mais evidenciadamente para o 𝐿𝐶𝐶2𝑒𝑙𝑒 , para o qual, obtém-se um
valor mínimo de 474 mil reais, para área de 113,22 m2 . Esse comportamento ocorre, pois,
o aumento da área do campo de coletores resulta em uma menor necessidade de energia
auxiliar para suprir a demanda, até o ponto de mínimo identificado. A partir do mínimo, o
acréscimo de fileiras no campo de coletores eleva o custo dos equipamentos e implementação
do sistema, de tal modo que o decréscimo da energia auxiliar não é suficiente para reduzir o
custo de vida do sistema.
Com o intuito de verificar a economia promovida pela substituição dos sistemas
convencionais pelo sistema solar, a figura 4.10 apresenta os dois cenários do 𝐿𝐶𝑆 avaliados
dentro das análises paramétricas, onde a linha com quadrados representa o cenário 1, (𝐿𝐶𝑆𝑔𝑎𝑠 )
e a linha com marcadores circulares representa o cenário 2, (𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 ). Da figura 4.10, verifica-
4.3. Análises paramétricas 53
700
600
400
300
200
100
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
se que o melhor cenário econômico, com o maior retorno econômico é para o caso elétrico,
sendo verificado um ponto de máximo de 151 mil reais para o 𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 , correspondendo a área
de 113,22 m2 , a mesma área que resultou no valor mínimo para o 𝐿𝐶𝐶2𝑒𝑙𝑒 . Já o 𝐿𝐶𝑆𝑔𝑎𝑠 , para
todas as áreas analisadas, resultou em prejuízo, com a solução solar se mostrando inviável
economicamente.
200
100
0
LCS, (R$ mil)
-100
-200
-300
-400
-500
-600
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
2
Área do campo de coletores, (m )
Figura 4.11 – Efeito da energia elétrica de bombeamento no 𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 em função da área do campo de
coletores.
200
150
LCS, (R$ mil)
100
50
-50
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
área de 75,48 m2 a diferença se torna mais significativa. Para a área de 113,22 m2 (área com
o melhor 𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 ), a energia elétrica foi da ordem de 10 mil reais, chegando a 30 mil reais
para a área de 245,31 m2 . O aumento do consumo de energia elétrica para bombeamento é
resultado do aumento na queda de pressão do sistema, em decorrência do aumento da vazão
de fluido térmico, promovido pelo aumento no número de coletores no campo solar.
A adição de coletores no sistema altera a vazão através do mesmo, causando uma
variação na queda de pressão. Assim, a figura 4.12, apresenta a variação da queda de pressão
em função da área do campo de coletores.
356
350 338
305 300
300
274
250 229
207
200 192
150 136
107
100
50
0
38 57 75 94 113 132 151 170 189 208 226 245
2
Área do campo de coletores, (m )
sendo redimensionado para que a velocidade do escoamento dentro deles, esteja no intervalo
permitido. Entretanto, os cabeçotes da serpentina imersa e do dissipador de calor não são
redimensionados.
Figura 4.13 – Fração solar anual, e fator de sombreamento em função da inclinação dos coletores.
Fração solar Fator de sombra
70 8
63 64 64 63 62
54
6
50
5
40
4
30
3
20
2
10 1
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Inclinação dos coletores, (°)
Através da figura 4.13, verifica-se que a fração solar decresce com o aumento da
inclinação dos coletores, enquanto, o fator de sombreamento aumenta. A fração solar tem
seu máximo entre 5° e 10°, já o fator de sombreamento (linha pontilhada), para a inclinação
de 40°, chega a 7 %. A fim de verificar a influência da inclinação na análise econômica, a
figura 4.14, apresenta os dois cenários de 𝐿𝐶𝑆 em função da inclinação dos coletores.
Percebe-se que o aumento da inclinação dos coletores resulta em uma aumento no
𝐿𝐶𝑆 até o ponto de ótimo de 145 mil reais, para a inclinação de 10°, a partir do qual, ocorre
uma redução para ambos os 𝐿𝐶𝑆, entretanto, esse comportamento é mais pronunciado para
o 𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 . Apesar da redução percebida do 𝐿𝐶𝑆 na figura 4.14, para a latitude analisada, o
sombreamento não afeta significativamente o desempenho do sistema.
56 Capítulo 4. Resultados e discussões
150
100
LCS, (R$ mil)
50
-50
-100
-150
-200
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Inclinação dos coletores, (°)
Figura 4.15 – Fração solar anual, e fator de sombreamento em função da distância entre as fileiras
de coletores.
Fração solar Fator de sombra
70 6
64 64 64 64 64 64
62
Fator de sombreamento, (%)
60 5
Fração solar anual, (%)
50
4
40
3
30
2
20
10 1
0 0
0 0.7 1.3 2 2.6 3.3 4
Separação entre fileiras, (m)
250
200
150
LCS, (R$ mil) 100
50
-50
-100
-150
-200
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Separação entre fileiras, (m)
Nota-se que o espaçamento entre as fileiras para valores maiores que 0,70 m não resul-
tam em grandes alterações no 𝐿𝐶𝑆 do sistema, pois, para a latitude analisada, o sombreamento
não possui influencia significativa no comportamento térmico e econômico do sistema.
Todavia, deve ser salientado que o espaçamento entre as fileiras não existe exclu-
sivamente para reduzir o sombreamento entre fileiras, mas também para a realização de
operações de manutenção, com esse aspecto devendo ser considerado no projeto do campo
de coletores solares. Além disso, o aumento da inclinação dos coletores demanda um maior
espaçamento entre as fileiras, visto que o sombreamento entre fileiras é maior.
600
5
400
4
200
0 3
0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
500
-500
0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
500
400
200
100
-100
-200
também é alterado, porém, como mostrado na seção 4.1 sua magnitude é muito menor do
que a energia auxiliar.
150
100
LCS, (R$ mil)
50
-50
-100
-150
-200
0 1 2 3 4 5 6 7
Inflação do combustível, (%)
O aumento da inflação causa um aumento para ambos os cenários do 𝐿𝐶𝑆, isso ocorre
pois, as séries de pagamentos futuros dos combustíveis, determinadas pela equação (C.3),
60 Capítulo 4. Resultados e discussões
são acrescidas pelo percentual estimado da inflação. Analisando o 𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 , constata-se que
para a inflação de 0 % seu valor é próximo a zero, já para a taxa de 7 % o 𝐿𝐶𝑆𝑒𝑙𝑒 foi de 175
mil. O 𝐿𝐶𝑆𝑔𝑎𝑠 também aumentou com a inflação, entretanto, para o intervalo analisado, não
resultou em lucro.
400
300
LCS, (R$ mil)
200
100
-100
-200
-300
3.5 4.5 5.5 6.5 7.5 8.5 9.5 10.5 11.5 12.5 13.5 14.5 15.5
Taxa de desconto, (%)
Figura 4.22 – 𝐿𝐶𝑆 em função da área do campo de coletores para três taxas de desconto distintas.
600
500
LCS elétrico, (R$ mil)
400
300
200
100
-100
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
2
Área do campo de coletores, (m )
4.3. Análises paramétricas 61
Uma vez que o sistema elétrico apresentou viabilidade econômica nas análises prece-
dentes, e de modo a visualizar a sensibilidade do 𝐿𝐶𝑆 à taxa de desconto, foi realizada uma
análise paramétrica do 𝐿𝐶𝑆 elétrico em função área do campo de coletores para 3 taxas de
desconto distintas, como mostra a figura 4.22.
Taxas de desconto maiores, de fato, reduzem o 𝐿𝐶𝑆 do sistema, por exemplo, para
a área de 94,35 m2 , a taxa de 4 % gerou um 𝐿𝐶𝑆 de 451 mil reais, já para 6 % o 𝐿𝐶𝑆 foi de
311 mil reais, uma redução de 31 %. Verifica-se que as áreas que obtiveram os melhores
resultados de 𝐿𝐶𝑆 alteraram, para a taxa de 4 % a área de 169,83 m2 resultou no 𝐿𝐶𝑆 ótimo
de foi de 529 mil reais, já para a taxa de 6 %, a área de 132,09 m2 realizou 350 mil de 𝐿𝐶𝑆.
A figura 4.23 apresenta a análise paramétrica do tempo de retorno do investimento
em função da área do campo de coletores, para as taxas de desconto de 9,43 %, 6 % e 4 %,
sendo novamente analisado o sistema elétrico, dada sua viabilidade econômica.
Figura 4.23 – Tempo de retorno em função da área do campo de coletores para três taxas de desconto
distintas.
12
Tempo de retorno, (anos)
10
0
38 57 75 94 113 132 151 170 189 208 226 245
40
ROI, (%)
30
0
38 57 75 94 113 132 151 170 189 208 226 245
O tempo de retorno mais curto, ocorre para as áreas de 75,48 m2 e 94,35 m2 em todas
as taxas de desconto, com o mínimo obtido sendo de 5,5 anos para a taxa de 4 %. Outro
62 Capítulo 4. Resultados e discussões
5 CONCLUSÃO
esse custo evitado representa mais uma forma de benefício econômico para o sistema em
análise.
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68 Referências Bibliográficas
Coletores solares são dispositivos que absorvem a irradiação solar, transferindo-a para
um fluido térmico, elevando sua temperatura. Esses equipamentos absorvem tanto a radiação
solar direta, que é a parcela advinda diretamente do sol, quanto pela radiação difusa, que é a
radiação que foi dispersada pela atmosfera terrestre (35).
Diversos modelos para descrever a eficiência de coletores solares podem ser encontra-
dos na bibliografia, variando a quantidade de parâmetros desses modelos e consequentemente
sua complexidade e finalidades. Modelos de menor complexidade são satisfatórios para a simu-
lação de sistemas térmicos em meios computacionais, como o apresentado pela equação (A.1)
derivado da combinação da definição de eficiência instantânea e a equação do ganho de
Hottel-Whillier, como descrito em (35),
[︁ ]︁
𝑄𝑢 𝐹𝑟 𝐼𝑇 (𝜏𝛼)𝑎𝑣𝑔 − 𝑈𝐿 (𝑇𝑖𝑛 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )
𝜂= = (A.1)
𝐴𝑐 𝐼𝑇 𝐼𝑇
onde, 𝜂 é a eficiência do coletor, 𝑄𝑢 é o ganho térmico do coletor, 𝐴𝑐 é a área do coletor
solar, 𝐼𝑇 é a radiação global incidente no plano do coletor (plano inclinado). 𝐹𝑟 é o fator de
remoção de calor do coletor, (𝜏𝛼)𝑎𝑣𝑔 é o produto transmitância-absortância médio (average),
𝑈𝐿 é o coeficiente de perda térmica do coletor, 𝑇𝑖𝑛 é a temperatura de entrada do coletor e
𝑇𝑎𝑚𝑏 é a temperatura ambiente. É importante salientar, que os parâmetros da equação (A.1),
são determinados através de testes experimentais padronizados com diferente condições de
referência, demandando cautela em sua utilização.
O fator de remoção, 𝑈𝐿 da equação (A.1), na prática, não é uma constante, assim, uma
expressão melhor pode ser obtida considerando uma dependência linear de 𝑈𝐿 com relação a
diferença de temperatura (𝑇𝑖 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 ), obtendo a equação que segue,
Δ𝑇 Δ𝑇 2
𝜂 = 𝑎0 − 𝑎1 − 𝑎2 (A.3)
𝐼𝑇 𝐼𝑇
A determinação dos coeficientes 𝑎 0 , 𝑎 1 e 𝑎 2 da curva de eficiência é realizada através de
testes experimentais em condições pré determinadas através de normas, tal como a ASHRAE
/ ANSI 93-2003 e European Standards EN 12975. Cada uma dessas normas utiliza uma
área nos testes, tipicamente nos Estados Unidos da América é utilizada a área bruta (que é
a área total ocupada pelo coletor), enquanto na Europa é utilizada a área de abertura (área
de cobertura desobstruída). Além disso, os valores coeficientes 𝑎 0 , 𝑎 1 e 𝑎 2 dependem de
qual diferença de temperatura (entrada, média ou saída) foi utilizada na sua determinação.
Portanto, ao utilizar uma diferença de temperatura distinta àquela usada na determinação
dos coeficientes, esses coeficientes devem ser corrigidos (35).
Para coletores de placas planas (𝜏𝛼)/(𝜏𝛼)𝑛 pode ser aproximado por resultados do
teste da ASHRAE, por um polinômio de segunda ordem em função do ângulo de incidência
da radiação direta no plano do coletor, 𝜃 , como segue,
)︃ 2
1 1
(︃ )︃ (︃
(𝜏𝛼)𝑏
= 1 −𝑏 0 − 1 −𝑏 1 −1 (A.5)
(𝜏𝛼)𝑛 cos𝜃 cos𝜃
onde, 𝑏 0 é o coeficiente de primeira ordem e 𝑏 1 é a constante de segunda ordem. Os
modificadores do ângulo de incidência para a radiação difusa do céu, (𝜏𝛼)𝑑 /(𝜏𝛼)𝑛 , e para a
radiação difusa de solo, (𝜏𝛼)𝑔 /(𝜏𝛼)𝑛 , são determinados através da integração da razão entre a
radiação difusa absorvida e a radiação difusa incidente no plano inclinado do coletor (62).
75
Idealmente, os testes realizados nos coletores solares são realizados a uma vazão de
operação constante, entretanto, se o coletor for operado a uma vazão distinta da de teste
uma correção de 𝐹𝑟 𝑈𝐿 e 𝐹𝑟 (𝜏𝛼)𝑛 é necessária. De acordo com Duffie; Beckman (35), para
aquecedores solares de líquidos, assume-se que a única diferença causada pela variação da
vazão é no diferencial de temperatura, resultando na razão 𝑟 1 de correção para a os coeficientes:
̇ 𝑐 𝑝,𝑓 (︂
𝑚 −𝐴𝑐 𝐹 ′𝑈𝐿 /𝑚
)︂
1 − 𝑒 ̇ 𝑐 𝑝,𝑓
𝐹𝑟 (𝜏𝛼)𝑛 |𝑢𝑠𝑒 𝐹𝑟 𝑈𝐿 |𝑢𝑠𝑒 𝐴 𝐹 ′ 𝑈𝐿
(A.6)
𝑢𝑠𝑒
𝑟1 = = = 𝑐
𝐹𝑟 (𝜏𝛼)𝑛 |𝑡𝑒𝑠𝑡 𝐹𝑟 𝑈𝐿 |𝑡𝑒𝑠𝑡 𝐹𝑟 𝑈𝐿 |𝑡𝑒𝑠𝑡
Para utilizar a equação (A.6) faz-se necessário estimar 𝐹 ′𝑈𝐿 , que para condições de
teste pode ser calculado através de 𝐹𝑟 𝑈𝐿 , pela equação que segue,
̇ 𝑐 𝑝,𝑓
(︃ )︃
𝑚 𝐹𝑟 𝑈𝐿 𝐴𝑐
′
𝐹 𝑈𝐿 = − ln 1 − (A.7)
𝐴𝑐 𝑚̇ 𝑐 𝑝,𝑓
onde, 𝑚
̇ é a vazão do coletor, 𝑐 𝑝,𝑓 é o calor específico do fluido de operação do coletor.
77
𝑅𝑒 = 𝜌 𝑣 𝐷/𝜇 (B.1)
Para o cálculo da perda de carga em seções retas foi utilizada a equação de Darcy-
Weisbach, expressa como segue,
𝐿 𝜌𝑣 2
Δ𝑝𝑠𝑡 = 𝑓 (B.2)
𝐷ℎ 2
𝑓 = 64/𝑅𝑒 (B.3)
78 APÊNDICE B. Modelagem do comportamento hidráulico
Para o regime turbulento, 𝑅𝑒 > 4000 de acordo com J. P. Holman (72), o coeficiente
de atrito é determinado utilizando a equação de Haaland (73), conforme segue,
{︃ }︃
𝜀
𝑓 −1/2
= −1, 8 log10 + 6, 9/𝑅𝑒 (B.4)
(3, 7𝐷ℎ ) 1,11
onde, 𝜀 é a rugosidade absoluta da superfície interna da tubulação. Optou-se por utilizar a
equação de Haaland por essa ser a forma explícita da equação de Colebrook (74), e dessa
forma é resolvida mais rapidamente. Para a região de transição, 2300 < 𝑅𝑒 < 4000 o coeficiente
de atrito foi obtido através de interpolação linear entre o valor obtido pela equação (B.3),
para 𝑅𝑒 = 2300, e o obtido na equação (B.4), para 𝑅𝑒 = 4000, método também utilizado por
Jones; Lior (75) e repetido por Bava; Furbo; Dragsted (47).
2
𝜌 𝑣𝑖𝑛
Δ𝑝𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 = 𝜁𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 (B.5)
2
onde o coeficiente de queda de pressão, 𝜁𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 , é representado como a soma da queda de
pressão local, 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙, 𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙 e da perda causada pelo atrito na superfície, 𝜁 𝑓 𝑟 , como mostra a
equação que segue,
De acordo com Rennels; Hudson (76), a perda pelo atrito da superfície é dada pela
seguinte equação,
𝑓 1 − 𝛽𝑟4
(︁ )︁
𝜁𝑓 𝑟 = (B.7)
8 sin (𝛼/2)
onde, 𝑓 é o fator de atrito do tubo, obtido pela equação (B.4), 𝛼 é o ângulo de divergência,
mostrado na figura B.1, e 𝛽𝑟 é a razão beta, utilizada para descrever contrações e expansões,
sendo nesse caso a razão do diâmetro menor pelo diâmetro maior.
A perda de carga do difusor também segue o modelo proposto por Rennels; Hudson
(76), com a única diferença sendo o coeficiente de queda de pressão, agora denominado
𝜁𝑑𝑖 𝑓 𝑢𝑠𝑜𝑟 . Esse coeficiente novamente é representado como a soma da queda de pressão local,
𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙, 𝑑𝑖 𝑓 𝑢𝑠𝑜𝑟 e da perda causada pelo atrito na superfície, 𝜁 𝑓 𝑟 , conforme equação que segue,
A perda pelo atrito da superfície, é idêntica à equação (B.6), ao passo que a queda de
pressão local depende do ângulo de divergência, 𝛼, e da razão beta, 𝛽𝑟 . A tabela B.1 apresenta
as equações e as condições para as quais elas são válidas.
Dessa forma, a perda de carga do difusor é calculada plea equação que segue,
2
𝜌 𝑣𝑖𝑛
Δ𝑝𝑑𝑖 𝑓 𝑢𝑠𝑜𝑟 = 𝜁𝑑𝑖 𝑓 𝑢𝑠𝑜𝑟 (B.11)
2
ṁentrada ṁsaída
ṁextração
150
(︃ )︃
𝑙
𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑒𝑥𝑡 = (𝐵 2 + 1) 𝑡
𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑒𝑥𝑡 + (B.13)
𝑅𝑒
onde, 𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑒𝑥𝑡
𝑙 é o coeficiente de queda de pressão na região da extração em regime laminar,
𝑅𝑒 é o número de Reynolds do escoamento e 𝐵 2 é uma constante determinada em função
da razão entre as vazões volumétricas da extração e da entrada, isto é, 𝑅𝑉̇ = 𝑉̇ 𝑒𝑥𝑡 /𝑉̇ 𝑖𝑛 . Para
valores de 𝑅𝑉̇ ≤ 0,6 a seguinte equação é utilizada,
𝐵 2 = 0, 9 + 𝑅𝑉̇ (B.14)
1, 5 − (𝑅𝑉̇ − 0, 6)
𝐵2 = (B.15)
2
turbulento e laminar, como realizado por J. P. Holman (72). Por fim, a perda de carga para
a região da extração é calculada pela equação que segue,
2
𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑒𝑥𝑡 𝜌 𝑣𝑖𝑛
Δ𝑝𝑑𝑖𝑣,𝑒𝑥𝑡 = (B.16)
2
)︃ 2
𝑉̇ 𝑒𝑥𝑡
(︃
𝑡
𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑜𝑢𝑡 = 𝐵3 + (B.17)
𝑉̇ 𝑖𝑛
onde, 𝑉̇ 𝑒𝑥𝑡 é a vazão volumétrica através da tubulação de extração, 𝑉̇ 𝑖𝑛 é a vazão volumétrica
na tubulação de entrada, isto é, antes da divisão do escoamento e 𝐵 3 é uma constante que
depende da razão entre as vazões volumétricas, e a razão entre as áreas das seções transversais,
sendo essa constante definida na tabela B.2.
𝑙
𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑜𝑢𝑡 = 3 𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑜𝑢𝑡
𝑡
+ (33/𝑅𝑒) (B.18)
2
𝜁𝑑𝑖𝑣,𝑜𝑢𝑡 𝜌 𝑣𝑖𝑛
Δ𝑝𝑑𝑖𝑣,𝑜𝑢𝑡 = (B.19)
2
Por fim, a perda de carga do componente “T divisor”, é a soma da perda de carga de
cada uma das regiões do escoamento:
ṁentrada ṁsaída
ṁadição
onde, 𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑎𝑑
𝑡 ṁextração
é o coeficiente de queda de pressão na região de adição para o regime turbulento,
𝑣 𝑎𝑑 é a velocidade do escoamento na região de adição, 𝑣𝑖𝑛 é a velocidade do escoamento na
entrada, 𝑉̇ 𝑎𝑑 é a vazão volumétrica na região de adição, 𝑉̇ 𝑖𝑛, é a vazão volumétrica na região
de entrada e 𝐵 4 é uma constante. Essa constante é determinada através de duas razões, a saber,
a razão entre as áreas da seção transversal da região de adição e da região de entrada e a razão
entre as vazões volumétricas das respectivas seções. A tabela B.3 apresenta as informações
para determinar os valores de 𝐵 4 .
𝑙
𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑎𝑑 = 2 𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑎𝑑
𝑡
+ (150/𝑅𝑒) (B.22)
83
2
𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑎𝑑 𝜌 𝑣𝑖𝑛
Δ𝑝𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑎𝑑 = (B.23)
2
Quanto a perda de carga na região de saída do “T divisor”, para o regime turbulento,
o coeficiente de queda de pressão, 𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡
𝑙 , é definido como segue,
)︃ 2
𝑉̇ 𝑎𝑑 𝑉̇ 𝑎𝑑
(︃
𝑡
𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡 = 1, 55 − (B.24)
𝑉̇ 𝑖𝑛 𝑉̇ 𝑖𝑛
De acordo com Bava; Furbo (77), baseado em testes realizados por Ohnewein;
Hausner; Preiß (78), o valor do coeficiente de queda de pressão obtido pela equação (B.24)
difere do valor encontrado em testes experimentais. Dessa forma, Bava; Furbo (77) propõem
o seguinte fator de correção,
{︄
2,22 𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡
𝑡 se 𝑉̇ 𝑎𝑑 /𝑉̇ 𝑖𝑛 < 0,3
𝑡
𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡 = (B.25)
2,74 𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡 se 𝑉̇ 𝑎𝑑 /𝑉̇ 𝑖𝑛 ≥ 0,3
𝑡
2
𝜁𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡 𝜌 𝑣𝑖𝑛
Δ𝑝𝑚𝑖𝑠𝑡,𝑜𝑢𝑡 = (B.27)
2
84 APÊNDICE B. Modelagem do comportamento hidráulico
Os cotovelos são divididos em dois grupos com base na razão entre o raio de curvatura
e o diâmetro externo do tubo, (𝑅0 /𝐷 0 ) . Para relações de 𝑅0 /𝐷 0 < 3 são chamados de canais
curvados, enquanto relações de 𝑅0 /𝐷 0 ≥ 3 são chamados de cotovelos suavemente curvados
(56).
Cada grupo apresenta equacionamentos distintos para o coeficiente de queda de
pressão, entretanto, a queda de pressão de ambos é dada pela equação que segue,
𝜁𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 𝜌 𝑣 2
Δ𝑝𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 = (B.29)
2
onde, 𝜁 é o coeficiente de queda de pressão do acessório, determinado através do número de
Reynolds, e da rugosidade da tubulação, (Δ).
Para canais curvados (𝑅0 /𝐷 0 < 3), 𝑅𝑒 ≥ 2.105 e Δ = 0, tem-se que o coeficiente de
queda de pressão do acessório é composto pelo coeficiente de queda de pressão por atrito,
𝜁 𝑓 𝑟 , e pelo coeficiente de queda de pressão local, 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 , como segue,
𝑅0
𝜁 𝑓 𝑟, 𝑐𝑜𝑡𝑜𝑣𝑒𝑙𝑜 = 0, 0175 𝛿 𝑓 (B.31)
𝐷0
85
⎧
⎪
⎪ 0, 9 sin (𝛿) se 𝛿 ≤ 70°
(B.33)
⎨
⎪
𝐵6 = 1, 0 se 𝛿 = 90°
0, 7 + 0, 35 (𝛿/90°) se 𝛿 ≥ 100°
⎪
⎪
⎪
⎩
A constante 𝐵 7 é função da razão 𝑅0 /𝐷 0 , conforme segue,
{︄
0, 21 (𝑅0 /𝐷 0 ) −2,5 se 𝑅0 /𝐷 0 < 1
𝐵7 = −0,5 (B.34)
0, 21 𝑅0 /𝐷 0 se 𝑅0 /𝐷 0 ≥ 1
√︁
𝜁 = 𝐵 9 𝐵 10 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 + 𝜁 𝑓 𝑟 (B.35)
⎧
⎪
⎪ 1 + (4400/𝑅𝑒) se 𝑅0 /𝐷 0 < 0, 55
5, 45/𝑅𝑒 0,131 se 0, 55 ≤ 𝑅0 /𝐷 0 ≥ 0, 70 (B.36)
⎨
⎪
𝐵9 =
1, 3 − 0, 29 ln 𝑅𝑒.10−5 se 𝑅0 /𝐷 0
⎪
⎪ (︁ )︁
⎪
⎩
𝐵 10 é outra constante, que depende do número de Reynolds, da razão 𝑅0 /𝐷 0 , e da
rugosidade específica da superfície interna da tubulação. Para valores de 𝑅𝑒 < 4.104 , 𝐵 10
possui valor unitário. Para 𝑅𝑒 > 4.104 existem dois casos distintos, um para 𝑅0 /𝐷 0 < 0, 55,
conforme segue,
⎧
⎪
⎪ 1, 0 se Δ̄ = 0
1 + Δ̄ 0, 5.103 se 0 < Δ̄ < 0, 001 (B.37)
⎨
⎪ (︁ )︁
𝐵 10 =
∼ 1, 5 se Δ̄ > 0, 001
⎪
⎪
⎪
⎩
onde, Δ̄ é a rugosidade específica, definida pela razão entre a rugosidade da tubulação, Δ, e o
diâmetro interno da tubulação, 𝐷𝑖𝑛 , da seguinte forma,
Δ̄ = Δ/𝐷𝑖𝑛 (B.38)
1
𝐵 12 = [︁ )︁ ]︁ 2 (B.39)
2 log 3, 7/Δ̄
(︁
Por fim, para Δ > 0 e 3.103 < 𝑅𝑒 < 1.104 o coeficiente de queda de pressão é calculado
pela seguinte equação,
𝐵 13
𝜁= + 𝜁 𝑓 𝑟 + 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 (B.40)
𝑅𝑒
O coeficiente de queda de pressão por atrito, 𝜁 𝑓 𝑟 , é calculado pela equação (B.31), o
coeficiente de queda de pressão local, 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙 , é determinado pela equação (B.32) para 𝑅𝑒 > 2.105 .
A constante 𝐵 13 é determinada conforme segue,
⎧
⎪
⎪
⎪ 0, 004 se 0, 50 < 𝑅0 /𝐷 0 ≤ 0, 55
0, 006 se 0, 55 < 𝑅0 /𝐷 0 ≤ 0, 70
⎪
⎪
⎪
⎪
(B.41)
⎨
⎪
𝐵 13 = 0, 004 se 0, 70 < 𝑅0 /𝐷 0 ≤ 1, 00
0, 001 se 1, 00 < 𝑅0 /𝐷 0 ≤ 2, 00
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪ 0, 006 se 2, 00 < 𝑅0 /𝐷 0 ≤ 2, 50
⎪
⎪
⎩
Para cotovelos curvados suavemente, (𝑅0 /𝐷 0 ≥ 3), a queda de pressão também é
determinada pela equação (B.29), com o coeficiente de queda de pressão calculado através da
seguinte equação,
𝑅0
𝜁 = 0, 0175 𝐵 14 𝛿 (B.42)
𝐷0
O coeficiente 𝐵 14 é determinado de através da tabela B.6, sendo os parâmetros de
entrada o número de Reynolds, 𝑅𝑒, e a relação 𝑅0 /𝐷 0 .
A curva em U é muito semelhante aos cotovelos, com o diferencial de existir um
segmento de tubulação reta, de comprimento 𝑙𝑒𝑙 que une dois cotovelos, como mostra a
figura B.5. O diâmetro hidráulico para tubulações circulares é igual ao diâmetro interno da
tubulação, isto é 𝐷ℎ = 𝐷 0 , 𝑅0 é o raio de curvatura de cada um dos segmentos da curva, e 𝛿 é
o ângulo de curvatura das curvas.
87
𝑅0 /𝐷 0 400 600 800 1.103 2.103 4.103 6.103 8.103 1.104 2.104 3.104 5.104 1.105
>3,0<3,8 0, 34 0, 26 0, 22 0, 19 0, 12 0, 078 0, 063 0, 058 0, 055 0, 050 0, 048 0, 046 0, 044
>3,8<4,0 0, 30 0, 23 0, 19 0, 17 0, 11 0, 070 0, 060 0, 055 0, 052 0, 047 0, 045 0, 044 0, 042
>4,3<5,0 0, 28 0, 22 0, 18 0, 16 0, 10 0, 065 0, 056 0, 052 0, 049 0, 045 0, 043 0, 04 0, 040
>5,0<10 0, 26 0, 20 0, 16 0, 14 0, 09 0, 060 0, 052 0, 049 0, 047 0, 043 0, 042 0, 040 0, 038
>10>20 0, 24 0, 18 0, 15 0, 13 0, 08 0, 055 0, 043 0, 040 0, 038 0, 034 0, 033 0, 030 0, 028
>20<30 0, 22 0, 16 0, 14 0, 12 0, 075 0, 048 0, 040 0, 037 0, 035 0, 030 0, 029 0, 027 0, 026
>30<50 0, 20 0, 15 0, 13 0, 11 0, 070 0, 045 0, 038 0, 035 0, 033 0, 028 0, 027 0, 025 0, 023
>50 0, 18 0, 14 0, 11 0, 09 0, 052 0, 040 0, 035 0, 032 0, 030 0, 025 0, 023 0, 022 0, 020
Fonte – Idelchik (56).
)︁ 𝜌 𝑣 2
Δ𝑝𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 = 𝐵 15 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙, 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 + 𝜁 𝑓 𝑟, 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 (B.43)
(︁
2
onde, 𝜁𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙, 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 dependerá da relação 𝑅0 /𝐷 0 , se esta for menor que 3, então o equacionamento
para cotovelo curto será aplicado, se for maior que 3, então o equacionamento para cotovelo
longo deve ser aplicado. A constante 𝐵 15 , para ângulo de curvatura de 90° é determinada
88 APÊNDICE B. Modelagem do comportamento hidráulico
conforme segue,
⎧
⎪
⎪ 1, 37 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 0
0, 95 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 1
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 10 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 2
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 25 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 3
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 35 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 4
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 45 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 6
⎪
⎪
⎪
⎪
(B.44)
⎨
⎪
𝐵 15 = 0, 45 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 8
1, 50 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 10
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 50 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 12
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 60 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 14
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 70 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 20
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
1, 90 se 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ = 25
⎪
⎪
⎪
⎪
2, 00 se 40 < 𝑙𝑒𝑙 /𝐷ℎ < 50
⎪
⎪
⎪
⎩
Já o coeficiente de queda de pressão por atrito para a curva em U é determinado pela
da seguinte forma,
(︃ )︃
𝑙𝑒𝑙 𝑅0
𝜁 𝑓 𝑟,𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 = 𝑓 + 0, 035 𝛿 (B.45)
𝐷ℎ 𝐷ℎ
onde, 𝑓 é determinado pela equação (B.4) e os demais fatores são todos parâmetros de entrada
fornecidos pelo projetista do sistema.
𝜁𝑔𝑎𝑡𝑒 𝜌 𝑣 2
Δ𝑝𝑔𝑎𝑡𝑒 = (B.46)
2
onde, 𝜁𝑔𝑎𝑡𝑒 é o coeficiente de queda de pressão para a válvula gaveta, esse que depende da
parcela de abertura da válvula, 𝑧. Para 𝑧 > 0, 9 a seguinte relação é utilizada,
6
∑︂
𝜁𝑔𝑎𝑡𝑒 = exp 𝜏𝑖 (𝑧)𝑖 (B.48)
𝑖=0
Tabela B.7 – Constantes para a determinação do coeficiente de queda de pressão da válvula gaveta.
Parâmetros Valores
𝜏0 7, 66
𝜏1 −72, 64
𝜏2 345, 76
𝜏3 −897, 83
𝜏4 1275, 94
𝜏5 −938, 83
𝜏6 278, 82
𝜁𝑐ℎ𝑒𝑐𝑘 𝜌 𝑣 2
Δ𝑝𝑐ℎ𝑒𝑐𝑘 = (B.49)
2
onde, 𝜁𝑐ℎ𝑒𝑐𝑘 , o coeficiente de queda de pressão da válvula de retenção. Para 𝑅𝑒 ≥ 104 é
determinado através da seguinte relação,
A potência elétrica parasita demandada pelo sistema é calculada com base na equação
sugerida por Wagner; Gilman (54),
Δ𝑃 𝑚
̇
𝑃𝑝𝑢𝑚𝑝 = (B.52)
𝜂 𝜌𝑓
A equação equação (B.52) calcula a potência parasita em um segmento de tubulação,
𝑃𝑝𝑢𝑚𝑝 , onde Δ𝑃 é a queda de pressão no respectivo segmento da tubulação, 𝑚 ̇ é a vazão
mássica do fluido térmico no segmento, 𝜌 𝑓 é a densidade do fluido e 𝜂 é a eficiência da
bomba, utilizada para converter a potência mecânica em potência elétrica.
Sublinha-se que o consumo de energia depende de onde o o fluido está escoando,
pois existem diferentes quedas de pressão em cada setor do sistema.
91
onde, 𝑄𝑙𝑜𝑎𝑑 é a demanda anual de energia, 𝐶 𝑓 𝑢𝑒𝑙 é a tarifa da energia auxiliar no primeiro
ano, ℱ a fração solar anual do sistema, 𝐴𝐶 é a área de coletores solares, 𝐶𝐴 é a soma de
todos os custos dependentes da área de coletores do sistema e 𝐶𝐸 é a parcela do custo que é
independente da área de coletores. A constante 𝑃1 é a razão entre a economia de energia
auxiliar durante o período de vida e o custo da energia auxiliar no primeiro ano. Já o termo
𝑃2 é a razão entre os custos durante o período de vida do sistema em razão do investimento
adicional de capital e investimento inicial. A constante 𝑃1 é definida como segue,
[︄ )︃ 𝑁 ]︄
1 1 +𝑖
⎧ (︃
1− , se 𝑖 ≠ 𝑑
⎪
⎪
𝑁
(1 +𝑖) 𝑗−1 1 +𝑑
∑︂ ⎪
𝑑 −𝑖 (C.3)
⎨
⎪
𝑃𝑊 (𝑁 ,𝑖,𝑑) = =
(1 +𝑑) 𝑗 ⎪ 𝑁
𝑗=1
, se 𝑖 = 𝑑
⎪
⎪
𝑁 +1
⎪
⎩
92 APÊNDICE C. Análise econômica
𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝑚𝑖𝑛 , 0,𝑑)
𝑃2 =Λ + (1 − Λ)
𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝐿 , 0,𝑚)
1 𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝑚𝑖𝑛 , 0,𝑑)
[︃ (︃ )︃ ]︃
− 𝑡¯ (1 − Λ) 𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝑚𝑖𝑛 ,𝑚,𝑑) 𝑚 − +
𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝐿 , 0,𝑚) 𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝐿 , 0,𝑚) (C.4)
+ 𝑅𝑚 1 − Γ𝑡¯ 𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝑒 ,𝑖,𝑑) + 𝑡𝑖 Π 1 − 𝑡¯ 𝑃𝑊 𝐹 (𝑁𝑒 ,𝑖,𝑑)
(︁ )︁ (︁ )︁
Γ𝑡¯ 𝑅𝑣
, 0,𝑑 − 1 Γ𝑡 ¯
(︁ ′ )︁ (︁ )︁
− 𝑃𝑊 𝐹 𝑁𝑚𝑖𝑛 −
𝑁𝐷 (1 +𝑑) 𝑁𝑒
onde, Λ é a razão entre a entrada e o investimento inicial, 𝑚 é a taxa anual de juros do
financiamento, 𝑁𝐿 é o tempo de amortização do financiamento, 𝑁𝑚𝑖𝑛 é o período em que a
amortização do financiamento contribui na análise (normalmente é o valor mínimo entre 𝑁𝑒
e 𝑁𝐿 ), 𝑅𝑠 é a razão entre os custos diversos no primeiro ano e o investimento inicial, 𝑡𝑖 é o
imposto patrimonial baseado no valor de avaliação, Π é a razão entre o valor patrimonial do
sistema avaliado no primeiro ano e o investimento inicial, 𝑁𝐷 é o período de depreciação,
′
𝑁𝑚𝑖𝑛 é o período em que a depreciação contribui na análise (geralmente é o valor mínimo
entre 𝑁𝑒 e 𝑁𝐷 ) e 𝑅𝑣 é a razão entre o valor de revenda no final da vida útil e o investimento
inicial.
O primeiro termo à direita da equação (C.4) corresponde ao pagamento de entrada.
Os termos restantes correspondem ao valor presente dos pagamentos ou série de pagamentos
que sucedem durante o período de análise, esses definidos por razões proporcionais ao valor
inicial. O segundo termo representa os dispêndios relativos ao financiamento do sistema
(parcelas e juros), o terceiro termo contabiliza a dedução do imposto de renda relativo
aos juros. O quarto termo contabiliza os custos diversos, tais como seguro e manutenção
do sistema. O quinto termo corresponde ao imposto patrimonial, já o sexto, contabiliza a
dedução do imposto de renda devido a depreciação pelo método linear, e o sétimo e último
termo, refere-se ao valor presente do valor de revenda dos equipamentos no final do período
considerado na análise.
Outro modo de determinar o 𝐿𝐶𝑆 é através da diferença entre os life-cycle costs, 𝐿𝐶𝐶,
do sistema convencional e do sistema solar, como mostra a equação que segue,
O 𝐿𝐶𝐶2 considera todos os gastos do sistema solar, sendo o primeiro termo relativo ao
gasto de combustível para atender a demanda de calor auxiliar, e o segundo termo é relativo
ao custo de implementação do sistema.
Além do 𝐿𝐶𝑆 e do 𝐿𝐶𝐶, outro indicador econômico é o tempo de retorno do investi-
mento. Esse indicador pode ser definido de várias formas (35). Todavia, nesse trabalho será
empregado o tempo de retorno definido como o tempo necessário para o valor presente da
economia de combustível seja igual ao valor presente do investimento inicial do sistema, isto
é, o período de tempo necessário para obter-se um 𝐿𝐶𝑆 nulo, como segue,
[︄
(︁ )︁ ]︄
𝐶𝑆 𝑖 𝑓 𝑢𝑒𝑙 +𝑑
ln +1
ℱ 𝑄𝑙𝑜𝑎𝑑 𝐶 𝑓 𝑢𝑒𝑙
𝑁𝑃 = (C.8)
1 +𝑖 𝑓 𝑢𝑒𝑙
(︃ )︃
ln
1 +𝑑
onde, 𝑁𝑃 é o tempo de retorno e 𝐶𝑆 é o investimento inicial no sistema.
De acordo com Duffie; Beckman (35), o retorno sobre investimento, é a taxa de
desconto que irá proporcionar um 𝐿𝐶𝑆 nulo durante o ciclo de vida dos sistemas analisados,
isso é, os dispêndios durante o ciclo de vida das alternativa solar e convencional são iguais. O
resultado mais atrativo é aquele que possui o maior 𝑅𝑂𝐼 .
Como uma das capacidades da plataforma de simulação é considerar a energia parasita
consumida para o bombeamento do fluido térmico através do sistema, adicionou-se um
terceiro termo a equação do 𝐿𝐶𝐶2 (vide equação (C.7)). Esse termo é definido como,
Construction
1 Cover rail
2 Frame
3 Glazing
4 Glass support
5 Absorber
6 Thermal insulation
7 Glued seal
8 Rear panel
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~
C1772
Peak Power per collector unit Wpeak Relative efficiency η
[kW] 1.6 Solar irradiance G=1000 W/m2 1.0 Solar irradiance G=800W/m2
1.4
0.8
1.2
1.0 0.6
0.8
0.6 0.4
0.4
0.2
0.2
0.0 0.0
*
0 20 40 60 80 Tm-T100
amb 0 0.02 0.04 0.06 0.08 T0.1
m
*) Fractional solar savings: Proportion of the final energy that, thanks to the solar system, can be saved compared to a reference system.
**) Surface demand and solar yield are given with respect to the aperture area.
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