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CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES
2021
ALAN DUTRA PEDRUZZI
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES
2021
Ficha Catalográfica
CDD: 624.15132
ALAN DUTRA PEDRUZZI
COMISSÃO EXAMINADORA
Emitido em 20/09/2021
Agradeço primeiramente a Deus, e a minha família por todo apoio que me deram durante
esta jornada.
Agradeço aos meus orientadores Erick Bernabé Zanelato e Monica Castoldi Borlini
Gadioli por todo apoio na produção do TCC.
Agradeço a toda equipe técnica do CETEM e principalmente aos meus amigos Luan
Bomfim Antunes e Eduardo Vargas Campos por toda ajuda nessa fase de bolsista e
auxilio na execução de ensaios.
Agradeço ao IFES por esses 5 anos de faculdade e a todos seus professores pelos seus
ensinamentos.
E por fim, agradeço aos meus queridos amigos Luan Bonfim, Eduardo Campos, Lealdo
Silva, Felipe Oliveira e Paulo Silas nesses 5 anos de graduação pelos momentos incríveis
de estudo, diversão, companherismo, apoio e aventura.
RESUMO
The extraction of ornamental stones is an activity that has been with humanity since its
inception as it is material stones of great beauty and durability. However, throughout its
extraction and processing process, its utilization rate is very low, contributing to the
generation of waste. Therefore, many studies have been carried out with the purpose of
using these residues in the development of new composite materials such as agglomerated
stones, which are materials that have excellent physical-mechanical properties and
exuberant beauty. Due to the growing application of agglomerated stones in the civil
construction industry, it has become necessary to carry out technological characterization
tests in order to know their properties and behavior in service. As there is a demand for
these materials in regions with extreme climates during much of the year, they can be
subject to large temperature variations, causing structural problems and making them
fragile. Thermal fatigue is the process in which the material repeatedly undergoes thermal
cycles causing the formation of stresses and deformations along temperature cycles and
having knowledge of how agglomerated stones suffer from these stresses is of paramount
importance. For knowledge of these characteristics, tests are necessary. This study aimed
to carry out the thermal shock resistance and freeze-thaw resistance tests with the Branco
Aldan and Branco Galaxy agglomerated stones and thus observe how the thermal cycles
will influence the mechanical behavior of these materials through the flexural strength
test. The results indicated that the thermal fatigue cycles did not show any negative
influence on the mechanical behavior of these materials and after the cycles their
resistance tends to be higher compared to the stones used as a parameter, mainly due to
the natural variability of these materials.
Gráfico 1 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Aldan ......................................................................................... 39
Gráfico 2 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao choque térmico com o
material Branco Aldan .................................................................................................... 39
Gráfico 3 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Galaxy ....................................................................................... 40
Gráfico 4 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao choque térmico com o
material Branco Galaxy .................................................................................................. 40
Gráfico 5 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de congelamento e
desgelo com o material Branco Aldan ............................................................................ 43
Gráfico 6 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao congelamento e desgelo
com o material Branco Aldan ......................................................................................... 43
Gráfico 7 - Distribuição dos valores de tensão antese após os ciclos de congelamento e
desgelo com o material Branco Galaxy .......................................................................... 44
Gráfico 8 - Distribuição dos valores de variação a resistência ao congelamento e desgelo
com o material Branco Galaxy ....................................................................................... 44
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 16
4 METODOLOGIA ................................................................................................ 28
5 RESULTADOS .................................................................................................... 38
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 47
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 48
14
1 INTRODUÇÃO
Ao final dos ensaios tecnológicos, a avaliação dos efeitos é geralmente feita por análise
visual, por comparação com corpos de prova padrão que não foram ensaiados; mas
também pode ser realizada pela verificação das modificações no comportamento
mecânica da rocha (VIDAL, et.al., 2014).
De acordo com Jie et al (2020) os avanços na tecnologia aeroespacial dentre outros setores
aumentaram a demanda por materiais estruturais que mostram propriedades mecânicas
superiores sob alta pressão e alta temperatura ou mesmo baixas temperaturas. Até agora,
no entanto, as estabilidades térmicas de determinados compósitos após ciclos de choque
e fadiga ainda são desconhecidas.
16
2 OBJETIVOS
Produzir corpos de prova das rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy para
a realização dos ensaios.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Ter o conhecimento dos mais variados tipos de compósitos, assim como a concepção de
vínculo de seu comportamento devido às características, às quantidades relativas, à
geometria ou distribuição e às propriedades das fases constituintes, é viável desenvolver
materiais com combinações de características melhores que as encontradas em qualquer
cerâmica, liga metálica ou material polimérico monolítico (CALLISTER apud VILELA,
2016).
irregular ou regular, fibrosos ou não, com partículas fragmentadas ou como fibras curtas.
Seus parâmetros estruturais podem afetar o comportamento dos compósitos, por exemplo
a concentração da fibra, adesão da fibra à matriz e os espaços vazios entre as fibras
(AQUINO, 2003).
Muitos materiais compósitos são produzidos apenas por duas fases, a matriz e a fase
dispersa, sendo que as principais propriedades dos compósitos se alteram conforme sua
fase dispersa. De acordo com Callister (2013), esses materiais se classificam em três
divisões principais: os compósitos reforçados por fibras; os compósitos reforçados por
partículas e os compósitos estruturais, conforme pode ser observado na Figura 1:
A matriz pode ser um material metálico, cerâmico ou polimérico. Assim, esses materiais
recebem a classificação como compósitos de matriz metálica (CMM); compósitos de
matriz cerâmica (CMC); e compósitos de matriz polimérica (CMP); respectivamente.
Normalmente, em razão de sua ductilidade e fácil moldagem, os metais e os polímeros
são mais utilizados que os materiais cerâmicos como matriz para compósitos. Segundo
esse critério, compósitos poliméricos são, também, mais usuais que os metálicos
(PANZERA, 2003).
Os polímeros, podem ser classificados tendo como base seu comportamento mecânico,
da seguinte forma, sendo os mais comuns utilizados (CANEVARO apud AGRIZZI,
2020).
Muitos estudos foram feitos sobre materiais compósitos, no que diz respeito a introdução
de cargas, proporcionando a ampliação de sua utilização em várias partes da medicina,
industrias e esportes (DOS SANTOS, 2007).
As rochas artificiais podem ser classificadas em quatro divisões (Martins e Pereira, 2010):
Materiais cerâmicos, cuja base de sua composição é a argila, tendo formato definido
por moldagem a frio e enrijecimento a temperaturas elevadas.
Materiais compactos, formados por fragmentos de rochas naturais e aglutinados por
resinas sintéticas, sofrendo ou não compactação;
Materiais hidráulicos, similares aos produtos compactos, mas o aglutinante utilizado
é hidráulico ao invés de resinoide;
De acordo com Vidal (2002), a caracterização tecnológica das rochas para fins
ornamentais pode ser realizada através da execução de ensaios, onde são conhecidas suas
propriedades. Para a classificação de um determinado tipo de rocha como ornamental,
deve-se levar em consideração os índices físicos, a resistência físico-mecânica e o grau
de polimento, além da geometria e dimensão dos blocos que podem ser extraídos, e,
principalmente, a viabilidade de aproveitamento na lavra. Portanto, todo material
utilizado no setor da construção e de revestimento como rocha ornamental necessita
possuir certas características técnicas que concedam sua aplicação. Essas características
são índices encontrados em laboratórios através de ensaios específicos que, quando
executados, que definem o uso principal da rocha.
É demonstrado por Pazeto & Vidal (2018) que conhecer as propriedades fisico-mecânicas
das rochas aglomeradas como materiais de construção é de suma relevância, com a
finalidade de averiguar se as mesmas atendem ao comportamento necessário em serviço.
Entretanto, ainda não há no corpo de normas brasileiro nenhuma metodologia de ensaio
22
específica para rochas aglomeradas, sequer uma norma que disponha quesitos mínimos
para a utilização desses materiais com aplicação em revestimento ou ornamental,
impedindo a correta utilização desse produto em edificações ou parâmetros de escolha
por seus consumidores.
prova são comparados visualmente. Assim as massas e resistência à flexão após 20 ciclos
serão determinadas em comparação com os valores das mesmas quantidades de amostras
de referência.
Segundo Vasconcellos e Melo (2018), quando ocorre uma mudança rápida de temperatura
em um material suas dimensões tendem a sofrer alterações o que pode ocasionar tensões
em sua estrutura e, consequentemente, levá-lo a fratura, sendo este fenômeno chamado
de choque térmco. A resistência ao choque térmico se apresenta como a característica do
24
Sabe-se que essa degradação física deve estar relacionada com o aumento do volume
experimentado pela água, eventualmente presente nos poros da rocha, quando da
passagem do estado líquido para o estado sólido. Como resultado desse processo, há o
surgimento e extensão de micro-fissuras que podem levar à degradação progressiva do
material e, como conseqüência, de sua performance na obra (BARROSO & ALVES,
2003).
Para Vidal e Pereira (1998) o ensaio de congelamento e degelo tem sua influência maior
nas regiões onde as varições das temperaturas diurnas são elevadas. No Brasil, como esse
fenômeno se restringe a algumas regiões, a simulação do mesmo é realizada com o intuito
25
O ensaio de resistência à flexão sob carga concentrada determina a tensão que causa a
ruptura da rocha quando sujeita à esforços flexores permitindo analisar a aptidão do
material para seu emprego como material de revestimento, ou elemento estrutural,
possibilitando o cálculo de parâmetros, como a espessura.
Outro indicador mecânico importante dado pelo ensaio de resistência à flexão é o módulo
de elasticidade, que retrata a rigidez do material. Na área da biomecânica para diferentes
situações clínicas é exigido um restaurador à base de materiais com matriz polimérica
com distintos módulos de elasticidade (JUNIOR et. al.,2007).
De acordo com Silva (2003), as tensões térmicas são abordadas pela literatura partindo
da deformação de um componente gerada pelo seu resfriamento ou aquecimento
(contração ou dilatação do componente) para a partir daí apresentar as equações que
regem as tensões desenvolvidas sob solicitações uniaxial e biaxial.
Em muitas situações, as condições que levam à falha são devidas ao ciclo térmico
aplicado ao componente. Para entender como um material se comporta quando submetido
à fadiga térmica é importante simular o ciclo térmico do processo no qual ele será usado.
Isto é conseguido ao se avaliar o processo e desenvolver um teste que o simule: taxa de
aquecimento, taxa de resfriamento, diferença de temperatura, temperatura máxima,
duração do ciclo, etc (BAPTISTA, 2000).
Para Murru et al (2018) a reação da rocha ao choque térmico depende de vários aspectos.
Um grupo de fatores consiste em suas características intrínsecas como por exemplo:
composição mineralógica, propriedades petrográfica em função da geometria, tamanho
27
4 METODOLOGIA
Para todos os ensaios previstos na análise, foram efetuados utilizando duas amostras de
rochas artificias como mostrado na Figura 2 de nome comercial Branco Aldan (Figura
2A) e Branco Galaxy (Figura 2B), produzidos pela empresa Guidoni Quartz.
5 cm 5 cm
A B
Esses dois materias compósitos foram fabricados a partir de uma matriz polimérica base
de resina poliéster e carga mineral de quartzo, sendo o material Branco Aldan utilizado
uma granulometria mais fina de quartzo e o Branco Galaxy uma granulometria mais
grossa.
4.2.1 Amostragem
Com auxílio de um lápis foi efetuado marcações a 5mm dos vértices, na frente e no verso
de cada corpo de prova, de acordo com a Figura 4. Para a largura foram efetuadas duas
medidas na frente e duas no verso de cada corpo de prova, conforme a Figura 4B. Para a
espessura, foi feito uma medida no centro de cada segmento de reta (Figura 4C).
30
Com isso, as dimensões finais de cada corpo de prova foram calculadas como a média
das quatro medidas de cada dimensão.
A B
Figura 9 - Pesagem da massa seca dos corpos de prova após a finalização dos ciclos
Com isso, a resistência à flexão (Rsf) foi determinada de acordo com a norma EN 14617-
2 e foi executado numa prensa hidráulica Forney, modelo F-502F-CPILOT, com
capacidade de 50 kN e taxa de carregamento de 0,25 MPa/s.
A B
𝜎𝑅𝑓 − 𝜎𝑅𝑠𝑓
∆𝜎𝑅𝑓 = ( ) 100 (2)
𝜎𝑅𝑓
35
Onde:
𝜎𝑅𝑠𝑓: Valor médio da resistência à flexão das amostras após 20 ciclos, em MPa;
Para este ensaio e conforme a norma EM 14617-2, a prensa aplicou sua força de
carregamento a uma taxa constante de 0,25 (± 0,05) MPa/s ou 0,0185kN/s até ocorrer a
37
Com o término do ensaio de resistência à flexão, os dados de força de ruptura dos corpos
de prova são recolhidos da máquina. Do mesmo modo que nos cálculos do ensaio de
resistência ao choque térmico a resistência à flexão 𝜎𝑅𝑓 (Equação 1) é dada em MPa.
𝜎𝑀𝑓
𝐾𝑀𝑓 = ( ) 100 (3)
𝜎𝑓
Onde:
𝜎𝑓: Valor médio da resistência à flexão (MPa) de amostras secas, não congeladas;
𝜎𝑀𝑓 : Valor médio de resistência à flexão (MPa) das amostras após 25 ciclos de
congelamento/ descongelamento
38
5 RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados todos os resultados encontrados a partir dos ensaios
executados para a análise da fadiga térmica de rochas artificiais através de ensaios de
caracterização tecnológica abordadas neste estudo.
Os resultados das tensões antes do choque térmico e após junto ao resultado final de
resistência ao choque térmico estão apresentados na Tabela 2, a seguir:
Tabela 2 - Média dos valores obtidos no ensaio de resistência ao choque térmico com os
materiais estudados
Branco Aldan Branco Galaxy
Tensão antes do Choque
55,23 ± 3,70 39,56 ± 3,82
Térmico (MPa)
Tensão após o Choque
56,71 ± 2,69 40,93 ± 3,10
Térmico (MPa)
Resistência ao Choque
0,83 ± 8,01 1,54 ± 10,68
Térmico (%)
Fonte: Autor (2021)
A norma europeia EN 14617-6 não propõe limites para os valores obtidos no ensaio de
resistência ao choque térmico com rochas artificiais. No entanto, os valores obtidos estão
consoantes com os encontrados nos dados das fichas técnicas da empresa Cosentino
(2010, 2016) dos materiais artificiais da marca Silestone.
De modo geral, é visto que houve um aumento na resistência dos materias artificiais
estudados após os ciclos de choque térmico. Porcentagens negativas na resistência
também foram obtidas demonstrando também o aumento na resistência desses materiais
após os ciclos. Com base nos Gráficos 1 e 2 (Branco Aldan) e Gráficos 3 e 4 (Branco
Galaxy):
39
Gráfico 1 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Aldan
64,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO (MPa)
63,0
62,0
61,0
60,0
59,0
58,0
57,0
56,0
55,0
54,0
53,0
52,0
51,0
50,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CORPOS DE PROVA - ALDAN
Tensão após C.T Tensão antes C.T Média após C.T Média antes C.T
14,0 Diminuição de
Resistência
RESISTÊNCIA AO CHOQUE
12,0
10,0
8,0
6,0
TÉRMICO (%)
4,0
2,0
0,0
-2,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-4,0
-6,0
-8,0
-10,0
-12,0
-14,0
-16,0 Aumento de
-18,0 Resistência
-20,0
CORPOS DE PROVA - ALDAN
Resistência ao Choque Térmico
Gráfico 3 - Distribuição dos valores de tensão antes e após os ciclos de choque térmico
com o material Branco Galaxy
50,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO (MPa)
49,0
48,0
47,0
46,0
45,0
44,0
43,0
42,0
41,0
40,0
39,0
38,0
37,0
36,0
35,0
34,0
33,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CORPOS DE PROVA - GALAXY
Tensão após C.T Tensão antes C.T Média após C.T Média antes C.T
Fonte: Autor (2021)
Diminuição de
20,0
18,0 Resistência
16,0
RESISTÊNCIA AO CHOQUE
14,0
12,0
10,0
8,0
TÉRMICO (%)
6,0
4,0
2,0
0,0
-2,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
-4,0
-6,0
-8,0
-10,0
-12,0
-14,0
-16,0 Aumento de
Resistência
CORPOS DE PROVA - GALAXY
Resistência ao Choque Térmico
Observa-se uma grande dispersão de valores tanto de tensão como de resistência em todos
os gráficos dos materiais estudados. Pelo fato das tensões médias na Tabela 1 serem
maiores após os ciclos de choque térmico, denota-se que não houve nenhuma influência
da fadiga térmica dos 20 ciclos de choque térmico na resistência mecânica das rochas
artificiais à flexão.
Na tese de Lima (2002) ele defende que rochas naturais consolidadas por diversos
minerais como os granitos, gnaisses e sienitos e etc tendem a sofrer mais termicamente
do que rochas formadas por apenas um único mineral. A dilatação térmica é uma
propriedade que no mineral, depende essencialmente do sistema cristalino e das ligações
interatômicas. Com isso, nas rochas naturais essa propriedade depende da composição
mineral, principalmente de minerais como quartzo e calcita, e da distribuição espacial
deste na matriz rochosa. Entretanto, a porosidade, tamanho dos grãos e temperatura
podem gerar uma grande influência.
As rochas artificiais Branco Aldan e Branco Galaxy advém de uma matriz polimérica de
resina poliéster e uma carga mineral de quartzo. Segundo as informações dos ensaios
realizados por Pedruzzi & Pazeto (2019), esses dois materiais apresentam uma baixa
porcentagem de absorção d’água, com valor médio de 0,05% para a rocha Aldan e 0,06
% para rocha Galaxy. Sendo a absorção d´água uma função da porosidade, é demonstrado
que esses materiais evidenciam também uma baixa porcentagem de porosidade, sendo
também materiais monominerálicos, ou seja, formado por apenas um único tipo de
mineral que no caso é o quartzo.
Os resultados das tensões antes dos ciclos de congelamento e após junto ao resultado final
de resistência ao congelamento e desgelo estão apresentados na Tabela 3, a seguir:
Para este ensaio a EN 14617-5 também não propõe limites para os valores obtidos no
ensaio de resistência ao congelamento e desgelo com rochas artificiais. Entretanto, os
valores obtidos no ensaio estão congruentes com os dados encontrado na ficha técnica da
empresa Cosentino (2009) dos materiais artificiais da marca Silestone.
Do mesmo modo que no ensaio anterior, é notado que houve um aumento nas tensões das
rochas artificiais estudadas após os ciclos de congelamento e desgelo. Os valores de
resistência foram acima de 100% indicando o aumento da resistência após os ciclos.
Dessa forma, com base nos Gráficos 5 e 6 (Branco Aldan) e Gráficos 7 e 8 (Branco
Galaxy):
43
64,0
63,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO
62,0
61,0
60,0
59,0
58,0
57,0
56,0
55,0
54,0
53,0
52,0
51,0
50,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tensão após C.D Tensão antes C.D Média após C.D Média antes C.D
118,0
116,0
114,0
112,0
110,0
E DESGELO (%)
108,0
106,0
104,0
102,0
100,0
98,0
96,0
94,0 Diminuição de Resistência
92,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
50,0
49,0
48,0
RESISTÊNCIA À FLEXÃO
47,0
46,0
45,0
44,0
43,0
42,0
41,0
40,0
39,0
38,0
37,0
36,0
35,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Aumento de Resistência
RESISTÊNCIA AO CONGELAMENTO
126,0
124,0
122,0
120,0
118,0
116,0
114,0
E DESGELO (%)
112,0
110,0
108,0
106,0
104,0
102,0
100,0
98,0
96,0
94,0
92,0
90,0
88,0 Diminuição de Resistência
86,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CORPOS DE PROVA - GALAXY
Resistência ao Congelamento e Desgelo Linha de Transição
Fonte: Autor (2021)
45
Uma grande dispersão de valores tanto de tensão como de resistência nos Gráficos 5, 6,
7 e 8 é visível nos materiais artificiais estudados. Na Tabela 3 os valores das tensões após
os ciclos de congelamento e desgelo foram maiores, sendo um indicativo de que não
houve nenhuma influência da fadiga térmica dos 25 ciclos de congelamento e desgelo na
resistência mecânica das rochas artificiais à flexão.
Da mesma forma que nos gráficos do ensaio de resistência ao choque térmico, essa grande
dispersão de valores principalmente no aumento de resistência após os ciclos é devido a
grande variabilidade dos corpos de prova. Mesmo que cada corpo de prova venha de uma
mesma chapa de fabricação, suas propriedades térmicas e mecânicas serão variáveis
devido a distribuição e quantidade de minerais na matriz.
Conforme a pesquisa de Hall & Yau (1987) em materias compósitos como o concreto,
existem pelo menos três componentes razoavelmente distintos na porosidade do material,
como por exemplo: a porosidade interna do agregado; a porosidade da matriz e os vazios
produzidos pela geometria de empacotamento das partículas. A absorção de água em
materiais como o concreto se deriva pelo escoamento subsequente de água pela ação de
forças de capilaridade, essencialmente dependente da geometria da porosidade no
material.
Para Deprez et al. (2020), o desgaste por congelamento e descongelamento é umas das
causas mais importantes na deterioração de rochas e outros materiais porosos em áreas
onde a temperatura varia periodicamente em torno do ponto de congelamento. Quando a
temperatura atinge um ponto de congelamento, materiais contendo umidade serão sujeitos
a tensões causadas pela transição de fase da água para o gelo. Como sequela, essas
tensões são liberadas após a fase de descongelamento. Em circunstâncias naturais, a
maioria dos materiais não se desintegra devido a um ciclo de congelamento e desgelo,
mas o carregamento sequencial de congelar e descongelar causará a deterioração dos
poros. Normalmente, por congelamentos e descongelamentos subsequentes, os materiais
recebem uma fadiga termomecânica a ponto de gerar microfissuras. A transição de fase
da água para o congelamento, gera um estresse com tensões hidráulicas nos espaços dos
poros, sendo o aumento de volume da água em 9% durante o processo de solidificação o
principal causador de danos na natureza em rochas de construção.
Consequentemente, com base nas informações dos ensaios realizados por Pedruzzi &
Pazeto (2019) nas rochas artificiais Branco Aldan e Branco Galaxy, essas duas rochas
apresentam uma baixa porcentagem de absorção d’água, com valor médio de 0,05% para
46
a rocha Aldan e 0,06 % para rocha Galaxy, sendo absorção d´água uma função da
porosidade, é constatado que esses materiais demonstram também uma baixa
porcentagem de porosidade. Portanto, durante a fase de saturação antes do congelamento,
esses materiais tiveram uma baixa absorção d´água de modo que na fase de congelamento
eles não sofreram com tensões hidráulicas em seus poros, preservando sua estrutura de
possíveis microfissuras da fadiga termomecânica durante os 25 ciclos sem nenhuma
alteração em sua resistência à flexão.
47
6 CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos nos ensaios, observa-se que os ciclos de fadiga térmica
de choque térmico e congelamento e desgelo manifestaram influência praticamente
desprezível no comportamento mecânico das duas rochas utilizadas.
Pelos dados de Pedruzzi e Pazeto (2019) esses materiais demonstraram uma baixíssima
porcentagem de absorção d’água e em função disso é esperado uma baixa porosidade
também, pois com base nos estudos de Lima (2002) e Deprez et al (2020) a porosidade
pode gerar grande influência em sua dilatação térmica e a criação de tensões internas nos
poros após ciclos de variações bruscas de temperaturas baixas ou altas. Esse fator é um
importante parâmetro para a resistência dessas rochas a fadiga térmica tanto em ciclos de
choque térmico como em congelamento e desgelo.
Desse modo, pode-se concluir que as rochas aglomeradas Branco Aldan e Branco Galaxy
demonstram serem estáveis e inertes a variações bruscas de temperatura e seu emprego
em regiões do planeta onde baixas ou elevadas temperaturas durante o ano são
predominantes não induzirá a mudanças em sua resistência mecânica.
48
7 REFERÊNCIAS
LEE, M. Y., KO, C. H., CHANG, F. C.; Lo, S. L., LIN, J. D., SHAN, M. Y., LEE, J. C.
(2008) Artificial stone slab production using waste glass, stone fragments and
vacuum vibratory compaction: Cement & Concrete Composites, 30, 583–587.
VILELA, N.F. Produção de rocha artificial utilizando finos de brita em uma matriz
epóxi. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Ciência dos Materiais) - Centro de Ciência
e Tecnologia. Laboratório de Materiais Avançados, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro. - Campos dos Goytacazes-RJ. 2016.
YANG, Z; LIU, H. (2020) A continuum fatigue damage model for the cyclic thermal
53