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0 – LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO
A planimetria trata do levantamento (ou medida) de distâncias e ângulos horizontais e a
representação destas distâncias e ângulos sobre um plano horizontal de referência.
A extensão destes levantamentos, bem como da precisão obtida é função do tipo de
levantamento, do método e dos equipamentos empregados.
“Trata do levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela
determinação de seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da via ou
logradouro com o qual faça frente, bem como sua amarração a pontos materializados
no terreno de uma rede de referência cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a
pontos notáveis e estáveis nas suas imediações. Quando este levantamento se destina à
identificação dominial do imóvel, são necessários outros elementos complementares,
tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc.” (NBR 13.133 – 3.14)
Podemos classificar os levantamentos planimétricos em função do método e dos
equipamentos empregados em:
- Rápido ou Expedito;
- Comum ou Regular;
- De Precisão.
5.4 – Equipamentos
5.4.1 - Teodolitos
São equipamentos cuja função primeira é a leitura de ângulos horizontais e verticais.
Em função da precisão requerida para o trabalho que se queira executar deve-se
escolher a classe do Teodolito à empregar. O teodolito sofreu um avanço tecnológico
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nas últimas décadas, passando de teodolito prismático para os teodolitos eletrônicos e
informáticos. Os teodolitos podem ser :
a) Prismáticos;
b) Eletrônicos.
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Emprego: Triangulação de 1a Ordem, estações Leplace, locação de obras de precisão,
medição e controle de obras, etc.
Exemplo: Kern (DKM 3/ DKM 3A, E1, E2), Zeiss-Jenna (THEO 002), Wild (T3, T4,
T2000, T2002, T2000S, T3000).
Teodolito Wild T2
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5.5 – Medição de Distâncias Horizontais
A medição de distâncias faz parte da maioria dos trabalhos de topografia.
Ela pode ser feita de maneira direta ou indireta.
5.5.1 – Medida Direta de Distâncias
Na determinação direta de distâncias o operador terá que percorrer obrigatoriamente o
alinhamento a ser determinado fazendo a comparação com a unidade de medida
padrão.
5.5.1.1 - Principais Métodos de Medida Direta de Distâncias
a) A passo: Trata-se de um meio muito eficaz e prático que serve basicamente para
verificação de distancias já determinadas por outros métodos, não podendo ser
empregada em situações que requeiram precisão de levantamento ou locação.
Empregada em levantamentos rápidos ou expeditos. Os equipamentos utilizados
São o podômetro e o passômetro. O Podômetro é um aparelho que em função do
movimento do corpo acumula o número de passos. O Passômetro determina a
distância quando aferido com o comprimento do passo da pessoa que o traz
normalmente preso a cintura.
b) Odômetro: O odômetro é um aparelho que se adapta ao raio da roda de um
veículo, permitindo medir pelo registro do número de voltas, o comprimento
percorrido pela mesma ao longo da distância a ser medida.
c) Diastímetros: Os padrões de medida direta são denominados diastímetros
(trenas):
- Trena de Invar: Fita de aço e níquel com coeficiente de dilatação muito
pequeno, é possível obter precisão da ordem de 1mm em 100m. Normalmente
encontrada nos tamanhos de 30 e 50m.
- Trena de Aço: Largamente empregadas em trabalhos de engenharia e
arquitetura, é possível obter precisão da ordem de 1cm para cada 100m.
Encontrada nos tamanhos mais variados 1, 2, 5, 10, 20, 50m.
- Trena Plástica: Fabricadas em fibra de vidro (fiberglass), são mais flexíveis,
normalmente mais resistentes que as de aço, no entanto quando tencionadas
acima do esforço recomendado tendem a apresentar deformações permanentes
que introduzem erros sistemáticos nas medidas. Apresentam precisão da ordem
de 2cm em 100m. Encontradas nos tamanhos de 20, 30 e 50m.
- Cadeia ou Corrente de Agrimensor: Formada por elementos de ferro ligados
por anéis circulares com 20 a 30m. Processo em desuso, pouco prático e pouco
preciso.
5.5.1.2 – Acessórios Utilizados nas Medidas Diretas de Distâncias
Para que possamos medir uma distância entre dois pontos no terreno é preciso
materializar no campo estes pontos, isto é; o início e o fim da reta que contenha os
pontos.
a) Piquetes: Peças de madeira de boa qualidade que são cravadas no solo,
completamente enterrados, para determinar o início e o fim dos alinhamentos.
Possuem de 15 a 20cm de comprimento.
b) Estacas ou Testemunhos: Peças de madeira de boa qualidade com 30 a 40cm de
comprimento, cravadas cerca de 10cm no solo ao lado dos piquetes e servem para
facilitar sua localização, sobre as quais se escreve em tinta a óleo, esmalte sintético
o marcador industrial o nome (números ou letras) dos piquetes.
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c) Balizas: Varas de ferro ou madeira de 2m de comprimento, pintadas em cores
contrastantes (normalmente vermelho e branco), que servem pra localizar com
facilidade os pontos no terreno e auxiliar na determinação dos alinhamentos.
d) Nível Esférico de Mão ou de Bolha: É um instrumento utilizado para dar
verticalidade a baliza ou mira. Para se diminuir o problema da falta de
verticalidade da baliza deve-se visa-la o quanto mais em baixo possível.
e) Dinamômetro: Aparelho empregado para medir a tensão aplicada nas fitas.
f) Fio de Prumo: Formado por um fio que sustenta na sua extremidade inferior um
peso de forma cônica e centrada. Destinado a determinação da direção vertical no
ponto considerado.
5.5.1.3 – Medição de Distancias com Trena
a) Em Terreno Plano: A medida de alinhamentos em terrenos planos é bastante
facilitada. Dois operadores percorre o alinhamento munido de uma baliza cada e
posicionam as balizas no alinhamento orientados pelo operador do teodolito. As
medidas são acumuladas conforme o comprimento da trena até completar a medida
total compreendida entre os dois pontos extremos.
b) Em Terrenos Acidentados: As medidas topográficas são sempre tomadas no
plano horizontal, por esta razão em terrenos acidentados as medidas devem ser
feitas em degraus sucessivos ou então quando tomadas de forma inclinada, devem
ser reduzidas à horizontal. Medem-se os comprimentos parciais, em degraus, que
quando somados darão o valor final da distância entre os dois pontos extremos.
5.5.1.4 – Erros na Medição Direta de Distancias
A precisão das medidas tomadas no terreno é afetada por uma série de causas, tais
como: a negligência do operador, a imperfeição dos instrumentos empregados, as
dificuldades em percorrer o terreno, etc.
Os erros podem ser sistemáticos ou acidentais. Os erros sistemáticos são devidos a
causas permanentes e reproduzem-se sempre no mesmo sentido, são erros que vão se
acumulando para mais ou para menos. Os erros acidentais provem de causas
perturbadoras, reproduzem-se ao acaso ao acaso, ora em um sentido ora em outro. Por
esta razão vão se compensando em parte.
Podemos salientar os seguintes erros principais:
a) Desvio de Alinhamento: Neste caso ao invés de medir uma reta são medidos
diversos segmentos de reta, neste caso a medida final virá afetada de um erro para
maior.
b) Falta de Horizontalidade da Trena: São medidos diversos segmentos de reta
linhas inclinados, reproduzindo uma medida final afetada de um erro também para
maior da medida real.
c) Catenária ou Barriga: Quando a trena não está perfeitamente esticada, ela estará
medindo uma curva, também neste caso o resultado final será maior que a medida
real.
d) Falta de Verticalidade da Baliza: É sem dúvida a causa mais comum e importante
de erro na medida de distâncias a trena. O erro na medida pode acontecer para maior
ou para menor dependendo do sentido da inclinação da baliza. Para que possa ser
minimizado este tipo de erro as balizas deverão ser aprumadas corretamente com o
emprego de bolhas esféricas. A falta de verticalidade nas balizas pode introduzir
erros elevados na medida de distâncias. Em terrenos muito acidentados é
conveniente empregar outro método de determinação da distância, como o
nivelamento trigonométrico, estadimetria ou o emprego de distanciômetros
eletrônicos.
5.5.2 – Medida Indireta de Distâncias
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Com o emprego de instrumentos especiais a determinação de distâncias é efetuada
sem percorrer o percurso comparativo.
5.5.3 – Medição e Demarcação de Ângulos a Trena
Os aparelhos destinados a medição e demarcação de ângulos são os teodolitos.
Entretanto, na falta destes é possível desenvolver tais operações apenas com o uso de
trena e balizas, é claro que com uma precisão limitada. O processo se aplica a
levantamentos de pequenas áreas, quando não requerida uma grande precisão, e a
locação de pequenas obras.
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