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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM


CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS

ALAN DUTRA PEDRUZZI

INFLUÊNCIA DA FADIGA TÉRMICA NO COMPORTAMENTO MECÂNICO


DE ROCHAS AGLOMERADAS ATRAVÉS DE ENSAIOS DE
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES
2021
ALAN DUTRA PEDRUZZI

INFLUÊNCIA DA FADIGA TÉRMICA NO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE


ROCHAS AGLOMERADAS ATRAVÉS DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
TECNOLÓGICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Coordenadoria do Curso de Engenharia de
Minas do Instituto Federal do Espírito Santo,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Engenheiro de Minas.

Orientador: Dr. Erick Bernabé Zanelato.


Coorientador(a): Dra. Monica Castoldi Borlini Gadioli.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES
2021
Ficha Catalográfica

(Biblioteca Carlos Drummond de Andrade do Instituto Federal do Espírito Santo)

P372i Pedruzzi, Alan Dutra


Influência da fadiga térmica no comportamento mecânico
de rochas aglomeradas através de ensaios de caracterização
tecnológica. / Alan Dutra Pedruzzi. – 2021.
53 f.: il.; 30 cm

Orientador: Erick Bernabé Zanelato


Coorientador(a): Monica Castoldi Borlini Gadioli

Monografia (graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo,


Coordenadoria do Curso de Engenharia de Minas, Curso de
Engenharia de Minas, Cachoeiro de Itapemirim, 2021.

1. Rochas ornamentais. 2. Fadiga. 3. Mecânica de Rochas. 4. Rochas -


Testes. I. Zanelato, Erick Bernabé. II. Gadioli, Monica Castoldi Borlini.
III. Instituto Federal do Espírito Santo.

CDD: 624.15132
ALAN DUTRA PEDRUZZI

INFLUÊNCIA DA FADIGA TÉRMICA NO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE


ROCHAS AGLOMERADAS ATRAVÉS DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
TECNOLÓGICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenadoria de ENGENHARIA DE MINAS do
Instituto Federal do Espírito Santo como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Engenheiro de Minas.

Aprovado em 09 de setembro de 2021.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. D.Sc. Erick Bernabé Zanelato


Instituto Federal do Espírito Santo
Orientador

Eng. Química, D.Sc. Mônica Castoldi Gadioli


Centro de Tecnologia Mineral/MCTI
Co-orientadora

Prof. M.Sc. Eliseu Romero Campelo Correia


Instituto Federal do Espírito Santo

Química, D.Sc. Mariane Costalonga de Aguiar


Centro de Tecnologia Mineral/MCTI
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E
FOLHA DE ASSINATURAS
CONTRATOS

Emitido em 20/09/2021

FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC Nº 6/2021 - CAI - CCEM (11.02.18.01.08.02.05)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 21/09/2021 13:14 ) (Assinado digitalmente em 20/09/2021 14:00 )


ELISEU ROMERO CAMPELO CORREIA ERICK BERNABE ZANELATO
PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO
CAI-CCEM (11.02.18.01.08.02.04) CAI - CCEM (11.02.18.01.08.02.05)
Matrícula: 2944893 Matrícula: 2162073

(Assinado digitalmente em 21/09/2021 17:34 ) (Assinado digitalmente em 20/09/2021 14:04 )


MONICA CASTOLDI BORLINI GADIOLI MARIANE COSTALONGA DE AGUIAR
ASSINANTE EXTERNO ASSINANTE EXTERNO
CPF: ***.642.197-** CPF: ***.600.727-**

Para verificar a autenticidade deste documento entre em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu


número: 6, ano: 2021, tipo: FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC, data de emissão: 20/09/2021 e o código de
verificação: cad42142a8
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, e a minha família por todo apoio que me deram durante
esta jornada.

Agradeço aos meus orientadores Erick Bernabé Zanelato e Monica Castoldi Borlini
Gadioli por todo apoio na produção do TCC.

Agradeço também a Mariane Costalonga de Aguiar por toda ajuda no CETEM,


especialmente na produção do TCC e do artigo da JIC.

Um agradecimento ao CETEM e especialmente minha ex-orientadora Abiliane de


Andrade Pazeto por todo aprendizado e evolução acadêmica que ela me concedeu nesses
3 anos de Iniciação Científica.

Agradeço a toda equipe técnica do CETEM e principalmente aos meus amigos Luan
Bomfim Antunes e Eduardo Vargas Campos por toda ajuda nessa fase de bolsista e
auxilio na execução de ensaios.

Agradeço ao IFES por esses 5 anos de faculdade e a todos seus professores pelos seus
ensinamentos.

Agradeço ao CNPq pela bolsa de iniciação científica concedida (processo n.


115337/2020-2), à Fapes (processo nº 84376732).

E por fim, agradeço aos meus queridos amigos Luan Bonfim, Eduardo Campos, Lealdo
Silva, Felipe Oliveira e Paulo Silas nesses 5 anos de graduação pelos momentos incríveis
de estudo, diversão, companherismo, apoio e aventura.
RESUMO

A extração de rochas ornamentais é uma atividade que vem acompanhando a humanidade


desde seus primórdios por ser as rochas materiais de grande beleza e durabilidade. No
entanto, em todo seu processo de extração e beneficiamento sua taxa de aproveitamento
é muito baixa, colaborando na geração de resíduos. Com isso, muitos estudos têm sido
feitos com a finalidade de utilizar esses resíduos no desenvolvimento de novos materiais
compósitos como as rochas aglomeradas que são materiais que apresentam excelentes
propriedades físico-mecânicas e exuberante beleza. Pela crescente aplicação das rochas
aglomeradas na indústria da construção civil tem-se tornado necessários a realização de
ensaios de caracterização tecnológica com o intuito de conhecer suas propriedades e seu
comportamento em serviço. Como existe uma demanda desses materiais para regiões com
climas extremos durante boa parte do ano, eles podem ser sujeitos as grandes variações
de temperatura ocasionando problemas estruturais e os fragilizando. A fadiga térmica é o
processo em que o material sofre repetidamente ciclos térmicos ocasionando a formação
de tensões e deformações ao longo de ciclos de temperatura e ter conhecimento de como
as rochas aglomeradas sofrem com essas tensões é de suma importância. Para
conhecimento dessas características, ensaios são necessários. Este estudo teve como
intuito realizar os ensaios de resistência ao choque térmico e resistência ao congelamento
e desgelo com as rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy e assim observar
como os ciclos térmicos influenciarão no comportamento mecânico desses materiais
através do ensaio de resistência à flexão. Os resultados indicaram que os ciclos de fadiga
térmica não manifestaram nenhuma influência negativa no comportamento mecânico
desses materiais e após os ciclos suas resistências tendem a ser superiores em comparação
com as rochas utilizadas como parâmetro, principalmente devido à variabilidade natural
desses materiais.

Palavras-chave: Rocha Aglomerada, Caracterização Tecnológica, Fadiga Térmica


ABSTRACT

The extraction of ornamental stones is an activity that has been with humanity since its
inception as it is material stones of great beauty and durability. However, throughout its
extraction and processing process, its utilization rate is very low, contributing to the
generation of waste. Therefore, many studies have been carried out with the purpose of
using these residues in the development of new composite materials such as agglomerated
stones, which are materials that have excellent physical-mechanical properties and
exuberant beauty. Due to the growing application of agglomerated stones in the civil
construction industry, it has become necessary to carry out technological characterization
tests in order to know their properties and behavior in service. As there is a demand for
these materials in regions with extreme climates during much of the year, they can be
subject to large temperature variations, causing structural problems and making them
fragile. Thermal fatigue is the process in which the material repeatedly undergoes thermal
cycles causing the formation of stresses and deformations along temperature cycles and
having knowledge of how agglomerated stones suffer from these stresses is of paramount
importance. For knowledge of these characteristics, tests are necessary. This study aimed
to carry out the thermal shock resistance and freeze-thaw resistance tests with the Branco
Aldan and Branco Galaxy agglomerated stones and thus observe how the thermal cycles
will influence the mechanical behavior of these materials through the flexural strength
test. The results indicated that the thermal fatigue cycles did not show any negative
influence on the mechanical behavior of these materials and after the cycles their
resistance tends to be higher compared to the stones used as a parameter, mainly due to
the natural variability of these materials.

Keywords: Agglomerated Stone, Technological Characterization, Thermal Fatigue.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema de classificação para compósitos ................................................... 18


Figura 2 - Rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy ................................... 28
Figura 3 – Corpos de prova do material Branco Aldan e Branco Galaxy ...................... 29
Figura 4 - Esquema de marcações e medidas das dimensões do corpo de prova ........... 30
Figura 5 - Marcações de medição nos corpos de prova .................................................. 30
Figura 6 - Armazenamento dos corpos de prova no dessecador .................................... 31
Figura 7 - Corpos de prova armazenados na estufa na etapa do ciclo de aquecimento .. 32
Figura 8 - Corpos de prova submersos em água na etapa do ciclo de resfriamento ....... 32
Figura 9 - Pesagem da massa seca dos corpos de prova após a finalização dos ciclos .. 33
Figura 10 - Posicionamento do corpo de prova na prensa hidráulica ............................. 34
Figura 11 - Saturação inicial antes das etapas de congelamento .................................... 35
Figura 12 - Posicionamento dos corpos de prova no freezer .......................................... 36
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Aldan ......................................................................................... 39
Gráfico 2 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao choque térmico com o
material Branco Aldan .................................................................................................... 39
Gráfico 3 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Galaxy ....................................................................................... 40
Gráfico 4 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao choque térmico com o
material Branco Galaxy .................................................................................................. 40
Gráfico 5 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de congelamento e
desgelo com o material Branco Aldan ............................................................................ 43
Gráfico 6 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao congelamento e desgelo
com o material Branco Aldan ......................................................................................... 43
Gráfico 7 - Distribuição dos valores de tensão antese após os ciclos de congelamento e
desgelo com o material Branco Galaxy .......................................................................... 44
Gráfico 8 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao congelamento e desgelo
com o material Branco Galaxy ....................................................................................... 44
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Ensaios de caracterização tecnológica de rochas aglomeradas pela Norma


Europeia .......................................................................................................................... 22
Tabela 2 - Média dos valores obtidos no ensaio de resistência ao choque térmico com os
materiais estudados ......................................................................................................... 38
Tabela 3 - Média dos valores obtidos no ensaio de resistência ao congelamento e
desgelo com os materiais estudados ............................................................................... 42
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 16

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 16


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 16

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 17

3.1 MATERIAIS COMPÓSITOS ................................................................................ 17


3.1.1 Compósitos de matriz polimérica ...................................................................... 18
3.2 USO DE CARGAS EM COMPÓSITOS ................................................................ 19
3.3 ROCHAS ARTIFICIAIS (AGLOMERADAS) ...................................................... 20
3.4 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE ROCHAS
ARTIFICIAIS (AGLOMERADA) ................................................................................. 21
3.4.1 Resistência ao choque térmico ........................................................................... 22
3.4.2 Resistência ao congelamento e desgelo ............................................................. 24
3.4.3 Resistência à flexão ............................................................................................. 25
3.5 FADIGA TÉRMICA EM MATERIAIS COMPÓSITOS ....................................... 25

4 METODOLOGIA ................................................................................................ 28

4.1 MATERIAIS ESTUDADOS .................................................................................. 28


4.2 ENSAIOS REALIZADOS ..................................................................................... 28
4.2.1 Amostragem ....................................................................................................... 28
4.2.2 Medição dos corpos de prova ........................................................................... 29
4.2.3 Secagem das amostras ....................................................................................... 30
4.2.4 Ensaio de resistência ao choque térmico ......................................................... 31
4.2.4.1 Especificação dos ciclos ................................................................................... 31
4.2.4.2 Cálculo para resistência ao choque térmico...................................................... 34
4.2.5 Ensaio de resistência ao congelamento e desgelo ............................................ 35
4.2.5.1 Saturação em água ............................................................................................ 35
4.2.5.2 Ciclos de congelamento e descongelamento .................................................... 36
4.2.5.3 Cálculo para resistência ao congelamento e desgelo ........................................ 37

5 RESULTADOS .................................................................................................... 38

5.1 RESISTÊNCIA AO CHOQUE TÉRMICO ............................................................ 38


5.2 RESISTÊNCIA AO CONGELAMENTO E DESGELO ........................................ 42

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 47

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 48
14

1 INTRODUÇÃO

As rochas ornamentais são materiais rochosos extraídos e beneficiados, em diferentes


graus, para finalidades decorativas, estruturais e de revestimento. O termo inclui outras
nomenclaturas como pedras naturais, materiais lapídeos, rochas dimensionadas e rochas
de cantaria. Ao longo da história, sua utilização acompanha a evolução das civilizações
e, graças a sua alta durabilidade, carrega o registro dessa evolução, da cultura e dos
costumes ao longo da história humana (VIDAL, et.al., 2014).
Normalmente, a beleza da rocha é o fato que lhe contribui maior utilização e valor devido
a sua coloração e arranjo mineral. Os minerais presentes na rocha carregam propriedades
únicas que em conjunto se manifestam nas propriedades gerais do material como na
condução de calor, dureza, cor e alterabilidade, as quais indicarão qual será a aplicação
conveniente para fins ornamentais (SOSSAI, 2006).
Segundo Vidal et al (2014) no âmbito de mineração, a produção de rochas ornamentais,
em consequências de suas baixas taxas de aproveitamento, é uma grande colaboradora
para a geração desse tipo de resíduos sólidos como as lamas provenientes dos processos
de corte por tear e polimento das rochas. Na lavra e beneficiamento os resíduos
produzidos de rochas ornamentais correspondem a perdas de matéria-prima que são da
ordem de 83%. Na extração de rochas, em média são extraídos 30 m³ do maciço rochoso,
no entanto, apenas 10 m³ são aproveitados comercialmente para a produção média de 330
m² de chapas, 20 m³ do resto extraído fica na pedreira na forma de resíduo.
De acordo com Antunes et al (2020) a busca por inovações tecnológicas com o intuito no
desenvolvimento sustentável tem ganhado grande dimensão, levando-se em consideração
a exploração de recursos naturais não renováveis que acarretam impactos ambientais. Por
isso, existe um grande desafio para a indústria extrativista relacionada aos meios de
aproveitamento de resíduos produzidos na lavra e no beneficiamento de rochas
ornamentais.
Os resíduos de rochas ornamentais na utilização como matéria-prima no desenvolvimento
de rochas aglomeradas têm demonstrado grandes vantagens na diminuição da quantidade
de resíduos a ser descartada no meio ambiente, além de incorporar valor a uma substância
indesejável (RIBEIRO, et. al., 2014).
Contudo, a rocha artificial é um material que apresenta alto valor, com propriedades
relevantes ás das placas cerâmicas de primeira linha, em resultado de sua excelente
resistência à flexão e brilho superficial. (LEE, et. al., 2008).
15

Devido ao aumento contínuo na utilização das rochas aglomeradas, torna-se de suma


importância a realização de ensaios de caracterização tecnológica com o intuito de
conhecer as suas propriedades físico-mecânicas, e certificar se as mesmas atendem ao
comportamento necessário em serviço (PEDRUZZI & PAZETO, 2019).

Ao final dos ensaios tecnológicos, a avaliação dos efeitos é geralmente feita por análise
visual, por comparação com corpos de prova padrão que não foram ensaiados; mas
também pode ser realizada pela verificação das modificações no comportamento
mecânica da rocha (VIDAL, et.al., 2014).

De acordo com Jie et al (2020) os avanços na tecnologia aeroespacial dentre outros setores
aumentaram a demanda por materiais estruturais que mostram propriedades mecânicas
superiores sob alta pressão e alta temperatura ou mesmo baixas temperaturas. Até agora,
no entanto, as estabilidades térmicas de determinados compósitos após ciclos de choque
e fadiga ainda são desconhecidas.
16

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar os ensaios de caracterização tecnológica de resistência ao choque térmico e


resistência ao congelamento e desgelo de duas amostras de rochas aglomeradas
conhecidas como Branco Aldan e Branco Galaxy. O intuito é observar como os ciclos de
fadiga térmica podem influenciar no comportamento mecânico desses materiais através
do ensaio de resistência à flexão após os ciclos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Produzir corpos de prova das rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy para
a realização dos ensaios.

 Realizar os ensaios de caracterização tecnológica de resistência ao choque térmico e


resistência ao congelamento e desgelo com o intuito de observar como os ciclos de
fadiga térmica podem afetar o comportamento mecânico desses materiais.

 Analisar os resultados obtidos entre as rochas estudadas e assim concluir se esses


materiais terão bom desempenho mecânico quando aplicados em determinados
ambientes com variações bruscas de temperatura.
17

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico serão apresentadas todas as pesquisas realizadas sobre os determinados


assuntos a fim de enriquecer e constribuir com informações mais detalhadas sobre a
pesquisa abordada no trabalho.

3.1 MATERIAIS COMPÓSITOS

Os compósitos são materiais multifásicos desenvolvidos artificialmente com


combinações interessantes das melhores propriedades das suas fases constituintes. Os
materiais compósitos também podem ser descritos como a combinação de dois ou mais
materiais, seja em escalas macroscópica ou microscópica, de distintas maneiras. As
combinações podem ser contínuas, descontínuas e aleatórias além de composições
químicas, em que um dos constituintes, descontínuo, proporciona a principal resistência
ao carregamento (componente reforçador), e o outro, contínuo, oferece o meio de
transmissão desse carregamento (componente matricial ou matriz). É relevante que os
componentes sejam insolúveis, entre si, e tenham as propriedades desejadas (CHOU et.
al. apud VILELA, 2016).

Como materiais, os compósitos possibilitam uma maior versatilidade para satisfazer às


necessidades do mercado, principalmente para os casos apresentados por parâmetros
pouco comuns, bem como atender aos desafios visíveis no ambiente como a umidade,
calor, frio, etc. (WEETON apud VILELA, 2016).

Ter o conhecimento dos mais variados tipos de compósitos, assim como a concepção de
vínculo de seu comportamento devido às características, às quantidades relativas, à
geometria ou distribuição e às propriedades das fases constituintes, é viável desenvolver
materiais com combinações de características melhores que as encontradas em qualquer
cerâmica, liga metálica ou material polimérico monolítico (CALLISTER apud VILELA,
2016).

Segundo Sobrinho (2009), existem muitos detalhes a analisar ao projetar um compósito:


o tipo de matriz que pode ser metálica, cerâmica ou polimérica, a interface matriz-reforço
(ligação adesiva), o tipo de reforço que pode ser de fibras ou partículas, a geometria do
reforço que são levados em consideração como a forma, tamanho, distribuição e
orientação e as proporções relativas (matriz e reforço).

Os componentes de um compósito podem ser inorgânicos ou orgânicos, de forma


18

irregular ou regular, fibrosos ou não, com partículas fragmentadas ou como fibras curtas.
Seus parâmetros estruturais podem afetar o comportamento dos compósitos, por exemplo
a concentração da fibra, adesão da fibra à matriz e os espaços vazios entre as fibras
(AQUINO, 2003).

Muitos materiais compósitos são produzidos apenas por duas fases, a matriz e a fase
dispersa, sendo que as principais propriedades dos compósitos se alteram conforme sua
fase dispersa. De acordo com Callister (2013), esses materiais se classificam em três
divisões principais: os compósitos reforçados por fibras; os compósitos reforçados por
partículas e os compósitos estruturais, conforme pode ser observado na Figura 1:

Figura 1 - Esquema de classificação para compósitos

Fonte: Callister e Rethwisch (2016)

A matriz pode ser um material metálico, cerâmico ou polimérico. Assim, esses materiais
recebem a classificação como compósitos de matriz metálica (CMM); compósitos de
matriz cerâmica (CMC); e compósitos de matriz polimérica (CMP); respectivamente.
Normalmente, em razão de sua ductilidade e fácil moldagem, os metais e os polímeros
são mais utilizados que os materiais cerâmicos como matriz para compósitos. Segundo
esse critério, compósitos poliméricos são, também, mais usuais que os metálicos
(PANZERA, 2003).

3.1.1 Compósitos de matriz polimérica

Nos materiais compósitos poliméricos, a palavra resina é usada para representar o


polímero orgânico utilizado como matriz. Um polímero é descrito como uma
macromolécula composta por uma ou mais unidades de repetição (meros) conectadas por
ligações covalentes. Em vista das ligações covalentes entre os meros, os polímeros
19

evidenciam baixa condutividade elétrica e térmica. No entanto, apresentam mais


resistência à corrosão do que os metais (SOBRINHO, 2009).

Os polímeros, podem ser classificados tendo como base seu comportamento mecânico,
da seguinte forma, sendo os mais comuns utilizados (CANEVARO apud AGRIZZI,
2020).

Plásticos – em estado sólido em sua faixa de trabalho, normalmente à temperatura


ambiente. Se dividem em:

 Termoplásticos – plásticos com propriedade de deformar-se de forma a amolecer e


fluir através do aumento da pressão e temperatura. Finalizado o aumento dessa
pressão e temperatura, tendem a solidificar-se com novas formas em um novo
produto. Essas variações podem ocorrer incontáveis vezes, possibilitando o mesmo
efeito. Junto a essas características, esses polímeros permitem ser recicláveis.

 Termorrígidos – são plásticos que quando submetidos a pressão e temperatura


também apresentam a característica de amolecer e fluir adquirindo a forma do molde,
contudo, reagem quimicamente produzindo ligações cruzadas e se solidifica, com isso
é formado um polímero em rede ou reticulado. Dessa forma, aumentos de pressão e
temperatura decorrentes já não induzem a solidez do material, sendo este não –
reciclável, insolúvel e infusível.

 Elastômeros – são plásticos que em temperatura ambiente, apresentam uma


deformação de no mínimo duas vezes o seu comprimento inicial, e após retirada a
força, retorna ao seu estado original. Essa deformação elástica ocorre por possuir
cadeias flexíveis e poucos entrecruzamentos de suas cadeias poliméricas, o que
enrijeceria o polímero.

3.2 USO DE CARGAS EM COMPÓSITOS

Muitos estudos foram feitos sobre materiais compósitos, no que diz respeito a introdução
de cargas, proporcionando a ampliação de sua utilização em várias partes da medicina,
industrias e esportes (DOS SANTOS, 2007).

O emprego de cargas minerais em compósitos no desenvolvimento de materiais


industriais alternativos também vem sendo analisada, colocada como uma das principais
vantagens, a diminuição do custo de fabricação. Analisou-se em estudos anteriores a
20

incorporação da diatomita, como carga, no processo de transformação do polietileno.


Através de ensaios mecânicos, em temperatura ambiente, desmontaram que a adição de
até 20% de diatomita não ocasionou a redução da resistência à tração do material. Outro
estudo feito com cargas minerais envolveu em introdução de areia em tubos de
compósitos de fibra de vidro. Foi revelado no estudo, um aumento considerável na rigidez
do tubo, o que comprova a eficácia da introdução de areia como carga para esse tipo de
finalidade (DOS SANTOS, 2007).

3.3 ROCHAS AGLOMERADAS (ARTIFICIAIS)

Conforme a norma EN 14618 (ASSOCIACIÓN ESPANÕLA DE NORMALIZACIÓN


Y CERTIFICACIÓN, 2011), estabelece-se como rocha aglomerada o material
manufaturado em processo industrial a partir de uma mistura de agregados (geralmente
quartzo em uma extensa faixa granulométrica), aglutinantes e aditivos, sendo que estes
podem ser cimento hidráulico, resina ou uma mistura de ambos. As rochas aglomeradas
dispõem como principais aplicações em pias, bancadas e revestimento de áreas úmidas
(PAZETO & VIDAL, 2018).

A rocha aglomerada ou conhecida comercialmente como rocha artificial é desenvolvida


por 95% de agregados naturais, ou seja, é classificada praticamente como um material
natural. A composição da rocha artificial é fundamentada em função de agregados,
constituídos a base de uma carga mineral – partículas de mármores, granito britados ou
moídos, areia de quartzo, cristais de vidro como sílica ou óxido de silício (SiO2) e demais
compostos – que são misturados com agentes aglutinantes, como por exemplo a resina de
poliéster, que conforme o agregado principal origina-se o tipo de rocha artificial. Dado
os tipos de rocha artificial, podemos relevar três linhas de produção:

a fabricada através de partículas de mármore e resina de poliéster, conhecida como


“mármore composto”, a de produção à base de cristais de vidro, conhecida como
“superfície cristalizada de vidro”, e por fim a produção realizada por agregados de quartzo
e granito processado, conhecida como “superfície de quartzo (PEDRA ARTIFICIAL
apud RIBEIRO, 2011).

As rochas artificiais podem ser classificadas em quatro divisões (Martins e Pereira, 2010):

 Materiais vítreos, que em altas temperaturas se tornam mais plásticos e quando


resfriados enrijecem;
21

 Materiais cerâmicos, cuja base de sua composição é a argila, tendo formato definido
por moldagem a frio e enrijecimento a temperaturas elevadas.
 Materiais compactos, formados por fragmentos de rochas naturais e aglutinados por
resinas sintéticas, sofrendo ou não compactação;
 Materiais hidráulicos, similares aos produtos compactos, mas o aglutinante utilizado
é hidráulico ao invés de resinoide;

Por meio dessa classificação, as rochas artificiais referidos “produtos hidráulicos” e


“produtos compactados” podem se incluir no termo “rochas aglomeradas”, que são
definidas pela norma europeia EN 14.618 (2011) como materiais industriais produzidos
da combinação de agregados, predominantemente de rochas naturais, com variadas
granulometrias e naturezas, e podendo, às vezes, consolidados por aditivos e aglutinantes
(DEMARTINI, 2017).

3.4 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE ROCHAS


ARTIFICIAIS (AGLOMERADA)

De acordo com Vidal (2002), a caracterização tecnológica das rochas para fins
ornamentais pode ser realizada através da execução de ensaios, onde são conhecidas suas
propriedades. Para a classificação de um determinado tipo de rocha como ornamental,
deve-se levar em consideração os índices físicos, a resistência físico-mecânica e o grau
de polimento, além da geometria e dimensão dos blocos que podem ser extraídos, e,
principalmente, a viabilidade de aproveitamento na lavra. Portanto, todo material
utilizado no setor da construção e de revestimento como rocha ornamental necessita
possuir certas características técnicas que concedam sua aplicação. Essas características
são índices encontrados em laboratórios através de ensaios específicos que, quando
executados, que definem o uso principal da rocha.

A caracterização tecnológica da rocha em função de suas propriedades mineralógicas,


físicas, químicas e mecânicas é uma etapa essencial para sua utilização correta, segura e
econômica, devendo-se sobrepor as tendências da moda no mercado (SOSSAI, 2006).

É demonstrado por Pazeto & Vidal (2018) que conhecer as propriedades fisico-mecânicas
das rochas aglomeradas como materiais de construção é de suma relevância, com a
finalidade de averiguar se as mesmas atendem ao comportamento necessário em serviço.
Entretanto, ainda não há no corpo de normas brasileiro nenhuma metodologia de ensaio
22

específica para rochas aglomeradas, sequer uma norma que disponha quesitos mínimos
para a utilização desses materiais com aplicação em revestimento ou ornamental,
impedindo a correta utilização desse produto em edificações ou parâmetros de escolha
por seus consumidores.

Os ensaios de rochas aglomeradas ou artificiais são executados com base no pacote de


normas europeu EN 14617 como mostrado os ensaios na Tabela 1:

Tabela 1 - Ensaios de caracterização tecnológica de rochas aglomeradas pela Norma


Europeia
Ensaio Norma
Densidade aparente e absorção d’água EN 14617 - 1
Resistência à Flexão EN 14617 - 2
Resistência à abrasão EN 14617 - 4
Resistência ao congelamento e desgelo EN 14617 - 5
Resistência ao choque térmico EN 14617 - 6
Resistência ao impacto EN 14617 - 9
Resistência ao ataque química EN 14617 - 10
Coeficiente linear de dilatação térmica EN 14617 - 11
Resistência à compressão EN 14617 - 15
Fonte: Autor (2021)

Para a caracterização das amostras, foram feitos os ensaios de resistência ao choque


térmico e resistência ao congelamento e desgelo seguindo todos os protocolos com base
na norma europeia.

3.4.1 Resistência ao choque térmico

O ensaio de resistência ao choque térmico em rochas aglomeradas é baseado nos


procedimentos da EN 14617-6, tendo como finalidade avaliar a possível modificação de
rochas aglomeradas sob efeito de mudanças bruscas de temperatura (choque térmico) por
imersão em água na temperatura ambiente.

O procedimento consiste na produção de corpos de prova prismáticos, onde são


submetidos a ciclos sucessivos, cada um formado por choque térmico a temperatura de
70°C em imersão em água em temperatura ambiente. Depois de 20 ciclos, os corpos de
23

prova são comparados visualmente. Assim as massas e resistência à flexão após 20 ciclos
serão determinadas em comparação com os valores das mesmas quantidades de amostras
de referência.

Na interpretação de Costa (2019), a exposição de um material a uma mudança brusca de


temperatura ou fluxo de calor, manisfesta-se um gradiente de temperatura. A resistência
deste material à fratura sob estas circunstâncias é intitulado resistência ao choque térmico.

Para Cintra et al (2008) em concretos refratários o choque térmico corresponde na


formação de tensões termomecânicas no material, a partir da variação brusca de
temperatura. Quando as tensões formadas são superiores as tensão de ruptura do material
ocorre a nucleação e propagação de trincas, prejudicando a estrutura do material.
Constantemente os materiais refratários são sujeitos a situações de choque térmico no
momento de suas aplicações.

No ensaio de choque térmico, para aumentar a resistência dos refratários ao dano é


fundamental criar mecanismos que dissipem a energia de propagação da trinca
(mecanismos de tenacificação) evitando que ela se propague de maneira prejudicial e
danifique estruturalmente o revestimento, comprometendo a sua utilização (CINTRA et.
al., 2008).

Nos estudos de Mello e Bressiani (2015) o choque térmico no comportamento do carbeto


de silício é um tema de grande relevância, em razão das aplicações onde é necessário
confiabilidade devido as variações bruscas de temperatura. Das várias aplicações
existentes é possível destacar: turbinas a gás, sistemas de propulsão de aviões
aeroespaciais, refratários e ferramentas de corte.

Em casos de aplicação de choque térmico, as tensões de compressão são geradas no


interior dos materiais cerâmicos, uma vez que, ao serem abruptamente resfriados, há um
rápido deslocamento de calor na superfície do corpo de prova diminuindo a sua
temperatura com uma velocidade maior, o que produz uma tensão térmica em relação ao
interior, provocando tensões de tração substanciais e até fratura do material (MELLO &
BRESSIANI, 2015).

Segundo Vasconcellos e Melo (2018), quando ocorre uma mudança rápida de temperatura
em um material suas dimensões tendem a sofrer alterações o que pode ocasionar tensões
em sua estrutura e, consequentemente, levá-lo a fratura, sendo este fenômeno chamado
de choque térmco. A resistência ao choque térmico se apresenta como a característica do
24

material em não fraturar sob tais condições de grandes variações de temperatura.

3.4.2 Resistência ao congelamento e desgelo

O ensaio de resistência ao congelamento e desgelo é baseado nos procedimentos da EN


14617-5, tendo como intuito analisar as possíveis alterações no comportamento mecânico
de rochas aglomeradas sob efeito de mudanças bruscas em baixas temperaturas através
de ciclos de congelamento em um freezer e descongelamento imerso em água a
temperatura ambiente.

O ensaio se baseia num processo de 25 ciclos de congelamento quando uma amostra


saturada de água é colocada no freezer por um determinado período a uma temperatura
de aproximadamente -20 °C e descongelada quando a amostra é imersa em água em
temperatura ambiente. No final do ensaio as amostras são secas e rompidas numa prensa
hidráulica com base na norma EN 14617-2 de resistência à flexão.

Na Pesquisa de Barroso e Alves (2003) quando o uso previsto é a aplicação como


revestimento externo de construções, há uma concordância que se deve avaliar o efeito
da degradação da resistência mecânica devido a ciclos de congelamento e degelo,
sobretudo quando o material se destina a países de climas temperados.

Sabe-se que essa degradação física deve estar relacionada com o aumento do volume
experimentado pela água, eventualmente presente nos poros da rocha, quando da
passagem do estado líquido para o estado sólido. Como resultado desse processo, há o
surgimento e extensão de micro-fissuras que podem levar à degradação progressiva do
material e, como conseqüência, de sua performance na obra (BARROSO & ALVES,
2003).

Para o uso em questão, a qualidade do material é atribuída tanto a fatores subjetivos, em


especial sua estética, quanto a atributos mais técnicos como a resistência mecânica e a
alterabilidade da rocha. Esta qualidade deve ser ainda maior quando submetida a
condições intempéricas mais rigorosas, como por exemplo, quando tais rochas são
levadas a regiões de altas latitudes com temperaturas mais baixas e assim são submetidas
à ação de congelamento e degelo (NUNES, 2019).

Para Vidal e Pereira (1998) o ensaio de congelamento e degelo tem sua influência maior
nas regiões onde as varições das temperaturas diurnas são elevadas. No Brasil, como esse
fenômeno se restringe a algumas regiões, a simulação do mesmo é realizada com o intuito
25

de se fazer uma caracterização tecnológica mais completa dos materiais rochosos,


especialmente daqueles destinados a exportação. O congelamento da água retida nos
poros, vazios e fissuras das rochas desencadeia tensões que produzem o seu
enfraquecimento progressivo, resultando numa diminuição de sua resistência ou até
mesmo numa completa degradação dos seus constituintes minerais.

3.4.3 Resistência à flexão

O ensaio de resistência à flexão sob carga concentrada determina a tensão que causa a
ruptura da rocha quando sujeita à esforços flexores permitindo analisar a aptidão do
material para seu emprego como material de revestimento, ou elemento estrutural,
possibilitando o cálculo de parâmetros, como a espessura.

O método de ensaio aplica-se a materiais de rocha aglomerada com a superfície polida


que se aplicam ao uso como produtos de revestimento de edificações. Segue as
orientações da Norma EN 14617-2, Agglomerated stone test methods - Determination of
flexural strength.

De acordo com Gonçalves et al (2004) o ensaio de resistência à flexão tem sido


selecionado para o estudo dos materiais restauradores porque determina de forma
concreta e eficiênte as variações mecânicas na estrutura do material uma vez que provoca
tensões mais complexas do que o ensaio de resistência à compressão.

A resistência à flexão é uma caracteristica mecânica significativa como parâmetro para


materiais instáveis, Dessa maneira, o ensaio de flexão de três pontos é recomendado
através de determinadas normas para materiais com matriz polimérica e assim
amplamente utilizado para fins comparativos (JUNIOR et. al.,2007).

Outro indicador mecânico importante dado pelo ensaio de resistência à flexão é o módulo
de elasticidade, que retrata a rigidez do material. Na área da biomecânica para diferentes
situações clínicas é exigido um restaurador à base de materiais com matriz polimérica
com distintos módulos de elasticidade (JUNIOR et. al.,2007).

3.5 FADIGA TÉRMICA EM MATERIAIS COMPÓSITOS

Em muitas aplicações de engenharia, materiais compósitos na maioria das vezes


experimentam temperaturas flutuantes. Para uma melhor compreensão, não há um
procedimento padrão ou unificado de aquecimento-resfriamento a seguir. A maioria dos
estudos nessa área seguiram regimes de ciclo térmico que um determinado material
26

sofreria sob uma condição ambiental específica de interesse, em serviço


(TABATABAEIAN & GHASEMI, 2019).

De acordo com Silva (2003), as tensões térmicas são abordadas pela literatura partindo
da deformação de um componente gerada pelo seu resfriamento ou aquecimento
(contração ou dilatação do componente) para a partir daí apresentar as equações que
regem as tensões desenvolvidas sob solicitações uniaxial e biaxial.

Em muitas situações, as condições que levam à falha são devidas ao ciclo térmico
aplicado ao componente. Para entender como um material se comporta quando submetido
à fadiga térmica é importante simular o ciclo térmico do processo no qual ele será usado.
Isto é conseguido ao se avaliar o processo e desenvolver um teste que o simule: taxa de
aquecimento, taxa de resfriamento, diferença de temperatura, temperatura máxima,
duração do ciclo, etc (BAPTISTA, 2000).

Para um caso mais específico, como um material compósito, as tensões variam


diretamente com as diferenças entre os coeficientes de expansão térmica das suas fases
ou constituintes (SILVA, 2003).

Para outras estruturas de compósitos, as tensões geradas pela diferença de expansão


térmica são mais complexas e envolvem as propriedades elásticas de cada fase presente.
A influência dessa diferença de coeficientes de expansão se torna ainda mais significativa
(SILVA, 2003).

A maioria dos compósitos estruturais utilizados atualmente são constituídos de matrizes


termorrígidas que apresentam problemas de tensões em virtude do processamento e da
natureza frágil da resina. Estes compósitos apresentam ainda baixa resistência à erosão e,
quando aquecidos, podem apresentar mudanças químicas e estruturais limitando a sua
aplicação em algumas regiões de maior temperatura de serviço, não podendo ser
reciclados devido à presença de ligações cruzadas (OLIVEIRA et al., 2009).

O choque térmico é um processo de envelhecimento acelerado controlado que influencia


formas específicas de degradação nas rochas. Ao contrário de outros agentes domésticos
de intemperismo (ataque de ácido, cristalização de sal), implicam substâncias que possam
contaminar a amostra (MURRU et al., 2018).

Para Murru et al (2018) a reação da rocha ao choque térmico depende de vários aspectos.
Um grupo de fatores consiste em suas características intrínsecas como por exemplo:
composição mineralógica, propriedades petrográfica em função da geometria, tamanho
27

do mineral e arranjo espacial e textura. Suas características microestruturais como limites


de grão e porosidade também têm um impacto, assim como suas características
petrofísicas que subjugam a condutividade, difusão e calor específico.

As resistências ao choque térmico de materias cerâmicos compósitos são totalmente


relacionados com as propriedades mecânicas e termofísicas incluindo resistência à flexão,
módulo de Young, coeficiente de Poisson, termocondutividade e etc (QIU et.al., 2021).

Essencialmente, a resistência ao choque térmico e resistência à fadiga são problemas


vitais, uma vez que podem causar falhar em condições térmicas transitórias devido a
compósitos de baixa condutividade térmica e baixa resistência à fratura. Portanto, existe
um considerável interesse na investigação dos acoplamentos térmicos a fim de
compreender seu comportamento à fadiga mecânica nos ambientes térmicos transitórios
(YANG & LIU, 2020).

Quase todos os componentes de infraestrutura de concreto estão expostos às condições


ambientais externas e assim experimentar vários ambientes com efeitos naturais distintos,
como ciclos sazonais de congelamento e descongelamento. Mesmo compósitos a base de
cimento submetidos a ciclos repetidos de congelamento e descongelamento podem
experimentar deterioração. Portanto, para aplicações práticas de compósitos a base de
cimento em infraestruturas sociais de climas frios, a resistência ao congelamento e o
descongelamento deve ser considerada como um importante parâmetro (YUN et al.,
2011).
28

4 METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentadas as rochas artificiais utilizadas e todos os procedimentos


necessários para a realização dos ensaios conforme o pacote de normas europeia EN
14617.

4.1 MATERIAIS ESTUDADOS

Para todos os ensaios previstos na análise, foram efetuados utilizando duas amostras de
rochas artificias como mostrado na Figura 2 de nome comercial Branco Aldan (Figura
2A) e Branco Galaxy (Figura 2B), produzidos pela empresa Guidoni Quartz.

Figura 2 - Rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy

5 cm 5 cm

A B

Fonte: Pazeto (2019)

Esses dois materias compósitos foram fabricados a partir de uma matriz polimérica base
de resina poliéster e carga mineral de quartzo, sendo o material Branco Aldan utilizado
uma granulometria mais fina de quartzo e o Branco Galaxy uma granulometria mais
grossa.

4.2 ENSAIOS REALIZADOS


Os ensaios foram executados utilizando 15 corpos de prova de ambas as rochas artificiais
Branco Aldan e Branco Galaxy.

4.2.1 Amostragem

As amostras dos ensaios foram selecionadas aleatoriamente de um lote homogêneo, com


acabamento superficial, dimensões e tolerâncias de acordo com a norma EN 14617-2:
29

2008. Um conjunto de amostras é utilizada como controle para a resistência à flexão e a


massa de acordo com a norma EN 14617-2, sendo determinada antes do teste de choque
térmico e congelamento e degelo. Para o outro conjunto de amostras, a resistência à flexão
segue de acordo com a norma EN 14617-2 deve ser determinada após os ciclos dos
ensaios.
Para execução foi usado corpos de prova com as dimensões de 200x50x30 mm conforme
a Figura 3.

Figura 3 – Corpos de prova do material Branco Aldan e Branco Galaxy

Fonte: Autor (2021)

4.2.2 Medição dos corpos de prova

Com auxílio de um lápis foi efetuado marcações a 5mm dos vértices, na frente e no verso
de cada corpo de prova, de acordo com a Figura 4. Para a largura foram efetuadas duas
medidas na frente e duas no verso de cada corpo de prova, conforme a Figura 4B. Para a
espessura, foi feito uma medida no centro de cada segmento de reta (Figura 4C).
30

Figura 4 - Esquema de marcações e medidas das dimensões do corpo de prova

Fonte: Pazeto (2019)

Seguindo o esquema proposto, as marcações nas rochas artificias ficaram consoantes ao


exemplo, como visto na Figura 5.

Figura 5 - Marcações de medição nos corpos de prova

Fonte: Autor (2021)

Com isso, as dimensões finais de cada corpo de prova foram calculadas como a média
das quatro medidas de cada dimensão.

4.2.3 Secagem das amostras


Todas as amostras de ambos ensaios foram condicionadas a temperatura ambiente (20 ±
5) °C durante um período de (24 ± 2) horas. A massa constante é considerada atingida
quando a diferença entre duas pesagens realizadas no período de (24 ± 2) horas não é
31

superior que 0,1% da primeira das duas massas.

Após a secagem realizada e antes do ensaio, as amostras foram armazenadas em um


dessecador como mostrado na Figura 6 a uma temperatura (20 ± 5) °C constantes e
posicionados separadamente (Figura 6A) livre de qualquer contato com a umidade
(Figura 6B).

Figura 6 - Armazenamento dos corpos de prova no dessecador

A B

Fonte: Autor (2021)

4.2.4 Ensaio de resistência ao choque térmico

O ensaio de resistência ao choque térmico seguiu as diretrizes da EN 14617-6 (AENOR,


2002). O ensaio consiste na execução de 20 ciclos sucessivos onde os corpos de provas
são submetidos ao aquecimento em estufa e assim resfriados imersos em água. No final
dos ciclos, serão rompidos no ensaio de resistência à flexão com finalidade de avaliar
como os ciclos de fadiga térmica, ou seja, aquecimento e resfriamento influencia seu
comportamento mecânico.

4.2.4.1 Especificação dos ciclos

Depois da fase de secagem das amostras, elas foram submetidas a alterações de


temperatura de acordo com o seguinte procedimento: (18 ± 1) horas em estufa ventilada
a uma temperatura de (70 ± 5) ºC como mostrado na Figura 7.
Em seguida, imediatamente por (6 ± 0,5) h completamente submersa em água destilada
ou desmineralizada com uma temperatura de (15 ± 5) ºC como demonstrado na Figura 8.
32

Figura 7 - Corpos de prova armazenados na estufa na etapa do ciclo de aquecimento

Fonte: Autor (2021)

Figura 8 - Corpos de prova submersos em água na etapa do ciclo de resfriamento

Fonte: Autor (2021)


No recipiente de água da Figura 8, as amostras foram apoiadas em suportes localizados
no fundo do recipiente que tenha sido enchido com água destilada ou desmineralizada a
uma altura tal que o nível de água acima das amostras seja (60 ± 10) mm. Todo o
procedimento na realização do ensaio seguiu um ciclo de repetição de 20 ciclos.
Após os 20 ciclos, os corpos de prova foram secos até uma massa constante a (40 ± 5) °C
e pesados em uma balança Marte Científica, modelo AD 2000, de acordo com a Figura
9.
33

Figura 9 - Pesagem da massa seca dos corpos de prova após a finalização dos ciclos

Fonte: Autor (2021)

A partir do término da secagem, todos corpos de prova foram inspecionados visualmente


e comparados a amostra de referência. As alterações ocorridas durante os ciclos foram
registradas.

Com isso, a resistência à flexão (Rsf) foi determinada de acordo com a norma EN 14617-
2 e foi executado numa prensa hidráulica Forney, modelo F-502F-CPILOT, com
capacidade de 50 kN e taxa de carregamento de 0,25 MPa/s.

Os corpos de prova foram centralizados sobre os roletes de apoio da máquina como na


Figura 10. O rolete superior que irá aplicar a carga (Figura 10A) deve ser posicionado na
metade do corpo de prova. A prensa (Figura 10B) deve aplicar sua força de carregamento
a uma taxa constante de 0,25 (± 0,05) MPa/s ou 0,0185kN/s até ocorrer a ruptura do corpo
de prova.
34

Figura 10 - Posicionamento do corpo de prova na prensa hidráulica

A B

Fonte: Autor (2021)

4.2.4.2 Cálculo para resistência ao choque térmico

Com a finalização do ensaio de resistência à flexão, os dados de força de ruptura dos


corpos de prova são recolhidos da máquina. A resistência à flexão 𝜎𝑅𝑓 (Equação 1) é
dada em MPa.
3𝐹𝑙
𝜎𝑅𝑓 = (1)
2 𝑏 ℎ²
Onde:

F: Força de ruptura, expressa em newtons (N);

l: Espaçamento entre os roletes inferiores, expresso em milímetros (mm);

b: Largura do corpo de prova, expresso em milímetros (mm);

h: É o valor numérico da espessura do corpo de prova, expresso em milímetros (mm).

Para o cálculo de resistência ao choque térmico é baseado na alteração ou variação


∆𝜎𝑅𝑓 (Equação 2) a resistência à flexão dos corpos de prova antes e após os ciclos.

𝜎𝑅𝑓 − 𝜎𝑅𝑠𝑓
∆𝜎𝑅𝑓 = ( ) 100 (2)
𝜎𝑅𝑓
35

Onde:

𝜎𝑅𝑓: Valor médio de resistência à flexão de amostras de referência secas, em MPa;

𝜎𝑅𝑠𝑓: Valor médio da resistência à flexão das amostras após 20 ciclos, em MPa;

∆𝜎𝑅𝑓: Coeficiente da variação de resistência ao choque térmico como alteração na


resistência à flexão (como porcentagem após 20 ciclos);

4.2.5 Ensaio de resistência ao congelamento e desgelo

O ensaio de resistência ao congelamento e degelo teve sua execução com base na EN


14617-5 (AENOR, 2002). O ensaio tem como finalidade a execução de 25 ciclos
sucessivos onde os corpos de provas são submetidos a uma saturação em água na
temperatura ambiente e logo após ao congelamento em um freezer e assim imersos em
água para seu descongelamento e equilíbrio térmico com o ambiente.
Ao final dos ciclos os corpos de prova serão rompidos através do ensaio de resistência à
flexão com o intuito de avaliar como os ciclos de fadiga térmica de congelamento e
descongelamento pode influenciar seu comportamento mecânico.

4.2.5.1 Saturação em água

Inicialmente os corpos de prova para o ciclo de congelamento/descongelamento foram


completamente imersos em água corrente como mostrado na Figura 11 a uma temperatura
(20 ± 5) ° C para obter massa constante, ou seja, diferença <0,1% em massa por pesagem
consecutiva / 24 h.

Figura 11 - Saturação inicial antes das etapas de congelamento

Fonte: Autor (2021)


36

4.2.5.2 Ciclos de congelamento e descongelamento

Os corpos de prova saturados de água foram colocados em um freezer Consul. As


amostras tiveram sua posição organizada no freezer, tendo como base uma grade de
arame, para não tocarem uns nos outros ou nas paredes do freezer como demonstrado na
Figura 12.

Figura 12 - Posicionamento dos corpos de prova no freezer

Fonte: Autor (2021)

Com a aproximação de forma constante da temperatura do freezer de (-20 ± 5) °C, os


corpos de prova foram colocados nas grandes de forma organizada e permanecidos lá por
pelo menos 4 h.

Em seguida, os corpos de prova foscos foram colocados imersos em água da torneira a


(20 ± 5) ° C por um período de pelo menos 2 horas para seu descongelamento e equilíbrio
térmico com o ambiente. Todos esses 25 ciclos de fadiga térmica com congelamento e
descongelamentos mantém esse padrão de repetição para que após o último ciclo, os
corpos de prova sejam removidos da água. Após 25 ciclos de congelamento e
descongelamento, o ensaio de resistência à flexão foi realizado nos corpos de prova de
acordo com a norma EN 14617-2 também executados numa prensa hidráulica Forney,
modelo F-502F-CPILOT, com capacidade de 50 kN e taxa de carregamento de 0,25
MPa/s como visto na Figura 11.

Para este ensaio e conforme a norma EM 14617-2, a prensa aplicou sua força de
carregamento a uma taxa constante de 0,25 (± 0,05) MPa/s ou 0,0185kN/s até ocorrer a
37

ruptura do corpo de prova.

4.2.5.3 Cálculo para resistência ao congelamento e desgelo

Com o término do ensaio de resistência à flexão, os dados de força de ruptura dos corpos
de prova são recolhidos da máquina. Do mesmo modo que nos cálculos do ensaio de
resistência ao choque térmico a resistência à flexão 𝜎𝑅𝑓 (Equação 1) é dada em MPa.

A mudança no desempenho mecânico 𝐾𝑀𝑓 proveniente pelos ciclos de fadiga térmica


em variações bruscas de baixas temperaturas é determinada a partir dos resultados
individuas de cada amostra (Equação 3).

𝜎𝑀𝑓
𝐾𝑀𝑓 = ( ) 100 (3)
𝜎𝑓

Onde:

𝐾𝑀𝑓: Coeficiente de resistência ao congelamento e descongelamento na resistência à


flexão (após 25 ciclos de congelamento e descongelamento);

𝜎𝑓: Valor médio da resistência à flexão (MPa) de amostras secas, não congeladas;

𝜎𝑀𝑓 : Valor médio de resistência à flexão (MPa) das amostras após 25 ciclos de
congelamento/ descongelamento
38

5 RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados todos os resultados encontrados a partir dos ensaios
executados para a análise da fadiga térmica de rochas artificiais através de ensaios de
caracterização tecnológica abordadas neste estudo.

5.1 RESISTÊNCIA AO CHOQUE TÉRMICO

Os resultados das tensões antes do choque térmico e após junto ao resultado final de
resistência ao choque térmico estão apresentados na Tabela 2, a seguir:

Tabela 2 - Média dos valores obtidos no ensaio de resistência ao choque térmico com os
materiais estudados
Branco Aldan Branco Galaxy
Tensão antes do Choque
55,23 ± 3,70 39,56 ± 3,82
Térmico (MPa)
Tensão após o Choque
56,71 ± 2,69 40,93 ± 3,10
Térmico (MPa)
Resistência ao Choque
0,83 ± 8,01 1,54 ± 10,68
Térmico (%)
Fonte: Autor (2021)

A norma europeia EN 14617-6 não propõe limites para os valores obtidos no ensaio de
resistência ao choque térmico com rochas artificiais. No entanto, os valores obtidos estão
consoantes com os encontrados nos dados das fichas técnicas da empresa Cosentino
(2010, 2016) dos materiais artificiais da marca Silestone.

De acordo com Cosentino (2010,2016) os valores de resistência ao choque térmico das


rochas Branco Aldan e Galaxy estão satisfatórios em comparação com das rochas
Silestone, com sua variação na resistência à flexão de ∆𝑅𝑓 = 1,4% dos materiais da família
IV e ∆𝑅𝑓 = 4,8% do material Branco Zeus.

De modo geral, é visto que houve um aumento na resistência dos materias artificiais
estudados após os ciclos de choque térmico. Porcentagens negativas na resistência
também foram obtidas demonstrando também o aumento na resistência desses materiais
após os ciclos. Com base nos Gráficos 1 e 2 (Branco Aldan) e Gráficos 3 e 4 (Branco
Galaxy):
39

Gráfico 1 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Aldan

64,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO (MPa)

63,0
62,0
61,0
60,0
59,0
58,0
57,0
56,0
55,0
54,0
53,0
52,0
51,0
50,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CORPOS DE PROVA - ALDAN
Tensão após C.T Tensão antes C.T Média após C.T Média antes C.T

Fonte: Autor (2021)

Gráfico 2 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao choque térmico com o


material Branco Aldan

14,0 Diminuição de
Resistência
RESISTÊNCIA AO CHOQUE

12,0
10,0
8,0
6,0
TÉRMICO (%)

4,0
2,0
0,0
-2,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-4,0
-6,0
-8,0
-10,0
-12,0
-14,0
-16,0 Aumento de
-18,0 Resistência
-20,0
CORPOS DE PROVA - ALDAN
Resistência ao Choque Térmico

Fonte: Autor (2021)


40

Gráfico 3 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Galaxy

50,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO (MPa)

49,0
48,0
47,0
46,0
45,0
44,0
43,0
42,0
41,0
40,0
39,0
38,0
37,0
36,0
35,0
34,0
33,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CORPOS DE PROVA - GALAXY
Tensão após C.T Tensão antes C.T Média após C.T Média antes C.T
Fonte: Autor (2021)

Gráfico 4 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao choque térmico com o


material Branco Galaxy

Diminuição de
20,0
18,0 Resistência
16,0
RESISTÊNCIA AO CHOQUE

14,0
12,0
10,0
8,0
TÉRMICO (%)

6,0
4,0
2,0
0,0
-2,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-4,0
-6,0
-8,0
-10,0
-12,0
-14,0
-16,0 Aumento de
Resistência
CORPOS DE PROVA - GALAXY
Resistência ao Choque Térmico

Fonte: Autor (2021)


41

Observa-se uma grande dispersão de valores tanto de tensão como de resistência em todos
os gráficos dos materiais estudados. Pelo fato das tensões médias na Tabela 1 serem
maiores após os ciclos de choque térmico, denota-se que não houve nenhuma influência
da fadiga térmica dos 20 ciclos de choque térmico na resistência mecânica das rochas
artificiais à flexão.

Nos gráficos, essa grande dispersão de valores principalmente no aumento de resistência


é devido a grande variabilidade dos corpos de prova. Mesmo que cada corpo de prova
seja idêntico em produção e composição, suas propriedades térmicas e mecânicas serão
variáveis principalmente pela distribuição e quantidade de minerais de quartzo na matriz
compósita de resina.

Na tese de Lima (2002) ele defende que rochas naturais consolidadas por diversos
minerais como os granitos, gnaisses e sienitos e etc tendem a sofrer mais termicamente
do que rochas formadas por apenas um único mineral. A dilatação térmica é uma
propriedade que no mineral, depende essencialmente do sistema cristalino e das ligações
interatômicas. Com isso, nas rochas naturais essa propriedade depende da composição
mineral, principalmente de minerais como quartzo e calcita, e da distribuição espacial
deste na matriz rochosa. Entretanto, a porosidade, tamanho dos grãos e temperatura
podem gerar uma grande influência.

As rochas artificiais Branco Aldan e Branco Galaxy advém de uma matriz polimérica de
resina poliéster e uma carga mineral de quartzo. Segundo as informações dos ensaios
realizados por Pedruzzi & Pazeto (2019), esses dois materiais apresentam uma baixa
porcentagem de absorção d’água, com valor médio de 0,05% para a rocha Aldan e 0,06
% para rocha Galaxy. Sendo a absorção d´água uma função da porosidade, é demonstrado
que esses materiais evidenciam também uma baixa porcentagem de porosidade, sendo
também materiais monominerálicos, ou seja, formado por apenas um único tipo de
mineral que no caso é o quartzo.

Desse modo, visualmente suas distribuições espaciais e granulométricas são totalmente


homogêneas englobando toda a matriz, sendo dessa forma em concordância com os
parâmetros de Lima (2002) materiais com maior resistência térmica de modo que haja
nenhuma influência dos 20 ciclos de choque térmico em seu comportamento mecânico.
42

5.2 RESISTÊNCIA AO CONGELAMENTO E DESGELO

Os resultados das tensões antes dos ciclos de congelamento e após junto ao resultado final
de resistência ao congelamento e desgelo estão apresentados na Tabela 3, a seguir:

Tabela 3 - Média dos valores obtidos no ensaio de resistência ao congelamento e


desgelo com os materiais estudados
Branco Aldan Branco Galaxy
Tensão antes do
Congelamento e Desgelo 55,23 ± 3,70 39,56 ± 3,82
(MPa)
Tensão após o
Congelamento e Desgelo 59,28 ± 3,44 42,23 ± 3,23
(MPa)
Resistência ao
Congelamento 102,91 ± 9,07 99,88 ± 11,28
e Desgelo (%)
Fonte: Autor (2021)

Para este ensaio a EN 14617-5 também não propõe limites para os valores obtidos no
ensaio de resistência ao congelamento e desgelo com rochas artificiais. Entretanto, os
valores obtidos no ensaio estão congruentes com os dados encontrado na ficha técnica da
empresa Cosentino (2009) dos materiais artificiais da marca Silestone.

Conforme a ficha técnica da Cosentino (2009) os valores encontrados de resistência ao


congelamento e desgelo dos materiais Branco Aldan e Galaxy estão convenientes em
comparação com das rochas da marca Silestone, com sua variação na resistência à flexão
após os ciclos de 𝐾𝑀𝑓25 = 1,08 ou 108%.

Do mesmo modo que no ensaio anterior, é notado que houve um aumento nas tensões das
rochas artificiais estudadas após os ciclos de congelamento e desgelo. Os valores de
resistência foram acima de 100% indicando o aumento da resistência após os ciclos.
Dessa forma, com base nos Gráficos 5 e 6 (Branco Aldan) e Gráficos 7 e 8 (Branco
Galaxy):
43

Gráfico 5 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de congelamento e


desgelo com o material Branco Aldan

64,0
63,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO

62,0
61,0
60,0
59,0
58,0
57,0
56,0
55,0
54,0
53,0
52,0
51,0
50,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

CORPOS DE PROVA - ALDAN

Tensão após C.D Tensão antes C.D Média após C.D Média antes C.D

Fonte: Autor (2021)

Gráfico 6 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao congelamento e desgelo


com o material Branco Aldan

120,0 Aumento de Resistência


RESISTÊNCIA AO CONGELAMENTO

118,0
116,0
114,0
112,0
110,0
E DESGELO (%)

108,0
106,0
104,0
102,0
100,0
98,0
96,0
94,0 Diminuição de Resistência
92,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

CORPOS DE PROVA - ALDAN

Resistência ao Congelamento e Desgelo Linha de Transição

Fonte: Autor (2021)


44

Gráfico 7 - Distribuição dos valores de tensão antese após os ciclos de congelamento e


desgelo com o material Branco Galaxy

50,0
49,0
48,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO

47,0
46,0
45,0
44,0
43,0
42,0
41,0
40,0
39,0
38,0
37,0
36,0
35,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

CORPOS DE PROVA - GALAXY


Tensão após C.D Tensão antes C.D Média após C.D Média antes C.D
Fonte: Autor (2021)

Gráfico 8 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao congelamento e desgelo


com o material Branco Galaxy

Aumento de Resistência
RESISTÊNCIA AO CONGELAMENTO

126,0
124,0
122,0
120,0
118,0
116,0
114,0
E DESGELO (%)

112,0
110,0
108,0
106,0
104,0
102,0
100,0
98,0
96,0
94,0
92,0
90,0
88,0 Diminuição de Resistência
86,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CORPOS DE PROVA - GALAXY
Resistência ao Congelamento e Desgelo Linha de Transição
Fonte: Autor (2021)
45

Uma grande dispersão de valores tanto de tensão como de resistência nos Gráficos 5, 6,
7 e 8 é visível nos materiais artificiais estudados. Na Tabela 3 os valores das tensões após
os ciclos de congelamento e desgelo foram maiores, sendo um indicativo de que não
houve nenhuma influência da fadiga térmica dos 25 ciclos de congelamento e desgelo na
resistência mecânica das rochas artificiais à flexão.

Da mesma forma que nos gráficos do ensaio de resistência ao choque térmico, essa grande
dispersão de valores principalmente no aumento de resistência após os ciclos é devido a
grande variabilidade dos corpos de prova. Mesmo que cada corpo de prova venha de uma
mesma chapa de fabricação, suas propriedades térmicas e mecânicas serão variáveis
devido a distribuição e quantidade de minerais na matriz.

Conforme a pesquisa de Hall & Yau (1987) em materias compósitos como o concreto,
existem pelo menos três componentes razoavelmente distintos na porosidade do material,
como por exemplo: a porosidade interna do agregado; a porosidade da matriz e os vazios
produzidos pela geometria de empacotamento das partículas. A absorção de água em
materiais como o concreto se deriva pelo escoamento subsequente de água pela ação de
forças de capilaridade, essencialmente dependente da geometria da porosidade no
material.

Para Deprez et al. (2020), o desgaste por congelamento e descongelamento é umas das
causas mais importantes na deterioração de rochas e outros materiais porosos em áreas
onde a temperatura varia periodicamente em torno do ponto de congelamento. Quando a
temperatura atinge um ponto de congelamento, materiais contendo umidade serão sujeitos
a tensões causadas pela transição de fase da água para o gelo. Como sequela, essas
tensões são liberadas após a fase de descongelamento. Em circunstâncias naturais, a
maioria dos materiais não se desintegra devido a um ciclo de congelamento e desgelo,
mas o carregamento sequencial de congelar e descongelar causará a deterioração dos
poros. Normalmente, por congelamentos e descongelamentos subsequentes, os materiais
recebem uma fadiga termomecânica a ponto de gerar microfissuras. A transição de fase
da água para o congelamento, gera um estresse com tensões hidráulicas nos espaços dos
poros, sendo o aumento de volume da água em 9% durante o processo de solidificação o
principal causador de danos na natureza em rochas de construção.

Consequentemente, com base nas informações dos ensaios realizados por Pedruzzi &
Pazeto (2019) nas rochas artificiais Branco Aldan e Branco Galaxy, essas duas rochas
apresentam uma baixa porcentagem de absorção d’água, com valor médio de 0,05% para
46

a rocha Aldan e 0,06 % para rocha Galaxy, sendo absorção d´água uma função da
porosidade, é constatado que esses materiais demonstram também uma baixa
porcentagem de porosidade. Portanto, durante a fase de saturação antes do congelamento,
esses materiais tiveram uma baixa absorção d´água de modo que na fase de congelamento
eles não sofreram com tensões hidráulicas em seus poros, preservando sua estrutura de
possíveis microfissuras da fadiga termomecânica durante os 25 ciclos sem nenhuma
alteração em sua resistência à flexão.
47

6 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos nos ensaios, observa-se que os ciclos de fadiga térmica
de choque térmico e congelamento e desgelo manifestaram influência praticamente
desprezível no comportamento mecânico das duas rochas utilizadas.

Tanto as rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy demonstraram uma


tendência de aumento em suas resistências após os ensaios e esse comportamento é
principalmente devido a variabilidade natural encontrado nos materiais. Antes dos
devidos ensaios executados, corpos de prova foram ensaiados na prensa hidráulica para
se ter um parâmetro de comparação na resistência à flexão antes das etapas de fadiga
térmica. Como esse ensaio é totalmente destrutivo, os dados de comparação são dos
mesmos tipos de materias, porém, não dos mesmos corpos de prova usados nos ciclos de
fadiga, gerando assim uma divergência nos resultados finais com diferenças em suas
resistências.

Pelos dados de Pedruzzi e Pazeto (2019) esses materiais demonstraram uma baixíssima
porcentagem de absorção d’água e em função disso é esperado uma baixa porosidade
também, pois com base nos estudos de Lima (2002) e Deprez et al (2020) a porosidade
pode gerar grande influência em sua dilatação térmica e a criação de tensões internas nos
poros após ciclos de variações bruscas de temperaturas baixas ou altas. Esse fator é um
importante parâmetro para a resistência dessas rochas a fadiga térmica tanto em ciclos de
choque térmico como em congelamento e desgelo.

Desse modo, pode-se concluir que as rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy
demonstram serem estáveis e inertes a variações bruscas de temperatura e seu emprego
em regiões do planeta onde baixas ou elevadas temperaturas durante o ano são
predominantes não induzirá a mudanças em sua resistência mecânica.
48

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