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Instituído como uma pessoa jurídica de direito privado, sob a forma de associação civil
sem fins lucrativos, o ONS foi criado em 26 de agosto de 1998, pela Lei nº 9.648, com
as alterações introduzidas pela Lei nº 10.848/2004 e regulamentado pelo Decreto nº
5.081/2004.
Geradoras
A atividade de geração ou produção de energia elétrica, definida no Decreto 41.019,
de 26 de fevereiro de 1957, consiste na transformação em energia elétrica de qualquer
outra forma de energia, seja qual for a sua origem (fonte primária): combustíveis
fósseis, biomassa, sol, vento etc. Há três regimes jurídicos aplicáveis à geração de
energia elétrica:
- Serviço público – Concessão e demais atos de outorga do Poder Concedente
para os serviços de geração de energia elétrica e aproveitamento de cursos de água.
Transmissoras
Consiste no transporte da energia elétrica do sistema produtor às subestações
distribuidoras, ou na interligação de dois ou mais sistemas geradores. A transmissão
de energia compreende também:
1) o transporte pelas linhas de subtransmissão ou de transmissão secundária
que existirem entre as subestações de distribuição; e
2) o fornecimento de energia a consumidores em alta tensão, mediante
suprimentos diretos das linhas de transmissão e subtransmissão.
A transmissão é tipicamente um monopólio natural, sendo assim fortemente regulada.
As transmissoras são concessionárias de serviço público e como tal assinam
contratos de concessão com a ANEEL (esta, atuando como representante do poder
concedente). Além deste, há outros quatro instrumentos contratuais na atividade de
transmissão:
1) Contrato de Prestação de Serviço de Transmissão (CPST);
2) Contrato de Uso de Sistemas de Transmissão (CUST);
3) Contratos de Conexão ao Sistema de Transmissão (CCT); e
4) Contrato de Compartilhamento de Instalações (CCI).
O sistema de transmissão do SIN compreende a Rede Básica e as Demais Instalações
de Transmissão – DIT. Quanto à rede básica, deve atender aos seguintes critérios:
1) linhas de transmissão, barramentos, transformadores de potência e
equipamentos de subestação em tensão igual ou superior a 230 kV; e
Distribuidoras
A conexão e atendimento ao consumidor, qualquer que seja o seu porte são realizados
pelas distribuidoras de energia elétrica. Além delas, as cooperativas de eletrificação
rural, entidades de pequeno porte, transmitem e distribuem energia elétrica
exclusivamente para os associados. As distribuidoras são empresas de grande porte
que funcionam como elo entre o setor de energia elétrica e a sociedade, visto que
suas instalações recebem das companhias de transmissão todo o suprimento
destinado ao abastecimento no país. Nas redes de transmissão, após deixar a usina,
a energia elétrica trafega em tensão que varia de 88 KV a 750 KV. Ao chegar às
subestações das distribuidoras, a tensão é rebaixada e, por meio de um sistema
composto por fios, postes e transformadores, chega à unidade final em 127 volts ou
220 volts. Exceção a essa regra são algumas unidades industriais que operam com
tensões mais elevadas (de 2,3 KV a 88 KV) em suas linhas de produção e recebem
energia elétrica diretamente da subestação da distribuidora (pela chamada rede de
subtransmissão).
Uma característica marcante do setor de distribuição é sua identidade junto ao
consumidor final como o único representante do setor elétrico. Se problemas
institucionais, regulatórios, de geração ou de transmissão ocorrem, não são estes que
Consumidores
Os consumidores são agentes econômicos por afetação dado que, embora não
desempenhem regularmente e/ou por definição atividades econômicas no âmbito do
setor elétrico, são atingidos por estas. Para fins deste trabalho, consumidores são
considerados uma categoria por si só, que interage com os agentes institucionais e
econômicos. Cabe um destaque para a tipologia de consumidores largamente
utilizada no SEB e que se reflete, também, na estrutura tarifária vigente: residencial;
comercial, serviços e outras; industrial; rural; poder público; iluminação pública;
consumo próprio; rural agricultor; rural irrigante; serviço público (água, esgoto e
saneamento) e serviço público (tração elétrica).
relevante, pois contribuem para a segurança do SIN. Essas usinas são despachadas
em função das condições hidrológicas vigentes, permitindo a gestão dos estoques de
água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas, para assegurar o
atendimento futuro. Os sistemas de transmissão integram as diferentes fontes de
produção de energia e possibilitam o suprimento do mercado consumidor.
A interligação do SIN é feita por meio da Rede Básica, redefinida em 1998 por meio
da Resolução ANEEL 245/1998.
A Rede Básica dos sistemas elétricos interligados é constituída por todas as linhas de
transmissão em tensões iguais ou superiores a 230 KV e subestações que contenham
equipamentos em tensão igual ou superior a 230 KV, integrantes de concessões de
serviços públicos de energia elétrica. Excepcionalmente, linhas e subestações em
tensões inferiores a 230 KV podem fazer parte da Rede Básica, desde que autorizadas
pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). A interconexão dos sistemas elétricos, por
meio da malha de transmissão, propicia a transferência de energia entre subsistemas,
permite a obtenção de ganhos sinérgicos e explora a diversidade entre os regimes
hidrológicos das bacias. A integração dos recursos de geração e transmissão permite
o atendimento ao mercado com segurança e economicidade.
O planejamento e operação de sistemas elétricos, do porte do sistema brasileiro ou
não, demandam estudos bastante complexos, tais como os estudos de previsão de
carga, de fluxo de potência, de curto-circuito e de estabilidade.
O Sistema Interligado Nacional (SIN) constitui uma grande rede de transmissão com
mais de 100 mil quilômetros de extensão. Considerado único em âmbito mundial,
devido ao seu tamanho e características, o SIN é considerado um sistema
hidrotérmico, com predominância de usinas hidrelétricas. Formado por empresas
espalhadas por várias regiões do país, seu sistema como o próprio nome diz foi todo
conectado através de linhas de transmissão, as quais ligam grandes geradores aos
centros consumidores.
Os Sistemas Isolados
Os Sistemas Isolados são predominantemente abastecidos por usinas térmicas
movidas a óleo diesel e óleo combustível – embora também abriguem Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCH), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) e termelétricas
movidas a biomassa. Estão localizados principalmente na região Norte: nos Estados
de Amazonas, Roraima, Acre, Amapá e Rondônia. São assim denominados por não
estarem interligados ao SIN e por não permitirem o intercâmbio de energia elétrica
com outras regiões, em função das peculiaridades geográficas da região em que estão
instalados.
Os sistemas isolados de maior porte suprem as capitais Rio Branco (AC), Macapá
(AP), Manaus (AM) e Porto Velho (RO) e o estado de Roraima (com exceção da capital
Boa Vista e seus arredores, abastecidos pela Venezuela). Manaus tem o maior deles,
com 50% do mercado total dos sistemas isolados.
Por ser predominantemente térmico, os Sistemas Isolados apresentam custos de
geração superiores ao SIN. Além disso, as dificuldades de logística e de
abastecimento dessas localidades pressionam o frete dos combustíveis (com
destaque para o óleo diesel).
Tarifação Convencional
Na tarifação convencional, o consumidor paga à concessionária até três parcelas:
consumo, demanda e ajuste de fator de potência.
O faturamento do consumo de energia (CA) não apresenta a divisão do dia em horário
de ponta e fora de ponta e será aquele verificado pela medição no período de
funcionamento. Acumula-se o total de KWh consumidos, e aplica-se uma tarifa de
consumo para chegar-se à parcela de faturamento de consumo.
O valor de demanda faturada (DF) é obtido pela aplicação de uma tarifa de demanda
à demanda faturada, que é o maior valor entre: a demanda registrada (DR) no mês.
onde:
VF = valor da fatura;
CA = consumo de energia;
TC = tarifa convencional;
DF = demanda faturada;
TD = tarifa de demanda;
ICMS = imposto sobre circulação de mercadorias e prestações de serviço.
Bibliografia
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – disponível em www.aneel.gov.br.
Acessado em 28 de julho de 2019.
Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL,
Editora Brasília, 2008, Brasília.
MONTICELLI, Alcir; GARCIA, Ariovaldo. Introdução a sistemas de energia elétrica.
Campinas: Editora da Unicamp, 2003.
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) – disponível em www.ons.org.br.
Acessado em 28 de julho de 2019.
Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional –
PRODIST. Introdução, Módulo 1. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.