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Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e

pesquisadores de energia elétrica


Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
O setor elétrico mundial tem passado por amplo processo de
reestruturação organizacional. No Brasil, este processo foi desencadeado
com a criação de um novo marco regulatório, a desestatização das
empresas do setor elétrico, e a abertura do mercado de energia elétrica.
A oferta da energia elétrica aos seus usuários é realizada através da
prestação de serviço público concedido para exploração à entidade
privada ou governamental.
As empresas que prestam serviço público de energia elétrica o fazem
por meio da concessão ou permissão concedidos pelo poder público.
Para gerenciar este novo modelo do setor elétrico, o Governo Federal
criou a estrutura organizacional a seguir:
Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e
pesquisadores de energia elétrica
Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro:
Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e
pesquisadores de energia elétrica
Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
a) Cnpe : Conselho Nacional de Política Energética
Órgão de assessoramento do Presidente da República para formulação de políticas
nacionais e diretrizes de energia, visando, dentre outros, o aproveitamento natural
dos recursos energéticos do país, a revisão periódica da matriz energética e a
definição de diretrizes para programas específicos.
b) Ministério de Minas e Energia
Encarregado de formulação, do planejamento e da implementação de ações do
Governo Federal no âmbito da política energética nacional. O MME detém o poder
concedente.
c) CMSE : Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
Constituído no âmbito do MME e sob sua coordenação direta, com a função precípua
de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do
suprimento eletro energético em todo o território.
d) Empresa de Pesquisa Energética
Empresa pública federal vinculada ao MME tem por finalidade prestar serviços na
área de estudos e pesquisas destinados a subsidiar o planejamento do setor
energético.
Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e
pesquisadores de energia elétrica
Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
e) ANEEL : Agência Nacional de Energia Elétrica
■ Autarquia vinculada ao MME, com finalidade de regular a fiscalização, a
produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia, em
conformidade com as políticas e diretrizes do Governo Federal. A ANEEL detém
os poderes regulador e fiscalizador.
f) OPS : Operador Nacional do Sistema Elétrico
■ Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sob regulação e
fiscalização da ANEEL, tem por objetivo executar as atividades de coordenação e
controle da operação de geração e transmissão, no âmbito do SIN (Sistema
Interligado Nacional). O ONS é responsável pela operação física do sistema e
pelo despacho energético centralizado.
g) CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
■ Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sob regulação e
fiscalização da ANEEL, com finalidade de viabilizar a comercialização de energia
elétrica no Sistema Interligado Nacional - SIN. Administra os contratos de
compra e venda de energia elétrica, sua contabilização e liquidação. A CCEE é
responsável pela operação comercial do sistema.
Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e
pesquisadores de energia elétrica
Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
A comercialização de energia elétrica é atualmente realizada em dois
ambientes diferentes:
■ Ambiente de Contratação Livre (ACL): destinado ao atendimento de
consumidores livres* por meio de contratos bilaterais firmados com produtores
independentes de energia, agentes comercializadores ou geradores estatais.
Estes últimos só podem fazer suas ofertas por meio de leilões públicos.
■ Ambiente de Contratação Regulada (ACR): destinado ao atendimento de
consumidores cativos por meio das distribuidoras, sendo estas supridas por
geradores estatais ou independentes que vendem energia em leilões públicos
anuais.
* Consumidor livre – É o consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica
junto a qualquer fornecedor, que é atendido em qualquer tensão e com demanda
contratada mínima de 3MW. (Resolução ANEEL No. 264 e 456)
h) Agências Estaduais de Energia Elétrica
■ Nos estados foram criadas as Agências Reguladoras Estaduais com a finalidade
de descentralizar as atividades da ANEEL.
Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e
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Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
h) Agências Estaduais de Energia Elétrica
Órgãos regulamentadores, fiscalizadores e
pesquisadores de energia elétrica
Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
i) Eletrobrás
■ A Eletrobrás controla grande parte dos sistemas de geração e transmissão de
energia elétrica do Brasil por intermédio de seis subsidiárias: Chesf, Furnas,
Eletrosul, Eletronorte, CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia
Elétrica) e Eletronuclear.
■ A empresa possui ainda 50% da Itaipu Binacional e também controla o Centro
de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), o maior de seu gênero no Hemisfério
Sul.
■ A Eletrobrás dá suporte a programas estratégicos do governo federal, como o
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), o
Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz
para Todos) e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
j) Agentes Setoriais
Sistema Elétrico de Potência
Um SEP, em sua concepção geral, é constituído pelo conjunto
de equipamentos e instalações que de maneira coordenada
transportam a energia elétrica desde a “fonte geradora” até
os pontos em que ela é utilizada, mantendo o melhor padrão
de qualidade possível.
Estrutura genérica:
Basicamente, desenvolve-se como: geração, transmissão, distribuição,
utilização e comercialização.
Sistema Elétrico de Potência
138kV e 230kV (AT) 34,5kV, 69kV,
345kV, 440kV, 500kV e 88kV e 138kV –
765kV (EAT) 230kV

3kV – 34,5kV

6,9kV – 30kV

110/220V
220/380V

Os níveis de tensões praticados no Brasil são: 765 kV, 525 kV, 500 kV, 440 kV, 345 kV, 300 kV, 230 kV, 161 kV,
138 kV, 132 kV, 115 kV, 88 kV, 69 kV, 34,5 kV, 23 kV, 13,8 kV, 440 V, 380 V, 220 V, 110 V.
Sistema Elétrico de Potência
Requisitos de um SEP eficiente:
Continuidade:
■ Energia elétrica sempre disponível ao consumidor;
■ O serviço deve sofrer o menor número de interrupções.
Conformidade:
■ Fornecimento de energia deve obedecer a padrões;
■ Os níveis de tensão e frequência devem estar dentro de uma faixa especificada;
■ A forma de onda da tensão deve ser a mais próxima possível de uma senoide.
Flexibilidade:
■ Adaptação as mudanças contínuas de topologia;
■ A energia deve ser entregue ao consumidor com o mínimo custo (geração
econômica, transmissão com mínima perda, etc.);
■ O impacto ambiental deve ser mínimo.
Manutenabilidade:
■ Propriedade de ser devolvido à operação o mais rápido possível em caso de pane no
sistema;
■ Reparos e manutenções com a menor duração possível.
Sistema Elétrico de Potência
Características do
SEP:
Energia Elétrica não é estocável em grandes quantidades;
A demanda de energia elétrica varia, de forma aleatória;
Balanceamento instantâneo carga/geração;
Tempo elevado para a construção de instalações e equipamentos (em
média 2 a 7 anos).
Componentes Básicos do SEP:
Sistema de Geração:
■ Geradores e Transformadores elevadores.
Sistema de Transmissão e Subtransmissão:
■ LTs e Transformadores de regulação.
Sistema de Distribuição:
■ LDs primárias e secundárias, Transformadores abaixadores e cargas.
Sistema de Proteção e Manobras:
■ Relés, Disjuntores, Para-raios, Religadores.
SEP – Sistema Interligado Nacional (SIN)
No Brasil, um país de dimensão continental, por volta da
década de 1950, os primeiros sistemas de potência supriam
apenas os centros de carga regionais, operando de modo
isolado. Ou seja, com os sistemas e empresas isoladas, a
transmissão a longa distância era feita ponto a ponto, ou
seja, da usina para o centro de consumo.
Neste período as concessionárias eram integradas
verticalmente (antes da desregulamentação/privatização), o
sistema interligado era apenas obtido pela simples
interligação de seus subsistemas.
Cada bloco que constitui o sistema interligado representa
um subsistema, com suas usinas, transformadores, linhas de
transmissão e sistemas de distribuição.
SEP – Sistema Interligado Nacional (SIN)
A partir dos anos 60, com a construção de grandes usinas ea
ocorrência de forte desenvolvimento industrial, os sistemas de
potência começaram a ser interconectados. Tais sistemas isolados
ao se interligarem resultaram em uma rede única, com um circuito
elétrico com milhares de quilômetros de extensão.
Neste período, começaram diversos estudos e alternativas de
interligações entre as duas grandes redes em operação no Brasil: o
sistema interligado Norte/Nordeste (com mais de 2000 km, em 500
kV de LT) e o sistema do Sul/Sudeste-Centro-Oeste (com pelo
menos 60% da demanda de energia no país).
Tais estudos envolviam distâncias da ordem de 2500 km e tensões
de até 1200 kVCA e ±800 kVCC.
Entretanto, somente recentemente, meados dos anos 2000,o
sistema interligado N/NE foi conectado ao sistema do S/SE-CO
através de LTs em 500 kVCA, com mais de 1000 km de extensão.
SEP – Sistema Interligado Nacional (SIN)
Características Básicas:
Evolução do SIN – 2025
Lei nº 9.074/1995: Define
a composição da Rede
Básica, maior e igual a
230 kV.
SEP – Sistema Interligado Nacional (SIN)
Entre as muitas vantagens de se interligarem os sistemas,
podemos citar:
maiores unidades geradoras (economia de escala);
aumento da estabilidade, confiabilidade e disponibilidade do sistema;
intercâmbio sazonal;
fusos horários;
transmissão fora de pico;
mais econômico;
demandas de emergência.
Como desvantagem, além da maior complexidade da
operação e do planejamento, podemos mencionar:
Distúrbio local pode se transformar em problemas da rede como um
todo como, por exemplo, problemas de apagões (blackouts);
A operação e proteção tornam-se mais complexas.
SEP – Sistema de Geração
Capacidade Instalada:
É um parâmetro que se aplica a todas as usinas de geração de
eletricidade e representa a maior quantidade de potência que uma
usina pode fornecer. É a potência máxima que uma central elétrica é
capaz de gerar e, consequentemente, fornecer aos consumidores.
Pode ser medida em Megawatts (MW) ou Gigawatts (GW).
Geralmente, uma usina produz uma quantidade de energia elétrica
inferior à sua capacidade instalada. Isso acontece porque a geração
depende das condições da operação em determinado momento, do fator
de potência da usina e das condições do SIN (ONS).
Além disso, os processos de transformação de eletricidade têm perdas e
paradas técnicas (programadas ou inesperadas para manutenção), o que
também impede que a usina forneça a sua potência máxima.
O projeto de construção de uma usina se baseia na capacidade instalada
para dimensionar os equipamentos necessários para a sua montagem.
Capacidade Instalada: SEP – Sistema de Geração
Breve Histórico e Evolução da Capacidade Instalada no Brasil:
■ 1883: Primeira Usina: Campos-RJ
1920: 355MW (78% Hidro e 22% Termo)
1930/1940: 780MW
■ 1948: Criação da CHESF – Usina de Paulo Afonso
1950: 1900MW
1960: 4800MW
■ 1961: Criação da Eletrobrás
■ 1968: Criação do DNAEE
1970: 11460MW
■ 1973: Início da construção da Itaipu, concluída em 1991
■ 1975: Criação dos GCOI´s (Grupos Coordenadores p/ Operação Interligada)
1980: 31300MW
■ 1985: Início da operação de Angra I
1990: 53000MW
■ 1995: Início da competição no setor elétrico (lei 8967)
■ 1996: Criação da ANEEL
■ 1998: Instituição da ONS que passa a assumir as atribuições do
GCOI Instituído o MAE (Mercado Atacadista de Energia)
2000: 72200MW
2003: 77300MW
■ 2004: Redefinição do modelo do Setor Elétrico:
CCEE substitui o MAE
MME executa a política energética definida pelo CNPE
ANEEL regula e fiscaliza
SEP – Sistema de Geração
Fator de Capacidade - FC:
Sobretudo, o Fator de Capacidade é o indicador que define o quanto
uma usina gera em relação ao máximo que ela poderia gerar.
Em outras palavras, significa a proporção entre a Energia Gerada (E) e a
Capacidade Instalada (P) de um sistema de geração de energia.

Portanto, o máximo de energia que um sistema pode gerar é a sua


potência multiplicada pelo intervalo de tempo analisado.
SEP – Sistema de Geração
No sistema de geração de eletricidade, a fonte de energia é a
origem da energia, a qual é um recurso natural que pode
fornecer ao Homem determinado tipo de energia,
nomeadamente mecânica, elétrica, térmica ou química.
SEP – Sistema de Geração
Fonte de energia primária: Também conhecida por fonte de
energia natural, é uma fonte que existe em forma natural na
natureza e pode gerar energia de forma direta.
Fontes de Energia Renováveis:
■ São uma infinita fonte geradora mesmo que sejam utilizadas pelo Homem, possuindo
a capacidade de se regenerar naturalmente. Por exemplo a energia solar, hídrica e
eólica, de biomassa, oceânica e geotérmica.
Fontes de Energia Não Renováveis:
■ São como o combustível petroquímico e nuclear, são formadas no subsolo a partir de
restos de animais e plantas que demoraram milhões de anos até se transformarem
em combustível. Estes não podem ser recuperados rapidamente e as suas
quantidades tornam-se cada vez mais reduzidas com o consumo por parte do
homem.

Fonte de energia secundária: São aquelas transformadasa


partir das fontes de energia primárias.
Energia elétrica, gasolina, gasóleo (diesel), alcatrão, carvão mineral, vapor e
energia hidrogenia, entre outros.
SEP – Sistema de Geração
VliSAO GERAL E INTEGRADA DAS FONTES E FORMAS DE ENERGIA

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SEP – Sistema de Geração
Matriz Elétrica
É formada pelo conjunto de fontes disponíveis apenas para a geração de
energia elétrica. Tal geração no mundo é baseada, principalmente, em
combustíveis fósseis como carvão, óleo e gás natural, em termelétricas.
Matriz Elétrica Mundial 2019 Matriz Elétrica Brasileira 2020
(IEA - Agência Internacional de Energia, 2021) (BEN - Balanço Energético Nacional, 2021)
SEP – Sistema de Geração
Matriz Elétrica
Capacidade Instalada Evolução da Capacidade Instalada no SIN

Fonte: ONS, 2022.


SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
O sistema de produção e transmissão de
energia elétrica do Brasil pode ser
classificado como hidrotérmico de grande
porte, com forte predominância de usinas
hidrelétricas (UHs) e com múltiplos
proprietários.
Tal característica deve-se ao fato do país
possuir uma enorme quantidade de
bacias hidrográficas (rios e afluentes).
A maior parte da capacidade instalada é
composta por UHs, que se distribuem em
12 diferentes bacias hidrográficas nas
diferentes regiões do território nacional.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
A energia primária de uma hidrelétrica é a energia potencial
gravitacional da água contida numa represa elevada.
Antes de se tornar energia elétrica, a energia primária deve
ser convertida em energia cinética de rotação.
O dispositivo que realiza essa transformação é a turbina. Ela
consiste basicamente em uma roda dotada de pás, que é
posta em rápida rotação ao receber a massa de água.
O último elemento dessa cadeia de transformações éo
gerador, que converte o movimento rotatório da turbina em
energia elétrica.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
1. Barragem
Como o próprio nome diz, têm a função de barrar o fluxo de água, formando, a represa,
um grande lago onde a água fica armazenada. Esta deve ter uma grande altura para que
adquira mais velocidade durante a queda;
É responsável por criar diferença de níveis (montante >> jusante = maior potencia);
Os reservatórios podem ser para:
Compensação – Volume suficiente apenas para regularização das descargas semanais ou diárias
(usinas fio d'agua);
Acumulação – Maiores, com capacidade para regularizar vazões de um mês, ano ou mais (atenuam o
efeito da variabilidade das afluências naturais: armazenamento nos períodos úmidos,
deplecionamento nos períodos secos e importante função no controle das cheias);
Reversão – Possuem 2 reservatórios em níveis diferentes.
As barragens podem ser:
Barragem de concreto
Barragem de gravidade;
Barragem em arco ou abóbada.
Barragem de aterro
Barragem de terra;
Barragem de enrocamento.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
1. Barragem
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
2. Tomada d’água e Condutos forçados
Responsável por conduzir por gravidade a água do reservatório até a casa de força (casa de
máquinas), sendo compreendido por:
Câmara de carga e Chaminé de equilíbrio – Sistema de interligação entre o sistema de baixa pressão
(em canal ou em encanamento) com o de alta pressão, garantindo que não entre ar no conduto
forçado e a estabilidade funcional do sistema de adução;
Duto forçado – Sistema de alta pressão que leva a água as turbinas hidráulicas.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
É o local onde estão instalados os grupos turbina-gerador (que geram a energia elétrica),
equipamentos auxiliares e o canal de restituição/canal de fuga (que devolve a água para o rio);
A água represada entra na casa de máquinas por tubos (que são chamados dutos forçados), a
força da água é que movimenta as turbinas, fazendo girar o eixo que tem um grande ímã na parte
superior, o qual, em contato com as turbinas, produz um campo magnético que gera a energia
elétrica;
Deve visar operação e manutenção (facilitar montar e desmontar equipamentos instalados).
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Tipos de turbinas:
Ação (Pelton) - transforma energia cinética d’água
em trabalho:
construídas com eixo vertical ou horizontal;
rotor da turbina gira no ar.
Reação - hélice pás fixas (Francis) ou móveis (Kaplan)
- transforma energia cinética e de pressão d’água em
trabalho:
rotor gira dentro da corrente d’água;
fluxo d’água orientado e distribuído igualmente
pela região periférica.
As Turbinas, geralmente, tem de ser totalmente
desmontadas e substituídas de três em três
anos, o que se deve ao desgaste que estas
sofrem.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Tipos de turbinas:
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Turbina Pelton de eixo horizontal, com 2 injetores:
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Turbina Pelton de eixo vertical, com 6 injetores:
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
■ Turbina Francis:

1 – Caracol da Turbina
Francis 2 – Diretores Fixos
3 – Pás Diretoras Móveis
Caracol para distribuição d'água e controle 4 – Rotor Francis
do fluxo 5 – Eixo Motriz da Turbina
6 – Tubo de Aspiração
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
■ Turbina hélice de pás fixas (gerador
Turbina hélice de pás fixas:
transpassado pela água):
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Turbina hélice de pas móveis (Kaplan):
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Turbinas – indicação em função da altura da queda H:
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Turbinas – tipos e velocidades e especificações:
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
3. Casa de força/Casa de máquinas
Geradores:
O aproveitamento da energia hidráulica acontece
através do uso de turbinas hidráulicas, devidamente
acopladas a um gerador de corrente elétrica. Com uma
eficiência que pode chegar a 90%, as turbinas hidráulicas
são atualmente as formas mais eficientes de conversão
de energia primária em energia secundária;
Em função das perdas, máquinas de grande porte
necessitam sistema de refrigeração (em circuito
fechado, para evitar entrada de corpos estranhos).
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
4. Comportas e Vertedouro
Controlam o nível de água, evitando que ela transborde quando o nível da represa passa do limite
(reservatório atinge 60 a 80% de sua capacidade). As comportas são abertas e a água escoa pelo
vertedouro;
Nesta liberação da água, não há passagem pela casa de força;
Inclui mecanismo para reduzir a velocidade da descarga.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Componentes básicos de uma UH:
Subestação elevadora
Estação que eleva a tensão do nível de geração (geralmente ≤ 23 kV) para níveis de transmissão
(geralmente ≥ 230 kV);
Em grandes centrais apresentam elevados níveis de curto-circuitos;
Unidades transformadoras:
trifásicas (mais barato);
bancos de unidades monofásicos (unidade reserva mais barata).
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Tipologias de UHs:
UHE: Usina Hidrelétrica de Energia
As UHEs são grandes empreendimentos responsáveis pela maior parte da matriz elétrica
brasileira, caracterizados por imensos reservatórios de água. Possuem capacidade
instalada acima de 30 MW e/ou reservatório acima de 13 km²;
Uma UHE requer concessão para entrada em operação;
No país, existem 233 unidades UHE ativas que juntas produzem 103.026.516 kWs.
PCH: Pequena Central Hidrelétrica
São enquadradas como PCHs as hidrelétricas com capacidade instalada acima de 5 MW
até 30 MW, e com reservatório de até 13 km²;
Uma PCH requer outorga de autorização (Declaração de Utilidade Pública – DUP) junto à
ANEEL;
Existem 542 unidades ativas de PCH no país que produzem juntas um total de
5.468.793,57 kWs de potência.
CGH: Central Geradora Hidrelétrica
É considerada CGH qualquer hidrelétrica com capacidade instalada de até 5 MW;
Uma CGH pode ser simplesmente uma unidade geradora, ou uma unidade
consumidora com geração distribuída:
Unidade geradora: até 5 MW;
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Tipologias de UHs:
CGH: Central Geradora Hidrelétrica
Unidade consumidora com minigeração distribuída: acima de 75 kW até 5 MW e ainda não registrada
como unidade geradora;
Unidade consumidora com microgeração distribuída: até 75 kW e ainda não registrada como unidade
geradora.
As CGHs dispensam procedimentos de outorga e concessão junto à ANEEL, devendo ser
devidamente registradas somente após sua implantação. No entanto, assim como as UHEs
e PCHs, estão também sujeitas a outorga de água pelo órgão ambiental estadual ou
federal, bem como ao processo de licenciamento ambiental;
As 731 unidades de CGH de energia em operação atualmente geram um total de
851.389,42 kWs.
UHR: Usina Hidroelétrica Reversível
São aquelas que possuem um mecanismo de bombeamento de água de um reservatório
inferior para um superior conforme a vazão hidráulica;
Como as usinas hídricas normais, elas também se baseiam no armazenamento de energia
gravitacional da água através de uma diferença de elevação;
A diferença é que possuem um sistema de acumulação em um nível inferior que pode
ser mecanicamente bombeado para nível superior, através de um conduto por uma
bomba-turbina reversível utilizando energia extra de outra fonte geradora.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Tipologias de UHs:
UHR: Usina Hidroelétrica Reversível
Embora a primeira turbina reversível do mundo foi instalada na Usina Elevatória de
Pedreira, inaugurada em 1939 no Estado de São Paulo, este não é um típico
empreendimento brasileiro. A maior parte destes sistemas localiza-se nos países altamente
industrializados, com destaque para: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Espanha, China,
Itália, Noruega e França;
Nos anos 1970 e 1980, foram realizados estudos de inventário de UHR no Brasil,
identificando grande potencial principalmente na Região Sudeste. Em 2019, a EPE, braço
de pesquisa do MME, publicou uma nota técnica sugerindo metodologias para escolhas de
locais para projetos de UHRs como alternativas de fontes renováveis para a próxima
década.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Tipologias de UHs:
Usinas Hidrelétricas “a fio d’água”
São aquelas que não dispõem de reservatório de água, ou o têm em dimensões menores
do que poderiam ter. Optar pela construção de uma usina “a fio d’água” significa optar por
não manter um estoque de água que poderia ser acumulado em uma barragem;
Esta foi uma opção adotada para a construção da Usina de Belo Monte (com potência
total instalada de 11.233,1 MW, geração anual média de 4.571 MW e FC pouco maior do
que 40%) e parece ser uma tendência a ser adotada em projetos futuros, em especial
aqueles localizados na Amazônia, onde se concentra grande potencial hidrelétrico
nacional.

Recapacitação
UHRA: Usinas Hidrelétricas com Rotação Ajustável
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
EXPANSAO DA MAlRIZ ELETRICA BRASILEIRA
ABR[L/2022 Dados de 02/05/2022

EXPANSAO EM 2022 POR UF DESTAQUES DO MES

EXPANSAO MAR<;O 2022


II 24,04MW m 189,40MW QUASE 100 MW f ORA M LIBERAOOS PAR A OPERAC,) \ 0 EM ABRI L S

199,9 MW Iii 427,00 w


II 36.5,35""1'

II 99,00 MW
II 1,28MW

II 34,65MW
II 110,74 1/rN 75% DO ACRESCIMO DA CAf'ACIOADE INS Al.II.DA NO ANOE OE FO
EXF>ANSAO TOTAL 2022
m
-

100, 00 S,SOM
MW W
1.551 133,70 /111\¥
II 60,50 Mr

MW
CAPACIDADE TOTAL
INSTALADA
182.974,2 MW EMPREENDIMENTOS OUTORGADOS EM IMPLANTAt:;:AO (EM MW)

EM OPERA<;;"A.O
CONSTRUt;AO NAO INIClADA EM CONSTRUyf\O

UTN
1,08%
PCH
!:r--- -. CGH 2,46%
0,46%

..... _ _.pcH
3,04% CGH
UFV UTN 0,05%
2,.72% 8,46%

E=I ANEEL
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Vantagens e Desvantagens das UHs:
As UHs geram, como todo empreendimento, alguns tipos de impacto
ambiental como o alagamento das áreas vizinhas (produtivas ou florestais),
aumento no regime/nível dos rios e modificações (favorecimento ou
extinção de certas espécies) na fauna e a flora da região;
A formação de reservatórios de acumulação de água ainda contribui com a
formação de microclimas;
Em geral, é um tipo de energia mais barata e menos agressiva
ambientalmente do que outras formas. Esta promove a segurança
energética e a estabilidade dos preços. A água dos rios é um recurso
doméstico e, ao contrário do combustível ou gás natural, não está sujeita a
flutuações de mercado. Além disso, a hidreletricidade tem melhor relação
custo-benefício do que as usinas térmicas;
Como as UHs, quase sempre, se situam afastadas dos centros de consumo,
também devem ser considerados os impactos adicionais relativos à
construção de longas LTs e as perdas de energia decorrentes.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Vantagens e Desvantagens das UHs:
Com um tempo médio de vida de 50 a 100 anos, as UHs são investimentos
de longo prazo que podem beneficiar diversas gerações. Eles podem ser
facilmente atualizados para incorporar tecnologias mais recentes e têm
custos muito baixos de operação e manutenção.
As UHs contribuem para o armazenamento de água potável. Os seus
reservatórios coletam a água da chuva, que pode então ser usada para
consumo ou para irrigação. Ao armazenar água, reduzem a vulnerabilidade
a inundações e secas;
Aumentam a estabilidade e a confiabilidade do SEP. A energia gerada por
UHs pode ser injetada no SEP mais rapidamente (restabelece prontamente
o fornecimento após um apagão (blackout) do que a de qualquer outra
fonte energética;
A capacidade destas irem do zero à produção máxima, de forma rápida e
previsível, as tornam excepcionalmente adequadas para atender às
alterações de consumo e fornecer serviços auxiliares ao SEP que
mantenham o equilíbrio entre a oferta e a demanda de eletricidade.
SEP – Sistema de Geração: Hidráulica
Apesar da tendência de aumento de outras fontes de
energia, devido a restrições socio, econômicas e ambientais
de projetos hidrelétricos e os avanços tecnológicos no
aproveitamento de fontes não convencionais, tudo indica
que a energia hidráulica continuará sendo, por muitos anos,
a principal fonte geradora de energia elétrica do Brasil.

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