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Dedicatória

Este trabalho de pesquisa é dedicado, à minha querida mãe Cristina Tchivala, que deu tudo pela
minha formação aos meus queridos avós por terem sido pais para mim e a minha família que viveu
estas páginas comigo e a todos aqueles que contribuíram e me incentivaram directa ou
indirectamente para à concretização do mesmo.

1
Agradecimentos

Quero em primeiro lugar, agradecer à Deus, que foi e será sempre a candeia do meu sucesso.

Ao meu orientador Eng° Domingos Baptista, agradeço-lhe pela paciência e acompanhamento que
me brindou.

A todos os professores desta casa do saber que, humildemente souberam facilitar-nos seus
conhecimentos.

Ao Instituto Nacional de Petróleos que tão sabiamente implantou em tempo oportuno o curso de
Electromecânica.

Por último, aos amigos, companheiros e a todas as individualidades que de uma ou doutra forma,
tenham contribuído para a concretização deste trabalho.

Á todos o meu muito obrigado.

2
Pensamento

Tudo aquilo que o homem ignora, não presta para ele, por isso o
universo de cada um se resume no tamanho do seu saber
Albert Einstein

3
Resumo

Sistemas Elétricos de Potência é o conjunto constituído por centrais elétricas, subestações de


transformação e de interligação, linhas e receptores, ligados eletricamente entre si, são grandes
sistemas de energia que englobam geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

A geração da energia eléctrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia eléctrica.


Este processo ocorre em duas etapas.

O sistema de geração é formado pelos seguintes componentes: Máquina primária, geradores,


transformador e sistema de controle, comando e proteção.

O Sistema Interligado Nacional - Conjunto de instalações e de equipamentos que possibilitam o


suprimento de energia elétrica nas regiões do país interligadas eletricamente, conforme
regulamentação aplicável.

O sistema interligado conta actualmente com dez províncias, sendo o principal benefício o aumento
do escoamento da capacidade de produção existente no Médio Cuanza e no Soyo.

No ano passado, foi concluída a interligação entre os sistemas norte e centro, com a integração no
sistema eléctrico nacional das províncias de Benguela, Bié e Huambo.

Neste momento, está em fase de preparação a interligação entre as regiões centro e sul, que
culminará com a integração na rede eléctrica nacional das províncias da Huíla e Namibe.

Palavras-Chave: O Sistema Interligado Nacional.

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Abstract
Electric Power Systems is the set consisting of power plants, transformer and interconnection
substations, lines and receivers, electrically linked together, are large systems of electric energy.

The generation of electrical energy is the transformation of any type of energy into electrical energy.
This process takes place in two stages.

The generation system is formed by the following components: Primary machine, generators,
transformer and control, command and protection system.

The National Interconnected System - Set of facilities and equipment that enable the supply of
electricity in the regions of the country that are electrically interconnected, in accordance with
applicable regulations.

The interconnected system currently has ten provinces, the main benefit of which is the increased
flow of existing production capacity in the Middle Cuanza and Soyo.

Last year, the interconnection between the north and center systems was completed, with the
integration in the national electrical system of the provinces of Benguela, Bié and Huambo.

At this moment, the interconnection between the central and southern regions is being prepared,
which will culminate with the integration in the national electricity network of the provinces of Huíla
and Namibe.

Keywords: The National Interconnected System.

5
Índice

Dedicatória.........................................................................................................................................1

Agradecimentos.................................................................................................................................2

Pensamento.......................................................................................................................................3

Resumo..............................................................................................................................................4

Abstract..............................................................................................................................................5

Lista de Figuras..................................................................................................................................8

Lista de abreviaturas..........................................................................................................................9

Introdução.........................................................................................................................................10

Objectivos.........................................................................................................................................11

Objectivos Gerais........................................................................................................................11

Objectivos Específicos................................................................................................................11

Capitulo 1

1 Sistemas Elétricos de Potência (SEP)..........................................................................................12

1.1 As Etapas do Sistema Elétrico de Potência...............................................................................13

1.1.1 Geração...................................................................................................................................13

1.1.2 Cogeração...............................................................................................................................14

1.2 Subestações Elétrica..................................................................................................................14

Classificação das SE...............................................................................................................14

Quanto à Função.....................................................................................................................14

SE de Manobra........................................................................................................................14

SE de Transformação..............................................................................................................14

SE Elevadora...........................................................................................................................14

SE Abaixadora.........................................................................................................................15

SE de Distribuição...................................................................................................................15

SE Conversoras ......................................................................................................................15

SE de Alta Tensão...................................................................................................................15

SE de Extra Alta Tensão.........................................................................................................15

6
1.3 Sistema de Geração de Energia Eléctrica...............................................................................15

1.3.1 Máquina Primária.......................................................................................................16

1.3.2 Geradores .................................................................................................................16

1.3.3 Transformadores........................................................................................................16

1.3.4 Controle, Comando e Proteção.................................................................................16

1.4 Transporte de Energia Elétrica...................................................................................................17

Transmissão.......................................................................................................................17

Interconexão.......................................................................................................................17

Subtransmissão..................................................................................................................17

Distribuição.........................................................................................................................17

1.5 Distribuição de Energia Elétrica.................................................................................................19

1.6. Eficiência Energética.................................................................................................................20

1.6.1 Transformadores........................................................................................................21

1.6.2 Disjuntores..............................................................................................................21

1.6.3 Chaves Seccionadoras...........................................................................................22

1.6.4 Para-Raios ou Descarregador de Sobretensão.......................................................22

1.6.5 Relés...................................................... ................................................................23


1.6.6 Isoladores.............................................................................................................23
1.6.7 Estruturas de suporte e sustentação......................................................................24
Capitulo 2
2 Sistema Interligado Nacional (Definição)...............................................................................26
2.1 Funcionamento do Sistema Interligado no Brasil....................................................................26

2.2 Sistema Interligado em Angola...............................................................................................27

2.2.1 Produção de Energia em Angola............................................................................................27

2.3 Anomalia no Sistema Interligado Norte e Centro....................................................................28

2.4 Implantação do Controle Automático de Geração (CAG) no Sistema Elétrico


Interligado.........................................................................................................................................30

2.5 Etapas do Projecto Controle Automático de Geração............................................................ 30

ETAPA EMERGENCIAL.........................................................................................................30

ETAPA REGULAÇÃO PRIMARIA..........................................................................................30

IMPLANTAÇÃO DO CAG.......................................................................................................30

7
2.6 Vantagens do Sistema Eléctrico Interligado Angolano.........................................................31

2.7 Barragem de Laúca com Maior Capacidade de Produção..................................................33

2.8 Barragem de Laúca coloca Angola no top 10 Mundial………………….…………………….34

Conclusão.........................................................................................................................................35

Recomendações...............................................................................................................................36

Referencias Bibliograficas................................................................................................................37

8
Lista de Figuras

Figura 1 - Sistema Eléctrico de Potência.........................................................................................13


Figura 1.1.2 - Esquema geral de cogeração em uma indústria.......................................................14

Figura 1.2 - Subestação Elétrica (SE)..............................................................................................15

Figura 1.4 - Torres de Transmissão de Energia Electrica................................................................19

Figura 1.5 – Distribuição de Energia Electrica ................................................................................20

Figura 1.6.1 -Transformador de Potência.........................................................................................21

Figura 1.6.2 - Disjuntor a Gás SF6...................................................................................................22

Figura 1.6.3 - Arco elétrico durante abertura sem carga de Chave Seccionadora..........................22

Figura 1.6.4 - Para-raios de Estação Polimérico e de Porcelana.....................................................23

Figura 1.6.5 – Relés.........................................................................................................................24

Figura 1.6.6 - Tipos de Isoladores Utilizados em redes Eléctricas..................................................25

Figura 1.6.7 – Estrutura de Suporte e Sustentação.........................................................................25

Figura 2.2.1 – Ilustração do Mapa com as Províncias interligadas..................................................28

Figura 2.3 - Reposição do sistema interligado nacional, causado por um curto circuito..................29

Figura 2.7 - Barragem de Laúca........................................................................................................33

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Lista de abreviaturas

ANEEL-Agência Nacional de Energia Eléctrica

SE-Subestação Eléctrica

TC´s -Transformadores de Corrente

TP´s -Transformadores de Potência

EHV- Extra alta tensão

AT- Alta tensão

MT- Média tensão

V-Tensão

SEP - Sistema Eléctrico de Potência

SIN-Sistema Interligado Nacional

ONS-Operador Nacional do Sistema Eléctrico

RNT-Rede Nacional de Transporte

CAG-Controle Automático de Geração

APROT- Asseguradora de Protecção

TWh -Tera Watt hora

MW-Megawatt

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Introdução

A energia elétrica é uma das formas de energia que a humanidade mais utiliza na atualidade. Diante
disso, existe uma relação quase linear entre crescimento econômico e aumento de consumo de
energia elétrica de um país. Um país que pretende manter seu crescimento econômico em épocas
de crise, deve priorizar medidas que garantam o fornecimento de energia a seus consumidores.

A indústria de energia elétrica tem as seguintes atividades clássicas: “produção”, “transmissão”,


“distribuição” e “comercialização”, sendo que esta última engloba a medição e faturamento dos
consumidores.

Em muitos casos, como o de fornecimento de energia elétrica para as residências, a atividade de


comercialização é realizada juntamente com a de distribuição.

Entre a produção da energia elétrica até o seu consumo final existe um longo caminho pelo qual a
energia elétrica é transportada, o qual é composto pelas redes de transmissão e de distribuição.

Entre as redes de transmissão e de distribuição existe, em muitas situações, uma outra rede com a
função de repartir a energia. Esta rede intermediária é chamada de “rede de subtransmissão”.

Ao conjunto das instalações e equipamentos que se prestam para a geração (conversão de uma
dada forma de energia em energia elétrica) e transmissão de grandes blocos de energia dá-se o
nome de sistema elétrico de potência.

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Objectivos

Objectivos Gerais

- Fazer uma abordagem sobre a implementação do sistema interligado em Angola, e mencionar


quais são as províncias que já beneficiam da Energia Eléctrica do sistema interligado.

Objectivos Específicos
Os objectivos específicos do trabalho são:
- Apresentar os benefícios que o sistema interligado trará a sociedade Angolana.
- Mostrar quais são as vantagens que o sistema interligado proporcionará ao país.
- Mostrar os processos de geração, transmissão e distribuição de energia eléctrica.

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Capitulo 1

1. Sistemas Elétricos de Potência (SEP)

É o conjunto constituído por centrais elétricas, subestações de transformação e de


interligação, linhas e receptores, ligados eletricamente entre si, são grandes sistemas
de energia que englobam geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

A geração de energia elétrica se faz em usinas localizadas em função de suas características


próprias. Usinas hidrelétricas, que usam represamento de rios e lagos, são localizadas nos pontos
dos rios e lagos considerados mais eficientes para o armazenamento do volume ideal de água.

Usinas térmicas podem ser localizadas em pontos mais convenientes para a transmissão e controle.
Geradores eólicos são localizados em pontos com maior volume de ventos.

O sistema elétrico de potência engloba todas as formas de geração de energia elétrica e sua
transmissão até chegar aos consumidores.

Figura 1 - Sistema Eléctrico de Potência

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1.1 As Etapas do Sistema Elétrico de Potência

1.1.1 Geração
A geração da energia eléctrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia eléctrica.
Este processo ocorre em duas etapas:

Na 1° Etapa uma máquina primária transforma qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou
térmica, em energia cinética de rotação.

Na 2° Etapa um gerador elétrico acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de


rotação em energia elétrica.

Como por exemplo podemos tomar uma hidroelétrica onde uma turbina hidráulica transforma a
energia potencial da água em desnível, em energia cinética de rotação que é transferida a um eixo
acoplado a um gerador.

1.1.2 Cogeração
De acordo com a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica), cogeração de energia é definida
como o processo de produção combinada de calor e energia elétrica (ou mecânica), a partir de um
combustível, capaz de produzir benefícios sociais, econômicos e ambientais.

A atividade de cogeração contribui efetivamente para a racionalização energética, uma vez que
possibilita maior produção de energia elétrica e térmica a partir da mesma quantidade de
combustível.

Diferentemente da geração, na cogeração a energia térmica, ou outro tipo de energia, é utilizado


diretamente nos processos de manufatura, tais como fornos, caldeiras, entre outros.

A cogeração é o reaproveitamento dos resíduos de energia dessas fontes para a geração de energia
elétrica diminuindo, assim, as perdas e, consequentemente, aumentando o rendimento e o
aproveitamento das fontes de energia.

Figura 1.1.2 - Esquema geral de cogeração em uma indústria

14
1.2 Subestações Elétrica

Conjunto de instalações elétricas em média ou alta tensão que agrupa os equipamentos, condutores
e acessórios, destinados à proteção, medição, manobra e transformação de grandezas elétricas.”
As subestações (SE) são pontos de convergência, entrada e saída, de linhas de transmissão ou
distribuição. Com frequência, constituem uma interface entre dois subsistemas.
Classificação das SE:
A) Quanto à Função:
SE de Manobra
Permite manobrar partes do sistema, inserindo ou retirando-as de serviço, em um mesmo nível de
tensão.
➢ SE de Transformação
➢ SE Elevadora
Localizadas na saída das usinas geradoras.
Elevam a tensão para níveis de transmissão e sub-transmissão (transporte econômico da
energia).
➢ SE Abaixadora
Localizadas na periferia das cidades.
Diminuem os níveis de tensão evitando inconvenientes para a população como: rádio
interferência, campos magnéticos intensos, e faixas de passagem muito largas.
➢ SE de Distribuição:
Diminuem a tensão para o nível de distribuição primária (13,8kV – 34,5kV).
Podem pertencer à concessionária ou a grandes consumidores.
➢ SE de Regulação de Tensão
Através do emprego de equipamentos de compensação tais como reatores, capacitores,
compensadores estáticos, etc.
➢ SE Conversoras
Associadas a sistemas de transmissão em CC (SE Retificadora e SE Inversora).
B) Quanto ao Nível de Tensão:
➢ SE de Alta Tensão – tensão nominal abaixo de 230kV.
➢ SE de Extra Alta Tensão - tensão nominal acima de 230kV.

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Figura 1.2 - Subestação Elétrica (SE)

1.3 Sistema de Geração de Energia Eléctrica


O sistema de geração é formado pelos seguintes componentes: Máquina primária, geradores,
transformador e sistema de controle, comando e proteção.

1.3.1 Máquina Primária


É a máquina que faz a transformação de qualquer tipo de energia em energia cinética de rotação
para ser aproveitada pelo gerador. Por exemplo, a máquina que transforma a energia liberada pela
combustão do gás em energia cinética é a turbina a gás.

As principais máquinas primárias utilizadas hoje são motores Diesel, turbinas hidráulicas, turbinas
a vapor, turbinas a gás e eólicas.

Normalmente as centrais elétricas onde as máquinas primárias são turbinas a vapor, as centrais
são classificadas em relação ao combustível utilizado para aquecer o vapor.

Onde ocorre o processo de combustão as centrais são chamadas de termelétricas e onde ocorre o
processo de fissão nuclear são chamadas de termonucleares.

1.3.2 Geradores
São os geradores que transformam a energia cinética de rotação das máquinas primárias em
energia elétrica.

Os geradores são dimensionados de acordo com a potência que a máquina primária pode fornecer.
Além da potência, o tipo de máquina primária (eólica, hídrica, térmica, etc.) define também a
velocidade de rotação que irá ser transmitida ao gerador e, em função dessa velocidade é definido
o número de polos do gerador.

16
1.3.3 Transformadores
Uma vez gerada a energia elétrica, existe a necessidade de se compatibilizar o nível da tensão de
saída com a tensão do sistema ao qual o grupo gerador será ligado.

O equipamento utilizado para elevar ou rebaixar o nível de tensão é o transformador.

Desta forma um grupo gerador que gera energia a uma tensão de 15 KV pode ser ligado a uma
linha de transmissão de 60 KV desde que um transformador de 10-60 KV faça o ajuste de tensão.

1.3.4 Controle, Comando e Proteção

Para interligar um grupo gerador a uma rede de transmissão ou distribuição são necessários vários
requisitos. Em primeiro lugar, a tensão de saída do gerador não pode variar mais que 10% para
cima ou para baixo. O controle da tensão é feito através da excitatriz do próprio gerador.

No entanto, não basta apenas compatibilizar a tensão. É necessário que se faça o sincronismo com
a rede antes de comandar o fechamento da linha. Para que estas medidas sejam tomadas, são
necessários vários equipamentos de manobra e proteção, tais como TC´s, TP´s, Relés e
Disjuntores.

O quadro de comando e proteção reúne todos estes equipamentos, e permite ao operador


supervisionar o funcionamento do sistema e atuar imediatamente caso se faça necessário.

A frequência do sistema elétrico é a variável mais importante e a mais difícil de ser controlada. Para
que o sistema de geração funcione corretamente, é necessário que a frequência de tensão de saída
do gerador seja constante e de acordo com o sistema elétrico da região em que se encontra :Por
exemplo a frequência de operação dom sistema elétrico é de 50 Hz. Esta frequência é função da
rotação do gerador, portanto o gerador deve funcionar sempre em uma rotação fixa, que é aplicada
pela máquina primária. Portanto ela depende da velocidade de rotação da máquina primária.

Cabe ao sistema de controle atuar nos reguladores de velocidade das máquinas primárias e assim
garantir uma frequência fixa da tensão na saída do gerador.

A potência elétrica de saída do gerador é diretamente proporcional a potência mecânica transmitida


pela máquina primária através do eixo. Sabemos que a potência mecânica na ponta do eixo de uma
máquina girante é diretamente proporcional ao produto da velocidade de rotação e o torque na ponta
de eixo:

P= k. C.n
Onde k é uma constante de proporcionalidade.

Portanto, se o gerador precisar entregar mais potência para o sistema devido a um aumento súbito
de carga, a máquina primária precisa aumentar o torque transferido ao gerador, uma vez que a
rotação deve-se manter constante.

17
1.4 Transporte de Energia Eléctrica

Junto às usinas, subestações elevadoras transformam a energia para um nível de tensão adequado,
o qual é função da potência a transportar e às distâncias envolvidas.

O transporte de energia é realizado por diferentes segmentos da rede elétrica que são definidos
com base na função que exercem:

Transmissão: redes que interligam a geração aos centros de carga.


Interconexão: interligação entre sistemas independentes.
Subtransmissão: rede para casos onde a distribuição não se conecta a transmissão, havendo
estágio intermediário de repartição da energia entre várias regiões.

Distribuição: rede que interliga a transmissão (ou subtransmissão) aos pontos de consumo sendo
subdividida em distribuição primária (nível de média tensão - MT) ou distribuição secundária (nível
de uso residencial).

As tensões usuais de transmissão adotadas, em corrente alternada, podem variar de 138 kV até
765 kV incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345 kV, 440 kV e 500 kV.

Os sistemas ditos de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 34,5 kV,
69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição, cujos alimentadores primários
de saída operam usualmente em níveis de 15KV. Junto aos pequenos consumidores existe uma
outra redução do nível de tensão para valores entre 220 V e 380 V, na qual operam os alimentadores
secundários.

As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV são denominadas de Redes em EHV
- Extra Alta Tensão.

As redes com tensões nominais iguais e entre 69 kV e 138 kV são denominadas Redes em AT –
Alta Tensão.

As redes com tensão nominal entre 1 kV e 69 kV são denominadas Redes em MT – Média Tensão
(ou em Tensão Primária) e os sistemas com tensões abaixo de 1 kV formam as Redes em Baixa
Tensão (ou em Tensão Secundária).

Para se escolher transmissão entre sistemas de corrente alternada ou corrente contínua são feitos
estudos técnicos e econômicos. Sistemas de corrente contínua começam a se mostrar viáveis para
distâncias acima de 600 ~ 800 km.

No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído


basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de transmissão, estações
seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras.

Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela


presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para retificação da corrente) e
junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) e ainda pela ausência de subestações
intermediárias abaixadoras ou de seccionamento.

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As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente
alternada enquanto que as estações conversoras ainda apresentam custo relativamente alto
portanto a transmissão em corrente contínua somente se mostra vantajosa em aplicações
específicas como na interligação de sistemas com frequências diferentes ou para transmissão de
energia a grandes distâncias.

A necessidade de sistemas de transmissão em tensão superior à de geração e de distribuição se


deve a impossibilidade de transmitir diretamente, mesmo em distâncias relativamente pequenas, a
potência elétrica gerada nas usinas, pois as correntes seriam elevadas e as quedas de tensão e as
perdas de potência na transmissão inviabilizariam técnica e economicamente as transmissões.

Esse problema é tanto mais grave quanto maior for a distância de transmissão e quanto maior for a
potência a ser transmitida.

Com a elevação da tensão, a potência gerada nas usinas (que é função do produto da tensão pela
corrente) pode ser transmitida com correntes inferiores às de geração, o que viabiliza a transmissão.

Um fator importante na minimização dos custos de transmissão e de distribuição está ligado à


escolha da seção dos cabos condutores das linhas, ou seja, de sua resistência ôhmica. Como o
custo das linhas (e do sistema de transmissão) aumenta de forma linear com a seção condutora e
as perdas ôhmicas (e, portanto, o seu custo) variam com o inverso da seção dos condutores, existe
um ponto de mínimo custo, que corresponde a seção condutora ótima.

Os consumidores, individualmente, requerem potências inferiores às transmitidas. Portanto, são


previstas estações abaixadoras nas quais as tensões de transmissão são transformadas para níveis
compatíveis com as cargas que vão alimentar regionalmente. Observa-se que as pequenas
potências de distribuição transportadas por circuitos aéreos ou subterrâneos nas ruas ou avenidas
são adequadas às baixas tensões, também por questões de segurança. Em resumo, sob o ponto
de vista funcional e também operacional, a estrutura de um sistema elétrico pode ser dividida em
várias subestruturas baseadas sobretudo nos seus diversos níveis de tensão: geração/ transmissão/
sub-transmissão/ distribuição (primária e secundária).

19
Figura 1.4 - Torres de Transmissão de Energia Electrica

1.5 Distribuição de Energia Elétrica

As linhas de transmissão e de subtransmissão convergem para as estações de distribuição, onde a


tensão é abaixada, usualmente para o nível de 13,8 kV.

Destas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos transformadores de


distribuição da concessionária ou a consumidores em tensão primária. Os alimentadores primários
aéreos operam normalmente de maneira radial e com formação arborescente atendendo aos pontos
de carga, conforme ilustração a seguir.

Figura 1.5 – Distribuição de Energia Electrica

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1.6 Eficiência Energética

Para atingir um ponto de eficiência, onde se consiga economizar nos investimentos, cada vez mais
se tem buscado operar e expandir o sistema utilizando critérios de custos.

Para a operação, o menor custo no presente é gerar toda a energia através de fontes hidráulicas,
largamente mais baratas. Entretanto, essa operação para o longo prazo é complicada, pois depende
do ciclo das águas e do regime de chuvas na região dos reservatórios das usinas. Períodos de seca
podem levar a racionamentos na produção de eletricidade, pois as turbinas precisam de uma vazão
mínima de água para gerar energia dentro da tensão e frequência padronizadas. Assim, para a
operação, o menor custo é um meio-termo onde gera-se parte nas hidroelétricas e parte em usinas
térmicas, de forma a deixar sempre uma certa reserva de energia hidráulica para o futuro.

Para o planejamento da transmissão, o menor custo ocorre quando é mínima a totalização dos
custos dos investimentos necessários para atender o critério de custos das perdas térmicas e outras
perdas de transporte da rede elétrica.

Para transmitir todo este montante de energia com a menor perda possível, faz-se o uso de
elevadas tensões elétricas, até 765 000 volts.

O uso de tensões elevadas pode ser explicado pelo efeito da transformação de potência elétrica
(uso de transformadores), onde temos que ao elevar a tensão elétrica V, para uma mesma potência
elétrica P, teremos uma menor corrente elétrica I.

Como as perdas térmicas são dadas pela Lei de Joule, que afirma que a perda é proporcional ao
quadrado da corrente, conclui-se que reduzindo a corrente elétrica e aumentando a tensão obtemos
uma significante redução nas perdas.

Assim, se fará necessário toda uma cadeia de geração, elevação de tensão, subestações,
transmissão, redução de tensão e distribuição da energia elétrica. O que envolve uma enorme
quantidade de equipamentos, como:

➢ Transformadores

➢ Disjuntores

➢ Para-raios

➢ Chaves Seccionadoras

➢ Relés

➢ Isoladores

➢ Estruturas de suporte e sustentação

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Logo, os sistemas elétricos de potência são essenciais para garantir o melhor índice de eficiência
na geração e consumo da energia elétrica, assim como garantir os padrões
de qualidade, confiabilidade e continuidade.

1.6.1 Transformadores

Uma vez gerada a energia elétrica, existe a necessidade de se compatibilizar o nível da tensão de
saída com a tensão do sistema ao qual o grupo gerador será ligado. O equipamento utilizado para
elevar ou rebaixar o nível de tensão é o transformador. Desta forma um grupo gerador que gera
energia a uma tensão de 15 KV pode ser ligado a uma linha de transmissão de 60 KV desde que
um transformador de 10-60 KV faça o ajuste de tensão.

Figura 1.6.1 -Transformador de Potência

1.6.2 Disjuntores

Dispositivo de manobra e proteção que permite a abertura ou fechamento de circuitos de potência


em quaisquer condições de operação, normal e anormal, manual ou automática. Os equipamentos
de manobra são dimensionados para suportar correntes de carga e de

curto-circuito nominais.

Figura 1.6.2 - Disjuntor a Gás SF6.

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1.6.3 Chaves Seccionadoras

Os seccionadores automáticos são dispositivos projetados para operar em conjunto com


religadores, ou com disjuntor comandado por relés de sobrecorrente dotados da função de
religamento. O seccionador automático abre seus contatos quando o circuito é desenergizado pelo
religador/disjuntor situado à sua retaguarda (montante). O seccionador é ligado a certa distância do
religador/disjuntor no seu lado de carga.

Figura 1.6.3 - Arco elétrico durante abertura sem carga de Chave Seccionadora

1.6.4 Para-Raios ou Descarregador de Tensão

São em geral localizados nas entradas de linha, saídas de linhas e na extremidade de algumas
barras de média tensão de subestações para proteção contra sobretensões promovidas por
chaveamentos e descargas atmosféricas no sistema.

Os para-raios são também localizados nos transformadores de distribuição. Para-raios e


supressores de surtos de tensão são ambos dispositivos para proteção de equipamentos contra

sobretensões transitórias.

Figura 1.6.4 - Para-raios de Estação Polimérico e de Porcelana.

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1.6.5 Relés
Os relés de proteção são dispositivos responsáveis pelo gerenciamento e monitoramento das
grandezas elétricas em um determinado circuito. Os relés são projetados para sentir perturbações
no sistema elétrico e automaticamente executar ações de controle sobre dispositivos de disjunção
a fim de proteger pessoas e equipamentos.

O sistema de proteção não é composto apenas pelo relé, mas por um conjunto de subsistemas
integrados que interagem entre si com o objetivo de produzir a melhor atuação sobre o sistema, ou
seja, isolar a área defeituosa sem que esta comprometa o restante do SEP. Estes subsistemas são
formados basicamente por relés, disjuntores, transformadores de instrumentação e pelo sistema de
suprimento de energia.

Figura 1.6.5 – Relés

2.6.6 Isoladores

Os isoladores utilizados em redes de transporte e distribuição, figura 2.3, têm não só a função de
isolar as linhas de transmissão, como também a de fixar estas mesmas linhas aos seus apoios.
Desta forma, devem apresentar boas características dielétricas, assim como boas características
mecânicas. Existem diversos tipos de matérias utilizados, desde cerâmicas, vidro, e mais
recentemente (últimas quatro décadas) os de materiais compósitos. Conforme o tipo de material
utilizado, os isoladores apresentam diferentes características mecânicas e dielétricas. Os dois
primeiros têm a vantagem de apresentar uma grande fiabilidade, demonstrada com a experiência
da sua utilização ao longo dos anos.

Contudo, apresentam também uma desvantagem comum que é o peso, podendo levar à seleção
de apoios mais resistentes aumentando o custo de implementação. Os compósitos têm-se
apresentado como uma excelente alternativa, apresentando um custo baixo e peso reduzido, bem
como um desempenho avançado face à poluição relativamente aos demais materiais. No entanto,

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considera-se que ainda não é possível avaliar o seu tempo de vida útil comparativamente aos de
porcelana e vidro.

Figura 1.6.6 - Tipos de Isoladores Utilizados em redes Eléctricas.

1.6.7 Estruturas de suporte e sustentação

As estruturas de suporte são feitas de betão ou ferro, cuja a função é de servir de suporte para
fixação dos equipamentos elétricos.

Figura 1.6.7 – Estrutura de Suporte e Sustentação

25
Capitulo 2

2 Sistema interligado nacional (Definição)

O Sistema Interligado Nacional - SIN é um sistema hidrotérmico de grande porte para produção e
transmissão de energia elétrica, cuja operação envolve modelos complexos de simulações que
estão sob coordenação e controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, que, por sua
vez, é fiscalizado e regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.

O Sistema Interligado Nacional - Conjunto de instalações e de equipamentos que possibilitam o


suprimento de energia elétrica nas regiões do país interligadas eletricamente, conforme
regulamentação aplicável.

A operação hidráulica dos sistemas de reservatórios integrantes do SIN é uma atividade de tempo
real que consiste na operacionalização das diretrizes hidráulicas que, utilizando a capacidade de
regulação dos reservatórios, permite o gerenciamento do armazenamento de água nos
reservatórios, considerando a otimização energética, o controle de cheias e o atendimento aos usos
múltiplos da água.

2.1 Funcionamento do sistema interligado no Brasil

O sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidro-termo-eólico


de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O
Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste,
Nordeste e a maior parte da região.

A interconexão dos sistemas elétricos, por meio da malha de transmissão, propicia a transferência
de energia entre subsistemas, permite a obtenção de ganhos sinérgicos e explora a diversidade
entre os regimes hidrológicos das bacias, a integração dos recursos de geração e transmissão
permite o atendimento ao mercado com segurança e economicidade.

A capacidade instalada de geração do SIN é composta, principalmente, por usinas hidrelétricas


distribuídas em dezesseis bacias hidrográficas nas diferentes regiões do país. Nos últimos anos, a
instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões Nordeste e Sul, apresentou um forte
crescimento, aumentando a importância dessa geração para o atendimento do mercado.

As usinas térmicas, em geral localizadas nas proximidades dos principais centros de carga,
desempenham papel estratégico relevante, pois contribuem para a segurança do SIN.

Essas usinas são despachadas em função das condições hidrológicas vigentes, permitindo a gestão
dos estoques de água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas, para assegurar o
atendimento futuro. Os sistemas de transmissão integram as diferentes fontes de produção de
energia e possibilitam o suprimento do mercado consumidor.

26
2.2 Sistema interligado em Angola

2.2.1 Produção de energia em Angola

A capacidade de produção energética no país teve um aumento de 1.562 megawatts nos últimos
três anos. Em 2017, a capacidade de produção energética era de 4.068 megawatts e actualmente
é de 5.630, sendo 3.342 megawatts de produção hídrica, 2223 de produção térmica e 35 megawatts
de produção híbrida.

Este incremento deveu-se essencialmente à entrada em operação da quinta turbina de Laúca, no


final de junho do ano passado, e das novas centrais térmicas de Saurimo, Luena e Cuíto, igualmente
no final do passado ano.

Com o aumento da produção hídrica, verificou-se uma redução drástica no consumo de diesel para
a produção de energia eléctrica, causando uma queda no consumo de 1.364. 256 metros cúbicos
em 2015 para 539.496 metros cúbicos no final de 2019, representando uma redução de 60 por
cento. Esta redução resultou numa poupança estimada de 111.34 mil milhões de kwanzas aos
cofres do Estado.

No ano assado, foi concluída a interligação entre os sistemas norte e centro, com a integração no
sistema eléctrico nacional das províncias de Benguela, Bié e Huambo.

O sistema interligado conta actualmente com dez províncias, sendo o principal benefício o aumento
do escoamento da capacidade de produção existente no Médio Cuanza e no Soyo.

Neste momento, está em fase de preparação a interligação entre as regiões centro e sul, que
culminará com a integração na rede eléctrica nacional das províncias da Huíla e Namibe.

Em 2019, foram realizados investimentos para a ampliação das ligações domiciliares em várias
cidades e vilas do país, como no Zaire, Luanda, Benguela, Cabinda e Huambo, que permitiu fazer
crescer o número de beneficiários em mais de 337.955 famílias, com um total de 1.689. 775
pessoas.

27
Figura 2.2.1 – Ilustração do Mapa com as Províncias interligadas

2.3 Anomalia no sistema interligado norte e centro

O sistema centro voltou a normalidade às 17h13, depois de uma perturbação que deixou dez
províncias do país privadas do fornecimento de energia eléctrica.

Conforme um comunicado da Rede Nacional de Transporte de Eletricidade EP

(RNT), a tensão já está reposta na totalidade nas províncias de Luanda, Bengo, Cuanza Norte,
Malanje, Uíge, Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Bié e Zaire.

Por volta das 11h15min, registou-se um desligamento intempestivo de todas as centrais de


produção, linhas e sistemas de transporte do sistema interligado, por causas desconhecidas.

De acordo com a RNT, esteve em curso acções para clarificar as causas do corte geral de energia,
por quase seis horas, numa altura em que o país entrava em estado de Emergência face a Pandemia
da Covid-19.

O Sistema Interligado Norte Centro, maior do país, tem disponibilidade hidroelétrica de três mil e
900 MW (sem contar com as centrais térmicas).

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De acordo com uma nota do ministério, a energia elétrica começou a ser reposta, de forma faseada,
nas dez províncias interligadas pelo sistema norte, centro e sul do país.

A província de Luanda, capital de Angola, foi a primeira a ver reposta a situação, na ordem dos 80%,
depois da anomalia registada por volta da 11h15min.

O desligamento afetou todas as centrais de produção, linhas e sistemas de transporte, do sistema


interligado.

Figura 2.3 - Reposição do sistema interligado nacional, causado por um curto circuito.

O nosso sistema não está ainda completamente fiável, pode ter havido uma tempestade que
arrastou os grupos, disse Neusa Cumbe, explicando ainda que o grupo de Laúca é um sistema
moderno e quando existem problemas acusa, desligando-se.

E quando desliga arraste todas as centrais de produção, linhas e sistemas de transporte, para
proteger os equipamentos, referiu.

O sistema interligado norte, centro e sul abrange as províncias de Luanda, Bengo, Cuanza Norte,
Cuanza Sul, Uíge, Zaire, Malanje, Benguela, Bié.

29
2.4 Implantação do Controle Automático de Geração (CAG) no Sistema
Elétrico Interligado.

A APROT assinou um contrato para reforço da estabilidade e implantação do Controle Automático


de Geração (CAG) no sistema elétrico interligado.

O sistema elétrico Angolano teve grandes investimentos nos sistemas de Geração, Transmissão e
distribuição nos últimos anos.

Atualmente o sistema interligado já atinge 10 das 18 províncias de Angola, porém ainda apresenta
falhas de estabilidade, principalmente durante a ocorrências de curtos-circuitos, motivo que gerou
alguns blecautes no país.

O foco deste contrato é de reduzir consideravelmente a quantidade de blecautes o que já é uma


realidade tangível face aos investimentos que aumentaram a confiabilidade do sistema elétrico de
Angola.

Serão realizados diversos estudos: transitórios eletromecânicos, ajustes nos sistemas de regulação,
coordenação e seletividade e também os ajustes devidos nos sistemas de proteção e regulação.

O CAG fara a leitura das grandezas elétricas e enviara ajustes de potência otimizado para as
maquinas. Os medidores possuirão PMU (sincro-fasores) que poderão ser utilizados para análise
de estabilidade e futuras melhorias nos algoritmos.

2.5 Etapas do Projecto Controle Automático de Geração

O projeto é dividido em 3 etapas, sendo:

- ETAPA EMERGENCIAL – Onde foram feitos estudos e ajustes provisórios para os estatismos de
Laúca e redução dos tempos das proteções de retaguarda. Encontra-se em desenvolvimento a
verificação da coordenação geral do sistema

- ETAPA REGULAÇÃO PRIMARIA – Serão realizados levantamentos das maquinas das principais
centrais, construção das curvas de transferência e estudos para determinação dos ajustes
otimizados dos reguladores de velocidade e tensão.

- IMPLANTAÇÃO DO CAG – Nesta etapa serão implantados os medidores e será realizada a


implantação do CAG com base no COSN-CAMAMA.

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2.6 Vantagens do Sistema Eléctrico Interligado Angolano

A operação do sistema elétrico Angolano de forma interligada, proporciona uma série de vantagens,
tais como:

1- Ganho em energia firme (energia mínima que permite uma operação continua das plantas
hidrelétricas num período de tempo);

2- Minimização de riscos de interrupção no suprimento de energia, devido ao facto da manutenção


de reservas energéticas para suportar períodos de baixa hidrologia;

3- Manutenção de níveis adequados de confiabilidade da rede elétrica;

4- Utilização de energia hidráulica disponível em outros pontos do sistema, de maneira a diminuir


os custos operativos e reduzir os preços da energia elétrica para os consumidores;

5- Uma adequada reprogramação da geração, ajustando-se a mesma às condições verificadas de


demanda e hidrologia;

6- Outros usos dos reservatórios: navegabilidade, controle de cheias, irrigação, etc.

Deforma geral, os grandes usuários de energia elétrica, principalmente aqueles com uma alta
demanda contratada, localizados em grandes áreas industriais e cada vez em maior número,
também demandam melhores condições operacionais das companhias geradoras ou distribuidoras
de energia elétrica.

Visando prevenir indesejáveis e frequentes quedas, interrupções não-programadas, oscilações


abruptas de carga e tensão, variações de frequência, ou falhas nas redes de transmissão e
distribuição, índices e padrões para o controle de qualidade são estabelecidos por leis
regulamentares do setor simultaneamente, há um aumento na complexidade do planejamento,
administração, supervisão e controle necessários para atender esta demanda.

Como consequência deste crescimento, os sistemas de energia podem ser operados próximos a
seus limites, demandando assim um planejamento de geração e transmissão mais cuidadoso para
que sejam evitados maiores problemas.

As medidas inicialmente tomadas para permitir o desenvolvimento dos sistemas de geração estava
a realização do inventário dos recursos elétricos. Desde então, acrescente complexidade dos
sistemas de transmissão e geração de energia elétrica tem sido acompanhada por um notável
desenvolvimento tecnológico.

31
Procura-se, até hoje, aliar experiências e avanços tecnológicos internacionais com a real
necessidade de solução dos problemas mais particularmente, na área de planejamento da expansão
e operação de sistemas geradores e de transmissão, as características físicas e sócio econômicas
do país impõem a formulação de soluções específicas para a nossa realidade e não disponíveis em
outros países.

A energia elétrica deve chegar aos consumidores dentro de determinados padrões de continuidade
e qualidade de suprimento, obtidas às custas de um certo investimento no sistema. Se, por um lado,
investimentos insuficientes s implicarão na perda de qualidade do produto, por outro lado, o excesso
de investimentos resultará em um produto final com custo muito elevado, o que irá desestimular o
consumo. Assim, planejar e operar adequadamente um sistema de energia elétrica significa chegar
a uma solução de compromisso entre a minimização dos custos de investimentos e operação e ao
atendimento de padrões preestabelecidos de qualidade do produto final.

O conceito de qualidade do produto energia elétrica está usualmente associado à continuidade do


suprimento e ao atendimento de padrões de regulação de frequência e tensão. Soma-se a essas
exigências o facto de que o ambiente no qual os engenheiros e técnicos que gerenciam os sistemas
elétricos precisam operar atualmente está mudando com muita rapidez.

Vários problemas relacionados com os sistemas de energia elétrica devem ser enfrentados pelos
profissionais da área, que vão desde a programação da operação diária da rede (pré- despacho).

Até os estudos de planejamento da sua expansão, como por exemplo:

➢ Operação em tempo real: garantir que a geração atenda à demanda;


➢ Análise de segurança em tempo real: avaliar efeitos de eventuais alterações na rede;
➢ Determinar estratégias de controle preventivo/corretivo;
➢ Operação econômica (despacho econômico): determinação das potências entregues por
cada;
➢ gerador de forma a minimizar custo total de geração;
➢ Proteção de sistemas;
➢ Planejamento da expansão do sistema de transmissão;
➢ Planejamento da expansão do sistema de geração.

32
2.7 Barragem de Laúca com Maior Capacidade de Produção

A quinta turbina de produção de energia eléctrica, das seis previstas na barragem de Laúca
(Malanje), entrou sexta-feira em operação comercial elevando a capacidade do empreendimento
para 1670 megawatts, informou o Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza.

Aquele Gabinete informou ainda em comunicado que a entrada em funcionamento da quinta turbina
permitiu elevar de 1336 para 1670 megawatts a capacidade de produção de energia eléctrica, que
aumentará para 2070 Megawatts com a operação comercial da sexta turbina, bem como da Central
Ecológica, até ao final do primeiro semestre de 2020.

A produção deste aproveitamento, acrescida das restantes centrais hidroelétricas do Médio Cuanza
(Cambambe e Capanda), dos aproveitamentos hidroelétricos das Mabubas e do Lomaum, da central
do ciclo combinado do Soyo e de algumas poucas centrais térmicas, permitiu a interligação de um
total de 10 províncias.

Trata-se das províncias do Zaire, Uíge, Malanje, Bengo, Luanda, Cuanza Norte, Cuanza Sul,
Huambo, Bié e Benguela, que estão interligadas na Rede Nacional de Transporte, segundo o
Gabinete de Aproveitamento do Médio Cuanza.

O comunicado, assinado pelo director Fernando Barros Gonga, afirma que o aumento da
capacidade de produção de energia hídrica facilitará a expansão do sistema eléctrico nacional para
o sul de Angola. (Macauhub).

Figura 2.7 - Barragem de Laúca

33
2.8 Barragem de Laúca coloca Angola no top 10 Mundial

Angola figura do top 10, do ranking mundial dos países que mais contribuíram na geração de energia
a partir de barragens, resultado dos investimentos feitos em Laúca nos últimos oito anos.

Angola contribuiu com cerca de 344 MW ocupando o 7º lugar, segundo o Relatório de Status das
Hidroeléctricas em 2020 da associação mundial de barragens. De acordo com o documento, que
apresenta dados mais recentes sobre capacidade instalada e geração em todo o mundo, principais
tendências e perspectivas do setor hidroeléctrico, o ranking é liderado pelo Brasil, com um débito
no sistema elétrico de 4919MW.

O relatório, que já vai na na sua sétima edição, mostra que a geração de eletricidade atingiu um
recorde de 4.306 Tera Watt-hora (TWh) em 2019, a maior contribuição de uma fonte de energia
renovável da história.

O relatório coloca a China no segundo lugar do ranking com 4170 MW, Laos 1982 MW, Butão 702
MW, Tijkistao 600 MW, Rússia 402 MW, Angola 344 MW, Uganda 260 MW, Etiópia 254 MW e
Turquia 219 MW.

34
Conclusão

Com elaboração deste trabalho de fim de curso podemos chegar as seguintes conclusões:

- A expansão da Energia Eléctrica em todo o território nacional.

- Minimização de riscos de interrupção no suprimento de energia.

- A utilização de energia hidráulica disponível em outros pontos do sistema, de maneira a diminuir


os custos operativos e reduzir os preços da energia elétrica para os consumidores.

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Recomendações

Após termos feito a elaboração deste trabalho que visa mostrar as vantagens e os benefícios da
implementação do Sistema Interligado Nacional trará para a sociedade Angolana.

Para os estudantes que se interessarem pelo tema em questão, e pretenderem ir mais a fundo das
coisas, deverão fazer trabalhos de visitas no campo, ou mesmo fazer um estágio no sector
eléctrico, como o projecto ainda está em curso, para poderem ver o andamento das coisas, para
se ter um relatório mais completo.

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Referências Bibliográficas

[1] GCOI/SCEL/GTP, “Análise Estatística dos Desligamentos Forçados de Componentes.

[2] Sistema Elétrico Brasileiro Referente ao Ano de 1994”, Relatório SCEL-GTP-12/95, 1995.

[3] LIMA, R. C. de,“O Impacto das Novas Tecnologias em Proteção nas Companhias de Energia”, I
Colóquio Sobre os Rumos da Proteção Digital de Sistemas Elétricos, 14 e 15 de setembro de
2006.

[4] Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/Sulfur_hexafluoride - 26/20/2012.

[5] CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA,


“Subestações: Tipos, Equipamentos e Proteção”.

[6] “Automação de Subestações” Telvent S.A.

[7] Celesc Distribuição S.A.

[8] Jornal Angop 2020.

[9] www.internet.com.

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