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READEQUAÇÃO DO PROJETO DE UMA SUBESTAÇÃO DE 4,75


MVA PARA ATENDER AS NORMATIVAS N-321.0002 E NR10
FRANÇA, Henrique Luiz
POHL, Matheus Ramthun
ANDRADE, Solange Alves Costa

RESUMO

Este artigo irá apresentar um estudo para a readequação de uma subestação de 4,75
MVA, utilizando como base as normas atualmente vigentes. A subestação pertence a
uma empresa localizada na cidade de Joinville – SC e o projeto da mesma foi realizado
e aprovado no ano de 2014. Para a realização deste estudo será utilizada como base
além das normas atualmente vigentes, o conhecimento técnico adquirido durante o
curso e os dados do projeto realizado em 2014. No resultado do estudo irá conter as
modificações e readequações que deverão ser realizados no projeto para que o
mesmo atenda aos requisitos estabelecidos em normas, ou seja, este estudo irá
demonstrar passo a passo o desenvolvimento e análise necessária para a adequação
de uma subestação.

Palavras-chave: Subestação. Normas. Readequação. Projeto.

Henrique Luiz de França do Curso de Engenharia de Elétrica do Centro Universitário UNISOCIESC,


henriquelz.jlle@gmail.com; Matheus Ramthun Pohl do Curso de Engenharia Elétrica do Centro
Universitário UNISOCIESC, matheus.pohl@hotmail.com; Solange Alves Costa Andrade: Mestre,
Centro Universitário UNISOCIESC, solange@unisociesc.com.br;
Joinville – SC, 26 de junho de 2021.
2

ABSTRACT

This article will present a study for the readjustment of a 4,75 MVA substation, based
on the standards currently in force. The substation belongs to a company located in
the city of Joinville - SC and its project was carried out and approved in 2014. For the
accomplishment of this study, will be used as a basis in addition, the standards
currently in force, the technical knowledge acquired during the course and the data of
the project carried out in 2014. The result of the study will contain the modifications
and readjustments that must be carried out in the project so that it meets the
requirements established in standards, that is, this study will demonstrate the
necessary development and analysis step by step for the adequacy of a substation.

Keywords: Substation. Standards. Readjustment. Project.


3

1. INTRODUÇÃO

A readequação de projetos elétricos demonstra-se de extrema importância,


principalmente quando trata-se de redes de média e alta tensão, pois projetos que
atendem as metodologias e normativas atualizadas, trazem uma alta confiabilidade,
qualidade e principalmente segurança para os envolvidos no projeto.
Este trabalho está sendo realizado com base na necessidade que uma
readequação do projeto que está fora dos padrões normativos vigentes, tendo como
objetivo melhorar a segurança do local que não está somente expondo os funcionários
aos riscos como também todo o sistema elétrico da empresa, (França, Renato de
Carvalho).
Conforme exposto, o objetivo principal do presente trabalho é realizar a
readequação de uma subestação de 4,75 MVA, identificando os pontos que
necessitam de adequação, atendendo os requisitos estabelecidos pelas normas N-
321.0002 e NR 10.
Este trabalho traz como os objetivos específicos os seguintes pontos:
a) Definir as principais características da subestação do estudo de caso;
b) Verificar quais os requisitos da N-321.0002 e da NR10 devem atender ao
projeto de subestações;
c) Elaborar o diagrama unifilar;
d) Realizar cálculos de dimensionamento dos principais equipamentos da
subestação;
e) Estudo de coordenação e seletividade;
f) Dimensionamento da malha de aterramento;
g) Elaboração do memorial descritivo do projeto;
h) Elaboração do projeto em pranchas no Autocad conforme normativas da
concessionária CELESC;
Os resultados obtidos através deste trabalho demonstrarão a importância da
padronização e adequação de projetos, além de apresentar a evolução dos critérios
estabelecidos em norma.
4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

As subestações podem ser expostas em inúmeros tipos e funções sob o


domínio das instalações elétricas e seus sistemas aplicados.
Deste modo, serão expostas informações relativas à catalogação quanto aos
seus componentes, seu funcionamento ideal, sistemas de proteção existentes, tipos
para aplicação e sistema de aterramento.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DE SUBESTAÇÕES

2.1.1 Subestação central de transmissão

É aquela normalmente construída ao lado das usinas produtoras de energia


elétrica, onde sua finalidade é elevar o nível de tensão fornecido pelos geradores para
transmitir a potência gerada aos grandes centros de consumo, (FILHO, 2017).

2.1.4 Subestação de consumidor

É aquela construída em propriedade particular suprida por alimentadores de


distribuição primários, originados das subestações de subtransmissão, que suprem os
pontos finais de consumo. As concessionárias de serviço público de energia elétrica
possuem normas próprias que disciplinam a construção das subestações de
consumidor, estabelecendo critérios, condições gerais de projeto, proteção,
aterramento etc., (FILHO, 2017).
Todas as companhias concessionárias de distribuição de energia elétrica distribuem
aos interessados as normas de fornecimento em tensão primária e secundária que
estão compatíveis com a NBR 14039 – Instalações elétricas de alta-tensão, (FILHO,
2017).

2.2 ENTRADA DE SERVIÇO

Compreende o trecho do circuito entre o ponto de derivação da rede de


distribuição pública e os terminais da medição.
5

• O Ponto de ligação é a derivação entre a rede de distribuição e o ramal de


entrada.
• Ramal de ligação refere-se ao trecho do circuito aéreo compreendido entre o
ponto de ligação e o ponto de entrega.
• Ponto de entrega é aquele no qual a concessionária se obriga a fornecer a
energia elétrica, sendo responsável pela execução dos serviços de construção,
operação e manutenção.
• O ramal de entrada pode ser aéreo ou subterrâneo, sendo definido de acordo
com o tipo de subestação aplicada, o local e a instalação (FILHO, 2017).

2.3 SUBESTAÇÃO DE ALVENARIA

Trata-se do tipo mais popular de subestação industrial por possuir um custo


reduzido e ser de fácil montagem e manutenção. No entanto, necessita de uma área
construída relativamente grande. A sua aplicação é mais perceptível em instalações
industriais que possuem espaços livres próximos aos locais que mais carecem de
energia elétrica, (FILHO, 2017).

2.3.1 Compartimentos de uma subestação de alvenaria

As subestações em alvenaria são fragmentadas em compartimentos


denominados postos ou cabines, cada um desempenhando uma função bem definida,
(FILHO, 2017).

2.3.2 Posto de medição primária

É designado à busca dos equipamentos auxiliares da medição, como os


transformadores de corrente e potencial, o qual é de uso exclusivo da concessionária.
A sua construção é obrigatória nos seguintes casos: onde a potência de transformação
for superior a 225 kVA, quando a tensão secundária do transformador for diferente da
tensão padronizada pela concessionária e quando possuir mais de um transformador
na subestação, (FILHO, 2017).
6

2.3.3 Posto de proteção primária

É designado à instalação de chaves seccionadoras, fusíveis ou disjuntores, os


quais são responsáveis pela proteção geral e seccionamento da instalação, (FILHO,
2017).

2.4 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

2.4.1 Chave seccionadora

Dispositivo de manobra com função de fechar e abrir um circuito estabelecendo


ou interrompendo o fluxo de corrente. A chave é constituída por contato móvel onde
em uma das extremidades a lâmina é articulada e na outra extremidade é fixa,
podendo ser mono e multipolar. (COTRIM, 1982)

2.4.2 Chave fusível

O fusível é um dispositivo de proteção que quando o valor de corrente excede


um valor especificado ocasiona a fusão de uma parte projetado e dimensionada
ocorrendo a abertura do circuito onde está inserido interrompendo o fluxo de corrente.
(COTRIM, 1982)
O elo fusível é utilizado em uma chave fusível que mantém a chave em estado
fechado quando está funcionando e provoca a abertura automática da chave quando
da ocorrência da fusão do elemento. (COTRIM, 1982)

2.4.3 Transformador de Corrente

Os transformadores de corrente são utilizados para reduzir os altos níveis de


correntes para os dispositivos de proteção e medição atuarem. Este equipamento
pode ser encontrado em qualquer lugar onde se pretenda mensurar uma corrente
elétrica alternada. (STAUDT, 2009)
7

2.4.4 Transformador de Potencial

É um dispositivo que reduz a tensão da rede em que estão ligados permitindo


que os instrumentos de medição e proteção sejam projetados com tamanhos
reduzidos e menor nível de isolação. Os TP's podem ser divididos em
Transformadores de Potencial Indutivo e Transformadores de Potencial Capacitivo.
(CAMARGO, 2015)

2.4.5 Disjuntor

São equipamentos de proteção responsáveis pelas manobras do sistema, os


mesmos interrompem ou restabelecem a carga da instalação elétrica geral. As
manobras são realizadas em função de operação ou proteção contra defeitos. A
atuação do disjuntor pode ser de forma manual ou por meio de outro elemento de
proteção, podendo ser diretos ou indiretos. (CREDER, 2016)

2.4.5 Sistema de Aterramento

2.4.5.1 Aterramento

Segundo Mamede Filho (2017) toda instalação elétrica de alta e baixa tensão,
para funcionar com desempenho satisfatório e ser suficientemente segura contra risco
de acidentes fatais, deve possuir um sistema de aterramento dimensionado
adequadamente para as condições de cada projeto.

2.4.5.2 Malha de Aterramento

É um conjunto composto por eletrodo de terra, condutor de aterramento,


conexões e condutor de proteção, que realiza uma conexão com a terra para proteção
do sistema e pessoas. (FILHO, 2017)
8

2.4.5.3 Equipotencialização

Segundo Ademaro A. M. B. Cotrim (1982) denomina-se ligação equipotencial a


ligação entre massas e/ou elementos condutores estranhos a instalação, destinada a
evitar diferenças de potencial entre eles.

2.5 SPDA

O SPDA (Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica) tem como


finalidade interceptar descargas atmosféricas que atingem diretamente a parte
superior da estrutura ou suas laterais, fazendo com que a corrente gerada pela
descarga flua direto para a terra, evitando danificações do sistema elétrico e ricos para
as pessoas (FILHO, 2017)

2.6 COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE

Os dispositivos de proteção de uma rede elétrica devem ser coordenados para


que ocorra uma operação seletiva, ou seja, as proteções devem estar relacionadas
para que quando ocorra uma falha a região afetada não interfira na operação das
outras partes não afetadas (NEGRÃO, 2015).
A coordenação das proteções tem com objetivos principais evitar que falha
ocorridas em determinado componente interrompa o sistema elétrico por completo e
isolar as falhas no menor tempo possível, para reduzir a ocorrência de danos
(NEGRÃO, 2015)
Existe coordenação dos dispositivos de proteção quando o ajuste dos mesmos
permite que o dispositivo situado mais distante de onde ocorreu a falha possa eliminá-
la caso não ocorra a atuação do dispositivo situado mais próximo. (NEGRÃO, 2015)
9

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA SUBESTAÇÃO

O desenvolvimento deste trabalho está sendo baseado em um projeto realizado


para uma empresa de Joinville – SC. Este projeto foi desenvolvido e aprovado no ano
de 2014 estando em conformidade com os requisitos estabelecidos pela norma NT-
01-AT/2001.
O projeto trata-se de uma subestação abrigada de 4,75 MVA, sendo que a
mesma possui 4 transformadores à seco de 1 MVA, 1 transformador de 300 kVA e 2
transformadores de 225 kVA (para instalação futura), a subestação é alimentada em
média tensão trifásica de 13,8 kV.
O estudo de caso deste projeto será focado na base/infraestrutura elétrica da
subestação.
O caminho até a subestação a partir do poste pertencente a CELESC onde é
configurado como o ponto de entrega da energia elétrica é realizado via subterrâneo.
Para a alimentação da subestação foram dimensionados os condutores de
média tensão com base nas especificações da norma NT-01-AT/2001. No caso foram
utilizados condutores de 4x185mm² para a fase e 1x95 mm² para o neutro.
Na entrada de energia existe um módulo de proteção geral que é composto por
TP’s de proteção, disjuntor de média tensão de 630 A e TC’s de proteção de relação
300 – 400/5A.
A subestação possui 3 módulos de medições, dois para os transformadores de
225 kVA sendo um para cada transformador e um para os quatro transformadores de
1 MVA. Cada módulo possui TP’s (transformador de potencial) e TC’s
(transformadores de corrente) para realização da medição. No módulo de medição
dos quatro transformadores de 1 MVA foram dimensionados TP’s de 13.800R3/115 e
TC’s de 10X20/5A e nos dois módulos dos transformadores de 225 kVA foram
dimensionados TP’s de 13.800R3/115 e TC’s FT 1.5.
A subestação possui diversos quadros, sendo que cada transformador possui
seu QGBT, ou seja, cada transformador de 1 MVA possui um QGBT com um disjuntor
geral de proteção de 1600A e cabeamento de alimentação de 5x(3#240mm²)/fase
5x(1#240mm²)/neutro, o QGBT de cada transformador de 225 kVA possui um disjuntor
10

geral 350A e cabeamento de alimentação de 3x150mm²/fase e 1#150mm²/neutro e o


QGBT do transformador de 300 kVA possui um disjuntor geral de 450A e cabeamento
de alimentação de 2x(3#240mm²)/fase e 2x(1#240mm²)/neutro.

3.2 PRINCIPAIS REQUISITOS DAS NORMAS N-321.0002 E NR10

Todos os projetos são conduzidos por padrões técnicos que visam executá-los
de maneira segura e confiável à todos os envolvidos. As normas técnicas existentes
apresentam os requisitos mínimos e diretrizes necessárias para que isso seja
empregado, no caso das subestações as normativas utilizadas são a N-321.0002 da
CELESC (concessionária de fornecimento de energia local) e a norma
regulamentadora NR-10.

3.2.1 Norma CELESC N-321.0002


Esta Norma Técnica teve sua última edição publicada em maio de 2016 tendo
como finalidade padronizar e apontar os requisitos e orientações essenciais para o
fornecimento de energia elétrica. Aplica-se em instalações novas, ampliações e
reformas de edificações existentes em tensão primária de distribuição até 25 kV.
Neste estudo necessita-se seguir as recomendações desta normativa para
atender ao projeto de subestações, tais recomendações serão descritas nos itens
seguintes.

3.2.1.1 Entrada de energia elétrica

É constituída por vários fatores como ponto de derivação, ramal de ligação,


ponto de entrega, ramal de entrada, equipamentos de proteção, condutores e
acessórios. Cada um deles utilizando materiais padronizados e certificados para a
rede de distribuição da Celesc.

3.2.1.2 Localização da subestação dentro da propriedade


A subestação abrigada deve respeitar os recuos e distâncias exigidas pela
fornecedora de energia para que o leiturista tenha livre acesso ao painel de medição,
conforme citação abaixo.
11

A subestação do consumidor, contendo os equipamentos de proteção e


medição, seja do tipo externa ou abrigada, com ou sem transformação,
deverá estar localizada no máximo a 01 (um) metro do limite da
propriedade com a via pública, salvo recuo estabelecido por posturas
municipais ou órgãos governamentais, com no mínimo uma porta de
acesso direto para esta via, de forma a garantir livre e fácil acesso por
parte da Celesc. (N-321.0002, 2016, p.10)

3.2.1.4 Ramal de entrada

Vários requisitos devem ser seguidos que estão descritos no tópico 5.5 desta
normativa, como por exemplo na citação abaixo e na Figura 1.

Será derivada do poste da rede da Celesc D, por ela determinada, através


de um conjunto de 03 (três) chaves fusíveis ou faca, sendo estas
proteções dimensionadas de acordo com as TABELAS N. º 01 e 08 ou
estudo de proteção. (N-321.0002, 2016, p.18)

Figura 1 - Tabela 01B Dimensionamento das Chaves e Elos Fusíveis

Fonte:N-321.0002 (2016)
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Observa-se que no projeto existente foi utilizado estudo de proteção para


definição das chaves e elos fusíveis como recomenda a normativa na nota 4 da Figura
1.

3.2.1.6 Cabos utilizados nas instalações de ramais de entrada subterrânea

Destaca-se neste tópico o dimensionamento dos condutores que devem


respeitar as tabelas da Celesc conforme Figura 2 a seguir.

Figura 2 - Tabela Dimensionamento do ramal de ligação subterrâneo

Fonte:N-321.0002 (2016)

Para a entrada subterrânea do projeto foi utilizado 4 cabos de cobre com seção
transversal de 185mm² para a fase e 1 cabo de 95mm² para o neutro, como indicado
na Figura 2.
A norma classifica a obrigação da instalação de um cabo reserva com as
mesmas características do cabo da fase e preparado para instalação imediata, o qual
foi adotado no projeto existente.
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3.2.1.7 Caixa de passagens

As caixas de passagens devem seguir principalmente as recomendações de


distâncias, dimensões e materiais padrões da concessionária local. Necessitam ser
instalados com afastamento de 70cm a 150cm do poste de derivação da Celesc ou
do poste particular e manter uma distância máxima 30m de cada caixa de passagem.
As mesmas deverão ser do padrão da Celesc.
No projeto existente, durante o caminho do poste até a subestação, foi utilizado
caixas de passagem de média tensão padrão CELESC com dimensão de 65 x 85 x
80cm, conforme especifica a norma.

3.2.1.8 Eletroduto

Para dimensionamento correto dos eletrodutos utiliza-se da tabela da Celesc


conforme Figura 3.

Figura 3 - Tabela dimensionamento de eletrodutos

Fonte:N-321.0002 (2016)

No projeto existente para a descida do poste foi utilizado um eletroduto de ferro


galvanizado a fogo com diâmetro de 6 polegadas. Para os eletrodutos enterrados
foram empregados dois eletrodutos flexíveis PEAD com diâmetro de 6 polegadas.
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3.2.1.9 Medição em tensão primária

Para que seja possível a medição em tensão primária, um conjunto de


equipamentos são necessários no sistema. São eles, os transformadores de corrente
e potencial que são determinados pela tabela da Celesc conforme Figura 4.

Figura 4 - Tabela dimensionamento dos transformadores de medição

Fonte:N-321.0002 (2016)

Para o projeto em questão foi dimensionado um transformador de potencial


para a tensão nominal de 13.800 V conforme indicado na Figura 4 e transformador de
corrente com relação de transformação 300 x 400/5.
O local de instalação dos TCs e TPs também deve ser considerado. O
transformador de corrente deve ser instalado entre a chave seccionadora de
isolamento e o disjuntor, já o transformador de potencial deve ser instalado antes da
chave seccionadora de isolamento do disjuntor, mantendo o equipamento energizado
independente da abertura ou não abertura desta chave.

3.2.1.11 Malha de aterramento

A malha de aterramento deve ser projetada sob o piso da edificação, com no


mínimo um anel circundando o perímetro da edificação com o condutor de
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aterramento devidamente conectado ou soldado em, no mínimo, dois pontos na


ferragem da laje do piso.
O condutor deve ser em cabo de cobre com seção transversal mínima de
50mm² e 25mm² das partes metálicas
Além disso, a malha de aterramento deverá possuir no mínimo 5 hastes
mantendo uma distância mínima de 3 metros entre elas, de forma a conseguir o valor
de resistência de aterramento máxima de 10 Ohms. Caso esse limite seja
ultrapassado deverão ser adicionados o número necessário de eletrodos para que o
valor adequado seja alcançado.
No projeto existente foi dimensionado a malha de aterramento da subestação
com cabo de cobre nú com seção transversal 240mm², contendo 10 hastes de
aterramento tipo copperweld Ø5/8x3000mm cobreada por eletrodeposição e 4 caixas
de inspeção.

3.2.1.12 Características da alvenaria

Conforme a citação a seguir sobre o sistema de iluminação, considerando a


instalação em subestação coberta, objetivo da pesquisa, deve ser instalada uma
janela de vidro fixa em relação à altura orientada.

Será obrigatória a instalação de janela fixa para iluminação natural, com


vidro aramado de 7 mm de espessura (malha de 10x10 mm) de dimensões
mínimas 100x50 cm (largura x altura, com reforço no meio da largura) ou
área equivalente, a 120 cm do piso na subestação abrigada e 280 cm nas
subestações isoladas altas. (N-321.0002, 2016, p.31)

Porém no projeto aplicado não possuí essa janela para iluminação natural,
sendo necessário inclui-la no projeto civil seguindo todas as dimensões e
características descritas na normativa.

Para o projeto que descreve a espessura da cobertura da laje da subestação,


é necessário atender a espessura de 12 cm para construí-la.
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No projeto está sendo considerada uma espessura com 150 mm, o qual atende
o requisito mínimo da norma.
Para uma subestação abrigada, a espessura mínima de 20 cm deve ser
atendida na construção da parede externa.
Para esse projeto está sendo considerada a construção das paredes externas
com largura de 200 mm, satisfazendo o requisito da norma.
De acordo com as especificações para subestações com potência de
transformação superior a 225 kVA, a porta de acesso deve ser de materiais não
inflamáveis com tamanho mínimo de 200 x 210 cm, conforme citação a seguir.

A(s) porta(s) da subestação deverá(ão) ser de material incombustível


(metálica), abrir para fora, com venezianas, trinco e fechadura (chave
entregue para Celesc D) e de dimensões convenientes, para permitir a
entrada e/ou retirada de quaisquer equipamentos (mínimo 120x210 cm
para subestações com potência até 225 kVA e 200x210 cm para
subestações com potência acima de 225 kVA. (N-321.0002, 2016, p.36)

Para o desenvolvimento deste projeto, foi apontado a utilização de uma porta


de 200x210 cm. Portanto, este requisito também se encaixa na especificação da
norma, não tendo necessidade de alteração.
As telas de proteção devem ter características estruturais padrão, em que a
malha deve ser de 20x20 mm.

No projeto as peças estão de acordo com o descrito na norma, porém o


tamanho da tela está distinto, possuindo um tamanho de 30x30 mm.

Conforme citação abaixo, deverá ser atendido o distanciamento mínimo do


circuito de iluminação artificial aos sistemas de média tensão como cabos e
equipamentos.
A iluminação artificial deverá estar localizada em local adequado,
distante no mínimo 1,50 m da média tensão na horizontal e nunca sobre
locais destinados aos equipamentos principais da subestação. (N-
321.0002, 2016, p.32)
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Contudo, esse requisito não está de acordo devido a distância ser inferior a
1500 mm, sendo necessário afastar o circuito para atingir esta condição.

3.2.2 NR 10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Esta norma regulamentadora tem como objetivo garantir a segurança e a saúde


dos trabalhadores que interajam em instalações elétricas, estabelecendo os requisitos
mínimos e diretrizes para implementação de sistemas preventivos e de controle dos
riscos que a eletricidade pode causar. Sua última versão foi revisada e atualizada em
maio/2016.
Para desenvolver a adequação da subestação em um projeto elétrico requisitos
a serem cumpridos são avaliados, tais como:

• Isolação dos locais energizados por meio de barreiras físicas;


• Procedimento de desenergização e a sinalização de segurança;
• Dispositivo de desligamento com possibilidade de bloqueio;
• Manter as pranchas dos diagramas unifilares atualizadas e disponíveis para
consulta e com boa visualização;
• Seguir o item 10.3 que tem como objetivo a segurança nos projetos
• Possuir os EPIs e EPCs certificados como também os procedimentos de
emergência

3.3 DIAGRAMA UNIFILAR

A norma N-321.0002 estabelece que um dos requisitos mínimos para a


realização da análise dos projetos elétricos é apresentação do diagrama unifilar da
instalação, onde deve constar o ramal de ligação até a medição e proteção dos
circuitos terminais, devendo ser indicado a seção transversal, tipo e classe de
isolamento dos condutores, diâmetros e tipo de material a ser utilizado no eletrodutos,
deve conter também as especificações dos equipamentos de proteção e comando.
Conforme pode ser observado o diagrama da subestação existente está de
acordo com o estabelecido pela norma N-321.0002 e não será necessária a
readequação do mesmo.
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3.4 PRINCIPAIS CÁLCULOS PARA DIMENSIONAMENTO DA SUBESTAÇÃO

3.4.1 DIMENSIONAMENTO DO DISJUNTOR DO QGBT

Para cálculo do disjuntor é utilizada a seguinte equação:


(𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎)𝑘𝑉𝐴 (1)
𝐼=
(√3)×380

Como já citado o projeto da subestação em questão possui 7 (sete) QGBT’s,


sendo um para cada transformador.

A subestação possui 4 (quatro) transformadores de 1 MVA, 2 (dois)


transformadores de 225 kVA e 1 (um) transformador de 300 kVA.

Sendo assim deverá ser realizado o dimensionamento de cada disjuntor dos


QGBT’s , utilizando a equação 2 .

Dimensionamento do disjunto do QGBT do transformador de 300kVA:

(𝟐𝟕𝟓)𝒌𝑽𝑨
𝑰=
(√𝟑)×𝟑𝟖𝟎

𝑰 = 𝟒𝟏𝟕, 𝟖𝟐 𝑨
Disjuntor utilizado: 450A

Dimensionamento dos disjuntores dos QGBT’s dos transformadores de


225kVA:

(225)𝑘𝑉𝐴
𝑰=
(√3)×380

𝐼 = 341, 85 𝐴
Disjuntor utilizado: 350A

Dimensionamento dos disjuntores dos QGBT’s dos transformadores de 1 MVA:


(1000)𝑘𝑉𝐴
𝐼=
(√3)×380

𝐼 = 1519,343𝐴

Disjuntor utilizado: 1600A


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3.4.2 Cálculos das impedâncias

3.4.2.1 Valores de Base de cada transformador

Para o Transformador de 300kVA:


Pb = 300 kVA;
Vb = 0,38 kV;
Ib= 455,802A

Para o Transformador de 225kVA:


Pb = 255 kVA;
Vb = 0,38 kV;
Ib= 341,85 A

Para o Transformador de 1MVA:


Pb = 1.000 kVA;
Vb = 0,38 kV;
Ib= 1.519,343 A

Onde,
Pb= Potência base em kVA (quilovolt-ampere);
Vb = Tensão base em kV (quilovolt);
Ib= Corrente base em A (ampere).

3.4.2.2 Impedâncias Reduzidas do Sistema

Para os cálculos das impedâncias reduzidas do sistema deverão ser utilizadas


as seguintes equações:

𝑅𝑢𝑠 ≅ 0
𝑋𝑢𝑠 =
𝑃𝑏 (2)
𝑃𝑐𝑐
𝑃𝑐𝑐 = √3 × 𝑉𝑛𝑝 × 𝐼𝑐𝑝 (3)

Onde,
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Pcc = Potência de curto-circuito no ponto de entrega, em kVA (quilovolt-


ampere);
Vnp = Tensão nominal primária no ponto de entrega em kV (quilovolt);
Icp = Corrente de curto-circuito simétrica em A (ampere).

Para o Transformador de 300kVA:


𝑍𝑢𝑠 = 𝑗0,004506 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 225kVA:


𝑍𝑢𝑠 = 𝑗0,00338 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 1MVA:

𝑍𝑢𝑠 = 𝑗0,015022 𝑝. 𝑢.

3.4.2.3 Cálculo da impedância do transformador

Para realizar os cálculos da impedância dos transformadores, deverão ser


realizados os seguintes cálculos:

𝑃𝑐𝑢
𝑅𝑃𝑇 =
10×𝑃𝑛𝑡

𝑃𝑏 2
𝑅𝑢𝑡 = 𝑅𝑝𝑡 × × (𝑉𝑛𝑡 )
𝑃𝑛𝑡 𝑉𝑏
𝑃𝑏 2
𝑉𝑛𝑡
𝑍𝑢𝑡 = 𝑍𝑝𝑡 × ×( )
𝑃𝑛𝑡 𝑉𝑏
𝑋𝑢𝑡 = √𝑍𝑢𝑡 2 − 𝑅𝑢𝑡 2

Onde,
RPT – Resistência percentual do trafo;
Pcu – Perdas no cobre;
Pnt – Potência do trafo.
Zpt – Impedância percentual do trafo;

Para o Transformador de 300kVA:


21

Pcu = 5.800W – Obtido através das especificações do transformador;


Zpt = 5,5% – Obtido através das especificações do transformador;

5800
𝑅𝑃𝑇 =
10×300

𝑅𝑃𝑇 = 1,93%
300 2
𝑅𝑢𝑡 = 0,0193 × × (380)
300 380

𝑅𝑢𝑡 = 0,0193 𝑝. 𝑢.
300 2
𝑍𝑢𝑡 = 0,055 × × (380)
300 380

𝑍𝑢𝑡 = 0,055 𝑝. 𝑢.

𝑋𝑢𝑡 = √0,0552 − 0,01932

𝑋𝑢𝑡 = 0,05150 𝑝. 𝑢.
Sendo assim,

𝑍𝑢𝑡 = 0,0193 + 𝑗0,05150 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 225kVA:

Pcu = 5.000W – Obtido através das especificações do transformador;


Zpt = 5,5% – Obtido através das especificações do transformador

𝑍𝑢𝑡 = 0,0222 + 𝑗0,0503 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 1 MVA:

Pcu = 14.600W – Obtido através das especificações do transformador;


Zpt = 6,0% – Obtido através das especificações do transformador;

𝑍𝑢𝑡 = 0,0146 + 𝑗0,0581 𝑝. 𝑢.

3.4.2.4 Cálculo da impedância do circuito do transformador até o QGBT

Para os cálculos deverão ser utilizadas as seguintes equações:

𝑃𝑏
𝑅𝑢𝑐1 = 𝑅𝑐1 ×
1000×(𝑉 𝑏 2 )

𝑅𝑢×𝐿𝑐1
𝑅𝑐1 =
1000×𝑁𝑐1

𝑃𝑏
𝑋𝑢𝑐1 = 𝑋𝑐1 ×
1000×(𝑉 𝑏 2 )
22

𝑋𝑢×𝐿𝑐1
𝑋𝑐1 =
1000×𝑁𝑐1

Onde,

𝑅𝑢 = Resistência do condutor de sequência positiva em mΩ/m;


𝑋𝑢 = Reatância do condutor de sequência positiva em mΩ/m;
𝐿𝑐1 = Comprimento do circuito em metros;
𝑁𝑐1 = Número de condutores por fase;
𝑅𝑢𝑐1 𝑒 𝑋𝑢𝑐1 = em pu.

Para o Transformador de 300kVA:

Para cabeamento de alimentação do QGBT do transformador de 300kVA foram


dimensionados 2x(3#240mm²)/fase e a distância entre o transformador e o QGBT é
de 8 metros, Sendo assim:

𝑅𝑢 = 0,0958 mΩ/m
𝑋𝑢 = 0,1070 mΩ/m
𝐿𝑐1 = 8 m
𝑁𝑐1 = 2
0,0958×8
𝑅𝑐1 = = 0,3832 𝑚Ω
1000×2

300
𝑅𝑢𝑐1 = 0,3832 × = 0,0007961 𝑝𝑢
1000×(0,382 )

0,1070×8
𝑋𝑐1 = = 0,428 𝑚Ω
1000×2
300
𝑋𝑢𝑐1 = 0,428 𝑚 × = 0,0008892 𝑝𝑢
1000×(0,382 )

Logo,

𝑍𝑢𝑐1 = 0,0007961 + 𝑗0,0008892 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 225kVA:

Para cabeamento de alimentação do QGBT do transformador de 225kVA foram


dimensionados 1x(3#150mm²)/fase e a distância entre o transformador e o QGBT é
de 10 metros, sendo assim:

𝑍𝑢𝑐1 = 0,00000234 + 𝑗0,000001673 𝑝. 𝑢.


23

Para o Transformador de 1 MVA:

Para cabeamento de alimentação do QGBT do transformador de 1 MVA foram


dimensionados 5x(3#240mm²)/fase e a distância entre o transformador e o QGBT é
de 10 metros, sendo assim,

𝑍𝑢𝑐1 = 0,001326 + 𝑗0,001482 𝑝. 𝑢.

3.4.2.5 Cálculo da Impedância do Barramento do QGBT

Para os cálculos deverão ser utilizadas as seguintes equações:


𝑃𝑏
𝑅𝑢𝑏1 = 𝑅𝑏1 ×
1000×(𝑉 𝑏 2 )

𝑅𝑢×𝐿𝑏
𝑅𝑏1 =
1000×𝑁𝑏1

𝑃𝑏
𝑋𝑢𝑏1 = 𝑋𝑏1 ×
1000×(𝑉 𝑏 2 )

𝑋𝑢×𝐿𝑏
𝑋𝑏1 =
1000×𝑁𝑏1

Onde,
𝑅𝑢 – Resistência da barra em mΩ/m;
𝑋𝑢 – Reatância da barra em mΩ/m;
𝐿𝑏 – Comprimento da barra em metros;
𝑁𝑏1 – Número de barras por fase;
𝑅𝑢𝑏1 𝑒 𝑋𝑢𝑏1 – em pu.

Para o Transformador de 300kVA:

Para o QGBT do transformador de 300kVA foi dimensionado 1 barra com 2


metros por fase e dimensões de 20 x 10 mm.
Sendo assim,

𝑅𝑢 = 0,1098 mΩ/m
𝑋𝑢 = 0,2054 mΩ/m
𝐿𝑏 = 2 m
𝑁𝑏1 = 1
0,1098×2
𝑅𝑏1 = = 0,0002196 𝑝𝑢
1000×1
24

300
𝑅𝑢𝑏1 = 0,0002196 × = 0,0004562 𝑝𝑢
1000×(0,382 )

0,2054×2
𝑋𝑏1 = = 0,0004108 𝑝𝑢
1000×1
300
𝑋𝑢𝑏1 = 0,0004108 × = 0,0008534 𝑝𝑢
1000×(0,382 )

Logo,

𝑍𝑢𝑏1 = 0,0004562 + 𝑗0,0008534 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 225kVA:

Para o QGBT do transformador de 225kVA foi dimensionado 1 barra com 2


metros por fase e dimensões de 25 x 5 mm.
Sendo assim,
𝑍𝑢𝑏1 = 0,0005447 + 𝑗0,0006946 𝑝. 𝑢.

Para o Transformador de 1 MVA:

Para o QGBT do transformador de 1 MVA foi dimensionado 2 barras com 2


metros por fase e dimensões de 50 x 10 mm.
Sendo assim,
𝑍𝑢𝑏1 = 0,0000438 + 𝑗0,0009743 𝑝. 𝑢.

3.4.2.6 Cálculos da impedância total de cada transformador

O cálculo da impedância total será da seguinte forma:


𝑍𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ± 𝑋𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑅𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑢𝑠 + (𝑅𝑢𝑡) + (𝑅𝑢𝑐1) + (𝑅𝑢𝑏1)
𝑋𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑋𝑢𝑠 + (𝑋𝑢𝑡) + (𝑋𝑢𝑐1) + (𝑋𝑢𝑏1)

Para o Transformador de 300 kVA:


𝑅𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,0193 + 0,0007961 + 0 + 0,0004562
𝑅𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,0205523 𝑝𝑢
𝑋𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,004506 + 𝑗0,05150 + 0,0008892 + 0,0008534
𝑋𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,0577486 𝑝𝑢
Logo,

𝑍𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,0205523 + 𝑗0,0577486


25

Para o Transformador de 225 kVA:

𝑍𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,02274704 + 𝑗0,0543762

Para o Transformador de 1 MVA:

𝑍𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,015969 + 𝑗0,0755783

3.4.3 CÁLCULO DAS CORRENTES DE CURTO CIRCUITO

3.4.3.1 Corrente de curto circuito simétrica trifásica

𝑰𝒃
𝑰𝒄𝒔 =
𝟏𝟎𝟎𝟎×𝒁𝒖𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍

𝑰𝒄𝒔 – Corrente de curto circuito simétrica trifásica em Ka

Para o Transformador de 300 kVA:

455,802
𝐼𝑐𝑠 = = 7,43𝑘𝐴
1000×(0,0205523 + 𝑗0,0577486 )

Para o Transformador de 225 kVA:

341,85
𝐼𝑐𝑠 = = 5,79𝑘𝐴
1000×(0,02274704 + 𝑗0,0543762 )

Para o Transformador de 1 MVA:

1519,343
𝐼𝑐𝑠 = = 19,66𝑘𝐴
1000×(0,015969 + 𝑗0,755783 )

3.4.3.2 Corrente de curto circuito assimétrica

𝑰𝒄𝒂 = 𝑭𝒂 × 𝑰𝒄𝒔
Onde,
𝑰𝒄𝒂 – Corrente de curto circuito assimétrica;
𝑭𝒂 – Fator de assimetria.

Para o Transformador de 300 kVA:

𝑋
= 2,79
𝑅

Logo,
𝐹𝑎 = 1,28
26

𝐼𝑐𝑎 = 1,28 × 7,43 = 9,51 𝑘𝐴

Para o Transformador de 225 kVA:


𝑋
= 2,39
𝑅

Logo,
𝐹𝑎 = 1,24

𝐼𝑐𝑎 = 1,34 × 5,79 = 5,75 𝑘𝐴

Para o Transformador de 1 MVA:


𝑋
= 4,728
𝑅

Logo,
𝐹𝑎 = 1,42
𝐼𝑐𝑎 = 1,42 × 19,66 = 27,91 𝑘𝐴

3.4.3.4 Corrente de Curto Circuito Fase-Terra

3×𝐼𝑏
𝐼𝑐𝑓𝑡 = (25)
( 2×𝑍𝑢𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙)+𝑍𝑢𝑡+𝑍𝑢0𝑐

Onde,
𝑍𝑢0𝑐 – Impedância dos cabos considerando a resistência e a reatância de
sequencia zero;

𝑍𝑢𝑡 – Impedância do transformador.


𝑍𝑢0𝑐= 𝑅𝑢0𝑐 + 𝑋𝑢0𝑐
𝑃𝑏
𝑅𝑢0𝑐 = 𝑅𝑐0 ×
1000×(𝑉𝑏 2 )
𝑃𝑏
𝑋𝑢0𝑐 = 𝑋𝑐0 ×
1000×(𝑉 𝑏 2 )
𝑅𝑢×𝐿𝑐1
𝑅𝑐0 =
1000×𝑁𝑐1
𝑋𝑢×𝐿𝑐1
𝑋𝑐0 =
1000×𝑁𝑐1

Para o Transformador de 300 kVA:

1,8958×8
𝑅𝑢0𝑐 = = 0,0755832
2×1000
2,4312×8
𝑋𝑐0 = = 0,0097248
2×1000
300
𝑅𝑢0𝑐 = 0,0755832 × = 0,15702 𝑝𝑢
1000×(0,382 )

300
𝑋𝑢0𝑐 = 0,0097248 × = 0,020203 𝑝𝑢
1000×(0,382 )

𝑍𝑢0𝑐 = 0,15702 + 𝑗0,020203 𝑝𝑢


27

3×455,802
𝐼𝑐𝑓𝑡 = = 4,76 𝑘𝐴
(2×(0,0205523 + 𝑗0,0577486))+(0,0193+𝑗0,05150)+(0,15702+𝑗0,020203)

Para o Transformador de 225 kVA:

3×341,85
𝐼𝑐𝑓𝑡 = = 4,56 𝑘𝐴
(2×(0,02274704 + 𝑗0,0543762))+(0,0222+𝑗0,0503)+(0,03038+𝑗0,04431 )

Para o Transformador de 1 MVA:

3 × 1519,343
𝐼𝑐𝑓𝑡 = = 17,97 𝑘𝐴
(2 × (0,015969 + 𝑗0,0755783)) + (0,0146 + 𝑗0,0581) + (0,02626 + 𝑗0,03367)

3.4.4 DIMENSIONAMENTO DA MALHA DE ATERRAMENTO

3.4.4.1 Seção mínima do condutor

Para os cálculos deverá ser utilizada a seguinte equação:

𝑆𝐶 = 𝑘 × 𝐼𝑐𝑓𝑡
k = Fator tempo de duração/tipo de junção dos condutores da malha
𝐼𝑐𝑓𝑡 = Corrente de curto-circuito fase-terra

Para o projeto em questão está sendo admitido um tempo de atuação de 0,5


segundos com cabo simples com solda exotérmica.
A subestação possui 4 (quatro) transformadores de 1 MVA, 2 (dois)
transformadores de 225 kVA e 1 (um) transformador de 300 kVA, e para o cálculo da
seção do condutor da malha de aterramento está sendo considerado o pior caso para
a corrente de curto-circuito fase-terra, ou seja, será somada as correntes de curto-
circuito fase-terra de todos os transformadores. Sendo assim:

𝐼𝑐𝑓𝑡 = 4 × 17,95 + 2 × 4,56 + 4,76 = 85,68𝑘𝐴


𝑘 = 0,002533

𝑆𝐶 = 0,002533 × 85680 = 217,027 𝑚𝑚2


Sendo assim, está sendo considerado um condutor com seção de 240 mm² para
a malha de aterramento.
28

3.4.4.2 Determinação do número de condutores principais e de junção

𝐶𝑚 (32)
𝑁𝑐𝑝 = +1
𝐷𝑙

𝐿𝑚 (33)
𝑁𝑐𝑗 = +1
𝐷𝑐

Onde,
𝐷𝑙 – Distância entre os cabos correspondentes à largura da malha, em m;
𝐷𝑐 – Distância entre os cabos correspondentes ao comprimento da malha, em m;
𝐶𝑚 – Comprimento da malha de terra;
𝐿𝑚 – Largura da malha de terra.
Está sendo considerada neste projeto que a distância Dc tem 2,5 metros e a
distância Dl tem 3 metros, o comprimento da malha (Cm) tem 9 metros e a largura
(Lm) tem 5 metros.

9
𝑁𝑐𝑝 = +1=4
3

5
𝑁𝑐𝑗 = +1=3
2,5

3.4.4.3 Comprimento total dos condutores da malha

𝐿𝑐𝑚 = 1,05[(𝐶𝑚 × 𝑁𝑐𝑗) + (𝐿𝑚 × 𝑁𝑐𝑝)] (34)

O valor de 1,05 corresponde ao acréscimo de cabo da malha.


Sendo assim,
𝐿𝑐𝑚 = 1,05[(9 × 4) + (5 × 3)] = 76,5 𝑚

3.4.4.4 Resistência da malha de terra

𝜌𝑎 𝜌𝑎 (35)
𝑅𝑚𝑐 = +
4×𝑅 𝐿𝑐𝑚

ρa = Resistividade solo.
𝑅 = Raio do círculo equivalente à área destinada à malha de terra, em m

A malha de aterramento desta subestação está instalada em um solo de terra


de jardim considerando 50% de umidade, sendo assim ρa= 140 Ω

140 140
𝑅𝑚𝑐 = + = 8,33 Ω
4×5 76,5

𝑅𝑚𝑐 < 10Ω


29

3.5 COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE

As correntes de curto circuito são informações fornecidas pela concessionária


de energia, que serão utilizados nos cálculos a seguir. Os valores referentes ao ponto
de entrega do projeto em questão são demonstrados na Figura 5:

Figura 5 - Correntes de curto circuito no ponto de conexão do consumidor

Fonte: Celesc Distribuição S.A. (2014).

a) Disjuntor de média tensão

Será utilizado o disjuntor de média tensão de 630 A com tensão de 13,8 kV.

b) Transformador de potencial

Será utilizado TP com relação de transformação 13800R3/115 V.

c) Transformador de corrente (TC)

O transformador de corrente é responsável pela alimentação do relé. Através


da equação abaixo é possível obter a relação de transformação do transformador de
corrente.

𝐼𝑐𝑐𝑚á𝑥
𝐼𝑛𝑇𝐶 =
𝐹𝑆

2785
𝐼𝑛𝑇𝐶 =
20

𝐼𝑛𝑇𝐶 = 139,25

Portanto, o TC mínimo para atender os requisitos é de 200/5 A, porém no


projeto em questão foi utilizado um TC com relação de transformação 300/5 A.

d) Corrente nominal do circuito

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎


𝐼𝑛 =
√3×13,8×0,92
30

4750
𝐼𝑛 = = 216,0061 𝐴
√3×13,8×0,92

e) Corrente de partida do relé

É o menor valor de corrente para sensibilizar a atuação do relé, considerando que


pode haver uma corrente de ultrapassagem de 30% da demanda contratada.

𝐼𝑝𝑓 - Corrente de partida para a fase;


𝐼𝑝𝑛 - Corrente de partida para o neutro.
𝐼𝑝𝑓 = 1,3 × 𝐼𝑛 (42)

𝐼𝑝𝑓 = 1,3 × 216,0061 = 280,80 𝐴


𝐼𝑝𝑓 (43)
𝐼𝑝𝑛 = = 93,6
3

f) Corrente de magnetização dos transformadores

Para transformadores a seco:

1000
𝐼𝑛𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜1000𝑘𝑉𝐴 = 13,8×√3 = 41,83 𝐴
300
𝐼𝑛𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜300𝑘𝑉𝐴 = = 12,55 𝐴
13,8×√3
225
𝐼𝑛𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜225𝑘𝑉𝐴 = 13,8×√3 = 9,41 𝐴

g) Corrente Inrush

É a corrente de entrada instantânea máxima absorvida pelo transformador no


instante do seu acionamento. Como a subestação é composta por mais de um
transformador, a corrente Inrush do sistema é calculada utilizando o valor de partida
do transformador de maior potência somado com a corrente os outros
transformadores trabalhando em regime, como demonstrado abaixo:

𝐼𝑟𝑢𝑠ℎ = (14 × 𝐼𝑛)

𝐼𝑟𝑢𝑠ℎ = (14 × 41,83) = 581,42 𝐴

𝐼𝑟𝑢𝑠ℎ = (14 × 12,55) = 175,70 𝐴

𝐼𝑟𝑢𝑠ℎ = (14 × 9,41) = 131,74 𝐴

𝐼𝑟𝑢𝑠ℎ𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (14 × 41,83) + 41,83 + 41,83 + 41,83 + 9,41 + 9,41 + 12,55 = 742,48 𝐴
31

h) Ponto ANSI do transformador

O ponto ANSI é definido como o máximo valor de corrente suportada de um


transformador durante um período de tempo definido sem prejudicá-lo, portanto a
proteção geral de fase deve ser inferior a esse valor.

Para os transformadores de 1000 kVA foi utilizado a impedância 𝑍% = 6%, de


300 kVA 𝑍% = 5% e os dois de 225 kVA foi empregue 𝑍% = 5% . Impedâncias e
parâmetros obtidos com o fabricante dos transformadores.

𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = 25 × 𝐼𝑛 (46)

𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = 16,6 × 41,83 = 694,38 𝐴


𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = 20 × 12,55 = 251,00 𝐴

𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = 20 × 9,41 = 188,20 𝐴

i) Relé

O relé de proteção possui duas ações principais tanto para fase quanto para o
neutro, denominadas ação instantânea e a temporizada.

Sendo elas:

50 e 50N – Ação instantânea para fase e neutro;

51 e 51N – Ação temporizada para fase e neutro.

j) Atuação do relé

A proteção 50 deve satisfazer a seguinte condição:


1,40 ∗ 𝐼𝑟𝑢𝑠ℎ ≤ 𝐼𝑓50 ≤ 𝐼𝑐𝑠3𝜑
1,40 ∗ 742,48 ≤ 𝐼𝑓50 ≤ 2509
𝐼𝑓50 = 1039,472 𝐴

Para a proteção instantânea de neutro é utilizado como base o valor da atuação


da fase dividindo seu valor por 3 (três).

Sendo assim, a proteção 50N será:


32

𝐼𝑓50
𝐼𝑛50 =
3

1039,472
𝐼𝑛50 =
3

𝐼𝑛50 = 346,49

k) Estudo dos ajustes da proteção

Figura 6 - Parametrização dos relés de proteção

Fonte: Os autores (2021).

Figura 7 - Coordenograma

Fonte: Os autores (2021).


33

3.6 MEMORIAL DESCRITIVO

3.6.1 DADOS DO PROJETO

* Endereço: Parque industrial - Joinville/SC.


* Ramal de Entrada: Subterrâneo.
* Potência Instalada: 4,75 MVA.
* Potência Demandada: 4,75 MVA.
* Modalidade Medição: Medição em Média Tensão (Medição Primária).
* Tipo de Subestação: Abrigada.

3.6.2 FINALIDADE DO PROJETO

Esse projeto trata-se da readequação de uma subestação elétrica do tipo


abrigada com capacidade de 4,75 MVA, contendo 4 transformadores de 1MVA, 1
transformador de 300kVA e 2 transformadores de 225 kVA (para instalação futura). A
subestação é alimentada em média tensão com relação de transformação
13.800/380V com frequência de 60Hz. A mesma é responsável por fornecer energia
para todo um bloco industrial com possibilidade para um futuro aumento de carga,
está localizada no município de Joinville no estado de Santa Catarina e é atendida
pela comercializadora e distribuidora CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina
S.A).

3.6.3 NORMAS APLICADAS

I. ABNT: NBR5410 e NBR14039;


II. CELESC: N.321.002
III. NR – 10.
Os projetos elétricos deverão atender os requisitos da Norma Regulamentadora
NR 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade do Ministério do
Trabalho e Emprego), publicada através da Portaria nº. 598 de 07/10/2004.

3.6.4 RELAÇÃO DE PRANCHAS QUE COMPÕEM O PROJETO

• Planta de Situação Detalhe Malha de Aterramento


• Parte Civil subestação abrigada
• Planta Baixa – Subestação Parte Elétrica
• Diagrama Unifilar Geral
• Entrada de Energia Detalhes
34

CONCLUSÃO

O objetivo principal deste trabalho é a readequação de um projeto elétrico de


subestação abrigada que atende um bloco industrial na cidade de Joinville-SC, a
mesma teve seu projeto aprovado no ano de 2014 e necessita se adequar às
normativas atualmente vigentes e aos requisitos da concessionária de energia
catarinense CELESC.

Mediante os conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação foi possível


realizar uma análise geral do projeto em questão para compreender os principais
pontos a serem observados. Já com a pesquisa a fundo das normas da CELESC e
ABNT foi obtido um detalhamento do que é preciso desenvolver para que o projeto
atenda às recomendações das normativas atuais.

Além desse estudo, foram desenvolvidos os cálculos dos principais componentes


que contemplam a subestação para o correto dimensionamento dos mesmos. Foi
analisado desde os alimentadores, aparelhos de comutação e de proteção ao
aterramento do sistema, todos seguindo rigorosamente os padrões da CELESC.

Através das informações reunidas por toda a extensão do trabalho, foi


desenvolvido uma estrutura adequada para a elaboração de um projeto de subestação
regido por meio das normativas brasileiras e do estado de Santa Catarina.
35

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter nos concedido sabedoria para que este
trabalho fosse concluído com louvor, a professora Solange Alves Costa Andrade que
nos orientou com excelência e aos demais professores que nos acompanharam
durante esses anos de graduação, aos nossos familiares, amigos e empresas que
contribuíram para que cada etapa desse projeto fosse realizada de forma plena.
36

REFERÊNCIAS

CELESC. Norma Técnica N-321.0002. Disponível em:


<https://www.celesc.com.br/arquivos/normas-tecnicas/padraoentrada/normaN32100
02.pdf > acessado em 10 outubro de 2020

BARROS, B., F.; GEDRA, R. L. Cabine Primária. 1.Ed. São Paulo: Érica, 2010.

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 1982.

MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2017.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 16. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

CAMARGO, Matheus de Castro. Modelagens de transformadores de potencial. Santa


Maria, RS: UFSM, 2015

STAUDT, Tiago. Transformadores de Corrente. Florianópolis, SC: UFSC, 2009

NEGRÃO, Danilo Luiz Alves. Metodologia para a Coordenação e Seletividade da


Proteção Direcional de Sobrecorrente em Sistemas de Transmissão de Energia
Elétrica, São Carlos, SP: EESC, 2015

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