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FEELE – Módulo 2

Métodos de Análise e
Simplificação de Circuitos
(1ª parte)

Ana Viana, Mário Alves e Francisco Pereira

última atualização:
20/out/2023
Índice 2

▪ Conceitos e leis fundamentais dos circuitos


▪ Associação de resistências e R equivalente
▪ Divisores de tensão e de corrente
▪ Método da Resistência Equivalente
▪ Fontes de tensão e de corrente
FEELE
Conceitos Básicos 3

Conceitos e Leis Fundamentais


dos Circuitos Elétricos
FEELE
Conceitos básicos 4

▪ Circuito eléctrico

▪ Sistema interligado fechado com fontes de alimentação (de tensão


ou de corrente), cargas (e.g. resistências, lâmpadas, motores) e
condutores eléctricos

▪ nota: pode conter outros dispositivos, como interruptores e fusíveis

▪ Circuito (eléctrico) linear.


U
= constante
FEELE

▪ todos os componentes são lineares, isto é,


I
▪ nota: basta um elemento não ser linear para o circuito ser não linear

▪ Corrente Contínua (CC, ou DC - Direct Current, em Inglês)

▪ corrente unidireccional
Conceitos básicos 5

Estudo analítico de um circuito eléctrico

representação esquemática
(desenho onde estão representados os vários elementos do
circuito e a forma como estão electricamente ligados.)
FEELE

Definição de uma simbologia

Nota: Se quisermos representar uma casa esquematicamente (i.e. fazer a


sua “planta”) também temos de definir uma simbologia que nos permita
analisar o desenho e fazer a ponte entre o esquema e a realidade.
Conceitos básicos - simbologia 6

▪ usados nos esquemas


dos circuitos elétricos e
eletrónicos
▪ desenho “à mão”
ou “por computador”
▪ mesma “linguagem”
gráfica
FEELE

▪ mesmo componente
pode ter ligeiras
“variações” (e.g.
resistência variável)

Fonte: questionário efetuado no âmbito do trabalho


de Tese MEEC de Emanuel Cunha, ISEP, 2023.
FEELE Conceitos básicos - simbologia gráfica 7

Fonte: questionário efetuado


no âmbito do trabalho de
Tese MEEC de Emanuel
Cunha, ISEP, 2023.
Conceitos básicos - associação de componentes 8

▪ Em série

▪ Vários componentes de um circuito estão ligados em série se a


ligação dos componentes for tal que todos esses componentes são
percorridos pela mesma corrente eléctrica (pertencem ao mesmo
ramo).

I R1 R2
E
FEELE

▪ O terminal de saída da corrente de cada componente tem de estar


ligado directamente ao terminal de entrada da corrente do
componente seguinte, sem qualquer ramificação.
Conceitos básicos - associação de componentes 9

▪ Em paralelo

▪ Dois ou mais componentes (ou ramos) de um circuito estão


ligados em paralelo se a ligação eléctrica for tal que todos esses
componentes têm a mesma tensão eléctrica.

R1 R2 R3 U R1 R2 R3 U
FEELE

▪ Os terminais de entrada de todos componentes (ou ramos) têm de


estar ligados a um ponto comum. O mesmo acontece com os
terminais de saída. A esse ponto comum chama-se nó.
Conceitos básicos – topologia dos circuitos 10

▪ Ramo (Branch)
▪ conjunto de (um ou mais) componentes ligados em série,
delimitados por dois Nós (excepto no caso particular de circuitos
com um único ramo/malha, em que não há qualquer nó)

Ramo com um componente Circuito com um único Ramo (e


uma única Malha)
FEELE

R1 I R2
E1
R3
E2

Ramo com dois componentes (fonte E e resistência R6)


Conceitos básicos – topologia dos circuitos 11

▪ Nó (Node)
▪ Ponto de interligação de três ou mais ramos.

Dois pontos de
interligação que
constituem o
Nó mesmo Nó

R3
R1
FEELE

I R2
V
Conceitos básicos – topologia dos circuitos 12

▪ Malha (Loop/Mesh)
▪ conjunto de componentes/ramos formando um percurso fechado
(no circuito esquematizado abaixo, é possível identificar 3 malhas
▪ nota: uma malha não pode passar duas vezes no mesmo ponto.

R3
FEELE

R1

V I R2

R4

R5
Conceitos básicos – topologia dos circuitos 13

Exercício 2.7, página 52, do livro “Circuitos Eléctricos”, Vítor


Meireles, LIDEL, 4ª edição.
▪ Considere o circuito representado pelo esquema seguinte.
Determine:

a) Quantos elementos estão em série


e quantos estão em paralelo.
FEELE

b) Quais os números de nós,


ramos e malhas do circuito.
Conceitos básicos – topologia dos circuitos 14

Exercício 2.13, página 439, do livro “Circuitos eléctricos”, Vítor


Meireles, LIDEL, 4ª edição.
▪ Quantos nós, ramos, elementos em série e elementos em
paralelo tem o circuito representado por este esquema?
FEELE
Conceitos básicos – transferência de energia 15

▪ Já sabemos que a passagem de corrente eléctrica num


condutor transforma a energia eléctrica em energia calorífica
por aumento da agitação térmica da rede cristalina.

▪ É o chamado Efeito de Joule

▪ Mas, como forçar um movimento ordenado de electrões


(corrente eléctrica) no condutor?

▪ É necessário que haja uma diferença de potencial aos seus


FEELE

terminais.

Fonte de energia
Conceitos básicos – fontes e cargas 16

▪ Fonte (de energia, ou de alimentação)


▪ sistema capaz de transformar outras formas de energia (e.g.
química, mecânica, solar) em energia eléctrica.

▪ O que distingue uma fonte (de energia) de uma carga


(eléctrica), como, por exemplo, uma resistência?
▪ Fonte: há conversão de outras formas de energia em energia
eléctrica.
FEELE

▪ Carga: há conversão de energia eléctrica noutras formas de


energia, e.g. calorífica, luminosa, mecânica.
Conceitos básicos – tensão, ddp e fem 17

▪ A passagem de corrente eléctrica num componente eléctrico


provoca uma troca de energia entre esse componente e o resto
do circuito.
▪ A grandeza tensão eléctrica (U) quantifica esta troca
energética:
▪ A tensão eléctrica, U, entre os terminais de qualquer elemento (bipolo)
é a razão entre a energia eléctrica, W, trocada entre o elemento e o
FEELE

exterior durante um certo intervalo de tempo e a carga, Q, que durante


esse intervalo de tempo atravessa a secção recta do componente.
Conceitos básicos – tensão, ddp e fem 18

Weléctrica transferid a
U=
Q

Unidade de medida no SI – volt (V)

▪ 1 volt é a tensão entre os terminais de um componente quando ele


troca com o seu exterior a energia eléctrica de 1 joule durante o tempo
FEELE

necessário para que a sua secção recta seja atravessada pela carga
de 1 coulomb (1 V = 1 J / 1 C).
Conceitos básicos – tensão, ddp e fem 19

▪ Outras designações para “tensão eléctrica”:


▪ diferença de potencial (ddp)
▪ queda de tensão
▪ diferença de tensão

▪ Sentido de U: do potencial maior para o menor


FEELE

▪ Se o componente for uma carga (e.g. resistência), os sentidos da


tensão e da corrente são iguais.

▪ Se o componente for uma fonte (e.g. pilha), os sentidos da tensão


e da corrente são opostos.
▪ nota: uma fonte pode estar a funcionar como carga, no caso de estar a receber
energia (e.g. Bateria em carregamento)
Conceitos básicos – tensão, ddp e fem 20

▪ Uma fonte de tensão é essencialmente caracterizada pela sua


f.e.m. (E)
▪ outra característica importante é a sua resistência/impedância

▪ Esta f.e.m. (E) é igual à razão entre a energia elétrica (W)


produzida durante um certo intervalo de tempo e a carga (Q)
fornecida (ao circuito/carga ao qual está ligada a fonte):
FEELE

Weléctrica produzida
E=
Q
Conceitos básicos – tensão, ddp e fem 21

▪ Campo gravítico ▪ Campo eléctrico


FEELE
Conceitos básicos – tensão, ddp e fem 22

Exercício 1.4., página 12, do livro “Fundamentos de Circuitos


eléctricos”, Charles K. Alexander e Matthew N. O Sadiku, McGraw
Hill.

Uma fonte de energia fornece uma corrente constante de 2 A a


uma lâmpada, durante 10 s. Se forem libertados 2,3 kJ na forma
de energia luminosa e calorífica, calcule a queda de tensão na
lâmpada.
FEELE
Conceitos Básicos – Lei de Ohm 23

▪ Para qualquer condutor metálico existe uma proporcionalidade


 constante entre a tensão entre os seus terminais e a corrente
que o percorre. Essa constante de proporcionalidade
corresponde à Resistência eléctrica do condutor.

U
R=
I
FEELE

A unidade da resistência no SI é o ohm (W)

▪ 1 ohm é a resistência de um condutor que é percorrido por uma


corrente eléctrica de 1 ampère quando a tensão eléctrica entre
os seus terminais é de 1 volt.
Conceitos Básicos – Lei de Ohm 24

▪ Uma grandeza útil em análise de circuitos é o inverso da


resistência, R, conhecida como condutância, G.

1
G=
R

A unidade da condutância no SI é o siemens (S)


FEELE

▪ A condutância representa a capacidade um elemento conduzir a


corrente eléctrica.

Nota: pode usar-se a Lei de Ohm para relacionar as três expressões de potência.
Conceitos Básicos – Potência elétrica 25

▪ A potência eléctrica (P) de um elemento é o produto da tensão


eléctrica aos seus terminais pela corrente que o atravessa.

P =U  I
▪ A potência eléctrica (P) dissipada por efeito de Joule numa
resistência pode ser calculada utilizando uma das seguintes
FEELE

expressões (usando a Lei de Ohm):

2
U
P = RI2 P=
R
Conceitos Básicos – Leis de Kirchhoff 26

▪ Há duas leis fundamentais que espelham a “conservação de


energia” nos circuitos eléctricos:
▪ Lei de Kirchhoff dos Nós (LKN)
▪ representa a conservação de energia em termos de correntes
(convergentes/divergentes) nos Nós

▪ Lei de Kirchhoff das Malhas (LKM)


▪ representa a conservação de energia em termos de tensões
(positivas/negativas) nas Malhas
FEELE
Conceitos Básicos – Leis de Kirchhoff 27

▪ Lei dos Nós


▪ Esta lei baseia-se na conservação da carga eléctrica:
em qualquer nó, a soma das correntes convergentes nesse nó é
igual à soma das correntes divergentes desse nó.

 I convergent es =  I divergente s
Nota: a análise de circuitos implica convencionar um sentido para a corrente de cada
FEELE

ramo.

▪ Ou: em qualquer nó de um circuito eléctrico a soma algébrica das


correntes é nula.

N Convenciona-se um sinal (“+” por exemplo) para as

 In = 0 correntes que chegam ao nó, e o sinal contrário para as


correntes que partem do nó.
n =1 N = nº total de correntes a convergir ou divergir do nó
Conceitos Básicos – Leis de Kirchhoff 28

Exercício 3.3., página 66, do livro “Circuitos eléctricos”, Vítor


Meireles, LIDEL, 4ª edição.

▪ Escreva as equações
referentes à Lei dos Nós
para cada um dos Nós
do circuito representado.
FEELE

Equação do Nó D:
I3 + I9 = I1
Conceitos Básicos – Leis de Kirchhoff 29

▪ Lei das Malhas


▪ esta lei baseia-se no princípio da conservação da energia:
ao longo de qualquer percurso fechado (malha) de um circuito
eléctrico, a soma algébrica das f.e.m. é igual à soma algébrica das
quedas de tensão.

M N
 Em =  U n M – nº total de f.e.m na malha
N – nº total de quedas de tensão na malha
m =1 n =1
FEELE

▪ ou: substituindo todas as f.e.m. pela respectiva queda de tensão


(de igual valor mas com sentido oposto), ao longo de qualquer
percurso fechado (malha) de um circuito eléctrico a soma algébrica
das tensões é nula.
M +N
U n = 0
n =1
Conceitos Básicos – Leis de Kirchhoff 30

▪ Lei das Malhas


▪ No enunciado desta lei faz-se referência a somas algébricas, isto
é, somas atendendo ao sinal.
▪ Adopta-se um sentido para a malha e as grandezas com o mesmo
sentido têm sinal positivo e as grandezas com sentido contrário
têm sinal negativo.
▪ nota: o sentido para a corrente no ramo também é arbitrado (o sentido real
dependerá dos valores de E1 e E2)
FEELE

U1 U2 E1 − E2 = U 1 + U 2 + U 3 

R1 I R2
 E1 − E2 = R1 I + R2 I + R3 I
U3
E1
R3 Se a malha tivesse sentido oposto:
-E1 + E2 = -U1 + (-U2) + (-U3) 
 -E1 + E2 = - R1 .I - R2 .I - R1 .I
(multiplicada por -1, a equação fica igual à de cima)

E2
Conceitos Básicos – Leis de Kirchhoff 31

Exercício 3.2., página 62, do livro “Circuitos eléctricos”, Vítor


Meireles, LIDEL, 4ª edição.

Considerando o circuito representado:

a) Escreva as equações
referentes às 4 malhas
assinaladas.
FEELE

b) Escreva diversas expressões


que sejam formas diferentes
de representar a tensão na
resistência de 6 W.

a) Por exemplo, a Equação da Malha 1:


+30 + 10 – 20 = 1.I1 - 2 .I2 + 6.I6 + 3.I3
Conceitos Básicos – Teorema de Tellegen 32

▪ Em qualquer circuito eléctrico que satisfaça a Lei de Kirchhoff


dos Nós e a Lei de Kirchhoff das Malhas, a soma das potências
de todos os componentes do circuito é igual a zero.

n n
 Pk =  U k  I k = 0
k =1 k =1
FEELE

▪ Este teorema representa o princípio da conservação de energia


e podemos também enunciá-lo do seguinte modo:
▪ a soma das potências fornecidas ao circuito eléctrico é igual à soma das
potências absorvidas.
Associação de resistências e R equivalente 33

Associação de resistências e
Resistência Equivalente
FEELE
Associação de resistências e R equivalente 34

▪ Em série

R1 R2 R3 RN Req

I  I

U U

Aplicando a Lei de Ohm e a Lei das Malhas:

U = R1 I + R2 I +  + RN I = (R1 + R2 +  + RN )I = Req I 
FEELE

N
 Req = ( R1 + R2 +  + RN ) =  Rn
n =1

Logo, a resistência equivalente a uma associação de resistências em


série é igual à soma das resistências associadas.
Associação de resistências e R equivalente 35

▪ Em paralelo
Req

U
I
R1 R2 RN  I

U
Aplicando a lei de ohm e a lei dos nós:
N N
U N 1  1 U
I =  I n = =  U = U= 
FEELE

n =1 n =1 Rn  n =1 Rn  Req Req

N
1 1 1 1 1
 = + ++ =
Req R1 R2 RN n =1 Rn

A resistência equivalente a uma associação de resistências em


paralelo é igual ao inverso da soma dos inversos das resistências
associadas.
Associação de resistências e R equivalente 36

▪ Em paralelo
Utilizando a condutância em vez da resistência, o cálculo da resistência
equivalente fica mais simples:
N 1
Geq = G1 + G2 +  + G N =  Gn e Req =
n =1 Geq

▪ Na associação de resistências em paralelo utiliza-se o


símbolo ‘//’ (para representar analiticamente).
FEELE

▪ No caso particular da associação de duas resistências em


paralelo, o cálculo pode ser feito de forma mais simples:
1 1 1 R1  R2
Req = R1 // R2  = +  Req =
Req R1 R2 R1 + R2
Associação de resistências e R equivalente 37

▪ A resistência equivalente de uma associação de resistências em série


é sempre > que qualquer uma das resistências associadas.
▪ A resistência equivalente de uma associação de resistências em
paralelo é sempre < à menor das resistências associadas;
▪ quanto > for o número de resistências colocadas em paralelo, < será o
valor da resistência equivalente.
▪ O valor da resistência equivalente de N resistências ligadas em série,
com o mesmo valor R, é dado por
FEELE

Req = N  R

▪ O valor da resistência equivalente do paralelo de N resistências com o


mesmo valor, R, é dado por

R
Req =
N
Associação de resistências e R equivalente 38

▪ As resistências usadas na eletrónica têm valores normalizados


▪ código de cores definido em norma IEC 60062
▪ 4 bandas: 2 AS + factor multiplicador + tolerância
▪ 5 bandas: + 1 AS
▪ 6 bandas: + TCR
▪ exemplo com 6 bandas:
FEELE

https://www.electronicshub.org/resistor-color-code/
Associação de resistências e R equivalente 39

▪ Valores “normalizados” -> “E series”


▪ para facilitar fabricação
▪ norma IEC 60063 define series de valores para (R, C, L)
▪ baseia-se nos valores de tolerância:
▪ E3 50% tolerance
▪ E6 20% tolerance
▪ E12 10% tolerance
▪ E24 5% tolerance
FEELE

▪ E48 2% tolerance
▪ E96 1% tolerance
▪ E192 0.5, 0.25, 0.1% and higher tolerances

▪ E24 (valores pré-definidos para os 2 AS)


▪ 1.0 1.1 1.2 1.3 1.5 1.6
1.8 2.0 2.2 2.4 2.7 3.0
3.3 3.6 3.9 4.3 4.7 5.1
5.6 6.2 6.8 7.5 8.2 9.1
Associação de resistências e R equivalente 40

▪ Para obter um valor de resistência “não normalizado”


▪ associar resistências normalizadas (em série ou paralelo)
▪ Exemplo (E24) para obter 500 ohm:
▪ 470 + 30 = 500 (0 %)
▪ 390 + 110 = 500 (0 %)
▪ 300 + 200 = 500 (0 %)
▪ 750 || 1500 = 500 (0 %)
▪ 1000 || 1000 = 500 (0 %)
FEELE

▪ Existem aplicações que ajudam a escolher (e.g. esta)


▪ apresentam diversas alternativas em termos de associações
série/paralelo
Associação de resistências e R equivalente - -Y 41

▪ Em determinadas situações não conseguimos determinar a


Resistência equivalente usando séries/paralelos (RAD=?):

Medindo com o Ohmímetro (QUCS):


FEELE
Associação de resistências e R equivalente - -Y 42

▪ Solução: substituir a ligação em estrela (star) pela ligação


equivalente em triângulo (delta), ou vice-versa:
FEELE
Associação de resistências e R equivalente - -Y 43

▪ A ligação em estrela será equivalente à ligação em triângulo (e vice-


versa) se as tensões Uac, Uab e Ubd forem iguais e se as correntes que
entram (ou saem) dos nós a, b, c e d também forem iguais para os dois
tipos de ligações, qualquer que seja o exterior.
▪ nota: os nós c e d estão ao mesmo potencial logo, onde se lê c pode ler-se
d (os dois nós podiam ser substituídos apenas por um).
▪ De modo a relacionar os dois tipos de ligação, e assim relacionar as
resistências, podemos considerar as seguintes situações:
FEELE

1. O exterior é uma fonte ligada entre os pontos a e c (Ib=0) e a resistência


equivalente entre esses dois pontos tem de ser igual nas duas ligações:

R A (RB + RC )
R1 + R3 = R A // (RB + RC ) = (1)
R A + RB + RC
Associação de resistências e R equivalente - -Y 44

2. O exterior é uma fonte ligada entre os pontos a e b (Ic=0) e a


resistência equivalente entre esses dois pontos tem de ser igual
nas duas ligações:
RB (R A + RC )
R1 + R2 = RB // (R A + RC ) = (2)
R A + RB + RC

3. O exterior é uma fonte ligada entre os pontos b e d (Ia=0) e a


resistência equivalente entre esses dois pontos tem de ser igual
FEELE

nas duas ligações:

RC (R A + RB )
R2 + R3 = RC // (R A + RB ) = (3)
R A + RB + RC
Associação de resistências e R equivalente - -Y 45

▪ Obtemos assim um sistema de 3 equações que pode ser resolvido em


ordem a R1, R2 e R3 ou a RA, RB e RC.

▪ Por exemplo, para calcular R1 podemos e.g. subtrair a equação (3)


à (2) (fazer (2)–(3))

RB (R A + RC ) − RC (R A + RB ) R A RB − R A RC
R1 − R3 = =
R A + RB + RC R A + RB + RC
FEELE

e adicionar o resultado a (1)

R A RB − R A RC + R A RB + R A RC 2 R A RB
2 R1 =  2 R1 = 
R A + RB + RC R A + RB + RC

R A RB
 R1 =
R A + RB + RC
Associação de resistências e R equivalente - -Y 46

R1 R2 + R2 R3 + R3 R1
RA =
R2
FEELE

R1 R2 + R2 R3 + R3 R1
RB =
R3

R1 R2 + R2 R3 + R3 R1
RC =
R1
Associação de resistências e R equivalente - -Y 47

R A RB
R1 =
R A + RB + RC
FEELE

RB RC
R2 =
R A + RB + RC

RC R A
R3 =
R A + RB + RC
Divisores de Tensão e de Corrente 48

Divisores de Tensão e de Corrente


FEELE
Divisores de Tensão e de Corrente 49

U
I U = ( R1 + R2 )I  I =
R1 + R2
R1 U1
R1
U U 1 = R1 I = U
R1 + R2
R2 U2
R2
U 2 = R2 I = U
R1 + R2
FEELE

Generalizando para um número qualquer de resistências em


série...
Ri
Ui = U
Reqsérie
Divisores de Tensão e de Corrente 50

I1
I = I1 + I 2
R1
R1 R2
I U = R1 I1 = R2 I 2 = I
R1 + R2
R2
 R2
I =
 1 R +R I
I2
 1 2

U  R1
I =
 2 R +R I
 1 2
FEELE

Generalizando para um número qualquer de resistências em


paralelo...

Reqparalelo Gi
Ii = I Ii = I
Ri Geqparalelo
Divisores de Tensão e de Corrente 51

Exercício 3.10., página 89, do livro “Circuitos eléctricos”, Vítor


Meireles, LIDEL, 4ª edição.

▪ Analisar o circuito da figura aplicando os conceitos de divisor de


tensão e de divisor de corrente.
FEELE
Divisores de Tensão e de Corrente 52

Livro “Circuitos eléctricos”, Vítor Meireles, LIDEL, 4ª edição.


▪ Exercício 3.12., página 441
Considere a associação de resistências
indicada na figura. Aplica-se entre A e B
uma tensão U = 60 V. Determine a
intensidade de corrente em cada uma das
resistências.

▪ Exercício 3.19., página 443


FEELE

Sabendo que a corrente que passa


na resistência de 20 W é de 2 A,
determine o valor de R.
Método da Resistência Equivalente 53

Método da Resistência Equivalente


FEELE
Método da Resistência Equivalente 54

▪ A determinação da resistência equivalente (Req) de associações


de resistências é muito importante
▪ permite simplificar todo um circuito ou partes dum circuito
▪ Igual importância têm os divisores de tensão e de corrente
▪ permitem calcular tensões/correntes parciais, num circuito
▪ No caso de circuitos com uma única fonte (de tensão ou de
corrente), estas ferramentas permitem “resolver” o circuito
FEELE

▪ i.e., determinar todas as correntes (em todos os ramos) e todas


as tensões (em todos os Nós e componentes)
▪ este método de análise é por vezes denominado de
“Método da Resistência Equivalente” (MRE)
▪ (é este é o caso dos circuitos-exemplo do próximo diapositivo)
Método da Resistência Equivalente 55

Exercício 3.7., página 76, do livro “Circuitos eléctricos”, Vítor


Meireles, LIDEL, 4ª edição:
▪ Uma mesma associação de resistências vai ser alimentada por
uma fonte com E=15 V. Calcular a potência eléctrica cedida pela
fonte quando ela for ligada à associação nos pontos indicados
nas figuras seguintes. (nota: usar o MRE)
FEELE

Cálculo de Req “vista da fonte”: Atenção: neste circuito a fonte está noutra
Req = [R1 // (R2 + ((R3 + R4) // R5))] + R6 posição, portanto é tudo diferente!
Análise de circuitos com maior complexidade 56

▪ Para circuitos com > complexidade, o MRE não é adequado


▪ Se houver muitos nós/ramos: não é prático
▪ Se houver mais do que 1 fonte: não se pode usar
▪ Utilizamos então os chamados métodos gerais de análise,
que nos permitem analisar circuitos com
▪  nº fontes
▪  nº ramos
▪  nº nós
FEELE

▪ nomeadamente os seguintes (que vamos estudar):


▪ Método segundo o “Teorema da Sobreposição”
▪ Método das Correntes nos Ramos (MCR)
▪ Método das Tensões Nodais (MTN)
▪ Método das Correntes nas Malhas (MCM)
Fontes de tensão e de corrente 57

Fontes de tensão e de corrente


FEELE
Fontes de tensão e de corrente: noção de c.a. 58

▪ Um bipolo está em circuito aberto (c.a.) quando ao seu exterior


não está ligado nada (podemos dizer que o bipolo está ligado a
uma resistência infinita). Neste caso, a corrente nos seus
terminais é nula (Ica = 0).

I ca = 0

U ca U ca
U ca I ca = = =0
R 
FEELE

▪ A tensão de circuito aberto de um bipolo, Uca, pode ser diferente de zero se


existirem fontes no interior do bipolo, contudo a potência eléctrica trocada
com o exterior é sempre nula.

Pca = U ca  I ca = U ca  0 = 0
Fontes de tensão e de corrente: noção de c.c. 59

▪ Um bipolo está em curto-circuito (c.c.) quando tem ligado ao seu


exterior uma resistência nula. Neste caso, a tensão entre os
seus terminais é nula (Ucc = 0).

I cc

U cc = 0 U cc = R  I cc = 0  I cc = 0
FEELE

▪ A corrente de curto-circuito de um bipolo, Icc, pode ser diferente de zero se


existirem fontes no interior do bipolo, contudo a potência eléctrica trocada
com o exterior é sempre nula.

Pcc = U cc  I cc = 0  I cc = 0
Fontes ideais de tensão 60

▪ Tensão constante nos terminais, U, qualquer que seja a corrente


cedida ao exterior, I
I U
constante Rint = 0
E
Uint = 0
E U Perdasfonte = 0

c.a. c.c. I
R= R=0
FEELE

I ca = 0 I cc = 

▪ Numa fonte ideal a potência eléctrica produzida no seu interior é igual à


potência eléctrica fornecida ao exterior e o rendimento é de 100%.
Pproduzida = E  I  Pfornecida = U  I
Como U = E
Pproduzida = Pfornecida   = 100%
Fontes ideais de tensão 61

▪ Uma fonte ideal de tensão só tem existência teórica.


▪ Muitas fontes podem aproximar-se do conceito de uma fonte
ideal quando estiverem a funcionar perto do circuito aberto.
▪ Se considerarmos a situação do funcionamento em curto-circuito
aparecem valores impossíveis:
▪ Ucc = 0, o que é contraditório com o valor constante da tensão aos
terminais da fonte;
FEELE

▪ Em curto-circuito R = 0 e, consequentemente, a corrente de curto-


circuito é infinita, o que é fisicamente impossível;
▪ Sendo a corrente de curto-circuito infinita, a potência eléctrica
fornecida pela fonte também é infinita. Contudo, a potência de
curto-circuito é sempre nula.
Fontes ideais de corrente 62

▪ Corrente constante nos terminais, I, qualquer que seja a tensão


cedida ao exterior, U
I U
c.a. R = 
Rint = 
U ca =  Ifugas int = 0

constante
E=
I U
0<U<
R=0
c.c. U
cc = 0
Icc I
FEELE

▪ Para que I permaneça constante quaisquer que sejam os valores de U e R


(resistência equivalente do circuito ao qual está ligada a fonte) será
necessário que Rint e E da fonte sejam infinitos.

E
I= = constante  Rint = ;
Rint + R
para que I  0  E =   I = I cc
Fontes ideais de corrente 63

▪ A potência eléctrica produzida, ou cedida, pela fonte é dada por:


P =U I
▪ Uma fonte ideal de corrente só tem existência teórica.
▪ Muitas fontes podem aproximar-se do conceito de uma fonte
ideal quando estiverem a funcionar perto do curto-circuito.
▪ Em circuito aberto aparecem valores impossíveis:
▪ Ica = 0, o que é contraditório com o valor constante da corrente na
FEELE

fonte;
▪ Em circuito aberto R =  e Uca = , o que é fisicamente impossível;
▪ Sendo Uca = , a potência eléctrica fornecida pela fonte também é
infinita. Contudo, a potência de circuito aberto é sempre nula.
Fontes reais de tensão 64

▪ Uma fonte real de tensão pode ser representada por uma fonte
ideal de tensão, E, em série com uma resistência interna, Ri, a
qual representa a energia de perdas no interior da fonte.

Ri
Uout Terminais acessíveis

E
FEELE

▪ Se ligarmos a fonte a uma carga (receptor) de resistência R e aplicando a


lei de kirchhoff das malhas e a lei de ohm, temos que:

E = Ri  I + R  I  E = Ri  I + U out
Fontes reais de tensão 65

▪ obtendo-se: U out = E − Ri  I
▪ A tensão entre os terminais da fonte já não é constante e igual a E, e é
tanto menor quanto maior for a corrente que a atravessa.
▪ A tensão só será igual a E no caso de I = 0, ou seja, em circuito aberto.

U
 R= 
  fonte ideal de tensão
U ca = E  E
 I =0 
 ca  U i = Ri  I
U out
FEELE

P = U out  I tensão utilizável


para o exterior

E U Icc I
I= = out
Ri + R R  R=0 
 
I = E 
 cc Ri 
Nota: a fonte real de tensão aproxima-se U =0
 cc 
da fonte ideal de tensão quando Ri << R.
Fontes reais de corrente 66

▪ Uma fonte real de corrente pode ser representada por uma fonte
ideal de corrente, Icc, em paralelo com a sua resistência interna,
Ri.
Iout

Icc Ri Uout Terminais acessíveis


FEELE

▪ Se ligarmos a fonte a uma carga (receptor) de resistência R e aplicando a


lei de ohm e a lei do divisor de corrente, obtemos:

R  Ri Ri U out
U out = I cc e I out = I cc = I cc − I i = I cc −
R + Ri R + Ri Ri
Fontes reais de corrente 67

▪ A corrente Iout já não é constante e igual a Icc, e é tanto menor quanto maior
for a tensão aos terminais da fonte.
▪ Iout só será igual a Icc no caso de Uout = 0, ou seja, em curto-circuito.

U
 R= 
U = R  I 
E

fonte ideal de corrente


 ca i cc 

 I ca = 0 
U out
corrente utilizável Ii =
para o exterior Ri
FEELE

U out = R  I out = ( R // Ri )  I cc
P = U out  I out

I out = I cc − I i = Icc I
U
= I cc − out  R=0 
Ri I = I 
 out cc 

 U cc = 0 

Nota: a fonte real de corrente aproxima-se


da fonte ideal de corrente quando Ri >> R.
Fontes Ideais e Reais – exemplo aplicação 68

Mediu-se a tensão aos terminais de uma bateria de automóvel em


duas situações: a) em vazio: 13,7 V; b) a debitar 170 A: 9,5 V.
Determine a resistência interna da bateria.

Resolução:
▪ A tensão em vazio é igual à f.e.m. da bateria, i.e. E = 13,7 V.
▪ Isto quer dizer que, em carga, a tensão que cai dentro da bateria
(na sua resistência interna) é de
FEELE

U i = 13,7 − 9 ,5 = 4 ,2 V

▪ Como a corrente é de 170 A, então a resistência interna é


4,2
Ri =  25 mW
170
Equivalência entre fontes de tensão e de corrente 69

Iout Iout

Ri1
Uout Icc Ri2 Uout
E
FEELE

▪ Para que as duas fontes sejam equivalentes é necessário que a


tensão aos seus terminais sejam iguais e que debitem a mesma
corrente.

Para a fonte real de tensão:


E U out
E = Ri1  I out + U out  I out = −
Ri1 Ri1
Equivalência entre fontes de tensão e de corrente 70

Para a fonte real de corrente:

U out U
I cc = I out +  I out = I cc − out
Ri 2 Ri 2

▪ Logo, para que as duas fontes sejam equivalentes é necessário


que:
 Ri1 = Ri 2 = Ri

 E
FEELE

 cc R
I =
 i

Concluímos então que:


▪ Uma fonte ideal de tensão de f.e.m. E em série com uma resistência Ri
é sempre equivalente a uma fonte ideal de corrente com Icc=E/ Ri em
paralelo com a resistência Ri.
Associação série/paralelo de fontes de tensão 71

▪ As fontes de tensão podem associar-se em série e em paralelo:


▪ em série
▪ para aumentar a f.e.m. máxima gerada (no caso de apenas
uma fonte não ser suficiente)
▪ respeitar as polaridades!
▪ em paralelo
▪ para aumentar a corrente máxima gerada (no caso de apenas
FEELE

uma fonte não ser suficiente)


▪ f.e.m. das fontes tem de ser igual
▪ respeitar as polaridades

▪ Isto pode ser feito com qualquer tipo de fonte de tensão (pilha,
bateria, fonte comutada)
Associação série/paralelo de fontes de tensão 72

▪ Fontes de tensão em série


▪ as f.e.m. somam-se
▪ a resistência equivalente é a de uma série

Rieq
E1 E2

<=>
FEELE

Ri1 Ri2
Eeq

E eq = E1 + E 2
Rieq = Ri1 + Ri 2
Associação série/paralelo de fontes de tensão 73

▪ Fontes de tensão em paralelo


▪ as correntes somam-se
▪ a resistência equivalente é a de um paralelo

IT IT

I1 I2
Rieq I T = I 1 + I 2  E1 = E 2 = E eq
Ri1 Ri2
FEELE

<=> 1 1 1
E1 E2 Eeq
= +
Rieq Ri1 Ri 2
Associação série/paralelo de fontes de tensão 74

▪ Fontes de tensão múltiplas


▪ contêm várias fontes de tensão num só equipamento
▪ normalmente 2 fontes tensão variável + 1 fonte tensão fixa (5 V)
▪ botões de regulação da f.e.m. e limitação de corrente máxima
▪ normalmente permitem associação em série/paralelo
FEELE

Fonte de tensão tripla (parecida com as do Lab I305)


Associação série/paralelo de fontes de tensão 75

▪ Para o exemplo apresentado, as duas fontes de tensão


▪ associadas em série
▪ permitem f.e.m. até 60 V (30 V + 30 V; 3 A máx.)
▪ associadas em paralelo
▪ permitem corrente até 6 A (3 A + 3 A; 30 V máx.)
FEELE
Capacidade (energética) de uma bateria 76

▪ A capacidade de uma bateria define a sua


capacidade energética
▪ capacidade da bateria = corrente de descarga (I) x tempo de
descarga (t), em A.h (ampere-hora)
▪ em teoria, uma bateria de x A.h consegue debitar
(aproximadamente):
FEELE

▪ x A durante 1 h
▪ x/10 A durante 10 h
▪ Atenção: há aspetos práticos que alteram este
comportamento
Capacidade (energética) de uma bateria 77

▪ Dada a f.e.m. de uma bateria, sabendo a sua capacidade pode


determinar-se a sua energia (em joule, J)

P = U  I → W = U  I  t = U  Cbat

▪ Exemplo

Para uma bateria de 12 V e 60 A.h


FEELE

W = 12  60  3600 = 2592000 J
Referências 78

▪ Norma IEC/EN 60617, Símbolos gráficos para esquemas


eléctricos, 1996-98
FEELE

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