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FÍSICA

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FÍSICA

FÍSICA Física A 10.o ano


Física A 10. ano de escolaridade

C. Produto
o

Componentes do projeto: Física A 10.o ano de escolaridade


Manual do aluno
Caderno de atividades e avaliação contínua
MARIA DO ROSÁRIO CORREIA
Livromédia GUIDA BASTOS
JOSÉ ALBERTO COSTA
Só para professores: PAULA ORNELAS
Livro do professor PAULO SOL
EDUCATECA — Guia de recursos do professor
Consultora científica:
Solucionário
Livromédia do professor Estela Pereira

www.santillana.pt

Livro do professor
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do Ministério da Educação, DISTRIBUIÇÃO DAS NOVAS
deve ser inserido o ISBN METAS CURRICULARES
da versão do aluno: NAS PP. I A VII.
978-989-708-685-4

Preço do manual do aluno


28,41 € IVA incluído
Manual
certificadedo
pela Faculdade
iversidade
Ci cias da Un
ên
de Li sb oa

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Física A
FÍSICA
10.o ano de escolaridade

MARIA DO ROSÁRIO CORREIA


GUIDA BASTOS
JOSÉ ALBERTO COSTA
PAULA ORNELAS
PAULO SOL
10
Consultora científica:
Estela Pereira

• P rojeto rigoroso e irrepreensível, do ponto de vista científico, e orientador e estruturante,

Livro do professor
do ponto de vista didático. Estimulante, acessível e cativante para alunos e professores;

• A tividades laboratoriais com exploração no manual do aluno, com relatórios na Educateca


e as medições da atividade e respetiva análise em ficheiro Excel no Livromédia do professor;

• Projeto com 850 exercícios no manual e Caderno de atividades e avaliação contínua


e 150 exercícios na Educateca;

• D
 iversidade de recursos exclusivos para o professor, designadamente o Solucionário — um
livro que é uma compilação de todas as atividades do manual e do Caderno de atividades
e avaliação contínua com as respetivas resoluções;

• C
 aderno de atividades e avaliação contínua orientado para as avaliações formativa e sumativa:
contempla as tipologias de atividades indicadas pelo IAVE e permite a monitorização das
aprendizagens.

Manual
certificadedo
pela Faculdade
iversidade
Ci cias da Un
ên
de Li sb oa

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Materiais do aluno
Manual do aluno
+ Sistematização:
• D estaque dos conceitos-chave ao longo da exposição dos conteúdos;
• Síntese dos conteúdos, após cada subdomínio, com a sistematização
das ideias-chave.

+ Exercícios:
• E xercícios resolvidos para aplicar os fundamentos teóricos apresentados:
orientam o aluno na metodologia e na organização da resolução
de problemas; estruturam o raciocínio e dotam o aluno de recursos
que lhe permitem resolver novas situações;
• Avaliar conhecimentos – exercícios apresentados após a exposição
de cada tema, para a prática e aplicação dos conceitos;
• Atividades globais, após cada subdomínio, para integrar conhecimentos.

+ Atividades laboratoriais:
• Q uestões orientadas e pormenorizadas para facilitar o enquadramento
teórico da atividade;
• Modelos experimentais, exequíveis em contexto escolar, com orientações
úteis, precisas e práticas para a sua conceção e construção;
• Procedimentos exatos e claros para a execução das atividades
laboratoriais, com sugestões e conselhos práticos, objetivamente
ilustrados por inúmeras imagens;
• Registo, organização, tratamento e análise de dados.

Caderno de atividades e avaliação contínua


Composto por 415 exercícios, ajustados aos vários níveis de dificuldade
– mais simples, intermédios e mais complexos –, permite ao aluno
monitorizar a sua evolução na aprendizagem e contribui para
sedimentar a sua autoconfiança. Apresenta 3 fichas de (auto)avaliação,
«Avalio o meu sucesso», que ajudam os alunos na sua preparação
para a avaliação sumativa.

LIVROMÉDIA
Versão digital do manual + Física, o Livromédia acresce ao conteúdo do manual um conjunto
de ferramentas que permite a sua personalização e contém recursos digitais, como a aplicação
interativa «+ Física» e as apresentações dos conteúdos em PowerPoint, que incentivam ao estudo
e promovem a aprendizagem. Está disponível em duas versões (aluno e professor).

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Materiais do professor

Livro do professor Educateca


Reproduz, na íntegra, o manual do aluno, acrescendo-lhe, Exclusiva para o professor, é uma compilação de materiais
em exclusivo para o professor, sugestões metodológicas de utilidade efetiva para a prática docente. Constitui um
dirigidas ao docente, indicações para a articulação apoio para o trabalho do professor e inclui: planificação
dos conteúdos com as Metas Curriculares, sugestões semestral, planos de aula, fichas de trabalho com
para a exploração dos fenómenos físicos do quotidiano, propostas de resolução, fichas de avaliação com os
propostas para temas de pesquisa/debate/discussão critérios de correção e guião de exploração de Physlets
relevantes e atuais, sinalização dos recursos multimédia (aplets de Física).
que podem ser explorados e remissões para as fichas
da Educateca.

SOLUCIONÁRIO
Exclusivo para o professor, este recurso contém uma
compilação dos enunciados de todas as atividades do manual
e do Caderno de atividades e avaliação contínua — mais
de 800 exercícios — e as respetivas resoluções.
Material relevante para a atividade docente, na medida em
que constitui uma ferramenta adequada de apoio ao ensino
e à promoção do sucesso escolar.

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Metas curriculares
Física A 10.o ano de escolaridade

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Metas curriculares
Energia e sua conservação
Energia e movimentos

1. 
Compreender em que condições um sistema pode ser representado pelo seu centro de massa e que a sua
energia como um todo resulta do seu movimento (energia cinética) e da interação com outros sistemas
(energia potencial); interpretar as transferências de energia como trabalho em sistemas mecânicos, os con-
ceitos de força conservativa e não conservativa e a relação entre trabalho e variações de energia, reconhe-
cendo as situações em que há conservação de energia mecânica. PÁGINAS
DO MANUAL

1.1 Indicar que um sistema físico (sistema) é o corpo ou o conjunto de corpos em estudo. 10

1.2 Associar a energia cinética ao movimento de um corpo e a energia potencial (gravítica, elé- 10-12
trica, elástica) a interações desse corpo com outros corpos.

1.3 Aplicar o conceito de energia cinética na resolução de problemas envolvendo corpos que 13
apenas têm movimento de translação.

1.4 Associar a energia interna de um sistema às energias cinética e potencial das suas partículas. 14-15

1.5 Identificar um sistema mecânico como aquele em que as variações de energia interna não 16
são tidas em conta.

1.6 Indicar que o estudo de um sistema mecânico que possua apenas movimento de translação 16-18
pode ser reduzido ao de uma única partícula com a massa do sistema, identificando-a com o
centro de massa.

1.7 Identificar trabalho como uma medida da energia transferida entre sistemas por ação de for- 19-31
ças e calcular o trabalho realizado por uma força constante em movimentos retilíneos, qual-
quer que seja a direção dessa força, indicando quando é máximo.

1.8 Enunciar e aplicar o Teorema da Energia Cinética. 33

1.9 Definir forças conservativas e forças não conservativas, identificando o peso como uma força 36-37
conservativa.

1.10 Aplicar o conceito de energia potencial gravítica ao sistema em interação corpo-Terra, a partir 38
de um valor para o nível de referência.

1.11 Relacionar o trabalho realizado pelo peso com a variação da energia potencial gravítica e 39
aplicar esta relação na resolução de problemas.

1.12 Definir e aplicar o conceito de energia mecânica. 44

1.13 Concluir, a partir do Teorema da Energia Cinética, que, se num sistema só atuarem forças 44-46
conservativas, ou se também atuarem forças não conservativas que não realizem trabalho, a
energia mecânica do sistema será constante.

1.14 Analisar situações do quotidiano sob o ponto de vista da conservação da energia mecânica, 46-47
identificando transformações de energia (energia potencial gravítica em energia cinética e
vice-versa).

II Metas curriculares © Santillana

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1.15 Relacionar a variação de energia mecânica com o trabalho realizado pelas forças não conser- 48-49
vativas e aplicar esta relação na resolução de problemas.

1.16 Associar o trabalho das forças de atrito à diminuição de energia mecânica de um corpo e à 48-49
energia dissipada, a qual se manifesta, por exemplo, no aquecimento das superfícies em
contacto.

1.17 Aplicar o conceito de potência na resolução de problemas. 57

1.18 Interpretar e aplicar o significado de rendimento em sistemas mecânicos, relacionando a 54-56


dissipação de energia com um rendimento inferior a 100%.

Energia e fenómenos elétricos

2. 
Descrever circuitos elétricos a partir de grandezas elétricas; compreender a função de um gerador e as suas
características e aplicar a conservação da energia num circuito elétrico tendo em conta o efeito
Joule. PÁGINAS
DO MANUAL

2.1 Interpretar o significado das grandezas corrente elétrica, diferença de potencial elétrico (ten- 90-104
são elétrica) e resistência elétrica.

2.2 Distinguir corrente contínua de corrente alternada. 106

2.3 Interpretar a dependência da resistência elétrica de um condutor filiforme com a resistividade, 108-109
característica do material que o constitui, e com as suas características geométricas (compri-
mento e área da secção reta).

2.4 Comparar a resistividade de materiais bons condutores, maus condutores e semicondutores 109-110
e indicar como varia com a temperatura, justificando, com base nessa dependência, exem-
plos de aplicação (resistências padrão para calibração, termístor em termómetros, etc.).

2.5 Associar o efeito Joule à energia dissipada nos componentes elétricos, devido à sua resistên- 114-115
cia, e que é transferida para as vizinhanças através de calor, identificando o LED (díodo
emissor de luz) como um componente de elevada eficiência (pequeno efeito Joule).

2.6 Caracterizar um gerador de tensão contínua pela sua força eletromotriz e resistência interna, 117-120
interpretando o seu significado, e determinar esses valores a partir da curva característica.

2.7 Identificar associações de componentes elétricos em série e paralelo e caracterizá-las quanto 122-125
às correntes elétricas que os percorrem e à diferença de potencial elétrico nos seus terminais.

2.8 Interpretar a conservação da energia num circuito com gerador de tensão e condutores pura- 126-127
mente resistivos, através da transferência de energia do gerador para os condutores, determi-
nando diferenças de potencial elétrico, corrente elétrica, energias dissipadas e potência elé-
trica do gerador e do condutor.

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Metas curriculares
Energia, fenómenos térmicos e radiação

3. C
 ompreender os processos e mecanismos de transferências de energia entre sistemas termodinâmicos,
interpretando-os com base na Primeira e na Segunda Leis da Termodinâmica. PÁGINAS
DO MANUAL

3.1 Distinguir sistema, fronteira e vizinhança e definir sistema isolado. 148-149

3.2 Identificar um sistema termodinâmico como aquele em que se tem em conta a sua energia 149
interna.

3.3 Indicar que a temperatura é uma propriedade que determina se um sistema está ou não em 150
equilíbrio térmico com outros e que o aumento de temperatura de um sistema implica, em
geral, um aumento da energia cinética das suas partículas.

3.4 Indicar que as situações de equilíbrio térmico permitem estabelecer escalas de temperatura, 151
aplicando à escala de temperatura Celsius.

3.5 Relacionar a escala de Celsius com a escala de Kelvin (escala de temperatura termodinâmica) 153-155
e efetuar conversões de temperatura em graus Celsius e kelvin.

3.6 Identificar calor como a energia transferida espontaneamente entre sistemas a diferentes 158
temperaturas.

3.7 Descrever as experiências de Thompson e de Joule identificando o seu contributo para o 159-162
reconhecimento de que o calor é energia.

3.8 Distinguir, na transferência de energia por calor, a radiação – transferência de energia através 154 e 173
da propagação de luz, sem haver contacto entre os sistemas – da condução e da convecção
que exigem contacto entre sistemas.

3.9 Indicar que todos os corpos emitem radiação e que à temperatura ambiente emitem predo- 167
minantemente no infravermelho, dando exemplos de aplicação desta característica (sensores
de infravermelhos, visão noturna, termómetros de infravermelhos, etc.).

3.10 Indicar que todos os corpos absorvem radiação e que a radiação visível é absorvida totalmente 171
pelas superfícies pretas.

3.11 Associar a irradiância de um corpo à energia da radiação emitida por unidade de tempo e por 170-171
unidade de área.

3.12 Identificar uma célula fotovoltaica como um dispositivo que aproveita a energia da luz solar 178
para criar diretamente uma diferença de potencial elétrico nos seus terminais, produzindo
uma corrente elétrica contínua.

3.13 Dimensionar a área de um sistema fotovoltaico conhecida a irradiância solar média no local 178-180
de instalação, o número médio de horas de luz solar por dia, o rendimento e a potência a
debitar.

3.14 Distinguir os mecanismos de condução e de convecção. 184-186

IV Metas curriculares © Santillana

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3.15 Associar a condutividade térmica à taxa temporal de transferência de energia como calor por 189
condução, distinguindo materiais bons e maus condutores do calor.

3.16 Interpretar o significado de capacidade térmica mássica, aplicando-o na explicação de fenó- 191-193
menos do quotidiano.

3.17 Interpretar o conceito de variação de entalpias de fusão e de vaporização. 197

3.18 Determinar a variação de energia interna de um sistema num aquecimento ou arrefecimento, 197-199
aplicando os conceitos de capacidade térmica mássica e de variação de entalpia (de fusão ou
de vaporização), interpretando o sinal dessa variação.

3.19 Interpretar o funcionamento de um coletor solar, a partir de informação selecionada, e iden- 202-203
tificar as suas aplicações.

3.20 Interpretar e aplicar a Primeira Lei da Termodinâmica. 205-207

3.21 Associar a Segunda Lei da Termodinâmica ao sentido em que os processos ocorrem espon- 208-210
taneamente, diminuindo a energia útil.

3.22 Efetuar balanços energéticos e calcular rendimentos. 210

Componente prática-laboratorial

AL 1.1 Movimento num plano inclinado: variação da energia cinética e distância percorrida PÁGINAS
DO MANUAL
 bjetivo geral: Estabelecer a relação entre variação de energia cinética e distância percorrida
O
num plano inclinado e utilizar processos de medição e de tratamento estatístico de dados. 72-76

1. 
Identificar medições diretas e indiretas.

2. Realizar medições diretas usando balanças, escalas métricas e cronómetros digitais.

3. Indicar valores de medições diretas para uma única medição (massa, comprimento) e para um con-
junto de medições efetuadas nas mesmas condições (intervalos de tempo).

4. Determinar o desvio percentual (incerteza relativa em percentagem) associado à medição de um inter-


valo de tempo.

5. Medir velocidades e energias cinéticas.

6. Construir o gráfico da variação da energia cinética em função da distância percorrida sobre uma rampa
e concluir que a variação da energia cinética é tanto maior quanto maior for a distância percorrida.

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Metas curriculares
AL 1.2 Movimento vertical de queda e ressalto de uma bola:
PÁGINAS
transformações e transferências de energia DO MANUAL

Objetivo geral: Investigar, com base em considerações energéticas (transformações e trans- 77-79
ferências de energia), o movimento vertical de queda e de ressalto de uma bola.

1. Identificar transferências e transformações de energia no movimento vertical de queda e de ressalto


de uma bola.

2. Construir e interpretar o gráfico da primeira altura de ressalto em função da altura de queda, traçar
a reta que melhor se ajusta aos dados experimentais e obter a sua equação.

3. Prever, a partir da equação da reta de regressão, a altura do primeiro ressalto para uma altura de queda
não medida.

4. Obter as expressões do módulo da velocidade de chegada ao solo e do módulo da velocidade inicial


do primeiro ressalto, em função das respetivas alturas, a partir da conservação da energia mecânica.

5. Calcular, para uma dada altura de queda, a diminuição da energia mecânica na colisão, exprimindo
essa diminuição em percentagem.

6. Associar uma maior diminuição de energia mecânica numa colisão à menor elasticidade do par
de materiais em colisão.

7. Comparar energias dissipadas na colisão de uma mesma bola com diferentes superfícies, ou de bolas
diferentes na mesma superfície, a partir dos declives das retas de regressão de gráficos da altura
de ressalto em função da altura de queda.

AL 2.1 Características de uma pilha PÁGINAS


DO MANUAL

Objetivo geral: Determinar as características de uma pilha a partir da sua curva característica.
134-137

1. Medir diretamente uma força eletromotriz e justificar o procedimento.

2. Montar um circuito elétrico e efetuar medições de diferença de potencial elétrico e de corrente elétrica.

3. Construir e interpretar o gráfico da diferença de potencial elétrico nos terminais de uma pilha em fun-
ção da corrente elétrica (curva característica), traçar a reta que melhor se ajusta aos dados experimen-
tais e obter a sua equação.

4. Determinar a força eletromotriz e a resistência interna de um gerador a partir da equação da reta


de ajuste.

5. Comparar a força eletromotriz e a resistência interna de uma pilha nova e de uma pilha velha.

VI Metas curriculares © Santillana

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AL 3.1 Radiação e potência elétrica de um painel fotovoltaico PÁGINAS
DO MANUAL
Objetivo geral: Investigar a influência da irradiância e da diferença de potencial elétrico
no rendimento de um painel fotovoltaico. 212-214

1. Associar a conversão fotovoltaica à transferência de energia da luz solar para um painel fotovoltaico que
se manifesta no aparecimento de uma diferença de potencial elétrico nos seus terminais.

2. Montar um circuito elétrico e efetuar medições de diferença de potencial elétrico e de corrente elétrica.

3. Determinar a potência elétrica fornecida por um painel fotovoltaico.

4. Investigar o efeito da variação da irradiância na potência do painel, concluindo qual é a melhor orien-
tação de um painel fotovoltaico de modo a maximizar a sua potência.

5. Construir e interpretar o gráfico da potência elétrica em função da diferença de potencial elétrico nos
terminais de um painel fotovoltaico, determinando a diferença de potencial elétrico que otimiza o seu
rendimento.

AL 3.2 Capacidade térmica mássica PÁGINAS


DO MANUAL

Objetivo geral: Determinar a capacidade térmica mássica de um material.


215-216

1. Identificar transferências de energia.

2. Estabelecer balanços energéticos em sistemas termodinâmicos, identificando as parcelas que corres-


pondem à energia útil e à energia dissipada.

3. Medir temperaturas e energias fornecidas, ao longo do tempo, num processo de aquecimento.

4. Construir e interpretar o gráfico da variação de temperatura de um material em função da energia for-


necida, traçar a reta que melhor se ajusta aos dados experimentais e obter a sua equação.

5. Determinar a capacidade térmica mássica do material a partir da reta de ajuste e avaliar a exatidão
do resultado a partir do erro percentual.

AL 3.3 Balanço energético num sistema termodinâmico PÁGINAS


DO MANUAL

Objetivo geral: Estabelecer balanços energéticos e determinar a entalpia de fusão do gelo.



217-219

1. Prever a temperatura final da mistura de duas massas de água a temperaturas diferentes e comparar
com o valor obtido experimentalmente.

2. Medir massas e temperaturas.

3. Estabelecer balanços energéticos em sistemas termodinâmicos aplicando a Lei da Conservação da


Energia, interpretando o sinal positivo ou negativo da variação da energia interna do sistema.

4. Medir a entalpia de fusão do gelo e avaliar a exatidão do resultado a partir do erro percentual.

Metas curriculares © Santillana VII

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O Projeto + Física de Física A destina-se ao 10.o ano de escolaridade,
do Ensino Secundário.

EQUIPA TÉCNICA
Chefe de Equipa Técnica: Patrícia Boleto
Modelo Gráfico e Capa: Carla Julião
Ilustrações: José Francisco e Miguel Félix
Paginação: Célia Neves, Leonor Ferreira, Sérgio Pires e Tiago Boleto
Documentalistas: José Francisco
Revisão: Ana Abranches e Catarina Pereira

EDITORA
Paula Inácio

DIRETORA EDITORIAL
Sílvia Vasconcelos

CONSULTORA CIENTÍFICA
Estela Pereira — Doutorada pela Universidade de Shefield (Reino Unido).
Professora Catedrática do Departamento de Física da Universidade
de Aveiro (aposentada). Orientadora de estágios e seminários do curso
de formação de professores de Física e Química.

© 2015

Rua Mário Castelhano, 40 – Queluz de Baixo


2734-502 Barcarena, Portugal

APOIO AO PROFESSOR
Tel.: 214 246 901
apoioaoprofessor@santillana.com

APOIO AO LIVREIRO
Tel.: 214 246 906
apoioaolivreiro@santillana.com

Internet: www.santillana.pt

Impressão e Acabamento: Printer Portuguesa

ISBN: 978-989-708-720-2
C. Produto: 530 130 601

1.a Edição
1.a Tiragem

Depósito Legal: 387006/15

A cópia ilegal viola os direitos dos autores.


Os prejudicados somos todos nós.

VIII

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Física A
FÍSICA
10.o ano de escolaridade
10

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Organização do manual
O manual +Física de Física A do 10.º ano encontra-se organizado num domínio intitulado
ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO, que é constituído por três subdomínios: ENERGIA E MOVIMENTOS,
ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS e ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO.

Entrada
de domínio
O domínio ENERGIA E SUA
CONSERVAÇÃO inicia-se com uma
imagem motivadora e contextualizadora
(que pode ser trabalhada em aula).

Entrada de subdomínio
Na entrada de subdomínio
apresentam-se os objetivos gerais
a atingir ao longo do subdomínio:
as suas metas.

Desenvolvimento
dos conteúdos
A exposição de conteúdos
é feita de forma clara,
simples e cientificamente
correta. Sempre que é
necessário, a apresentação
dos conteúdos é
acompanhada por
imagens, fotografias ou
ilustrações, que facilitam a
transmissão de informação.
Os conceitos principais
encontram-se destacados
ao longo do texto informativo.
São apresentados
exercícios resolvidos
passo a passo
ao longo dos conteúdos.

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Avaliar
conhecimentos
As páginas de Avaliar
conhecimentos surgem
com frequência ao longo
dos subdomínios.
Exercícios para a prática
e aplicação dos conceitos.

Atividades
laboratoriais
Apresentam-se propostas
para todas as atividades
laboratoriais que constam
do programa de Física A,
de 10.º ano.
Atividades globais
São apresentados inúmeros exercícios
e problemas para aplicar e integrar os
conhecimentos que foram adquiridos.
A secção Atividades globais
encontra-se no fim dos subdomínios.

Ideias-chave
No fim dos subdomínios
são enumeradas
as ideias-chave dos
conteúdos que foram
desenvolvidos.

Nas atividades laboratoriais, por vezes, surgem situações que requerem o preenchimento de espaços, sobretudo
de tabelas. Nesses casos, surge o ícone para o recordar de que todos os registos devem ser feitos no seu
caderno.

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Índice

Domínio
ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO  p. 6

SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS  p. 8


1.1 Energia cinética e energia potencial; energia interna p. 10
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 13
1.2 Sistema mecânico; sistema redutível a uma partícula (centro de massa)
p. 16
1.3 
O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes p. 19
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 31
1.4 Teorema da Energia Cinética p. 33
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 35
1.5 
Forças conservativas e não conservativas; força gravítica como força
conservativa; trabalho realizado pela força gravítica e variação da energia
potencial gravítica p. 36
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 42
1.6 
Energia mecânica no sistema «corpo + Terra» e conservação
da energia mecânica p. 44
1.7 Forças não conservativas e variação da energia mecânica p. 48
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 52
1.8 Potência p. 54
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 57
Introdução ao processo de medida, análise e tratamento de dados p. 58
AL 1.1 Movimento num plano inclinado: variação da energia cinética e distância p. 72
AL 1.2 Movimento vertical de queda e ressalto de uma bola:
transformações e transferências de energia p. 77
IDEIAS-CHAVE p. 80
ATIVIDADES GLOBAIS p. 82

SUBDOMÍNIO 2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS  p. 90

2.1 
Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente elétrica
e resistência elétrica p. 92
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 97
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 102
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 105
2.2 Corrente elétrica contínua e corrente elétrica alternada p. 106
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 107
2.3 
Resistência de condutores filiformes; resistividade e variação
da resistividade com a temperatura p. 108
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 112
2.4 Efeito Joule p. 114
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 116
2.5 
Geradores de corrente contínua: força eletromotriz e resistência interna;
curva característica p. 117
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 121
4

565533 001-005.indd 4 10/03/15 12:24


2.6 
Associações em série e em paralelo: diferença de potencial elétrico
e corrente elétrica p. 122
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 128
2.7 Conservação da energia em circuitos elétricos; potência elétrica p. 131
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 133
AL 2.1 Características de uma pilha p. 134
IDEIAS-CHAVE p. 138
ATIVIDADES GLOBAIS p. 140

SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO  p. 146

3.1 Sistema, fronteira e vizinhança; sistema isolado; sistema termodinâmico p. 148


3.2 Temperatura, equilíbrio térmico e escalas de temperatura p. 150
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 156
3.3 
Calor como medida da energia transferida entre sistemas
a diferentes temperaturas p. 158
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 163
3.4 
Radiação e irradiância p. 166
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 181
3.5 
Mecanismos de transferência de energia por calor em sólidos e fluidos:
condução e convecção p. 184
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 187
3.6 Condução térmica e condutividade térmica p. 188
3.7 C
 apacidade térmica mássica p. 191
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 194
3.8 Variação de entalpia de fusão e de vaporização p. 197
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 200
3.9 Funcionamento dos coletores solares e suas aplicações p. 202
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 204
3.10 Primeira Lei da Termodinâmica: transferência de energia
e conservação de energia p. 205
3.11 Segunda Lei da Termodinâmica: degradação de energia
e rendimento p. 208
AVALIAR CONHECIMENTOS p. 211
AL 3.1 Radiação e potência elétrica de um painel fotovoltaico p. 212
AL 3.2 Capacidade térmica mássica p. 215
AL 3.3 Balanço energético num sistema termodinâmico p. 217
IDEIAS-CHAVE p. 220 Professor
ATIVIDADES GLOBAIS p. 222 LIVROMÉDIA

SOLUÇÕES p. 232 Solucionário

565533 001-005.indd 5 13/03/15 13:07


Domínio
ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

565533 006-057.indd 6 10/03/15 12:29


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS  p. 8

SUBDOMÍNIO 2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS  p. 90

SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO  p. 146

565533 006-057.indd 7 10/03/15 12:29


1
SUBDOMÍNIO

ENERGIA E MOVIMENTOS

565533 006-057.indd 8 10/03/15 12:29


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

AS SUAS METAS
• Compreender
 em que condições um sistema pode ser representado pelo seu centro de massa e que a sua
energia como um todo resulta do seu movimento (energia cinética) e da interação com outros sistemas
(energia potencial).
• Interpretar as transferências de energia como trabalho em sistemas mecânicos, os conceitos de força
conservativa e não conservativa e a relação entre trabalho e variações de energia, reconhecendo as situações
em que há conservação de energia mecânica.

Professor
LIVROMÉDIA

Aplicação «+Física»
Energia e movimentos

Planificação semestral

Planos de aula
do subdomínio 1:
Energia e movimentos

Atividades interativas

Ligações de interesse
para o Subdomínio 1

565533 006-057.indd 9 13/03/15 16:56


1.1  Energia cinética e energia potencial; energia interna

1.1.1 
Sistema físico
Todos os sistemas físicos que se apresentam no quotidiano exigem
uma análise global, na qual se colocam em evidência não só as suas
propriedades mecânicas, mas também as elétricas, magnéticas e térmi-
cas Fig. 1 .

Idealmente, distinguem-se diferentes tipos de sistemas para que a


aprendizagem dos conceitos fundamentais se revele menos complexa,
mas ambicionando, posteriormente, desenvolver a capacidade de lidar
com a complexidade dos problemas reais.

Entende-se por sistema físico um corpo ou um conjunto de corpos


Fig. 1  xemplo de um sistema
E sobre o qual incide o nosso estudo. Assim, um sistema físico tanto pode
complexo (robô). ser o Sistema Solar como o manual de Física.

Um sistema físico (sistema) é um corpo ou um conjunto de cor-


pos sobre o qual incidirá o estudo.

Pode estudar-se um sistema físico, do ponto de vista energético, ana-


Professor lisando fenómenos associados:
Sugestões metodológicas • à transferência e à transformação de energia;
• Com base na figura 1, isolar diferentes sistemas físicos: • ao armazenamento de energia;
— sistema elétrico;
— sistema eletrónico; • à conservação de energia;
— sistema mecânico; • à degradação de energia.
— sistema térmico;
— etc.
Da discussão deve resultar a definição de sistema físico. A energia manifesta-se de diferentes formas, que se podem relacionar
• Discutir o sistema complexo robô do ponto de vista
com os fenómenos em estudo ou com o efeito provocado nos sistemas.
energético.
• Construir um diagrama onde se evidenciem Por exemplo:
transferências e transformações de energia.
• Energia química — fenómenos químicos (reações químicas);
• Concluir que todas as formas de energia podem ser
agrupadas em dois tipos: energia cinética e energia • Energia nuclear — fenómenos nucleares (reações nucleares);
potencial.
• Energia elétrica — fenómenos elétricos (circuitos elétricos e eletró-
LIVROMÉDIA nicos);
• Energia térmica — fenómenos térmicos (interações entre sistemas
PowerPoint
Energia cinética e energia potencial; energia interna a temperaturas diferentes).

Estas diferentes formas de energia podem ser agrupadas em dois


tipos: energia cinética (Ec) e energia potencial (Ep).

1.1.2 
Energia cinética
Ao longo das secções seguintes o estudo incidirá sobre sistemas
mecânicos, cujo significado será definido posteriormente.

No movimento de um carro numa pista horizontal Fig. 2 , além do


seu movimento de translação, há também movimento de rotação (por
Fig. 2  anifestação de energia
M
cinética de um sistema. exemplo, a rotação das rodas em torno do seu eixo) e de vibração.

10

565533 006-057.indd 10 13/03/15 13:26


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Designa-se por energia cinética a energia associada ao movimento Professor


de um corpo em relação a um dado referencial. SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• A partir dos efeitos que resultam da colisão frontal
A energia cinética pode ser de translação, de rotação ou de vibração, do carro de corrida com a barreira de proteção, inferir:
— que estragos observáveis estão relacionados
dependendo do tipo de movimento de que está animado o corpo. com a quantidade de energia que o carro possui
No caso da translação, esta energia é diretamente proporcional à massa no momento da colisão;
— quais são as grandezas físicas que estão envolvidas
(m) do corpo e ao quadrado da sua velocidade (v): na quantidade de energia que o carro possui
(massa e velocidade).
• Relembrar múltiplos e submúltiplos das unidades das
1 grandezas massa e velocidade.
Ec = m v2 • Partindo das figuras 3 a 5, discutir outras situações
2 de manifestações de energia potencial.

Sendo a energia cinética uma forma de energia, expressa-se em


joule (J), que é a unidade do Sistema Internacional (SI) de energia,
quando a massa e a velocidade se expressam, respetivamente, em qui-
lograma (kg) e metro por segundo (m/s ou m s-1).

1.1.3 
Energia potencial
A origem da energia cinética manifestada quando um corpo é largado
de uma dada altura foi resolvida por Leibniz (1646-1716), que sugeriu
que um corpo a uma dada altura do solo teria uma energia «armaze-
nada», que veio a denominar-se energia potencial.

Assim, a designação «energia potencial» surge, em sentido lato, com


o sentido de «energia de reserva», disponível, capaz de desencadear
uma ação. Neste sentido, a energia potencial está associada à existên-
cia de interações entre partículas e à configuração (posição relativa das
partículas) de um dado sistema.

Num sistema, podem unicamente determinar-se variações da


energia potencial.

Na Natureza, existem forças que podem ser relacionadas com a varia-


ção da energia potencial de um sistema, como é o caso da força graví-
tica Fig. 3 , da força elástica Fig. 4 e da força elétrica Fig. 5 .

Fig. 3  anifestação de energia


M Fig. 4  anifestação de energia
M Fig. 5  anifestação de energia
M
potencial gravítica associada potencial elástica associada potencial elétrica associada
à interação corpo-Terra. à interação entre corpos com à interação entre partículas
propriedades elásticas. com carga elétrica.

11

565533 006-057.indd 11 10/03/15 12:29


1.1 Energia cinética e energia potencial; energia interna

Professor Energia potencial gravítica (sistema «corpo + Terra»)


Sugestões metodológicas
• Analisar o exercício resolvido «Aplicação do conceito Quando se eleva um corpo a uma dada altura (h), relativamente ao
de energia cinética» e discutir a proposta de resolução
apresentada, evidenciando o processo de raciocínio
solo, apenas se sabe de quanto variou a energia potencial gravítica do sis-
que foi adotado. tema «corpo + Terra». Assim, quando a posição de um corpo se altera
• Ter em atenção:
— a conversão de unidades;
relativamente ao solo Fig. 6 , este sofre uma variação na sua energia
— a importância de estabelecer relações/comparações potencial gravítica (DEpg), que é proporcional à massa (m) e à altura (h).
entre os valores das grandezas.

Fig. 6  xemplo de um sistema «corpo + Terra», em situações em que há


E
variação de energia gravítica e cinética.

A energia cinética está associada ao movimento de um corpo e a


energia potencial (gravítica, elétrica, elástica) às interações desse
corpo com outros corpos.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1
Aplicação do conceito de energia cinética
Um automóvel de massa 750 kg encontra-se em movimento e no velocímetro lê-se o valor de
54 km h-1.
1.1 Determine o valor da energia cinética do automóvel.

1.2 
De quanto aumentará a energia cinética do automóvel se a sua velocidade duplicar? Exprima
o resultado em kJ.

DADOS: m = 750 kg; v = 54 km h-1


1.1 

CÁLCULO:
54 km 54 # 10 3 m
Exprimir a velocidade em m s-1: v = = = 15 m s-1
1h 3,6 # 10 3 s
1 1
Obter o valor da energia cinética: Ec = m v 2 & Ec = # 750 # 152 + Ec b 84 # 103 J
2 2
RESPOSTA:
O valor da energia cinética do automóvel é 84 # 103 J.
1.2 
RESOLUÇÃO:
Como a energia cinética é diretamente proporcional ao quadrado da velocidade, se a velocidade
duplicar, a energia cinética do carrinho quadruplica.
Conclui-se que a energia cinética quadruplica, sendo o seu valor de 337 kJ.

12

565533 006-057.indd 12 10/03/15 12:29


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar o conceito de energia cinética
Um corpo de massa 5 # 104 g move-se a uma velocidade de 2 km/h. Determine a energia cinética
1 
do corpo.
Numa estrada retilínea deslocam-se um camião e um automóvel. A massa do camião é 12 vezes
2 
superior à massa do automóvel, e o valor da sua velocidade igual a metade do valor da velocidade
do automóvel. Qual das seguintes expressões relaciona corretamente a energia cinética do camião,
Ec(camião), com a energia cinética do automóvel, Ec(automóvel), enquanto se deslocam na estrada?
A. Ec(camião) = 24 Ec(automóvel) C. Ec(camião) = 6 Ec(automóvel)
B. Ec(camião) = 12 Ec(automóvel) D. Ec(camião) = 3 Ec(automóvel)
(Adaptado do Teste Intermédio, 11.º ano, fevereiro de 2014)

Um todo-o-terreno e um camião viajam na autoestrada a uma velocidade constante em valor.


3 
O velocímetro dos veículos regista o valor de 108 km/h. Sabendo que a massa do automóvel
é 1500 kg e a do camião 6000 kg, estabeleça a relação entre a energia cinética do camião
e do automóvel.
Um automóvel de 900 kg e um camião de massa 10 000 kg encontram-se em movimento numa
4 
estrada horizontal com igual energia cinética. Estabeleça a relação entre a velocidade do camião
e a do automóvel.
Um corpo de massa 1,0 t encontra-se em movimento, com uma energia cinética de 242 kJ.
5 
Determine o valor da velocidade do corpo expressa em km h-1.
Professor
A figura mostra dois barcos à vela que se
6  vA = 72 km/h vB = 20 m s-1 AVALIAR
movem em sentidos opostos. CONHECIMENTOS
1.
Ec Ü 8 J
2.
D
3.
E c (camião)
=4
E c (automóvel)
mA = 1,5 × 103 kg mB = 1,5 × 103 kg 4.
v (camião)
= 0,3
De acordo com a informação da figura, selecione a opção correta: v (automóvel)

A. A energia cinética do barco A é aproximadamente 13 vezes superior à energia cinética do barco B. 5.


v = 79 km h-1
B. A energia cinética do barco B é simétrica à energia cinética do barco A.
6.
C. A energia cinética dos barcos tem o mesmo valor. C
D. A energia cinética do barco A é 3,6 vezes superior à energia cinética do barco B. 7.
7.1 O tempo de reação do
Um automóvel com 1100 kg de massa desloca-se numa estrada retilínea quando o condutor vê um
7  condutor corresponde ao
obstáculo e inicia a travagem. O gráfico da figura traduz a variação da velocidade em função intervalo de tempo [0; 0,8] s
do tempo, a partir do instante em que ele vê o obstáculo. de que o condutor necessita
para tomar a decisão de
7.1 D
 iga, justificando, como varia a energia cinética durante 30
Velocidade/(m/s)

travar. Neste intervalo


o intervalo de tempo correspondente ao tempo de reação de tempo a velocidade é
do condutor. constante, assim, a variação
de energia cinética é nula.
7.2 C
 alcule a variação de energia cinética durante o intervalo 7.2 DEc = -4,95 × 105 J
de tempo correspondente ao tempo de travagem e indique 0 O sinal negativo significa
0,8 10 que a energia cinética
o significado do sinal no valor obtido. Tempo/s
diminui, pois a velocidade
O gráfico da figura traduz a variação da energia cinética em função
8  do carro também diminui.
Ec /J B
do quadrado da velocidade para dois corpos A e B. Diga, 8.
justificando, qual dos corpos tem maior massa. B, porque de acordo com
1
A Ec = m v 2, num gráfico
2
Ec vs. v 2 terá maior massa
a reta com maior declive.
0 u1p13h4a v2

13

565533 006-057.indd 13 10/03/15 12:29


1.1 Energia cinética e energia potencial; energia interna

Professor 1.1.4 
Energia interna
Sugestões metodológicas
• Analisar o esquema da figura 7 e discutir o significado Ao considerar-se a constituição interna de um corpo, encontram-se
de energia interna interpretando os diferentes contributos
átomos, iões ou moléculas que, dependendo da temperatura, do estado
em cada uma das situações propostas.
• Informar os alunos de que, de momento, estudarão físico e da natureza química da matéria que o constitui, interagem entre
apenas sistemas onde a variação de energia interna é
si e se organizam através de ligações químicas, conferindo a esse corpo
desprezável. O conceito será retomado no subdomínio
«Fenómenos térmicos e radiação». uma dada energia. Fixando o núcleo atómico, vê-se que é constituído
pelos nucleões que também interagem entre si e têm associada uma
dada energia Fig. 7 . Quando se têm em conta todas estas contribuições,
está a considerar-se a energia interna de um corpo.

A B C D

ESTADOS MODELO CONSTITUIÇÃO DOS ÁTOMOS


FÍSICOS MICROSCÓPICO MOLÉCULA DA MOLÉCULA
DA ÁGUA ASSOCIADO
ÁTOMO NÚCLEO

(≈ 10-10 m) (≈ 10-15 m)
Estado sólido

Oxigénio
O gé o 8 neutrões
+ 8 protões

Estado líquido

g
Hidrogénio
1p
protão

Estado ggasoso

Fig. 7  gua em diferentes estados físicos [A]; modelo microscópico associado a cada estado físico [B];
Á
molécula de água [C]; constituição dos átomos da molécula de água [D].

14
U1P6H1

565533 006-057.indd 14 10/03/15 12:29


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Para a energia interna de um corpo contribuem:


• a energia cinética, que está relacionada com o movimento interno de
todas as partículas que constituem o corpo a uma dada temperatura.
Dependendo do estado físico e do grau de organização do sistema, os
movimentos possíveis podem ser de rotação e/ou vibração e/ou translação.

Durante o aquecimento de um sistema físico, se o número de par-


tículas que constituem um corpo se mantiver constante, a energia
cinética média será tanto maior quanto maior for a temperatura.

• a energia potencial (armazenada), relacionada com:


0 ºC
— as interações entre partículas que constituem o corpo; estas
interações estão associadas à organização interna das partículas
e determinam o estado físico da matéria que constitui o corpo.
Fig. 8 
Mistura de gelo e água.
Enquanto coexistir água
Durante a mudança de estado físico de uma dada porção de maté- no U3P123H1
estado líquido e sólido
ria, a energia interna do sistema varia sem que ocorram alterações a temperatura mantém-se
na temperatura do corpo Fig. 8 . constante. A energia
interna não se mantém
constante.
— as interações associadas à natureza química e nuclear das
partículas — ligações químicas (energia química) e interações
TA < TB
nucleares (energia nuclear). Ec,A < Ec,B

A B
Quando a porção de matéria que constitui um corpo sofre transfor-
mações químicas ou nucleares, a energia interna do sistema varia.

Nos casos em que não se verificam mudanças de estado físico nem


ocorrência de reações químicas ou nucleares, a variação na energia
interna de um corpo relaciona-se diretamente com a variação da tempe-
ratura sofrida pelo mesmo Fig. 9 . Fig. 9 
Nos recipientes A e B
encontra-se igual
U3P122H2
quantidade de um gás
A energia interna de um sistema está associada às energias, ciné- monoatómico (por exemplo,
tica e potencial, das suas partículas. hélio) a temperaturas
diferentes. A energia
interna é maior na
Energia interna situação em que
a temperatura é maior.

Energia cinética Energia potencial

relacionada com relacionada com

Movimento interno
das partículas Interações Interações de natureza
entre partículas química ou nuclear

associadas ao associadas às

Estado físico da matéria


Ligações químicas Interações nucleares

15

565533 006-057.indd 15 10/03/15 12:30


1.2  
Sistema mecânico; sistema redutível a uma partícula
(centro de massa)

Professor 1.2.1 
Sistema mecânico
Sugestões metodológicas
• Discutir com os alunos a importância da aplicação No estudo de um sistema mecânico visa-se essencialmente a descri-
do modelo da partícula material para determinar
ção dos movimentos, as conversões de energia cinética — associada ao
o intervalo de tempo que um automóvel, com uma dada
velocidade média, demora a realizar o percurso entre movimento — em energia potencial gravítica — associada, em geral, à
Lisboa-Porto, por exemplo.
posição relativa de duas massas — e vice-versa. Tal significa que a sua
• Para discutir o conceito de centro de massa
e a respetiva localização, pode propor-se aos alunos variação de energia interna é desprezável, uma vez que não se traduz
a seguinte atividade prática:
numa alteração na energia macroscópica do sistema.
• Localização do CM em objetos extensos com
assimetria de massa, como, por exemplo, uma colher,
um taco de bilhar, uma vassoura, etc. O objetivo da
atividade é localizar o CM por equilíbrio num ponto fixo Um sistema mecânico é um sistema em que as variações de ener-
(por exemplo, o vértice da mesa/bancada).
gia interna não são tidas em conta.
LIVROMÉDIA

PowerPoint No entanto, quando, por exemplo, a temperatura de um corpo se


Sistema mecânico; sistema redutível a uma partícula
(centro de massa) altera durante o movimento, torna-se essencial pensar também na varia-
ção de energia interna — sistema termodinâmico.

Aproximação ao modelo da partícula material


e suas limitações

A figura 10 apresenta o movimento executado por um martelo quando


lançado em rotação. Observa-se a translação no plano e a rotação do
martelo em torno de um ponto que se localiza na cabeça do martelo.
Acompanhando o movimento desse ponto, percebe-se que é possível
traçar uma linha que descreve a trajetória executada por esse mesmo
ponto ao longo do movimento.

Fig. 10 Movimento de rotação e translação de um corpo.

Esse ponto representa o que em Física se designa por centro de


massa (CM). Trata-se de um ponto muito especial, com grande utilidade
na previsão do estado de movimento ou de repouso de um corpo, quando
a geometria e a estrutura interna do corpo não são importantes.

Localização do centro de massa de um corpo

O centro de massa de qualquer corpo com centro de simetria e com


uma distribuição uniforme de massa localiza-se no centro geométrico do
corpo.
16

565533 006-057.indd 16 13/03/15 13:27


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Todavia, quando o corpo não tem uma forma simétrica ou uma distri-
buição uniforme de massa, como nos exemplos que se apresentam na
figura 11, é ainda possível encontrar o centro de massa.

O centro de massa coincide com o centro de gravidade, isto é, com o


ponto onde se imagina estar concentrada toda a massa do corpo e sobre
a qual atua a força gravítica. O centro de massa encontra-se sobre a linha
de ação de uma força que equilibre a força gravítica Fig. 11 .

1.2.2 Modelo da partícula material


e movimento de translação
Em muitas situações práticas, pode descrever-se o movimento de um
sistema mecânico assumindo que todo o sistema pode ser representado
pelo seu centro de massa. O que significa que o movimento do sistema é
equivalente ao movimento de uma partícula ou ponto material com a
massa igual à do sistema e sobre a qual atuam todas as forças exteriores
aplicadas. Isto é o que acontece quando se estuda o movimento da Terra
em torno do Sol.

À nossa escala, não se consegue alcançar os limites da Terra. Con-


tudo, quando se compara o seu diâmetro (DEquador = 12,756 # 103 km)
com a distância que a separa do Sol (1,49 # 108 km), percebe-se que Fig. 11 Centro de massa de um
quando observada a partir do Sol é apenas um ponto Fig. 12 . corpo. A linha a tracejado
contém o CM.

Marte

Vénus

Terra
Mercúrio

Fig. 12 Escala relativa Terra-Sol. Professor


SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Analisar a situação da figura 10, correspondente a uma
O mesmo se aplica ao exemplo do movimento do martelo Fig. 10 : se o situação de aplicação de forças em que existe movimento
U1P10H1 ou uma simulação, como, por exemplo:
observador se afastar a uma distância tal que as dimensões do martelo http://phet.colorado.edu/pt/simulation/forces-and-motion
deixam de ter significado, perde, então, a noção do movimento de rota- e abordar os seguintes tópicos:
— identificar as forças, bem como os corpos envolvidos
ção do objeto e aos seus olhos surge apenas o movimento de translação na respetiva interação;
de um ponto material — CM — no plano vertical onde executa uma tra- — construir em suporte material (caderno, quadro,
computador, etc.) o diagrama de forças representando
jetória parabólica. o corpo pelo centro de massa;
— reforçar a importância de selecionar a direção do
movimento como um dos eixos do referencial cartesiano;
No estudo de um sistema mecânico que possua apenas movi- — reduzir o corpo ao CM, o qual deve coincidir com
a origem do referencial cartesiano;
mento de translação, este pode ser reduzido a uma única partícula — rever as relações trigonométricas e o Teorema
com a massa do sistema, identificando-a com o centro de massa. de Pitágoras.

17

565533 006-057.indd 17 17/02/16 10:40


1.2 Sistema mecânico; sistema redutível a uma partícula (centro de massa)

Apesar de simplificar a descrição do movimento de um corpo, o


modelo do centro de massa apresenta limitações:
• não tem em conta as variações de energia interna e as deformações
do corpo;
• não permite estudar os movimentos de rotação.

No decurso das secções seguintes, limitar-se-á o estudo ao movi-


mento de translação realizado por corpos indeformáveis. Neste caso o
modelo da partícula material é válido, uma vez que quaisquer variações
de energia interna são desprezáveis face à energia mecânica total do
sistema e a localização do CM no corpo permanece constante.

Professor Corpos indeformáveis (rígidos) são corpos em que as posições


Sugestões metodológicas
relativas das suas partículas constituintes se mantêm inalteráveis,
• Analisar o exercício resolvido «Validade do modelo
da partícula material». qualquer que seja a situação de movimento do corpo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 2
Validade do modelo da partícula material
Comente a veracidade das afirmações que se seguem tendo por base o modelo da partícula
material.
A. O planeta Júpiter pode ser considerado um ponto material.
B. Um ponto material tem massa desprezável.
C. A posição do centro de massa de um sistema mecânico indeformável, sujeito a forças exteriores,
é inalterável.
D. Um sistema mecânico não é caracterizado por uma dada temperatura.
E. A trajetória do CM, relativamente a um dado referencial em repouso, do sistema constituído pelos
fragmentos resultantes da explosão espontânea de um foguete lançado no ar com uma dada
velocidade é a mesma que seria se o foguete não explodisse.

RESOLUÇÃO:

A. Depende do movimento estudado. Para analisar o movimento do planeta em torno do Sol, o pla-
neta pode ser associado a um ponto. Contudo, para estudar o seu movimento de rotação, o planeta
não pode ser associado a um ponto.
B. Um ponto material tem dimensões desprezáveis, mas a sua massa é igual à massa do sistema.
C. Um sistema mecânico, quando sujeito a forças exteriores, sofre alteração do seu estado de movi-
mento em relação a um referencial em repouso, a qual é detetada pelas sucessivas posições do
centro de massa (trajetória) em relação ao referencial. Daqui se conclui que a posição do centro
de massa não é inalterável.
D. Ainda que o sistema mecânico esteja a uma dada temperatura, quando este é analisado como
uma partícula material, são irrelevantes quaisquer alterações de temperatura do sistema.
E. Como a explosão resulta da ação de forças internas ao sistema, a única força exterior que continua
a atuar no sistema (fragmentos) após a explosão é a força gravítica, pelo que a trajetória do CM é
igual à que seria se o projétil não explodisse.

18

565533 006-057.indd 18 10/03/15 12:30


1.3  
O trabalho como medida da energia transferida por ação
de forças constantes

No estudo das transferências de energia entre corpos, serão aborda- Professor


das apenas as situações em que estas transferências ocorrem pela LIVROMÉDIA
realização de trabalho. Para uma melhor compreensão deste tema, é
PowerPoint
importante revisitar o conceito de força. O trabalho como medida da energia transferida por ação
de forças constantes

1.3.1 
Forças que atuam no centro de massa
de um corpo
A análise do movimento de translação de um corpo, na aproximação
da partícula material, exige a identificação de todas as forças aplicadas
pela vizinhança.

Força é uma medida de interação entre sistemas.


F

N Fh
A força é uma grandeza física vetorial, sendo representada por um U1P12H1
Fac
vetor que é caracterizado pelos seguintes elementos: CM
• ponto de aplicação;
• direção; Fg
• sentido;
• intensidade (valor, módulo ou norma).
Fig. 13 Diagrama do sistema de
forças aplicadas no centro
A ação de todas as forças aplicadas sobre o centro de massa (CM) é de massa.
equivalente à ação de uma única força — a força resultante —, a qual
corresponde à soma de todas as forças que nele atuam. Sendo a força
uma grandeza vetorial, a adição de diversas forças exige que se proceda y

respeitando as regras da adição de vetores.


N Fh
u1p12h2
Suponha-se que um corpo é puxado ao longo de uma superfície hori- Fac
zontal e que na interface existe atrito Fig. 13 . Durante o movimento, o CM x
corpo interatua:
• com a Terra & força gravítica _Fg i; Fg

• com a interface de contacto entre o corpo e o solo & força de atrito


cinético _F aci; Fig. 14 Representação das forças
• com o solo & força de reação normal, que impede que o corpo aplicadas num referencial
atravesse a superfície de apoio _Ni; cartesiano.
• com a mão da pessoa & força aplicada pelo homem _F hi.

No modelo da partícula material, todas as forças estão aplicadas no N Fh


centro de massa, cuja representação num referencial cartesiano se Fac CM
mostra na figura 14. u1p12h4

Pode começar-se por adicionar as forças Fg e F h recorrendo ao Fg

método gráfico que utiliza a «regra do paralelogramo» Fig. 15 .


F1 = Fh + Fg
A mesma regra pode ser aplicada sucessivamente, até que todas as Fig. 15 Aplicação da «regra
forças estejam adicionadas. do paralelogramo».

19

565533 006-057.indd 19 13/03/15 13:29


1.3 O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes

y Fh = Fhx + Fhy Um outro processo, também bastante útil, é representar cada um dos
Fh = Fhx ex + Fhy ey vetores força num referencial cartesiano (sistema de eixos ortogonais),
como se mostra na figura 13. O referencial cartesiano a escolher deve ser
Fhy
aquele que mais se adequa à geometria do problema e à informação
disponível para o resolver. Geralmente, é útil escolher a direção do movi-
a
mento coincidente com a direção de um dos eixos.
Fhx x
Das forças representadas, apenas a força F h está segundo uma dire-
ção que não coincide com nenhum dos eixos. Esta força pode ser
decomposta em duas componentes (projeções) — a componente F hx na
direção do eixo dos xx e a componente F hy na direção do eixo dos yy
Fig. 16 , de acordo com a seguinte representação:

ey
F h = F hx e x + Fhy e y ,
ex

Fig. 16 Componentes cartesianas em que e x e e y representam vetores unitários (versores) na direção xx


de uma força. e yy, respetivamente.
u1p13h1
O valor da componente da força F h segundo o eixo xx, F hx, pode ser
calculado pelo produto do módulo da força F h pelo cosseno do ângulo
que a força F h faz com a direção do movimento (a):
Professor
Sugestões metodológicas Fhx = Fh # cos a
• Analisar o exercício resolvido «Determinação da
resultante de um sistema de forças que atuam no centro O valor da componente da força F h segundo o eixo yy, F hy , pode ser
de massa» e discutir a proposta de resolução
calculado pelo produto do módulo da força F h pelo seno do ângulo que a
u1p13h2
apresentada, enfatizando o significado da força
de reação normal, de modo que fique esclarecido que força F h faz com a direção do movimento (a):
o seu valor depende da situação do sistema de forças
aplicadas ao CM do corpo.
Fh y = Fh # sen a

EXERCÍCIO RESOLVIDO 3
Determinação da resultante de um sistema de forças que atuam no centro de massa
Considere um corpo a ser puxado Situação 1 Situação 2
por ação de uma força sobre uma
superfície horizontal com atrito des-
prezável, em duas situações diferen-
tes, como mostra a figura ao lado.

Responda às questões seguintes, para cada uma das situações.


3.1 Faça o estudo das forças aplicadas no corpo e estabeleça a expressão matemática que lhe
permita determinar a intensidade da força resultante. Fundamente a sua resposta.
3.2 Para determinar a intensidade da força resultante, quais são os dados necessários?

3.3 
Admita que a massa do corpo é 10 kg, a intensidade das forças F 1 e F 2 é 50 N e o ângulo entre
a força F 2 e a horizontal é 15°. Para estas condições, determine a intensidade:
a) da força resultante; b) da força de reação normal.

20

565533 006-057.indd 20 10/03/15 16:46


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

3.1 
RESOLUÇÃO:
Para fazer o estudo das forças que atuam y y

em cada uma das situações, 1 e 2, o sistema


de eixos que mais se adequa é o referencial
N N F2
cartesiano xy representado.
F1 F2y a
x F2x x
Fg
Fg

Situação 1:
As forças representadas coincidem com as direções dos eixos xx e yy e a força resultante apre-
senta duas componentes segundo as duas direções: F R = FRx e x + FRy e y .
Segundo a direção horizontal, atuam as forças F 1 e, segundo a direção vertical, atuam as forças
Fg e N, com sentidos opostos:
F R = F1 e x + (N - Fg )e y
u1p14h1
Como o corpo se movimenta numa superfície horizontal, a resultante das forças segundo a verti-
u1p14h2
cal é nula, então, nesta situação: N - Fg = 0 + N = Fg
Segundo a horizontal, na situação apresentada, a força resultante é dada por: F r = F1 e x
A intensidade da força resultante é: FR = F1
Situação 2:
Das forças representadas, a força F 2 não coincide com nenhum dos eixos. Esta força pode ser
decomposta em duas componentes, a componente F 2x na direção do eixo xx e a componente F 2y
na direção do eixo yy. As restantes forças coincidem com os eixos xx e yy. A força resultante
apresenta duas componentes, sendo cada componente a resultante em cada uma das direções:
F R = FRx e x + FRy e y
Segundo a direção horizontal, a componente da força resultante é obtida a partir da componente
da força F 2 _F 2xi no sentido positivo.
Quanto à direção vertical, atua a componente da força F 2 _F 2y i e a força de reação normal _Ni no
sentido positivo, e a força gravítica _Fg i no sentido negativo.
F R = F2x e x + (N + F2y - Fg)e y
Como o corpo se movimenta numa superfície horizontal, a resultante das forças segundo a verti-
cal é nula, então, nesta situação: N + F2y - Fg = 0 + N = Fg - F2y
Então, a força resultante é dada por: F R = F2x e x
A intensidade da força resultante é: FR = F2x
3.2 
RESOLUÇÃO:
Para a situação 1, seria necessário conhecer a intensidade da força F 1, enquanto na
situação 2, além da intensidade da força F 2, seria necessário conhecer o ângulo (a) que
o vetor F 2 faz com a direção do eixo dos xx para calcular a intensidade da componente
F2x (F2x = F2 cos a).
3.3 
RESOLUÇÃO:
a) FR(I) = F1 + FR(I) = 50 N; FR(II) = F2x + FR(II) = 50 cos 15º , 48 N
b) N(I) = Fg = m # g = 98 N; N(II) = Fg - F2y = 98 - 50 sen 15º , 85 N

21

565533 006-057.indd 21 10/03/15 12:35


1.3 O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes

1.3.2 
Resultante das forças aplicadas num corpo
em movimento num plano inclinado
Veja-se, em particular, como determinar a resultante de um sistema
de forças que atua num corpo que desce uma rampa (plano inclinado)
após ter sido abandonado Fig. 17 .
Fig. 17 Corpo a descer uma
rampa.
Descida sem atrito
Como o corpo foi largado a uma dada altura, este desce a rampa ape-
SABER MAIS nas sujeito à ação de duas forças, a força gravítica e a força exercida pela
superfície que atua no centro de massa perpendicularmente à superfície
do plano — força de reação normal _Ni Fig. 18A .

d = 100 m A resultante do sistema de forças é:


h = 10 m
a
F R = N + Fg
u1p15h1
Uma inclinação de 10 % significa
que, por cada 100 metros Como as forças Fg e N não têm a mesma direção, é necessário recor-
percorridos ao longo da estrada, rer à decomposição das forças num referencial cartesiano, com origem
o automóvel sobe, ou desce,
no centro de massa do corpo.
u1p22h2a
10 metros em altitude.
Graficamente, pode
representar-se a situação Considerando a geometria do problema, o referencial mais adequado
descrita do seguinte modo: é aquele em que um dos eixos é paralelo à superfície no sentido do des-
10 % em inclinação significa locamento (eixo xx), ficando o eixo yy imediatamente definido pela dire-
dizer que: sen a = 0,1
ção da força N Fig. 18B .

A B y C y

C
N N N
b
Fgx
Fgy
a Fg a Fg
Fg a
x a
x
a c
A B
Fig. 18 Sistema de forças que atuam num corpo que desce um plano inclinado.

Na figura 18C, mostra-se a decomposição da força Fg segundo a dire-


ção dos eixos do referencial escolhido.
Professor
Sugestões metodológicas
Recorrendo aos conhecimentos de geometria sobre a semelhança de
• Introduzir o conceito de plano inclinado explorando triângulos, vê-se que os triângulos ABC (amarelo) e abc (laranja) são
situações do dia a dia, como, por exemplo, as condições semelhantes.
de construção de uma rampa para deficientes. Pois
o Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto, obriga
a uma inclinação de 6 %. Conhecido, por exemplo, o ângulo a, é possível determinar a intensi-
• Discutir com os alunos o significado do sinal de perigo
dade das componentes da força gravítica na direção xx e na direção yy.
apresentado na caixa Saber mais.
• Com o apoio, por exemplo, da simulação do movimento Segundo a direção:
ao longo de uma rampa, http://phet.colorado.edu/pt/
simulation/ramp-forces-and-motion, selecionar
as situações que melhor ilustrem as diferenças entre
xx: Fgx = Fg sen a
a representação do diagrama de forças num plano
horizontal e num plano inclinado. yy: Fgy = Fg cos a

22

565533 006-057.indd 22 10/03/15 12:35


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Segundo as direções xx e yy, respetivamente, as componentes da Professor


resultante do sistema de forças são: SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Explorar a utilização dos termos «estático» e «cinético»
F Rx = F gx + F Rx = Fgx e x para a força de atrito através da seguinte atividade:
— estudar o movimento de um corpo em repouso sobre
uma rampa de inclinação variável desde a situação
F Ry = N + F gy horizontal até à situação em que se inicia o movimento.
• Com o apoio, por exemplo, da simulação
do movimento ao longo de uma rampa,
Como a velocidade não varia na direção yy, a força de reação normal http://phet.colorado.edu/pt/simulation/ramp-forces-and-
é simétrica da componente do peso na direção yy: motion, selecionar situações que permitam estudar
as alterações na resultante do sistema de forças quando
se variam a inclinação e a massa do corpo.
N = -F gy = -(-Fgy e y ) = Fgy e y • Discutir com os alunos a situação de subida do plano
inclinado com e sem atrito acompanhada da
Consequentemente, a componente da resultante do sistema de forças representação e decomposição do sistema de forças.

na direção yy é nula: F Ry = 0

Conclui-se que a força resultante tem uma única componente na dire-


ção do movimento:

F R = F Rx = Fgx e x

cuja intensidade é FR = Fg sen a.

Descida com atrito


Este caso só difere do anterior pelo facto de existir uma força de atrito
cinético F ac. A resultante do sistema de forças é agora dada por:

F R = N + Fg + F ac

Seguindo o raciocínio anterior, pode determinar-se qual é o vetor que


representa F R Fig. 19 .

A B y C y

Fac N N N
Fa Fa
b b
Fgx
Fgy
a Fg a Fg
Fg a a
a
x a
x
c c

Fig. 19 Sistema de forças que atuam num corpo que desce um plano inclinado com atrito.

A componente da resultante do sistema de forças na direção xx é:

F Rx = F gx + F ac

F Rx = Fgx e x - Fac e x

F Rx = (Fgx - Fac)e x

Tal como na situação estudada anteriormente na ausência de atrito, a


componente da resultante do sistema de forças na direção yy é nula.

23

565533 006-057.indd 23 10/03/15 12:35


1.3 O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes

Conclui-se que a força resultante tem uma única componente na dire-


ção do movimento, que se expressa de acordo com a expressão seguinte:

F R = F Rx = (Fgx - Fac)e x

cuja intensidade é FR = Fg sen a - Fac.

1.3.3 
Trabalho como medida da energia transferida
por ação de forças
Professor A experiência quotidiana mostra que, para alterar o estado de movi-
Sugestões metodológicas
• A partir das situações descritas na figura 20, solicitar
mento ou de repouso de um corpo, é necessário que este sofra a ação de
aos alunos a representação das forças aplicadas na bola, uma força exterior.
em três instantes do movimento. Esta tarefa tem como
objetivos:
— discutir a diferença entre força instantânea e força A força pode atuar num intervalo de tempo extremamente curto,
constante durante o movimento; como é o caso do pontapé numa bola de futebol ou da tacada numa bola
— distinguir força e velocidade.
de bilhar Fig. 20 . Estes são exemplos de forças que não são constantes
durante o intervalo de tempo em que atuam e das quais, em geral, ape-
nas se consegue saber, em média, a sua intensidade.

A B

Fig. 20 Ação de forças que atuam em intervalos muito pequenos.

Outras forças atuam durante o movimento de um corpo, podendo ou


não ser constantes em direção, sentido e intensidade Fig. 21 . Por exem-
plo, no movimento de queda de um corpo à superfície da Terra, a força
gravítica é constante, no entanto, a força elástica que atua num corpo
que oscila em torno da posição de equilíbrio quando suspenso numa
mola é variável.

A B

Fig. 21 Forças que atuam ao longo do movimento: força gravítica (constante) [A]; força elástica (variável) [B].

24

565533 006-057.indd 24 10/03/15 12:35


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Em qualquer das situações apresentadas anteriormente ocorrem


transferências de energia.

1.3.4 
Trabalho realizado por forças constantes
que atuam em qualquer direção
Veja-se a situação em que se empurra um bloco (B) ao longo de uma
superfície horizontal, como se ilustra na figura 22. Ao aplicar uma força
horizontal no bloco B, inicialmente em repouso em relação ao bloco A, o F
A B
mesmo entra em movimento, deslocando-se na direção horizontal. Diz-se
que o corpo adquiriu energia cinética.
Dr

Nem sempre a aplicação de uma força sobre um corpo conduz à


Fig. 22 Movimento de um corpo
transferência de energia. No exemplo da figura 23, não é a força aplicada
ao longo de uma
U1P18H5
na mala (perpendicular ao deslocamento) que é responsável pelo deslo- superfície horizontal por
camento da mala na direção horizontal. ação de uma força.

Professor
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Simular a situação da figura 24 em sala de aula para
debater os fatores de que depende a transferência
de energia por realização de trabalho.
• Introduzir o conceito de trabalho salientando a
diferença entre os conceitos de energia e trabalho,
F F formulando questões do tipo:
— Podemos afirmar que um corpo possui/adquire
trabalho?
— Podemos afirmar que um corpo possui/adquire
energia?
• Apresentar situações do dia a dia que gerem conflito
entre o conceito de trabalho utilizado no quotidiano
Dr e num sistema físico mecânico, como, por exemplo,
o movimento de levantamento, fixação e descida
de um haltere realizado por um halterofilista durante
Fig. 23 Força aplicada ao sistema mala, perpendicular ao deslocamento do centro uma competição.
• Discutir a situação do movimento dos halteres,
de massa (CM).
identificando as situações em que o trabalho é potente,
U1P19H1 nulo e resistente.

Veja-se como se pode calcular a energia transferida a um sistema por


aplicação de uma força constante quando se tenta deslocar um corpo,
inicialmente em repouso, entre as duas posições xA e xB. Na figura 24,
estão representadas três situações distintas.

C
A B

A B

Fig. 24 Movimento de um corpo ao longo de uma superfície horizontal. A B

25

565533 006-057.indd 25 10/03/15 16:47


1.3 O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes

Para que se verifique apenas movimento de translação, a linha de


ação da força deverá coincidir com o centro de massa do corpo.

Admitindo que a intensidade da força aplicada é constante e que o


ponto de aplicação é o mesmo, é na situação A que o corpo adquire
maior energia cinética entre xA e xB, sendo que na situação C não se
verifica qualquer tipo de movimento.

No exemplo que se acabou de analisar, o que se altera é apenas a linha


de ação da força aplicada em relação à direção do deslocamento Dr :
• Na situação A, a linha de ação da força é paralela à direção do
deslocamento;
• Na situação B, a linha de ação da força faz um ângulo com a dire-
ção do deslocamento;
• Na situação C, a linha de ação da força é perpendicular à direção
do deslocamento.

Conclui-se que, para o mesmo deslocamento, o aumento da intensi-


dade da componente da força na direção do movimento (F cos a) conduz
a uma maior transferência de energia cinética. Também o aumento do
deslocamento, mantendo a força constante, leva a uma maior transferên-
cia de energia para o corpo.

As situações que foram analisadas dizem respeito a processos de


transferência de energia por realização de trabalho (W ) por uma força
constante, as quais podem ser traduzidas pela expressão seguinte:

W = iF iiDr icos a

em que iF i e iDr i representam, respetivamente, as intensidades dos


vetores força e deslocamento e a é o ângulo definido pelo vetor força e
pelo vetor deslocamento Fig. 25 . No caso da figura 25, Dr coincide com
Dx porque o deslocamento é horizontal.
F

Dx
xA xB
Fig. 25 Deslocamento horizontal de um corpo sob a ação de uma força constante.

Sendo o trabalho uma medida da energia transferida entre sistemas,


é uma grandeza escalar e a correspondente unidade SI é o joule (J).

u1p20h1
Por uma questão de simplificação de notação, passar-se-á a repre-
sentar iF i por F e iDr i por d.

O trabalho é uma medida da energia transferida entre sistemas por


ação de forças e calcula-se por:
W = F d cos a
26

565533 006-057.indd 26 10/03/15 12:35


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Veja-se a aplicação da expressão anterior quando se pretende deter-


minar a energia transferida por realização de trabalho, quando sobre um
corpo, em movimento horizontal da esquerda para a direita, são aplica-
das duas forças, tal como se mostra na figura 26.

A B
F1

a1 F2
N
a2
Direção do vetor
deslocamento

v xA xB
Dx

Fig. 26 Deslocamento horizontal de um corpo sob a ação de duas forças constantes, F 1 e F 2 [A]; representação vetorial
das forças aplicadas e do vetor deslocamento, considerando o modelo da partícula material [B].
U1P21H1

Sendo o movimento do corpo horizontal, é conveniente ter como refe-


u1p21h2
rência o vetor deslocamento e considerar de que forma contribui cada
uma das forças para esse deslocamento.

Como a grandeza física força é um vetor, é possível projetá-lo na dire-


ção do vetor deslocamento, determinando-se, assim, a componente da
força nessa direção. Esta componente da força é responsável pela reali-
zação de trabalho — componente eficaz da força aplicada (Fef = F cos a).
A y
Assim, o trabalho realizado pela força aplicada pode calcular-se por:

WF = Fef d F1
F1y

Nas figuras 27A e B está representado o resultado dessa projeção


para cada uma das forças F 1 e F 2. Observa-se, assim, o seguinte:
a1
• A componente da força F 2x tem o mesmo sentido do vetor desloca-
mento, por isso, designa-se por componente eficaz potente.
F1x x
B y
Quando a componente eficaz da força aplicada é potente, o trabalho
realizado por essa força é positivo — trabalho positivo ou potente.

• A componente F 1x tem o sentido contrário ao do vetor desloca- F2y F2


mento, por isso, designa-se por componente eficaz resistente. u1p27h2a
a2
Quando a componente eficaz da força aplicada é resistente, o tra-
F2x x
balho realizado por essa força é negativo — trabalho negativo ou
Fig. 27 Resultado da projeção
resistente. das forças F 1 [A] e F 2 [B].

27

565533 006-057.indd 27 10/03/15 12:35


1.3 O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes

• As componentes F 1y e F 2y , a força gravítica _Fg i e a força de reação


normal _Ni são perpendiculares ao vetor deslocamento, por isso,
não realizam trabalho.

Quando a componente eficaz da força aplicada é nula ou o corpo


permanece em repouso, não há trabalho realizado por essa força
— trabalho nulo.

Pela aplicação da expressão W = F d cos a, pode chegar-se às mes-


mas conclusões. O trabalho realizado por cada uma das forças F 1 e F 2
é determinado por:

W1 = F1 d cos a1, como a1 > 90º & W1 < 0 — trabalho negativo


ou resistente

W2 = F2 d cos a2, como a2 < 90º & W2 > 0 — trabalho positivo


ou potente

• F1 cos a1 representa a intensidade (norma ou módulo) da compo-


nente F 1 na direção do eixo dos yy;
• F2 cos a2 representa a intensidade (norma ou módulo) da compo-
nente F 2x na direção do eixo dos xx.

Em síntese, o trabalho realizado por uma força pode ser positivo,


negativo ou nulo, dependendo do ângulo que o vetor força faz
com o vetor deslocamento.
• 0º G a < 90º & W > 0 — trabalho positivo;
• 90º < a G 180º & W < 0 — trabalho negativo;
• a = 90º & W = 0 — trabalho nulo;
• O trabalho é máximo quando a = 0º.

O trabalho assume o valor máximo quando o vetor força e o vetor


deslocamento têm a mesma direção e o mesmo sentido (a = 0°)
e assume o valor nulo quando o vetor força é perpendicular ao
vetor deslocamento (a = 90°).

O trabalho total realizado por um sistema de forças é dado pela soma


dos trabalhos individuais, realizados por cada uma das forças aplicadas
ao centro de massa, o que equivale a dizer que é dado pelo trabalho
realizado pela força resultante _F Ri do sistema de forças.

W FR = W F1 + W F 2 + W N + W P

28

565533 006-057.indd 28 10/03/15 12:35


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

EXERCÍCIO RESOLVIDO 4
Determinação do trabalho realizado por forças constantes

Um bloco com 50 kg de massa encontra-se em repouso quando é aplicada uma força F constante,
de intensidade 200 N, que o arrasta num percurso horizontal de 20 m. O bloco está preso por um
cabo que se move ao longo de um arame e que faz um ângulo constante de 60º com a horizontal,
exercendo uma força F c de intensidade 50 N sobre o bloco.
 ntre as superfícies em contacto atuam forças de atrito cinético cuja intensidade é igual a 20 % da
E
intensidade da força F .
 onclua qual das forças aplicadas no centro de massa do corpo realiza o trabalho máximo.
C
Calcule o trabalho realizado por cada uma das forças aplicadas.

60º 30º

A Dx = 20 m B

R
 ESOLUÇÃO:
1.º Identificar as forças que atuam no centro de massa do bloco, bem como os ângulos definidos
pelos vetores deslocamento e força.
2.º Representar esquematicamente a situação descrita.

Professor
SUGESTÕES
u1p23h2 METODOLÓGICAS
N F • Analisar o exercício
Fc resolvido «Determinação do
60º 30º trabalho realizado por forças
Fa constantes» e discutir
diferentes formas de
resolução, integrando os
A Dx = 20 m B conceitos anteriormente
estudados. Enquadrar
a proposta de resolução
Fg apresentada para este
exercício tendo em conta
a orientação dada no próprio
enunciado.

3.º Calcular o trabalho realizado por cada uma das forças:


W F = F × d × cos 30° + W F = 200 × 20 × cos 30° + W F = 3464 J
W N = N × d × cos 90° + W N = 0 J
u1p23h2
W F a = Fa × d × cos 180° + W F a = 0,2 × 200 × 20 × (-1) + W F a = -800 J
W F c = Fc × d × cos 120° + W F c = 50 × 20 × (-0,5) + W F c = -500 J
W F g = Fg × d × cos 90° + W F g = 0 J
 onclui-se que, dos trabalhos realizados pelas diferentes forças que estão a atuar no centro de massa
C
do corpo, tem o valor máximo o trabalho realizado pela força F .

29

565533 006-057.indd 29 28/05/15 12:59


1.3 O trabalho como medida da energia transferida por ação de forças constantes

Professor 1.3.5 Determinação gráfica do trabalho realizado


SUGESTÕES METODOLÓGICAS por uma força
• Explorar as situações da tabela, levando o aluno
a compreender a importância da representação gráfica
no cálculo do trabalho em situações em que não é
Por vezes, torna-se útil estudar o comportamento da força aplicada
possível aplicar a expressão: W F = F × d × cos a. sobre um corpo ao longo do movimento. Nesse caso, determina-se a
(Por exemplo, forças variáveis.)
intensidade da componente da força ao longo do deslocamento (F cos a)
para sucessivos valores de deslocamento. Na tabela seguinte estão
representados os gráficos obtidos em três experiências diferentes.

Representação gráfica da componente de uma força


Força constante com componente eficaz que atua na direção e no sentido do movimento
Diagrama de forças Gráfico força vs. deslocamento

F
W>0
2,5
2,0

F cos a/N
a 1,5
Direção do vetor 1,0
deslocamento 0,5
Fx
xA xB 0
Dx 1 2 3 4 5
Dx/m
Força constante que atua na mesma direção e no sentido contrário ao do movimento
Diagrama de forças Gráfico força vs. deslocamento
F Dx/m W<0
a 1 2 3 4 5
0
-0,5
F cos a/N

-1,0
Direção do vetor
-1,5
Fx deslocamento
-2,0
xA xB
Dx
u1p24h1 u1p24h2
Força variável que atua na direção e no sentido do movimento (distensão da mola)
Diagrama de forças Gráfico força vs. deslocamento
W>0
Felástica
3,0
2,5
F cos a/N

2,0
Dx
1,5
1,0
Felástica 0,5
u1p24h3 0
1 2 3u1p24h4
4 5 6
x0 Dx/m

4,0 O trabalho realizado pela componente eficaz da força aplicada


3,0 ao centro de massa de um corpo, que desloca o seu ponto de aplicação,
A4
F cos a/N

2,0 A3 é determinado pela área subtensa à curva do gráfico que representa


1,0 A2 a relação dessa componente com o deslocamento.
0
1 A1 2 3 4 5 Dx/m
O gráfico da figura 28 representa a componente eficaz de uma força
-1,0
u1p24h5
u1p24h6 O trabalho total
variável aplicada a um corpo ao longo do deslocamento.
Fig. 28 Trabalho de uma força
variável. realizado será determinado por: WTotal = A1 + A2 + A3 + A4

30

565533 006-057.indd 30 u1p25h1 17/02/16 10:43


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar o conceito de trabalho realizado por uma força constante em movimentos retilíneos
1 Sobre um corpo que se encontra em movimento atua uma força F constante.
Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
A força F realiza um trabalho potente quando…
A. … a componente da força eficaz tem a mesma direção e o mesmo sentido do deslocamento.
B. … a componente da força eficaz tem a mesma direção e sentido oposto ao deslocamento.
C. … a força é perpendicular ao deslocamento.
D. … a força atua independentemente do seu sentido e da sua direção.
2 Uma caixa com 10 kg de massa desloca-se da esquerda para a direita por ação de uma força F
constante, paralela à direção do deslocamento e com uma intensidade (módulo) de 100 N.
A intensidade (módulo) da força de atrito que atua na caixa é 10 % da intensidade de F .
Calcule, para um deslocamento de 2 m:
a) o trabalho realizado pela força F ; b) o trabalho realizado pela força de atrito.
3 Na figura seguinte estão desenhados cinco vetores que podem representar cinco forças, com igual
intensidade, 10 N, aplicadas numa partícula que se move de A para B.

F4 F3

30˚

A B
F2 60˚

F5

F1

3.1 Identifique, justificando, uma força que contribua para um aumento da energia da partícula. Professor
3.2 Identifique uma força que contribua para diminuir a energia da partícula. Justifique a sua resposta. SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
3.3 Determine o valor da componente eficaz da força F 3. • Como tarefa de aula
3.4 S
 elecione a afirmação correta. e/ou trabalho para casa
os alunos deverão resolver
A. As forças realizam o mesmo trabalho, pois têm a mesma intensidade. os exercícios de aplicação
B. O trabalho realizado pela força F 3 éu1p25h2
igual ao trabalho realizado por F 5. do conceito de trabalho
realizado por uma força
C. A força F 2 realiza um trabalho nulo. constante em movimentos
D. As forças F 1 e F 3 realizam o mesmo trabalho. retilíneos.

AVALIAR
4 Selecione a afirmação correta.
CONHECIMENTOS
A. Duas forças de igual intensidade, aplicadas no mesmo corpo, transferem o mesmo valor de energia.
1.
B. Quando sobre um corpo atua uma força, é transferida energia por trabalho. A
C. O trabalho realizado pela mesma força aplicada num corpo é igual, qualquer que seja o valor 2.
do deslocamento do corpo. a) WF = 200 J
b) WF = -20 J
D. O trabalho realizado pela força gravítica, quando o corpo se desloca sobre uma trajetória retilínea
3.
e horizontal, é sempre nulo. 3.1 F1, trabalho potente.
3.2 F5, trabalho resistente.
5  ma pessoa arrasta um corpo de massa 10 kg num percurso horizontal de 10 m, por três processos
U 3.3 F3, e = 5 N
distintos: 3.4 D
I. Aplicação de uma força constante de intensidade 80 N que faz um ângulo de 60° com a direção 4.
do deslocamento. D
II. Aplicação de uma força constante de intensidade 40 N paralela ao deslocamento. 5.
III. Aplicação de uma força constante de intensidade 50 N que faz um ângulo de 36,9° com A força aplicada realiza
o mesmo trabalho nas três
a direção do deslocamento.
situações (WF = 400 J).
Indique, justificando, em que situação a força aplicada realiza maior trabalho.

31

565533 006-057.indd 31 10/03/15 12:35


AVALIAR CONHECIMENTOS

6 P
 ara deslocar um carrinho numa superfície
horizontal, é aplicada uma força constante de
intensidade 20 N na mesma direção e no mesmo
F F
sentido do deslocamento, transferindo 450 J
de energia, como se ilustra na figura ao lado.
6.1 D
 etermine a distância percorrida pelo carrinho.
6.2 D
 iga como proceder para transferir metade do d
valor da energia, no mesmo deslocamento,
aplicando uma força de igual intensidade.
7 U
 ma rapariga desloca 50 m a sua mala, de massa 20 kg, aplicando, através do fio, uma força
de intensidade 1,0 × 102 N, que forma um ângulo de 60° com a direção doU1P26H1
deslocamento.
Sobre a mala atua uma força de atrito de intensidade 10 %
do valor da força gravítica da mala.
7.1 D
 etermine o trabalho realizado por cada uma das
forças que atuam na mala, no deslocamento de 50 m.
7.2 
Determine o trabalho da resultante das forças que F
atuam na mala, no percurso referido. 60º
A B
d

8 U
 m rapaz empurra um carrinho com 10 kg de massa numa superfície horizontal, exercendo uma
U1P26H2
força constante (F ) de intensidade 80 N, que faz um ângulo de 40° com a direção perpendicular
ao deslocamento. O trabalho realizado pela força F é 240 J.
Selecione a opção que permite determinar o deslocamento do carrinho, d.
240
A. d =
80 cos (90° - 40°)
240
B. d =
80 cos 40°
80 cos 40°
C. d =
240
Professor D. d = 80 cos 40°
6.
6.1 d = 22,5 m U
 ma bola com 200 g de massa é lançada na vertical e na horizontal, como mostra a figura seguinte.
9
6.2 DEc = F d cos 0º
1 Calcule o trabalho realizado pela força gravítica da bola em cada uma das situações, A, B e C, para
DEc um deslocamento de 90 cm.
1
DEc = = F d cos a +
2
2
Fd A B C
+ = F d cos a +
2 1 Movimento Movimento Movimento
+ cos a = + de subida de descida na horizontal
2
+ a = 60°
7.
7.1 WFa = -1000 J;
WF = 2500 J; WFg = 0 J;
WRN = 0 J P P
7.2 WRN = 1500 J
P
8.
A
9. 10 U
 m corpo com uma dada massa sobe com velocidade F
I. WFg = -1,8 J constante uma rampa lisa sob a ação de uma força F h = 1,8 m
II. WFg = 1,8 J constante que realiza um trabalho de 60 J.
III. WFg = 0 J 45˚
10.1 Represente as forças que atuam no corpo.
10.
10.1 Ao cuidado do aluno. 10.2 D
 etermine o comprimento da rampa.
10.2 d , 2,54 m
10.3 F , 23,6 N
10.3 Determine a intensidade da força F aplicada.

32
u1p27h1

565533 006-057.indd 32 10/03/15 12:35


1.4  Teorema da Energia Cinética SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Em diversas situações, torna-se extremamente difícil, senão mesmo


impossível, e de acordo com a definição de trabalho estudada ante-
riormente, determinar o trabalho realizado pela resultante das múltiplas
forças que podem atuar sobre um corpo.

Imagine-se um disco, inicialmente em repouso (vi = 0), sobre uma


mesa, ao qual é dada uma tacada durante um intervalo de tempo muito
curto Fig. 29 . O disco abandona a posição A com uma dada velocidade A

(vf) e desliza horizontalmente sobre a mesa sem atrito.

No momento da tacada, além da força aplicada pelo taco, atuam


ainda a força gravítica (F g ) e a força de reação normal aplicada pela mesa Fig. 29 Variação da energia
(N) que, neste caso, se anulam. Então, no instante da tacada, a força resul- cinética de um corpo
tante aplicada no centro de massa do disco coincide com a força aplicada por ação de uma força
variável.
pelo taco.
U1P28H1
A energia cinética de translação do centro de massa do disco antes
Professor
da tacada era nula (Ec i = 0 J), mas, após a tacada, adquire energia ciné- SUGESTÕES METODOLÓGICAS
tica (de translação), cujo valor no instante em que o disco abandona a • Formular a seguinte questão à turma: «Qual será
posição A é dado por: a relação entre o trabalho realizado por uma força
e a variação de energia cinética do corpo?»
• Analisar as situações apresentadas no manual
1 e introduzir o Teorema da Energia Cinética,
E c (A) = m v 2A
2 estabelecendo pontes com os conhecimentos adquiridos
pelos alunos até ao momento.

A variação de energia cinética do centro de massa do disco, DEc, é LIVROMÉDIA


dada por:
PowerPoint
Teorema da Energia Cinética
DEc = Ec f - Ec i

Como, inicialmente, o disco estava em repouso em relação à mesa


(Ec i = 0), vem:

DEc = Ec f e Ec (A) = Ec f

Conclui-se que o aumento da energia cinética corresponde à energia


transferida por realização de trabalho pela força aplicada no disco
durante o curto intervalo de tempo em que decorreu a pancada.

1
D E c (A) = m v 2A
2

O resultado a que se chegou anteriormente é muito importante, pois


permite solucionar problemas complexos tendo por base apenas consi-
derações energéticas. É conhecido como Teorema da Energia Cinética
(ou Teorema Trabalho-Energia) e enuncia-se da seguinte forma:

O trabalho realizado pela resultante das forças que atuam, durante


um certo intervalo de tempo, numa partícula material, é igual à
variação da energia cinética da partícula, nesse intervalo de tempo.
AL 1.1 MOVIMENTO NUM PLANO INCLINADO:
W F R = DEc VARIAÇÃO DA ENERGIA CINÉTICA
E DISTÂNCIA p. 72

33

565533 006-057.indd 33 28/05/15 13:02


1.4 Teorema da Energia Cinética

EXERCÍCIO RESOLVIDO 5

Professor Estimativa da velocidade de lançamento de uma flecha


SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
No desporto de tiro com arco, os atiradores utilizam um arco
• Analisar a resolução para disparar uma flecha a 70 metros do alvo e o objetivo
do exercício resolvido é acertar no centro do alvo, que mede apenas 12,2 cm de Oh Jin-hyek, medalha de ouro,
«Estimativa da
velocidade de diâmetro. Londres, nos Jogos Olímpicos de 2012.
lançamento de uma
flecha» com os alunos,  dmita que um arco realiza o trabalho de 2,90 × 102 J, sobre uma flecha com 70 g de massa. Esta
A
chamando a atenção é lançada com uma velocidade, segundo a direção horizontal, que lhe permite atingir o alvo. Faça
para a importância do
Teorema da Energia uma estimativa do valor da velocidade a que a flecha é lançada, expresso em km/h.
Cinética na análise de
situações em que a DADOS: W F R = 2,90 × 102 J; mflecha = 70 g = 70 × 10-3 kg
força resultante é
instantânea (intervalo CÁLCULO:
de tempo de atuação
muito curto). Para determinar a velocidade a que a flecha é lançada (vfinal), calcula-se a DEc do movimento da fle-
• Fazer a preparação cha. A variação de energia cinética do centro de massa da flecha é igual ao trabalho realizado pela
da atividade laboratorial
1.1 com os alunos, força resultante do arco sobre a flecha, de acordo com o Teorema da Energia Cinética: W F r = DEc.
discutindo uma Considerando que inicialmente a flecha está em repouso: vi = 0 m/s
planificação possível
W F R = DEc & W F R = m _v 2final - v inicial i
1 2
para o estudo
experimental da 2
variação de energia 1
cinética com o 2,90 × 102 = × 70 × 10-3 × v 2final + v 2final = 8285,71 + vfinal b 91 m/s b 327 km/h
deslocamento. 2
RESPOSTA: A flecha foi lançada com uma velocidade inicial de 327 km/h.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 6
Estimativa da profundidade a que uma bola de voleibol entra numa superfície de areia
quando largada a uma dada altura
Um jogador de voleibol de praia ao preparar o lançamento deixa cair verticalmente a bola na areia de
uma altura de 1,0 m. Após a colisão com o solo o jogador apanha a bola no solo e observa a marca
deixada por esta na areia. Considere a massa da bola de 270 g e a resistência do ar desprezável.
6.1 Determine a variação da energia cinética resultante da interação entre a bola e o solo.

6.2 Sabendo que a força média resultante da interação é de 1,7 × 102 N, determine a profundidade
a que a bola entrou na areia.
2
DADOS: h = 1,0 m; m = 170 g; F = 1,7 × 10 N
6.1 
RESOLUÇÃO: Durante a queda e até ao instante imediatamente antes da colisão, há conservação
da energia mecânica: Em,h = Em,solo + m g h = Ec,solo
Ec,solo = 0,270 × 10 × 1 = 2,70 J
A bola atinge o solo com uma energia cinética de 2,70 J. Como a bola para após a colisão Ec,final = 0 J,
então, DEc = -2,70 J
6.2 
RESOLUÇÃO: Para determinar a profundidade a que bola penetra na areia é necessário aplicar o
Teorema da Energia Cinética. O trabalho realizado pela força média resultante corresponde à
variação da energia cinética da bola, pelo que: DEc = W F R
Como a variação da energia cinética é negativa, a força média resultante atua no sentido oposto
ao do movimento da bola (a = 180°)
W F R = d F cos a & -2,70 = d × 1,7 × 102 cos 180 + d , 0,016 m , 16 mm

34

565533 006-057.indd 34 10/03/15 12:35


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar o Teorema da Energia Cinética
1 Assinale a opção que traduz corretamente o Teorema da Energia Cinética.
A. A variação da energia potencial gravítica do sistema «Terra + partícula» é simétrica do trabalho
realizado pela força gravítica.
B. A variação da energia cinética de uma partícula é igual à soma dos trabalhos realizados pelas
forças que atuam no sentido do movimento.
C. A variação da energia cinética de uma partícula é igual à soma dos trabalhos realizados por todas
as forças que atuam nessa partícula.
D. Se, num sistema, a resultante das forças é nula, então, há conservação da energia cinética do
sistema.
2 Um corpo com 5 kg de massa move-se numa superfície horizontal com velocidade constante igual
a 2 m s-1, percorrendo a distância de 10 m.
Selecione a opção correta.
A. No final do percurso, a velocidade do corpo é nula.
B. O trabalho realizado pela força resultante é nulo.
C. O trabalho da força resultante é igual a 500 J.
D. O trabalho da força resultante é potente.
3 Um ciclista com 70 kg de massa viaja numa estrada retilínea horizontal, a uma velocidade constante
de módulo igual a 53 km/h, quando aplica uma força constante de travagem percorrendo 50 m até
parar. Calcule:
a) a energia cinética do centro de massa do ciclista, antes de iniciar a travagem;
b) a intensidade da força de travagem aplicada pelo ciclista durante a travagem.
4 Um corpo é abandonado na posição A, situada a uma altura h em relação ao solo, percorre
uma distância d sobre a rampa e chega à posição B com velocidade de módulo vB.
No deslocamento entre as posições A e B, a soma dos trabalhos realizados pelas forças que atuam
no corpo pode ser calculada pela expressão:

m _v 2A - v B2i
1
A. W =
2
d
B. W = -m g (hA - hB) A
h B Professor
m _v B2 - v 2A i
1
C. W = SUGESTÕES
2
METODOLÓGICAS
D. W = m _v B2 - v 2A i + m g (hB - hA)
1
• Como tarefa de aula
2 e/ou trabalho para casa,
os alunos deverão resolver
5 A figura seguinte representa uma calha, com uma parte inclinada polida (forças de atrito os exercícios de aplicação
desprezáveis) entre os pontos A e B e uma parte horizontal rugosa entre os pontos B e C. do Teorema da Energia
Um bloco com 100 g de massa é abandonado no cimo da rampa, no ponto A, e passa em B, Cinética.
com velocidade de 6 m s-1. Entre os pontos B e C atua uma força de atrito, fazendo com que AVALIAR
o corpo pare no ponto C. CONHECIMENTOS
1.
u1p31h1 C

A 2.
B
B C 3.
1,8 m
a) Ec = 7563,2 J
b) FR = 151,3 N
Determine:
4.
a) o trabalho realizado pela componente da força gravítica, na direção do movimento entre C
os pontos A e B; 5.
b) a intensidade da força de atrito que atua no percurso de B até C. a) WFR = 1,8 J
b) Fa =1 N

35
u1p31h2

565533 006-057.indd 35 31/01/17 12:04


1.5  
Forças conservativas e não conservativas; força gravítica
como força conservativa; trabalho realizado pela força
gravítica e variação da energia potencial gravítica

A
v = 0 m/s 1.5.1 
Forças conservativas e não conservativas
yA

Fg Quando o trabalho de uma força não depende da trajetória ao longo


da qual a força desloca o seu ponto de aplicação, mas apenas da posição
yB
h final e inicial, a força diz-se conservativa.
Dy
Fg
Na figura 30, está representado o movimento de um corpo ao longo
de duas trajetórias retilíneas (situações A e B). Pode calcular-se o traba-
yC
lho realizado pela força gravítica de um objeto segundo as duas trajetó-
Fg rias ilustradas.
B
yA A N
Na situação A, o corpo é abandonado da posição A e cai vertical-
Fg mente até atingir a altura yC (ponto C); na situação B, o corpo desce ao
a d
longo do plano inclinado e atinge a mesma altura (ponto B), deslocando-
N
-se em seguida horizontalmente até ao ponto C.
u1p32h1
Fg a
h O trabalho realizado pela força gravítica na queda vertical:
N N
N b
W F g (yA " yC) = P × d cos a
yC
B
C Fg Fg Fg
Como P = mg e d = Dy = h, e o vetor força gravítica tem o mesmo
sentido do vetor deslocamento ` Dy j, então:
Fig. 30 Movimento de um corpo
ao longo de duas
trajetórias retilíneas:
queda na vertical [A]; W F g (A " C) = m g h × cos 0° + W F g (A " C) = m g h
descida ao longo do plano
u1p32h2
inclinado yA " yC [B]. O trabalho realizado pela força gravítica ao longo do plano inclinado
de A " B:
NOTA
W F g (A " B) = m g d × cos a
Mantendo a definição do trabalho
realizado por uma força em que a
Neste percurso, d = Dr e a é o ângulo entre o vetor força gravítica e
traduz o ângulo entre o vetor força
e o vetor deslocamento, o vetor deslocamento Dr . Como a = 90° - b:
considerou-se, neste caso,
a identificação do ângulo do plano W F g (A " B) = m g Dr × cos (90°- b)
com a horizontal como b.
Como cos (90° - b) = sen b, tem-se:
Professor W F g (A " B) = m g Dr × sen b
Sugestões metodológicas
• Discutir com os alunos as situações A e B da figura 30
em paralelo para que estes confrontem os aspetos comuns
h
Aplicando a relação trigonométrica sen b = , obtém-se finalmente:
(a mesma posição inicial e final em relação ao referencial Dr
escolhido; força gravítica) e diferentes (direção do movimento,
existência da força de reação normal). W F g (A " B) = m g h
• Caracterizar a direção e o sentido do vetor deslocamento
e o ângulo que este faz com a força gravítica.
• Utilizar a situação do plano inclinado para relembrar as
O trabalho realizado pela força gravítica ao longo da trajetória horizon-
propriedades dos triângulos, para que os alunos possam tal de B " C:
incorporar neste tipo de problemas conhecimentos já adquiridos
em Matemática no que respeita à geometria no plano.
• Fazer a representação vetorial para as situações da figura 31, W F g (B " C) = 0
identificando as forças conservativas e as não conservativas.
porque o vetor força gravítica é perpendicular ao vetor deslocamento.
36

565533 006-057.indd 36 10/03/15 16:47


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Então, o trabalho total de A " B " C é:

W F g (A " B " C) = m g h

Da análise efetuada, conclui-se que o trabalho da força gravítica não


depende da trajetória, mas somente da posição final e inicial; então, con-
clui-se que a força gravítica é uma força conservativa. Assim, quando o
percurso é fechado, o trabalho realizado por uma força conservativa é
sempre nulo.

Esta conclusão pode ser generalizada para todas as forças conserva-


tivas.

Em síntese, pode concluir-se que uma força é conservativa


quando:
• o trabalho realizado por essas forças, entre dois pontos, é sempre
o mesmo qualquer que seja a trajetória.
• o trabalho realizado por essas forças é nulo num percurso
fechado.

A força gravítica é um exemplo de força conservativa, tal como a


força elástica e a força elétrica. Mas há forças não conservativas Fig. 31 ,
tais como: a força magnética, a força de resistência do ar, as forças de
atrito na interface entre superfícies sólidas, as forças aplicadas para
puxar/empurrar um corpo, etc. O trabalho realizado por estas forças
entre dois pontos num percurso fechado não é nulo e depende da traje-
tória realizada entre esses pontos.

A C

Fig. 31 Exemplos de movimentos em que atuam forças conservativas e não conservativas.

Uma força é conservativa quando o trabalho realizado pela força u1p33h2


u1p33h1 u1p33h2
entre dois pontos não depende da trajetória ou quando o traba-
lho realizado por essa força é nulo, ao longo de qualquer percurso
fechado.
Uma força é não conservativa quando o trabalho realizado por
essa força entre dois pontos depende da trajetória.

37

565533 006-057.indd 37 10/03/15 12:36


1.5 Forças conservativas e não conservativas; força gravítica como força conservativa; trabalho realizado pela força gravítica e variação da energia potencial gravítica

Professor 1.5.2 
Energia potencial gravítica do sistema
Sugestões metodológicas «corpo + Terra»
• Realçar o facto de a energia potencial gravítica ser uma
energia que está relacionada com a posição de um corpo
relativamente à Terra.
Considere-se o sistema «Terra + Lua» e as forças de interação gravi-
• Tornar claro que apenas é possível associar uma tacional que se manifestam entre os dois corpos. A Terra sente a força de
atração exercida pela Lua `F Terra-Luaj e a Lua sente a força de atração
energia potencial gravítica a um ponto na situação

exercida pela Terra `F Lua-Terraj Fig. 32 .


em que é atribuída uma energia potencial gravítica
de referência.

FLua-Terra

FTerra-Lua

Fig. 32 Interação gravitacional entre a Terra e a Lua.

O sistema «Lua + Terra» tem associada uma dada energia potencial


gravítica que depende da massa e da posição relativa entre os centros de
massa.
u1p34h1
Quando se estuda o movimento de um corpo à superfície da Terra, tendo
como referencial a Terra, verifica-se que nenhum corpo em repouso sobre
uma superfície pode, pelos seus próprios meios, variar a altura em relação a
essa superfície. Isto significa que outro sistema terá de aplicar uma força,
no mínimo, de igual intensidade e sentido oposto ao da força gravítica
aplicada pela Terra, para que esse corpo se eleve a uma dada altura.

Para qualquer corpo à superfície da Terra (altura inferior ao diâme-


tro da Terra), a variação da energia potencial gravítica do sistema
«corpo + Terra» é determinada pelo produto da massa do corpo (m),
pelo valor da aceleração gravítica (g) e pela altura (h), relativamente ao
nível de referência Fig. 33 .

yB DEpg = m g (yB - yA)

h = yB - yA DEpg = m g h

em que g assume o valor de, aproximadamente, 9,8 m s-2 à superfície


yA
da Terra.

A energia potencial gravítica expressa-se em joule (J), que é a uni-


dade do SI de energia, quando a massa, a aceleração gravítica e a altura
Fig. 33 Variação da energia
se expressam, respetivamente, em quilograma (kg), metro por segundo
potencial gravítica
à superfície da Terra. quadrado (m/s2 ou m s-2) e metro (m).

38

565533 006-057.indd 38 10/03/15 12:36


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Muitas vezes, quando se analisa um sistema mecânico à superfície


da Terra, considera-se que a energia potencial gravítica é zero ao nível do
solo. Nestas condições, pode definir-se a energia potencial gravítica
de um corpo a uma dada altura h como:

Epg = m g h

Atribuir um valor de energia potencial gravítica a um sistema


implica, necessariamente, estabelecer uma referência. Essa opção
é arbitrária, bem como o valor escolhido.

1.5.3 
Trabalho realizado pela força gravítica Professor
e variação da energia potencial gravítica SUGESTÕES METODOLÓGICAS

do sistema «corpo + Terra» • Analisar a figura 33, representando vetorialmente


as forças aplicadas e o deslocamento, para calcular
o trabalho realizado pela força gravítica.
Analisando novamente a figura 33, e tomando como nível de referên- • Calcular o trabalho realizado pela força gravítica no
movimento completo de subida e descida.
cia o ponto A (Ep(A) = 0), a variação de energia potencial gravítica do • Explorar a mesma situação, não desprezando a força
sistema «corpo + Terra» é positiva e calcula-se por: de atrito do ar, e comparar as duas situações.

DEpg (A " B) = Epg (B) - Epg (A)

DEpg (A " B) = m g h

Quando se calcula o trabalho realizado pela força gravítica de A " B,


obtém-se:

W F g (A " B) = -m g h

Deste modo, conclui-se que o trabalho da força gravítica é simétrico


da variação da energia potencial gravítica.

W F g (A " B) = -m g h

W F g = -DEpg

O trabalho realizado pela força gravítica é igual ao simétrico da


variação da energia potencial gravítica do sistema «corpo +
Terra».
W F g = -DEpg

Verifica-se que o resultado obtido para o trabalho da força gravítica se


aplica a qualquer força conservativa.

O trabalho realizado por uma força conservativa é igual ao simé-


trico da variação da energia potencial gravítica do sistema intera-
tuante.
Wforça conservativa = -DEpg

39

565533 006-057.indd 39 28/05/15 13:02


1.5 Forças conservativas e não conservativas; força gravítica como força conservativa; trabalho realizado pela força gravítica e variação da energia potencial gravítica

EXERCÍCIO RESOLVIDO 7
Aplicação do conceito de energia potencial gravítica ao sistema em interação «corpo + Terra»,
a partir de um valor para o nível e referência

A figura à direita mostra o perfil de uma E


calha, onde se encontra um carrinho com
40 g de massa em movimento. Na figura, C
F A
estão marcadas cinco posições, ocupadas B 0,40 m

pelo carrinho no seu percurso. Considere 0,40 m 0,70 m 0,60 m 0,30 m


o atrito desprezável e considere como refe-
D
rencial, para a análise energética, a base da
calha.
7.1 Determine a energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra», quando o carrinho se
encontra na posição E, tomando como nível de referência:
a) a posição D; b) a posição C. U1P36H1
7.2 Compare, tomando para níveis de referência as posições B e D, a variação da energia potencial
gravítica do sistema «carrinho + Terra», quando o carrinho se desloca da posição C para a
posição E. Que conclusões pode retirar do resultado obtido?

7.1 
DADOS:
Professor 
mcarrinho = 40 g = 4,0 × 10-2 kg
SUGESTÕES

RESOLUÇÃO:
METODOLÓGICAS
• Analisar as propostas A energia potencial do sistema «carrinho + Terra» é dada por:
de resolução dos exercícios Epg = m g h
resolvidos, clarificando
as situações de cálculo a) Quando o nível de referência é a posição D, o valor da altura a que se encontra o carrinho
de variações de energia
potencial gravítica para relativamente a D é 0,70 m.
níveis de referência
diferentes, e aplicar a relação Epg = 4,0 × 10-2 × 9,8 × 0,70 = 0,27 J
entre o trabalho da força
gravítica e a variação da A energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra», quando o carrinho se encontra
energia potencial gravítica. na posição E, tomando como nível de referência a posição D, é 0,27 J.
b) Quando o nível de referência é a posição C, o valor da altura a que se encontra o carrinho
relativamente a C é 0,10 m (h = 0,70 - 0,60 = 0,10 m).
Epg = 4,0 × 10-2 × 9,8 × 0,10 = 3,9 × 10-2 J
A energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra», quando o carrinho se encontra
na posição E, tomando como nível de referência a posição C, é 3,9 × 10-2 J.
7.2 
DADOS:

mcarrinho = 40 g = 4,0 × 10-2 kg

RESOLUÇÃO:
Para comparar a variação da energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra», tomando
dois níveis de referência diferentes, tem de se calcular o quociente das variações das respetivas
energias potenciais gravíticas:
DE pg (B) m # g # (y E - y C) (y E - y C) 0,40 - 0,30
= = = =1
DE pg (D) m # g # (y E - y C) (y E - y C) 0,70 - 0,60
Conclui-se que a variação de energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra» é igual,
independentemente do nível tomado como referência.

40

565533 006-057.indd 40 28/05/15 13:03


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

EXERCÍCIO RESOLVIDO 8
Aplicação da relação entre trabalho da força gravítica e variação da energia potencial gravítica
Um corpo com 200 g de massa é abandonado na posição A e cai até ao solo. Mostre que o trabalho
realizado pela força gravítica é independente da escolha do nível de referência, seja o solo, o ponto B
ou o ponto A.

A
20 m V0 = 0

hA

B
10 m

hB

solo

D
 ADOS:
m = 200 g = 0,200 kg
RESOLUÇÃO: u1p37h1
Quando o nível de referência é o solo, significa que Epg (solo) = 0 J.
O trabalho realizado pela força gravítica é simétrico da variação da energia potencial gravítica:
W F g = -DEpg
W F g = -(Epg (solo) - Epg (A)) & W F g = -(m g h - m g hA)
W F g = -(0 - 0,200 × 9,8 × 20) = 39,2 J
Quando o nível de referência é o ponto B, significa que Epg (B) = 0 J.
A energia potencial gravítica do sistema quando o corpo está na posição A é:
Epg (A) = m × g × (hA - hB) & Epg (A) = 0,200 × 9,8 × 10 = 19,6 J
A energia potencial gravítica do sistema quando o corpo está no solo é dada por:
Epg (solo) = m × g × hsolo & Epg (solo) = 0,200 × 9,8 × (-10) = -19,6 J
W F g = -(Epg (solo) - Epg (A)) & W F g = -(-19,6 - 19,6) = 39,2 J
Quando o nível de referência é o ponto A, significa que Epg (A) = 0 J.
Epg (solo) = m × g × hsolo & Epg (solo) = 0,200 × 9,8 × (-20) = -39,2 J
W F g = -(Epg (solo) - Epg (A)) & W F g = -(-39,2 - 0) = 39,2 J
 a resolução apresentada, conclui-se que o trabalho realizado pela força gravítica não depende
D
do nível de referência escolhido.

41

565533 006-057.indd 41 28/05/15 13:07


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar o conceito de energia potencial gravítica ao sistema em interação «corpo + Terra»
1 Um ciclista sobe um troço de montanha com velocidade constante. Selecione a opção que completa
corretamente a frase seguinte.
No movimento do ciclista durante a subida, …
A. … a energia cinética do centro de massa do ciclista aumenta.
B. … a energia cinética do centro de massa diminui.
C. … a energia potencial gravítica do sistema «ciclista + Terra» diminui.
D. … a energia potencial gravítica do sistema ciclista + Terra» aumenta.
2 Um candeeiro de massa 2,0 kg está pendurado por cima de uma mesa a uma altura de 1,2 m
relativamente à mesa. A mesa tem uma altura de 80 cm relativamente ao solo. Determine a energia
potencial gravítica do sistema «candeeiro + Terra» em relação:
a) à mesa;
b) ao solo.
3 Um carro de massa 800 kg encontra-se em movimento com velocidade de 72 km/h no topo de uma
ponte de altura h relativamente ao solo. A energia potencial gravítica do sistema «Terra + carro»
é 5,6 × 105 J. Determine a altura h da ponte.
4 Um corpo de massa 1,5 kg encontra-se a uma altura de 3,0 m relativamente ao solo. A energia
potencial gravítica do sistema «Terra + corpo» nesse local é de 90 J.
4.1 Quando esse corpo estiver no solo, a energia potencial gravítica do sistema
«Terra + corpo» é:
A. 0 J
B. 15 J
C. 45 J
D. -90 J
4.2 A altura do solo, relativamente ao nível referência, é:
Professor A. 0 m
SUGESTÕES
B. 1 m
METODOLÓGICAS
• Como tarefa de aula e/ou C. 2 m
trabalho para casa, os alunos D. 3 m
deverão resolver os
exercícios de aplicação do 5 Dois corpos, A e B, com massas m e 2m, respetivamente, encontram-se num dado instante
conceito de energia potencial a diferentes alturas do nível de referência. O corpo A encontra-se a uma altura 2h e o corpo B
gravítica ao sistema
interação «corpo + Terra».
a uma altura h. A relação entre as energias potencial gravítica do sistema «Terra + corpo»,
para os corpos A e B, nesse instante, é dada pela expressão:
AVALIAR
A. Epg (A) = Epg (B)
CONHECIMENTOS
1. B. 4Epg (A) = Epg (B)
D C. Epg (A) = 2Epg (B)
2. D. 2Epg (A) = Epg (B)
a) Epg = 24 J
b) Epg = 40 J 6 Um corpo de massa 200 g é lançado verticalmente para cima a partir de uma varanda que se
3. encontra a 1,2 m do solo e atinge a altura máxima de 2 m relativamente ao solo. Determine a variação
h = 70 m de energia potencial gravítica do sistema «corpo + Terra», até atingir a altura máxima, relativamente:
4. a) à varanda;
4.1 C
4.2 D b) ao solo.
5.
A
6.
a) DEpg = 1,6 J
b) DEpg = 4,0 J

42

565533 006-057.indd 42 20/05/16 10:14


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

7 Um corpo de massa 5 kg é empurrado para o topo de uma plataforma que se encontra a uma altura
de 30 cm relativamente ao solo, utilizando três rampas com inclinações diferentes, como mostra
a figura seguinte.

I II III

F F F
30 cm

30 cm

30 cm
60 cm 90 cm 120 cm

7.1 Para cada uma das situações, calcule:


a) a inclinação da rampa; U1P40H1
b) o trabalho realizado pela força gravítica do corpo, desde a posição inicial até ao topo
da rampa. Estabeleça a relação entre o trabalho da força gravítica e a inclinação
da rampa.
7.2 N
 as três situações, I, II e III, a força aplicada F transfere 7,2 J de energia. Refira qual
é a vantagem em utilizar-se a rampa com a inclinação da situação III para realizar a tarefa
em vez da rampa da situação I.
8 Três corpos de igual massa m deslocam-se entre duas posições, por percursos distintos:
I. Cai na vertical.
II. Desliza ao longo de uma rampa com lombas. III I II
III. Desliza ao longo de uma rampa lisa.
Relativamente ao trabalho realizado pela força gravítica
nos três percursos, pode afirmar-se que:
A. WIII > WII = WI
B. WIII = WII > WI
C. WIII = WII = WI Professor
7.
D. WIII > WII > WI 7.1 a) a(I) = 30°;
a(II) = 19,5°;
9 Abandona-se um corpo de massa 10 kg de uma altura h, que cai até ao solo. Admitindo que a(III) = 14,5°
o trabalho realizado pela força gravítica do corpo durante a queda é 2000 J, determine a altura
u1p40h2 b) W F g (I) = W F g (II) =
de queda do copo. = W F g (III) = -15 J
O trabalho da força gravítica
10 Selecione a opção correta. é independente da
No rótulo de uma lata de leite em pó pode ler-se «valor energético: 1509 kJ por 100 g». Se toda inclinação da rampa.
a energia armazenada numa lata contendo 400 g de leite fosse utilizada para levantar um objeto 7.2 A inclinação da rampa
da situação III facilita
de 10 kg, a altura máxima atingida seria aproximadamente de:
a tarefa, uma vez que a
A. 60,36 m transferência de 7,2 J de
energia para o bloco é feita
B. 15,09 m
durante um percurso maior,
C. 60,36 km logo, a força necessária
é menor.
D. 15,09 km
8.
11 Um corpo de massa m é elevado a uma altura h à superfície da Terra e da Lua, respetivamente. C
Pesquise, sobre o valor da aceleração da gravidade na Lua e estabeleça uma relação entre 9.
o aumento da energia potencial gravítica do corpo na Terra e na Lua. h = 20 m
10.
C
11.
Cerca de seis vezes.

43

565533 006-057.indd 43 10/03/15 12:36


1.6  
Energia mecânica no sistema «corpo + Terra»
e conservação da energia mecânica

Professor Se, durante o movimento de um corpo, não ocorrerem deformações


Sugestões metodológicas ou variações consideráveis da sua energia interna, e se o corpo apresen-
• Discutir com os alunos, em simultâneo, as situações tar unicamente movimento de translação, este pode ser representado
de queda de um corpo da figura 34, para que estes
confrontem os aspetos comuns (a mesma posição inicial
pelo seu centro de massa.
e final em relação ao referencial escolhido; força
gravítica) e diferentes (direção do movimento; existência A energia associada ao movimento é a energia cinética de translação
da força de reação normal).
• Solicitar aos alunos que descrevam as situações e a energia associada às interações do sistema «corpo + Terra» é a
de queda do corpo do ponto de vista das transformações energia potencial gravítica do sistema «corpo + Terra». Estas são mani-
de energia.
• Aplicar o Teorema da Energia Cinética a cada uma das festações de energia mecânica do sistema.
situações para determinar o trabalho da força resultante
apenas por considerações energéticas. A energia mecânica (Em) de um sistema é, portanto, a soma da ener-
• Relembrar a relação entre trabalho da força gravítica
e variação da energia potencial gravítica. gia cinética (Ec) e da energia potencial gravítica do sistema «corpo +
• Conduzir o aluno nos argumentos que lhe permitam Terra» (Epg).
concluir que se verifica a conservação da energia
mecânica entre as posições inicial e final.
• Reforçar a ideia de que a existência única de forças Em = Ec + Epg
conservativas num sistema se traduz na conservação
da energia mecânica do sistema.

LIVROMÉDIA A energia mecânica (Em) de um sistema é a soma da energia cinética


(Ec) e da energia potencial gravítica do sistema «corpo + Terra»
PowerPoint
(Epg).
Energia mecânica no sistema «corpo + Terra»
e conservação da energia mecânica Em = Ec + Epg

As energias cinética e potencial gravítica podem transformar-se uma


na outra e, contudo, a energia mecânica do sistema «corpo + Terra»
mantém-se constante. Para discutir esta ideia, pode ver-se como varia
a energia mecânica do sistema «corpo + Terra» analisando os dois
exemplos ilustrados: o movimento de queda de um corpo na vertical e o
movimento de um corpo ao longo de um plano inclinado Fig. 34 .

A v = 0 m/s B v = 0 m/s
N
yA yA

Fg Fg d
a N
yB
h h
Dy a
Fg Fg

N
yC
yC b
Fg
Fg
Fig. 34 Corpo em queda livre [A] e em movimento ao longo de um plano
inclinado [B] sem atrito.

Por aplicação do Teorema da Energia Cinética, calculando o trabalho


u1p41h1
da força resultante, determina-se a variação da energia cinética sofrida
u1p41h2
pelo corpo (DEc = W F R).

44

565533 006-057.indd 44 13/03/15 13:38


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

No movimento na vertical, a única força a atuar é a força gravítica,


logo, o trabalho da força resultante é igual ao trabalho da força gravítica
(W F R = W F g).

Na descida pelo plano inclinado, além da força gravítica, atua a força


que o plano exerce sobre o corpo (força de reação normal). O trabalho da
força resultante será igual à soma dos trabalhos da força gravítica e da
força de reação normal (W F R = W F g + W N ).

Queda vertical Descida pelo plano inclinado


DEc = W F g DEc = W F g + W N

Como o trabalho da força gra- Como o trabalho da força de


vítica é simétrico da variação da reação normal é dado por:
energia potencial gravítica do sis-
tema «corpo + Terra», vem: W N = N × d × cos i

W F g = -DEpg a força de reação normal é per-


pendicular ao vetor deslocamento,
Tem-se, ainda, que: logo, o ângulo por eles formado é
90°; então:
DEc = -DEpg +
+ DEc + DEpg = 0 WN = 0

Sabe-se também que a varia- Sendo o trabalho da força gra-


ção da energia mecânica é igual à vítica simétrico da variação da
soma das variações das energias energia potencial gravítica do sis-
cinética e potencial gravítica, logo: tema «corpo + Terra», vem:

DEc + DEpg = DEm W F g = -DEpg

Então, verifica-se que: Como a variação da energia


mecânica é igual à soma das
DEm = 0 variações das energias cinética e
potencial gravítica, tem-se:

DEc + DEpg = DEm

Então, verifica-se que:

DEm = 0

Conclui-se que nos dois sistemas a energia mecânica se mantém


constante, ou seja, a soma das energias cinética e potencial gravítica não
varia.

Ec + Epg = constante

Em ambas as situações anteriores, a única força que realiza trabalho


é a força gravítica, que se sabe ser uma força conservativa. Então, con-
clui-se que quando atuam apenas forças conservativas a energia mecâ-
nica mantém-se constante.
45

565533 006-057.indd 45 10/03/15 12:36


1.6 Energia mecânica no sistema «corpo + Terra» e conservação da energia mecânica

Professor Em síntese:
Sugestões metodológicas
• No sistema «corpo + Terra» podem atuar forças conservativas
• Analisar a proposta de resolução do exercício resolvido
«Aplicação do princípio da conservação da energia (F cons) e forças não conservativas (F Ncons).
mecânica», para discutir todos os aspetos do sistema • O trabalho realizado pelas forças conservativas (força gravítica)
«praticante + fio + Terra» do ponto de vista energético.
• Explicar aos alunos o que se entende por «pêndulo é simétrico da variação de energia potencial gravítica do sistema
gravítico simples» (sistema constituído por «corpo + Terra».
«fio + corpo + Terra», onde apenas as forças
conservativas (força gravítica) realizam trabalho). W F g = -DEpg
• O trabalho realizado por todas as forças que atuam no sistema é
igual à variação de energia cinética (Teorema da Energia Cinética).
W Fcons + W FNcons = DEc

Quando num sistema mecânico em que apenas atuam forças con-


servativas ou o trabalho das forças não conservativas é nulo, a
energia mecânica conserva-se (sistema conservativo).
Em = constante ou DEm = 0

EXERCÍCIO RESOLVIDO 9
Aplicação do princípio da conservação da energia mecânica
Selecione a opção correta.
Um jovem deixa-se escorregar sem atrito sobre um tobogã aquático, com L
uma rampa retilínea, de comprimento L, tal como representado na figura,
e chega ao final da rampa com uma velocidade de cerca de 6 m/s. Para
que essa velocidade passe a ser de 12 m/s, mantendo-se a inclinação da
rampa, será necessário que o comprimento dessa rampa passe a ser
aproximadamente de:
L
A.  B. L C. 1,4L D. 2L E. 4L
2
DADOS:
Situação 1: vi = 0 ; vf = 6 m/s; hf = 0 ; comprimento = L
Situação 2: vi = 0 ; vf = 12 m/s; hf = 0 ; comprimento = ?
RESOLUÇÃO:
 s dados do exercício envolvem variáveis presentes na energia cinética e na energia potencial graví-
O
tica. Como não há atrito, a energia do sistema conserva-se, logo:
DEm = 0 + DEc + DEpg = 0 + Ecf - Eci + Epgf - Epgi = 0
1 1
m v 2f - m v i2 + m g hf - m g hi = 0
2 2
Substituindo na expressão os dados da situação 1 obtém-se:
1 36
× m × 62 - m × 10 × hi = 0 + hi = + hi = 1,8 m
2 20
Substituindo na expressão os dados da situação 2 obtém-se:
1 144
× m × 122 - m × 10 × hi = 0 + hi = + hi = 7,2 m
2 20
Com as alturas correspondentes às duas situações pode estabelecer-se uma proporção para encon-
trar a relação entre as alturas.
h1 L1 1,8 L1
= + = + L 2 = 4L 1
h2 L2 7,2 L2
RESPOSTA: E

46

565533 006-057.indd 46 10/03/15 12:36


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

EXERCÍCIO RESOLVIDO 10
Aplicação do princípio da conservação da energia mecânica
O «pêndulo humano» é um desporto radical, que é
possível praticar em alguns parques de diversões ou
em pontes. Os praticantes são presos por um cabo a
um ponto fixo por cima da sua cabeça. São erguidos A C

até uma certa altura h, relativamente ao solo. Depois


10 m
de se soltar um dos cabos, passam a oscilar entre B
as posições, A e C, atingindo uma altura máxima de 2m
10 metros e chegando a uma altura mínima do solo
de 2 metros.
 retende-se analisar o movimento pendular dos praticantes, admitindo que
P as forças de atrito são
U1P43H1
desprezáveis e que o cabo é inextensível.
10.1 Faça a análise energética do sistema, mencionando as transformações de energia que ocorrem
no movimento do centro de massa dos praticantes.
10.2 Determine a velocidade máxima adquirida pelos participantes, expressa em km/h.

10.1 
DADOS:

hmáxima = 10 m; hmínima = 2 m

RESOLUÇÃO:
As forças que atuam no praticante durante todo o movimento pendular são a força gravítica (Fg )
e a tensão do fio (T ).
O trabalho da força resultante é dado por: W F R = W F g + W T = DEc
Como a direção da tensão é perpendicular ao deslocamento do centro de massa do corpo em
cada ponto da trajetória, esta força não realiza trabalho (W T = 0 J).
A força gravítica é uma força conservativa, logo: W F g = -DEpg; -DEpg = DEc.
Neste caso, há conservação de energia mecânica do sistema «praticante + Terra»
(DEpg + DEc = 0).
Em A, o praticante é abandonado (DEc (A) = 0); assim, a energia mecânica do sistema é energia
potencial gravítica, que é máxima nesta posição.
De A para B, as transformações de energia que ocorrem são: energia potencial gravítica "
energia cinética.
Em B, a energia mecânica é igual à soma da energia cinética do sistema (que é máxima) com
a energia potencial gravítica do sistema (que é mínima).
De B para C, as transformações de energia que ocorrem são: energia cinética " energia poten-
cial gravítica.
Em C, o praticante para. A energia mecânica do sistema é a energia potencial gravítica, que é
máxima nesta posição.
10.2 
RESOLUÇÃO:
A velocidade máxima adquirida pelos praticantes é atingida quando estes se encontram na
posição B. Como no sistema há conservação da energia mecânica:
DEc = -DEpg
m _v B2 - v 2A i = -m g (hB - hA); vB = 12,65 m/s = 45,54 km/h
1
2

47

565533 006-057.indd 47 10/03/15 12:37


1.7  
Forças não conservativas e variação da energia mecânica

De seguida, estudar-se-ão situações em que não pode desprezar-se o


atrito.

Na figura 35, ilustram-se os movimentos de descida Fig. 35A e de


subida Fig. 35B de um corpo ao longo do plano inclinado.

A B

Fac N N
des sub
cid Fac ida
a
yA d yA d
Fg Fac N N
Fg
a a Fac
h a h a
Fg
Fg
N N
Fac
yC b yC b
Fac

Fg Fg
Fig. 35 Movimento de um corpo ao longo de um plano inclinado quando o atrito não é desprezável.

Professor Para cada um dos movimentos, a variação da energia potencial graví-


Sugestões metodológicas tica é dada por:
u1p44h1 u1p44h2
• Discutir com os alunos, em simultâneo, as situações
de descida e subida de um corpo num plano inclinado
com atrito da figura 35, para que estes:
Descida do plano inclinado Subida do plano inclinado
— as descrevam do ponto de vista das transformações
de energia; DEpg = m g (yC - yA) DEpg = m g (yA - yC)
— relacionem o sinal da variação da energia potencial
gravítica com o sentido do movimento; DEpg = -m g h DEpg = m g h
— verifiquem que o sentido da força de atrito (não
conservativa) depende do sentido do movimento.
• Aplicar o Teorema da Energia Cinética a cada uma das Quando o corpo se desloca da Quando o corpo se desloca da
situações para determinar o trabalho da força resultante
posição A para a C, a variação da posição C para a A, a variação da
apenas por considerações energéticas.
• Conduzir os alunos nos argumentos que lhes permitam energia potencial gravítica do sis- energia potencial gravítica do sis-
concluir que não se verifica a conservação da energia
tema «corpo + Terra» é negativa. tema «corpo + Terra» é positiva.
mecânica entre as posições inicial e final.
• Evidenciar que a variação da energia mecânica é Tal significa que as variações de Tal significa que as variações de
negativa, o que significa que ocorreram transformações
altura, relativamente ao nível de altura, relativamente ao nível de
de energia mecânica noutras formas de energia (neste
caso, energia térmica). referência (C), são cada vez me- referência (C), são cada vez maio-
LIVROMÉDIA
nores. res.

PowerPoint
Para determinar o trabalho da força resultante, pode aplicar-se o Teo-
Forças não conservativas e variação da energia
mecânica rema da Energia Cinética (W F R = DEc).

No corpo estão aplicadas as forças gravítica, de reação normal e de


atrito. A soma dos trabalhos realizados por estas forças é igual ao traba-
lho da força resultante (W F R).

W FR = W F g + W N + W F a

48

565533 006-057.indd 48 13/03/15 13:40


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Descida do plano inclinado Subida do plano inclinado


A força gravítica é uma força A força gravítica é uma força
conservativa, então, o trabalho conservativa, então, o trabalho
realizado por esta força é simé- realizado por esta força é simé-
trico da variação da energia poten- trico da variação da energia poten-
cial gravítica; o trabalho realizado cial gravítica; o trabalho realizado
pela força normal é nulo e a força pela força normal é nulo e a força
de atrito tem sentido oposto ao de atrito tem sentido oposto ao
movimento do corpo (a = 180°): movimento do corpo (a = 180°):

DEc = m g h + Fa d cos (180°) DEc = -m g h + Fa d cos (180°)

DEc = m g h - Fa d DEc = -m g h - Fa d

A variação de energia mecânica do sistema é igual à soma da varia-


ção de energia cinética com a variação da energia potencial gravítica
(DEm = DEc + DEpg).

Substituindo pelas expressões deduzidas anteriormente, obtém-se


para cada uma das situações:

DEm = +m g h - Fa d - m g h DEm = -m g h - Fa d + m g h

DEm = -Fa d DEm = -Fa d

Em síntese:
• a força de atrito depende do sentido do deslocamento;
• quando atuam forças de atrito, não se verifica a conservação da
energia mecânica.
DEp ! -DEc
DEm = -Fa d

Em geral, a variação da energia mecânica nos sistemas gravíticos é


dada por:

DEm = DEc + DEpg

DEm = _W F cons + W F Ncons i + DEpg

W F cons = -DEpg

DEm = W F Ncons

O trabalho realizado por forças não conservativas é igual à variação


da energia mecânica do sistema.
DEm = W F Ncons

49

565533 006-057.indd 49 10/03/15 12:37


1.7 Forças não conservativas e variação da energia mecânica

Professor No caso de um sistema mais complexo, como, por exemplo, o movi-


Sugestões metodológicas mento de uma bola que ressalta ao colidir com o solo até que se imobi-
• Discutir a variação local de temperatura e a dificuldade liza, a variação de energia interna do sistema isolado (bola + Terra +
de a medir.
• Dar exemplos de situações que envolvam o choque
solo + ar) não é desprezável, porque a temperatura do sistema altera-se
entre objetos e nas quais seja inequívoco o aumento durante o movimento.
de temperatura.

O Princípio da Conservação de Energia revela-se muito útil para ana-


lisar esta situação. Mesmo desconhecendo a natureza das forças presen-
tes na interação entre as diversas partes do sistema isolado, é possível
observar as transformações de energia mecânica em energia interna
desde o instante em que a bola é largada até que se imobiliza Fig. 36 .

Fig. 36 Movimento saltitante de uma bola na colisão com o solo.

É sobretudo evidente a diminuição da energia mecânica total do sis-


tema, porque a altura atingida pela bola vai diminuindo ressalto após
ressalto. Também o som produzido no choque resulta da transformação
de energia mecânica noutra forma de energia.

A variação da energia interna do sistema é impercetível através de


uma observação a «olho nu». Para tal, é necessário analisar o que se
passa na interface das superfícies colocadas em contacto, como, por
exemplo, no momento da colisão da bola com o solo. Aí verificar-se-ia
que existe deformação e aquecimento da bola, evidenciando as transfor-
mações da energia cinética em energia elástica (associada à deforma-
ção) e em energia térmica (associada ao aumento da temperatura local,
ainda que de difícil medição).

Se a deformação local não for permanente, então, toda a energia elás-


tica será novamente convertida em energia mecânica; o mesmo não se
verifica com a energia térmica, por isso, a energia mecânica vai dimi-
nuindo até que a bola se imobiliza.

Numa colisão, para avaliar a quantidade de energia elástica que é


possível converter em energia mecânica, é necessário determinar a elas-
ticidade da colisão que é dada pelo coeficiente de restituição (e), o qual
depende da natureza do material.
50

565533 006-057.indd 50 10/03/15 12:37


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Quando um dos corpos envolvidos na colisão tem velocidade nula,


antes e após a colisão, como é o caso do solo, o coeficiente de restituição
dos materiais em colisão é dado por:
módulo da velocidade da bola, imediatamente após a colisão
e=
módulo da velocidade da bola, imediatamente antes da colisão

A diminuição da energia mecânica de um sistema manifesta-se, AL 1.2 MOVIMENTO VERTICAL DE QUEDA


E RESSALTO DE UMA BOLA:
por exemplo, no aquecimento das superfícies em contacto. TRANSFORMAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS
DE ENERGIA p. 77

EXERCÍCIO RESOLVIDO 11
Efeito da ação de forças dissipativas (não conservativas)
N
 a figura ao lado, estão representados diferentes tipos de
bolas, utilizadas em diferentes desportos, e a respetiva
percentagem de energia dissipada no 1.º ressalto, quando
essas bolas colidem com o mesmo tipo de piso.
11.1 Enumere as transformações de energia que ocorrem
Pingue-pongue Basebol Golf Futebol Ténis Basquetebol
no sistema. 85 % 68 % 64 % 60 % 51 % 44 %

11.2 Quais dos materiais em interação têm maior valor de coeficiente de restituição?

11.3 Admita que as bolas são abandonadas de uma altura de 2 m relativamente ao solo. Compare as
alturas atingidas pelas bolas, de maior e menor coeficiente de restituição, após o 1.º ressalto.

11.1 
RESOLUÇÃO: U1P47H1
Durante a queda, a energia potencial gravítica transforma-se em energia cinética; no chão,
a energia cinética transforma-se em energia potencial elástica e térmica; durante o ressalto,
a energia potencial elástica transforma-se em energia cinética e energia potencial gravítica
(energia mecânica).
11.2 
RESOLUÇÃO:
O material que tem maior valor de coeficiente de restituição é o material de que é feita a bola de
basquetebol, porque é o que dissipa menos energia na interação com o solo.
11.3 
DADOS:
Bola de pingue-pongue: 85 % de energia dissipada; bola de basquetebol: 44 % de energia
dissipada; h = 2 m

CÁLCULO:
Bola de pingue-pongue: DEm = m g (hf - hi)
DE m _hf - hii hi - h f hi - h f 2 -h f Professor
85 % =- =- = ; %= × 100 + 0,85 = + hf = 0,3 m
Em i
hi hi hi 2 SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
• Analisar o
Bola de basquetebol: DEm = m g (hf - hi)
_hf - hii
exercício resolvido
DE m hi - h f hi - h f 2 -h f «Efeito da ação
44 % =- =- = ; %= × 100 + 0,44 = + hf = 1,12 m de forças
Em hi hi hi 2
i
dissipativas (não
1,12 conservativas)»
Comparação entre as alturas: = 3,7 e discutir
0,3 a proposta de
A altura atingida pela bola de basquetebol após o ressalto é 3,7 vezes maior do que a altura resolução
apresentada.
atingida pela bola de pingue-pongue.

51

565533 006-057.indd 51 10/03/15 12:37


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos relacionados com variações de energia mecânica
1 U
 m esquiador com 60 kg de massa parte do repouso no ponto P e desce uma rampa até ao ponto Q.
Suponha que as perdas de energia mecânica por atrito são desprezáveis. Para cada caso, selecione
a opção que completa corretamente a afirmação.

5,0 m

1.1 O
 s valores da energia cinética e da velocidade do centro de massa do esquiador no instante em
que o esquiador passa pelo ponto Q são, respetivamente:
A. 50 J e 15 m/s.
B. 3000 J e 10 m/s.
C. 300 J e 10 m/s.
D. 3,0 × 106 J e 10 m/s. u1p48h1
1.2 O
 trabalho realizado pela força gravítica que atua no esquiador durante o seu movimento de
descida entre as posições P e Q é...
A. … negativo e igual à variação da energia potencial gravítica do sistema «esquiador + Terra».
B. … positivo e igual à variação da energia potencial gravítica do sistema «esquiador + Terra».
C. … negativo e simétrico da variação da energia potencial gravítica do sistema «esquiador + Terra».
D. … positivo e simétrico da variação da energia potencial gravítica do sistema «esquiador + Terra».
U
 ma esfera é abandonada no ponto A, caindo na vertical da altura h. Considere o sistema de eixos
2
de referência representado na figura seguinte, com origem no solo, desprezando o efeito da
resistência do ar.
A h
Selecione a alternativa que permite calcular o valor da
velocidade a que a esfera atinge o solo:
Professor A. 2g h
y
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS B. g 2h
• Como tarefa de aula C.  2g h
e/ou trabalho para casa, x
os alunos deverão resolver D.  g h
os exercícios de aplicação (Adaptado do Exame de Física e Química, 2007, 1.ª fase)
sobre os conceitos
relacionados com variações 3 U
 m corpo com 5 kg de massa é abandonado de uma altura h, em relação ao solo, num local em que
de energia mecânica. é desprezável a resistência do ar. Os valores da energia potencial gravítica do sistema «Terra + corpo»
AVALIAR
e da energia cinética do centro de massa do corpo estão registados no gráfico da figura seguinte,
CONHECIMENTOS em cinco instantes do movimento de queda do corpo. No instante 1, o corpo encontra-se à altura h
1. do solo e no instante 5 atinge o solo. E/J
a) B 3.1 Indique, para o instante 2: 500
b) D
a) o valor da energia potencial gravítica
2. 400
C do sistema «corpo + Terra»;
3. b) o valor da energia cinética do centro 300 u1p49h1
3.1 a) Epg(2) = 300 J de massa do corpo.
b) Ec(2) = 100 J 200
3.2 a) h = 8 m
b) v = 12,6 m s-1 100
c) d = 6 m
d) W F g = 300 J 0
1 2 3 4 5
instantes

52

565533 006-057.indd 52 10/03/15 12:37


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

3.2 Determine:
a) a altura h a que o corpo é abandonado;
b) a velocidade do centro de massa do corpo quando este chega ao solo;
c) a distância percorrida pelo corpo até ao instante 4;
d) o trabalho realizado pela força gravítica entre os instantes 1 e 4.
4 Um corpo com 1 kg de massa é lançado verticalmente para cima com velocidade 10 m/s, num local
em que a resistência do ar é desprezável. Determine:
a) a altura atingida, relativamente ao solo, quando a energia potencial gravítica do sistema
«corpo + Terra» é 40 % do valor da energia cinética inicial;
b) a velocidade do centro de massa do corpo, quando este atinge metade da altura máxima.
5  m corpo com 400 g de massa desloca-se numa calha ABC, tal como mostra a figura seguinte.
U
No troço retilíneo horizontal AB, o atrito não é desprezável e, no troço BC, o atrito é desprezável.
O corpo passa na posição A com uma velocidade de módulo 5,0 m/s e na posição B com uma
velocidade de 3,0 m/s.

C
30 cm

A B

Determine:
a) o trabalho realizado pela força de atrito quando o corpo se desloca de A para B;
b) o trabalho realizado pela força gravítica do corpo ao deslocar-se de B para C;
c) o valor da velocidade do centro de massa do carrinho quando este passa no ponto C;
d) o valor da altura máxima atingida pelo corpo no troço curvilíneo.
6  figura representa uma calha, com uma parte inclinada entre os pontos A e B de comprimento
A
2,20 m e que termina num troço horizontal BC. Um corpo com 200 g de massa é abandonado no
ponto A e desliza ao longo da calha. Entre os pontos A e B, considera-se desprezável o atrito.
u1p50h1
Entre os pontos B e C, a superfície da calha é rugosa e, por isso, passa a atuar sobre o corpo uma
força de atrito de intensidade 0,5 N, que faz com que o corpo pare no ponto C. Determine
o comprimento da calha de A até C.

A
40 cm

B C

7 Um corpo com 3,0 kg de massa desliza ao longo da trajetória da figura. As alturas dos pontos A e B,
Professor
em relação ao solo, são, respetivamente, h1 = 5,0 m e h2 = 9,0 m. No ponto A, o corpo tem 4.
a) h = 2 m
velocidade de 12 m/s. O atrito no troço AB é desprezável, mas no troço horizontal (BC) existe atrito
b) v = 7,1 m s-1
que faz com que o corpo pare no ponto C após percorrer 10 m. Determine a intensidade da força
5.
de atrito no troço horizontal. a) W F a = -3,2 J
b) W F g = -1,2 J
d c) v = 1,73 m s-1
B C
d) hmáx = 0,45 m
6.
A u1p50h2 dAC = 3,80 m
h2
h1 7.
Fa = 9,6 N

53

u1p53h3A
565533 006-057.indd 53 10/03/15 12:37
1.8  
Potência

Professor Nem sempre o mais importante é saber a energia total que pode ser
Sugestões metodológicas transferida ou transformada, mas, sim, conhecer a taxa a que cada um
• Explorar com os alunos outras unidades usuais para desses processos ocorre, isto é, a potência.
energia, como, por exemplo, o kW h.
• Exemplificar situações do dia a dia em que seja
importante conhecer a potência dos aparelhos, como, Define-se potência (P) como o quociente entre a energia transferida/
por exemplo, os eletrodomésticos, para sabermos /transformada e o intervalo de tempo (Dt) em que decorreu essa transfe-
quantos podemos ligar à corrente simultaneamente sem
que o disjuntor (quadro geral elétrico) dispare. rência/transformação.
• Colocar diversas situações em que existe diminuição
da energia mecânica por aplicação de forças não E
conservativas que fazem diminuir a energia mecânica. P=
• Apresentar situações que mostrem que nem todas Dt
as forças não conservativas conduzem à diminuição
da energia mecânica.
• Solicitar aos alunos exemplos de situações do dia a dia A unidade SI de potência é o watt (W). Diz-se que a potência é 1
em que se evidencie a existência de forças de atrito
estático e cinético. W, quando a energia de 1 joule (J) é transferida em 1 segundo (s).

LIVROMÉDIA
Quando a energia transferida ocorre por realização de trabalho de
PowerPoint
Potência uma força (W), a potência determina-se por:

W
P=
Dt

1 quilowatt hora (kW h) é uma unidade de energia, que pode ser


obtida através do produto da potência de 1 kW pelo intervalo de
tempo de 1 hora.
1 kW h = 3,6 × 106 J = 3,6 MJ

1.8.1 
Rendimento. Dissipação de energia
A diminuição de energia mecânica de um sistema está relacionada,
em geral, com o trabalho realizado por forças não conservativas que
atuam no sentido contrário ao movimento.

O modo como as forças de atrito se manifestam na interface das


superfícies é demasiado complexo, e uma força de atrito representa, em
média, o efeito dessa interação microscópica durante o movimento.

Classifica-se muitas vezes o atrito como estático ou cinético para distin-


guir, respetivamente, as situações em que existem forças aplicadas e não
ocorre movimento das situações em que ocorre Fig. 37 .

Repouso Repouso Iminência de movimento Movimento

Fig. 37 Distinção entre atrito estático e atrito cinético.

U1P52H1 U1P52H2 U1P52H3 U1P52H4


54

565533 006-057.indd 54 30/06/15 11:40


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Nenhum sistema pode ceder mais energia do que aquela que recebe.
Em muitas situações, a ação das forças de atrito é inconveniente, porque
diminui a capacidade de realização de trabalho pelo sistema mecânico.
Este é o caso, por exemplo, do atrito resultante da fricção que se verifica
no sistema de engrenagem de um motor de um veículo motorizado e no
sistema de transmissão às rodas.

No entanto, no sistema de travagem de um carro já é fundamental


que as forças de atrito atuem eficazmente e que o veículo se imobilize em
segurança.

Graças às forças de atrito estático, é possível caminhar sobre uma


superfície. Também o movimento de rotação (sem deslizamento no ponto
de contacto) de uma roda sobre uma superfície acontece porque na
interface de contacto se manifestam forças de atrito estático Fig. 38 .
F atrito

As forças de atrito estático não realizam trabalho e, por isso, não estão F exercida
pelo sapato
envolvidas em transformações/transferências de energia. no solo
Sentido de
rotação
Quando num sistema atuam forças de atrito cinético, a energia
mecânica do sistema diminui a energia dissipada aumenta. Em Força
geral, a energia interna aumenta, manifestando-se no aqueci- u1p52h5 de atrito

mento das superfícies.


Força que o pneu
faz sobre o asfalto
Uma força não conservativa que faz diminuir a energia mecânica diz- Fig. 38 Tipos de movimento
-se dissipativa. A energia dissipada corresponde ao simétrico da variação e forças de atrito estático.
da energia mecânica.

Edissipada = -DEm u1p52h6

A energia dissipada pode ser expressa em percentagem.

Dizer que a energia dissipada num sistema mecânico é 20 % significa


dizer que, em 100 J de energia mecânica, o sistema viu a sua energia
diminuir 20 J.

Num sistema mecânico, o rendimento é determinado por:


Ed
h = f1 - p × 100 %
Em

Quando o rendimento é inferior a 100 %, significa que ocorreu


uma diminuição da energia mecânica do sistema resultante da
dissipação de energia, isto é, ocorreu a transformação de energia
mecânica noutras formas de energia.

O rendimento vai depender da quantidade de energia dissipada.


Quanto menor for esta energia, maior será a percentagem de energia útil
e maior será o rendimento.

55

565533 006-057.indd 55 30/06/15 11:41


1.8 Potência

EXERCÍCIO RESOLVIDO 12
Aplicação dos conceitos de rendimento e dissipação de energia mecânica
Numa aula laboratorial, um grupo de alunos pretende dar resposta à seguinte questão:
«Como é possível que, nas montanhas-russas dos parques de diversões, se atinjam alturas superiores
à altura da partida?»
Para fazer o estudo do movimento de um carrinho numa montanha-russa, os alunos utilizaram uma
calha em que o atrito não é desprezável e um carrinho com 50 g de massa. Abandonaram o carrinho
de uma posição pré-definida e mediram a altura máxima que este atingia.
A figura ao lado representa o perfil de uma calha que A
simula uma montanha-russa. O carrinho é abandonado F
C
no ponto A, que se encontra à altura de 58 cm do solo. E
B
Passa pelos pontos B, C e D e só consegue chegar até h = 58 cm
D
o ponto E, a 50 cm do solo.
12.1 Explique o facto de a altura máxima atingida pelo carrinho ser inferior à altura inicial de abandono.

12.2 Determine a percentagem de energia dissipada neste processo.


U1P53H2
12.3 Diga como é possível que, nas «montanhas-russas» dos parques de diversões, se atinjam alturas
superiores à altura da partida.

DADOS:
mcarrinho = 50 g; hA = 58 cm; hE = 50 cm
12.1 
RESOLUÇÃO:
Professor A variação da energia cinética do sistema é igual à soma do trabalho realizado pelas forças con-
SUGESTÕES
servativas e pelas forças não conservativas. Neste sistema, as forças a atuar são a força gravítica
METODOLÓGICAS
• Analisar o exercício resolvido (conservativa), a normal e a força de atrito (não conservativas). O trabalho da normal é nulo e o
«Aplicação dos conceitos de trabalho da força gravítica é simétrico da variação da energia potencial gravítica.
rendimento e dissipação de
energia mecânica» e discutir DEc = W F C + W F NC
a proposta de resolução
apresentada. DEc = -DEp + W F a + W F a = DEm
• Aplicar os conceitos
de dissipação de energia Como as forças de atrito são forças dissipativas, fazem diminuir a energia mecânica do sistema;
mecânica e rendimento.
assim, a altura atingida pelo carrinho irá ser menor.
12.2 
CÁLCULO:
E dissipada
% Edissipada = × 100; Edissipada = -DEm
E minicial
Eminicial = 50 × 10-3 ◊ 10 ◊ 58 × 10-2 = 2,9 ◊ 10-1 J
Emfinal = 50 × 10-3 × 10 × 50 × 10-2 = 2,5 × 10-1 J
DEm = Emfinal - Eminicial = -4,0 × 10-2 J; Edissipada = 4,0 × 10-2 J
4,0 # 10 -2
% Edissipada = × 100 = 13,8 %
2,9 # 10 -1
A percentagem de energia dissipada neste processo foi de 13,8 %.
12.3 
RESOLUÇÃO:
Para que a altura máxima atingida seja superior à altura de abandono, é necessário que a velo-
cidade inicial não seja nula. Como nas montanhas-russas as forças de atrito não são desprezá-
veis, ao longo do percurso, existem motores que são responsáveis por exercerem forças sobre o
carrinho, de modo que este adquira velocidade que lhe permita atingir as diferentes posições ao
longo do percurso.

56

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SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos de potência e rendimento em sistemas mecânicos
1 Um automóvel percorre uma estrada retilínea e horizontal, em movimento uniforme, com velocidade
constante de 25 m/s, sob a ação de uma força também constante de intensidade 1800 N, exercida
pelo motor, durante 4 s. Calcule a potência fornecida pelo motor.
3
2 Um automóvel com 1,0 × 10 kg de massa, inicialmente parado, numa estrada horizontal, acelera
durante 10 s, sendo a potência fornecida pelo motor de 72 cv. Calcule o módulo da velocidade que
o automóvel pode atingir 10 s depois de arrancar, se 15 % da energia fornecida pelo motor, nesse
intervalo de tempo, for transformada em energia cinética. Apresente todas as etapas de resolução.
(Dado: 1 cv = 750 W)
(Adaptado do Teste Intermédio de Física e Química do 11.º ano, 2014)

3  ma força F constante, de intensidade 20 N, atua sobre


U
F
um bloco, fazendo um ângulo de 60° com a horizontal,
como ilustra a figura ao lado. Devido à ação desta força,
60º
o bloco desloca-se 20 m em 5 s. Determine a potência
desenvolvida pela força.

4  ma bola, com 600 g de massa, encontra-se em repouso sobre uma


U
plataforma a 305 cm do solo. Ao ser retirada a plataforma, a bola cai
sem rodar. Responda às questões seguintes.
A
4.1 Identifique as transformações de energia que ocorrem durante
a queda da bola se esta apenas interatuar com a Terra.
B
4.2 
Determine o valor da energia potencial gravítica da bola no nível A,
admitindo como nível de referência o solo.
4.3 
Calcule a variação de energia potencial gravítica quando a bola
3
u1p54h1 Professor
tiver percorrido da altura (posição C). C SUGESTÕES
4 METODOLÓGICAS
4.4 
Admitindo que a bola fica sujeita à resistência do ar e que 4 %
• Como tarefa de aula
da energia inicial da bola se transfere para a vizinhança, calcule e/ou trabalho para casa,
a velocidade da bola quando esta atinge o solo. os alunos deverão resolver
os exercícios de aplicação
5 Um elevador de massa 380 kg sobe com velocidade constante a uma altura de 40 m em 40 s. A sobre os conceitos potência
potência fornecida pelo motor durante o intervalo de tempo de subida foi de 11 kW e o rendimento e rendimento em sistemas
do motor, de 80 %. Determine o número máximo de passageiros, com 70 kg de massa cada um, mecânicos.
que o elevador pode transportar. Apresente todas as etapas de resolução. AVALIAR
CONHECIMENTOS
6  m automóvel com 1500 kg de massa desloca-se ao longo de um percurso horizontal
U u1p55h1
e retilíneo.
1.
Num intervalo de tempo de 10 s, a velocidade do automóvel varia uniformemente de 90 km/h para
P = 4,5 × 104 W
108 km/h. Selecione a opção que completa corretamente a frase que se segue:
2.
A potência média da força resultante a atuar no automóvel, no referido intervalo de tempo, é… v = 12,73 m s-1
A. … 21 kW. 3.
B. … 20,6 kW. P = 40 W

C. … 206 kW. 4.
4.1 A energia potencial
D. … 1350 kW. gravítica transforma-se
em energia cinética.
7 Um carro de corrida com 800 kg de massa percorre uma pista retilínea e horizontal com velocidade 4.2 Epg = 18,3 J
constante de valor 216 km/h. Nesta situação, observa-se que a potência desenvolvida pelo motor foi 4.3 DEpg = -13,7 J
de 120 kW, sendo praticamente toda utilizada para vencer a resistência do ar. Faça uma estimativa 4.4 v = 7,7 m s-1
do valor da resistência do ar. 5.
7 pessoas.
6.
B
v0
7.
F = 2000 N

57

565533 006-057.indd 57 10/03/15 12:37


Introdução ao processo de medida, análise
e tratamento de dados

1. Introdução

A síntese apresentada constitui apenas um texto introdutório em que se pretende alertar para a
importância do processo de medida na construção do conhecimento em todos os domínios da Ciência.

A Física Experimental é dotada de uma diversidade de técnicas e instrumentos transversais


a muitas áreas do conhecimento e, em consequência, deve ser facilitadora dessas mesmas
aprendizagens. Como qualquer aprendizagem, a Física Experimental exige treino e a aprendiza-
gem de técnicas que necessitam de ser interiorizadas não como acessórias mas como impres-
cindíveis à realização e análise de qualquer experiência científica.

Ao longo das secções seguintes serão apresentados os instrumentos de medida mais comuns
necessários à realização das atividades laboratoriais propostas para o 10.º ano, e discutidas as téc-
nicas básicas de tratamento e análise de dados experimentais (medições), úteis nesta fase, contex-
tualizadas com exemplos ajustados ao conjunto de medições realizadas nessas mesmas atividades.

2. O processo de medida e a incerteza

O processo de aquisição de dados (medições) permite obter informações que evidenciam rela-
ções entre diversas grandezas aquando da observação de um fenómeno que se pretende estudar.

Medir uma grandeza física significa atribuir um número que expressa a relação entre a mesma
e um padrão que se denomina unidade. Requer a identificação de um fenómeno, um observa-
dor, um método e um instrumento de medida.

É importante reconhecer que nenhum instrumento é perfeito, e a sua escolha exige opções e
compromissos adequados ao fenómeno que se pretende estudar.

Quando se utiliza um determinado instrumento, tem-se, em geral, de conhecer as seguintes


características:
• Intervalo de funcionamento: refere-se ao valor mínimo e máximo que o instrumento con-
segue medir de modo que não seja danificado, e garante que o valor é medido correta-
mente porque fica dentro da curva de calibração.
• Tempo de resposta: tempo que demora a responder a um estímulo. É muito importante que
o aparelho não sobreponha resultados de medidas independentes.
• Sensibilidade: um instrumento é muito sensível se uma pequena variação no valor da gran-
deza a medir conduzir a uma grande variação na resposta do instrumento.
Por exemplo, se um termómetro usa a dilatação de um líquido dentro de um tubo para dar
o valor de temperatura, ele será tanto mais sensível quanto maior for a altura da coluna de
líquido para a mesma variação de temperatura.

• Exatidão ou fidelidade: um aparelho é tanto mais exato quanto menor for a diferença entre
o valor «esperado», ou real, e o que foi medido. Qualquer aparelho tem de ser calibrado
periodicamente, com padrões, para se garantir que funciona corretamente.

58

565533 058-071.indd 58 10/03/15 12:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

• Precisão ou rigor: é uma característica que não depende apenas do estímulo, mas sim das
características intrínsecas do aparelho, por exemplo, o atrito de uma mola que é responsá-
vel pelo movimento do ponteiro da escala. Em geral, repetem-se as medições para conhe-
cer como se distribuem em torno de um valor médio.

A incerteza que acompanha um valor medido experimentalmente designa-se por erro experi-
mental. Atenção: não significa que o resultado esteja errado!

A incerteza é inerente ao processo de medida e traduz o intervalo de confiança, no qual o


valor mais provável foi encontrado. Contudo, a realização de uma experiência pressupõe que esta
seja previamente preparada para que a confiança na medida seja a maior possível.

A identificação do maior número de fatores que podem afetar as medições deve ser obtida
através de um ensaio preliminar, para que aqueles possam ser controlados e minimizados no
decorrer da experiência.


Fatores que influenciam o erro (incerteza) experimental

Erros sistemáticos
Este tipo de erros afeta igualmente todas as medições e é introduzido, por exemplo, por:
• deficiente calibração de um aparelho;
• posicionamento incorreto na leitura de uma escala graduada (paralaxe);
• simplificação do modelo teórico que descreve o fenómeno.

Erros acidentais (aleatórios ou estatísticos)


Este tipo de erros não afeta de igual forma todas as medições e só se evidencia quando uma
mesma medida é repetida várias vezes. Pode, por exemplo, refletir:
• falta de precisão ou rigor de um instrumento;
• flutuações de temperatura, humidade, pressão ou vibração numa sala;
• subjetividade do julgamento do observador no processo de medida;
• natureza estatística do próprio fenómeno, como, por exemplo, o processo de desintegração
de um núcleo radiativo.

A figura seguinte pretende ilustrar as várias situações que se podem encontrar quando se com-
para a dispersão das medições com um valor esperado (a que corresponde o centro do círculo).

A B

Alta precisão Baixa precisão


Baixa exatidão Baixa exatidão
Fig. 1 
Supondo que o centro do alvo corresponde ao valor que se pretende medir: o resultado final pode
apresentar alta precisão e baixa exatidão [A] ou baixa precisão e baixa exatidão [B].

59
A1p3h1a A1p3h1b
565533 058-071.indd 59 10/03/15 12:41
A figura 1A corresponde a uma situação em que ocorreu um erro sistemático, que não foi
identificado no decorrer da experiência. No segundo caso Fig. 1B , dominam os erros acidentais,
sendo necessário melhorar o processo de aquisição de dados.

O resultado final de uma medição vem sempre afetado da incerteza (erro). Assim, a medida
experimental de uma grandeza física deve ser indicada como:

(valor mais provável ! incerteza ) unidade


ou
(valor mais provável) unidade ! incerteza relativa %

em que a incerteza relativa (erro percentual de precisão) é dada por:


incerteza
#100
valor mais provável

3. Resultado experimental da medição de uma grandeza física

3.1 Medições diretas

3.1.1 Incerteza do instrumento de medida ou erro instrumental

Uma medição diz-se direta quando resulta da leitura direta de um valor num instrumento de
medida. Os instrumentos de medida podem ser analógicos (escala contínua) Fig. 2A ou digitais
(escala discreta) Fig. 2B .

A incerteza de leitura (erro de leitura) do instrumento está dependente do próprio funciona-


mento do aparelho e, em geral:
1
• num instrumento analógico, é da menor divisão da escala;
2
• num instrumento digital, é uma unidade do último dígito de leitura.

A U = (2,0 ! 0,1) V B U = (1,22 ! 0,01) V

Fig. 2 Voltímetro analógico [A] e voltímetro digital [B].

Como exceção à regra anterior, tem-se a incerteza de uma craveira, também conhecida como
paquímetro, que, embora seja analógica, utiliza uma escala auxiliar, o nónio, sendo a incerteza a
menor divisão desta escala Fig. 3 .

60

565533 058-071.indd 60 10/03/15 12:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

A Craveira ou paquímetro B
Armadura para
medições internas 5,0 mm
Travão Escala
principal

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0.1 mm

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0.1 mm

0,4 mm

Nónio ou vernier Haste para


medida de
profundidade 5,4 mm
Armadura para
medições externas
ℓ = (5,4 ! 0,1) mm
Fig. 3 Craveira ou paquímetro [A] e representação do nónio [B].

A1p4h3
Grande parte dos A1p4h4
instrumentos de medida indica o valor associado à respetiva precisão ou
rigor.

3.1.2 Incerteza (erro) de observação

Em certas situações, o processo de medida não garante que o observador consiga usar todo o
rigor do instrumento de medida, por exemplo, quando não garante que a fita métrica ou uma régua
sejam colocadas perfeitamente ajustadas à esquadria da aresta cujo comprimento está a medir.

Quando a incerteza de observação é superior à incerteza de lei-


tura, a medida individual vem afetada da incerteza de observação.

 esultado experimental da repetição de uma mesma medição N vezes (N < 10)


3.1.3 R

Com a repetição de uma medição, pretende-se aumentar a confiança no valor mais provável
(valor médio) do conjunto de dados (amostra) e conhecer como as medidas se distribuem em
torno desse valor médio (dispersão).

Se a dispersão é baixa, a confiança no resultado experimental é


elevada, se os erros sistemáticos forem eliminados.

Para indicar o resultado de uma medição, procede-se do seguinte modo:


û1 + û2 + û3 + ...ûN
1. Calcula-se o valor médio: Xmédio =
N
2. 
Calcula-se o módulo do desvio de cada medição em relação ao valor médio:
d1 = | û1 - Xmédio |; d2 = | û2 - Xmédio |;…dN = | ûN - Xmédio |

3. 
Toma-se o maior dos desvios determinados (dmáximo), e compara-se com a incerteza de cada
medição individual (por exemplo, o erro instrumental) .
4. 
A incerteza no valor médio é o maior dos valores dmáximo do erro de cada medição individual.

61

565533 058-071.indd 61 10/03/15 12:41


No exemplo seguinte, pretende-se determinar o intervalo de tempo de passagem de uma
esfera entre dois sensores que mantêm entre si uma distância fixa. A tabela apresenta o resultado
da repetição da medição do tempo de passagem da esfera.

Medição Intervalo de tempo, Intervalo de tempo médio, Desvio


i 3t ! 0,001 /ms 3tmédio di = | ûi - Xmédio |
1.ª 0,345 0,002
2.ª 0,348 0,001
3.ª 0,349 0,347 0,002
4.ª 0,348 0,001
5.ª 0,347 0,000

Analisando a tabela, vê-se que o dmáximo = 0,002 s é maior do que o erro associado a cada
medida individual, que é 0,001 s.

O resultado experimental pode ser apresentado como:


3tpassagem da esfera = (0,347 ! 0,002) × 10-3 s

O resultado da medição também pode ser apresentado através do erro percentual de disper-
são (incerteza relativa) em torno do valor médio, que é dado por:
dmáximo
d= #100
valor mais provável
0,002
d= #100 , 0,5 %
0,374

3tpassagem da esfera = 0,347 × 10-3 s ! 0,5 %

3.2 Algarismos significativos

O resultado da determinação experimental de uma grandeza física, independentemente do


processo de medida, tem de conter apenas algarismos com significado físico — algarismos
significativos.

Como saber que número de algarismos significativos deve ser apresentado?

Se um dado valor numérico traduz o valor de uma grandeza física, então, esse valor tem de
terminar no algarismo que traduz a precisão ou o rigor que foi possível obter. Consequentemente,
o erro da medição determina o número de algarismos do resultado final.

Considera-se que a incerteza (erro) pode ter, no máximo, um algarismo significativo.

62

565533 058-071.indd 62 10/03/15 12:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Para ilustrar, veja-se a situação seguinte Fig. 4 correspondente à medição de um


comprimento com uma régua cuja menor divisão é 1 cm. O erro instrumental é de 0,5 cm,
1
correspondente a da menor divisão. Imagine-se que três observadores fazem a leitura e
2
registam os seguintes valores:
L

L1 = (4,2 ! 0,5) cm

L2 = (4,3 ! 0,5) cm

L3 = (4,4 ! 0,5) cm Fig. 4 Medida de um comprimento com uma régua.

A1p6h1
Facilmente se percebe que, dentro do intervalo de confiança do erro instrumental ! 0,5 cm,
todas as medições são compatíveis, e as diferenças resultam apenas da perícia do observador.
O último algarismo do valor (indicado a negrito) é assim obtido por estimativa, sendo os anterio-
res medidos com certeza (exatos). Verifica-se ainda que esse algarismo é precisamente aquele
que é afetado pelo último algarismo do erro.

Os algarismos significativos de um resultado experimental são todos aqueles que são


conhecidos com certeza mais aquele que é obtido por estimativa e que é afetado pelo erro.
Como consequência, o número de casas decimais da medição tem de coincidir com o
número de casas decimais do respetivo erro.

Para se determinar o número de algarismos significativos corretamente, é necessário conhe-


cer algumas regras simples.

3.2.1 Contagem dos algarismos significativos

A tabela seguinte sintetiza algumas das regras básicas de contagem de algarismos significativos.

Valor medido para N.º de algarismos


Comentários
uma grandeza física significativos

2 1
52 2 A contar da esquerda para a direita, convenciona-se
que todos os algarismos representados a partir do
872 3 primeiro não nulo à esquerda são significativos.
0,025 m 2
O zero à direita da vírgula conta como algarismo
2,0 s 2
significativo.

6,20 × 102 cm 3

3,2 g 2 A conversão de unidades deve ser feita com recurso


à notação científica, para que não haja alteração do
3,2 × 10-3 kg 2 número de algarismos significativos.

63

565533 058-071.indd 63 10/03/15 12:41


3.2.2 Cálculos numéricos

Quando se opera com valores de grandezas físicas medidas experimentalmente, é importante saber
como deve ser apresentado o resultado final desse cálculo. É ainda necessário não esquecer o que foi
anteriormente dito: o último algarismo à direita de uma medição é aquele que é afetado pelo erro.
• Adição e subtração: o resultado final deve ter o mesmo número de casas decimais da
parcela que as tiver em menor número.

Por exemplo, na determinação da massa total de três corpos de massas, 52 g, 0,025 g


e 10,4 g, qual será o resultado?

52 + 0,025 + 10,4 = 62,425 g

Aplicando a regra, a massa total será m = 62 g.

• Multiplicação/divisão: o resultado final deve ter o número de algarismos significativos igual


ao do valor que os apresenta em menor número.

Neste caso, considere-se a determinação da área de um paralelogramo cujos lados são


a = 2,540 cm e b = 1,52 cm. Qual será o resultado?

Área = a × b = 3,8608 cm2

Aplicando a regra, a área total será 3,86 cm2.

Em qualquer cálculo intermédio deve reter-se pelo menos mais 2 algarismos significativos
do que aquele que resultaria da aplicação das regras das operações de cálculo.

3.2.3 Aproximações para apresentar o resultado final com o número de algarismos


significativos corretos

Anteriormente, viu-se que, para cumprir a regra da adição/subtração e da multiplicação/divi-


são, havia necessidade de fazer aproximações. Nos exemplos seguintes, ilustram-se algumas das
regras a usar.

Resultado Resultado
experimental experimental
Comentários
apresentado apresentado
incorretamente corretamente
A1p8h1 A1p8h2Quando o algarismo a ser afetado tem à sua direta um algarismo
(2,8074 ! 0,1) g (2,8 ! 0,1) g
# 4, o algarismo mantém-se.
Quando o algarismo a ser afetado pelo erro é par, e o algarismo
(1,7450 ! 0,05) cm2 (1,74 ! 0,05) cm2
à direita é 5, seguido de um zero, o algarismo mantém-se.
Quando o algarismo a ser afetado pelo erro é par, e o algarismo
(2,4258 ! 0,01) s (2,43 ! 0,01) s à direita é 5, seguido de algarismos diferentes de zero, então,
o algarismo é aproximado ao valor seguinte.
Quando o algarismo a ser afetado pelo erro é ímpar, e o algarismo
(5,35 ! 0,5) °C (5,4 ! 0,5) °C
à direta é 5, o algarismo passa ao par seguinte.

64

565533 058-071.indd 64 10/03/15 12:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

3.3 Medições indiretas

Existem diversas grandezas físicas cuja determinação não é acessível por utilização direta de
um instrumento de medida. Diz-se, então, que a medida da grandeza é obtida por medição indi-
reta e exige que se façam medidas diretas, cuja relação se conhece ou se pode estabelecer.

3.3.1 U
 tilização de uma expressão matemática que estabelece a relação entre as grandezas
independentes: estimativa da incerteza

O cálculo da incerteza de uma medição indireta está fora do âmbito do programa do 10.º ano.
Todavia, é possível estimar o algarismo que será afetado por essa incerteza, conhecidos os alga-
rismos significativos dos valores das medidas independentes e aplicando as regras dos algaris-
mos significativos nas operações de multiplicação/divisão e adição/subtração.

Considere-se o exemplo seguinte, em que foi feita a medição de cada uma das arestas, a, b
e c, de um aquário a fim de determinar o seu volume. Obteve-se:

a = (49 ! 1) cm

b = (20,5 ! 0,5) cm

c = (15,0 ! 0,5) cm c

a
b

A determinação do volume exige a utilização da expressão matemática do volume de um


paralelepípedo: V = a × b × c.
A1p9h1
Substituindo na expressão os valores mais prováveis de a, b e c, obtém-se:

V = 49 × 20,5 × 15,0 = 15 067,5 cm3

Por aplicação da regra da multiplicação, o resultado deve ter apenas 2 algarismos significati-
vos. Então, o resultado experimental dessa determinação deve ser escrito como:

V = 1,5 × 104 cm3

O algarismo 5 (correspondente ao milhar do cm3), é aquele que é afetado pela incerteza.

3.3.2 U
 tilização dos parâmetros da função de ajuste à representação gráfica de grandezas
físicas medidas relacionadas: estimativa da incerteza

A representação gráfica é o processo mais eficaz para identificar a natureza da relação entre
duas grandezas medidas.

A representação gráfica permite rapidamente confrontar o resultado experimental com as


previsões de um dado modelo teórico que enquadra o fenómeno em estudo.

65

565533 058-071.indd 65 10/03/15 12:41


Professor Para que a representação gráfica seja útil, é importante que o gráfico seja representado cor-
LIVROMÉDIA retamente, tendo em atenção os seguintes aspetos:

1. 
Escolha adequada da área do gráfico (metade de uma folha A4, no mínimo) e numa relação
Obter a equação da reta
de regressão linear altura/largura menor do que 1, pois facilita a leitura (razão pela qual os ecrãs de televisão
(passo a passo): têm sempre uma relação altura/largura inferior a 1).
usando a calculadora gráfica
Cásio fx-CG20 2. 
Escolha da grandeza que vai ser representada no eixo das abcissas (variável independente).
Obter a equação da reta
de regressão linear 3. 
Escolha de uma escala de fácil leitura, e que possibilite a marcação dos pontos com o
(passo a passo): máximo de rigor possível (dividir a escala em números pares).
usando a calculadora gráfica
Ti-83 e Ti-84-plus 4. 
Indicação de cada ponto, através de um símbolo que traduza a interseção entre duas retas
Obter a equação da reta
de regressão linear
perpendiculares (+) ou qualquer símbolo de dimensões adequadas para ser bem
(passo a passo): identificado, e não por um ponto a lápis, de difícil identificação.
usando a folha de cálculo
MS-Excel 2013 5. 
Atribuição de um título na parte superior do gráfico.
6. 
Identificação das grandezas e respetivas unidades em cada um dos eixos.
NOTA: Todos estes aspetos devem ser tidos em conta mesmo quando se utiliza a máquina de calcular gráfica ou uma
folha de cálculo no computador.

Exemplo: a tabela seguinte traduz um conjunto de medições diretas realizadas para estudar
o comportamento de um condutor da tensão elétrica (U), medida nos terminais de um condutor
e da intensidade da corrente elétrica (I) que o percorre.

U ! 0,01/ V 0,70 0,90 1,10 1,32 1,60 1,80 2,00 2,20


I ! 1 /mA 31 40 50 60 71 80 90 99

Cada ponto marcado no gráfico Fig. 5 tem associado o erro de leitura do amperímetro e do
voltímetro, e a análise gráfica posterior deve ter sempre presente este aspeto.

2,40

U = 0,0222I + 0,0047
2,00
Tensão elétrica (U)/V

1,60

1,20

0,80

0,40

0,00
0 20 40 60 80 100 120
Intensidade da corrente elétrica (I)/mA

Fig. 5 Gráfico da tensão elétrica (U) em função da intensidade de corrente elétrica (I).

A representação gráfica mostra que a dispersão dos pontos em torno da uma linha média do
tipo y = m û + b é pequena, o que torna possível efetuar o ajuste e determinar os parâmetros
m (declive) e b (ordenada na origem). A1p10h1
66

565533 058-071.indd 66 10/03/15 12:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Neste caso, os parâmetros gráficos devem ser indicados com quantos algarismos significa-
tivos?

Como não é possível discutir a incerteza dos parâmetros gráficos e outros aspetos relaciona-
dos com a decisão da grandeza tomada como variável independente e os cálculos do ajuste a
uma função linear, pode, em primeira aproximação, aplicar-se a regra de cálculo de algarismos
significativos e assumir que:
• ordenada na origem b — tem o mesmo número de casas decimais da grandeza represen-
tada no eixo das ordenadas.
• declive m — o resultado do produto do declive pelo valor da abcissa deve permitir ter
como algarismo de estimativa o mesmo rigor da medição da grandeza em ordenadas.

Aplicando os princípios descritos à situação apresentada, vai determinar-se qual é o número


mínimo de algarismos significativos que devem ser tomados para b e para m, a partir da equação
da reta de ajuste dada pela máquina de calcular.

b = 0,00 V, uma vez que tem de ter o mesmo número de casas decimais da grandeza tensão
representada no eixo das ordenadas.

m = 0,022 V/mA, porque é o número mínimo de algarismos significativos, que, multiplicado


pelo menor valor medido de intensidade da corrente, conduz ao número de casas decimais da
grandeza tensão, representada no eixo das ordenadas.

O resultado experimental obtido para a reta de ajuste será então indicado como:

U = 0,022I + 0,00 (V)

Quando se confronta o resultado experimental com a previsão teórica correspondente à Lei de


Ohm U = R I, esperada para um condutor metálico, conclui-se que o condutor tem um compor-
tamento óhmico, sendo possível determinar a sua resistência elétrica R, pois este valor corres-
ponde ao declive da reta:

m = R = 0,022 V/mA = 0,022 ×103 V/A

R = 22 X

3.4 Análise do resultado de uma medição experimental: precisão e exatidão

Uma vez feito o tratamento dos dados experimentais e obtida a medida da grandeza física que
se pretendia determinar, é fundamental olhar para o resultado e discutir qual é o grau de con-
fiança da medida obtida.

Antes de comparar essa medida com um valor esperado, caso seja conhecido, é importante
validar a experiência que foi realizada.

Imagine-se que era objetivo da experiência determinar o valor da aceleração da gravidade, e


que o resultado obtido era o seguinte:

g = (10 ! 4) m s-2

67

565533 058-071.indd 67 10/03/15 12:41


Facilmente se conclui que, embora o valor mais provável esteja próximo do valor esperado, a
dispersão em torno do valor mais provável é elevada. Essa dispersão é avaliada pela incerteza
relativa, que, neste caso, é de 40 %!

Antes de comparar os resultados com um valor esperado já tabelado, a conclusão a tirar


é de que a experiência tem de ser repetida e as fontes de erros acidentais, controladas.

Muitas vezes, em Ciência só existe a possibilidade de uma única medição, como, por exem-
plo, a observação de um acontecimento com um período de cem anos. Neste caso, é melhor ter
uma medição com baixa precisão do que não ter nada!

Pode perguntar-se: qual é a precisão adequada?

Não existe uma única resposta, pois depende do que se pretende fazer com o resultado
obtido. Por exemplo, um erro percentual de 10 % na medição da largura de uma porta não com-
promete a entrada de uma cadeira, mas pode comprometer a passagem de uma secretária.

Quando validado um dado resultado experimental para a medida da grandeza física, torna-se
possível confrontá-lo com o valor tabelado ou teórico da grandeza, isto é, avaliar, a exatidão do
resultado, calculando:

erro absoluto:

e = |valorteórico/tabelado - valorexperimental|

erro percentual ou relativo:

valorteórico/tabelado - valorexperimental
er = #100 %
valorteórico/tabelado

3.5 Notação científica

Sempre que se apresenta um resultado experimental, este deve ser expresso em notação
científica, representado por:
X = A × 10n (unidades)

À letra A corresponde um número com apenas um algarismo, do lado esquerdo do indicador


decimal, a vírgula.

Por exemplo, o valor medido (234,0 ! 0,1) kg para a massa de um corpo, quando expresso
em notação científica, representa-se por:

m = (2,340 ! 0,001) × 102 kg

68

565533 058-071.indd 68 10/03/15 12:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

4. Padrões e sistemas de unidades

Para facilitar a comparação entre medidas, são definidos padrões universais de grandezas
que possam ser reconhecidos, reproduzidos e utilizados em qualquer circunstância experimen-
tal. A organização internacional Bureau International des Poids et Mesures é quem detém o
reconhecimento mundial para a definição de padrões. A cada quatro anos é realizada a Confé-
rence Générale des Poids et Mesures (CGPM), onde são discutidos, entre outros assuntos relati-
vos à metrologia, os padrões de medidas internacionais.

Um instrumento diz-se calibrado, de acordo com as normas do CGPM, quando a sua medida
do padrão coincide com a sua medida unitária.

Em Portugal, o Instituto de Qualidade (IPQ)(1), na qualidade de Laboratório de Metrologia


Nacional, é responsável por assegurar o rigor das medições no território nacional, através dos
padrões de medida.

A utilização de padrões requer a definição de um sistema de unidades. Um sistema de uni-


dades é formado por:
• um conjunto de padrões que definem as unidades de base;
• definições de grandezas derivadas, que também definem as unidades derivadas;
• um método de formação de múltiplos e submúltiplos das unidades de base e derivadas.

4.1 Sistema Internacional de Unidades (SI)

O sistema SI foi estabelecido em 1960 pela 11.ª Conferência Geral de Pesos e Medidas
(CPPM). É composto por sete unidades de base, que, em conjunto com as unidades derivadas,
formam um sistema coerente.

Tabela 1 As sete unidades de base do SI e os símbolos utilizados para a sua representação.

Grandeza de base Unidade de base Símbolo


Tempo Segundo s
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Corrente elétrica Ampere A
Temperatura absoluta Kelvin K
Intensidade luminosa Candela cd
Quantidade de substância Mol mol

As unidades derivadas são obtidas pela multiplicação e divisão de unidades básicas. Por
conveniência, algumas unidades derivadas recebem nomes e símbolos específicos. Na tabela 2,
apresentam-se algumas dessas grandezas derivadas.

(1)
http://www1.ipq.pt/PT/Metrologia/Pages/Entrada0.aspx

69

565533 058-071.indd 69 10/03/15 12:48


Tabela 2 As unidades derivadas do SI e os símbolos utilizados para a sua representação.

Dimensão Unidade Símbolo Expressão em unidades de base


Área Metro quadrado m2 mm
3
Volume Metro cúbico m mmm
Velocidade Metro por segundo m/s m s-1
Frequência Hertz Hz s-1
Força Newton N m kg s-2
Pressão Pascal Pa N/m2 = m-1 kg s-2
Energia Joule J N m = m2 kg s-2
Potência Watt W J s-1 = m2 kg s-3
Carga elétrica Coulomb C sA
Capacidade térmica Joule por kelvin J/K m2 kg s-2 K-1
Capacidade térmica
Joule por quilograma kelvin J/(kg K) m2 s-2 K-1
mássica
Potencial elétrico Volt V W/A = m2 kg s-3 A-1
Resistência elétrica Ohm Ω V/A = m2 kg s-3 A-2
Radioatividade Becquerel Bq s-1
Ângulo Radiano rad m m-1 = 1 (adimensional)

Para a formação de múltiplos e submúltiplos, o SI usa prefixos que modificam, as suas unida-
des (de base e derivadas) mediante multiplicações por potências de 10. Os símbolos dos prefi-
xos, os seus nomes e valores dos fatores multiplicativos que representam são apresentados na
tabela 3.

Tabela 3 Múltiplos e submúltiplos do SI com os respetivos símbolos

Múltiplos Submúltiplos
Nome Símbolo Valor Nome Símbolo Valor
Exa E 1018 Deci d 10-1
Peta P 1015 Centi c 10-2
Tera T 1012 Mili m 10-3
Giga G 109 Micro n 10-6
Mega M 106 Nano n 10-9
Quilo k 103 Pico p 10-12
Hecto h 102 Femto f 10-15
Deca da 10 Atto a 10-18

70

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SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Exercícios

1 Identifique quais dos seguintes resultados experimentais está indicado corretamente, respeitando
a notação científica e a regra dos algarismos significativos.
A. (3,840 ! 0,221) × 102 kg D. (0,756 ! 0,21) g
B. (5,1 ! 0,3) cm E. (2,7 ! 0,2) × 102 cm
C. (12,0 ! 0,1) × 10 °C
2
F. (245 ! 23) K
2 Um grupo de alunos determinou o Medições Comprimento /cm
comprimento de um objeto utilizando
uma régua graduada em milímetros, 1.ª 5,89
sendo a menor divisão 1 mm. 2.ª 5,81
Os alunos efetuaram quatro medições
e registaram os valores na tabela 3.ª 5,80
à direita 4.ª 5,88

2.1 Selecione a opção que corresponde ao valor mais provável do comprimento do objeto.
A. 5,845 cm B. 5,84 cm C. 5,85 cm D. 5,8 cm
2.2 Selecione a opção que corresponde à incerteza de leitura associada à escala da régua utilizada.
A. 1 mm B. 0,05 mm C. 0,05 cm D. 0,5 cm
2.3 Selecione a opção que corresponde à incerteza absoluta da medição.
A. 0,05 cm B. 0,04 cm C. 1 mm D. 0,5 cm
2.4 
Exprima corretamente o resultado da medição do comprimento do objeto com a incerteza relativa,
em percentagem.
3A figura representa parte da escala de um termómetro ampliada. o
C

Selecione a opção que corresponde à leitura correta do valor da


40
30
30

temperatura na escala deste termómetro. 20

A. (21,5 ! 0,5) °C C. (21,50 ! 0,05) °C 10


20
0

B. (21,5 ! 0,1) °C D. (21 ! 0,1) °C


4 Um grupo de alunos determinou a massa volúmica do chumbo
pelo método do deslocamento de água numa proveta.
Começaram por medir a massa do objeto numa balança digital e, A1p313h1
para determinar o volume do objeto, colocaram água numa proveta
e registaram o valor do volume de água (Vi). Introduziram
o objeto na água, mediram o volume líquido + objeto (Vf)
e registaram os valores na tabela seguinte.

Tabela Registo das medições


Professor
1.
Ensaios Massa/g Vi/cm3 Vf/cm3 B, C e E.
A1p313h2 2.
1.º 22,60 12,00 14,00 2.1 B
2.º 22,61 14,00 15,90 2.2 C
2.3 A
3.º 22,60 13,00 15,00 2.4 ℓ = 5,84 cm ! 0,9 %
3.
A
4.1 Determine o resultado da medição experimental obtido pelo grupo de alunos.
4.
4.2 
Sabendo que as medições foram realizadas à temperatura aproximada de 20 °C e que o valor 4.1 t = 11,5 g cm-3
da massa volúmica do chumbo a essa temperatura é rchumbo = 11,3 g cm-3, compare o valor
4.2
experimental da massa volúmica do chumbo obtido pelo grupo com o valor esperado, 11,3 - 11,5
er = #100
determinando o valor do erro relativo. 11,3
e r , 1,8 %

71

565533 058-071.indd 71 10/03/15 12:41


ATIVIDADES LABORATORIAIS

AL 1.1 Movimento num plano inclinado: variação da energia cinética e distância


Professor OBJETIVO GERAL
SUGESTÕES Estabelecer a relação entre variação da energia cinética e distância percorrida num
METODOLÓGICAS plano inclinado e utilizar processos de medição e de tratamento estatístico de dados.
• Assegurar
que os alunos A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir estudar o movimento
compreendem de um corpo que percorre diferentes distâncias ao longo de um plano inclinado.
o objetivo geral A determinação da velocidade de um carrinho no final de uma rampa, após ter sido
da atividade, de
modo que possam abandonado com velocidade nula de diferentes alturas relativamente à base
envolver-se na sua da rampa, permitirá estabelecer a relação entre a variação da energia cinética
planificação e a distância percorrida.
e realização. A energia pode passar de um sistema para outro, ocorrendo transferência de energia, ou passar a manifestar-se
LIVROMÉDIA de uma forma diferente, afirmando-se então que há transformação de energia. Quando um corpo se move ao
longo de um plano inclinado, parte da sua energia potencial transforma-se, gradualmente, em energia cinética,
cujo valor está associado à sua massa e velocidade, outra parte dissipa-se devido ao atrito e à resistência do ar.
Relatório
da AL 1.1
Movimento num
plano inclinado:
variação da
PARTE I — Preparação da atividade laboratorial
energia cinética O que é preciso saber…
e distância
Grelha 1 Para determinar a energia cinética do centro de massa de um corpo, num dado instante,
de observação que grandezas físicas é necessário medir? Classifique-as em medições diretas ou indiretas.
da AL 1.1
Movimento num 2 Um carrinho percorre uma trajetória retilínea, no sentido descendente, após ser abandonado
plano inclinado:
no cimo de uma rampa. Refira, justificando, como varia a energia cinética do centro de massa
variação da
energia cinética do carrinho com a distância percorrida:
e distância a) na interface de contacto, considerando o atrito desprezável;
Grelha
de avaliação b) na interface de contacto, considerando a existência de atrito.
da AL 1.1
Movimento num
Qual é a expressão que traduz a relação entre a variação de energia cinética (DEc) e a distância (d)
3 
plano inclinado: percorrida pelo carrinho, à medida que este desce a rampa? Justifique a sua resposta.
variação da
energia cinética Selecione o gráfico que pode representar a variação da energia cinética do centro de massa do
4 
e distância carrinho (DEc) em função da distância (d) percorrida à medida que este desce a rampa. Justifique
a sua resposta e identifique a variável dependente e a variável independente.

A DEc C DEc d

0 0 0 DEc
d d
B d D DEc

u1p69h1 u1p69h3 u1p69h2

0 DEc 0
d

Na medição de algumas das grandezas foram utilizados os seguintes instrumentos: balança


5 
eletrónica, fita métrica e craveira. A balança permitiu medir até à décima de grama e a fita métrica
permitiu medir até à décima de centímetro. A craveira tinha como menor divisão da escala 0,05 mm.
u1p69h2 u1p69h4
Classifique cada um dos instrumentos de medida em analógico ou digital e indique a incerteza
absoluta de leitura.

72

565533 072-089.indd 72 13/03/15 16:41


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

A tabela ao lado apresenta o registo de alguns valores, em unidades SI,


6 
Dt
da medição do tempo de passagem por uma célula fotoelétrica de um
corpo (carrinho) largado sempre da mesma posição e com a mesma 9,831 ◊ 10-3
velocidade inicial. 9,830 ◊ 10-3
6.1 A
 presente o valor do tempo de passagem, a incerteza absoluta 9,833 ◊ 10-3
de observação associada e a incerteza relativa em percentagem.
6.2 Comente, quanto à precisão, as medidas obtidas.
6.3 Justifique o facto de terem sido realizadas três medições.
Para investigar como varia a energia cinética de um corpo com a distância percorrida sobre uma
7 
rampa, é necessário recorrer a uma montagem que permita medir a velocidade desse corpo no final
da rampa. Refira as condições em que a velocidade num dado instante (velocidade instantânea) se
Dx
aproxima de uma velocidade média, sabendo que na sua determinação utiliza a expressão v = .
Dt

Refletir e construir o procedimento experimental…


Um método para determinar a velocidade instantânea consiste em utilizar uma célula fotoelétrica ligada
a um cronómetro digital que mede o tempo de passagem de um objeto pela célula.

I II

Cronómetro digital Cronómetro digital

Diga como proceder, utilizando este método, para medir o módulo da velocidade instantânea.
1 
U1P70H1 U1P70H2
SUGESTÃO: Comece por considerar se deve medir o tempo de passagem para a situação I ou para a situação II
pela célula fotoelétrica.

Um dos métodos possíveis para construir o gráfico da variação da energia cinética do centro
2 
de massa do carrinho (DEc) em função da distância (d) percorrida consiste em:
• Fazer uma montagem experimental semelhante à descrita na figura seguinte.

Cronómetro digital

•  anter constante a inclinação da rampa.


M
• Selecionar e medir a massa de um carrinho.
• Medir a largura do marcador que atravessaU1P70H3
a célula fotoelétrica.
• Garantir que a célula é colocada perpendicularmente à direção do movimento e exatamente
na posição onde se pretende medir o tempo, de modo a minimizar os erros nas estimativas
do tempo.
• Medir, para uma dada distância, o intervalo de tempo de passagem do objeto marcador pela célula
fotoelétrica (repetir este procedimento pelo menos três vezes).
• Realizar, no mínimo, cinco ensaios correspondentes a cinco distâncias diferentes.

73

565533 072-089.indd 73 10/03/15 13:36


ATIVIDADES LABORATORIAIS

Explique a razão pela qual se deve:


3 
a) manter fixa a posição da célula fotoelétrica no decorrer da experiência;
b) manter constantes a inclinação da rampa e a massa do carrinho;
c) efetuar, para cada ensaio, três medições de intervalo de tempo;
d) realizar, no mínimo, cinco ensaios;
e) iniciar cada ensaio, com velocidade nula;
f) controlar a natureza das superfícies em contacto.

PARTE II — Execução da atividade laboratorial


Material utilizado no procedimento experimental…
•P  lano inclinado
• Digitímetro + célula fotoelétrica
• Carrinho com uma tira opaca estreita na sua
parte superior (ou outro objeto marcador)
• Fita métrica + craveira
• Balança
• Suporte universal + garras

Professor
Execução do procedimento experimental
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS Execute a experiência, seguindo a metodologia descrita anteriormente, e preencha as tabelas 1 e 2
1 
• Desenvolver (em alternativa elabore o seu próprio procedimento experimental e as suas próprias tabelas).
o respeito pelo
cumprimento NOTA: De modo a comparar resultados, os diferentes grupos deverão trabalhar com combinações de
de normas de planos inclinados com diferentes inclinações e utilizar carrinhos com diferentes massas, medindo a
segurança gerais, velocidade para as mesmas distâncias percorridas.
de proteção
pessoal e do
ambiente.
Registo do resultado das medições efetuadas
Copie a tabela 1 para o seu caderno e complete-a com a caracterização dos instrumentos de medida.

Tabela 1 Caracterização de cada instrumento de medida

Aparelhos de medida
Balança Fita métrica Craveira* Cronómetro

Grandeza física

Menor divisão
de leitura/unidade

Digital/analógico

Incerteza absoluta
de leitura/unidade

* NOTA: A craveira analógica é uma exceção aos instrumentos analógicos; a incerteza absoluta de leitura coincide com a menor divisão do nónio.

74

565533 072-089.indd 74 10/03/15 13:36


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Copie a tabela 2 para o seu caderno e registe as medições diretas e indiretas que efetuar.

Tabela 2 Registo das medições diretas e indiretas que permitem estabelecer a relação entre a variação
da energia cinética e a distância percorrida num plano inclinado

Medições diretas Medições indiretas

Desvio Incerteza
Massa/kg L*/m d/m Dt/s
Dt /s máximo de observação/ v/m s-1 Ec/J
!… !… !… !…
|Dt - Dti| /s

* NOTA: L — largura do objeto marcador.

75

565533 072-089.indd 75 10/03/15 13:36


ATIVIDADES LABORATORIAIS

Representação esquemática das grandezas a medir, com indicação da notação utilizada nas tabelas

d3

d2
A d1

PARTE III — Análise e discussão da atividade laboratorial


1 Para cada ensaio, discuta a maior ou menor precisão na medição de intervalo do tempo de
passagem na célula fotoelétrica, tendo em u1p72h1
conta a incerteza de observação e as principais fontes
de erros aleatórios presentes.
2 A partir dos resultados experimentais da tabela 2, construa o gráfico da variação da energia cinética
em função da distância percorrida pelo carrinho à medida que este desce a rampa.
SUGESTÃO: Utilize a calculadora gráfica ou folha de cálculo.

3 A linha média (reta mais provável) que se ajusta aos valores experimentais traduz a relação que era
esperada? Justifique a sua resposta.
SUGESTÃO: Seja crítico na escolha dos valores a utilizar.

4 Escreva a equação de regressão que melhor se ajusta aos pontos experimentais, identificando as
grandezas físicas na equação da reta.
Ec Ec Ec
5 Calcule, a partir do declive da reta traçada no gráfico DEc = f(d), a intensidade da força resultante.
6 Tendo por base o gráfico A, selecione, justificando, o gráfico da energia cinética do carrinho com
a distância percorrida nos seguintes casos:
a) o carrinho percorre a mesma distância, mas numa rampa de maior inclinação;
b) a massa do carrinho é metade ou dupla, mantendo-se a inclinação;
c) o carrinho, ao iniciar o movimento, já tem velocidade.
d d
AEc Ec CEc Ec Ec E E
Ec Ec Ec EEcc Ec c Ec E
c

d d d d d d
d dd d dd d
E E DE EEcc EEcc E
Ec Ec B c Ecc c
F Ec Ec c Ec

d d d dd d d d
d d d d d d
Ec
7 Após a Erealização
c Ec
da experiência e o tratamento dos dados, compare e discuta, com os outros
u1p72h2
grupos, os resultados experimentais obtidos, estabelecendo a relação da variação de energia cinética
e distância percorrida num plano inclinado.

76

565533
d 072-089.indd 76 d d 10/03/15 13:36
SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

AL 1.2 Movimento vertical de queda e ressalto de uma bola:


transformações e transferências de energia
OBJETIVO GERAL Professor
Investigar, com base em considerações energéticas (transformações e transferências SUGESTÕES
de energia), o movimento vertical de queda e de ressalto de uma bola. METODOLÓGICAS
• Assegurar
A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir investigar o movimento que os alunos
vertical de queda e de ressalto de uma bola. Para tal, deixa-se cair de alturas compreendem
diferentes bolas de massa e de elasticidade diversas, de modo a medir a altura o objetivo geral
da atividade, de
atingida no primeiro ressalto. modo que possam
Durante a colisão com o solo, dependendo das propriedades dos materiais em envolver-se na sua
interação, a variação da energia mecânica será maior ou menor consoante o grau planificação
de transformação dessa energia em outras formas de energia (na deformação de e realização.

materiais, no aquecimento e no ruído). LIVROMÉDIA


Numa colisão, há deformação nos materiais em interação, no entanto, se estes materiais tiverem elevado
coeficiente de restituição, a deformação é elástica, o material retoma a sua forma inicial e a diminuição
(dissipação) de energia mecânica na interação com o solo é baixa. Relatório
da AL 1.2
Movimento
vertical de
queda e ressalto
PARTE I — Preparação da atividade laboratorial de uma bola:
transformações
O que é preciso saber… transferência
de energia
1 Uma bola é abandonada de uma altura (hqueda) em relação ao solo, num local em que se pode Grelha
desprezar a resistência do ar. A bola colide com o solo e volta a subir a uma altura (hressalto) de observação
menor do que a altura de queda. da AL 1.2
Movimento
1.1 Identifique as forças que atuam na bola: vertical de
a) no movimento de queda livre; queda e ressalto
de uma bola:
b) no instante em que esta colide com o solo; transformações
c) após o seu ressalto. transferência
de energia
1.2 Refira as transferências e as transformações de energia que ocorrem no sistema: Grelha
a) durante a queda; de avaliação
da AL 1.2
b) no instante de colisão com o solo; Movimento
c) após o ressalto. vertical de
queda e ressalto
1.3 R
 efira se o movimento ocorre com conservação de energia mecânica do sistema de uma bola:
«bola + Terra»: transformações
transferência
a) durante a queda; de energia
b) após o ressalto;
c) no instante em que a bola colide com o solo.
2 Quando um dos corpos envolvidos na colisão tem velocidade nula, antes e após a colisão,
como é o caso do solo, o coeficiente de restituição dos materiais em colisão é dado por:
módulo de velocidade da bola, imediatamente após a colisão, v af
coeficiente de restituição =
módulo de velocidade da bola, imediatamente antes da colisão, v ap
2.1 Entre que valores pode variar o coeficiente de restituição dos materiais?
2.2 Explique o que significa dizer que o coeficiente de restituição é:
a) nulo;
b) igual a um.
2.3 Deduza a expressão do coeficiente de restituição em função das alturas de queda (hqueda)
e de ressalto (hressalto).
Refira o tipo de gráfico esperado quando se representa graficamente a altura de ressalto da bola
3 
em função da altura de queda, indicando as informações que se podem extrair do mesmo.

77

565533 072-089.indd 77 13/03/15 16:42


ATIVIDADES LABORATORIAIS

Refletir e construir o procedimento experimental…


Para fazer o estudo da relação entre a altura de queda de uma bola (hqueda) e a altura máxima por
ela atingida (hressalto), em sucessivos ressaltos, utiliza-se um sensor de movimento, sob o qual
é colocada a bola que é deixada cair na vertical. O sensor faz a leitura da distância que o separa
da bola ao longo do tempo. Os dados são registados em computador ou na máquina gráfica
e representados graficamente.
Qual é a trajetória descrita pela bola, enquanto esta se encontra em movimento, no campo de visão
1 
do sensor?
Pretende-se estudar a influência da elasticidade de diferentes materiais na conservação da energia
2 
mecânica. Recorrendo ao método anteriormente descrito, identifique as variáveis a medir
e a controlar.
As alturas de queda e do primeiro ressalto em sucessivos
3 
ressaltos irão ser determinadas a partir da análise
do gráfico da distância da bola ao solo, em função
do tempo, representado na figura à direita.
Imagine-se a observar, a partir do sensor, o movimento
de uma bola que salta sucessivamente, quando colide
com o solo, até parar. Qual é o significado dos pontos
assinalados no gráfico?

PARTE II — Execução da atividade laboratorial


Professor
Material utilizado no procedimento experimental…
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS •  olas com diferente elasticidade
B
• Desenvolver • Pisos de diferentes tipos
o respeito pelo
cumprimento
• Calculadora gráfica ou computador
de normas de • Sensor de posição (ou fita métrica ou régua)
segurança: gerais,
de proteção
pessoal e do Execução do procedimento experimental
ambiente.
• Discutir quais Faça a montagem experimental,
1 
são as grandezas ilustrada na figura, que lhe
a medir
diretamente, permitirá obter o gráfico
os erros que as da distância da bola ao solo,
afetam e o modo em função do tempo, utilizando
de os minimizar. a máquina gráfica ou o computador.

Estabeleça, para os diferentes grupos, associações — bola-tipo de piso —, de forma que se possa
2 
comparar a elasticidade de diferentes bolas no mesmo tipo de piso e da mesma bola em diferentes
tipos de piso.
U1P76H2
Realize medições para, pelo menos, cinco alturas de queda diferentes. [Se as medições forem
3 
realizadas com recurso a uma fita métrica ou régua, para cada altura de queda devem efetuar-se
várias medições para a altura de ressalto (pelo menos cinco) e tomar para o valor mais provável a
média dessas medições. Deve ser calculada, ainda, a incerteza absoluta de observação e a incerteza
relativa em percentagem.]
Utilize a proposta de tabela (Tabela 1), ou elabore a sua tabela, para os registos das medições.
4 
Registe a incerteza de leitura associada a cada instrumento.

78

565533 072-089.indd 78 10/03/15 13:37


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

Copie a tabela seguinte para o seu caderno e registe as medições diretas que efetuar.

Tabela 1 Registo das medições diretas efetuadas (altura de queda e do primeiro ressalto)

Piso 1 Piso 2 Piso 3

Bola hqueda/m h1.º ressalto/m hqueda/m h1.º ressalto/m hqueda/m h1.º ressalto/m

PARTE III — Análise e discussão da atividade laboratorial


1 A partir dos resultados experimentais obtidos, construa o gráfico da altura do primeiro ressalto
(hressalto) em função da altura de queda (hqueda).
1.1 A linha média que se ajusta aos valores experimentais traduz a relação linear esperada?
Justifique a sua resposta.
1.2 Em caso de resposta afirmativa à questão 1.1, escreva a equação da reta que melhor se ajusta
ao conjunto de valores experimentais e determine:
a) o coeficiente de restituição dos materiais;
b) a altura de ressalto para uma altura de queda de 2,000 m.
2 Por comparação dos declives das retas obtidas, conclua qual é o conjunto de materiais bola-piso
que apresenta uma maior elasticidade.
3 É esperado que o coeficiente de restituição determinado para o mesmo conjunto de materiais seja
igual. Com base nesta afirmação, compare os coeficientes de restituição obtidos por diferentes
grupos e identifique eventuais fontes de erro.
4  etermine, em percentagem, a diminuição da energia mecânica do sistema bola-solo no primeiro
D
ressalto (energia dissipada).
5  endo em conta a Lei da Conservação da Energia, justifique a razão pela qual a bola não subiu até
T
à altura de que caiu.
6 Qual é a relação entre a altura de que se deixa cair uma bola e a altura atingida no primeiro ressalto?
79

565533 072-089.indd 79 10/03/15 13:37


IDEIAS-CHAVE

Professor • Um sistema Físico é um corpo ou um conjunto de corpos sobre o qual incide um dado estudo.
LIVROMÉDIA • O estudo de um sistema mecânico visa essencialmente a descrição dos movimentos tendo em conta
as conversões de energia cinética em energia potencial, e vice-versa.
• A energia cinética pode ser de translação, de rotação ou de vibração, dependendo do tipo de movi-
Fichas de trabalho
n.º 1 e 2
mento de que está animado o corpo. A energia cinética de translação é diretamente proporcional à
Energia e movimentos massa (m) do corpo e ao quadrado da sua velocidade (v).
Ficha de avaliação
n.º 1
Energia e movimentos
1
Ec = m v2
2

• A energia cinética está associada ao movimento de um corpo e a energia potencial (gravítica, elé-
trica, elástica), a interações desse corpo com outros corpos.
• A energia interna de um sistema está associada às energias cinética e potencial, das partículas que
o constituem.
• Num sistema mecânico, as variações de energia interna não são tidas em conta, uma vez que
apenas se consideram alterações da energia macroscópica do sistema.
 m sistema mecânico que possua apenas movimento de translação pode ser representado por uma
• U
única partícula (partícula material) de igual massa e localizada no centro de massa do sistema.
• O estado de movimento ou de repouso de um corpo altera-se sempre que este sofra a ação de uma
força. Força _F i é uma medida da interação entre sistemas.
• O trabalho realizado por uma força _WF i é uma medida da energia transferida, de ou para um sis-
tema, por efeito da aplicação de uma força cujo ponto de aplicação se desloca em relação a um dado
referencial. No caso de uma força constante, o trabalho determina-se pela expressão:

WF = F d cos a

 uando a componente eficaz (F cos a) da força aplicada é resistente, o trabalho realizado por essa
• Q
força é negativo, o que significa que a energia do sistema mecânico diminui.
• Quando a componente eficaz da força (F cos a) aplicada é potente, o trabalho realizado por essa
força é positivo, o que significa que a energia do sistema mecânico aumenta.
 trabalho assume o valor máximo quando o vetor força e o vetor deslocamento têm a mesma direção
• O
e sentido (a = 0°) e é nulo quando o vetor força é perpendicular ao vetor deslocamento (a = 90°).
 trabalho total realizado por um sistema de forças é dado pela soma algébrica dos trabalhos indi-
• O
viduais, realizados por cada uma das forças aplicadas ao centro de massa, ou pelo trabalho reali-
zado pela força resultante `F Rj do sistema de forças.
 trabalho realizado pela componente eficaz da força aplicada ao centro de massa de um corpo, que
• O
desloca o seu ponto de aplicação, é determinado pela área subtensa à curva do gráfico que repre-
senta F cos a versus deslocamento (∆x)
• T
 eorema da Energia Cinética (Teorema do Trabalho-Energia): o trabalho realizado pela resultante
das forças que atuam, durante um certo intervalo de tempo, numa partícula material é igual à varia-
ção da energia cinética da partícula, nesse intervalo de tempo.

WF = TEc
R

• Uma força F é conservativa quando o trabalho realizado pela força entre dois pontos não depende
da trajetória, o que equivale a dizer que o trabalho realizado por essa força é nulo, ao longo de qual-
quer percurso fechado. As forças gravítica, elétrica e elástica são exemplos de forças conservativas.

80

565533 072-089.indd 80 13/03/15 16:43


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

 ma força F é não conservativa quando o trabalho realizado por essa força entre dois pontos depende
• U
da trajetória. As forças de atrito são exemplos de forças não conservativas.
• A energia potencial gravítica de um sistema mecânico pode ser determinada a partir de uma refe-
rência — essa referência é arbitrária, assim como o valor escolhido.

Epg = m g h

• A
 força gravítica é uma força conservativa. O trabalho da força gravítica não depende da trajetória e
é sempre dado pelo simétrico da variação da energia potencial gravítica.

WF =-TEpg
g

• A energia mecânica (Em) de um sistema é a soma da energia cinética (Ec) e da energia potencial
(Ep). Se só existir força gravítica, a energia potencial é a energia potencial gravítica do sistema
«corpo + Terra» (Epg).

Em = Ec + Ep

• O trabalho realizado por forças não conservativas é igual à variação de energia mecânica do sistema.

WF não cqnservativas =TEm

 uando, num sistema mecânico, apenas atuam forças conservativas, ou o trabalho das forças não
• Q
conservativas é nulo, a energia mecânica conserva-se.

∆Em = 0

• Define-se potência (P) como o quociente entre a energia transferida/transformada e o intervalo de


tempo (∆t) em que decorreu essa transferência/transformação.

E
P=
Tt

 uando num sistema atuam forças dissipativas (por exemplo, forças de atrito cinético), a energia
• Q
mecânica do sistema diminui e a energia dissipada aumenta.
• A energia dissipada corresponde ao simétrico da variação da energia mecânica.

Edissipada = -∆Em

• A energia dissipada pode ser expressa em percentagem.

TEm
Edissipada = - # 100 %
Em

• Num sistema mecânico, o rendimento é dado pela expressão:

h = f1 - p # 100 %
Ed
Em

81

565533 072-089.indd 81 10/03/15 13:37


ATIVIDADES GLOBAIS
1 U
 m ciclista com 75 kg de massa desce uma rampa com 500 m de comprimento. No final da rampa,
o valor da sua velocidade aumentou 10 % relativamente à velocidade inicial. Sabendo que a
velocidade inicial era de 30 km h-1, determine a intensidade da força resultante na direção do
movimento.
2 U
 m corpo com 1,5 kg de massa encontra-se a uma altura de 3,0 m relativamente ao solo. A energia
potencial gravítica do sistema «corpo + Terra», em relação a um dado nível de referência, é 90 J.
2.1 S
 elecione a opção correta.
A altura do solo relativamente ao nível de referência é:
A. 0 m C. 1 m
B. 2 m D. 3 m
2.2 Selecione a opção correspondente ao valor correto da energia potencial gravítica do sistema
«corpo + Terra», em relação ao nível de referência quando o corpo se encontra no solo.
A. 0 J C. 45 J
B. 15 J D. -90 J
3 O
 gráfico da figura seguinte representa a variação da energia potencial gravítica do sistema
«corpo + Terra», em função da altura de queda, para um objeto de massa desconhecida.
(g = 10 m s-2)
Ep /J
250
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6
h/m

Determine, a partir dos resultados representados no gráfico, a massa do objeto. Apresente todas as
etapas de resolução.
4 U
 m corpo com 4 kg de massa é lançado na vertical, para cima, num local da Terra em que a
resistência do ar é desprezável. O gráfico da figura seguinte traduz a variação das energias cinética,
potencial gravítica e mecânica do sistema, em função da altura relativamente ao solo.
4.1 Selecione a opção correta.
E/J
A. A reta 1 representa a variação
225
de energia potencial gravítica do sistemau1p56h1 1
«Terra + corpo». 200
175
B. A reta 2 representa a variação
de energia potencial gravítica do sistema 150
2
«Terra + corpo». 125

C. Quando o corpo se encontra a uma altura 100


Professor de 4 m relativamente ao solo, a energia 75
ATIVIDADES GLOBAIS 3
mecânica do sistema é 100 J. 50
1.
F = 1,2 N
D. Quando o corpo se encontra a uma altura 25
de 4 m relativamente ao solo, a energia 0
2. 2 4 6 8 10 h/m
2.1 D cinética tem o mesmo valor da energia
2.2 C potencial gravítica do sistema.
3. 4.2 D
 etermine o valor da velocidade do centro de massa do corpo no instante em que este está
m = 4 kg a uma altura de 2 m.
4.
4.1 D
4.2 v , 8,7 m s-1

u1p57h2
82

565533 072-089.indd 82 28/05/15 14:27


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

5 Os gráficos da figura representam o valor da componente da força resultante aplicada a um corpo,
na direção do seu deslocamento, em função da distância percorrida.

A C
F/N F/N

10 30

0 5 d/m 0 6 d/m
B D
F/m F/N

20 10

0 u1p58h1
5 d/m 0 2 5 d/m
u1p58h3
Indique, justificando, em que situação, A, B, C ou D, o valor da energia transferida para o sistema
foi maior.
6 Uma pessoa realizou o trabalho de 9 J para elevar uma caixa que pesa 9 N, com velocidade
constante, aplicando uma força constante. Determine:
u1p58h2
a) a altura a que foi levantada a caixa;
u1p58h4
b) o trabalho realizado pelo peso no mesmo deslocamento.
7  m corpo com 3 kg de massa desloca-se sobre um plano inclinado, de comprimento 8 m.
U
O trabalho realizado pelo peso do corpo durante a descida é:
m
A. 12 J
B
B. 21 J
C. 208 J
D. 120 J
30°
30º

8 Empurra-se um caixote ao longo de uma rampa, exercendo uma força F que transfere 140 J de
energia. Determine a massa do caixote, sabendo que a intensidade do peso é 20 % do valor da força Professor
aplicada.
5.
F A. W = 25 J
h = 1,8 m B. W = 100 J
45˚ C. W = 90 J
D. W = 40 J
A transferência de energia
é maior na situação B.
6.
u1p58h5 a) h = 1 m
B
9 Um corpo com 1 kg de massa sobe com velocidade constante uma b) WP = -9 J; trabalho
rampa lisa sob a ação de uma força F constante. O trabalho realizado resistente.
pelo peso do corpo durante a subida até ao topo é -60 J. 7.
9.1 Represente as forças que atuam no centro de massa do corpo. D
6,0 m
9.2 Determine: 8.
m Ü 1,1 kg
a) o comprimento da rampa;
u1p59h1 a 9.
b) a intensidade da força F . A 9.2 a) d = 10 m
8,0 m b) F = 6 N

83

565533 072-089.indd 83 28/05/15 14:28


ATIVIDADES GLOBAIS

10 U
 m bloco é abandonado da posição A, que se encontra a uma altura de 12 m, relativamente à base
do plano e desliza ao longo de superfícies retilíneas, até atingir o ponto B, a 6 m de altura. Determine
o valor da velocidade do bloco ao atingir o ponto B, admitindo que o atrito é desprezável em todas as
superfícies.
A

B
12 m

6m

11 A
 figura representa o perfil de uma montanha-russa, onde um carrinho se encontra em movimento.
O carrinho atinge o topo da primeira rampa na posição A com velocidade de valor v0. Considere o
atrito desprezável e como referencial a base da montanha-russa.

A B

C
h u1p59h3
h h
2
D

11.1 
Estabeleça a relação que permite determinar a velocidade do carrinho no ponto C.
11.2 
Mostre que a altura máxima atingida pelo carrinho, após passar o ponto D
v 20
é hmax = h + .
2g
Professor 11.3 
Comente a afirmação seguinte:
10. A energia mecânica do sistema «carrinho + Terra» é igual nas duas posições, A e D.
vB = 11 m s-1
12 U
 ma esfera com 200 g de massa está presa num ponto por um fio de massa desprezável, conforme
11.
mostra a figura. A esfera oscila entre as posições A e C, passando pela posição B. Considere
11.1 vc = g # h + v 02
11.2 Em(A) = Em(hmáx) + desprezáveis as forças de atrito. u1p60h1
v 02
+ hmáx = h +
2g
11.3 No carrinho atuam
a força de reação normal
e a força gravítica. O trabalho
realizado pela força de
reação normal é nulo A C
e a força gravítica é uma
força conservativa. 10 cm
Quando num sistema só
atuam forças conservativas B
e o trabalho realizado pelas
forças não conservativas 12.1 
Selecione a opção que tem o valor correto do trabalho realizado pelo peso da esfera quando
é nulo, há conservação esta se desloca da posição B até A.
da energia mecânica
do sistema. A. 0,2 J
Conclui-se que a energia
B. -20 J
mecânica do sistema
«carrinho + Terra» é igual C. -0,2 J
nas duas posições A e D.
D. 2
0J
12.
12.2 
Determine o valor da velocidade:
u1p60h2
12.1 C
12.2 a) vB = 1,4 m s-1 a) do centro de massa da esfera na posição B, para que esta oscile entre as posições A e C;
b) vB = 2,0 m s-1
b) no ponto B, quando a esfera oscila entre duas posições a uma altura de 20 cm.

84

565533 072-089.indd 84 30/06/15 11:47


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

13 O «pêndulo humano» é um desporto radical que é possível encontrar em alguns parques de
diversão. A pessoa, presa por uma corda inextensível amarrada a um ponto fixo por cima da sua
cabeça, é erguida com apoio de um guindaste até uma certa altura h relativamente ao solo. Depois,
solta-se a pessoa e esta descreve um movimento pendular.
Considere que, num parque de diversões, existe um «pêndulo humano» cuja altura relativamente ao
solo é 25 m, onde é colocado um rapaz com 60 kg de massa, como mostra a figura seguinte. Admita
que as forças de atrito são desprezáveis.

A C

h = 25 m

13.1 
Identifique as transformações de energia que ocorrem no movimento do centro de massa do
u1p61h1
rapaz.
13.2 
Refira o valor da velocidade do centro de massa do rapaz quando se encontra na posição C.
13.3 
Determine a velocidade do centro de massa do rapaz quando este passa na posição B,
expressa em km h-1.
13.4 
Suponha que outro rapaz com 80 kg de massa foi preso no cabo do «pêndulo» e abandonado
da mesma altura. Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
A energia cinética do centro de massa do rapaz de massa 80 kg quando passa na posição B
é […] energia cinética do centro de massa do rapaz com 60 kg de massa e a energia potencial
gravítica é […].
A. [ …] maior do que a […] maior. C. [ …] igual à […] maior.
B. [ …] menor do que a […] maior. D. […] igual à […] menor.
14 A
 figura mostra o perfil de uma montanha-russa, onde se encontra um carrinho em movimento.
Na figura estão marcadas seis posições A, B, C, D, E e F, ocupadas pelo carrinho durante
o movimento. Considere o atrito desprezável e como referencial, para a análise energética,
a base da montanha-russa.

B
E

A
D

C F

Professor
13.
Selecione a opção correta. 13.1 Energia potencial
gravítica " energia cinética
A. Entre as posições A e F, o sistema «carrinho + Terra» experimenta a maior variação de energia " energia potencial
potencial. gravítica " energia
cinética…
B. Entre as posições B e F, o sistema «carrinho + Terra» experimenta a maior variação de energia 13.2 v = 0 m s-1
potencial. 13.3 vB = 80,6 km h-1
C. A energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra» mantém-se constante durante 13.4 A
o percurso efetuado da posição A até F. 14.
u1p62h1 B
D. Quando o carrinho atinge a posição A, tem energia cinética nula.

85

565533 072-089.indd 85 10/03/15 13:37


ATIVIDADES GLOBAIS

15 U
 m carrinho com 20 kg de massa é abandonado do cimo de uma pista, a uma altura de 20 m
relativamente ao solo. O carrinho passa na posição B a uma altura de 8 m do solo e, nesse instante,
a velocidade do centro de massa do carrinho é 14 m s-1.

20 m
B

8m

15.1 
Determine a percentagem de energia dissipada pelo sistema no percurso de A até B.
15.2 
Determine a velocidade do centro de massa do carrinho quando este chega ao ponto C,
admitindo que a percentagem de energia dissipada no percurso de B a C é igual à
anteriormente calculada entre A e B.
16 U A
 ma bola com 500 g de massa é abandonada de uma altura
de 1 m, bate no solo e após o ressalto sobe até à altura
de 80 cm. Admita que a resistência do ar é desprezável. B
u1p62h2
16.1 
Explique por que razão a altura máxima atingida pela
bola após o ressalto é menor.
16.2 
Determine: 1,0 m

a) a velocidade do centro de massa da bola


80 cm
imediatamente antes de colidir com o solo;
b) a velocidade do centro de massa da bola
imediatamente após colidir com o solo;
Professor c) a percentagem de energia dissipada na interação
15.
da bola com o solo.
15.1 11 % de energia
dissipada. 16.3 
O coeficiente de restituição dos materiais em colisão é dado, neste caso, pela
15.2 v = 17,8 m s-1 razão entre os valores da velocidade da bola, imediatamente após a colisão
16. e imediatamente antes dessa colisão. Calcule o coeficiente de restituição
16.1 Durante a colisão com no primeiro ressalto.
o chão nem toda a energia
cinética é conservada por 17 U
 m carro encontra-se equipado com um motor de combustão cuja potência é 2960 W e rendimento
causa da fricção e 25 %. Admita que a figura seguinte representa uma imagem estroboscópica do movimento desse
deformações sofridas pela
bola. Assim, parte da energia carro, entre os pontos A e B de uma superfície horizontal, em que as sucessivas posições estão
mecânica da bola é registadas em intervalos de tempo de 10 s. u1p63h1
transformada noutras formas
de energia em cada colisão.
16.2 a) vantes solo =
= 4,5 m s-1;
b) vapós solo = 4,0 m s-1;
c) 20 % de energia
dissipada. A B
16.3 e = 0,89
17. 17.1 
Refira, justificando, o valor do trabalho realizado pela força gravítica aplicada no carro quando
17.1 W Fg = 0 J este se desloca de A até B.
17.2 Wmotor = Eu =
= 2,22 × 104 J
17.2 
Calcule o trabalho realizado pelas forças dissipativas entre as posições A e B.
WFa = -2,2 × 104 J u1p63h2(Adaptado de exame de Física e Química A, 2010, 1.ª fase)

86

565533 072-089.indd 86 28/05/15 14:35


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

18 Para se fazer o estudo das transferências e transformações de energia em sistemas mecânicos,


é comum utilizarem-se calhas para simular planos inclinados. Na figura seguinte encontra-se
representada uma calha inclinada, na qual estão marcados dois pontos, A e B, que distam 1,40 m.
Junto ao ponto B foi colocada uma célula fotoelétrica, ligada a um cronómetro digital, de modo a
medir o tempo de passagem de um pino colocado no cimo de um carrinho e a calcular a velocidade
do carrinho quando passa nesse ponto. Admita que um carrinho tem 800 g de massa e que o pino
colocado no topo do carrinho, que interrompe o feixe de luz, tem 1,0 cm de largura.
O carrinho foi largado do ponto A da calha, tendo passado no ponto B com velocidade vB.
O valor do intervalo de tempo registado no cronómetro foi 11 ms.

A B

18.1 
Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
No trajeto AB considerado, o trabalho realizado pelo peso do carrinho é…
A. … positivo e a energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra» aumenta.
B. … positivo e a energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra» diminui.
C. … negativo e a energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra» aumenta.
D. … negativo e a energia potencial gravítica do sistema «carrinho + Terra» diminui.
18.2 
Calcule a intensidade da resultante das forças
u1p64h1que atuam no carrinho durante o percurso AB.
Apresente todas as etapas de resolução.
18.3 
Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
No ponto B, o valor da velocidade medido experimentalmente foi inferior ao valor calculado
aplicando a lei da conservação da energia mecânica, pelo que, entre os pontos A e B, terá havido…
A. … diminuição da energia cinética do carrinho.
B. … diminuição da energia mecânica do sistema «carrinho + Terra».
C. … conservação da energia cinética do carrinho.
D. … conservação da energia mecânica do sistema «carrinho + Terra».
(Adaptado do Teste Intermédio de 11.º ano, 2010)

19 P
 ara investigar como varia a energia cinética de um corpo com a distância percorrida sobre um
plano inclinado, um grupo de alunos montou uma prancha flexível, de modo que uma parte
formasse uma rampa com uma certa inclinação em relação à horizontal, como está representado
na figura seguinte. Os alunos abandonaram um carrinho, com 457,0 g de massa, em diversos
pontos da rampa, medindo, em cada caso, a distância (d) percorrida até ao final da rampa e o valor
da velocidade (v) com que o carrinho aí chegava.

Professor
18.
19.1 
Em três ensaios, realizados nas mesmas condições, os alunos mediram, com um sensor, 18.1 B
os valores da velocidade, v, que se encontram registados na tabela seguinte. 18.2 FR = 0,23 N
18.3 B
19.1.1 Obtenha o resultado da medição da velocidade.
Ensaio v/m s-1 19.
19.1.2 E
 xprima o resultado anterior em função do valor mais 19.1
provável e da incerteza relativa. Apresente todas 1 0,846 19.1.1 v = 0,847 m s-1
as etapas de resolução. u1p65h1 19.1.2 v =
2 0,853 = (0,847 ! 0,7 %) m s-1
19.2 
Determine o trabalho da força resultante. 19.2 WF R = 0,16 J
(Adaptado do Exame de Física e Química, 2011, 2.ª fase) 3 0,842

87

565533 072-089.indd 87 10/03/15 13:37


ATIVIDADES GLOBAIS

6
20 U
 m automóvel com 1500 kg de massa consome um volume de combustível que fornece 7,5 × 10 J
de energia para efetuar um percurso na horizontal com o comprimento de 1000 m, a uma
velocidade constante, durante 60 s. Durante esse intervalo de tempo, o motor exerce uma força
constante de intensidade 1500 N.
20.1 
O rendimento do motor do veículo é:
A. 75 %
B. 40 %
C. 2
4%
D. 2
0%
20.2 
A potência útil do motor é:
A. 125 kW
B. 2500 W
C. 125 W
D. 25 kW
3
21 U
 m automóvel com 1,0 × 10 kg de massa, inicialmente parado, numa estrada horizontal, acelera
durante 3,8 s, e atinge a velocidade de 100 km/h. Determine a potência do motor do carro quando
14 % da energia fornecida pelo motor, nesse intervalo de tempo, é transformada em energia
cinética.
22 U
 ma grua eleva a uma velocidade constante um contentor com 1200 kg de massa até uma
plataforma que está a uma altura de 6 m relativamente ao solo. O gráfico da figura seguinte
representa a variação da altura do contentor em função do tempo. Determine a potência da força
aplicada pela grua no contentor na realização desta tarefa. Admita que o atrito é desprezável.

h/m

6,0

0
10 20 t/s

23 A
 pós terminar o pré-aquecimento numa passadeira rolante horizontal, uma atleta analisa as
informações indicadas no painel eletrónico:
• distância percorrida — 6,0 km;
• velocidade média — 25,0 km/h;
• «calorias consumidas» — 200 kcal (1 cal =u1p66h1
4,18 J).
Considere que toda a energia utilizada pela atleta foi para
realizar trabalho sobre a passadeira a uma potência constante.
Professor Selecione a opção correta.
20. A. A força média, na direção horizontal, aplicada na passadeira
20.1 D pela atleta foi maior do que 967,6 N.
20.2 D
B. A potência média da força aplicada pela atleta na passadeira,
21.
P = 7,26 × 105 W nesse aquecimento, foi 967,6 W.
22. C. A potência média da força aplicada pela atleta na passadeira,
P = 3600 W nesse aquecimento, foi 231,5 W.
23. D. A potência média da força aplicada pela atleta na passadeira,
B
nesse aquecimento, foi superior a 1000 W.

88

565533 072-089.indd 88 10/03/15 13:37


SUBDOMÍNIO 1 ENERGIA E MOVIMENTOS

24 A figura seguinte representa o perfil de uma montanha-russa num parque de diversões. A energia
cinética do centro de massa de um carrinho no ponto B é 1100 J. O valor da velocidade do centro
de massa no ponto D é igual ao do ponto B. Entre o ponto A e B, um motor exerce uma força sobre
o carro de tal modo que a sua velocidade é constante. A partir do ponto B só atuam o peso e forças
de atrito. Considere que a massa total do carro com seis pessoas é de 550 kg.

B
24

D
20

16
altura/m

12

4
C
0
A

Classifique as afirmações seguintes como verdadeiras ou falsas.


A. A energia potencial gravítica do sistema «Terra + carrinho» aumenta entre as posições A e B.
B. O valor da velocidade do centro de massa do carrinho no ponto B é 1 m/s.
C. A energia mecânica do sistema «carrinho +u1p65h1a
Terra» em B é maior do que em D.
D. A velocidade máxima atingida pelo centro de massa do carrinho no troço BD é no ponto B.
E. A velocidade do centro de massa do carrinho quando este se encontra no ponto C é de 2 m/s.
F. A energia dissipada entre B e D é 22 000 J.
25 A
 figura seguinte representa o perfil de um escorrega, num parque de diversões, junto a uma
piscina. Uma criança com 30 kg de massa é abandonada na posição A e desliza ao longo do
escorrega, passando pelas posições B e C até atingir a piscina. A velocidade do centro de massa
da criança quando passa na posição B é 6, 2 m s-1. Admita que as forças de atrito não são
desprezáveis durante o movimento.

B
C

5,60
, m 3,20 m
3 2,40 m

25.1 
Selecione a opção correta.
u1p65h2
A. A energia mecânica do sistema mantém-se constante durante o movimento da criança.
B. A
 variação de energia mecânica do sistema é positiva e simétrica da variação de energia Professor
potencial gravítica do sistema «criança + Terra». 24.
Verdadeiras: A, C e F.
C. A energia cinética do centro de massa da criança quando atinge a base do plano é igual Falsas: B, D e E.
à energia potencial gravítica do sistema «criança + Terra», no ponto A. 25.
D. A
 energia mecânica do sistema em C seria superior caso as forças de atrito fossem 25.1 D
desprezáveis. 25.2 8,5 % de energia
dissipada.
25.2 
Determine a percentagem de energia dissipada no movimento de A até B.

89

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2
SUBDOMÍNIO

Energia
e fenómenos elétricos

90

565533 090-145.indd 90 10/03/15 12:58


AS SUAS METAS
• Descrever circuitos elétricos a partir de grandezas elétricas.
• Compreender a função de um gerador e as suas características.
• Aplicar a conservação da energia num circuito elétrico tendo em conta o efeito Joule.

Professor
LIVROMÉDIA

Aplicação «+Física»
Energia e fenómenos elétricos

Planos de aula
do subdomínio 2:
Energia e fenómenos elétricos

Atividades interativas

Ligações de interesse
para o Subdomínio 2

91

565533 090-145.indd 91 13/03/15 16:58


2.1  
Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico,
corrente elétrica e resistência elétrica

Professor É sabido que os corpos se apresentam naturalmente eletricamente


Sugestões metodológicas neutros e a manifestação de certas propriedades, ditas elétricas, observa-
• Propor temas para uma pesquisa sobre energia elétrica: -se pela existência de forças de atração e repulsão. O estudo da eletriza-
— modo de produção nos séculos xx e xxi;
— relevância na sociedade atual;
ção dos corpos e a sua interpretação ocuparam diversos cientistas
— consumos energéticos em diferentes atividades durante os séculos xviii e xix , baseando-se na existência de «fluido
(em casa, em empresas, etc.).
• Realçar a importância da eletricidade no nosso quotidiano,
elétrico». A primeira partícula elementar, o eletrão, viria a ser descoberta
dando exemplos nos quais se evidenciem os fenómenos elétricos. por Joseph John Thomson em 1897, e só no século xx os fenómenos
• Explorar as imagens da figura 1 para discutir com os alunos
exemplos de fenómenos elétricos.
elétricos passaram a ser interpretados com base na teoria atómica.
• Associar a imagem da figura 2 com fenómenos do quotidiano
(escovar o cabelo, vestir uma camisola de lã, …) Ao longo deste subdomínio pretende-se aprofundar o conhecimento
LIVROMÉDIA sobre eletricidade, partindo dos conceitos elementares, mas fundamen-
tais, já abordados anteriormente aquando do estudo de certos fenóme-
PowerPoint
Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente
nos elétricos, como os que se apresentam de seguida Fig. 1 .
elétrica e resistência elétrica

Fig. 1 Exemplos de fenómenos elétricos.

2.1.1 Carga elétrica


O processo de eletrização mais simples capaz de alterar a neutrali-
Vidro dade elétrica de um corpo é aquele que se consegue por fricção entre as
superfícies de materiais diferentes Fig. 2 . Neste processo, as forças de
Seda
atrito são suficientes para remover os eletrões mais afastados do núcleo.
Ficará com excesso de eletrões o material cujos núcleos exercem uma
+
força de atração maior. Assim, no processo de fricção, um corpo fica
+
Vidro +
+
+
com excesso de carga negativa e o outro com excesso de carga positiva.
+ + -
-
+ - - -
-
-
Ao dizer-se que um corpo adquire:
Seda
• carga elétrica positiva, pretende dizer-se que passou a existir no
Fig. 2  rocesso de eletrização
P
corpo uma deficiência de eletrões em relação a protões;
por fricção.
• carga elétrica negativa, pretende dizer-se que passou a existir no
U2P76H4 corpo um excesso de eletrões em relação a protões.

A unidade SI de carga elétrica é o coulomb (C), em homenagem a


Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), que, de uma forma enge-
nhosa, conseguiu medir a força elétrica entre corpos carregados.

92

565533 090-145.indd 92 13/03/15 13:48


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

Experimentalmente, mostrou-se que o valor total da carga (Q) de um Professor


corpo corresponde a um número inteiro a multiplicar pelo valor da uni- SUGESTÕES METODOLÓGICAS
dade elementar de carga e que corresponde, por sua vez, ao módulo da • Com base nos exemplos apresentados na figura 3,
discutir o significado de:
carga do eletrão, aproximadamente 1,602 ◊ 10-19 C. — condutores elétricos;
— isoladores elétricos.
Q = !n ◊ e • Da discussão deve resultar:
— distinção entre materiais bons e maus condutores;
— uso adequado dos materiais no quotidiano consoante
as suas propriedades elétricas:
2.1.2 Condutores e isoladores elétricos – uso de botas com sola de borracha pelos
eletricistas (isolador elétrico);
– uso de cobre para os fios elétricos.
A capacidade que um dado corpo tem de transferir o seu excesso de — sistemas onde ocorram transferências
carga permite distinguir entre materiais: e transformações de energia.
• Explorar as situações apresentadas nas figuras 4 e 5
• Condutores elétricos: os eletrões não estão todos fortemente ligados para justificar o uso no quotidiano de materiais isoladores
aos núcleos atómicos, e alguns deles, ditos eletrões de condução, e condutores elétricos.

podem facilmente movimentar-se entre átomos vizinhos, facilitando


a transferência da carga em excesso ao longo do corpo. É o caso
dos metais, do ar húmido, do corpo humano e da Terra Fig. 3A .
• Isoladores elétricos: os eletrões estão fortemente ligados aos respe-
tivos núcleos atómicos da ligação química, sendo impedidos de se
movimentarem entre núcleos vizinhos, o que só se consegue forne-
cendo uma enorme quantidade de energia. São exemplos o már-
more, o vidro, a borracha, a cortiça, a madeira, o ar seco, etc. Fig. 3B .

A Antes do contacto B Antes do contacto

-
-
-
-
-
-
Metal Madeira --
-
Região neutra

Região neutra
Depois do contacto Depois do contacto
Fig. 4 ecção de isoladores
S
Fig. 3 Material bom condutor elétrico [A]; material isolador elétrico [B].
u2p77h3
esféricos em equilíbrio
eletrostático.

Os condutores e isoladores não transferem de igual modo a carga,


quando eletrizados. Quando um:
• material isolador é eletrizado, o excesso u2p77h2
de carga não é transferido u2p77h3
u2p77h1 Metal
a outras regiões do corpo, afastadas da zona de eletrização, porque
a mobilidade dos eletrões é extremamente reduzida, ficando a Região neutra
carga em equilíbrio na região onde o corpo foi eletrizado e todas as
restantes regiões do corpo ficam eletricamente neutras Fig. 4 .
Metal
• material condutor é eletrizado, o excesso de carga é transferido a
todas as partes do sistema pelos eletrões porque a mobilidade dos ele-
Região neutra
trões é extremamente elevada (eletrões livres). O sistema só atinge o  ecção de condutores
S
Fig. 5
equilíbrio eletrostático quando o excesso de carga se distribuir por toda u2p78h1
esféricos carregados em
a superfície do condutor e o seu interior se mantiver neutro Fig. 5 . equilíbrio eletrostático.

93

u2p78h2
565533 090-145.indd 93 10/03/15 12:58
2.1 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente elétrica e resistência elétrica

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1
Uma visão histórica do fenómeno da eletrização
Leia com atenção o texto seguinte e responda às questões que lhe são colocadas.
Professor
SUGESTÕES  fenómeno da eletrização de corpos por fricção é conhecido
O
METODOLÓGICAS desde o século vi a. C. O filósofo e matemático grego Tales
• Explorar o exercício de Mileto observou que um pedaço de âmbar (pedra amarela
resolvido «Uma visão
histórica do fenómeno resultante da fossilização da resina de determinadas árvores)
da eletrização» adquiria a propriedade de atrair corpos muito leves, como, por
mencionando algumas
curiosidades históricas, exemplo, sementes. Benjamin Franklin (1706-1790),
tais como: um famoso político e cientista americano, procurando uma
— Na Grécia antiga já
era conhecido o explicação para este facto, após inúmeras observações,
processo de eletrização formulou uma teoria segundo a qual todos os objetos no seu
por fricção de resinas
(âmbar); «estado natural» possuem um «fluido elétrico» em
— O nome grego do «quantidade normal»; na fricção, este fluido é transferido
«âmbar» é «elektron»
— Muito antes de ter de um corpo para o outro, ficando um com excesso e outro
uma relação com com deficiência. Como não podia medir esse fluido, Benjamin
a eletricidade, em
1100 a. C., os Chineses Franklin arbitrou que, na fricção do vidro com seda, o fluido
já haviam descoberto passaria da seda para o vidro, ficando este eletrizado
que uma agulha de
positivamente, e a seda negativamente. Benjamin Franklin (1706-1790)
magnetita (Fe3O4)
capaz de se orientar
livremente num plano 1.1 Interprete, à luz da teoria atual da constituição da matéria, a frase de Benjamin Franklin: «[…]
horizontal alinha-se
todos os objetos no seu “estado natural” possuem um “fluido elétrico” em “quantidade normal”
aproximadamente na
direção norte-sul. Eles […]».
usavam este aparelho
como uma bússola para 1.2 A transferência de carga acontece tal como Benjamin Franklin imaginava? Justifique a sua
navegação.
resposta.
1.3 E
 xplique em que medida a convenção da carga que atribuímos ao eletrão aproveita a convenção
do sinal proposta por Benjamin Franklin.

1.1 
RESPOSTA:
Sabe-se hoje que a matéria é essencialmente constituída por eletrões (carga negativa), protões
(carga positiva) e neutrões (carga neutra); então, para Benjamin Franklin, o estado natural
corresponderia ao estado neutro da matéria; a quantidade normal de fluido elétrico corresponde
a dizer que num corpo neutro o número de protões é igual ao número de eletrões.
1.2 
RESPOSTA:
Como se sabe, os protões estão localizados no núcleo do átomo, pelo que não podem ser
deslocados das suas posições simplesmente pelo atrito que se manifesta no processo
de fricção entre as superfícies dos corpos. Pelo atrito, apenas os eletrões podem ser
transferidos de um corpo para o outro, assim, é a carga negativa que é transferida e não
a carga positiva.
1.3 
RESPOSTA:
Segundo Benjamin Franklin, a eletrização positiva estava relacionada com o excesso
de fluido elétrico; ora, hoje, sabe-se que apenas os eletrões se movimentam, pelo que
o corpo que cede eletrões, segundo a perspetiva de Benjamin Franklin, perde fluido elétrico,
por isso ficaria eletrizado negativamente. Então, ao atribuir-se a carga negativa ao eletrão,
a deficiência de fluido elétrico (eletrização negativa) corresponderia na realidade, ao excesso
de eletrões.

94

565533 090-145.indd 94 10/03/15 12:58


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

2.1.3 Diferença de potencial elétrico Professor


SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Considere-se a situação ilustrada na figura 6, em que é colocado um • Explorar a analogia apresentada nas figuras 6 e 7.
• Começar por fazer a ponte com os conceitos dados
corpo carregado positivamente na proximidade de um outro corpo carre-
na unidade anterior sobre trabalho da força gravítica
gado também positivamente. e comparar com o trabalho da força elétrica.

Como os corpos têm carga do mesmo sinal, naturalmente tenderão a


afastar-se, isto é, a repelir-se. Isto significa que se manifesta uma força 24Q
elétrica que os obriga a afastarem-se. Então, para aproximar a carga (Q) Q
d
de uma distância (d), é necessário que o sistema exterior realize trabalho
contra a força elétrica de repulsão. B A

É possível comparar esta situação com o que anteriormente se apren-


deu sobre o sistema «corpo + Terra» Fig. 7 . Também neste caso, para Fig. 6  ariação da energia
V
elevar um corpo a uma dada altura da superfície do solo, é necessário potencial elétrica.
aplicar uma força oposta ao peso e realizar trabalho. Dizia-se, então, que
ocorria no sistema «corpo + Terra» uma variação da sua energia poten-
cial gravítica. Recorde-se que essa variação de energia potencial depen-
dia:
• da massa do corpo; u2p79h1
• da distância medida em relação à referência de energia potencial
zero.

A B
1 kg,12kg,
m 2m 2 kg,22kg,
m 2m
B B B B

DE20
DEp = p =J 20 J
DE40
DEp = p= J 40 J

A A A A

Fig. 7 Variação da energia potencial gravítica.

u2p79h3
u2p79h3
Regressando ao sistema elétrico constituído pelas duas cargas, diz-se
que a energia potencial elétrica (Ep, e) do sistema constituído pelas duas
cargas varia sempre que a posição relativa das cargas se altera. Neste
caso, a variação de energia potencial elétrica depende:
• do valor das cargas elétricas interatuantes;
• da distância relativa entre as cargas elétricas interatuantes.

Veja-se o que acontece na situação descrita pela figura 8A da página


seguinte, em que se faz deslocar de A " B uma carga positiva Q para as
proximidades de outra, também positiva, e de valor mais elevado. Como a
interação é repulsiva, o sistema elétrico terá de receber energia da vizi-
nhança, pelo que a energia potencial elétrica armazenada pelo sistema
elétrico em B (E Bp, e) é superior à energia potencial armazenada pelo sistema
elétrico em A (E p,A e).

A variação da energia potencial elétrica entre A e B não depende do


percurso realizado para deslocar a carga entre esses dois pontos.
95

565533 090-145.indd 95 10/03/15 12:58


2.1 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente elétrica e resistência elétrica

Professor Na situação da figura 8B, aumenta-se para o dobro o valor da carga


Sugestões metodológicas (2Q) que se pretende deslocar, mantendo constantes as restantes condi-
• Explorar a figura 8 concluindo que é sempre necessário ções. Verifica-se que a variação da energia potencial elétrica entre A e B
realizar trabalho sobre o sistema quando se pretende
manter corpos carregados a uma certa distância um do
aumenta para o dobro.
outro, quer tenham a mesma carga ou cargas opostas.
À semelhança do que acontecia com a energia potencial gravítica,
também a energia potencial elétrica não é uma grandeza absoluta. Ape-
nas é possível quantificar variações de energia potencial elétrica.

Veja-se agora a situação da figura 8C, em que se tem um corpo eletri-


zado negativamente. Quando se coloca um outro corpo carregado positi-
vamente nas proximidades, sabe-se que a força de interação elétrica é
atrativa. Assim, para manter os dois corpos afastados, é necessário que
a vizinhança realize trabalho contra a força elétrica, o que significa que,
em A, a energia potencial armazenada pelo sistema elétrico (E p,A e) é supe-
rior à energia potencial armazenada pelo sistema elétrico em B (E Bp, e).

A B C

24Q 24Q 24Q

Q B’ A’ d
d
d
B A 2Q A B
Ep, e(B)>Ep, e(A) Ep, e(B’) = 2Ep, e(B) Ep, e(A) > Ep, e(B)
Ep, e(A’) = Ep, e(A)

Fig. 8 Variação de potencial elétrico.

Na maior parte das situações práticas, é mais importante saber qual


é a variação da energia potencial por unidade de carga elétrica do que a
variação de energia potencial elétrica total.
u2p79h1 u2p79h2
Define-se diferença de potencial elétrico (tensão) u2p80h1
como o trabalho
realizado (W F e) pela força elétrica para deslocar uma carga unitária
positiva (carga de prova, q) de uma região (A) de potencial elétrico
UA para outra região (B) onde o potencial elétrico é UB.
WFe
UA - UB =
q

O potencial elétrico numa região do espaço é de 1 volt quando o


trabalho realizado contra a força elétrica para transportar uma carga de
1 coulomb desde um ponto que esteja ao potencial zero (por exemplo,
o solo) até essa região for de 1 joule. (UTerra = 0 V)

A força elétrica, Fe , tal como a força gravítica, é uma força conserva-


tiva, e por isso:

W F e = -(DEp, e)

A unidade SI de diferença de potencial elétrico é o volt (V).

96

565533 090-145.indd 96 03/06/15 12:42


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre carga elétrica e diferença de potencial elétrico
1 Relativamente à carga elétrica, selecione a opção correta.
A. A carga elétrica pode assumir qualquer valor.
B. A unidade SI de carga elétrica é o joule.
C. Um corpo neutro não tem cargas elétricas.
D. A carga elétrica é uma propriedade da matéria.
2 Após fricção, os corpos A e B da figura ao AA BB
lado ficaram eletrizados. Qual dos corpos
cede eletrões? Justifique a sua resposta.

3 S
 elecione a opção que completa corretamente a frase.
Um corpo possui menor número de protões do que de eletrões. Pode afirmar-se que este corpo…
A. … está eletrizado positivamente.
B. … está eletricamente neutro. u2p81h1
C. … está eletrizado negativamente.
D. … pode estar eletrizado positivamente ou negativamente, dependendo da carga do eletrão.
4  onsidere que se coloca uma partícula com carga elétrica 4 ◊ 10-7 C nas proximidades de um
C Professor
corpo com carga positiva mais elevada, e que se desloca esta partícula de um ponto A para Sugestões
o ponto B dessa região. Admitindo que a força elétrica realiza um trabalho de 2 ◊ 10-3 J sobre metodológicas
a partícula, determine a diferença de potencial entre os dois pontos A e B. • Como tarefa de aula
e/ou trabalho para casa,
5  onsidere que, numa dada região do espaço, dois pontos A e B encontram-se a potenciais elétricos
C os alunos deverão resolver
diferentes. No ponto A, o potencial elétrico é de 12,0 V e em B é de 6,0 V. Determine o trabalho os exercícios de aplicação
realizado pela força elétrica para deslocar uma carga de 18 nC do ponto A até ao ponto B. dos conceitos de carga
elétrica e diferença
6 Selecione a opção que corresponde ao nome e símbolo da unidade de potencial elétrico. de potencial elétrico.

A. joule coulomb (J C). AVALIAR


B. joule por segundo (J/s). CONHECIMENTOS
1.
C. joule por coulomb (J/C). D
D. coulomb (C). 2.
A B O corpo que ficou eletrizado
7 Considere o circuito elétrico simples da figura ao lado. positivamente, A.
A diferença de potencial entre os pontos A e B do circuito
3.
é de 12 V. C
7.1 Refira o significado físico da expressão: 4.
- +
A diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B 5000 V
do circuito é de 12 V. 12 V
5.
7.2 Calcule o trabalho realizado pela força elétrica no transporte de uma carga de 2 nC de A até B. W F e = -1,08 × 10-4 J
6.
8 Considere um circuito elétrico simples constituído por uma pilha, uma lâmpada e um interruptor, C
representado na figura ao lado. Selecione a opção incorreta. 7.
A 12 V B
A. A diferença de potencial entre os pontos B e C é nula. 7.1 O trabalho realizado

B. A diferença de potencial entre os pontos C e D é de 12 V. u2p81h2 pela força elétrica para


transportar uma carga
C. A diferença de potencial entre os pontos A e B é igual de 1 coulomb entre
os pontos A e B é 12 J.
à diferença de potencial entre os pontos C e E.
7.2 W F e = 24 × 10-6 J
D. A diferença de potencial entre os pontos D e E é igual
à diferença de potencial entre os pontos D e C. 8.
E D C D

97
u2p81h3
565533 090-145.indd 97 28/05/15 14:37
2.1 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente elétrica e resistência elétrica

Professor 2.1.4 Corrente elétrica


Sugestões metodológicas
• Explicar o significado físico, por exemplo, da tensão Talvez os fenómenos mais simples que se podem evocar como mani-
nas habitações (U = 230 V).
festação de uma corrente elétrica sejam as faíscas (raios) que se veem
• Explorar as imagens da figura 9 pedindo outros
exemplos do quotidiano onde ocorram correntes elétricas em dias de tempestade ou o choque que se pode sentir ao tocar na porta
transitórias (televisão, vestuário, …)
de um carro num dia seco de verão Fig. 9 . Durante breves instantes
estabelece-se um movimento de eletrões entre dois pontos através de um
meio condutor, ar húmido e corpo humano, respetivamente, que depois
cessa. Neste caso, a corrente elétrica diz-se transitória.

A B

Fig. 9  orrentes elétricas transitórias: faíscas atmosféricas [A]; choque elétrico ao tocar na superfície condutora num dia
C
seco de verão [B].

Também se estabelece uma corrente elétrica transitória, quando um


condutor carregado é ligado a um outro eletricamente neutro por um fio
condutor. Quando dois condutores são ligados por um fio condutor, os
eletrões de um corpo transferem-se para o outro, até que a diferença de
potencial entre eles seja nula, isto é, até que ambos fiquem ao mesmo
potencial elétrico.

Corrente elétrica unidirecional

Contrariamente às situações antes discutidas, é possível obter uma


corrente elétrica num fio condutor sempre no mesmo sentido e durante
um intervalo de tempo suficientemente longo. Neste caso, a corrente
elétrica pode ser considerada permanente, por exemplo, utilizando uma
pilha ou uma bateria de um carro.

Utilizando uma pilha (gerador de tensão), consegue obter-se uma


diferença de potencial constante entre os seus terminais (polos), que
estão identificados com sinal:
• positivo (+), correspondente a um ponto de potencial elétrico ele-
vado;
• negativo (-), que se refere a um ponto de baixo potencial elétrico.

Tal significa que, se os dois terminais forem conectados por diversos


componentes condutores, como se ilustra na figura 10, formando o que se
designa correntemente por circuito elétrico, o terminal positivo pode rece-
ber continuamente eletrões e o negativo pode ceder continuamente eletrões.

98

565533 090-145.indd 98 10/03/15 12:58


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

A diferença de potencial nos terminais de um gerador de tensão pode Professor


ser assegurada por diversos mecanismos, como, por exemplo, através de SUGESTÕES METODOLÓGICAS
uma reação química, no interior da pilha química que conduz à transfe- • Relembrar o conceito de reações de oxidação-redução
lecionado na componente de Química no 8.º ano.
rência de eletrões por um mecanismo de oxidação-redução. • Levar para a sala de aula o material ilustrado
na figura 10:
A indicação de que a corrente elétrica no circuito tem um sentido bem — Fazer revisão dos conceitos lecionados no 9.º ano.
— Identificar os componentes do circuito.
definido consoante as ligações feitas aos polos da pilha é evidente pelas — Explicar o funcionamento/utilização dos componentes.
seguintes observações: — Montar o circuito.
— Esquematizar e legendar o circuito no caderno.
• a orientação da agulha magnética muda quando se trocam as liga- — Explorar o que se observa.
ções à pilha; — Registar as observações.
— Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
• os produtos da reação química são diferentes no voltâmetro, quando
se trocam as ligações à pilha: os produtos de reação trocam de elé-
trodo onde se vão formar.

Quando se fecha o interruptor e a corrente elétrica passa no circuito... ... a agulha magnética
roda, desviando-se da
posição inicial

9V

... a resistência aquece

... forma-se Cloro


Cl2(aq)
CuCl2(aq)
Interruptor
... forma-se fechado
Cobre Cu(s)
... ocorre uma reação química
na solução aquosa condutora — eletrólise

Fig. 10 Circuito de corrente elétrica contínua.

U2P83H1
A corrente elétrica pode ser estabelecida por diferentes tipos de par-
tículas consoante o tipo de condutor.

• Num condutor metálico sólido, a corrente elétrica é assegurada


pelos eletrões «livres».
• Num condutor eletrolítico, como, por exemplo, ácidos, hidróxidos
e sais em solução ou fundidos, a corrente elétrica estabelece-se
quer através de iões positivos quer de iões negativos, deslocando-se
em sentidos opostos.
• Num condutor gasoso, são os iões e os eletrões resultantes da ioni-
zação das moléculas ou átomos que garantem que haja uma cor-
rente elétrica.

Independentemente do tipo de partícula (eletrão ou ião) existente no


condutor, quando este é ligado aos terminais de uma pilha, as forças de
atração e repulsão entre essas partículas e os polos da pilha conduzem a
um movimento orientado dessas partículas carregadas.

99

565533 090-145.indd 99 10/03/15 12:58


2.1 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente elétrica e resistência elétrica

Sentido real Por uma questão de simplicidade, veja-se a situação de um fio con-
dutor Fig. 11 . Se fosse possível observar os eletrões que atravessam uma
dada secção do circuito, num dado intervalo de tempo, ver-se-ia que em
média o número de eletrões que atravessa essa secção no sentido do
Sentido convencional polo positivo é muito superior ao número de eletrões que a atravessa em
sentido contrário.

Fig. 11 Corrente elétrica num fio


condutor metálico: sentido Sentido real e sentido convencional da corrente elétrica
real e sentido convencional
da corrente elétrica. Por razões históricas, continua-se a assumir o sentido positivo da
corrente como sendo aquele que está associado ao movimento de cargas
positivas, daí designá-lo por sentido convencional da corrente elétrica.
Professor
Sugestões metodológicas u2p83h2 Voltando ao que se passa num condutor metálico sólido, observa-se
• Explorar a pilha como uma fonte geradora de tensão. que o sentido convencional da corrente é contrário ao sentido do movi-
• Explicar historicamente por que razão se atribui um
sentido convencional à corrente elétrica.
mento dos eletrões — sentido real.
• Questionar sobre a utilização de pilhas (mais do que
uma) nos pequenos eletrodomésticos. Na prática, quando uma carga negativa se desloca no espaço, é equi-
• Explicar o significado físico de corrente elétrica
(por exemplo, o que significa dizer que um condutor valente a imaginar que uma carga de igual valor mas com sinal oposto se
é atravessado por uma intensidade de corrente elétrica movimenta no sentido contrário.
de 10 A).

A corrente elétrica é um movimento ordenado de carga elétrica


num condutor, quando o mesmo está sujeito a uma diferença de
potencial elétrico.

Ainda que fora do âmbito deste manual, é importante esclarecer que


a velocidade média associada ao movimento das cargas no condutor é
extremamente baixa, quando comparada com o efeito quase instantâneo
da lâmpada que se acende ao ligar o interruptor. A carga elétrica existe
por todo o material, o que significa que o movimento ordenado, ainda
que lento, de cargas numa dada região se transmite quase instantanea-
mente às cargas existentes noutra região do material condutor. Ainda
que se verifique uma corrente elétrica, o fio condutor continua eletri-
camente neutro, contrariamente ao que acontece a um condutor carre-
gado em equilíbrio eletrostático.

Intensidade da corrente elétrica

Quando a corrente elétrica não varia no tempo, diz-se que temos uma
corrente elétrica estacionária; o que significa que a quantidade de carga
(Q) que atravessa uma dada secção transversal (S) do condutor, por
unidade de tempo, é constante. Neste caso, pode definir-se intensidade
de corrente elétrica (I) como:

Q
I=
Dt

A unidade do Sistema Internacional para a corrente elétrica (I) é o


ampere (A).
100

565533 090-145.indd 100 28/05/15 14:37


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

EXERCÍCIO RESOLVIDO 2
Transporte de carga em células neuronais
Devido à elevada concentração de iões potássio (K+)
dentro de uma célula neuronal e baixa concentração
de iões sódio (Na+) fora desta, estabelece-se uma
diferença de potencial elétrico, entre o interior
e o exterior da célula. O transporte de excesso
de carga elétrica positiva entre o interior e o exterior
faz-se por ação da proteína «sódio-potássio
adenosina-trifosfatase», através da membrana. Este
mecanismo é conhecido como «bomba de sódio».
Cada bomba de sódio dos neurónios do cérebro humano pode transportar, por segundo,
até 200 iões sódio para fora da célula e 133 iões potássio para dentro da célula.
(Dado: carga elementar do protão = 1,6 ◊ 10-19 C.)
2.1 A
 dmita que um pequeno neurónio possui cerca de um milhão de bombas de sódio e calcule
a quantidade de carga elétrica que atravessa a membrana desse neurónio.
2.2 Determine a intensidade da corrente elétrica que atravessa o neurónio.

DADOS:
n.º de iões sódio por segundo = 200;
Professor
SUGESTÕES
n.º de iões potássio por segundo = 133; METODOLÓGICAS
n.º de bombas de sódio por neurónio = 1 ◊ 106; • Explorar o exercício
resolvido «Transporte de
carga elementar do protão = 1,6 ◊ 10-19 C carga em células neuronais».
O aluno poderá resolver o
2.1 
RESOLUÇÃO: exercício utilizando a relação
Determinar o balanço de cargas elétricas que atravessam a membrana do neurónio: de proporcionalidade direta
entre as grandezas, desde
n (iões) = 200 - 133 = 67 iões que asseguram o transporte de carga que identifique as grandezas
físicas através da escrita das
Para um milhão de bombas, tem-se: respetivas unidades.

ntotal = 1 ◊ 106 ◊ 67 = 6,7 ◊ 107 iões


Calcular a quantidade de carga elétrica que atravessa a membrana:
carga elétrica total = n.º de iões ◊ carga elementar &
& carga elétrica total = 6,7 ◊ 107 ◊ 1,6 ◊ 10-19 = 1,1 ◊ 10-11 C

RESPOSTA:
A quantidade de carga que atravessa a membrana do neurónio é 1,1 ◊ 10-11 C.
2.2 
RESOLUÇÃO:
Em cada segundo (Dt = 1 s), a intensidade da corrente elétrica que atravessa o neurónio
é dada por:
carga elétrica total
I= = 1,1 ◊ 10-11 A
Dt

RESPOSTA:
A intensidade de corrente elétrica que atravessa o neurónio é 1,1 ◊ 10-11 A.

101

565533 090-145.indd 101 10/03/15 12:58


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre corrente elétrica e intensidade de corrente elétrica
1 S
 elecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
Estabelece-se uma corrente elétrica transitória quando…
A. … dois condutores são ligados por um fio condutor e os eletrões de um corpo se transferem
para o outro, até que a diferença de potencial entre eles seja máxima.
B. … dois condutores são ligados por um fio condutor e os protões de um corpo se transferem
para o outro, até que a diferença de potencial entre eles seja nula.
C. … dois condutores são ligados por um fio condutor e os eletrões de um corpo se transferem
para o outro, mantendo uma diferença de potencial constante e diferente de zero.
D. … dois condutores são ligados por um fio condutor e os eletrões de um corpo se transferem
para o outro, até que a diferença de potencial entre eles seja nula.
2 S
 elecione a opção correta.
A. A corrente elétrica é um movimento ordenado de eletrões quando o condutor é sujeito a uma
diferença de potencial.
B. Quando se estabelece uma corrente elétrica num condutor, a carga elétrica diminui no tempo.
C. As partículas portadoras de carga elétrica num condutor são os protões.
D. A corrente elétrica é um movimento ordenado de carga elétrica num condutor quando sujeito
a uma diferença de potencial elétrico.
3 R
 efira o significado físico da expressão:
A intensidade de corrente elétrica num condutor metálico é de 5 A.
Professor
Sugestões
4 C
 omplete com a opção correta.
metodológicas Em relação à grandeza intensidade de corrente elétrica, podemos afirmar que…
• Como tarefa de aula A. … é uma grandeza escalar, definida como a quantidade de carga elétrica que o condutor tem,
e/ou trabalho para casa, por unidade de tempo.
os alunos deverão resolver
os exercícios de aplicação B. … é uma grandeza que descreve o fluxo de cargas elétricas positivas.
dos conceitos corrente C. … é a carga elétrica num metal que é transportada por eletrões que se movimentam à velocidade
elétrica e intensidade
da corrente elétrica. da luz.
D. … é uma grandeza escalar, definida como a quantidade de carga elétrica que atravessa a secção
AVALIAR
CONHECIMENTOS
transversal de um condutor, por unidade de tempo.
1. 5 N
 a figura ao lado, está representado um condutor metálico
D filiforme e o sentido do movimento dos eletrões.
2. A B
5.1 Q
 ual é o sentido convencional da corrente?
D
3.
5.2 A
 dmita que a intensidade de corrente elétrica estabelecida
Significa que em 1 s a carga no condutor metálico no intervalo de tempo 4,0 s foi de 2,0 A.
elétrica que atravessa uma Calcule o número de eletrões que atravessaram a secção S do condutor, assinalada na figura,
secção transversal do no intervalo de tempo considerado (carga do eletrão: e = -1,6 ◊ 10-19 C).
condutor é de 5 C.
4. 6 S
 elecione a opção que completa corretamente o texto.
D Num fio de cobre, é estabelecida uma corrente elétrica de 8,0 mA. Tal significa que em 8,0 s
5. passam por uma secção reta do fio (carga do eletrão: e = -1,6 ◊ 10-19 C; carga do protão:
5.1 O sentido convencional p = 1,6 ◊ 10-19 C):
da corrente é contrário ao
A. 4 ◊ 1017 protões C. 4 ◊ 1020 eletrões u2p86h1
sentido do movimento dos
eletrões. Neste caso, seria B. 4 ◊ 10 aniões
20
D. 4 ◊ 10 eletrões
17

de B para A.
5.2 n.º de eletrões = 7 N
 a figura ao lado está representado um circuito elétrico
= 5,0 × 1019 eletrões simples. Atendendo à informação apresentada, determine 2,0 A A
6. a carga elétrica que atravessa o condutor X, x
D em 5,0 minutos.
7.
Dq = 600 C V
10,0 V

102

565533 090-145.indd 102 28/05/15 14:40


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

8 O gráfico ao lado mostra como varia I/A


a intensidade de corrente elétrica em função 0,7 Fio A
do tempo, para dois fios metálicos A e B. Fio B
8.1 Indique o intervalo de tempo para o qual
a carga elétrica que atravessa a secção
transversal do fio A é maior do que
a que atravessa o fio B. 0,2

8.2 Calcule o número de eletrões que


atravessam a secção transversal 0 0,6 1,0 t/s
do fio A, em 1 s (carga do eletrão:
e = -1,6 ◊ 10-19 C).

9  elecione a opção que completa corretamente o texto.


S
A figura seguinte representa o movimento desordenado dos eletrões livres num fio metálico (I), a uma
dada temperatura. Para se obter, a partir da situação descrita em I, o movimento ordenado dos
u2p87h2
eletrões no mesmo fio (II) é necessário…

I II

A A

B B

A. … fazer a ligação das extremidades do fio a um voltímetro, em que a extremidade A do fio deve
ficar ligada ao polo negativo do voltímetro.
B. … fazer a ligação das extremidades do fio a uma resistência elétrica, em que a extremidade A
do fio deve ficar ligada ao polo negativo da pilha.
C. … fazer a ligação das extremidades do fio a uma pilha, estabelecendo-se uma diferença de potencial
entre as extremidades do fio, em que a extremidade A do fio deve ficar ligada ao polo positivo
da pilha. u2p87h3
D. … fazer a ligação das extremidades do fio a uma pilha, estabelecendo-se uma diferença de potencial
entre as extremidades do fio, em que a extremidade A do fio deve ficar ligada ao polo negativo
da pilha.
10 O
 gráfico da figura seguinte representa a carga elétrica que atravessa uma secção transversal de um
fio metálico, em função do tempo. Selecione a opção correta.

q/C

Professor
8.
0 t1 t2 t/s 8.1 [0,6; 1,0] s
8.2 n.º de eletrões =
A. No intervalo de tempo de [0, t1] s, a intensidade de corrente elétrica que atravessa o fio é nula. = 4,4 × 1018 eletrões

B. No intervalo de tempo de [0, t1] s, a intensidade de corrente elétrica aumenta. 9.


D
C. No intervalo de tempo de [t1, t2] s, a intensidade de corrente elétrica que atravessa o fio aumenta.
10.
D. No intervalo de tempo de [0, t1] s, a intensidade de corrente elétrica mantém-se constante. D

103
u2p87h4

565533 090-145.indd 103 28/05/15 14:41


2.1 Grandezas elétricas: diferença de potencial elétrico, corrente elétrica e resistência elétrica

Professor 2.1.5 Resistência elétrica


Sugestões metodológicas
• Explicar o significado da grandeza física resistência Intuitivamente, tem-se a noção de que diferentes materiais conduto-
elétrica (por exemplo, o que significa dizer que a
res, por exemplo, um fio de cobre e um fio de alumínio, respondem de
resistência de um condutor é de 5 X).
• Montar um circuito simples e medir a intensidade da forma diferente ao transporte da carga elétrica (passagem de uma cor-
corrente para diferentes valores de tensão aplicada.
rente elétrica) quando sujeitos à mesma diferença de potencial elétrico.
• Fazer o gráfico da intensidade da corrente em função
da tensão elétrica e concluir se o condutor é ou não Diz-se que têm diferentes resistências elétricas.
óhmico. O gráfico poderá ser construído em papel
milimétrico ou utilizando a calculadora gráfica.
• Analisar os gráficos obtidos e compará-los com
os da figura 12.
A resistência elétrica (R) é a propriedade macroscópica caracte-
rística de um condutor que traduz a oposição do material ao trans-
porte da carga elétrica, e da qual vai depender a intensidade da
corrente (I), quando sujeito a uma tensão U.
U
R=
I
A unidade do Sistema Internacional de resistência elétrica é o ohm
(X), que é equivalente a volt por ampere.
1V
R=1X= = 1 V A-1
1A

Nos condutores metálicos, a intensidade da corrente é proporcional à


diferença de potencial que lhes é aplicada, desde que a temperatura se
mantenha estável. Estes condutores dizem-se óhmicos ou condutores
lineares, porque obedecem à Lei de Ohm.

Atendendo à definição de resistência, a Lei de Ohm pode ser


enunciada dizendo que a resistência de um condutor metálico
é constante, qualquer que seja a diferença de potencial elétrico
aplicado (tensão).

Para averiguar se um condutor é ou não óhmico, basta montar um


circuito simples, medir a intensidade da corrente para diferentes valores
de tensão aplicada e fazer o gráfico da intensidade da corrente em fun-
ção da tensão elétrica Fig. 12 .

A B C
I I I

V V V

Fig. 12 Condutor óhmico [A]; condutores não óhmicos [B] e [C].

104

565533 090-145.indd 104 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre resistência elétrica
1 Na figura ao lado tem-se a representação esquemática de um circuito
simples, constituído por uma resistência de 6 X, um interruptor e +
uma fonte de tensão de 10 V. Mantendo a tensão constante, R
pretende-se diminuir para metade a intensidade de corrente elétrica -
no circuito, substituindo a resistência elétrica R por outra resistência.
De entre as seguintes resistências, selecione a que poderia ser utilizada.
A. 20 X B. 12 X C. 3 X D. 16 X
2 O gráfico ao lado representa a variação da intensidade I/A
da corrente elétrica em função da diferença de potencial 0,4
aplicada nos terminais de um condutor. Calcule, justificando, 0,3
o valor da resistência elétrica do condutor quando submetido 0,2
a uma diferença de potencial de 25 V. 0,1 u2p89h1
0 5 10 15 20 U/V

3  gráfico da figura ao lado representa a tensão aplicada a dois condutores


O U/ V
A
metálicos A e B, em função da intensidade de corrente elétrica que
os percorre.
3.1 Os condutores são óhmicos? Justifique a sua resposta. B
50
3.2 Estabeleça a relação entre as resistências elétricas dos dois condutores.
u2p89h2
0 2 10 I/A

4 N
 o gráfico ao lado está representada a variação da diferença
Diferença de potencial

de potencial aplicada nos terminais de um condutor, em função


da intensidade de corrente elétrica que o percorre, a temperatura
constante. Selecione a opção correta.
A. O condutor é feito de um material que obedece à Lei de Ohm. u2p89h4
B. A diferença de potencial é diretamente proporcional Intensidade de corrente elétrica
à intensidade de corrente elétrica.
C. A resistência elétrica do condutor diminui com o aumento da diferença de potencial aplicada. Professor
D. A resistência elétrica do condutor aumenta quando a intensidade da corrente elétrica que Sugestões
o percorre aumenta. metodológicas
• Como tarefa de aula e/ou
5 Selecione, de entre os gráficos seguintes, o que corresponde a um condutor óhmico. trabalho para casa, os
alunos deverão resolver os
A B C D u2p89h3 exercícios de aplicação do
conceito resistência elétrica.
U/ V U/ V R/X R/X
AVALIAR
CONHECIMENTOS
1.
B
I/A I/A U/ V U/ V 2.
R = 50 X
6 Selecione a opção que completa corretamente o texto. Condutor 1 Condutor 2 3.
Foram realizadas medições de intensidade de corrente 3.1 Os condutores
I/A U/V I/A U/V metálicos A e B são
e tensão, para dois condutores de metais diferentes, mantidos
0 0 0 0 óhmicos.
à mesma temperatura. O valor medido encontra-se registado
3.2 RA = 5 RB
na tabela ao lado. Nestas condições, pode afirmar-se que… 0,5 1,20 0,5 3,18 4.
A. … somente o condutor 1 obedece à Lei de Ohm. D
u2p89h5 1,0
u2p89h7 2,57 1,0
u2p89h86,36
B. … nenhum condutor é um condutor óhmico. 5.
2,0 5,98 2,0 12,72
C. … a resistência do condutor 2 u2p89h6
B
é constante qualquer que
seja o valor de I e U. 4,0 12,72 4,0 25,44 6.
C
D. … a resistência do condutor 1 aumenta com a tensão aplicada nos seus terminais.

105

565533 090-145.indd 105 28/05/15 14:53


2.2  
Corrente elétrica contínua e corrente elétrica alternada

Professor Nos exemplos até agora discutidos, apresentaram-se geradores de


Sugestões metodológicas tensão, como as pilhas químicas de uso comum, cuja polaridade não
• Chamar a atenção para as vantagens da utilização varia ao longo do tempo, durante o tempo de vida da pilha — ou seja,
de corrente alternada:
— transmissão de energia elétrica a longas distâncias;
o polo positivo corresponde sempre a um ponto de elevado potencial e o
— utilização de transformadores; negativo, a um ponto de baixo potencial. Consequentemente, quando a
— menores perdas.
• Analisar as figuras 13 e 14 para distinguir
pilha é inserida num circuito, o sentido da corrente elétrica que se esta-
o comportamento, gráfico, de: belece no circuito mantém-se constante ao longo do tempo Fig. 13A .
— corrente contínua estacionária (valores constantes)
e não estacionária (função decrescente);
Pode acontecer que se tenha uma corrente contínua, mas o valor da
— correntes contínuas (valores positivos) de corrente intensidade da corrente varia ao longo do tempo Fig. 13B .
alternada (valores positivos e negativos).

LIVROMÉDIA

Corrente elétrica contínua: é uma corrente elétrica em que o sentido


PowerPoint
Corrente elétrica contínua e corrente elétrica alternada se mantém constante porque esta se estabelece num circuito elétrico
em que o gerador de tensão mantém constante a polaridade nos
seus terminais.

A B
Intensidade da corrente /A

Intensidade da corrente /A
+ +

0 0
Tempo/s Tempo/s

- -

Fig. 13 Comportamento de correntes elétricas contínuas ao longo do tempo.

A descoberta de geradores de tensão cuja polaridade pudesse variar


periodicamente no tempo foi de extrema importância para a rede de dis-
tribuição de eletricidade a longas distâncias.
u2p90h1 u2p90h2
Quando um gerador em funcionamento tem a capacidade de alterar
Intensidade da corrente /A Intensidade da corrente /A

+ A
a polaridade dos seus terminais periodicamente, tal significa que periodi-
+ camente o polo positivo passa a negativo e o polo negativo a positivo.
Tempo/s
0 Assim, quando este tipo de gerador de tensão é colocado num circuito,
isso significa que o sentido da corrente elétrica que se estabelece no
-
circuito também vai variar periodicamente, e obtém-se uma corrente elé-
-
trica alternada Fig. 14 .
+ B
Em Portugal, as tomadas elétricas das habitações fornecem uma ten-
+ +
Tempo/s são de 220 V, e a polaridade muda periodicamente a cada 0,02 s (fre-
0
quência f = 50 Hz).
- -

- Corrente elétrica alternada: é uma corrente elétrica em que o sentido


u2p90h3
Fig. 14 Comportamento varia periodicamente porque esta se estabelece num circuito elétrico
de correntes elétricas em que o gerador de tensão varia periodicamente a polaridade nos
alternadas ao longo
seus terminais.
do tempo.

106

u2p90h4
565533 090-145.indd 106 13/03/15 13:50
SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre corrente elétrica contínua e corrente elétrica alternada
1 Indique a diferença entre uma corrente elétrica contínua estacionária e não estacionária.
2  elativamente ao conceito de corrente elétrica contínua, assinale a opção correta.
R
A. O valor da intensidade da corrente elétrica que se estabelece no circuito mantém-se constante
ao longo do tempo.
B. Somente o sentido da corrente elétrica que se estabelece no circuito se mantém constante
ao longo do tempo.
C. O valor e o sentido da corrente elétrica que se estabelece no circuito mantêm-se constantes
ao longo do tempo.
D. Uma corrente contínua é uma corrente que está ininterruptamente a ser fornecida pelo gerador.
3 Um condutor elétrico foi submetido a um pulso de corrente elétrica, cuja variação da intensidade
da corrente elétrica em função do tempo é dada pelo gráfico seguinte.

I/A

0 1 2 3 4 5 6
Professor
t◊10-3/s
Sugestões
metodológicas
3.1 Calcule a carga elétrica que atravessa uma secção transversal do condutor durante o tempo • Como tarefa de aula e/ou
de duração desse pulso. trabalho para casa, os
3.2 Refira, justificando, se o condutor é percorrido por uma corrente contínua ou alternada. alunos deverão resolver os
exercícios de aplicação dos
4  elecione, de entre os gráficos seguintes, o(s) que pode(m) representar uma corrente contínua não
S conceitos corrente elétrica
u2p90h4 contínua e alternada.
estacionária.
AVALIAR
A C CONHECIMENTOS
I/A I/A 1.
Uma corrente contínua
é uma corrente elétrica em
que o sentido se mantém
constante. Quando é
estacionária, o valor da
intensidade de corrente
mantém-se constante
no tempo. Quando é não
estacionária, o valor da
intensidade de corrente
varia ao longo do tempo.
Tempo/s Tempo/s
2.
B D B
I/A I/A 3.
3.1 q = 0,006 C
3.2 No gráfico da figura,
a intensidade de corrente
elétrica apresenta sempre
u2p91h2 u2p91h4 valores positivos, não há
alteração de sentido, logo,
Tempo/s Tempo/s o condutor é percorrido por
uma corrente contínua.
4.
C

107

565533 090-145.indd 107


u2p91h3 u2p91h5 28/05/15 14:53
2.3  
Resistência de condutores filiformes; resistividade
e variação da resistividade com a temperatura

Professor 2.3.1 Resistência de condutores filiformes


Sugestões metodológicas
• Levar para a sala de aula o material ilustrado Considere-se um condutor com um comprimento ℓ e secção reta
na figura 15.
transversal A, ligado a uma pilha química conforme o circuito da figura
• Montar o circuito observando a luminosidade
da lâmpada para condutores de diferentes materiais, 15. No circuito, estabelece-se uma corrente estacionária I que atravessa
diferentes áreas de secção reta e diferentes
o condutor. No mesmo circuito, é inserida uma lâmpada cujo brilho per-
comprimentos.
• Os alunos devem proceder ao registo no caderno: mite avaliar qualitativamente se a resistência elétrica do condutor inse-
— do esquema do circuito;
rido aumenta ou diminui quando:
— da tabela com o registo de observações.
• Conclusão sobre os fatores de que depende • se altera a secção (A) e/ou o comprimento do condutor (ℓ);
a resistência elétrica de um condutor.
• o condutor é substituído por outro geometricamente igual, mas feito
• Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
• Explorar a tabela com os valores das resistividades de um material diferente.
de diferentes materiais:
— ordens de grandeza de resistividades (rever
o conceito de ordem de grandeza);
Experimentalmente, verifica-se que o brilho da lâmpada Fig. 15 :
— relacionar ordens de grandeza de resistividades com • aumenta com o aumento da secção A, para um mesmo compri-
condutividade elétrica de um condutor.
mento ℓ;
LIVROMÉDIA • diminui com o aumento do comprimento ℓ, para uma mesma sec-
ção A;
PowerPoint
Resistência de condutores filiformes; resistividade • aumenta ou diminui dependendo da natureza da substância de que
e variação da resistividade com a temperatura
é feito o condutor, mantendo a secção A e o comprimento iguais.

9V
Resistividade elétrica de alguns
materiais (t = 20 °C)

Material t/(X m)
Alumínio 2,8 ◊ 10-8
Cobre 1,7 ◊ 10-8 Condutor A

Chumbo 22 ◊ 10-8 ℓ
Ferro 10 ◊ 10 -8
Fig. 15 Parâmetros de que depende a resistência elétrica num fio condutor
filiforme.
Prata 1,5 ◊ 10 -8

Aço 1,8 ◊ 10-8


Carbono Ainda que qualitativo, a observação do brilho da lâmpada mostra que,
3,5 ◊ 10-8
amorfo ao pretender-se obter um fio condutor de baixa resistência elétrica, o
Grafite1 3-60 ◊ 10-5 mesmo deve ter uma secçãoU2P92H1
transversal elevada (diâmetros elevados) e
Silício1 0,1-60 um comprimento reduzido.
1
Madeira 1 ◊ 103
Além disso, é ainda necessário escolher o tipo de material que
Vidro2 1-10 000 ◊ 109 permite o transporte de carga elétrica no seu interior com mais faci-
Quartzo lidade. Esta propriedade do material designa-se por resistividade elé-
7,5 ◊ 1017
fundido trica (t).
1
 s valores dependem das impurezas
O
existentes nos materiais.
2
Os valores dependem da composição
Na tabela ao lado encontram-se os valores de resistividade de alguns
do vidro. materiais, medidos à temperatura ambiente.
108

565533 090-145.indd 108 13/03/15 13:51


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

Consultando a tabela anterior, é possível identificar imediatamente Professor


um bom condutor e um isolador, pois o valor de resistividade elétrica de um SUGESTÕES METODOLÓGICAS
condutor (+10-8 X m ) é muitas ordens de grandeza inferior ao valor de • Reproduzir a montagem da figura 16 e executar
a experiência ou explorar a figura.
um isolador típico (+103 a 1017 X m). • Comparar com o gráfico da figura 17.
• Concluir sobre a propriedade que distingue
os materiais serem bons/maus condutores
Um material será tanto melhor condutor elétrico quanto menor for • Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
• Levar para a sala de aula resistências padrão
o valor da sua resistividade. e o código de leitura das mesmas (Código de Cores para
Resistores) e propor como atividade de grupo a leitura
do valor dessas resistências.

Verifica-se experimentalmente que a resistência de um fio condutor


filiforme é:
• diretamente proporcional à resistividade elétrica do material que
constitui o condutor;
• diretamente proporcional ao comprimento do fio condutor (ℓ);
• inversamente proporcional à secção transversal (A).
ℓl
R=t
A
em que t é uma constante de proporcionalidade que representa a
resistividade elétrica característica do material; ℓ é o comprimento
do fio condutor e A é a secção transversal.
A unidade do Sistema Internacional de resistividade elétrica é ohm
metro (X m).

2.3.2 Resistividade e variação da resistividade


com a temperatura
O facto de a resistência elétrica de um material variar com a tempera-
tura encontra diversas aplicações práticas, como, por exemplo, na cons-
trução de termómetros que funcionem em gamas de temperatura eleva-
das e na inserção de dispositivos (termístores) em circuitos para controlar
a resistência elétrica dos equipamentos elétricos e eletrónicos.

Mais uma vez, é possível montar um circuito simples em que se usa


o brilho de uma lâmpada para ver qual é o efeito da temperatura na resis-
tência de um dado material quando inserido no circuito. Utilizando um
fio de alumínio (condutor metálico), observa-se que o brilho da lâmpada
diminui à medida que a temperatura aumenta Fig. 16 .

A B C

9V 9V 9V

0 ºC 20 ºC 80 ºC
Fio de R Água + gelo Fio de R Água Fio de R Água
alumínio alumínio alumínio

Fig. 16 Comportamento da resistência elétrica de uma substância condutora com a temperatura.

109
U2P93H1 U2P93H2 U2P93H3

565533 090-145.indd 109 10/03/15 12:59


2.3 Resistência de condutores filiformes; resistividade e variação da resistividade com a temperatura

Substituindo o tipo de material e mantendo constantes os parâmetros


geométricos (comprimento e secção reta), verifica-se que:
• no caso dos metais e de certas ligas metálicas, o brilho da lâmpada dimi-
nui com o aumento de temperatura — a resistividade elétrica aumenta;
• em materiais como, por exemplo, a grafite ou os semicondutores
silício e germânio, o brilho da lâmpada aumenta com o aumento da
temperatura — a resistividade elétrica diminui;
• em materiais como, por exemplo, liga de cobre, níquel e zinco
(conhecida como constantan) ou liga de cobre e manganês (conhe-
cida como manganina), o brilho da lâmpada não sofre alteração —
a resistividade elétrica é constante.

Na figura 17, mostra-se o comportamento da resistividade elétrica


Resistividade elétrica/X m

Metais com a temperatura para diferentes tipos de materiais.


Constantan
(liga de cobre,
níquel e zinco)
Um material será tanto melhor condutor elétrico quanto menor for
Carbono e o valor da sua resistividade.
semicondutores
Temperatura
Fig. 17 Comportamento Ao relembrar o que se aprendeu sobre a constituição da matéria, percebe-
da resistividade elétrica
com a temperatura para
-se que o comportamento da resistividade elétrica com a temperatura está
diferentes materiais. relacionado com o tipo de ligações químicas que existem em cada material.
u2p94h1 Em geral, com o aumento de temperatura existem dois efeitos a ter em conta:
• aumento do número de partículas portadoras de carga e a sua
mobilidade no interior do material — o material torna-se melhor
condutor elétrico;
• aumento da energia cinética média de cada partícula constituinte
da matéria, que, por sua vez, aumenta a probabilidade de colisão
dos portadores de carga entre si, tornando o movimento mais errá-
tico — o material torna-se pior condutor elétrico.

O comportamento de condução elétrica final de um dado material ou


substância, a uma dada temperatura, depende do efeito que prevalece.

Quando se consegue ter um material cuja resistividade não varia com


a temperatura, então, é possível usá-lo para fabricar resistências padrão
Fig. 18 . Estas resistências trazem associado um conjunto de barras colo-

ridas que respeitam um código que permite determinar o valor da resis-


tência Fig. 19 .

Fig. 18 Exemplo de uma


5%

Código de cor para determinar o valor da resistência


-1

resistência padrão.
+
-

+
47 kX

51 kX

10 %
Tolerância 1% 2% 5 % ouro prata

+
+ 5% Multiplicador
0,01 -1 %
-
1 10 100 1000 10 000 100 000 1 000 000 0,1 ouro prata

1000 1000
3.º dígito 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
7 1
4 5
2.º dígito 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1.º dígito 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fig. 19 Código de cores para resistências padrão.

110
U2P94H3

565533 090-145.indd 110 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

EXERCÍCIO RESOLVIDO 3
Relação entre a resistividade elétrica de um material e as aplicações práticas
Foi feito um estudo para investigar a variação da resistividade dos materiais A, B e C com
a temperatura. Os gráficos obtidos para cada um dos materiais foram os seguintes:

A B C
100
6 100
90

Resistividade elétrica/X m
Resistividade elétrica/10-8 X m
Resistividade elétrica/104 X m

80
70
60 4
50 10-2
40
30 2
20
10 10-4
0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 -75,15 124,85 324,84 524,85 0 10 100
Temperatura/ ˚C Temperatura/ ˚C Temperatura/ ˚C

3.1 Qual dos materiais pode< ser considerado um bom condutor? Justifique a sua resposta.

3.2 Qual dos materiais não pode ser um isolador? Justifique a sua resposta.
u2p95h1 u2p95h3
3.3 Escolha um material que possa ser usado para construir um termómetro com uma
u2p95h2
escala que funcione entre 40 °C e 120 °C.
3.4 S
 uponha que o comprimento e a secção do componente do material A são, respetivamente,
2,0 mm e 0,30 cm2. Determine a resistência elétrica quando t = 25 °C.

3.1 
RESPOSTA:
O material que pode ser considerado um bom condutor é o B, uma vez que é aquele Professor
SUGESTÕES
que apresenta o menor valor de resistividade, e é aquele cuja resistividade aumenta METODOLÓGICAS
com a temperatura. • Explorar o exercício
resolvido «Relação entre a
3.2 
RESPOSTA: resistividade elétrica de um
Só o material A apresenta valores de resistividade da ordem de grandeza esperada para material e as aplicações
práticas» de forma a concluir
os materiais conhecidos como isoladores elétricos (> 103 X m) na mesma gama que a dependência da
de temperaturas. resistência elétrica com
a temperatura é um fator
predominante na escolha
3.3 
RESPOSTA:
dos materiais a utilizar no
Entre 40 °C e 120 °C, o material mais adequado será B, pois a resistividade elétrica deste quotidiano para
determinadas aplicações,
material não altera o seu comportamento neste intervalo de temperaturas. Por outro lado,
por exemplo, no termómetro.
sendo bom condutor, apresenta vantagens quando inserido num circuito elétrico.
3.4 
DADOS:
ℓ = 2,0 mm; A = 0,30 cm2; t = 25 °C

RESOLUÇÃO:
A partir da leitura do gráfico extrai-se que, para t = 25 °C, o valor da resistividade do material A,
t = 20 ◊ 104 X m.
Aplicando a expressão da resistência para um condutor filiforme, obtém-se:
2,0 # 10 -3
R = 20 ◊ 104 ◊ + R = 1,3 ◊ 107 X
0,30 # 10 -4

RESPOSTA:
A resistência elétrica do material A a 25 °C é 1,3 ◊ 107 X.

111

565533 090-145.indd 111 10/03/15 12:59


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre resistência elétrica de condutores filiformes;
resistividade e variação da resistividade com a temperatura
1 S
 elecione a opção correta.
A. A resistência de um condutor é independente da temperatura.
B. A resistência de um condutor filiforme é independente das dimensões do condutor.
C. Quanto maior for a área de um condutor filiforme, de comprimento constante, maior será a sua
resistência elétrica.
D. A resistividade elétrica depende da natureza e da temperatura a que se encontra o condutor.
2 S
 elecione, de entre os gráficos seguintes, o que traduz a variação da resistência de um condutor em
função da secção transversal.

A B
R/X R/X

0 A/cm2 0 A/cm2
C D
R/X R/X

u2p96h1 u2p96h2
Professor
Sugestões
metodológicas 0 A/cm2 0 A/cm2
• Como tarefa de aula
e/ou trabalho para casa, 3 S
 elecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
os alunos deverão resolver O valor da resistência elétrica de um condutor óhmico não varia, se for…
os exercícios de aplicação
dos conceitos resistência A. … alterado o material de que ele é feito.
de condutores filiformes,
B. … alterado o seu comprimento.
resistividade e variação
da resistividade com
u2p96h3
C. … alterada a diferença de potencial nos terminais do condutor. u2p96h4
a temperatura.
D. … alterada a área da sua secção reta.
AVALIAR
4 U
 m condutor filiforme de comprimento l e raio da secção r tem uma resistência R. Se o raio da
CONHECIMENTOS
secção duplicar e o comprimento for reduzido a metade, a resistência elétrica do fio é dada por:
1.
D R R
A.  B. C. 4R D. 8R
2. 4 8
C 5  m fio, de comprimento 6 m e área de secção reta de 4 mm2, é submetido a uma diferença
U
3. de potencial de 12 V, sendo percorrido por uma intensidade de corrente elétrica de 2 A. Admita
C
que a temperatura não variou durante a experiência. Determine o valor da resistividade do material
4. de que é feito o fio.
B
5. 6 A
 resistividade elétrica do alumínio à temperatura de 20 °C é 2,8 ◊ 10-8 X m. Quando um fio
t = 1,6 × 10-5 X m de alumínio de secção 4 mm2 é submetido a uma tensão de 15 V, é percorrido por uma corrente
6. de 1,5 A. Determine o comprimento do fio de alumínio.
ℓ , 1,43 × 103 m
7  um fio de comprimento 200 m e área de secção 0,5 mm2 de um material cujo valor da resistividade
N
7. é 8,0 ◊ 10-8 X m, é aplicada uma diferença de potencial de 220 V. Determine o valor da intensidade
I , 6,88 A
de corrente elétrica que percorre o fio.

112

565533 090-145.indd 112 28/05/15 14:55


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

8 Na tabela seguinte estão registadas as características de dois cabos elétricos do mesmo material.
Sabendo que a área de secção do cabo B é dupla da do cabo A, determine o valor da resistência
elétrica do cabo B.

Cabo Comprimento/km Resistência elétrica/X


A 25 8
B 75 X

9 Em determinadas condições, a expressão que relaciona a resistividade elétrica com a temperatura
é t = t 0 (1 + a Dt), em que t 0 é o valor da resistividade à temperatura inicial, a é o coeficiente de
temperatura da substância de que é feito o condutor e Dt é a variação de temperatura. Um condutor
de comprimento 2,0 m e área de secção 2,0 mm2 é constituído por uma substância cujo coeficiente
de temperatura é 0,0039 °C-1. À temperatura de 20 °C, o valor da resistividade é 1,2 ◊ 10-8 X m.
Calcule a resistência do condutor à temperatura de 125 °C.
10 Na tabela seguinte, estão representados os valores da resistividade, a diferentes temperaturas,
para um condutor metálico.

Temperatura/°C Resistividade/nX m
-173,15 3,38
-73,15 10,33
-26,85 13,53
126,85 24,22
226,85 31,17
326,85 38,11
373,85 45,60

10.1 
Utilizando a calculadora gráfica, escreva a equação da reta que traduz a relação linear
da variação da resistividade do material com a temperatura.
10.2 
Utilizando a equação obtida, calcule o valor da resistividade do metal para uma temperatura
de 25 °C.
11 Considere uma bobina de fio metálico com 0,40 mm de diâmetro e comprimento 3,0 m.
Sabendo que a resistividade elétrica do material de que é feito o fio é 5,0 × 10-7 X m, determine
o valor da diferença de potencial existente entre os terminais do fio, quando este é percorrido por
uma intensidade de corrente elétrica de 0,40 A.
12 A secção de um fio condutor de cobre, de 3,0 m de comprimento, foi atravessada pela carga elétrica
de 300 C em 2 minutos, quando nas suas extremidades se estabeleceu uma diferença de potencial
Professor
8.
de 5 V. Determine o diâmetro do fio. Use a informação da tabela da página 108.
RB = 12 X
13 Um fio de alumínio tem a resistência elétrica de 0,30 X e foi esticado uniformemente, aplicando 9.
uma força constante, de forma que o seu comprimento duplicasse e a sua secção fosse reduzida R , 1,7 × 10-2 X
a metade. Após o fio estar esticado, o valor da resistência elétrica… 10.
10.1 A equação é:
A. … mantém-se igual a 0,30 X.
t = 0,07368t + 15,54 (nX m)
B. … diminui para 0,15 X. 10.2 t , 17,4 nX m
C. … aumenta para 1,20 X. 11.
U = 4,8 V
D. … aumenta para 0,60 X.
12.
d = 0,18 mm
13.
C

113

565533 090-145.indd 113 03/06/15 12:39


2.4  
Efeito Joule

Professor 2.4.1 T ransformação de energia elétrica


Sugestões metodológicas em energia térmica
• O efeito Joule ou Lei de Joule ou efeito térmico
expressa a relação entre a energia elétrica transformada
e a corrente que percorre um condutor.
Anteriormente, interpretou-se a diferença de potencial elétrico entre
energia térmica transformada numa resistência dois pontos como sendo o trabalho realizado para transportar uma carga
— aplicações:
– fornos, aquecedores, lâmpadas, fusíveis
elétrica unitária positiva entre esses dois pontos. Então, se uma carga
q positiva é transportada de um ponto onde o potencial elétrico (UA)
LIVROMÉDIA
é elevado para um outro que está a um potencial mais baixo (UB), o
PowerPoint sistema elétrico vê a sua energia diminuir de uma dada quantidade, que
Efeito Joule
corresponde ao trabalho realizado pela força elétrica para deslocar a
carga.

W F e = q (UA - UB)

Uma vez que a energia se conserva, esta é transferida para a vizi-


nhança sob outras formas. Por exemplo, como energia mecânica num
motor elétrico, como energia química numa eletrólise ou como calor
devido ao aquecimento dos condutores quando percorridos por uma cor-
rente.

Joule, em meados do século xix, realizou uma experiência com um


condutor metálico, e mostrou que a energia elétrica era transformada em
energia térmica e transferida para a vizinhança como calor.

Nas experiências que realizou, Joule mostrou que a energia elétrica


(W F e) transformada em energia térmica num condutor metálico:
• era proporcional à resistência elétrica do condutor (R);
• variava com o quadrado do valor da intensidade da corrente elétrica
(I);
• era proporcional ao tempo de funcionamento do circuito (Dt).

W F e = R I 2 Dt

Pode verificar-se que esta energia corresponde à energia fornecida a


um condutor óhmico pelo gerador, uma vez que U = R I, e, substituindo
U q
R por , tem-se q(UA - UB), sendo I = .
I Dt

Como todos os componentes elétricos ou eletrónicos têm asso-


ciada uma determinada resistência elétrica, por menor que seja,
tem-se sempre uma dada percentagem de energia elétrica trans-
formada em energia térmica, que é transferida como calor para a
vizinhança, mesmo que não seja essa a função do componente
elétrico ou eletrónico. Por esse motivo, muitas vezes se diz que se
trata de uma energia dissipada por efeito Joule.

114

565533 090-145.indd 114 13/03/15 13:52


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

2.4.2 Aplicações do efeito Joule Professor


SUGESTÕES METODOLÓGICAS
O efeito Joule tem diversas aplicações: • Analisar as especificações técnicas de aparelhos elétricos
existentes no laboratório (fonte de tensão, multímetro, …).
• sistema de aquecimento do meio ambiente, fornos elétricos, torra-
• Distinguir a emissão de luz por um fenómeno térmico (efeito
deiras, ferros de engomar, etc.; de Joule) — lâmpada incandescente — da emissão de luz por
um fenómeno elétrico — LED.
• emissão de luz por aquecimento de filamentos metálicos com ele-
• Explorar os dados da tabela de forma a explicar a vantagem
vado ponto de fusão (lâmpadas de incandescência); da utilização dos LED devido ao elevado fluxo luminoso.
• Propor aos alunos uma pesquisa sobre a utilização dos LED
• construção de fusíveis de proteção aos equipamentos, veículos,
no mercado versus a cor e a luminosidade produzida.
etc. Estes são constituídos por um filamento metálico de baixo ponto
de fusão, que funde quando a intensidade da corrente ultrapassa
um dado valor, abrindo o circuito no ponto onde foi inserido.

Qualquer componente elétrico ou eletrónico tem especificado a cor-


rente máxima ou a potência elétrica máxima Fig. 20 a que pode funcionar
sem se danificar, a qual deve ser respeitada.

Fig. 20 Especificação
técnica de um
aparelho elétrico.

Um dos componentes em que a transformação de energia elétrica


em energia térmica é muito pequena (pelo facto de o efeito Joule
ser reduzido) são os díodos emissores de luz (LED). Esta foi uma
das razões pelas quais o desenvolvimento da tecnologia destes
componentes veio revolucionar a indústria da iluminação.

O objetivo destes componentes é emitir luz e, quando integrados em


sistemas de iluminação, que a luz seja brilhante do ponto de vista da perce-
ção do olho humano. Analisando a tabela, conclui-se que a potência elétrica
requerida por um LED para obter o mesmo fluxo luminoso é de aproxima-
damente 19 % da potência de uma lâmpada de incandescência de 70 W.

Comparação entre a potência elétrica de uma lâmpada


de incandescência e de um LED* para o mesmo fluxo luminoso

Lâmpadas Díodo emissor de luz


Fluxo luminoso/lúmen**
de incandescência (LED)
(brilho)
Pelétrica/W Pelétrica/W

40 6-9 400-500
60 8-12,5 650-900
75-100 > 13 1100-1750
100 16-20 > 1800
150 25-28 2780
** Fluxo luminoso é uma medida da potência da luz visível, ponderado à resposta do olho humano,
e exprime-se em lúmen (lm)
Fonte: http://eartheasy.com/live_energyeff_lighting.htm#led3

115

565533 090-145.indd 115 10/03/15 12:59


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre o efeito Joule
1 C
 omo se designa o fenómeno de conversão de energia elétrica em térmica?
2 S
 elecione, de entre as unidades seguintes, a unidade de potência.
A. J/s ou kW h. B. J/s ou kW. C. kW h ou W. D. W s ou kW h.
3 O
 kW h é a unidade de energia mais utilizada para exprimir o consumo de energia elétrica por parte
de um consumidor doméstico. Selecione a opção que tem o valor correto, expresso em joule,
de 1 kW h.
A. 3,6 ◊ 103 J B. 2,78 ◊ 10-1 J C. 3,6 ◊ 106 J D. 1,0 ◊ 103 J
4 S
 elecione a opção que completa corretamente cada frase.
4.1 Quando uma corrente elétrica atravessa um recetor, a energia elétrica é totalmente transformada
em energia térmica, em…
A. … motores. C. … resistores (resistências).
B. … geradores. D. … acumuladores.
4.2 A energia dissipada nos componentes elétricos por efeito Joule deve-se…
A. … ao tipo de componente.

Professor B. … à resistência elétrica dos componentes.


Sugestões C. … à forma dos componentes.
metodológicas D. … ao tipo de circuito onde se liga esse componente.
• Como tarefa de aula e/ou
trabalho para casa os alunos
4.3 A
 ssinale a opção que completa corretamente a frase seguinte:
deverão resolver os A energia dissipada num componente elétrico por efeito Joule é transferida […] através de […]
exercícios de aplicação dos A. […] da vizinhança para o sistema […] calor.
conceitos sobre o efeito
Joule. B. […] da vizinhança para o sistema […] energia elétrica.

AVALIAR
C. […] do sistema para a vizinhança […] calor.
CONHECIMENTOS D. […] do sistema para a vizinhança […] energia elétrica.
1.
Efeito Joule. 5 D
 etermine o valor da energia elétrica dissipada num condutor filiforme de resistência 200 X, quando
percorrido por uma corrente elétrica constante de 2,0 A, durante 5,0 min.
2.
B 6 U
 m calorímetro constituído por um recipiente termicamente isolado ao
3. qual estão acoplados um termómetro e uma resistência elétrica pode ser
C utilizado para determinar a energia dissipada como calor na resistência
4. elétrica. No recipiente, é colocada água e liga-se a resistência a uma fonte
4.1 C
de tensão, durante um certo intervalo de tempo. A água sofre um aumento
4.2 B
4.3 C de temperatura.
5. 6.1 E
 xplique o aumento de temperatura da água durante o intervalo
E = 2,4 × 105 J de tempo em que o circuito esteve fechado.
6. 6.2 N
 o recipiente do calorímetro foi colocada uma dada massa
6.1 Por efeito Joule,
de uma certa substância. Ligou-se a resistência elétrica
há dissipação de energia V
na resistência elétrica, de 5 X a uma fonte de tensão constante e no circuito i/°C
que vai ser transferida estabeleceu-se uma corrente elétrica de 4 A. O gráfico 80
para a vizinhança (água + mostra a variação da temperatura em função do tempo.
+ calorímetro + termómetro) 60
Calcule o valor da energia dissipada na resistência elétrica
através de calor. A energia
como calor absorvida pela que é necessário transferir para a substância como calor 40
água, irá provocar aumento para que a temperatura varie 20 °C. u2p100h1
da sua energia interna que 20
se manifesta no aumento da
temperatura.
6.2 Edissipada = 4,0 × 104 J 0 500 1000 t/s
7.
Num segundo, 7  m fio condutor de alumínio, de resistividade elétrica 2,75 ◊ 10-8 X m, tem de comprimento 50 m
U
Ed , 5,2 × 104 J. e de área de secção 5 mm2. Determine a energia dissipada por efeito Joule quando o fio é submetido
a uma diferença de potencial de 120 V.

116 u2p100h2

565533 090-145.indd 116 03/06/15 12:40


2.5  
Geradores de corrente contínua: força eletromotriz
SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

e resistência interna; curva característica

2.5.1 F orça eletromotriz e resistência interna; Professor


curva característica SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Levar para a sala de aula o material ilustrado na figura 21.
• Montar o circuito observando a luminosidade da
A função dos geradores de tensão contínua é a de proporcionar uma lâmpada e a libertação de bolhas gasosas (gás
diferença de potencial contínua. Quando inseridos num circuito, estabe- hidrogénio) junto à placa de cobre.
• Os alunos devem proceder ao registo no caderno:
lece-se uma corrente contínua. — do esquema do circuito;
— da tabela com o registo de observações.
Convém recordar o funcionamento de uma pilha química (gerador de • Concluir sobre a função da pilha eletroquímica como
um gerador de tensão.
tensão eletroquímico). Neste tipo de geradores de tensão, a diferença de Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
potencial nos seus terminais é mantida devido à reação química que
LIVROMÉDIA
ocorre logo que os terminais são conectados.
PowerPoint
Considere-se o circuito simples da figura 21: Geradores de corrente contínua: força eletromotriz
e resistência interna; curva característica
• A lâmpada acende quando se fecha o circuito através do interrup-
tor, o que prova que existe uma diferença de potencial elétrico, que
origina uma corrente elétrica no circuito.
• O zinco tem mais tendência para formar iões positivos (Zn2+) do
que o cobre, na presença de ácido clorídrico, sendo estes transferi-
dos para a solução ácida. A placa de zinco fica, assim, com excesso
de carga negativa, e, por isso, a um potencial mais baixo do que a
placa de cobre; como estão ligadas por condutores, estabelece-se
uma corrente elétrica da placa de cobre para a placa de zinco (sen-
tido convencional), que faz acender a lâmpada.
• A diferença de potencial elétrico resulta da transformação de ener-
gia química em elétrica, através das reações químicas que ocorrem
no gerador eletroquímico.
• Observa-se a formação de hidrogénio gasoso junto à placa de cobre,
o que significa que os iões positivos de hidrogénio se movimentam
do potencial mais baixo para o potencial mais alto, aumentando,
assim, a sua energia potencial elétrica.
• Os iões positivos de hidrogénio captam a carga negativa (eletrões)
que está a ser transportada para a placa de cobre, contribuindo,
assim, para que a placa de cobre não altere o seu potencial elétrico
relativamente à placa de zinco.

e-

Sentido real
e- e-
e-
I I
+ -
Cl-
Cobre Zn2+ Zinco
H+
Cl-
Zn2+ Solução de HCl
H+ Cl-

Fig. 21 Circuito elétrico com gerador eletroquímico.

117
U2P101H1

565533 090-145.indd 117 13/03/15 13:54


2.5 Geradores de corrente contínua: força eletromotriz e resistência interna; curva característica

A função do gerador de tensão é, assim, a de manter o transporte de


carga no circuito. Para isso, é necessário fornecer energia elétrica ao
sistema que é transferida para a vizinhança sob outras formas (térmica,
luminosa, mecânica, etc.) nos diversos componentes que fazem parte do
circuito elétrico (lâmpadas, motores, etc.). Tal é conseguido na pilha à
custa de energia química ou nas turbinas de uma central elétrica à custa
de energia mecânica.

Designa-se por força eletromotriz (f) do gerador a energia elétrica


que esse gerador fornece (Ee), num circuito em que esteja inse-
rido, por unidade de carga, transportada num circuito em que o
gerador transforma uma forma não elétrica em energia elétrica.
Ee
f=
q
A unidade do Sistema Internacional de força eletromotriz é o
volt (V).

É de esperar que um gerador não converta toda a energia não elétrica


em energia elétrica. Por exemplo, no gerador eletroquímico da figura 21,
uma parte dessa energia é para vencer a força elétrica de repulsão sen-
tida pelos iões positivos quando se movem para a placa que está a maior
potencial. Este processo manifesta-se no aquecimento do gerador, sendo
dissipada energia. Este aquecimento pode ser descrito como efeito Joule
numa resistência existente no interior do gerador.

Verifica-se que qualquer gerador de tensão contínua tem asso-


ciada uma resistência interna (r) que é característica do gerador.

A energia elétrica que o gerador fornece ao circuito — energia elétrica


útil (Eútil) — no intervalo de tempo Dt, para nele ser transformada noutras
formas, determina-se por:

Eútil = U I Dt

onde U é a tensão nos terminais do gerador e I a intensidade da corrente


no circuito.

Usando o princípio de conservação de energia, conclui-se que a ener-


gia transformada pelo gerador, num dado intervalo de tempo Dt, é igual
à soma da energia fornecida ao circuito (Eútil) com a energia transfor-
mada por efeito Joule na resistência interna do próprio gerador (Etérmica).
Tem-se, então:

Eelétrica = Eútil + Etérmica

f q = U I Dt + r I 2 Dt

118

565533 090-145.indd 118 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

Usando a definição de intensidade de corrente I =


Q
, e substituindo Professor
Dt SUGESTÕES METODOLÓGICAS
na equação anterior, pode expressar-se a tensão nos terminais de um • Explorar a figura 22 e a curva característica de um
gerador, U, em função das grandezas características do gerador de ten- gerador ou montar o circuito e, através da variação
da resistência com o reóstato, construir uma tabela
são contínua: a força eletromotriz (f) e a resistência interna (r): de valores de tensão nos terminais da pilha em função
da corrente elétrica. Com a máquina de calcular gráfica,
U=f-rI construir o gráfico da tensão em função da corrente
elétrica que atravessa o condutor. Concluir sobre
o declive e a ordenada na origem da reta obtida.
Como para I = 0, U = f, a força eletromotriz é definida como a dife- Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
rença de potencial nos terminais do gerador em circuito aberto.

A figura 22A mostra um circuito usado para determinar as caracte-


rísticas de um gerador de tensão contínua. Nesse circuito, o gerador está
ligado a uma resistência variável (reóstato) que permite variar a intensidade
de corrente. Na figura 22B apresenta-se o gráfico da tensão medida nos
terminais do gerador em função da intensidade da corrente medida para
diferentes valores da resistência. Verifica-se que a tensão medida nos ter-
minais de um gerador de tensão contínua depende da intensidade de cor-
rente no circuito, que, por sua vez, depende da resistência total do circuito.

A B
U/ V
Reóstato
f
U=frI
A

declive = r

V
I/A
Fig. 22 Circuito elétrico simples [A]; curva característica de um gerador de corrente
contínua (U = f(I)) [B].

A partir do gráfico da tensão nos terminais do gerador em função


da intensidade da corrente, e por comparação da expressão
U=f- u2p103h1
r I com uma equação do tipo y = b + ax, é possível
determinar: u2p103h2
• a força eletromotriz pela ordenada na origem da reta;
• a resistência interna (r) pelo declive da reta.

Sempre que é importante identificar as características internas de um


gerador de tensão (força eletromotriz, f, e resistência interna, r), o gera-
dor de tensão é representado como sendo constituído por um gerador
ideal ligado em série com uma resistência interna Fig. 23 .

A B
f
A r B
- + A B

AL 2.1 CARACTERÍSTICAS DE UMA PILHA  p. 134


Fig. 23 Representação esquemática de um gerador de tensão real.

119

565533 090-145.indd 119 10/03/15 12:59


2.5 Geradores de corrente contínua: força eletromotriz e resistência interna; curva característica

EXERCÍCIO RESOLVIDO 4
Determinação da resistência interna e da força eletromotriz de um gerador de tensão
Com o objetivo de determinar as características de um gerador de tensão contínua, fez-se uma
experiência usando um circuito simples, equivalente ao da figura 22A, e registaram-se os valores
medidos para a tensão elétrica nos terminais do gerador e os valores de intensidade de corrente no
circuito, que constam na tabela seguinte.
Intensidade Tensão elétrica nos
4.1 R
 efira se, na medição do primeiro valor da tabela,
da corrente terminais do gerador
o interruptor do circuito estava aberto ou fechado. ! 0,1/A ! 0,01/V
Justifique a sua resposta.
0,0 1,50
4.2 R
 epresente graficamente a tensão em função 0,5 1,22
da intensidade de corrente. Determine a reta
1,0 0,93
de ajuste aos pontos experimentais U = a I + b.
1,5 0,62
4.3 A partir da equação anterior, determine a força 2,0 0,31
eletromotriz (f) e a resistência interna do gerador (r).
Justifique a sua resposta.
4.4 Q
 ual é o significado do valor de corrente para uma tensão de 0 V nos terminais do gerador?
4.5 Por que razão não se deve unir diretamente os polos de uma pilha com um fio condutor?

4.1 
RESPOSTA:
A medição foi feita em circuito aberto (interruptor desligado), porque a intensidade da corrente
medida é nula.
Professor
SUGESTÕES 4.2 
RESOLUÇÃO:
METODOLÓGICAS Utilizando a máquina de calcular gráfica, obtém-se:
• Explorar o exercício
resolvido «Determinação U = - 0,596I + 1,52
da resistência interna e
1,6
da força eletromotriz de
um gerador de tensão». 1,4
Sugere-se a utilização 1,2
Tensão/ V

da máquina de calcular 1,0


gráfica na sua 0,8
resolução. 0,6
• Colocar aos alunos a 0,4
seguinte questão: o que
0,2
acontece se ligarmos
um motor e o 0
0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
impedirmos de rodar?
Intensidade da corrente/A
A discussão deve ser
conduzida de forma que
o aluno compreenda 4.3 
RESOLUÇÃO:
que nesta condições
Por leitura direta da equação da reta U = -0,596 I + 1,52, obtém-se:
não havendo
transformação de
f = 1,52 V; r = 0,596 X
energia elétrica em u2p104h1
mecânica, o motor
funciona apenas como 4.4 
RESPOSTA:
resistência. A corrente, Por extrapolação da reta, ao valor U = 0 V corresponde I = 2,5 A, que equivale à intensidade
neste caso, é dada
U da corrente máxima que o gerador pode fornecer ao circuito. Sujeitar a resistência interna a esta
por .
R corrente pode queimar a resistência.
4.5 
RESPOSTA:
Ligar diretamente os polos por um fio condutor, de resistência elétrica desprezável, é equivalente
a colocar o gerador em curto-circuito, isto é, a tensão nos terminais é nula e o gerador funciona acima
do valor máximo da corrente, verificando-se um sobreaquecimento do mesmo.

120

565533 090-145.indd 120 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

AVALIAR CONHECIMENTOS Professor


Sugestões
Aplicar os conceitos sobre força eletromotriz e resistência interna metodológicas
• Como tarefa de aula e/ou
1 Qual é a diferença entre um gerador real e um gerador ideal? Qual é a razão dessa diferença? trabalho para casa, os
alunos deverão resolver os
2  onsidere o circuito da figura seguinte, constituído por um gerador de resistência interna r e uma
C exercícios de aplicação dos
lâmpada. conceitos força eletromotriz
e resistência interna.
f

r AVALIAR
CONHECIMENTOS
1.
Num gerador de tensão
ideal, a diferença
de potencial medida entre
Refira, justificando, o que acontece ao brilho da lâmpada se a resistência interna do gerador os seus terminais não
depende da intensidade
aumentar. de corrente fornecida,
3 L iga-se um voltímetro a uma pilha e o voltímetro marca 9 V. Seguidamente, liga-se a pilha a uma enquanto num gerador
u2p105h1
lâmpada de resistência 1 X e mede-se novamente a tensão, sendo o valor obtido inferior a 9 V.
real essa diferença
de potencial varia com
Explique a diferença entre os valores medidos para a tensão da pilha. a intensidade de corrente.
Um gerador real tem uma
4 O gráfico da figura mostra a curva característica de um gerador. resistência interna e um
4.1 Selecione a opção correta. U/V gerador ideal não. Esta leva
a perdas de energia, como
Da análise do gráfico, pode afirmar-se que: 12 calor, por efeito Joule,
A. A tensão nos terminais do gerador é constante. provocando o aumento
de temperatura no gerador.
B. A resistência interna do gerador é variável.
2.
C. A tensão nos terminais do gerador é nula para um valor Quando a resistência
de intensidade de corrente elétrica de 20 mA. elétrica interna do gerador
aumenta, a intensidade
D. O valor da força eletromotriz do gerador é 12 V.
de corrente elétrica que
2 I/A
4.2 Determine o valor da resistência interna do gerador. percorre a lâmpada
f
diminui e I = o;
5 Considere o circuito ao lado. Selecione a opção correta. ri + R
consequentemente, o
A. A resistência interna do gerador é 6 X.
10 V brilho da lâmpada também
B. A intensidade de corrente elétrica total no circuito u2p105h2 diminui.
é 1,25 A. 8X
3.
C. A força eletromotriz do gerador é igual a 2 V. 2X Quando a pilha está em
circuito aberto, a tensão
D. A tensão nos terminais da resistência de 8 X é igual medida nos seus terminais
a 8 V. é igual ao valor da força
eletromotriz U = f.
6 O gráfico seguinte representa a curva característica de um gerador não ideal. Quando se liga a pilha
Admita que se liga ao gerador uma resistência elétrica de 5 X. Calcule a intensidade da corrente a uma lâmpada,
estabelece-se no circuito
elétrica no circuito.
uma corrente elétrica, e
u2p105h3 como a pilha é um gerador
U/V não ideal, ou seja tem
resistência interna, há
10,0 dissipação de energia por
9,0 efeito Joule na resistência
8,0 interna. Assim, a tensão
7,0 nos terminais da pilha
6,0 é determinada por
5,0 U = f - ri × I, , sendo
4,0 o valor inferior a f.
3,0 4.
2,0 4.1 D
1,0 4.2 ri = 6 X
0 5.
0 2 4 6 8 10 I/A D
6.
I = 1,8 A

121
u2p95h1
565533 090-145.indd 121 28/05/15 15:03
2.6  
Associações em série e em paralelo: diferença
de potencial elétrico e corrente elétrica

Professor
Sugestões metodológicas A combinação dos diferentes componentes elétricos num circuito elé-
• Rever a representação dos componentes elétricos já
trico depende da função que se pretende que o circuito desempenhe.
conhecidos do 9.º ano e/ou introduzir nova simbologia.
Fundamentalmente, tem-se dois métodos básicos de associação: em
LIVROMÉDIA
série e em paralelo.
PowerPoint
Associações em série e em paralelo: diferença Para facilitar a representação esquemática dos circuitos elétricos,
de potencial elétrico e corrente elétrica
interessa recordar alguns dos símbolos vulgarmente usados para identi-
ficar os componentes elétricos Fig. 24 .

fio condutor interruptor gerador de tensão lâmpada


contínua

A V

amperímetro voltímetro resistência resistência

resistência variável termístor de RDL (resistência díodo


resistência térmica dependente da luz)

M
ligação à terra motor díodo emissor motor
de luz

Fig. 24 Representação esquemática de diversos componentes elétricos.

As características de uma associação em série ou em paralelo não


dependem dos componentes elétricos em causa, e as regras básicas
aplicadas às resistências e geradores de tensão contínua são aplicáveis
u2p106h1
a qualquer componente elétrico.

2.6.1  ssociações em série e em paralelo


A
de resistências
De acordo com o sentido convencional para a corrente elétrica, o
transporte de carga dá-se dos potenciais mais altos para os mais baixos.
Então, no circuito da figura 25A, o potencial elétrico em B (UB) é maior do
que o potencial elétrico em C (UC), e este é maior do que o potencial em
D (UD). A diminuição do potencial elétrico traduz a transformação de ener-
gia elétrica em térmica por efeito Joule, em cada uma das resistências.

Em geral, os fios condutores são escolhidos com uma resistência elé-


trica muito menor do que a resistência elétrica dos restantes componen-
tes, e, por isso, pode ser desprezada, daí a tensão entre A e B ou entre D
e E ser nula.

122

565533 090-145.indd 122 28/05/15 15:04


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

A 4V B

A E
+ -

2A 2A

3V 1V
K1
2A
B R1 C R2 D

Fig. 25 Associação de resistências em série [A]; associação de lâmpadas de incandescência em série [B].

Na associação em série de resistências Fig. 25 , verifica-se que: Professor


• a corrente é a mesma ao longo de todo o circuito elétrico; SUGESTÕES METODOLÓGICAS
u2p107h1 • Montar o circuito simples ilustrado na figura 25, com
• a soma das tensões elétricas medidas nos terminais de cada resis- u2p107h2
interruptores (abertos/fechados) em diferentes pontos
tência é igual à tensão medida nos terminais do gerador de tensão do circuito, e observar a luminosidade das lâmpadas
(intercalar amperímetros).
contínua. • Substituir as resistências utilizadas por uma de
resistência equivalente e comparar os valores obtidos
A consequência deste tipo de associação é que, se o circuito for no amperímetro.
• Prever o cálculo da resistência equivalente.
aberto em qualquer ponto, não há passagem de corrente elétrica. Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu

Supondo que cada uma das resistências é substituída por uma lâm-
pada de incandescência Fig. 25B : se uma das lâmpadas fundir, o fila-
mento deixa de estabelecer contacto elétrico e a outra lâmpada não
acende, o que é equivalente a desligar o interruptor K1. Como o circuito
fica interrompido entre os terminais do gerador, não se estabelece cor-
rente elétrica entre esses dois pontos.

Resistência equivalente (Req) numa associação em série

Uma associação de resistências elétricas pode ser substituída por


uma única resistência (resistência equivalente) sem que a intensidade
da corrente se altere nesse ramo do circuito, desde que a tensão elé-
trica nesse troço se mantenha constante Fig. 26 . Assim, o circuito da
figura 26A é equivalente ao da figura 26B.

A 4V B 4V

A E A E
+ - + -

2A 2A 2A 2A

3V 1V 0,5 X
Req
2A B D
R1 R2
B 1,5 X C 0,5 X D 4V

Fig. 26 Associação de resistências em série [A]; circuito equivalente [B].

123

565533 090-145.indd 123 10/03/15 12:59


u2p107h3 u2p107h4
2.6 Associações em série e em paralelo: diferença de potencial elétrico e corrente elétrica

Professor Como a soma das tensões elétricas medidas nos terminais de cada
Sugestões metodológicas resistência é igual à tensão medida nos terminais do gerador de tensão
• Montar o circuito simples ilustrado na figura 27, com contínua, tem-se:
interruptores (abertos/fechados) em diferentes pontos
do circuito e observar a luminosidade das lâmpadas
(intercalar amperímetros e voltímetros). UAE = UBC + UCD
• Substituir as resistências utilizadas por uma de
resistência equivalente e comparar os valores obtidos U
nos amperímetros e voltímetros. Usando a definição de resistência, R =
, e sabendo que a intensi-
I
• Obter a resistência equivalente a partir da expressão
dada no manual e comparar com os resultados previstos
dade da corrente que atravessa cada uma das resistências é igual,
a partir dos valores da tensão e da corrente elétrica obtém-se:
no paralelo.
Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
Req I = R1 I + R2 I

Req = R1 + R2

A resistência equivalente de uma associação em série é igual à


soma das resistências que participam na associação:
Req = R1 + R2

Na associação de resistências em paralelo Fig. 27 , verifica-se que:


• a tensão elétrica é a mesma em todas as resistências que se encon-
tram associadas em paralelo;
• a soma das intensidades da corrente medidas em cada ramo da
associação em paralelo é igual à corrente total no circuito principal.

A 12 V B

5A 5A
2A 6X K1 K1
K2

3A 4X K2

Fig. 27 Associação de resistências em paralelo [A]; associação de lâmpadas de incandescência em paralelo [B].

Neste caso, é possível colocar apenas uma das resistências em fun-


u2p108h1 cionamento, inserindo um interruptor em cada um dos ramos da associa-
ção.
u2p108h2
Considere-se o exemplo da figura 27B, em que as resistências são
substituídas por lâmpadas de filamento. Se uma das lâmpadas se fundir
ou se um dos interruptores K1 ou K2 for desligado, a outra lâmpada con-
tinuará a funcionar, uma vez que faz parte de um circuito elétrico que
não foi interrompido.

124

565533 090-145.indd 124 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

Resistência equivalente (Req) numa associação em paralelo

No caso da resistência equivalente de uma associação em paralelo,


como a do circuito da figura 28A, as duas resistências em paralelo podem
ser substituídas por uma única resistência de valor equivalente Fig. 28B .

A B
12 V 12 V

A D

5A 5A 5A 5A
I1 6X K1

B 2A C 2,4 X
B 1 I2 4X K2 C 1
Req
3A

Fig. 28 Associação de resistências em paralelo [A]; circuito equivalente [B].

Sabendo que a soma da intensidade da corrente que atravessa cada


u2p109h1
uma das resistências da associação é igual à intensidade da corrente no u2p109h2

circuito principal:

I = I1 + I2
U
e recorrendo à definição de resistência, R = , a expressão anterior
I
fica:
U AD U BC U BC
= +
R eq R1 R2

Como as tensões elétricas medidas nos terminais de cada resistência


são iguais entre si e iguais à tensão medida nos terminais do gerador de
tensão contínua, UAD = UBC = UB'C', deduz-se que:

1 1 1
= +
R eq R1 R2

O inverso da resistência equivalente de uma associação em para-


lelo é igual à soma dos inversos de cada uma das resistências que
participam na associação:
1 1 1
= + +…
R eq R1 R2

125

565533 090-145.indd 125 10/03/15 12:59


2.6 Associações em série e em paralelo: diferença de potencial elétrico e corrente elétrica

Professor 2.6.2 Associações em série e em paralelo


Sugestões metodológicas de geradores de tensão
• Demonstrar, experimentalmente, como aumentar:
— a força eletromotriz através da associação
de geradores em série;
Quando se associam várias pilhas em série Fig. 29 , diz-se que se tem
— a corrente elétrica através da associação uma bateria. Este tipo de associação permite aumentar a força eletromo-
de geradores em paralelo.
• Utilizar simulações em: https://phet.colorado.edu
triz, que pode ser disponibilizada pela bateria ao circuito onde for inse-
• Exemplificar com aplicações do quotidiano. rida, uma vez que a energia potencial da carga transportada aumenta de
cada vez que atravessar um dos elementos.

r1 f1 r2 f2

- + - +

U1 U2

U = U1 + U2

Fig. 29 Associação de geradores de tensão contínua em série.

Quando se associam em paralelo várias pilhas iguais Fig. 30 , o objetivo


u2p110h1
não é aumentar a força eletromotriz, pois este valor é exatamente igual ao
de uma única pilha. Assim, se a força eletromotriz de cada pilha for 2 V,
associando em paralelo as duas pilhas, tem-se uma bateria também com
uma força eletromotriz de 2 V.

No entanto, este tipo de associação tem a vantagem de fornecer ao


circuito, onde a associação foi inserida (circuito exterior), uma corrente
elétrica superior à que seria possível se apenas fosse utilizada uma pilha.

I r f
2
- +

I r f
2
- +

U U
Fig. 30 Associação de geradores de tensão contínua em paralelo.

Considerando pilhas idênticas, no exemplo da figura 30, a corrente


que a associação de pilhas pode fornecer ao circuito, em curto-circuito,
u2p110h2
é o dobro da intensidade de corrente que cada uma delas pode fornecer,
e a sua resistência interna é metade do valor da resistência interna de
cada pilha.
126

565533 090-145.indd 126 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

EXERCÍCIO RESOLVIDO 5
Estudo do comportamento de um circuito elétrico
L1 E
G
Observe o circuito de corrente contínua representado
L2
e responda a cada uma das questões seguintes. A C D H
B
5.1 Identifique regiões do circuito onde a resistência F
é desprezável. Justifique a sua resposta. V L3
fpilha = 3,0 V; r pilha = 1,2 X
5.2 S
 uponha que nas posições C, F e G estão
G1 G2
interruptores. Selecione a opção correta. A I

A. Desligando o interruptor C, apenas L1 ficará ligada.


B. Desligando o interruptor F, L1 e L2 continuarão em funcionamento.
C. Se o interruptor E for desligado, a intensidade de L3 aumenta.
D. Se o interruptor F for desligado, a intensidade de L1 aumenta.
u2p111h1
5.3 Qual é a relação entre o valor da intensidade da corrente lida no amperímetro e a intensidade da
corrente que percorre cada uma das lâmpadas L2 e L3, se a resistência de L2 for o dobro de L3?
Justifique a sua resposta.
5.4 Se os geradores G1 e G2 forem iguais, quais são os valores da resistência interna e da força
eletromotriz que os caracterizam? Justifique a sua resposta.
5.5 Quando todas as lâmpadas são iguais, qual é o valor da tensão nos terminais de L1 se
o amperímetro regista 1,0 A? Justifique a sua resposta.

5.1 
RESPOSTA:
A resistência é desprezável nos fios condutores usados para ligar os diferentes
Professor
SUGESTÕES
componentes: AB, CD, DE, FH, GH e HI. METODOLÓGICAS
• Explorar a proposta
RESPOSTA: B
5.2 
de resolução do exercício
resolvido «Estudo do
5.3 
RESOLUÇÃO: comportamento de um
L1 é percorrida pela corrente I1 fornecida pelo gerador ao circuito. Como L2 e L3 estão circuito elétrico».
associadas em paralelo, a tensão nos seus terminais é igual (UDH) e a soma das correntes
que atravessa L2 (I2) e L3 (I3) é igual a I. Como a resistência de L2 é o dobro da resistência
1 3
de L3, então, I2 = I3. Assim, I = 3I2 e I = I3.
2 2
5.4 
RESOLUÇÃO:
Como os geradores G1 e G2 estão associados em série e são iguais, então, são caracterizados por:
f pilha r pilha
fG1 = fG2 = = 1,5 V; r1 = f2 = = 0,6 X
2 2
5.5 
RESOLUÇÃO:
Cálculo da tensão (U) medida no voltímetro: U = f - rpilha I + U = 3,0 - 1,2 ◊ 1,0 = 1,8 V
L2
Cálculo da resistência equivalente da associação do paralelo quando R3 = R2 = R1 = R:
L3
1 1 1 R
= + + R eq =
R eq R1 R1 2
O circuito equivalente é composto por duas resistências (associadas em série) de valores R
R
e , entre BC e DH, respetivamente. Como a intensidade da corrente que as percorre
2
é igual (1,0 A), a tensão nos terminais de R (UBC = 1,2 V) é o dobro da tensão nos terminais
R
de (UDH = 0,6 V).
2

127

565533 090-145.indd 127 10/03/15 16:52


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre associações em série e em paralelo
1 C
 onsidere o circuito esquematizado e responda às questões.
V
I

- +

I4 R4 R1 I1

R3 R2

I3 I2

1.1 R
 elativamente ao circuito esquematizado, selecione a opção correta.
A. As resistências R1 e R4 estão associadas em paralelo e R2 e R3 estão associadas em série.
B. As resistências R1 e R3 estão associadas em paralelo e R2 e R3 estão associadas em série.
u2p112h1
C. As resistências R1 e R2 estão associadas em paralelo e as resistências R3 e R4 estão
associadas em série.
D. Todas as resistências estão associadas em série.
1.2 E
 stabeleça a relação entre os valores de intensidade de corrente elétrica representada por I, I1,
I2, I3, I4.
1.3 A
 dmita que a diferença de potencial nos terminais do gerador é de 12 V e as resistências são
todas iguais. Refira o valor da tensão nos terminais de cada uma das resistências.
2 N
 a figura seguinte, está a representação simbólica de um circuito elétrico simples.

Professor
Sugestões
metodológicas
• Como tarefa de aula 12 V 24 X 12 X V
e/ou trabalho para casa,
os alunos deverão resolver
os exercícios de aplicação
dos conceitos sobre
associações em série
e em paralelo.

AVALIAR 2.1 D
 iga o nome dos aparelhos de medida representados no circuito e identifique a grandeza que
CONHECIMENTOS cada um mede.
1. 2.2 D
 esenhe no circuito uma seta para identificar o sentido real da corrente.
1.1 D
2.3 Indique a polaridade do aparelho de medida representado por V, escrevendo os sinais +
1.2 I = I 1 = I 2 = I 3 = I 4 u2p112h2
1.3 U = 3 V ou - nos seus terminais.
2. 2.4 Indique o valor da grandeza medida no aparelho representado pela letra V. Considere
2.1 A — amperímetro;
a resistência interna do gerador desprezável.
mede a intensidade
da corrente elétrica; 3 U
 ma resistência é percorrida por uma corrente elétrica de intensidade 1,5 mA, quando
V — voltímetro; mede
se estabelece nos seus terminais uma tensão de 1,5 V. Nessas condições, o valor da resistência
a diferença de potencial.
2.4 R = 12 V elétrica é:
3. A. 1 X C. 1,0 × 10 4 X
D B. 1,0 × 10-4 X D. 1,0 × 103 X

128

565533 090-145.indd 128 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

4 Na figura seguinte, estão representados esquematicamente três circuitos elétricos simples. O valor de
cada uma das resistências R é igual nos três circuitos e i1, i2 e i3, representam os valores das leituras
das intensidades das correntes elétricas medidas nos respetivos amperímetros.

A A A
i1 i2 i3

Quando os três circuitos são submetidos a uma mesma diferença de potencial elétrico, a relação
entre i1, i2 e i3 é:
A. i1 = i2 = i3
i1 u2p113h1 u2p113h2 u2p113h3
B.  = i2 = i3
2
1
C. i1 = 2i3 =
2
i3
D. i1 = 2i2 =
2
5  onsidere os circuitos elétricos A, B e C a seguir representados. Refira o valor da intensidade
C
de corrente elétrica medido em cada um dos amperímetros.

A B
2X 2X
A1 A1

2X

I=9A I=9A
A B A A2 B

2X

A2 A3

2X 2X

A1
Professor
4.
u2p113h4
2X u2p113h5 D
5.
A. I 1 = 3 A
I2 = 6 A
I=9A B. I 1 = 3 A
A A2 A3 B I2 = 3 A
2X 2X I3 = 3 A
C. I 1 = 4,5 A
I 2 = 4,5A
I3 = 9 A

u2p113h6 129

565533 090-145.indd 129 28/05/15 15:06


AVALIAR CONHECIMENTOS

6 N
 a figura seguinte, está esquematizado um circuito elétrico constituído por três lâmpadas iguais
e uma pilha.

2,0 X

B
2,0 X
A

2,0 X
C
3,0 V

Quando se fecha o interruptor, a intensidade de corrente elétrica no circuito é 1 A.


6.1 A
 ssinale opção correta.
A. A intensidade de corrente elétrica que atravessa a lâmpada B é de 1 A.
B. A intensidade de corrente elétrica que atravessa a lâmpada A é igual à intensidade
u2p113h7
de corrente elétrica que percorre a lâmpada B.
C. A tensão nos terminais da lâmpada B é igual à tensão medida nos terminais da lâmpada C.
D. A tensão nos terminais da lâmpada A é 3 V.
6.2 D
 etermine o valor da resistência equivalente da associação de resistências, B e C, do circuito.
7 C
 onsidere a associação de resistências apresentadas na figura seguinte. Entre os pontos A e B
é estabelecida uma tensão de 12 V.

R1 = 3 X

i1

A R2 = 3 X B
A1 A2
i2
i
R3 = 6 X

i3

12 V

7.1 Indique o valor medido no voltímetro ligado aos terminais da resistência R1.
7.2 D
 etermine a intensidade de corrente elétrica que percorre cada uma das resistências.
7.3 Indique os valores lidos nos amperímetros A1 e A2.
u2p114h1
Professor
6.
6.1 C
6.2 R = 1 X
7.
7.1 U = 12 V
7.2 I 1 = 4 A; I 2 = 4 A;
I3 = 2 A
7.3 I = 10 A

130

565533 090-145.indd 130 10/03/15 12:59


2.7  
Conservação da energia em circuitos elétricos;
SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

potência elétrica

A análise de qualquer circuito elétrico faz-se tendo por base dois prin- Professor
cípios fundamentais: LIVROMÉDIA
• a conservação da carga;
PowerPoint
• a conservação da energia. Conservação da energia em circuitos elétricos;
potência elétrica
Anteriormente, aplicou-se o princípio da conservação de energia a um
gerador com uma força eletromotriz, f, e uma resistência interna, r, para
determinar a energia elétrica útil que o gerador é capaz de fornecer ao
circuito, onde podem ocorrer as transformações de energia seguintes:
• elétrica " química (voltâmetro, baterias em «carga»)
• elétrica " mecânica (motores elétricos)
• elétrica " térmica (condutores)
• elétrica " luminosa (LED)

Independentemente da função do componente elétrico, verifica-se


sempre que existe transformação de alguma energia elétrica em térmica
por efeito Joule, por mais insignificante que seja. Em muitos casos essa
energia não é utilizada; então, diz-se que se trata de uma energia dissi-
pada, quando a função principal do circuito não é a transformação de
energia elétrica em energia térmica.

Quando um componente elétrico é puramente resistivo, a transforma-


ção por efeito Joule é a única que tem lugar.

Considere-se o circuito da figura 31, que é constituído por uma lâm-


+

pada de incandescência e um gerador. -

Se a resistência dos fios de ligação for desprezável, então, aplicando


o princípio de conservação de energia ao circuito, tem-se que a energia
elétrica útil (Eútil) fornecida pelo gerador é totalmente transformada em
energia térmica na resistência (filamento) por efeito Joule. Interruptor
Gerador de tensão contínua

Eútil = Etérmica
U2P115H1 B
A
Como a tensão nos terminais do gerador (U) é igual à tensão nos ter- Lâmpada
de incandescência
minais da lâmpada e a intensidade da corrente (I) é igual em qualquer B
C
troço do circuito, obtém-se:

U I Dt = R I 2 Dt Fig. 31 Conservação de energia


num circuito elétrico.
Recorrendo à definição de potência como energia transferida/transfor- A emissão de luz na
mada por unidade de tempo, conclui-se que: lâmpada é devida à elevada
u2p115h2
• a potência elétrica fornecida pelo gerador ao circuito — potência temperatura atingida pelo
filamento quando se torna
elétrica útil (Pe) — é dada por Pe = U I;
incandescente.
• a potência transformada no condutor puramente resistivo é P = R I 2.

Num circuito apenas com componentes resistivos, a potência elétrica


(Pe = U I) é igual à potência transformada por efeito Joule (P = R I 2).

U I = R I2
131

565533 090-145.indd 131 13/03/15 15:30


2.7 Conservação da energia em circuitos elétricos; potência elétrica

EXERCÍCIO RESOLVIDO 6
Conservação de energia num circuito elétrico
Considere o circuito representado, onde os valores A
B D
das resistências de L1 e L2 são, respetivamente, 2 X e 4 X. L1 C L2

6.1 Determine: 2V

a) a intensidade da corrente, I, que percorre o circuito;


G1
b) a potência elétrica de cada uma das resistências. A E

6.2 P
 reveja o que aconteceria à potência elétrica de cada uma das lâmpadas se ligadas em paralelo.
6.3 Determine a energia elétrica fornecida pela bateria ao circuito se operasse durante 1 h.

6.1 a) DADOS: R1 = 2 X; R2 = 4 X; UAE = 2 V


u2p116h1

CÁLCULOS:
Professor
Cálculo da resistência equivalente: Req = R1 + R2 + Req = 6 X
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS U AE 2 1
• Explorar a proposta Determinação da intensidade da corrente: I = = = , 0,33 A
R eq 6 3
de resolução do exercício
resolvido «Conservação  RESPOSTA: A intensidade da corrente que percorre o circuito é 0,33 A.
de energia num circuito
elétrico». b) DADOS: R1 = 2 X; R2 = 4 X; I = 0,33 A


CÁLCULOS:
Como os elementos são puramente resistivos, a potência elétrica é calculada por:
P(L1) = R I 2 & P(L1) = 2 ◊ (0,33)2 , 0,22 W
P(L2) = R I 2 & P(L2) = 4 ◊ (0,33)2 , 0,44 W
RESPOSTA: A potência elétrica da lâmpada L1 é 0,22 W e a da lâmpada L2 é 0,44 W.


6.2 
RESOLUÇÃO:
Ao ligar L1 e L2 em paralelo, a Req diminui e, consequentemente, aumenta a intensidade
da corrente que o gerador fornece ao circuito. Então, a potência elétrica de cada uma das
lâmpadas aumenta para a mesma tensão do gerador aplicada aos respetivos terminais.
1 1 1
Cálculo da resistência equivalente: = + + Req , 1,33 X
R eq 2 4
Cálculo da intensidade da corrente que o gerador fornece ao circuito:
U 2
I= &I= + I , 1,5 A
R eq 1,33
Cálculo da intensidade da corrente em cada uma das lâmpadas:
2 2
I = I1 + I2; I1 = = 1 A; I2 = = 0,5 A
2 4
Determinação da potência elétrica de cada uma das lâmpadas:
P(L1) = R I 2 & P(L1) = 2 ◊ 12 = 2 W
P(L2) = R I 2 & P(L2) = 4 ◊ (0,5)2 = 1 W
6.3 
RESOLUÇÃO:
Por conservação de energia, a potência útil é igual à potência térmica das resistências
e é dada por:
Pútil = P(L1) + P(L2) = 0,22 + 0,44 = 0,66 W
Durante 1 h, a energia elétrica fornecida pelo gerador é:
Eútil = P ◊ Dt = 0,66 ◊ 3600 = 2376 J

132

565533 090-145.indd 132 10/03/15 12:59


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre conservação de energia em circuitos elétricos; potência elétrica
1 Considere o esquema ao lado, que representa o balanço energético de um gerador eletroquímico,
e responda às questões.
1.1 S
 elecione a opção correta. GERADOR
GERADOR

Neste sistema, o termo «energia recebida» Energia Energia


refere-se a: recebida útil
A. Energia química. C. Energia elétrica.
B. Energia mecânica. D. Energia térmica.
1.2 S
 elecione a opção correta.
Neste sistema, o termo «energia útil» refere-se a: EEnergiiaa
Ene
Energia
di i d
dissi da
dissipada
A. E
 nergia química. C. Energia elétrica.
B. Energia mecânica. D. Energia térmica.
1.3 Justifique o facto de existir uma parcela de energia dissipada no gerador.
2 Relativamente à força eletromotriz de um gerador, selecione a opção correta.
A. O valor da força eletromotriz do gerador depende da resistência interna do gerador.
B. O valor da força eletromotriz do gerador depende da resistência que se liga ao gerador.
C. A força eletromotriz é uma constante do gerador. u2p117h1
D. A unidade de força eletromotriz é o newton.
3 Considere um circuito elétrico constituído por uma resistência, no qual foi estabelecida uma diferença
de potencial 110 V. Durante 50 s o circuito foi percorrido por uma intensidade de corrente elétrica de Professor
2 A. Determine a energia elétrica fornecida ao circuito. Sugestões
metodológicas
4  a figura, está representado um circuito elétrico simples, constituído por um gerador não ideal, uma
N • Como tarefa de aula
resistência elétrica e um amperímetro. Quando o interruptor é fechado, o amperímetro marca o valor e/ou trabalho para casa,
de 2,0 A. os alunos deverão resolver
20 X os exercícios de aplicação
4.1 C
 alcule a potência do gerador sabendo que dos conceitos sobre
o mesmo dissipa na sua resistência interna conservação de energia em
4,0 ◊ 102 J em 20 s. circuitos elétricos; potência
ri elétrica.
4.2 D
 etermine: A
f AVALIAR
a) o valor da resistência interna do gerador; CONHECIMENTOS
b) a força eletromotriz do gerador. 1.
1.1 A
5 Um circuito elétrico é constituído por um gerador, um condutor, um amperímetro e um voltímetro. 1.2 C
Quando, no circuito, é colocado um condutor de resistência R1, a tensão nos terminais do gerador 1.3 O gerador tem uma
é de 14,0 V e a intensidade de corrente elétrica no circuito é de 4,0 A. Substituindo o condutor resistência interna; por
por outro de resistência R2, a corrente elétrica no circuito passa a ser 2,0 u2p117h2
A, e nos terminais do efeito Joule, há dissipação
de energia na forma
gerador é estabelecida uma diferença de potencial de 16,0 V. de energia térmica
5.1 C
 alcule a resistência interna e a força eletromotriz do gerador. na resistência interna
do gerador.
5.2 A
 dmita que o circuito esteve ligado durante dois minutos. Calcule a energia fornecida a cada
2.
um dos condutores neste intervalo de tempo.
C
6 No laboratório de Física, fez-se a montagem do circuito esquematizado na figura seguinte. 3.
Ao fechar o interruptor, observou-se que o valor da tensão nos terminais do gerador diminui 0,5 V E = 11 000 J
e a intensidade de corrente elétrica no circuito era de 1 A. 4.
4.1 P = 100 W
Selecione a opção que refere o valor da resistência I 4.2 r i = 5 X; f = 50 V
interna do gerador.
5.
A. 1 X 5.1 r i = 1,0 X; f = 18 V
5.2 E (R1) = 6,720 × 103 J
B. 0,5 X 6X E (R2) = 3,840 × 103 J
C. 2 X
6.
D. 3 X B

133
u2p117h3
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ATIVIDADES LABORATORIAIS

AL 2.1 Características de uma pilha


Professor OBJETIVO GERAL
SUGESTÕES Determinar as características de uma pilha a partir da sua curva característica.
METODOLÓGICAS
• Assegurar A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir
que os alunos determinar o valor da resistência interna (r) de uma fonte
compreendem de tensão (pilha) e a sua força eletromotriz (f), através da
o objetivo geral passagem de corrente elétrica num circuito com uma
da atividade,
de modo a que resistência externa variável (Rv). A medição da diferença
possam de potencial elétrico nos terminais da pilha e da corrente
envolver-se na elétrica que percorre o circuito, para diferentes valores
sua planificação da resistência exterior, permite traçar e analisar o gráfico
e realização.
que relaciona estas grandezas, de modo a determinar
as características do gerador (curva característica).
Relatório
Os geradores são dispositivos capazes de manter entre
da AL 2.1
Características os seus terminais uma diferença de potencial cujo valor
de uma pilha máximo corresponde à sua força eletromotriz (f. e. m.).
Grelha Quando se encontra em circuito fechado, e devido à sua resistência interna, uma parte da energia
de observação
transformada em energia elétrica é dissipada, por efeito Joule, no próprio gerador. Assim, a diferença
da AL 2.1
Características de potencial que se estabelece entre os seus terminais é inferior ao valor máximo.
de uma pilha
Grelha
de avaliação
da AL 2.1
Características
PARTE I — Preparação da atividade laboratorial
de uma pilha
O que é preciso saber…
1 Qual é a função de um gerador de tensão num circuito?
2 Que grandezas são características de um gerador? Qual é o seu significado físico?
3 A diferença de potencial (U) entre os terminais de um gerador de força eletromotriz (f) e resistência
interna (r) quando atravessado por uma corrente de intensidade (I) é traduzida pela expressão:
U=f-rI
Refira qual é a diferença de potencial entre os terminais de uma pilha quando esta se encontra:
a) em circuito aberto;
b) em circuito fechado;
c) em curto-circuito (os seus polos são ligados por um fio de resistência elétrica desprezável).
À função linear U = f(I), que representa a diferença de potencial entre os terminais de uma fonte
4 
de tensão em função da corrente que a percorre, dá-se o nome de curva característica desse
gerador.
U
4.1 A
 partir da representação gráfica, como pode determinar a força
eletromotriz e a resistência interna de uma pilha? f

4.2 E
 sboce a função U = f(I) de duas pilhas, uma com resistência
interna baixa e outra com resistência interna alta.

A associação, em série ou em paralelo, de geradores de tensão num circuito elétrico depende
5
da função que se pretende que o circuito desempenhe.
Conclua quanto ao valor da força eletromotriz, de uma associação de geradores de tensão iguais,
quando ligados:
u2p119h2
a) em série;
b) em paralelo.

134

565533 090-145.indd 134 13/03/15 15:31


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

Refletir e construir o procedimento experimental…


1  ara efetuar o estudo da curva característica de uma pilha,
P
A I
considere o circuito constituído por um gerador (pilha) e uma
resistência exterior variável (Rv), como se ilustra na figura ao
lado. Rv

1.1 Quais são as grandezas físicas medidas?


V U
1.2 C
 omo proceder experimentalmente para obter dados que
permitam traçar a curva característica da pilha?
SUGESTÃO: A corrente elétrica e a queda de tensão são I
funções da resistência presente no circuito.
1.3 O
 valor da resistência introduzida no circuito (Rv) deve ser controlado e variar de forma
decrescente. Justifique este procedimento.
1.4 Como poderia, a partir de uma medição direta, medir a força eletromotriz da pilha? Justifique
o procedimento escolhido.
1.5 Comente a afirmação: Em circuito fechado, a tensão nos terminais de um gerador é inferior
à sua força eletromotriz.

PARTE II — Execução da atividade laboratorial u2p120h1


Professor
Material utilizado no procedimento experimental… SUGESTÕES METODOLÓGICAS
•  ilha ou conjunto de pilhas em série
P • Desenvolver o respeito pelo
• Amperímetro cumprimento de normas de
segurança gerais, de proteção
• Voltímetro pessoal e do ambiente.
• Resistência variável (reóstato) • Discutir quais são as grandezas
• Interruptor a medir diretamente, os erros
• Fios de ligação e crocodilos que as afetam e o modo
de os minimizar.

Execução do procedimento experimental


• Faça a montagem experimental que lhe permita
efetuar a medição das grandezas necessárias
para determinar as características de uma pilha
a partir da sua curva característica.
• Meça, diretamente, a força eletromotriz da pilha (f) e registe esse valor.
• Planifique o modo de realização da experiência sabendo que se pretende, a partir da medição da
diferença de potencial nos terminais da pilha e da medição da intensidade da corrente elétrica no
circuito, traçar a curva característica e determinar as características da pilha.
SUGESTÃO: Baseie-se no circuito simples representado, no material disponível, e tenha em atenção a reflexão
anteriormente realizada, nomeadamente quanto ao valor da resistência introduzida no circuito.
• Escolha a escala adequada para cada um dos aparelhos de medida e efetue o número de medições
necessárias para traçar a curva característica da pilha.
É conveniente, em cada medida, fechar o circuito apenas o tempo necessário para ler os valores
no voltímetro e no amperímetro, para não descarregar a pilha de alimentação destes aparelhos.
• Execute a experiência, seguindo a metodologia escolhida, e conceba tabelas de registo de dados de
forma a sistematizar a informação relevante sobre os instrumentos de medida (grandeza física; menor
divisão de leitura; digital/analógico; incerteza absoluta de leitura — em alternativa, poderá utilizar
a proposta de tabela 1) e efetuar o registo das medições diretas (diferença de potencial e intensidade
da corrente elétrica). A medição direta de grandezas deve atender à incerteza experimental associada
à leitura do aparelho de medida.
NOTA: Metade da turma deve utilizar pilhas novas e a outra metade, pilhas usadas. Após a experiência
e o tratamento dos dados, os grupos devem comparar, de forma crítica, os resultados experimentais
obtidos.

135

565533 090-145.indd 135 10/03/15 12:59


ATIVIDADES LABORATORIAIS

Registo do resultado das medições efetuadas


Copie a tabela seguinte para o seu caderno e complete-a com a caracterização dos instrumentos
de medida.

Tabela 1 Caracterização de cada instrumento de medida

Aparelhos de medida
Voltímetro Amperímetro

Grandeza física

Menor divisão
de leitura/unidade

Digital/analógico

Incerteza absoluta
de leitura/unidade

PARTE III — Análise e discussão da atividade laboratorial


1 A partir dos resultados experimentais obtidos, construa o gráfico da diferença de potencial elétrico
aplicada aos terminais da pilha em função da intensidade da corrente elétrica no circuito — curva
característica.
SUGESTÃO: Utilize a calculadora gráfica ou folha de cálculo.

2 A linha média (reta mais provável) que se ajusta aos valores experimentais traduz a relação linear
que era esperada?
3 Escreva a equação de regressão que melhor se ajusta aos pontos experimentais, identificando as
grandezas físicas na equação da reta de regressão.
4 Determine, a partir da equação de regressão, o valor da força eletromotriz e da resistência interna da
pilha.
5 Compare o valor da força eletromotriz obtido a partir da equação de regressão com o valor da força
Professor eletromotriz medido diretamente nos terminais da pilha. Seja crítico quanto aos resultados obtidos.
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
6 Compare, de forma crítica, os valores da força eletromotriz e da resistência interna, relativos a pilhas
• Efetuar a
novas e usadas.
medição da força SUGESTÃO: Deve comparar os resultados experimentais obtidos pelos diferentes grupos.
eletromotriz da(s)
pilha(s), após 7 Conclua quanto ao valor da resistência interna de uma pilha em função do tempo de utilização.
a realização
8 Diga, justificando, em que condições uma pilha transforma mais energia, isto é, em que a pilha
dos ensaios,
e comparar com se «gasta» mais facilmente.
o valor inicialmente
9 Comente a seguinte recomendação, feita pelos fabricantes de equipamentos: «Não misture pilhas
medido.
usadas com pilhas novas, nem tipos de pilhas diferentes.»

136

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SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

PARTE IV — Saber +
A procura de pilhas e baterias, de menores dimensões e mais eficientes, levou à existência
de uma grande variedade das mesmas. Na escolha de um determinado tipo de pilha ou bateria,
para a alimentação de um equipamento, deve ter-se em
AAA Lítio AAA Alcalina
consideração, a tensão que deverá ser mantida no circuito durante
o tempo de funcionamento do mesmo. 1,6
A forma como esta tensão se mantém durante a vida útil da pilha 1,4

Tensão/ V
ou bateria pode, no entanto, variar e isso pode afetar o desempenho
do equipamento. Tal como representado na figura, diferentes tipos 1,2
de pilha possuem características de descarga diferentes. Por 1,0
exemplo, a curva típica de descarga de uma pilha de lítio, mostra
que a tensão se mantém estável por um longo período. 0,8
0 6 12 18 24 30
Vida útil/h
1  ilhas e baterias são exemplos de geradores eletroquímicos
P
utilizados em larga escala no dia a dia. Responda às questões I = 50 mA; t = 21 °C

seguintes.
1.1 O
 que é um gerador eletroquímico?
1.2 E
 xistem à venda pilhas/baterias não recarregáveis (gerador primário) e recarregáveis (gerador
Professor
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
secundário). Faça uma pesquisa sobre o que as distingue e dê exemplos.
• Explorar as questões,
1.3 E
 stes geradores são exemplos de geradores não ideais. Justifique esta afirmação com base permitindo a interligação de
no efeito provocado na tensão, quando montados num circuito elétrico. u2p121h1 conteúdos, como forma de
promoção e consolidação das
2O circuito interno de alguns equipamentos impede que o equipamento funcione quando a tensão aprendizagens.
na pilha está abaixo de um determinado valor (tensão de corte).
De acordo com a informação disponível, refira:
a) o tipo de pilha a adquirir, alcalina ou
de lítio, para equipar um microfone sem Equipamento Microfone s/ fios Leitor MP3
fios que se pretende a funcionar em Classificação das pilhas AAA AAA
contínuo durante 20 horas;
N.º de pilhas 1 1
b) o tempo máximo de utilização do leitor
de MP3, sabendo que está equipado Tensão de corte/V 1,25 1,12
com uma pilha AAA alcalina.
3 Comente a seguinte afirmação: Quanto mais elevada for a tensão de corte de funcionamento de um
equipamento, mais curta será a vida útil da pilha ou bateria usada para alimentá-lo.
4As figuras seguintes permitem comparar as curvas de descarga e a resistência interna de dois tipos
de pilhas com a sua utilização.
O que pode concluir quanto à variação da tensão e da resistência interna de cada tipo de pilha com
a sua utilização?

Alcalina AA Lítio AA (Li-FeS2)


1,8 1,0 1,8 1,0

1,6 0,8 1,6 0,8


Resistência/ X

Resistência/ X
Tensão/ V

Tensão/ V

1,4 0,6 1,4 0,6

1,2 0,4 1,2 0,4

1,0 0,2 1,0 0,2

0,8 0,0 0,8 0,0


0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo/h Tempo/h I = 50 mA

5  efira, justificando, se será possível medir a resistência interna de um gerador utilizando um


R
ohmímetro.
Justifique a seguinte afirmação: Os geradores não fornecem toda a energia elétrica que produzem.
6 
Parte da energia elétrica produzida é dissipada dentro do próprio gerador.u2p121h3

u2p121h2 137

565533 090-145.indd 137 28/05/15 15:07


IDEIAS-CHAVE

Professor  m corpo adquire carga elétrica positiva quando passa a existir no corpo uma deficiência de eletrões
• U
relativamente aos protões.
LIVROMÉDIA
 m corpo adquire carga elétrica negativa quando passa a existir no corpo um excesso de eletrões
• U
relativamente aos protões.
Fichas de trabalho
n.º 3 e 4
 valor absoluto da carga elétrica de um corpo corresponde a um número inteiro a multiplicar pelo
• O
Energia e fenómenos valor da unidade elementar de carga elétrica (e = 1,601 × 10-19).
elétricos
Ficha de avaliação
n.º 2 Q = n × 1,601 × 10-19
Energia e fenómenos
elétricos
 capacidade que um dado material tem de transferir o seu excesso de carga permite distinguir entre
• A
materiais condutores elétricos e isoladores elétricos.
 efine-se diferença de potencial elétrico entre A e B (tensão), UA - UB, como o trabalho realizado
• D
pela força elétrica _WF i para deslocar uma carga unitária positiva (q) de uma região A, de potencial
e

elétrico UA, para outra região B, onde o potencial elétrico é UB.

WF e
UA - UB = q

 corrente elétrica é um movimento ordenado de carga elétrica num condutor, quando o mesmo está
• A
sujeito a uma diferença de potencial elétrico.
 corrente elétrica pode resultar do movimento de diferentes tipos de partículas. Num condutor
• A
sólido metálico, as cargas móveis são eletrões; num condutor eletrolítico, são iões; num condutor
gasoso ionizado (plasma), são iões e eletrões.
 ma corrente elétrica estacionária é uma corrente que não varia no tempo. Neste caso, a quantidade
• U
de carga (Q) que atravessa uma dada secção transversal (A) do condutor, por unidade de tempo, é
constante e igual à intensidade da corrente elétrica.

Q
I=
Tt

 ma corrente elétrica contínua é uma corrente elétrica em que o sentido se mantém constante
• U
porque esta estabelece-se num circuito elétrico em que o gerador de tensão mantém constante a
polaridade nos seus terminais.
 ma corrente elétrica alternada é uma corrente em que o sentido varia periodicamente porque esta
• U
se estabelece num circuito elétrico em que o gerador de tensão varia periodicamente a polaridade
nos seus terminais.
 resistência elétrica é uma propriedade macroscópica característica de um condutor que traduz a
• A
oposição do material ao transporte de carga elétrica. Determina a intensidade da corrente (I) que
percorre o condutor quando é aplicada uma diferença de potencial (U) nos seus terminais.

U
R=
I

 relação anterior define a Lei de Ohm, que pode ser enunciada dizendo que a resistência de um
• A
condutor é constante, qualquer que seja a diferença de potencial aplicada.
 resistência de um condutor filiforme é diretamente proporcional à resistividade elétrica do material
• A
que o constitui (t), diretamente proporcional ao comprimento do fio condutor (ℓ) e inversamente
proporcional à secção transversal (A).

ℓl
R=t
A

138

565533 090-145.indd 138 13/03/15 15:32


SUBDOMÍNIO 2 Energia Ee fenómenos
ENERGIA FENÓMENOS ELÉTRICOS
elétricos

• Um material é tanto melhor condutor quanto menor for o valor da sua resistividade.
 efeito Joule está associado à transformação de energia elétrica em térmica (energia dissipada) na
• O
resistência dos componentes elétricos e eletrónicos. Por menor que seja esta resistência interna, tem-
-se sempre uma percentagem de energia elétrica transformada em térmica, a qual é transferida como
calor para a vizinhança.
 um díodo emissor de luz (LED), a transformação de energia elétrica em térmica é muito pequena,
• N
pelo facto de o efeito Joule ser reduzido nestes componentes. Assim, a conversão de energia elétrica
em luminosa é muito mais eficiente que numa lâmpada de incandescência.
 m gerador de tensão contínua estabelece no circuito uma diferença de potencial contínua que dá
• U
origem a uma corrente elétrica contínua e a sua função é manter o fornecimento de energia elétrica
no circuito. Os geradores de tensão contínua têm associada uma resistência interna (r), que é carac-
terística do gerador.
• Designa-se por força eletromotriz (f) a energia, por unidade de carga, que o gerador transforma de
uma forma de energia não elétrica em elétrica. Este valor mede-se nos terminais do gerador, com um
voltímetro, em circuito aberto (l = 0 A).

Ee
f= q

 energia elétrica que o gerador fornece ao circuito num intervalo de tempo (Dt) designa-se por
• A
energia útil.
Eútil = U I Dt

 tensão nos terminais do gerador de tensão contínua (U), de resistência interna (r) e força eletro-
• A
motriz (f), relaciona-se com a corrente no circuito externo (I) pela expressão:

U=f-rI

• A representação gráfica de U = f (I) traduz a curva característica de um gerador de tensão contínua.


• Numa associação em série de resistências, verifica-se que:
— a corrente é a mesma em todas a resistências associadas em série;
— a soma das tensões elétricas medidas nos terminais de cada resistência é igual à tensão medida
nos terminais do gerador de tensão.
— a resistência equivalente é dada por:

Req = R1 + R2 + …

• Numa associação em paralelo de resistências, verifica-se que:


— a tensão elétrica é a mesma, em todas as resistências que se encontram associadas;
— a soma das intensidades de correntes medidas em cada ramo da associação em paralelo é igual à
corrente total no circuito principal.
— o inverso da resistência equivalente é dado por:

1 1 1
= + +…
Req R1 R2

 um circuito com gerador de tensão e condutores puramente resistivos, a transformação de energia


• N
por efeito Joule é a única que tem lugar. A energia elétrica fornecida pelo gerador ao circuito
(Eútil = U I Dt) é totalmente transformada em energia térmica por efeito Joule (E = R I 2 Dt).

139

565533 090-145.indd 139 10/03/15 12:59


ATIVIDADES GLOBAIS
1 O
 gráfico seguinte traduz a variação da resistividade de alguns metais com a temperatura.

30
Fe

25

Rb Os
20
Ir
p × 108/X m

Co Na
15 Rh

10 Mg
Au
5 Cu
Ag
0
-273 -200 -100 0 100 200 300 400 500
Temperatura/ ˚C

1.1 Com base na informação apresentada no gráfico, selecione a opção correta.


A. A resistividade elétrica dos metais diminui quando a temperatura aumenta.
B. A resistividade elétrica varia de forma linear com a temperatura.
C. A prata é o metal que sofre maior variação no valor da resistividade elétrica com o aumento
da temperatura.
D. De dois condutores, um de ferro e outro de cobre, de igual comprimento e área e à mesma
temperatura, terá maior resistência elétrica o condutor de ferro.
u2p122h1
1.2 Considere condutores filiformes de igual comprimento e secção, correspondentes aos metais
Professor indicados no gráfico. Diga, justificando, qual dos metais indicados no gráfico, à temperatura
Atividades globais de 50 °C, é percorrido por uma intensidade de corrente elétrica de menor valor, quando todos
1. os condutores estão sujeitos ao mesmo valor de tensão.
1.1 D
1.2 Uma vez que a tensão é 2 N
 a figura, representam-se os valores de resistividade para alguns materiais.
igual e constante para todos Atendendo à informação da figura, estabeleça a relação qualitativa entre a condução elétrica de um
os condutores, o condutor
que é percorrido por uma
dado material e o valor da resistividade elétrica.
intensidade de corrente
elétrica menor será o cerâmicos
condutor que apresentar 0,01 >1015
maior valor de resistência vidro
elétrica. O condutor que 1013 >1015
apresenta maior valor de cerâmicos porosos
resistência elétrica será o 100 3×109
condutor que à temperatura metais e ligas
de 50 °C apresentar maior 10-8 3×10-6
valor de resistividade elétrica. compósitos
Analisando o gráfico, 10-4 >1015
verifica-se que é o metal Rb. madeira
2. 3×104 3×107
Os metais são bons polímeros
condutores elétricos e, de 2×107 >1015
acordo com a informação borracha
apresentada na figura, são 105 >1015
os materiais que apresentam espumas poliméricas
valor mais baixo de 103 >1015
resistividade elétrica.
Conclui-se, assim, que 10-9 0,001 1000 109 1015
os materiais com menor Resistividade elétrica/X m
valor de resistividade elétrica
são melhores condutores
elétricos.

140
u2p122h2

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SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

3Leia o texto seguinte:


O valor da resistividade elétrica depende, além da natureza do material, da temperatura
a que este se encontra. Nos metais, baixando a temperatura, a resistividade elétrica diminui.
Para temperaturas muito baixas, próximas do zero absoluto, os metais não se comportam todos
de igual modo, podendo ser divididos em dois grupos:
i) Grupo dos metais cuja resistividade vai diminuindo com a temperatura, mas o seu valor nunca
é zero, mesmo a temperaturas extremamente baixas (-270 °C).
ii) Grupo dos metais cuja resistividade diminui com a temperatura e, a partir de determinado valor,
a resistividade elétrica anula-se. Chama-se supercondutor ao condutor com resistividade nula.
São exemplos de metais supercondutores o mercúrio e o chumbo, que se tornam supercondutores
às temperaturas de -268,96 °C e -265,95 °C, respetivamente. Quando tal se verifica, e é
estabelecida uma corrente elétrica, esta pode existir sem necessidade de um gerador de tensão,
uma vez que o condutor deixa de transformar energia elétrica em térmica.
3.1 Com base na informação do texto, assinale a opção correta.
A. Num supercondutor, o efeito Joule é significativo.
B. Um metal torna-se um supercondutor quando a energia cinética média das partículas que
o constituem é elevada.
C. Um material isolador à temperatura ambiente também se pode tornar supercondutor.
D. Quando o metal se torna supercondutor, o número de colisões entre as partículas que são
responsáveis pelo transporte de carga é extremamente baixo.
3.2 E xplique por que razão a utilização de um supercondutor num circuito elétrico aumenta
a eficiência no transporte de energia elétrica.
4 No mercado, encontram-se diversos dispositivos (por exemplo, comandos de sistemas de som
e imagem) que utilizam díodos emissores de luz, conhecidos por LED (Light Emission Diodes),
baseados em materiais semicondutores. A potência luminosa depende da corrente elétrica que passa Professor
através destes dispositivos e é controlada pela tensão aplicada aos seus terminais pelo gerador. 3.
Os gráficos seguintes representam as características de funcionamento de um LED usado em 3.1 D
3.2 De acordo com
sistemas de controlo remoto (comandos). a informação do texto,
o fenómeno de
50 2,0 supercondutividade ocorre
quando o metal se encontra
Intensidade de corrente/10-3 A

a temperaturas próximas
40
Potência luminosa/10-3 W

1,5 de -273,15 °C. Nestas


condições, a resistividade
torna-se nula. Como a
30
resistividade elétrica é
1,0 diretamente proporcional ao
20 valor da resistência elétrica,
sendo a constante de
l
0,5 proporcionalidade ,
10 A
a resistência elétrica do
supercondutor é nula.
0 0,0 Consequentemente, o efeito
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 10 20 30 40 50 Joule não se verifica, pelo
que o transporte de carga
Tensão/ V Intensidade de corrente/10-3 A
elétrica num circuito não
ocorre com transformação
4.1 Como varia a resistividade elétrica de um semicondutor com a temperatura? de energia elétrica em
energia térmica.
4.2 Calcule a eficiência do LED sob uma tensão de 1,2 V.
4.
4.1 A resistividade elétrica
u2p124h1 u2p124h2 de um semicondutor diminui
com a temperatura.
4.2 Pe = 1,2 × 10-2 W;
Pluminosa = 5,5 × 10-4 W
eficiência = 4,6 %

141

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ATIVIDADES GLOBAIS
Professor
5.
O brilho da lâmpada está 5 E
 xistem no mercado interruptores que são utilizados para controlar o brilho de lâmpadas e, assim,
relacionado com a intensidade criar ambientes de maior ou menor luminosidade. O circuito elétrico desses interruptores pode ser
de corrente elétrica no o esquematizado na figura abaixo: tem-se a fonte de tensão, uma lâmpada e um reóstato. Rodando
circuito. Quanto maior for
a intensidade de corrente
o botão do interruptor, move-se o cursor do reóstato entre os pontos A e B, e a resistência elétrica
elétrica, maior será o brilho. no circuito varia, alterando, assim, o brilho de uma lâmpada incandescente. Em que montagem,
Na montagem A, o cursor A ou B, o brilho da lâmpada será maior? Justifique a sua resposta.
está mais próximo da
posição A, o comprimento A A B B A B
do condutor é menor, logo,
a resistência elétrica também
será menor. Diminuindo - -
a resistência elétrica para cursor cursor
+ U + U
a mesma diferença de
potencial, a intensidade
I I
de corrente elétrica aumenta.
Conclui-se, assim, que
na montagem A o brilho
da lâmpada será maior.
6.
6.1 O aquecimento de água
resulta da transformação 6  xistem chuveiros elétricos simples, que utilizam uma resistência elétrica variável, a qual, por efeito
E
de energia elétrica em térmica
Joule, transforma energia elétrica em térmica, aquecendo a água que circula no chuveiro. No
(dissipada) na resistência
elétrica, por efeito Joule, que, chuveiro, existe um botão que faz variar o comprimento do condutor que funciona como resistência,
por sua vez, é transferida para conseguindo-se, assim, variar a temperatura da água.
a água. Para o mesmo caudal, u2p123h1 u2p123h2
6.1 A
 dmita que se mantém constante quer a diferença
quanto maior for a energia
dissipada na resistência, maior de potencial de 220 V nos terminais do comprimento
é a quantidade de energia do condutor que foi selecionado quer o caudal de água
térmica transferida para no chuveiro. Explique o aumento de temperatura quando
a água e, consequentemente,
o botão do chuveiro é mudado da posição de água morna
maior é a variação de
temperatura desta. Nas para água quente.
condições de funcionamento 6.2 A
 dmita que o chuveiro elétrico é percorrido por uma corrente
deste chuveiro, qualquer que
seja o comprimento do
elétrica de intensidade 10 A. Calcule o valor da resistência
condutor (resistência), a tensão elétrica do chuveiro.
aplicada é sempre constante:
isto significa que a intensidade O gráfico ao lado representa a potência elétrica consumida
7
por um condutor óhmico, em função da intensidade de 700
de corrente no circuito
depende do valor da corrente elétrica que o percorre. 600
resistência. Calcule, justificando, o valor da potência consumida pelo 500
A potência dissipada
Potência/W

na resistência elétrica, condutor quando este é percorrido por uma intensidade 400
para uma tensão constante de corrente elétrica de 10 A.
300
é inversamente proporcional
ao valor da resistência 200
U2
elétrica: P = . 100
R
Quanto menor for a 0
resistência elétrica (menor 0 2 4 6 8 10
comprimento do condutor), Corrente elétrica/A
maior é a potência dissipada.
6.2 R = 22 X 8 O
 gráfico ao lado traduz a variação 1200
7. da energia dissipada em função do tempo,
P = 6,25 × 102 = 625 W 1000
para um condutor óhmico, percorrido
8. por uma intensidade de corrente elétrica 800
8.1 A equação da reta
de 2 A. u2p124h4
representada no gráfico é:
E/J

600
Ed = R I 2 Dt 8.1 R
 efira o significado físico do declive
Assim o declive da reta da reta. 400
representa o produto da
resistência elétrica pelo 8.2 C
 alcule o valor da diferença 200
quadrado da intensidade de potencial aplicada nos terminais
de corrente elétrica que 0
do condutor. 0 10 20 30 40 50 60
percorre o condutor (R I 2). t/s
8.2 R = 5 X; U = 10 V

142

565533 090-145.indd 142 u2p125h1 28/05/15 15:08


SUBDOMÍNIO 2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS

9 Considere o circuito ao lado, constituído por uma lâmpada


de incandescência e um gerador não ideal.
Tendo em conta as informações apresentadas, determine R=1X
o valor da potência dissipada na lâmpada.

f = 12 V

r=1X

10 Construiu-se uma estrela de Natal utilizando 10 lâmpadas


B
que emitem luz colorida de diferentes cores. Cada L5 Professor
lâmpada tem uma resistência de 20 X e são ligadas a um L4
u2p125h2
L6 9.
transformador de 120 V. P = 1 × 62 = 36 W
L3 L7
10.1 Identifique, na estrela, as lâmpadas que estão: 10.
120 V 10.1 a) Lâmpadas
a) associadas em série; associadas em série:
L2 L8
b) associadas em paralelo. L1, L2, L3 e L4
L5, L6, L7, L8, L9 e L10
10.2 Se a lâmpada L1 fundir, indique as lâmpadas que L1 L9 b) Lâmpadas associadas
L10
permanecem acesas. em paralelo:
A As lâmpadas L1, L2, L3
10.3 A intensidade de corrente elétrica que percorre
e L4 com L5, L6, L7, L8, L9
as lâmpadas L1,L2, L3 e L4 é 1,5 A. e L10.
A intensidade de corrente elétrica que percorre as restantes lâmpadas será igual, maior 10.2 Ficam acesas as
ou menor do que 1,5 A? Justifique a sua resposta. lâmpadas L5, L6, L7, L8,
L9 e L10.
10.4 Determine a potência dissipada na lâmpada L1. u2p125h3 10.3 Será menor do que
1,5 A, uma vez que neste
11 Na figura seguinte, está esquematizado um circuito elétrico com três resistências associadas
ramo do circuito estão
em paralelo. associadas em série um
maior número de lâmpadas.
A resistência equivalente
R3 é maior e, para a mesma
diferença de potencial,
A 0,3 A 0,8 A B a intensidade de corrente
elétrica será menor.
R2 = 20 X
10.4 P = 45 W
i 11.
11.1 Como R1 tem o
R1 = 20 X
mesmo valor de R2, e estão
à mesma diferença de
potencial (associação em
paralelo), então, I = 0,3 A.
11.1 Refira o valor da intensidade de corrente elétrica na resistência R1. 11.2 U = 6 V
11.3 Se o valor de R3 fosse
11.2 Calcule o valor da diferença de potencial entre os pontos A e B do circuito. igual ao valor de R1 e R2,
11.3 O valor de R3 pode ser igual a 20 X? Justifique a sua resposta. a intensidade de corrente
u2p125h4 elétrica que percorria esta
12 Na figura ao lado, está representado o circuito U resistência teria de ter
o valor de 0,3 A e a
simplificado de uma torradeira elétrica que funciona
intensidade de corrente
a uma tensão de 220 V. Um conjunto de resistências I=4A elétrica no circuito seria
R1 R1 R1
de 20 X é responsável pelo aquecimento das 0,9 A. Como está indicado
torradas e um cronómetro determina o tempo na figura, a intensidade
de corrente elétrica
durante o qual a torradeira permanece ligada.
no circuito é somente 0,8 A,
Considere que se utilizou a torradeira durante concluindo-se que R3 não
4 minutos para tostar um pão. pode ter o mesmo valor
de R1 e R2.
Determine a energia dissipada no conjunto
R1 R1 R1 12.
das resistências.
E = 1,15 × 105 J

u2p126h1 143

565533 090-145.indd 143 31/01/17 11:59


ATIVIDADES GLOBAIS

13 P
 retende-se fazer uma montagem elétrica com uma lâmpada de incandescência que possa ter
diferentes intensidades luminosas. Uma forma de conseguir este objetivo é fazer a montagem
do circuito representado, em que um cursor pode ser ligado no ponto A ou no ponto B do circuito.
f = 110 V
A
Ch
A B

10 X 10 X

13.1 
Quando se muda a posição do cursor de A para B, a resistência total ou equivalente
Professor do circuito aumenta ou diminui? Justifique a sua resposta.
13. 13.2 
Admita que o cursor se encontra ligado na posição A. A diferença de potencial nos terminais
13.1 Quando se muda u2p126h2
de cada uma das resistências de 10 X será igual ou diferente? Justifique a sua resposta.
o cursor da posição A para
a B, apenas fica em circuito 13.3 
Quando se muda o cursor da posição B para a posição A, o brilho da lâmpada aumenta ou
uma das resistências diminui? Justifique a sua resposta.
de 10 X e lâmpada
associadas em série. 13.4 
Admita que o gerador não é ideal e que tem uma resistência interna de 2 X e, quando
Como diminui o número o cursor está na posição B, a intensidade de corrente elétrica no circuito é 2 A.
de resistências associadas
13.4.1 Calcule a diferença de potencial nos terminais do gerador e da resistência de 10 X.
em série, a resistência total
ou equivalente diminui. 13.4.2 C
 onsidere que o circuito está ligado durante 30 minutos. Calcule a energia dissipada
13.2 A tensão nos terminais no gerador.
de cada uma das
resistências é calculada por: 13.4.3 Calcule o valor da potência dissipada na lâmpada.
U = R I. 13.4.4 D
 etermine o número de eletrões que atravessam o filamento da lâmpada durante
Como as resistências têm
30 minutos.
igual valor e estão
associadas em série, a Dados: Carga do eletrão: e = -1,6 ◊ 10-19 C.
intensidade de corrente
elétrica que percorre cada
14 U
 ma lâmpada de incandescência é constituída por um fio de resistência R
uma das resistências é igual, (filamento), no interior de um bolbo de vidro, no qual se faz vácuo. R
assim, a diferença de Quando, no circuito elétrico, se estabelece uma corrente elétrica, no
potencial nos terminais de i
filamento da lâmpada há dissipação de energia por efeito Joule. A energia
cada uma das resistências
também será igual.
elétrica transformada em térmica no filamento faz aumentar a sua
temperatura, até este ficar incandescente e emitir luz. i metal
13.3 Quando se muda
o cursor da posição B para 14.1 
Selecione o esquema que tem a lâmpada incandescente i isolante
a posição A, associa-se mais metal
uma resistência em série. corretamente ligada a uma pilha.
A resistência total do circuito
aumenta. A B
Como não se muda a fonte,
a tensão aplicada no circuito u2p127h1
mantém-se. Como a
resistência elétrica aumenta,
a intensidade de corrente
elétrica que percorre o
circuito diminui. O brilho da
lâmpada será menor, pois o
brilho depende da intensidade
de corrente elétrica. C D
13.4 13.4.1
Ugerador = 106 V;
Uresistência = 20 V
13.4.2 E = 1,44 × 104 J
13.4.3 Pd = 172 W
13.4.4 ne = 2,25 × 1022
eletrões

u2p127h2 u2p127h3
144

565533 090-145.indd 144 10/03/15 13:00


SUBDOMÍNIO 2 Energia e fenómenos elétricos

14.2 
Considere que a resistência elétrica do filamento de uma lâmpada é 240 X e que está ligada
a uma tensão de 220 V. Calcule o valor da potência dissipada no filamento.
14.3 
Considere que tem agora uma lâmpada incandescente com um filamento do mesmo material
e com a mesma secção, mas com resistência elétrica de 480 X.
14.3.1 Q
 ue alteração sofreu o filamento da lâmpada para que a resistência elétrica
aumentasse para 480 X?
14.3.2 P
 ara a mesma tensão aplicada, a potência dissipada nesta lâmpada será maior ou
menor do que na lâmpada anterior? Justifique a sua resposta.
15 Dois fios, um de cobre com resistividade 1,7 ◊ 10-8 X m e outro de alumínio com resistividade
2,8 ◊ 10-8 X m, têm o mesmo comprimento e o mesmo diâmetro.
15.1 
Selecione a opção correta, admitindo que ambos os fios são percorridos pela mesma
intensidade de corrente elétrica.
A. A
 s resistências dos dois fios são iguais.
B. A
 diferença de potencial entre as extremidades do fio é menor no fio de cobre.
Professor
14.
C. O
 fio de cobre fica submetido a uma tensão maior do que o fio de alumínio. 14.1 C
14.2 P = 2,02 × 102 W
D. A
 perda de energia pelo efeito Joule é menor no fio de alumínio.
14.3 14.3.1 Duplicar
15.2 
Calcule o valor da potência dissipada num fio de cobre com o comprimento de 120 m e área o comprimento do
da secção transversal de 0,50 mm2, quando é estabelecida uma diferença de potencial filamento, uma vez que se
manteve constante
de 100 V nas suas extremidades.
o material e a secção.
16 Na figura, está esquematizado um circuito elétrico constituído 14.3.2 A potência
dissipada é calculada por:
por um gerador com resistência interna ri ligado a uma ri f P = U I.
resistência de 12 X. Quando a intensidade de corrente Neste caso a tensão é
elétrica que percorre o circuito é 2 A, o rendimento do gerador 12 X constante, mas como a
é 80 %. Calcule o valor da resistência interna do gerador. resistência aumenta, I
diminui, pois são grandezas
17 O gráfico seguinte representa a diferença de potencial nos terminais de uma bateria, em função inversamente proporcionais.
da intensidade de corrente que a percorre. Conclui-se que a potência
U/ V dissipada na resistência
17.1 
Selecione a opção que completa corretamente 12 diminui com o aumento
a frase seguinte: 10 u2p127h6 do valor da resistência.
O valor da força eletromotriz desta bateria é […], 8 15.
e a sua resistência interna tem o valor de […] 15.1 B
6 15.2 P = 2,45 ◊ 103 W
A. […] 16 V […] 0,5 X. 4 16.
B. […] 12 V […] 0,5 X. 2 ri = 3 X
C. […] 12 V […] 0,75 X. 0 17.
0 4,0 8,0 12 16 I/A 17.1 B
D. […] 16 V […] 0,75 X.
17.2 I = 24 A
17.2 
Calcule o valor máximo da intensidade de corrente elétrica no circuito gerador. 17.3 17.3.1 Analisando
o gráfico da curva
17.3 
Considere que a bateria foi utilizada para característica do gerador,
fornecer energia elétrica a um circuito com três R verifica-se que, para uma
resistências óhmicas iguais, associadas tal
A u2p128h1 B
tensão de 6 V, a intensidade
como mostra a figura. de corrente elétrica no
R circuito é 12 A. Como
17.3.1 R
 efira, justificando, o valor da as três resistências têm
intensidade de corrente elétrica que o mesmo valor, então,
percorre cada uma das resistências, R a intensidade de corrente
elétrica que percorre cada
quando a diferença de potencial nos uma das resistências é
terminais da bateria for de 6 V. igual. Como há conservação
17.3.2 
Calcule o valor de cada uma das de carga elétrica, conclui-se
ri f que a intensidade de corrente
resistências, R. elétrica em cada resistência
12
17.3.3 
Calcule o valor da energia elétrica fornecida pela bateria (Eútil) ao circuito, quando é é: I = = 4 A.
3
estabelecida uma diferença de potencial nos seus terminais de 6 V, e considerando 17.3.2 R = 1,5 X
que o circuito esteve ligado durante 2 minutos. 17.3.3 Eútil = 8,64 × 103 J
u2p128h2

145

565533 090-145.indd 145 10/03/15 13:00


3
SUBDOMÍNIO

ENERGIA, FENÓMENOS
TÉRMICOS E RADIAÇÃO

146

565533 146-183.indd 146 10/03/15 13:09


AS SUAS METAS
• Compreender
 os processos e mecanismos de transferências de energia entre sistemas termodinâmicos,
interpretando-os com base na Primeira e na Segunda Leis da Termodinâmica.

Professor
LIVROMÉDIA

Aplicação «+Física»
Energia, fenómenos térmicos
e radiação

Planos de aula
do subdomínio 3:
Energia, fenómenos térmicos
e radiação

Atividades interativas

Ligações de interesse
para o Subdomínio 3

147

565533 146-183.indd 147 13/03/15 17:00


3.1  
Sistema, fronteira e vizinhança; sistema isolado;
sistema termodinâmico

3.1.1 Sistema, fronteira e vizinhança

rso
Para que se compreenda o que acontece à energia de um sistema, é
ve
ni Vizinhança necessário definir sistema e identificar a(s) vizinhança(s) do sistema
U

Fronte Fig. 1 .
ira
Massa/ Sistema a Massa/
/Energia Front
eira ronte
ir /Energia Um sistema é a porção do universo que se pretende estudar e a sua
F
vizinhança é a restante parte do universo que rodeia o sistema e que
so com ele pode interatuar.
iv
er
V izi n h a n ç a
Un
Fig. 1  epresentação de um
R
sistema interagindo com 3.1.2 Sistema isolado
a vizinhança.
O sistema pode trocar energia e matéria com a vizinhança através
das fronteiras, que podem ser reais ou imaginárias.
U3P120H1
Um sistema diz-se aberto quando, através das suas fronteiras, podem
ocorrer trocas de energia e de matéria com a vizinhança Fig. 2A .

Um sistema diz-se fechado quando, através das suas fronteiras,


ocorrem apenas trocas de energia com a vizinhança Fig. 2B .

Um sistema diz-se isolado quando as suas fronteiras não permitem


trocas de energia nem de matéria com a vizinhança. Quando estas não
são significativas no intervalo de tempo em que o sistema é estudado,
pode para esse estudo considerar-se um sistema isolado Fig. 2C .
Professor
Sugestões metodológicas
• Explorar a imagem da figura 1 para discutir com A B C
os alunos os conceitos de:
— sistema;
— fronteira;
— vizinhança.
• Apresentar exemplos de situações do dia a dia que
possam constituir objeto de estudo e identificar o
sistema, a fronteira e a vizinhança. Da discussão deve
resultar a definição de sistema físico.
• Com base nos exemplos apresentados na figura 2,
discutir o significado de:
— sistema aberto;
— sistema fechado;
— sistema isolado.
• Da discussão devem resultar:
— a distinção entre sistema, fronteira e vizinhança;
— a definição de sistema isolado;
— a noção de que um sistema real, mesmo que permita Fig. 2 Sistema aberto: água num copo [A]; sistema fechado: água numa garrafa
a ocorrência de trocas de energia e de matéria, pode ser
classificado como sistema isolado se essas trocas forem
fechada [B]; sistema isolado: água no interior de uma garrafa térmica
desprezáveis (quantidades não mensuráveis); apresentar (boa aproximação de sistema isolado) [C].
o exemplo da garrafa térmica.

LIVROMÉDIA
Num sistema isolado, a quantidade de energia não varia com o
PowerPoint
Sistema, fronteira e vizinhança; sistema isolado; tempo, ou seja, permanece constante.
sistema termodinâmico O universo (vizinhança + sistema) é um sistema isolado.

148

565533 146-183.indd 148 13/03/15 15:34


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

O sistema, juntamente com a vizinhança, constitui um sistema isolado.


Nos processos em que ocorrem transferências de energia entre o sistema e
a sua vizinhança, a energia que o sistema cede/recebe é igual à energia que
a vizinhança recebe/cede. Não se cria nem se destrói energia Fig. 3 .

Recetor (água)

Ef Vizinhança

Fonte (gás)

Universo
Fig. 3  ransferências de energia no processo de aquecimento de água.
T
No universo (fonte, recetor e vizinhança), a energia mantém-se constante.

Lei da Conservação da Energia


U3P121H1
A energia num sistema isolado mantém-se constante.

As transformações de energia ocorrem no interior de um dado sis-


tema, enquanto a transferência de energia ocorre entre sistemas diferen-
tes, através da fronteira que os separa.

Um sistema é uma porção do universo sobre o qual incide um


dado estudo. A vizinhança é tudo o que não faz parte do sistema.

3.1.3 Sistema termodinâmico


A Termodinâmica estuda as transformações de energia em sistemas
macroscópicos e fenómenos que conduzem ou não a alterações na ener-
gia interna do sistema (recordar o conceito tratado no subdomínio Ener-
gia e movimentos). Por agora, a atenção está apenas nos fenómenos que
estão relacionados com as propriedades térmicas do sistema.

Um sistema termodinâmico é constituído por um número extraordina-


riamente grande de partículas; por exemplo, 18 g de água tem o número Professor
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
de Avogadro (NA) de moléculas. O interessante é que se pode caracterizar
• Com base na figura 3, discutir o significado de:
o estado termodinâmico do sistema através da medição das grandezas — transferência de energia;
físicas macroscópicas, tais como a quantidade de matéria (n), o volume — transformação de energia;
— fonte de energia;
(V), a temperatura (i) e a pressão (p). Por exemplo, a temperatura e a — recetor de energia;
pressão traduzem a média de propriedades microscópicas do sistema, — sentido em que ocorre a transferência de energia;
— universo;
não importando o comportamento individual de cada partícula. — Lei da Conservação da Energia.
• Explorar com os alunos outros sistemas onde ocorram
transferências e transformações de energia.
Relembrar o conceito de energia interna abordado
Sistema termodinâmico é aquele em que se tem em conta a sua no subdomínio 1 para introduzir o conceito de sistema
energia interna. termodinâmico.

149

565533 146-183.indd 149 10/03/15 16:53


3.2  
Temperatura, equilíbrio térmico e escalas de temperatura

3.2.1 Temperatura e equilíbrio térmico


No subdomínio Energia e movimentos, através da descrição micros-
cópica de um sistema, viu-se de que forma a temperatura de um corpo
e a energia interna se relacionam.

Microscopicamente, a temperatura de um sistema é uma medida da


energia cinética média das partículas que o constituem Fig. 4 .

A sensação de quente e frio não pode ser usada para avaliar a tempe-
ratura de um corpo, uma vez que é possível experienciar a sensação de
quente e de frio mesmo que a temperatura dos corpos seja a mesma.
Fig. 4 Igual quantidade
de um gás monoatómico
(porU3P122H2
exemplo, hélio) Veja-se a situação apresentada na figura 5, em que uma pessoa pega
a diferentes temperaturas. em gelo com uma das mãos e depois mergulha ambas as mãos num
mesmo recipiente com água. A mão que pegou no gelo transmite a infor-
Professor mação de que a água está a uma temperatura superior ao valor atribuído
Sugestões metodológicas pela outra mão, contudo, a água do recipiente está toda à mesma tem-
• Explorar a situação apresentada na figura 4, que peratura.
descreve a experiência sugerida por John Locke em
1690, discutindo os seguintes tópicos:
— temperaturas iniciais das mãos;
— sentido das transferências de energia que ocorrem
entre as mãos e a água; Esta água está Ups! Deste lado
— identificação das fontes e dos recetores; quentíssima não está quente.
— temperaturas finais das mãos/sistema; deste lado.
— significado de equilíbrio térmico;
— lei Zero da Termodinâmica;
— utilização do termómetro como o instrumento
de medição da temperatura.
Gelo
• Recordar, à luz do modelo cinético-corpuscular, que
a energia cinética média das partículas é uma parcela
que contribui para a energia interna; relacionar
a variação da temperatura do sistema com
o aumento/diminuição da energia cinética média.
Fig. 5  xperiência sugerida por John Locke em 1690, que demonstrava
E
a impossibilidade de usar o tato para medir a temperatura de um corpo.
LIVROMÉDIA
U3P122H1
PowerPoint
Temperatura, equilíbrio térmico e escalas de temperatura
No entanto, ao fim de algum tempo, ambas as mãos registarão a
mesma sensação de temperatura e diz-se que estão em equilíbrio tér-
mico com a água que está no recipiente.

A comprovação lógica de equilíbrio térmico faz-se recorrendo a um


corpo de prova, tal como um termómetro.

Lei Zero da Termodinâmica


Se dois corpos, A e B, estão em equilíbrio térmico com um corpo
C, então, A e B estão em equilíbrio térmico entre si.

A temperatura é uma propriedade que determina se um sistema


está ou não em equilíbrio térmico com a vizinhança. O aumento de
temperatura de um sistema implica, em geral, um aumento da
energia cinética média das suas partículas.

150

565533 146-183.indd 150 13/03/15 15:36


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

3.2.2 Escalas de temperatura


Escala Celsius

Todos os termómetros têm em comum:


• uma grandeza física mensurável, associada a um dado sistema,
que se altera com a variação de temperatura, como, por exemplo:
a expansão de um líquido dentro de um tubo capilar, a resistência
elétrica de um dado material, o volume de um gás mantido a pres-
são constante, a pressão de um gás, o comprimento de uma barra
metálica, a cor do filamento de uma lâmpada, a diferença de poten-
cial elétrico entre uma junção de metais diferentes, etc. — proprie-
dade termométrica;
• uma escala, que relaciona o valor da grandeza medida com a tem-
peratura — escala termométrica.

A propriedade termométrica tem de ser adequada à gama de tempe- Fig. 6 Anders Celsius
raturas em que se pretende construir o termómetro e a escala é construí- (1701-1744).
da a partir do equilíbrio térmico que se estabelece quando esta proprie-
dade se mantém constante ao longo do tempo.
Professor
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Anders Celsius Fig. 6 verificou que o volume de uma coluna de mer-
• Discutir com os alunos a construção de uma escala
cúrio era sempre o mesmo quando mergulhado em gelo fundente e em termométrica e a relação entre escalas termométricas, tendo por
água em ebulição, à pressão normal (1 atmosfera), tendo dividido o base a seguinte informação:
a) Identificação do parâmetro termométrico e conhecimento da
espaço entre os níveis da coluna de mercúrio em 100 partes iguais sua dependência com a temperatura. Quando este parâmetro se
Fig. 7 . O cientista atribuiu arbitrariamente os valores de: mantém constante, significa que o sistema está em equilíbrio
térmico;
• 0 °C para a temperatura da água líquida que coexiste em equilíbrio b) Escolha do sistema (termodinamicamente estável) para
com água sólida (temperatura de fusão); estabelecer a escala termométrica;
c) Por uma questão de simplicidade de construção da escala,
• 100 °C para a temperatura da água líquida que coexiste em equilí- procuram-se as propriedades termométricas, X, como, por exemplo,
brio com o seu vapor (temperatura de ebulição). o comprimento de um fio metálico, que variem linearmente com a
temperatura no intervalo de temperaturas considerado, o que
matematicamente se traduz pela equação de uma reta dada por:
y = ax + b
em que T:(y) é a variável dependente e o comprimento do fio L:(x)
100 ºC a variável independente.
Assim, pode escrever-se:
T = aL + b
72 Se o fio for o mesmo, independentemente da temperatura a que
100 ºC
71 se encontra inicialmente, espera-se que dois valores diferentes
100 Um grau de comprimento, LA e LB do mesmo fio, correspondam a duas
partes Celsius (ºC) temperaturas diferentes, que se relacionam por:
iguais TA aL A + b
=
TB aL B + b
0 ºC • Estabelecer a escala consiste em determinar as constante a e b.
Para isso, é necessário escolher dois valores arbitrários de
temperatura TA e TB.
0 ºC

TB
Fig. 7 A escala Celsius é uma escala com 100 divisões, onde 1 °C = 1/100.
U3P123H2
U
U3
3P123H
3P
3P123H
P123H2
2 U3P123H3
U3P123H1
Escala
TA termométrica
LA LB linear.
Situações de equilíbrio térmico permitem estabelecer escalas de
Assim, a partir deste momento, podem estabelecer-se diferentes
temperatura. A escala Celsius foi construída tomando como tem-
escalas para a temperatura, tais como a escala Celsius.
peraturas de referência a do gelo fundente e a da água em ebuli- Propor aos alunos como trabalho prático: «Faz o teu próprio
termómetro.»
ção, à pressão de 1 atmosfera.

151
LP3p151h1
565533 146-183.indd 151 10/03/15 13:09
3.2 Temperatura, equilíbrio térmico e escalas de temperatura

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1
Construção de uma escala de temperaturas
Uma equipa de biólogos observou que a taxa
N (n.º de vezes
do canto de grilos de uma determinada espécie Hora
t/°C ! 0,5 que os grilos
de registo/h
Professor estava relacionada com a temperatura ambiente. cantam)/min
SUGESTÕES A tabela ao lado traduz os resultados obtidos após
19:00 21,0 121
METODOLÓGICAS a realização de várias medições das 19 horas
• Analisar o exercício 20:00 20,5 114
resolvido «Construção
à 1 hora.
21:00 20,0 108
de uma escala de
1.1 Utilizando a máquina gráfica, faça a representação
temperaturas» e 22:00 19,0 96
discutir a proposta de gráfica do número de vezes que os grilos cantam
resolução apresentada. 23:00 18,0 84
por minuto em função da temperatura.
24:00 16,0 60
1.2 A partir da observação gráfica, o que conclui
01:00 15,0 48
quanto à relação de linearidade das grandezas
representadas?
1.3 R
 efira se as medições efetuadas lhe permitem estabelecer uma escala termométrica. Justifique
a sua resposta, identificando a grandeza termométrica.
1.4 A partir do gráfico obtido, escreva a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de valores
registados na tabela.
1.5 S
 upondo que a relação se mantém até de madrugada, estime a temperatura a que os grilos
deixaram de cantar.

1.1 
RESOLUÇÃO:

140
N.º de vezes que os grilos

120
cantam (N)/min

100

80

60

40

20
15 17 19 21

Temperatura (t)/ºC

1.2 
RESOLUÇÃO:
U3P124H1
As grandezas representadas têm uma dependência linear, pois obedecem a uma relação
do tipo: y = ax + b
1.3 
RESOLUÇÃO:
Sim, porque as grandezas em estudo, temperatura e número de vezes do canto
do grilo, variam linearmente, sendo a grandeza termométrica o número de vezes do canto
do grilo.
1.4 
RESOLUÇÃO:
A equação da reta é dada por: N = 12,0 t - 132
1.5 
RESOLUÇÃO:
Substituindo na equação N por 0, obtém-se t = 11,0 °C.

152

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SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Escala termodinâmica (absoluta)

A necessidade de estabelecer uma escala absoluta de temperatura, Professor


que não dependesse da substância associada à propriedade termomé- SUGESTÕES METODOLÓGICAS
trica medida, ocupou durante muitos anos cientistas de diferentes áreas • Explorar o gráfico da figura 9 para discutir o significado
do zero Kelvin e a escala da temperatura absoluta.
do saber. Uma escala absoluta de temperatura só seria possível de cons-
truir quando fosse conhecido o valor mínimo de temperatura que um
sistema poderia atingir.

Guillaume Amontons Fig. 8 parece ter sido quem pela primeira vez
formulou o conceito de mínimo de temperatura (zero absoluto). Um
século depois, os investigadores Jaques Charles e Gay-Lussac consegui-
ram prever com mais rigor o valor correspondente ao zero absoluto na
escala Celsius.


Experiências de Jaques Charles e Gay-Lussac

Uma das experiências realizadas durante o século xviii consistiu na


medição do volume de um gás para diferentes valores de temperatura,
mantendo a pressão constante.

Na figura 9, podem observar-se os resultados de uma experiência


Fig. 8 Guillaume Amontons
realizada em tais condições, usando o ar contido numa seringa cujo (1666-1705).
êmbolo se pode deslocar. Quando a temperatura do ar aumenta, o
êmbolo desloca-se até que a pressão interior iguale a pressão atmosfé-
rica. No gráfico, estão representados os vários valores de volume ocupa-
dos pelo ar na seringa, quando se faz aumentar a temperatura de 0 °C
até 100 °C.

0 ºC Patm 25 ºC Patm

Gás Gás

V/cm3
ar

-273,15 0 t/ºC
Fig. 9  ariação do volume de ar com a temperatura, à pressão atmosférica
V
(1 atmosfera).
U3P125H2

A partir do gráfico vê-se que os diversos pontos experimentais se ajus-


tam a uma linha reta que, quando prolongada, interseta o eixo das abcis-
sas (temperatura) num valor próximo de -273 °C.

153

565533 146-183.indd 153 28/05/15 18:01


3.2 Temperatura, equilíbrio térmico e escalas de temperatura

Como a este valor de + -273 °C corresponderia um valor zero para


o volume, o que não teria significado físico, foi então considerada a hipó-
tese de que haveria um valor mínimo de temperatura a partir do qual não
seria possível diminuir mais — o zero absoluto.

Assim, a partir da hipótese levantada, a relação entre a escala Celsius


e a escala absoluta de temperatura (T) é dada por:

T/K = t/°C + 273,15

O estudo do significado de «zero absoluto» não pode de momento ser


aprofundado, contudo, devem reter-se algumas ideias importantes que
vão ao encontro do que se sabe hoje sobre as propriedades da matéria.

Quando T = 0 K, a matéria está no seu estado de energia mínimo,


como consequência, um sistema não pode transferir energia para
Fig. 10 William Thomson
a vizinhança.
(1824-1907), mais tarde
Lord Kelvin, foi quem
propôs pela primeira vez
Era fundamental estabelecer uma escala que não dependesse da
uma escala absoluta de
temperatura. substância associada à propriedade termométrica medida. Foi Lord Kelvin
Fig. 10 , no século xix, quem estabeleceu a escala absoluta de tempera-

tura ou escala termodinâmica.


Temperaturas para vários
Foi estabelecido que todos os termómetros, independentemente da
corpos ou fenómenos/K
propriedade termométrica escolhida, deveriam dar o mesmo valor de
Reação temperatura numa mesma situação física. Como os três estados físicos
termonuclear +5 × 108
da água (sólido, líquido e gasoso) coexistem em equilíbrio, só para um
do carbono
valor único e bem definido de pressão e temperatura, designado por
Interior do Sol +108
ponto triplo da água, convencionou-se que a temperatura no ponto triplo
Superfície do Sol +6 × 103 da água seria 273,16 kelvin (K).
Fusão
+3,6 × 103
do tungsténio No Sistema Internacional de Unidades, 1 kelvin representa a fração
Fusão 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da água.
+6,0 × 102
do chumbo
Na tabela ao lado, é possível comparar na escala Kelvin as tempera-
Congelação 2
da água
+2,7 × 10 turas a que se encontram determinados corpos ou a que ocorrem certos
fenómenos.
Ebulição do
+9,0 × 101
oxigénio (1 atm)
A aproximação ao zero absoluto continua a motivar os cientistas para
Ebulição do planear e executar novas experiências que, em paralelo, vão conduzindo
hidrogénio +2,0 × 101 ao conhecimento de novas e extraordinárias propriedades da matéria, à
(1 atm)
semelhança do que aconteceu com a descoberta da supercondutividade.
Ebulição do
+4,2
hélio (1 atm) Atualmente, a temperatura mais baixa conseguida em laboratório é de
Alumínio cerca de 450 × 10-12 K, e foi conseguida em 2003 por uma equipa de
+1,9
supercondutor cientistas quando arrefeceram gás de sódio.
Zinco
+0,88
supercondutor

154

565533 146-183.indd 154 10/03/15 13:09


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

EXERCÍCIO RESOLVIDO 2
Conversão de unidades de temperatura entre as escalas Celsius e Kelvin
A estação russa de Vostok, na Antártida, registou no dia
21 de julho de 1983 a temperatura de -89,2 °C, tendo
sido o menor valor medido à superfície da Terra até
2010. A 10 de agosto de 2010 obteve-se um mínimo
recorde de temperatura da Terra, com o registo do valor
de 93,2 °C abaixo de zero.
2.1 Determine o valor das temperaturas mínimas
registadas em 1983 e em 2010 na escala
Kelvin.
2.2 Determine a diferença entre as temperaturas mínimas registadas em 1983 e em 2010:

a) em graus Celsius;

b) em kelvin.

2.2.1 Compare os valores obtidos nas alíneas anteriores e tire conclusões.


9
2.3 No Reino Unido expressa-se a temperatura na escala Fahrenheit em que t/°F = t/°C + 32.
5
Refira como seria noticiada nos meios de comunicação a temperatura mínima atingida no dia
10 de agosto de 2010.

2.1 
DADOS:

t1983 = -89,2 °C; t2010 = -93,2 °C
RESOLUÇÃO:
Utilizando a expressão que estabelece a relação entre a escala Celsius e a escala absoluta
de temperatura:
Para o ano de 1983: T/K = t/°C + 273,15 = -89,2 + 273,15 = 183,95 K
T = 184,0 K
Para o ano de 2010: T/K = t/°C + 273,15 = -93,2 + 273,15 = 179,95 K
T = 180,0 K
Professor
2
 .2 
DADOS: SUGESTÕES METODOLÓGICAS
t1983 = -89,2 °C; t2010 = -93,2 °C; T1983 = 184,0 K; T2010 = 180,0 K • Analisar o exercício resolvido «Conversão
de unidades de temperatura entre as escalas
RESOLUÇÃO: Celsius e Kelvin», reforçando a ideia de que,
como a unidade na escala Kelvin é igual
a) Dt = t2010 - t1983 = -93,2 - (-89,2) = -4,0 °C à unidade na escala Celsius, então,
Di/°C = DT/K.
b) DT = T2010 - T1983 = 179,95 - 183,95 = -4,00 K

1.2.1 RESOLUÇÃO:
Os valores obtidos para uma diferença de temperaturas têm igual valor numérico quando
expressos nas duas escalas. Como a unidade na escala Kelvin é igual à unidade na escala
Celsius, então, Dt/°C = DT/K.
2
 .3 
RESOLUÇÃO:
9
t/°F = × (-93,2) + 32 = -136,76 °F
5
RESPOSTA:
A temperatura mínima registada hoje, dia 10 de agosto de 2010, foi de -136,76 °F.

155

565533 146-183.indd 155 28/05/15 18:02


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre energia interna, temperatura e sistemas termodinâmicos
1 C
 onsidere os sistemas termodinâmicos A, B, C e D. Na tabela seguinte, registaram-se as variações
das grandezas massa e temperatura nos sistemas e respetivas vizinhanças.

Massa (m) Temperatura (T)


Sistema A Mantém-se Aumenta
Vizinhança A Mantém-se Diminui
Sistema B Mantém-se Mantém-se
Vizinhança B Mantém-se Mantém-se
Sistema C Diminui Mantém-se
Vizinhança C Aumenta Mantém-se
Sistema D Mantém-se Diminui
Vizinhança D Mantém-se Mantém-se

Com base na informação da tabela, classifique cada um dos sistemas A, B, C e D em aberto,


fechado ou isolado.
Professor 2 A
 ssinale a(s) opção(ões) correta(s).
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS A. Um sistema constituído por um número reduzido de átomos (por exemplo, < 10) não pode ser
• Como tarefa de aula e/ou
considerado um sistema termodinâmico.
trabalho para casa, os alunos B. O estado termodinâmico pode ser caracterizado pelas grandezas microscópicas temperatura
deverão resolver os e quantidade de matéria.
exercícios de aplicação dos
conceitos de energia interna, C. O estado termodinâmico pode ser caracterizado pelas grandezas macroscópicas, a quantidade
temperatura e sistemas de matéria, o volume, a temperatura e a pressão.
termodinâmicos.
D. Um sistema termodinâmico é constituído por um número extraordinariamente baixo de partículas,
AVALIAR da ordem de grandeza +102.
CONHECIMENTOS
1.
3 N
 a figura seguinte, estão representados três copos contendo água a diferentes temperaturas. Em
A — Sistema fechado cada um dos copos foi colocado um termómetro e fez-se a leitura da temperatura da água. Conclua,
B — Sistema isolado justificando, em qual dos sistemas «copo de água A», «copo de água B» ou «copo de água C»,
C — Sistema aberto a energia cinética média das suas partículas é maior.
D — Sistema isolado
2.
40 ºC 25 ºC 15 ºC
A e C.
3.
A energia cinética média
das suas partículas é maior
no copo de água A.
A B C
A temperatura de um
sistema é uma medida da
energia cinética média das Sistemas a diferentes temperaturas.
partículas que o constituem. U3P128H1
Uma vez que o copo de água 4 S
 elecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
A apresenta maior Um sistema encontra-se em equilíbrio térmico quando…
temperatura, o sistema
A apresenta maior energia A. … a sua temperatura é igual à temperatura da vizinhança.
cinética média das partículas. B. … está à temperatura ambiente.
4.
C. … o valor da temperatura registada por um termómetro, em qualquer ponto, é igual.
A
5. D. … o volume e a composição química do sistema mantêm-se constantes.
Pretende-se dar tempo para
5 Q
 uando se mede a temperatura de uma pessoa com um termómetro analógico, um dos cuidados
que o sistema (termómetro)
se encontre em equilíbrio a ter, após colocar o termómetro em contacto com o corpo da pessoa, é aguardar aproximadamente
térmico com o sistema 5 minutos antes de fazer a leitura do valor da temperatura. Por que razão se adota este
vizinho (corpo da pessoa). procedimento?

156

565533 146-183.indd 156 10/03/15 13:09


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

6 Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.


A propriedade que determina se um sistema está ou não em equilíbrio térmico com outros sistemas
é…
A. … a energia interna.
B. … a temperatura.
C. … o calor.
D. … a energia cinética.
7 Na tabela que se segue, estão registados os valores do ponto de fusão e de ebulição de três
substâncias, oxigénio, fenol e pentano, obtidos com termómetros graduados na escala Celsius e na
escala Kelvin. Complete a tabela calculando os valores de a) a f).

Substância Ponto de fusão/°C Ponto de fusão/K Ponto de ebulição/°C Ponto de ebulição/K


Oxigénio -218,40 a) b) 90,15
Fenol c) 316,15 182,00 d)
Pentano e) 143,15 36,10 f)

8 Quem entra no mundo da aquariofilia sabe que é importante manter a água a uma temperatura ideal.
Selecione a opção que permite calcular, na unidade do Sistema Internacional, a temperatura do
aquário, sabendo que este se encontra a 27 °C.
A. T = 27 - 273,15 K
B. T = 27 + 273,15 K Professor
273,15
C. T = K 6.
27 B
D. T = 273,15 - 27 K 7.
a) 254,75; b) -183,00;
9 Um investigador, ao fazer a medição da temperatura de um determinado sistema, obteve o valor c) 43,00; d) 455,15;
-250. O termómetro utilizado pelo investigador pode estar graduado na escala Kelvin? e) -130,00; f) 309,25
Justifique a sua resposta. 8.
B
10 A amplitude térmica máxima medida numa cidade à beira-mar foi de 18 °C. Na escala absoluta de
9.
temperatura, que valor representaria essa variação de temperatura? Justifique, começando por definir
Não. A escala de Kelvin não
amplitude térmica. apresenta valores negativos.
11 N
 a figura seguinte, estão representados três copos contendo água. Em cada um dos copos foi 10.
colocado um termómetro e fez-se a leitura da temperatura da água. A amplitude térmica
é a diferença entre a
temperatura mais elevada
e a temperatura mais baixa
25 ºC 25 ºC 25 ºC registada.
DT = 18 K (uma vez que
os valores obtidos para uma
diferença de temperaturas
têm igual valor numérico
quando expressos nas duas
escalas Dt/°C = DT/K).
11.
A B C 11.1 A energia cinética
média das partículas em
cada um dos sistemas é
Copos contendo água à mesma temperatura, mas com diferentes massas.
igual, uma vez que se

11.1  U3P129H1
Como se compara a energia cinética média das partículas em cada um dos sistemas «copo
encontram todos à mesma
temperatura.
de água A», «copo de água B» e «copo de água C»? 11.2 O copo que apresenta
11.2 
Qual dos copos tem maior energia interna? Justifique a sua resposta. maior energia interna é o
copo C, uma vez que tem
maior quantidade de
matéria.

157

565533 146-183.indd 157 10/03/15 13:09


3.3  
Calor como medida da energia transferida entre sistemas
a diferentes temperaturas

Professor 3.3.1 Calor


Sugestões metodológicas
• Partindo das situações apresentadas nas figuras 11 e 12: Quando o corpo/sistema não está em equilíbrio térmico com a sua vizi-
— discutir as transferências de energia por calor;
nhança, ocorre a transferência de energia entre o sistema e a sua vizinhança,
— relacionar as sensações de frio e calor com os
processos de transferência de energia por calor; que se designa por calor (E ou Q).
— interpretar a expressão E = m c DT.

LIVROMÉDIA
Calor é, então, uma energia que está a ser transferida esponta-
PowerPoint neamente entre sistemas, a diferentes temperaturas.
Calor como medida da energia transferida entre sistemas
a diferentes temperaturas

A transferência de energia por calor dá-se por condução, convexão e


radiação. Enquanto os mecanismos de condução e de convexão exigem
contacto físico entre os sistemas, por radiação o calor é transferido
mesmo na ausência de um meio material.

Sempre que dois corpos/sistemas a diferentes temperaturas são pos-


tos em contacto, verifica-se a transferência de energia do corpo/sistema
que está a uma temperatura mais elevada (fonte) para o corpo/
/sistema que está a uma temperatura mais baixa (recetor).

No exemplo ilustrado na figura 11, parte da energia interna do mate-


rial que constitui a placa do fogão transfere-se sob a forma de calor ao
fundo do recipiente, aumentando a energia interna do material, que, por
sua vez, se transfere sob a forma de calor para a água nele contida.

É possível agora interpretar a sensação de frio que se tem ao segurar


um cubo de gelo. Isto acontece porque as mãos (fonte) transferem ener-
gia para os cubos de gelo (recetor), que se encontram a uma tempera-
Fig. 11 Transferência de energia tura inferior. Enquanto existir a sensação de «frio», significa que está a
sob a forma de calor num ocorrer transferência de energia da fonte para o recetor Fig. 12 .
processo de aquecimento.
Várias situações com que se é confrontado todos os dias mostram que
a variação da temperatura sofrida por um corpo depende da quantidade
de massa do corpo e da natureza físico-química da substância que o
constitui, quando é transferida a mesma quantidade de energia no
mesmo intervalo de tempo.

Na ausência de mudança de estado físico, a energia transferida sob a


forma de calor entre sistemas em contacto (E) é determinada, sabendo a
massa do corpo (m), a capacidade térmica mássica da substância (c),
que depende do tipo de material que o constitui, e a respetiva variação
Fig. 12 Transferência de energia de temperatura (DT).
sob a forma de calor num
processo de arrefecimento.
E = m c DT

A energia transferida como calor exprime-se, no Sistema Internacio-


nal, em joule (J).

158

565533 146-183.indd 158 13/03/15 15:41


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

O contributo de Thompson e de Joule para a interpretação


do conceito de calor

O significado de calor e a sua medição criaram grandes dificuldades


aos cientistas dos séculos xvii e xviii. Era evidente que as propriedades da
água se alteravam quando aquecida até à sua ebulição, quer por aproxi-
mação de uma chama quer mergulhando um ferro incandescente.

A tradição dos alquimistas sugeria que algum «princípio» incandes-


cente procedente da chama ou da peça de ferro fluía de um corpo para o
outro. A este fluido chamou-se «calor»; era considerado um fluido elástico
sem massa que passava de um corpo com maior concentração de «caló-
rico» para outro com menor concentração, conforme era medido pelos
termómetros. Esta interpretação, contudo, não permitia explicar situações
que não envolviam o contacto entre corpos a diferentes temperaturas.

Fig. 13 Benjamin Thompson,


Benjamin Thompson Fig. 13 , ao verificar o aquecimento das peças
também conhecido por
durante o processo de fabrico de canhões, quando perfurados e polidos, conde de Rumford
considerou que o calor teria origem no trabalho das máquinas. (1753-1814).

EXERCÍCIO RESOLVIDO 3
Descrição da experiência de Thompson
Leia o texto seguinte, que apresenta uma breve descrição das experiências realizadas por Thompson
para contestar a teoria do calórico.
 enjamin Thompson, tendo acesso às melhores balanças
B
da Europa e supervisionando o trabalho de calibração de
canhões numa fábrica em Munique (1978), preocupou-se
com o peso do calor, uma vez que se admitia que o calor
era um fluido, calórico, que era transferido entre os Reprodução do «canhão de perfuração»
corpos. Todas as medições que efetuou de massa utilizado por Thompson para medir a quantidade
de calor obtida por fricção.
mostraram que o facto de os corpos estarem quentes ou
frios não tinha influência no respetivo peso. Realizou ainda um conjunto de experiências com perfuração
de maquinaria em metal, mergulhados em água. Das várias experiências que realizou, observou que, ao
perfurar os metais com uma broca, o metal e as lascas resultantes aqueciam de igual modo, apesar
destas últimas terem menor massa; a água onde estava mergulhado o metal aumentava de temperatura.
Segundo a teoria do calórico, ao perfurar o metal, este perderia calórico, no entanto, as lascas tinham
uma massa muito pequena para que fosse possível atribuir-lhes as variações de temperatura observadas.
Ao medir o então designado calor específico das lascas e do metal, Thompson constatou ainda que os
valores eram iguais. Observou ainda que, contrariamente ao que a teoria do calórico previa, a utilização
de uma broca mais fina transferia menos calórico, ainda que perfurasse mais facilmente o metal; e que
no caso da broca cega, esta aquecia mais apesar da perfuração ser mais difícil. Observou ainda que, por
fricção de superfícies metálicas se libertava um constante fluxo de calor, que parecia não terminar. Estas
observações levaram Thompson a colocar as seguintes questões:
De onde vem o fluxo de calor? Do ar? Ou pela água que envolvia a maquinaria que utilizou nas várias
experiências?
Adaptado da tese de mestrado de Ruth Schmitz de Castro,
Instituto de Física e Faculdade de Educação, da Universidade de São Paulo, Brasil
(Continua)

159

565533 146-183.indd 159 10/03/15 13:09


3.3 Calor como medida da energia transferida entre sistemas a diferentes temperaturas

(Continuação)

3.1 Enumere as razões, mencionadas no texto, que levaram Thompson a concluir que o calor não
poderia ser considerado uma substância (calórico), mas sim uma energia.
3.2 R
 efira a razão pela qual Thompson concluiu que o calor não poderia vir:
a) do ar; b) da água.

3.3 S
 elecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
Com esta experiência, Benjamin Thompson concluiu que…
A. … o calor é um fluxo de calórico. C. … o calórico é transferido por fricção.

B. … o calor é um fluxo de energia D. … o calórico é tanto maior quanto


produzido por fricção. maior for a massa do corpo.
3.4 Identifique o contributo das experiências realizadas por Thompson para o reconhecimento
de que o calor é energia.

3.1 
RESOLUÇÃO:
Tendo em conta os resultados experimentais relatados no texto, conclui-se que:
• o calor não era uma substância, porque as medições de massa efetuadas mostraram que
o facto de os corpos estarem quentes ou frios não influenciava os seus pesos;
• o calor não era uma substância, porque as variações da temperatura da água com lascas
ou metais eram iguais;
• o calor era uma energia produzida por fricção — o calor não pode ser atribuído a uma
libertação de calórico pelas lascas e pelo metal — então, o calor seria energia;
• o calor seria uma energia, pois por fricção de superfícies metálicas libertava-se continuamente
um fluxo de calor constante.
3
 .2 
RESOLUÇÃO:
a) As peças estão mergulhadas em água, não estando em contacto com o ar.

b) A água aquece quando a peça de metal está mergulhada, por isso, a água recebe calor
e não cede calor.
3
 .3 
RESPOSTA:
B
3
 .4 
RESOLUÇÃO:
As experiências realizadas por Thompson permitiram refutar a ideia de que o calor é uma
substância e identificar o processo de fricção como uma fonte geradora de energia, concluindo,
assim, que o calor seria uma energia.

Historicamente, como não se sabia que o calor era uma energia, defi-
niu-se uma unidade para o quantificar. Essa unidade designada por calo-
ria foi definida, originalmente, como o calor necessário para elevar em
1 °C a temperatura de 1 g de água entre 14,5 °C e 15,5 °C. Hoje, sabe-se
Professor que o calor é uma energia que está em transferência entre sistemas a
Sugestões metodológicas
diferentes temperaturas.
• Analisar e discutir o exercício resolvido «Descrição
da experiência de Thompson», enfatizando:
— a descrição da experiência de Thompson; Foi James Prescott Joule Fig. 14 quem veio a verificar experimental-
— o contributo da experiência para o reconhecimento mente a equivalência entre uma energia transferida como trabalho (W) e
de que o calor é energia.
como calor (Q).
160

565533 146-183.indd 160 10/03/15 13:09


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Uma das montagens experimentais executadas por Joule Fig. 15 , para


estudar a relação entre trabalho e calor, consistia numa haste dotada
com pás numa das extremidades, que podiam rodar livremente em torno
do eixo, e que se encontravam imersas num recipiente contendo 1 kg de
água. Na outra extremidade da haste estava uma manivela ligada a dois
corpos de igual massa (1,8144 kg) em lados opostos. No recipiente
estava colocado um termómetro de grande precisão. As duas massas
eram elevadas a uma altura de 11 m, sem que durante a subida se veri-
ficasse a rotação das pás. O mecanismo permitia que as massas desces-
sem com velocidade constante. O movimento de rotação das pás condu-
zia ao aumento de temperatura da água. O processo foi repetido várias
vezes, tendo sido registada a variação da temperatura da água com o Fig. 14 J. Prescott Joule
auxílio do termómetro. (1818-1889) estabeleceu
experimentalmente
a equivalência entre uma
energia transferida como
trabalho e como calor.

Fig. 15 Reprodução da montagem experimental utilizada por Joule


na determinação da equivalência entre trabalho e calor.

Segue-se a análise desta experiência à luz dos conhecimentos discu-


tidos no subdomínio Energia e Movimentos. A energia transferida para a
água provém da variação da energia mecânica do sistema «terra + massas»
durante a queda:

DEm = Etransferida + DEpg + DEc = Etransferida

Como a variação da energia cinética é nula (DEc = 0):

DEpg = Etransferida + (M1 + M2) g Dh = Etransferida


Professor
Como a energia é transferida para a água sob a forma de calor, tem-se: SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Explorar a descrição da experiência de Joule focando:
— a determinação do trabalho realizado sobre o sistema
(M1 + M2) g Dh = mágua cágua Dt
água devido à queda das massas;
— o aumento da energia interna da água devido ao
Determinando-se, assim, a equivalência entre trabalho e calor: W / Q. aquecimento desta;
— a determinação da quantidade de calor absorvido
pela água;
Joule concluiu que, sempre que a temperatura de 1 g de água variava — a equivalência trabalho-calor;
1 °C, por absorção da energia de 1 cal sob a forma de calor, as massas — o contributo de Joule para o reconhecimento de que
o calor é energia.
realizavam o trabalho de 4,18 J. Daí a relação: 1 cal = 4,18 J.

161

565533 146-183.indd 161 10/03/15 13:09


3.3 Calor como medida da energia transferida entre sistemas a diferentes temperaturas

Professor
SUGESTÕES METODOLÓGICAS
A experiência de Joule interpreta, assim, o aumento da energia interna
• Fazer a demonstração experimental descrita no manual na figura 16: como resultado do trabalho (W) realizado sobre o sistema e permite con-
— Material necessário: 1 tubo de cartão com 40 cm, esferas de cluir que esse aumento da energia interna pode ser obtido por absorção
chumbo, 2 rolhas de cortiça, 1 termómetro.
— Procedimento: medir a massa das esferas, medir a altura da de energia como calor (Q).
coluna de ar no interior do tubo, medir a temperatura do ar contido no
interior do tubo, calcular o trabalho realizado pelo peso das esferas,
concluir quanto à variação de energia interna. Com as experiências realizadas, Benjamin Thompson conclui
que o calor não é uma substância (calórico), mas, sim, energia.
Com a experiência de Joule, o aumento da energia interna é inter-
pretado quer como resultado de um trabalho realizado sobre o
sistema, quer por absorção de energia como calor.

O aumento de energia interna, como resultado do trabalho realizado


Fig. 16 Tubo de cartão com 40 cm, sobre um sistema, pode ser também observado através do aumento da
fechado nas extremidades,
temperatura registada num termómetro que estará colocado numa das
contendo pequenas
U3P134H1
esferas de chumbo/aço extremidades de um tubo com esferas de chumbo no seu interior,
(diâmetro . 1 mm). quando este se inverte na vertical, repetidamente Fig. 16 .

EXERCÍCIO RESOLVIDO 4
Aquecimento de água por realização de trabalho
Para recriar a experiência de Joule, um grupo
de alunos utilizou 9,5000 kg de água e um corpo (M)
de massa 3,6288 kg, que caiu de uma altura de 11 m
com velocidade constante. Registaram a variação
de temperatura da água contida no recipiente com
um termómetro digital graduado à milésima M
do °C (cágua = 4,18 kJ °C-1 kg-1). h

 etermine a variação de temperatura que os alunos


D
terão medido. Exprima esse valor tendo em conta
a incerteza absoluta de leitura.

D
 ADOS:
U3P134H2
 água = 9,5000 kg; mcorpo M = 3,6288 kg;
m
Professor
SUGESTÕES
h = 11 m; cágua = 4,18 kJ °C-1 kg-1
METODOLÓGICAS
RESOLUÇÃO:
• Analisar e discutir
o exercício resolvido Calcular a variação de energia potencial gravítica:
«Aquecimento de água
por realização de DEpg = m g h = 3,6288 ◊ 10 ◊ 11 = 399,168 J
trabalho», enfatizando:
— a descrição da Admitindo que toda esta energia contribuiu para aumentar a energia interna da água:
experiência de Joule;
— o contributo da 399,168 = m c Dt/°C +
experiência para o
reconhecimento 399,168
de que o calor é + Dt/°C = = 0,010 °C
energia.
9,5000 # 4,18 # 10 3
O valor da temperatura medido no termómetro foi de:
Dt/°C = 0,010 °C ! 0,001 °C

162

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SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre energia transferida entre sistemas por calor
1 Selecione a opção que completa corretamente as frases seguintes.
1.1 O facto de o calor ser transferido espontaneamente entre os corpos deve-se à diferença…
A. … da quantidade de matéria entre os corpos.
B. … de massa entre os corpos.
C. … de temperatura entre os corpos.
D. … de calórico entre os corpos.
1.2 Sobre o conceito de calor, pode afirmar-se que…
A. … é uma medida da temperatura de corpos em contacto.
B. … é uma energia transferida entre corpos a diferentes temperaturas apenas quando postos
em contacto.
C. … é uma energia que os corpos possuem quando estão em contacto.
D. … é uma energia transferida entre corpos a diferentes temperaturas.
2 Preparou-se um sumo de laranja natural e adicionou-se ao sumo uma porção de gelo picado, tendo
o sistema «sumo + gelo» atingido uma temperatura inferior à temperatura ambiente. Identifique
a fonte e o recetor, quando se inicia o processo de transferência de energia que ocorre no interior
do sistema «sumo + gelo».
3 Leia as afirmações seguintes:
I. Quando dois corpos estão em equilíbrio térmico, possuem a mesma quantidade de calor.
II. Quando dois corpos estão em equilíbrio térmico, estão à mesma temperatura.
III. Calor é uma transferência de energia do corpo que está a menor temperatura para o corpo
a maior temperatura.
IV. Quando dois corpos em contacto estão em equilíbrio térmico, não há transferência de calor
de um corpo para o outro.
Considerando as afirmações anteriores, selecione a opção correta.
A. As afirmações II e IV estão corretas.
B. Somente a afirmação II está correta.
C. As afirmações II e III estão corretas.
D. Somente a afirmação III está correta. Professor
4 Dois corpos, um de cobre e outro de ferro, inicialmente à mesma temperatura foram colocados em SUGESTÕES
contacto num sistema termicamente isolado da vizinhança. Após um certo intervalo de tempo, verificou-se METODOLÓGICAS
que a temperatura do corpo de ferro aumentou. Selecione a opção que regista a conclusão correta. • Como tarefa de aula
e/ou trabalho para casa,
A. A temperatura do corpo de cobre também aumentou. os alunos deverão resolver
B. A temperatura do corpo de cobre diminuiu. os exercícios de aplicação
sobre energia transferida
C. Houve transferência de energia da vizinhança para o sistema. por calor.
D. A temperatura do corpo de cobre manteve-se constante. AVALIAR
CONHECIMENTOS
5 O gráfico seguinte mostra a variação da temperatura num percurso rural e urbano, atendendo às suas
características. 1.
34 1.1 C
Admita que um indivíduo faz o percurso a pé,
Temperatura do ar/ºC

33 1.2 D
passando pela região rural, residencial 32 2.
suburbana, comercial, central urbana, e pelo 31 Fonte — sumo;
30 Recetor — gelo.
parque, chegando novamente a outra região
rural, e que a sua temperatura corporal é 3.
constante e igual a 37 °C durante todo o B
Rural

Residencial
Suburbano

Comercial

Central

Residencial
Urbano

Parque

Residencial
Suburbano

Rural

percurso. Refira, justificando, em que parte do 4.


percurso ocorre maior transferência de energia A
por calor entre o indivíduo e o ambiente. 5.
Variação da temperatura do ar ao longo de um percurso. Região rural.

u3p135h1

163

565533 146-183.indd 163 10/03/15 13:09


AVALIAR CONHECIMENTOS

6 D
 etermine a energia que será necessário transferir como calor para que um bloco de zinco,
de massa 250 g, eleve a sua temperatura de 15,0 °C para 70,0 °C. (czinco = 388 J kg-1 K-1).
7  ara aquecer 500 g de água, inicialmente à temperatura de 20 °C, forneceu-se 7,5 ◊ 10 4 J
P
de energia. Determine a temperatura final, em Kelvin, a que ficou a água (cágua = 4,2 kJ kg-1 K-1).
8  temperatura de um bloco de ferro com um volume de 10 cm3 diminui de 300 °C para 0 °C.
A
Determine a energia transferida por calor do bloco para a vizinhança, durante o processo de
arrefecimento. Apresente o resultado em joules (tFe = 7,85 g cm-3; cFe = 0,11 cal g-1 °C-1).
9 P
 ara aumentar a temperatura de uma dada massa de água (m) de 30 °C para 50 °C, foi fornecida
energia como calor igual a Q. Para aumentar a temperatura, de 16 °C para 26 °C, de uma amostra
de água com metade do valor da massa da amostra anterior será necessário uma quantidade
de calor igual a:
Q Q
A. 2Q B. 4Q C.  D. 
2 4
10 U
 ma das experiências de Joule mais conhecidas consistia num dispositivo no qual duas massas
marcadas presas por um fio passavam por duas roldanas. Quando as massas caíam, faziam mover
um sistema de pás que agitavam a água contida num recipiente isolado termicamente,
e a temperatura da água aumentava.

Professor
6.
E = 5,34 ◊ 103 J
7.
T f = 328,86 K
8.
E = 1,08 ◊ 104 J
9.
D
10.
10.1 Uma vez que o 10.1 
Justifique a afirmação seguinte, retirada do enunciado.
recipiente se encontrava «[…] agitavam a água contida num recipiente isolado termicamente, e a temperatura da água
isolado termicamente, não
aumentava.»
ocorria transferência de energia
entre o sistema e a vizinhança. 10.2  u3p136h1
Assinale a opção que completa corretamente a frase seguinte.
O movimento das pás, devido
Com esta experiência, Joule pretendeu…
ao trabalho realizado pela
força da gravidade, agitava a A. … estabelecer a relação entre calor e a quantidade de calórico transferida.
água, aumentando a energia
cinética (aumento da energia
B. … estabelecer a relação entre trabalho e quantidade de energia transferida como calor.
interna). Deste modo, a C. … mostrar que o calor é uma substância, calórico.
agitação da água tinha como
consequência um aumento D. … mostrar que o calor é uma medida da temperatura.
da sua temperatura. 10.3 
Assinale a opção que completa corretamente a frase seguinte.
10.2 B
10.3 C «Na experiência de Joule, o aumento de energia interna do sistema água é interpretado como
10.4 O aumento da energia resultado […] e conclui-se que esse aumento poderia ser obtido por […]
interna resulta do trabalho
A. […] da libertação de energia como calor […] trabalho realizado sobre o sistema.»
realizado sobre o sistema.
O aumento da energia interna B. […] do trabalho realizado pelo sistema […] absorção de energia como calor.»
pode ser obtido por absorção
C. […] do trabalho realizado sobre o sistema […] absorção de energia como calor.»
de energia por calor. Deste
modo, sendo o trabalho uma D. […] da absorção de energia como calor […] trabalho realizado sobre o sistema.»
energia, pode concluir-se
que o calor será energia.
10.4 
Conclua, justificando, como a partir da experiência de Joule se comprova que o calor é uma
energia.

164

565533 146-183.indd 164 10/03/15 13:09


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

11 A figura ao lado representa uma garrafa térmica, contendo 100 g de


água. Quando se inverte a garrafa, pode considerar-se que a água cai
40 cm. Repetindo diversas vezes este procedimento, verifica-se um
pequeno aumento da temperatura da água.
40 cm
11.1 
Identifique, para a situação descrita, o principal processo
de transferência de energia para a água.
11.2 
Determine o intervalo de tempo necessário para que
a temperatura da água aumente 0,50 °C, se a garrafa térmica
for invertida cerca de 30 vezes por minuto. Apresente todas
as etapas de resolução.

c (capacidade térmica mássica da água) =
= 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1
Exame de Física e Química A, época especial, 2012
U3P136H2
12 O gráfico seguinte representa a temperatura de 5 g de uma substância, inicialmente a 20 °C,
em função da quantidade de calor absorvido.

i/ ˚C
60

40

20

0
0 5 10 15 20 25 420 Q/J

12.1 
Determine a capacidade térmica mássica dessa substância.
12.2 
Faça uma pesquisa e identifique o tipo de substância de que se trata.
13 Um grupo de alunos reproduziu a experiência de Joule, utilizando o dispositivo esquematizado
na figura seguinte.

u3p147h3a

Os alunos colocaram 0,600 kg de água no vaso de cobre e suspenderam massas marcadas
Professor
11.
nas extremidades dos fios. Rodando a manivela, elevaram as massas a uma determinada altura.
U3P136H3 11.1 Trabalho.
Soltando a manivela, as massas caíram fazendo rodar o sistema de pás mergulhado na água, 11.2 Dt = 1044 s
o que provocou o aquecimento desta. Eles mediram, com um termómetro, a variação de temperatura 12.
da água, após repetirem o procedimento várias vezes. O trabalho realizado pelas massas 12.1 c = 2100 J kg-1 °C-1
suspensas foi de 7,8 ◊ 102 J. Determine o aumento de temperatura da água, admitindo 12.2 O material que
que somente 98 % do trabalho realizado pelas massas contribui para aumentar a energia apresenta este valor para
a capacidade térmica
interna da água. mássica é o vidro.
c (capacidade térmica mássica da água) = 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1 13.
Dt/°C = 0,305 °C

165

565533 146-183.indd 165 10/03/15 13:09


3.4  
Radiação e irradiância
Professor
Sugestões metodológicas
• Analisar o espetro eletromagnético da figura 19: 3.4.1 Radiação eletromagnética
— Descrever o espetro.
— Estabelecer as gamas de radiação do espetro eletromagnético
do ultravioleta, do visível e do infravermelho, em termos de
Pode aquecer-se a água contida num copo de várias maneiras. Pode,
frequência. por exemplo, expor-se o copo à radiação solar, colocá-lo nas proximida-
• Recordar, com apoio de representações esquemáticas, simulações
e gráficos os conceitos associados a ondas periódicas:
des de uma lâmpada de incandescência ou ainda no interior de um
— ondas transversais; forno de micro-ondas, durante um certo intervalo de tempo Fig. 17 . Em
— ondas longitudinais;
— comprimento de onda;
qualquer um destes casos, o aumento da temperatura do sistema deve-
— frequência; -se à absorção de radiação eletromagnética.
— período;
— amplitude;
— velocidade de propagação. A temperatura final do sistema dependerá do intervalo de tempo de
• Retomar a discussão do efeito fotoelétrico para clarificar que este exposição e da energia que cada uma das fontes consegue transferir em
fenómeno não pode ser interpretado considerando a energia total
de uma onda eletromagnética, é preciso considerar a radiação igual intervalo de tempo.
eletromagnética como partícula-fotão.
• Apresentar como exemplo dois lasers de igual potência (exemplo,
100 mW) um azul (+450 nm) e outro no vermelho (+700 nm),
A B C
e solicitar aos alunos: i) a determinação da energia da radiação
eletromagnética que cada laser emite em cada segundo;
ii) o cálculo do n.º de fotões que são emitidos em cada segundo
por cada um dos lasers. iii) concluir que, para se ter a mesma 2:00
energia total a ser transportada por uma onda eletromagnética,
o número de fotões necessários depende da frequência dos fotões
que lhe estão associados.

Fig. 17 Transferência de energia por radiação eletromagnética: exposição solar [A];


lâmpada de incandescência [B]; forno de micro-ondas [C].
U3P138H1

É pertinente revisitar as características fundamentais da radiação ele-


tromagnética estudada anteriormente.

A radiação eletromagnética (onda eletromagnética) pode ser descrita


como o resultado da aceleração (por exemplo, vibração) das cargas elé-
tricas presentes em toda a matéria, tal como Faraday concebera Fig. 18 .
O conjunto contínuo de frequências possíveis para a radiação eletromag-
Fig. 18 Faraday (1791-1867). nética denomina-se espetro eletromagnético Fig. 19 .

Penetra na atmosfera Sim Não Sim Não


terrestre?

Tipo de radiação Rádio Micro-ondas Infravermelhos Visível Ultravioleta Raio-X Raios Gama
Comprimento de onda/m 103 10–2 10–5 0,5 × 10–6 10–8 10–10 10–12

Escala aproximada Edifícios Humanos Borboletas Ponta de uma Protozoários Moléculas Átomos Núcleo
do comprimento de onda agulha do átomo

Fig. 19 Espetro eletromagnético.

166

565533 146-183.indd 166 u3p138h3 10/03/15 13:10


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Analisando a figura 19, conclui-se que: Professor


• o espetro eletromagnético é constituído por um conjunto de radia- LIVROMÉDIA
ções eletromagnéticas, caracterizadas por uma dada frequência.
PowerPoint
Por ordem crescente das frequências (ordem decrescente de com- Radiação e irradiância
primentos de onda) tem-se: ondas rádio, micro-ondas, infraverme-
lho, visível, ultravioleta, raios X e raios gama;
• a região espetral do visível situa-se num intervalo de comprimentos de
onda entre 380 nm e 750 nm quando a propagação ocorre no vazio.
Entre 750 nm e 1 µm, tem-se a radiação infravermelha. A região
espetral do ultravioleta situa-se entre 380 nm e 100 nm.

Uma das características fundamentais da radiação eletromagnética é


esta não exigir qualquer meio material para se propagar, isto é, propaga-
-se como uma onda, mesmo no vazio. A sua velocidade no vazio é
c . 300 000 km/s.

É caracterizada pela frequência (f) ou pelo período (T), sendo a fre-


quência o inverso do período:

1
f=
T

A unidade do Sistema Internacional de frequência é o s-1, que se


designa por hertz e cujo símbolo é (Hz).

O comprimento de onda (m) depende da velocidade (v) com que a


onda se propaga num dado meio material.

v=mf

A energia total transportada por uma onda eletromagnética é tanto


maior quanto maior for a amplitude da respetiva onda.

A radiação eletromagnética emitida por uma fonte térmica:


radiação térmica

A emissão contínua de radiação eletromagnética por um corpo, rela-


cionada unicamente com a temperatura desse corpo, considerado como
uma fonte térmica, designa-se por radiação térmica.

A temperatura de um corpo, quando interpretada à luz da teoria ciné-


tico-corpuscular, é uma medida da energia cinética média das partículas
do corpo. Estas partículas são constituídas por cargas elétricas que se
encontram em movimento acelerado a uma dada temperatura T > 0 K,
levando à emissão de um espetro contínuo de radiação eletromagnética
numa dada gama de frequências.

Todos os corpos, a uma temperatura T > 0 K, sejam estrelas, pla-


netas, cristais de gelo, pessoas, edifícios, etc., emitem permanen-
temente radiação térmica independentemente do tamanho, da
forma ou da composição química.
167

565533 146-183.indd 167 13/03/15 15:43


3.4 Radiação e irradiância

Professor Na figura 20, pretende-se ilustrar a relação entre a temperatura de


Sugestões metodológicas um dado corpo e a gama de frequências de radiação eletromagnética
• Analisar a figura 20 e discutir se é possível existirem emitida que lhe está associada. Da análise desta figura, conclui-se ainda
fontes térmicas em toda a gama do espetro
eletromagnético.
que:
• Reforçar que uma fonte térmica, à temperatura • para temperaturas entre 1 K (. -272 °C) e, aproximadamente,
ambiente, emite na região espetral do infravermelho.
1200 K (.927 °C), a gama espetral do espetro de emissão estará
predominantemente no infravermelho;
• nenhum corpo à superfície da Terra emite radiação térmica na
região dos raios X, raios gama, ultravioleta, micro-ondas ou rádio,
uma vez que tal corresponderia a temperaturas muito superiores
(raios X, raios gama) ou próximas da do Sol (ultravioleta); ou a tem-
peraturas muito inferiores a 0 °C (micro-ondas ou rádio).

Frequência/Hz

108 1012 1015 1018 1020

Temperatura de um corpo
a que uma dada radiação
emitida é mais intensa.
1K 100 K 10 000 K 10 000 000 K
-272 ºC -173 ºC 9727 ºC a10 000 000 ºC
Fig. 20 Temperatura de objeto correspondente ao comprimento de onda a que é máxima a intensidade
da radiação emitida pelo objeto.

U3P140H1
É, então, de esperar que ocorra a transferência de energia como calor
entre corpos a temperaturas diferentes, sem necessidade de contacto,
uma vez que qualquer um deles emite radiação eletromagnética numa
gama de frequências característica da sua temperatura, que se pro-
paga de um ponto do espaço para outro sem necessidade de um meio
material.

A radiação é a transferência de energia como calor, entre dois


corpos a temperaturas diferentes, através da propagação de ondas
eletromagnéticas, sem haver contacto entre os sistemas.

A energia transferida por radiação na gama do UV e do visível, quando


absorvida por um corpo a uma dada temperatura, pode estar envolvida
noutros processos, além do aumento da energia cinética média do sis-
tema. Por exemplo, certas frequências da radiação solar na gama do
ultravioleta:
• conduzem à dissociação e/ou ionização de moléculas na atmos-
fera;
• permitem a desinfeção de piscinas e o tratamento da água potável
porque destroem o ADN de certos microrganismos;
• utilizam-se na esterilização do equipamento cirúrgico.

168

565533 146-183.indd 168 10/03/15 13:10


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Em geral, as transferências de energia como calor por radiação, entre Professor


corpos a temperaturas diferentes, ocorrem na gama espetral do infraver- SUGESTÕES METODOLÓGICAS
melho. Esta radiação, quando absorvida, é convertida, na maior parte • Alertar para o facto de a energia absorvida por um
sistema poder ser utilizada em diferentes processos.
dos materiais, em energia cinética média das partículas, e por isso se Relacionar com o que foi estudado na Química
observa um aumento da temperatura do corpo que absorve essa radiação. do 10.º ano. Neste caso, discute-se um processo
de transferência de energia entre sistemas que
necessariamente estão a temperaturas diferentes —
por isso se fala em calor.
Todos os corpos, a uma dada temperatura, emitem radiação e, • O calor por radiação na gama dos infravermelhos é
à temperatura ambiente, emitem predominantemente no infraver- aquele que contribui fundamentalmente para o aumento
da energia cinética média de um sistema que a absorve.
melho. • Discutir a análise do gráfico da figura 21 salientando
os seguintes aspetos:
— Definir um espetro térmico;
Pode parecer estranho afirmar-se que, à superfície da Terra, não exis- — Distinguir espetros contínuos de espetros
descontínuos;
tem corpos que emitam radiação térmica na região dos raios X, uma vez — Explorar a forma da curva para diferentes
que a radiografia é uma técnica de diagnóstico vulgarmente utilizada que temperaturas (máximos, área subtensa, comprimentos
de onda emitidos, …).
usa uma fonte de raios X; acontece que o espetro de radiação desta fonte
não apresenta as características de uma fonte de radiação térmica, ou
seja, a emissão dessa radiação não está diretamente relacionada com a
temperatura da fonte emissora.

3.4.2 Irradiância
É importante reconhecer as características gerais do espetro de uma
fonte térmica. A figura 21 traduz o espetro de emissão de radiação térmica
de um filamento de um metal incandescente — o tungsténio —, medido
através de um orifício de um tubo que contém o filamento no seu interior.

7
Região visível
3300 K
6
3200 K

3000 K

5 2800 K

2500 K
Potência espetral relativa

2000 K
4

0
500 1000 1500 2000 2500
Comprimento de onda/nm
Fig. 21 Espetro de radiação térmica de um filamento de tungsténio, medido a diferentes temperaturas.

169

U3P141H1
565533 146-183.indd 169 10/03/15 13:10
3.4 Radiação e irradiância

Professor A partir da representação gráfica da figura 21, observa-se que:


Sugestões metodológicas • a intensidade de energia radiada pelo corpo distribui-se ao longo de
• Referir que a atribuição a um sistema das um conjunto contínuo de valores de comprimentos de onda (ou
características de corpo negro não significa que o
sistema apresenta a cor preta; o termo «corpo negro» é
frequências) — espetro contínuo;
um modelo utilizado para interpretar a emissão/absorção • a área do gráfico definida pela curva e o eixo das abcissas (região
de radiação por um corpo exclusivamente dependente da
sua temperatura.
colorida na figura) aumenta com a temperatura;
• A propriedade que caracteriza este comportamento • a distribuição da intensidade radiada não é simétrica em torno do
é a emissividade do material.
• Analisar os valores de emissividade apresentados na
valor máximo;
tabela, começando por identificar a que gama espetral • existe um comprimento de onda (ou frequência) para o qual a
da radiação dizem respeito os valores indicados
de emissividade (T = 300 K).
intensidade de energia radiada é máxima;
• Discutir alguns aspetos que justifiquem a existência • com o aumento da temperatura, o máximo da energia radiada des-
de um intervalo de valores de emissividade para
o mesmo material (por exemplo, diferentes composições
loca-se para menores comprimentos de onda (ou maiores frequên-
dos materiais). cias);
• a intensidade de energia radiada diminui mais rapidamente para
menores comprimentos de onda (ou maiores frequências) do que
para maiores comprimentos de onda (ou menores frequências).

O facto de estas características estarem presentes em diversos mate-


riais à mesma temperatura parecia indicar, à luz dos conhecimentos dos
cientistas do século xix, que a radiação térmica emitida dependeria ape-
nas da temperatura do corpo. Um corpo com este comportamento
designou-se por «corpo ideal» ou «corpo negro».

A — Espetro solar no topo Ainda que nenhum corpo real se comporte como um corpo negro, na
da atmosfera
maioria das situações práticas é uma boa aproximação considerar que o
Radiância espetral

B — Espetro solar
à superfície da Terra espetro da radiação térmica emitido pelos corpos reais é semelhante
(ao meio-dia e com céu claro)
ao emitido por um «corpo negro» à mesma temperatura. Na figura 22,
Visível Infravermelho apresenta-se o espetro da radiação solar medido no topo da atmosfera e
ao nível do mar.
-7

-6

-6

-6

-6

-6

-6

-6
10
10

10

10

10

10

10

10
2◊
6◊

1◊

4◊

8◊

2◊

6◊

3◊
1,

1,

2,

2,

Ultravioleta m/m
A emissividade (e) é uma propriedade de um dado material que
Fig. 22 Espetro de emissão do Sol
no topo da atmosfera informa como este se comporta face à radiação térmica, por comparação
terrestre (A), ao qual se com o «corpo negro» à mesma temperatura.
«subtraem» as absorções
devidas aos gases da Assim, um material comporta-se como um «corpo negro» quando
atmosfera (zonas
absorve toda a gama de radiações que nele incide e tem o valor para a
a castanho e a violeta),
tendo como resultado emissividade igual a um (e = 1). Um material que é bom emissor é tam-
um espetro como bém excelente absorvedor de radiação térmica (0 < e G 1). Um material
o que é representado bom refletor não absorve nem emite radiação. O valor da emissividade é
pela letra B.
zero (e = 0).

Em geral, quando um sólido opaco apresenta a cor preta, significa


que absorve toda a radiação visível que nele incide. Assim, no inverno
usam-se roupas mais escuras, enquanto no verão se dá preferência às
cores claras.

Note-se que um corpo pode ser opaco para certos tipos de radiação
e transparente para outros. O corpo humano é transparente aos raios X
e opaco para a radiação visível.

170

565533 146-183.indd 170 10/03/15 13:10


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Na tabela seguinte, apresentam-se valores para a emissividade de


alguns materiais a 300 K. Da análise da tabela, constata-se que o mesmo
material apresenta valores diferentes para a emissividade, consoante as
características da superfície, e que materiais diferentes apresentam o
mesmo valor de emissividade.

Emissividade de alguns materiais (T = 300 K)


Material Polido Rugoso Oxidado
Alumínio 0,4-0,55 0,11 0,019
Inox 0,17 0,57 0,85
Bronze 0,03 00,6-0,2 0,6
Ouro 0,018-0,035 — —
Aço 0,12-0,40 0,75 —
Chumbo 0,057-0,075 0,28 0,63
Prata 0,02-0,035 — —
Zinco 0,045-0,053 — —
Plástico 0,86-0,95 — —
Papel 0,92-0,94 — —
Vidro pirex 0,85-0,90 — —
Pele humana 0,98 — —
Água 0,95-0,963 — —
Areia 0,75 — —
Vestuário/algodão 0,77 — —
Asfalto 0,96 — —
Tinta esmalte/qualquer cor 0,85-0,91 — —
Pinturas de alumínio 0,27-0,67 — —

Todos os corpos a uma dada temperatura absorvem radiação, e a


radiação visível é absorvida totalmente pelas superfícies de cor preta.

Define-se irradiância (Er) como a energia recebida por unidade de


tempo e por unidade de área a uma distância r da fonte. Para uma
superfície de área A:
E P
Er = =
Dt # A A
em que E é a energia incidente na superfície no intervalo de tempo
(Dt).

O espetro de radiação térmica traduz a energia emitida por unidade


de área do corpo emissor, por unidade de tempo, ou seja, a irradiância
(Er) junto à sua superfície, em função do comprimento de onda ou da
frequência da radiação.

A unidade do Sistema Internacional de irradiância é o watt por metro


quadrado, cujo símbolo é W m-2.(1)
(1)
Ver Diário da República, 1.ª Série, n.º 234, 3 de dezembro de 2010, página 5447.

171

565533 146-183.indd 171 10/03/15 16:54


3.4 Radiação e irradiância

As figuras 23A e 23B ilustram como varia a cor de um pedaço de ferro


numa forja ao ser aquecido. Observa-se que, com o aumento da tempe-
ratura, o ferro passa a emitir radiação predominantemente na região do
visível, passando por várias tonalidades: vermelho, laranja, até ficar
branco.

A B C f/1014 Hz m/10-9m
Cor t/ºC
7,50 400
Branco 1200 Violeta
7,06 Anil 425
Amarelo-claro 1100 6,74 445
Amarelo 1050 Azul
Laranja-claro 980 6,00 500
Laranja 930 Verde
Vermelho-claro 870 5,22 575
Amarelo
810 5,13 585
Laranja
760
4,83 620
Vermelho-escuro 700
650 Vermelho
Avermelhado 600 4,00 750
Fig. 23 Aquecimento de ferro numa forja [A]; espetro da radiação visível emitida pelo ferro [B]; espetro eletromagnético
da radiação do visível [C]. U3P143H3
U3P143H2

Professor
Sugestões metodológicas Consultando o espetro eletromagnético da figura 23C, conclui-se que,
• Discutir o significado de irradiância analisando à medida que a temperatura do pedaço de ferro aumenta, a gama de
a expressão matemática apresentada. frequências da radiação emitida vai-se deslocando para maiores frequên-
• Analisar a situação descrita salientando que (Fig. 23)
a cor resultante de um emissor térmico (pedaço cias (a gama de comprimentos de onda vai-se deslocando para menores
de ferro aquecido) deve-se à sobreposição das radiações comprimentos de onda).
emitidas, na região do visível, pelo corpo a essa
temperatura. À medida que a temperatura aumenta,
o espetro de emissão desloca-se para a região espetral Quando o ferro está à temperatura ambiente, emite radiação que não
de frequências mais elevadas. O corpo aparenta ter
é visível ao olho humano. A esta temperatura, os corpos emitem radiação
a cor branca, porque ocorre a sobreposição do vermelho,
do verde e do azul (três cores primárias de ótica). na região do infravermelho, a qual pode ser detetada utilizando sensores
que detetem esta gama de radiações.

A figura 24 mostra uma imagem de uma rua resultante do processa-


mento da informação que foi obtida com sensores de infravermelhos.

Os sensores de infravermelhos são dispositivos que recolhem informa-


ção dos objetos, sem entrar em contacto com eles, captando a radiação
eletromagnética que aqueles emitem ou refletem. Estes sensores regis-
tam a irradiância espetral, ou seja, a irradiância para uma certa gama de
comprimentos de onda.
Fig. 24 Imagem obtida por
infravermelho. Aproveitando-se o facto de todos os corpos à temperatura ambiente
emitirem radiação no infravermelho, desenvolveu-se tecnologia que per-
mitiu captar e processar dados nessa gama de comprimentos de onda.

Os sistemas de termografia de infravermelho para registo de imagens


podem ser aplicados em diferentes áreas, como, por exemplo: na cons-
trução civil, na indústria automóvel, aeronáutica e de processamento, na
eletrónica, na medicina e em sistemas de vigilância e segurança, como
se pode ver na tabela da página seguinte.

172

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SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Aplicações da termografia de infravermelho


Construção civil

Professor
SUGESTÕES
• Localização de fugas térmicas. METODOLÓGICAS
• Estudo de perdas energéticas através • Explorar
os exemplos
de paredes.
de aplicação
• Deteção de problemas de isolamento. de termografia
• Localização de humidades internas. de infravermelho.
• Discutir em que
condições é possível
observar o contraste
(corpos que não se
Indústria automóvel e aeronáutica encontram em
equilíbrio térmico).

• Análise das características térmicas do motor.


• Estudo do aquecimento dos travões.
• Controlo dos sistemas de descongelação.
• Estudos em túnel de vento.

Eletrónica

• Deteção e localização de curtos-circuitos.


• Inspeção e controlo de qualidade de placas.
• Análise térmica de placas de circuito
impresso.
• Determinação da variação de temperatura
em circuitos internos.

Medicina

• Determinação de problemas circulatórios.


• Localização de infeções ocultas.
• Análise de danos musculares.
• Medição de temperatura (termómetros
infravermelhos).

Vigilância e segurança

• Visão noturna.
• Vigilância aérea.
• Combate a incêndios.
• Controlo de tráfego marítimo.

173

565533 146-183.indd 173 10/03/15 13:10


3.4 Radiação e irradiância

EXERCÍCIO RESOLVIDO 5
Aplicações das fontes de radiação térmica
Os sistemas de termografia de infravermelho captam a radiação térmica emitida pelos corpos
Professor e convertem-na numa imagem que representa a distribuição da temperatura superficial dos objetos
SUGESTÕES observados. Pela análise do comportamento térmico podem identificar-se potenciais problemas em
METODOLÓGICAS materiais, peças ou circuitos eletrónicos, e estes sistemas podem usar-se também como auxiliares
• Analisar e discutir
de diagnósticos médicos. Uma das aplicações mais conhecidas deste sistema é o serviço
o exercício resolvido
«Aplicações das fontes de vigilância e de segurança.
de radiação térmica».
Nas figuras seguintes apresentam-se imagens obtidas por sistemas de termografia de infravermelho,
em algumas atividades.

A C E

Construção civil Eletrónica Aeronáutica

B D F

Indústria automóvel Medicina Vigilância

5.1 Este sistema pode ser utilizado para localizar objetos numa sala à temperatura ambiente?
Justifique a sua resposta.
5.2 D
 a análise da imagem da figura A, deteta-se um problema de humidade na habitação.
Diga como se pode detetar este problema pela imagem de infravermelho.
5.3 O
 sistema da figura F é utilizado na vigilância noturna.
5.3.1 Refira como é possível detetar uma pessoa numa sala escura.

5.3.2 
Seria possível detetar um cubo de gelo fundente numa sala às escuras utilizando um
sistema de termografia de infravermelho? Justifique a sua resposta.

5.1 
RESOLUÇÃO:
Não. Todos os objetos da sala estão à mesma temperatura, porque estão em equilíbrio térmico
com o ambiente (Lei Zero da Termodinâmica).
5.2 
RESOLUÇÃO:
A imagem tem um código de cor associado aos valores de temperatura. O contraste na cor indica
a existência de temperaturas diferentes, que podem ser associadas à presença de humidade,
porque a água infiltrada não está em equilíbrio térmico com a parede.
5.3 5.3.1 
RESOLUÇÃO:
O corpo humano (37 °C) não está em equilíbrio térmico com a sala, pelo que será possível
utilizar o sistema de termografia de infravermelho para o localizar.
5.3.2 
RESOLUÇÃO:
Sim. Porque o gelo encontra-se a 0 °C, não estando em equilíbrio térmico com a vizinhança.

174

565533 146-183.indd 174 10/03/15 13:10


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

3.4.3 Irradiância solar


O planeta Terra é um sistema que está constantemente a receber
energia por radiação quase exclusivamente do Sol. No estado atual de
evolução do Sol, a energia que este astro emite, em média, em cada
segundo — potência radiada — é de cerca de 3,87 ◊ 1026 W, a qual se
propaga uniformemente em todas as direções.

Considerando a distância média que separa a Terra do Sol,


r = 150 ◊ 106 km, e o raio da Terra, RT = 6371 km, a Terra é como um S T
r
ponto na superfície de uma esfera centrada no Sol Fig. 25 .

A potência radiada pelo Sol propaga-se atravessando sucessivas


Fig. 25 Fluxo de energia emitido
superfícies esféricas centradas no Sol, cuja área é dada por A = 4rr 2. U3P146H1
pelo Sol.

Então, a potência radiada por unidade de área que atinge a Terra — o


fluxo solar ou irradiância solar numa superfície à distância que separa Professor
a Terra do Sol — corresponde a: SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Com o apoio dos esquemas das figuras 25 e 26,
3,87 # 10 26 discutir o significado do valor 1367 W m-2 e como varia
S0 = , 1367 W m
-2
à medida que nos aproximamos da superfície do Planeta.
4r r 2 • Para introdução do termo fotovoltaico, sugere-se
a discussão sobre:
Assim, a radiação que chega do Sol, ao nível da órbita da Terra, por — o problema energético e a necessidade de recorrer
a fontes renováveis de energia;
segundo e por unidade de área perpendicular à direção da radiação — as vantagens e desvantagens;
solar, tem um valor de .1367 W m-2. — as condições verificadas em Portugal que favorecem
o recurso à utilização da radiação solar (irradiância solar
média).
Como a Terra tem uma secção circular, ocupa uma área A = rR 2T • Recorrer a kits experimentais, carrinhos, candeeiros,
(com RT = 6,37 ◊ 106 m), na superfície esférica centrada no Sol, cujo lanternas, máquinas de calcular, para demonstrar
e interpretar o fenómeno fotovoltaico.
raio é igual à distância Terra-Sol Fig. 26 , sendo possível determinar a
energia que a Terra recebe do Sol por segundo, isto é, a potência rece-
bida (PT = 1,748 ◊ 1017 W).

Fluxo solar

x2

Fig. 26 A Terra recebe energia numa secção circular e emite em todas as direções
a partir de uma superfície esférica.
U3P146H1

A irradiância solar à superfície da Terra não é igual para todos os


locais, há fatores como a atmosfera, o dia e a noite, as nuvens ou a incli-
nação dos raios solares, que vão variando ao longo do dia e são diferen-
tes de região para região. Como resultado, fala-se de uma irradiância
solar média em cada local.

175

565533 146-183.indd 175 10/03/15 16:54


3.4 Radiação e irradiância

Efeito fotovoltaico

O Homem, ao longo da História, tem utilizado a radiação solar de


várias formas. Na era tecnológica atual, esta radiação tem sido aprovei-
tada em sistemas de aquecimento e arrefecimento, em fornos solares,
em coletores solares e em sistemas fotovoltaicos Fig. 27 .

Fig. 27 Aproveitamento da energia solar num sistema fotovoltaico.

O efeito fotovoltaico consiste no fenómeno físico através do qual uma


célula fotovoltaica transforma a radiação solar em energia elétrica. Foi
possível interpretar este fenómeno considerando a luz como partícula
— fotão, à semelhança do que acontece no efeito fotoelétrico.

O efeito fotovoltaico foi descoberto por Edmond Becquerel em 1839,


mas só quarenta anos mais tarde foi construída a primeira célula fotovol-
taica — em que se conseguiu produzir corrente elétrica, sem necessidade
de qualquer fonte de tensão exterior quando se iluminava a célula —,
que consistia numa placa de selénio onde tinham sido depositados dois
contactos aquecidos de platina Fig. 28 . Este fenómeno permite a transfor-
Fig. 28 Primeira aplicação de uma mação da energia da radiação eletromagnética em energia elétrica.
célula solar de silício como
fonte de alimentação de
A maior parte das células fotovoltaicas que existe no mercado é fabri-
uma rede telefónica (1955).
cada a partir de materiais semicondutores baseados em átomos dos
elementos químicos, que constam da Tabela Periódica, conforme o
18 excerto que se ilustra na figura 29.
2
He
13 14 15 16 17 4.002602

5
B
6
C
7
N
8
O
9
F
10
Ne
Como foi estudado anteriormente, os semicondutores distinguem-se
dos metais, porque, com o aumento da temperatura, a respetiva condu-
10.811 12.0107 14.00674 15.9994 18.9984032 20.1797

13 14 15 16 17 18
Al Si P S Cl Ar
11 12
ção elétrica aumenta, enquanto num metal diminui.
26.981538 28.0855 30.973761 32.066 35.453 39.948

29 30 31 32 33 34 35 36
Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
63.546 65.409 69.723 72.64 74.92160 78.96 79.904 83.798

47 48 49 50 51 52 53 54
Ag
107.8682
Cd
112.411
In
114.818
Sn
4 002 602
Sb
121.760
Te
127.60
I
126.90447
Xe
131.293 Nos materiais semicondutores, contrariamente ao que acontece nos
79 80 81 82 83 84 85 86
Au
196.96655
Hg
200.59
Tl
204.3833
Pb
207.2
Bi
208.98038
Po
(209)
At
(210)
Rn
(222)
metais, os eletrões de valência que participam em cada ligação química
Fig. 29 Elementos químicos mais são atraídos essencialmente pelos núcleos atómicos envolvidos nessa liga-
U3P148H1
usados no desenvolvimento ção. Consequentemente, com o aumento da temperatura do semicondu-
de materiais de base
tor, os eletrões de valência podem adquirir energia suficiente para se liber-
para o fabrico de células
fotovoltaicas semicondutoras tarem da atração nuclear, e ficar disponíveis para participar no processo de
inorgânicas. transferência de carga elétrica no interior do material (condução elétrica).
176

565533 146-183.indd 176 10/03/15 13:10


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Quando um eletrão deixa de estar sob a influência dos núcleos da Professor


ligação e se liberta, a sua ausência equivale a formar-se uma partícula SUGESTÕES METODOLÓGICAS
com carga positiva, com o mesmo valor absoluto da carga do eletrão, • Explicar o funcionamento de uma célula fotovoltaica
com o apoio das figuras 28, 29 e 30 e dos exemplos
a que se dá o nome de buraco, continuando o material eletricamente apresentados, justificando:
neutro. — a utilização de materiais semicondutores no fabrico
das células;
— a dopagem tipo n e tipo p, com base no exemplo
Verifica-se que para cada tipo de semicondutor existe um valor bem apresentado no manual;
definido de energia/frequência de radiação (um dado fotão) que também — o estabelecimento de uma diferença de potencial
elétrico;
permite que o eletrão de valência se liberte da atração nuclear da ligação —o fornecimento de uma corrente elétrica contínua.
química. Se forem criadas condições que impeçam que o eletrão volte a
participar na ligação química, tanto o eletrão como o buraco são respon-
sáveis pela existência de uma corrente elétrica no interior do próprio
material, originando o efeito fotovoltaico.

Os materiais semicondutores, para serem aplicados em células sola-


res, têm de absorver numa vasta gama do espetro solar. Além do mais,
para que um dado material seja usado no desenvolvimento das células
fotovoltaicas, é necessário modificar as suas propriedades elétricas.

Por exemplo, quando o silício (Si: [Ne] 3s2 3p2) é substituído pelo
arsénio (As: [Ar] 3d10 4s2 4p3), um dos eletrões de valência não participa
na ligação e, por isso, não se encontra fortemente ligado aos núcleos.
Ainda que o material continue eletricamente neutro, a distribuição de
carga elétrica não é uniforme, porque o átomo impureza (As) tem um
eletrão livre, ao qual não está associada qualquer buraco; por isso, diz-se
que existe um excesso de eletrões relativamente ao número de buracos,
e o material diz-se dopado tipo n Fig. 30A .

No caso de o silício ser substituído pelo alumínio (Al: [Ne] 3s2 3p1), a
ligação química covalente fica incompleta porque falta um eletrão, o que
é equivalente a dizer que há excesso de buracos no material, e o material
diz-se dopado tipo p Fig. 30B .

Num semicondutor, tanto os buracos como os eletrões contribuem


para a condução elétrica.

A B

Si Si Si Si Si Si Si Si
Eletrão «Buraco»
livre livre
Si As Si Si Si Al Si Si

Si Si Si Si Si Si Si Si

Fig. 30 Representação esquemática do efeito da dopagem: tipo n [A]; tipo p [B].

U3P149H1 U3P149H2
As células fotovoltaicas mais simples que se encontram no mercado
usam uma junção p-n.

177

565533 146-183.indd 177 10/03/15 13:10


3.4 Radiação e irradiância

Professor Quando se colocam em contacto duas regiões de um material semi-


Sugestões metodológicas condutor, uma tipo p e outra tipo n, na região da interface, a difusão
• Analisar as curvas características de uma célula é muito eficiente e os eletrões da região tipo n difundem-se para a inter-
fotovoltaica (Fig. 31) e discutir:
— o que representa cada um dos gráficos;
face da região tipo p, que tem excesso de buracos. Verifica-se que,
— o significado dos pontos assinalados nos gráficos; mesmo antes de ocorrer uma distribuição uniforme de carga, se forma na
— a variação de potência elétrica debitada pela célula
com a diferença de potencial;
interface uma região designada por zona de depleção, que impede que
— o significado de eficiência de conversão de energia mais eletrões da região n alcancem a região tipo p, acumulando-se na
térmica em energia elétrica por uma célula fotovoltaica.
• Analisar as curvas características de uma célula
interface I. Como consequência, na interface II, existe um excesso de
fotovoltaica para diferentes horas do dia (Fig. 32) e: carga positiva. Nesta região tem-se uma diferença de potencial elétrico
— discutir o facto de as curvas serem diferentes para
Fig. 31 .
diferentes horas do dia;
— relacionar cada uma das curvas com a irradiância
solar média que se verifica a cada uma das horas;
— discutir fatores que condicionam a eficiência de uma
I II
célula.
• Distinguir o efeito fotovoltaico do efeito fotoelétrico
destacando:
— a diferença de materiais envolvidos;
— no efeito fotoelétrico há remoção de eletrões da
superfície do metal;
— no efeito fotovoltaico não há remoção de eletrões.

Região tipo p Região tipo n


Zona de depleção
Fig. 31 Formação da zona de depleção numa junção p-n.

U3P149H3
A importância desta junção está no facto de ela apenas permitir a
passagem de corrente elétrica num só sentido quando ligada a uma fonte
de tensão exterior — isto significa que funciona como um díodo Fig. 30 .

Uma célula fotovoltaica é um dispositivo que aproveita a energia


da luz solar para criar uma diferença de potencial elétrico nos seus
terminais, capaz de produzir uma corrente elétrica contínua.

Quando um díodo funciona como LED, necessita de energia elétrica


para emitir luz. Caso funcione como célula fotovoltaica, absorve luz e
transforma-a em energia elétrica.

Para determinar o rendimento de uma célula fotovoltaica, é necessá-


A I
rio conhecer algumas grandezas que caracterizam a célula e que se
I
IMP
podem medir em laboratório, tais como:
• a intensidade de corrente elétrica que a célula debita à máxima
PMAX
potência, IMP;
B • a tensão elétrica ou diferença de potencial da célula à máxima
U
P potência, UMP.
PMAX

Na figura 32, estão representadas as curvas características para


U
UMP UOC uma célula fotovoltaica que traduzem: a variação da intensidade da cor-
Fig. 32 Curvas I-U [A] e P-U [B] rente elétrica em função da diferença de potencial (I-U ) Fig. 32A ; e a
numa célula fotovoltaica.
variação da potência elétrica em função da diferença de potencial (P-U)
UOC — tensão em circuito
Fig. 32B .
aberto.
U3P150H1/2
178

565533 146-183.indd 178 03/06/15 12:45


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Para a eficiência de conversão de uma célula fotovoltaica, contribuem Professor


os seguintes fatores: SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• irradiância solar média no local de instalação; • Fazer a simulação da figura 34 utilizando uma lanterna
e células fotovoltaicas ligadas a uma lâmpada para verificar
• número médio de horas de luz solar por dia; a alteração na luminosidade da lâmpada à medida que se
• propriedades físicas (por exemplo: propriedades térmicas, elétricas altera a posição da lanterna. No decorrer da simulação:
— relacionar a irradiância solar média com a inclinação
e óticas) dos diversos materiais usados na célula; dos raios solares;
• características do circuito elétrico onde a célula opera (resistência — discutir como obter um máximo de eficiência a partir
de um painel fotovoltaico:
exterior). – localização;
– irradiância solar média;
O rendimento de uma célula fotovoltaica (hmax) representa a eficiência – painéis fixos ou móveis;
–…
com que esta converte energia da radiação térmica solar em energia • Discutir a necessidade de dimensionar um painel
elétrica e calcula-se através da expressão seguinte: fotovoltaico tendo em conta as necessidades energéticas
e a irradiância do local de instalação.
Pmax I MP U MP
hmax = ◊ 102 = ◊ 102
Pincidente Pinc

Ao longo de um dia, a inclinação dos raios solares e a altura do Sol

I/A
variam. A variação da irradiância solar na célula irá refletir-se nos valores Meio dia
2,8
de intensidade de corrente elétrica obtida, enquanto os valores de dife-
2,0 16:00 horas
rença de potencial são praticamente constantes Fig. 33 . Consequente- 09:00 horas
1,0
mente, a potência máxima debitada (fornecida) pela célula não é a
mesma ao longo de um dia. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
U/V
As células devem ser instaladas de forma que a irradiância seja otimi- Fig. 33 Variação da intensidade
zada Fig. 34 . Como tal, devem ser orientadas para sul no hemisfério norte da corrente elétrica com
U3P150H3
a diferença de potencial
e com uma inclinação, relativamente à horizontal, coincidente com a
a diferentes horas do dia.
latitude do local para que os raios solares incidam na vertical. Como a
radiação solar incidente muda de direção ao longo do dia, obtém-se
melhor aproveitamento se o sistema fotovoltaico for instalado em supor-
tes móveis que acompanhem o movimento aparente do Sol.

Verão

Primavera/outono

Inverno

N E

Rendimento de alguns tipos


de células fotovoltaicas

Tipo de célula A/cm2 h/%


Si cristalino 4,0 24,7
O S
Fig. 34 Orientação de um módulo fotovoltaico para um aproveitamento máximo GaAs
3,9 25,1
de irradiância ao longo de um ano. monocristalino
Si policristalino 1,1 19,8

A área do módulo do painel u3p151h1


fotovoltaico deverá ser dimensionada Si amorfo 1,0 12,7

tendo em conta o rendimento do painel, a irradiância solar média CuInGaSe2 1,0 18,4
do local de instalação e a potência a debitar. CdTe 1,1 16,4

179

565533 146-183.indd 179 03/06/15 12:49


3.4 Radiação e irradiância

Professor Para comparar diferentes células fotovoltaicas, foi necessário estabe-


Sugestões lecer condições padrão de iluminação e de funcionamento das mesmas
metodológicas (a irradiância luminosa média do local).
• Justificar a
necessidade de
associar células No caso das células de aplicação terrestre, a irradiância incidente de refe-
fotovoltaicas em rência é de 1000 W m-2, correspondente a uma altura solar de 42 ° e a uma
série e em AL 3.1 RADIAÇÃO E POTÊNCIA ELÉTRICA

paralelo.
DE UM PAINEL FOTOVOLTAICO p. 212 temperatura de funcionamento da célula de 25 °C. Este valor de irradiância
• Recorrer a células corresponde a uma potência solar constante de 1000 W por cada metro
fotovoltaicas
e fazer as quadrado, durante cinco horas diárias de exposição solar numa dada região.
A célula 1 célula 2
montagens da
figura 35 para As células solares de silício não são as mais eficientes, como se pode
demonstrar a
diferença de uma ITotal = I1 + I2 inferir pelos valores da tabela da página 179, contudo, são as mais utiliza-
utilização de das em aplicações de larga escala, como as centrais fotovoltaicas. Tal
células em série e U1 U2
em paralelo, tendo UTotal = U1 + U2
acontece porque as células de silício beneficiam de uma estrutura tecnoló-
em conta o fim a gica já existente e bem desenvolvida, que faz baixar os custos de produção.
que se destina o B célula 1
painel fotovoltaico. As limitações da tensão e corrente elétrica gerada pelas células são com-
I2 U3P152H1
• Analisar pensadas através da integração de várias células — módulos fotovoltaicos.
e discutir o
exercício resolvido ITotal = I1 + I2
«Dimensionamento célula 2 Recordando o que se aprendeu anteriormente sobre circuitos elétri-
de um painel
cos, as células fotovoltaicas podem ser associadas conforme se pretenda
fotovoltaico»,
alertando para I1 aumentar a intensidade de corrente elétrica ou a tensão elétrica:
a metodologia
• em série, produzindo um aumento da tensão elétrica nos seus ter-
de resolução. UTotal = U1 = U2
minais Fig. 35A ;
Fig. 35 Ligação em série [A]
U3P152H2
e ligação em paralelo [B] • em paralelo, contribuindo para um aumento da intensidade da cor-
de células fotovoltaicas. rente elétrica do circuito Fig. 35B .

EXERCÍCIO RESOLVIDO 6
Dimensionamento de um painel fotovoltaico
Suponha que a energia solar total incidente na superfície terrestre durante um ano por unidade de
área, na localidade onde vive, é 1,10 ◊ 1010 J m-2 ano-1. Calcule a área de painéis fotovoltaicos
necessária para um gasto diário médio de eletricidade de 1,6 ◊ 105 kJ, se instalar na sua casa
painéis com um rendimento de 20 %.

DADOS:
I inc = 1,10 ◊ 1010 J m-2 ano-1; E = 1,6 ◊ 105 kJ/dia; h = 20 %
RESOLUÇÃO:
Calcular o consumo anual de energia:
E = 1,6 ◊ 105 kJ ◊ 365,25 dias = 5,8 ◊ 107 kJ
Calcular a energia que os painéis fotovoltaicos terão de fornecer:
5,8 # 10 7
Efornecida = = 2,9 ◊ 108 kJ
0,20
Calcular a área dos painéis:
2,9 # 10 8 # 10 3
A= 10
, 26,4 m2
1,10 # 10
RESPOSTA:
Seria necessário instalar painéis fotovoltaicos numa área de 26,4 m2.

180

565533 146-183.indd 180 03/06/15 12:50


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre radiação e irradiância
1 Selecione a opção correta.
A. A convecção é o processo de transferência de energia através de ondas eletromagnéticas, sem
haver contacto entre sistemas.
B. A radiação e a convecção são processos de transferência de energia que exigem contacto entre
os sistemas.
C. A radiação é o processo de transferência de energia através de ondas eletromagnéticas, sem haver
contacto entre sistemas.
D. A condução é o único processo de transferência de energia que exige contacto entre sistemas.
2 Assinale a opção que completa corretamente a frase seguinte.
Todos os corpos emitem radiação…
A. … independentemente do tamanho, da forma ou da composição química à temperatura 0 K.
B. … independentemente da temperatura a que se encontrem.
C. … independentemente do tamanho, da forma ou da composição química, desde que estejam
a uma temperatura diferente de 0 K.
D. … na zona do infravermelho.
3 O
 s óculos de visão noturna são bastante utilizados em aplicações militares, na navegação e também
por investigadores, que, com o seu auxílio, podem detetar seres vivos à noite. Estes óculos utilizam
a técnica da imagem térmica para «ver» os objetos. Selecione a opção que descreve corretamente Professor
o que estes óculos detetam. SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
A. A radiação visível emitida ou refletida pelos corpos.
• Como tarefa de aula
B. A radiação infravermelha emitida ou refletida pelos corpos. e/ou trabalho para casa,
C. A radiação infravermelha absorvida pelos corpos. os alunos deverão resolver
os exercícios de aplicação
D. A radiação visível absorvida pelos corpos. sobre os conceitos de
radiação e de irradiância.
4  lguns dispositivos guiados utilizam a radiação térmica emitida pelos próprios alvos como guia. Refira
A
em que região do espetro eletromagnético se encontra a radiação que é predominantemente emitida AVALIAR
por estes alvos, quando os mesmos estão à temperatura de 0 °C. CONHECIMENTOS
1.
5 Observe a figura seguinte, onde está representado o espetro eletromagnético, e responda C
às questões. 2.
C

400 500 600 700 nm 3.


B
Violeta Azul Amarelo Vermelho 4.
Infravermelho.
Verde Laranja 5.
5.1 A radiação do espetro
eletromagnético na região
do visível com maior energia
é a radiação violeta, porque
é a radiação com menor
comprimento de onda.
Raios X Micro-ondas A energia e o comprimento
Ultravioleta Infravermelho de onda são grandezas
Raios gama Ondas de rádio inversamente proporcionais.
5.2 f = 7,50 ◊ 1014 Hz
5.3 m = 1000 nm
5.1 Identifique a radiação do espetro eletromagnético na região do visível com maior energia. Uma vez que o espetro
Justifique a sua resposta. do visível tem valores
de comprimento de onda
5.2 Determine o valor da frequência da radiação mais energética do espetro visível. compreendidos entre
5.3 Uma radiação com frequência a 3,0 ◊ U3P153H1
1014 Hz pertence à região do visível? Justifique a sua 400 nm e 700 nm,
a radiação não pertence
resposta.
à região do visível.

181

565533 146-183.indd 181 10/03/15 13:10


AVALIAR CONHECIMENTOS

6 S
 uponha que dispunha de duas latas iguais. Uma das latas foi revestida com um dado material e em
seguida ambas foram expostas à radiação solar durante o mesmo intervalo de tempo. Observou-se
que a temperatura do ar contido no interior da lata revestida aumentou mais do que a temperatura
do ar contido na outra lata. Interprete este facto com base no comportamento das superfícies face
à absorção da radiação.
7 Q
 ualquer que seja a temperatura a que se encontre um corpo, este emite sempre radiação
eletromagnética apenas dependente da temperatura a que se encontra. Considere que o valor
da irradiância de um corpo é 500 W m-2. Qual é o significado físico deste valor?
8 C
 onsidere um corpo cúbico de aresta 5 cm à temperatura de 25 °C. Durante 1 minuto, este corpo
emite para a vizinhança 26 820 J de energia. Determine o valor da irradiância do corpo.
9O
 gráfico ao lado representa a irradiância
medida para cada frequência, irradiância
espetral, da radiação térmica emitida por um

Irradiância espetral
corpo quando está a uma dada temperatura.
Refira, justificando, se o gráfico pode
representar o espetro térmico de um corpo
a emitir no visível.

0,0 1,8 × 1011 3,6 × 1011 5,4 × 1011 7,2 × 1011


f /Hz

3
10 U
 ma lata continha 0,34 kg de um refrigerante de capacidade térmica mássica 4,2 ◊ 10 J kg °C .
-1 -1

Considere que a área da superfície da lata exposta à luz solar era 1,4 ◊ 102 cm2 e que a intensidade
U3P154H1
média da radiação solar incidente era 6,0 × 102 W m-2. Verificou-se que, ao fim de 90 min
de exposição, a temperatura do refrigerante tinha aumentado 16,5 °C. Determine a percentagem
da energia incidente na área da superfície da lata exposta à luz solar que terá contribuído para
o aumento da energia interna do refrigerante, no intervalo de tempo considerado. Apresente todas
Professor as etapas de resolução.
6. Adaptado de Exame de Física e Química, 2013, 1.ª fase
O ar contido no interior da
11 O
 gráfico da figura seguinte representa a irradiância medida para cada comprimento de onda,
lata revestida encontra-se a
uma temperatura superior irradiância espetral, da radiação térmica emitida por uma fonte a diferentes temperaturas.
pelo facto de este tipo de
revestimento ter permitido 2200 K
uma melhor absorção de
radiação térmica em relação
Irradiância espetral

à outra lata.
2000 K
7.
Significa que esse corpo emite
1800 K
500 J de energia térmica
por segundo e por metro 1600 K
quadrado da sua superfície.
8. 0
Er = 2,98 ◊ 104 W m-2 0,0 1,0 x 2,0 3,0 4,0 5,0
9. m/μm
Pela análise do gráfico,
verifica-se que a irradiância 11.1 
Selecione a opção correta.
ocorre numa gama Da análise do gráfico, pode concluir-se que:
de frequências que não
U3P154H2
corresponde à gama A. Com o aumento da temperatura, a irradiância emitida pelo corpo diminui.
do visível (7,5 ◊ 1014 Hz
B. Existe um comprimento de onda para o qual a irradiância emitida é máxima, qualquer
- 4,3 ◊ 1014 Hz).
que seja a temperatura.
10.
52 % C. Com o aumento da temperatura, o máximo da irradiância emitida por um corpo
11. desloca-se para menores frequências.
11.1 B D. Q
 ualquer que seja a temperatura do corpo, este não emite na região espetral do visível.

182

565533 146-183.indd 182 10/03/15 13:10


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

11.2 
Wilhelm Wien, físico alemão, fez o estudo da emissão de radiação térmica de diversos
materiais, para diferentes temperaturas dos mesmos e, analisando os espetros, verificou
que estes eram idênticos. A partir deste estudo estabeleceu-se a relação entre a temperatura
absoluta dos corpos e o comprimento de onda em que é máxima a sua emissão, que ficou
conhecida como a Lei de Wien: mmax ◊ T = 2,898 ◊ 10-3.
11.2.1 Qual é a relação de proporcionalidade entre a temperatura absoluta dos corpos
e o comprimento de onda em que é máxima a sua emissão?
11.2.2 Utilizando a relação de Wien, determine o valor de x assinalado no gráfico.
12 Joseph Stefan e Ludwig Boltzmann, físicos europeus do século xix, estudaram o espetro de radiação
térmica de diferentes corpos negros, e encontraram uma relação entre a temperatura e a irradiância
emitida por um corpo. A uma dada temperatura, a irradiância (Er) é diretamente proporcional à quarta
potência da temperatura absoluta (T): Er = 5,67 ◊ 10-8 T 4. Faça a estimativa da temperatura em
graus Celsius de um corpo que irradia 400 W m-2.
13 Portugal é o país da Europa continental com maior irradiância média solar anual à superfície,
1500 kW h m-2 ano-1. Este é um dos argumentos usados para valorizar e apostar na utilização
de células fotovoltaicas para produção de energia elétrica.
13.1 
O que é uma célula fotovoltaica?
13.2 
Selecione a única opção que permite calcular corretamente a intensidade média da radiação
solar, em Portugal, expressa em W m-2.
365 # 24 # 3600
A. f p W m-2
1500 # 3,6 # 10 6
1500 # 3,6 # 10 6
B. f p W m-2
365 # 24 # 3600
365 # 24
C. f pWm
-2

1500 # 3,6 # 10 6
1500 # 3600
D. f pWm
-2

365 # 24 # 3,6 # 10 6
13.3 
Com a tecnologia atual, a eficiência de conversão de energia pelas células fotovoltaicas é cerca
de 15 %. Para dar resposta às necessidades energéticas anuais de Portugal, seria necessário
um painel fotovoltaico com a área de cerca de 200 km2, aproximadamente 20 m2 por
habitante. Determine o valor da energia elétrica que é utilizada em Portugal, durante um ano. Professor
Exprima o valor em joule. 11.2 11.2.1 A relação
2 é inversamente proporcional.
14 N
 um módulo de células fotovoltaicas, com uma área útil de 0,298 m , incide radiação solar com 11.2.2 mmax
um fluxo de 1000 W por cada m2 de área. O módulo está a alimentar uma lâmpada, na qual se 1,317 ◊ 10-6 m =
estabelece uma corrente elétrica contínua de intensidade 2,50 A. Nos terminais do módulo = 1,317 nm
fotovoltaico, a diferença de potencial é 15,0 V. Determine o valor do rendimento do módulo de células 12.
fotovoltaicas. T , 290 K
13.
15 S
 uponha que a irradiância solar média incidente na superfície terrestre durante um ano, na localidade
10
13.1 Células fotovoltaicas
onde vive, é 1,10 × 10 J m . Calcule a área de painéis fotovoltaicos necessária para um gasto
-2
são dispositivos capazes
diário médio de eletricidade de 1,6 ◊ 105 kJ, se instalar, na sua casa, painéis com um rendimento de transformar a energia
de 20 %. luminosa, proveniente do
Sol ou de outra fonte de luz,
16 Nas autoestradas, os telefones dos postos SOS são em energia elétrica.
alimentados com painéis fotovoltaicos. Considere um 13.2 B
13.3 E = 1,62 ◊ 1017 J
painel fotovoltaico, de área 0,50 m2 e de rendimento
médio 10 %, colocado num local onde a irradiância 14.
h = 12,6 %
média da radiação solar incidente é 620 W m-2.
15.
Determine o valor da energia elétrica debitada pelo painel
A = 26,5 m2
fotovoltaico durante uma hora.
16.
E = 1,1 ◊ 105 J

183

565533 146-183.indd 183 10/03/15 13:10


3.5  
Mecanismos de transferência de energia por calor
em sólidos e fluidos: condução e convecção

Professor 3.5.1 Condução e convecção térmicas


Sugestões metodológicas
• Sugere-se a realização de um conjunto de experiências A transferência de energia por calor entre sistemas colocados em con-
em que se evidenciem os fenómenos de condução e de
tacto pode ocorrer por meio de dois mecanismos distintos: condução e
convecção:
— Experiência 1: condução térmica convecção térmicas. Estes mecanismos dependem das propriedades
Fixar com cera pioneses em barras de diferentes
térmicas dos sistemas que estão em contacto.
materiais e aquecer uma das extremidades da barra.

A figura 36 ilustra duas situações do quotidiano em que se eviden-


ciam estes processos de transferência de calor: aquecimento de uma
barra metálica Fig. 36A e aquecimento de um líquido Fig. 36B .

A B
— Experiência 2: convecção térmica
• Encher completamente um tubo em U com água;
colocar um cristal de permanganato de potássio ou um
corante no topo deste e aquecer (com a mão ou com
uma vela), uma das extremidades inferiores do tubo.
• Levar, para a sala de aula, pequenos aparelhos onde
se evidenciem fenómenos de condução e/ou convecção
LP3p184h1
térmicas, como candeeiros de lava ou outros.
Interpretar, com base nas figuras 35 e 36, os modelos
de mecanismos de condução e de convecção a nível
microscópico.
Fig. 36 Transferência de calor por condução térmica [A]; transferência de calor
LIVROMÉDIA preferencialmente por convecção térmica [B].
U3P156H2
U3P156H2
U3P1
P156H2
156H2
156H2
PowerPoint U3P156H1
Mecanismos de transferência de energia por calor em
sólidos e fluidos: condução e convecção Quando se aquece a extremidade de uma barra metálica sem utilizar
luvas de proteção, ao fim de algum tempo torna-se impossível segurar na
barra. Tal acontece porque ocorre um fluxo de calor, através da barra, da
extremidade que está a uma temperatura superior para a extremidade
que está a menor temperatura.

Nos sistemas sólidos, a transferência de energia por calor faz-se por


condução térmica. Esta transferência é feita exclusivamente a nível
microscópico, no qual cada partícula transfere energia à partícula vizi-
nha, e assim sucessivamente, mantendo, em média, as suas posições
relativas constantes mas com maior agitação Fig. 37 .

Neste caso, não ocorre alteração macroscópica na posição de partes


do sistema que se encontram a temperaturas diferentes.

Fig. 37 Modelo de transferência de energia por calor em sólidos.

184 U3P156H3

565533 184-231.indd 184 13/03/15 15:47


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Nos sistemas líquidos e gasosos (fluidos), como a liberdade de movi- Professor


mento das partículas é elevada, a transferência de energia por calor SUGESTÕES METODOLÓGICAS
acontece através da transferência de massa entre partes do sistema que • Com o objetivo de clarificar quais são as características
do fluido, como viscosidade, condutividade térmica e o tipo
estão a temperaturas diferentes. Este processo designa-se por: de aquecimento, que determinam o mecanismo de
• condução térmica por colisões entre as partículas do fluido no seu transferência de energia como calor, apresentar o exemplo
do aquecimento de igual volume de mel e água.
movimento microscópico aleatório devido à agitação térmica; • Explorar a formação das correntes verticais de convecção
• convecção térmica, que pode resultar da alteração da massa volúmica criadas no interior de fluido em contacto com uma fonte
de aquecimento (Fig. 38).
dos fluidos com a temperatura (convecção natural) ou ser forçada por • Discutir a importância da localização da fonte de
ação de um mecanismo que obriga ao movimento do fluido. aquecimento: seria possível a formação de correntes de
convecção verticais se a fonte de aquecimento fosse colocada
à superfície do líquido?
A massa volúmica de um fluido varia com a temperatura. Assim,
quando um fluido é colocado sobre uma fonte térmica, da qual recebe
energia, as zonas do fluido próximas da fonte atingem uma temperatura
superior e, consequentemente, ficam menos densas, elevando-se no seio
do fluido; simultaneamente, as que estão a menor temperatura, por
terem uma maior massa volúmica, descem, criando-se um movimento
contínuo vertical Fig. 38 . Este movimento de circulação resulta apenas da
interação gravitacional fluido-Terra, sem existir qualquer sistema mecâ-
nico exterior que force o movimento do fluido.

Na maior parte das situações práticas, as transferências de energia


por convecção térmica, por condução térmica e por radiação acontecem
em simultâneo. A discussão integrada dos mecanismos de transferência
e das propriedades térmicas dos materiais é que permite compreender
certos fenómenos e as suas aplicações.
Fig. 38 Representação das
correntes verticais de
Na tabela seguinte, apresentam-se diversas situações práticas que convecção criadas no
podem ser interpretadas à luz dos diversos mecanismos de transferência interior de um fluido em
U3P157H1
de energia por calor estudados. contacto com uma fonte
de aquecimento.

Aquecimento de água numa cafeteira utilizando um disco elétrico


No aquecimento da água, a energia fornecida pelo disco elétrico é
transferida para as paredes da cafeteira, por condução térmica. Também
por condução, o calor é transferido das paredes da cafeteira para a água
que está em contacto com aquelas. Se o processo de transferência de
energia por difusão for suficientemente lento, a temperatura da água
próxima da fonte de calor é, em cada instante, superior à da água que está
mais afastada, mantendo-se uma diferença de temperatura entre as regiões
inferior e superior do líquido. Sendo a massa volúmica da região próxima da
fonte menor do que a da região mais afastada, formam-se, simultaneamente,
correntes verticais ascendentes e descendentes de convecção, que são as
responsáveis pelo aquecimento de toda a água da cafeteira.
Aquecimento do ar de uma sala por um aquecedor

U3P157H2 A temperatura do ar que se encontra nas proximidades do aquecedor


aumenta por transferência de energia térmica por condução e difusão,
tornando-se o ar menos denso do que o das camadas superiores; se
o processo de difusão for suficientemente lento, verifica-se, em cada instante,
uma diferença de temperatura entre o ar das camadas superiores e inferiores
e, consequentemente, formam-se correntes verticais de convecção, que
vão ser predominantes no aquecimento do ar de toda a sala.

185

565533 184-231.indd 185 U3P157H3 10/03/15 13:18


3.5 Mecanismos de transferência de energia por calor em sólidos e fluidos: condução e convecção

Arrefecimento do ar no interior de um frigorífico


O mesmo raciocínio se aplica a este caso, considerando a situação mais
simples em que a tubagem de refrigeração está localizada na parte
Congelador superior do frigorífico, e não existe qualquer outro mecanismo auxiliar
para a circulação de ar. A diferença está no facto de haver transferência
Ar frio de energia térmica por condução do ar que está próximo da tubagem
de refrigeração para a própria tubagem, da qual resulta uma diminuição
da temperatura do ar nesta região. Se a transferência de energia térmica
pelo movimento de difusão for pouco eficiente, as regiões inferiores do
frigorífico manter-se-ão a uma temperatura superior. Desta diferença de
temperatura resultam as correntes de circulação verticais devido à
Ar quente
quen diferença de massas volúmicas do ar na região superior e inferior, que
faz com que o ar da região superior desça e o da região inferior suba.
Este era um dos motivos pelos quais nos frigoríficos mais antigos
o congelador era colocado na parte superior do frigorífico.
Sistema isolado para manter a temperatura (garrafas-termo)
U3P157H4 Uma garrafa-termo é construída de modo que os mecanismos
de condução e convecção sejam praticamente inexistentes. Para
o conseguir, a garrafa é construída integrando dois recipientes,
geralmente de vidro, separados por uma região onde se fez o vazio.
Região de vazio No entanto, isto não seria suficiente para isolar o interior do exterior, uma
vez que a radiação térmica se propaga no vazio. É, então, necessário
Revestimento refletor no IV revestir as paredes do recipiente de vidro interior e exterior com um
(prata ou alumínio)
material bom refletor da radiação térmica, que deve ser um refletor
Líquido a baixa de infravermelhos. Geralmente, usa-se um revestimento muito fino
ou alta temperatura
de prata ou alumínio, os quais têm uma emissividade muito baixa nesta
região espetral.

U3P157H5
Professor As correntes verticais de convecção dão origem às brisas marítimas e
Sugestões metodológicas brisas continentais, as quais irão ser estudadas adiante.
• Interpretar as diversas situações práticas apresentadas
no quadro anterior, sobre os processos de aquecimento
e arrefecimento. Os mecanismos de transferência de calor por condução ocorrem
• Esclarecer que a situação de aquecimento do ar
de uma sala com aquecedor é interpretada considerando à escala microscópica.
um aquecedor de resistência elétrica. No caso de ter
acoplado uma ventoinha ou nos sistemas de ar Nos sólidos, a condução térmica ocorre sem que haja transferência
condicionado, o transporte de energia como calor faz-se de matéria: cada partícula transfere energia à partícula vizinha, e assim
predominantemente pelo movimento forçado da massa
de ar e não por formação de correntes de convecção sucessivamente, mantendo as suas posições relativas constantes.
verticais (é por isso que os aparelhos de ar condicionado
podem ser colocados junto aos tetos). Nos fluidos, também ocorre condução térmica, resultante da coli-
são entre as partículas no seu movimento aleatório devido à agita-
ção térmica.

O mecanismo de transferência de calor por convecção ocorre


quando há movimento macroscópico orientado de partes do fluido.
A convecção natural tem origem unicamente na alteração da massa
volúmica do fluido com a temperatura. Neste caso, a energia é
transferida através do movimento contínuo e simultâneo de corren-
tes verticais ascendentes do fluido que está a uma maior tempera-
tura (menos denso) e de correntes verticais descendentes do fluido
a menor temperatura (mais denso).

186

565533 184-231.indd 186 10/03/15 13:18


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre os mecanismos de condução e de convecção
1 A transferência de calor entre dois corpos pode ocorrer por dois mecanismos distintos: condução
térmica e convecção térmica. Relativamente a estes mecanismos, selecione a opção correta. Professor
Sugestões metodológicas
A. Na convecção térmica, os átomos vibram devido ao aumento da temperatura e não se deslocam
• Como tarefa de aula e/ou trabalho
no sólido. para casa, os alunos deverão
B. Nas correntes verticais de convecção térmica, o aumento de temperatura de uma dada região resolver os exercícios de aplicação
do fluido torna-o mais denso, obrigando-o a ascender; ao subir, a temperatura deste vai dos conceitos sobre os mecanismos
de condução e convecção.
diminuindo, ficando menos denso, o que o obriga a descer, e assim sucessivamente.
C. Na condução térmica, a transferência de energia dá-se por transferência de matéria devido às AVALIAR CONHECIMENTOS
diferenças de energia cinética das partículas. 1.
D
D. O processo de aquecimento do ar numa sala com aquecimento deve-se essencialmente ao
2.
movimento vertical do ar na sala, devido à existência de correntes ascendentes de ar menos B
denso e de correntes descendentes de ar mais denso.
3.
2  elecione a opção correta.
S D

A. A condução e a convecção térmicas só ocorrem no vácuo. 4.


C
B. No vácuo, a única forma de transmissão do calor é por radiação.
5.
C. A convecção térmica só ocorre nos materiais gasosos. Após ligar a lâmpada, o principal
processo de transferência
D. A radiação é um processo de transmissão do calor que só se verifica em meios sólidos.
de energia como calor que permite
3 elecione a opção que completa corretamente o sentido do texto.
S o aquecimento do ar é a convecção.
O ar que se encontra junto à lâmpada
Uma panela contendo água é aquecida num fogão a gás. O calor libertado pela chama transmite-se, aquece, tornando-se menos denso,
através da parede do fundo da panela, para a água que está em contacto com o fundo e daí para o que dá origem a uma corrente
a restante água. Pode afirmar-se que o calor se transferiu predominantemente por… de ar quente ascendente. Este ar,
ao subir, arrefece, tornando-se mais
A. … radiação e convecção. C. … convecção e radiação. denso, o que dá origem a uma
B. … radiação e condução. D. … condução e convecção. corrente fria descendente.
Estes deslocamentos do ar permitem
4 Considere os seguintes fenómenos: o movimento da ventoinha de papel
que se encontra por cima da lâmpada.
I. Arrefecimento do ar no interior de um frigorífico com o sistema de refrigeração colocado
na parte superior. 6.
A resposta deve apresentar os
II. Aquecimento de uma cafeteira num disco elétrico. seguintes tópicos:
III. Aquecimento da areia na praia. — O principal processo de transferência
De entre as opções seguintes, selecione a que está correta quanto ao processo de energia como calor que permite
o aquecimento de toda a água
de aquecimento/arrefecimento que ocorre nos fenómenos referidos. contida na cafeteira é a convecção;
A. I — condução; II — convecção; III — radiação. C. I — convecção; II — condução; III — radiação. — A água que se encontra mais
abaixo na cafeteira aquece, tornando-se
B. I — convecção; II — convecção; III — radiação. D. I — convecção; II — radiação; III — radiação. menos densa, o que dá origem a uma
corrente quente ascendente. Esta
5C
 onsidere a montagem experimental esquematizada na figura
água, ao subir, arrefece, tornando-se
ao lado: num suporte, colocou-se uma lâmpada (1), e por cima 2 mais densa, o que dá origem a uma
da lâmpada, uma ventoinha de papel (2). Este dispositivo foi corrente fria descendente;
colocado num local onde não existem correntes de ar. — As correntes quentes
ascendentes e as correntes frias
Observa-se que, ao ligar a lâmpada, a ventoinha começa a
1 descendentes, repetindo-se, em
rodar. Explique como se processa a transferência de energia simultâneo, ao longo do tempo,
por calor, que permite o movimento da ventoinha. permitem o aquecimento de toda
a água contida na cafeteira.
7.
6 A água, colocada numa cafeteira, pode ser aquecida num fogão a gás. Identifique e descreva o Considerando que o termómetro não
principal processo de transferência de energia como calor que permite o aquecimento de toda a água se encontra em contacto térmico
contida na cafeteira. com a campânula, a transferência
Teste intermédio, 10.° ano, 2012 de energia entre o exterior
e o termómetro ocorre através
7  colocado no interior de uma campânula de vidro, onde previamente se fezu3p160h1
É vácuo, um termómetro de radiação. Após algum tempo,
que registava o valor de 20 °C, relativo à temperatura ambiente da sala. A sala é aquecida e a sua o termómetro estará em equilíbrio
com o exterior e o valor medido será
temperatura passa a ser 25 °C, mantendo-se constante. Preveja, justificando, o valor da temperatura de 25 °C.
medido no termómetro.

187

565533 184-231.indd 187 10/03/15 13:18


3.6  
Condução térmica e condutividade térmica

Professor 3.6.1  ateriais condutores e isoladores de calor:


M
Sugestões metodológicas condutividade térmica
• Apresentar situações do quotidiano cujos fenómenos
são passíveis de serem interpretados com base na
propriedade condutividade térmica:
A condução térmica de energia depende das propriedades térmicas
— utilização de materiais isoladores na construção civil; dos sistemas que estão em contacto. Contudo, a rapidez com que a ener-
— utilização de metais no fabrico de utensílios
de cozinha;
gia é transferida depende não só da natureza dos materiais mas também
— sensação de «quente» e «frio»; da sua forma geométrica.
— utilização de material de proteção nas mãos quando
manuseamos materiais sujeitos a aquecimento
ou arrefecimento. A potência térmica traduz a taxa temporal de transferência de ener-
• Relacionar estes fenómenos com a rapidez com que gia como calor por condução e representa a rapidez com que a energia
a energia se transfere.
• Definir taxa temporal de transferência de energia. é transferida:
• Explorar a experiência representada na figura 39, para
discutir os parâmetros que influenciam a rapidez com E
que se transfere a energia. Realçar que a experiência P=
tem de ser realizada mantendo sempre a diferença Dt
de temperatura entre as extremidades da barra, o que
se consegue colocando água em ebulição (+100 °C) A unidade do Sistema Internacional da potência térmica é o watt (W).
e em fusão (+0 °C).
• Interpretar a definição de condutividade térmica
apresentada. Verifica-se que há materiais que, quando colocados em contacto:
• transferem rapidamente a energia térmica;
LIVROMÉDIA
• praticamente não transferem energia térmica.
PowerPoint
Condução térmica e condutividade térmica Pode avaliar-se a rapidez com que a energia é transferida pondo em
contacto físico um sistema com a sua vizinhança.

A figura 39 ilustra uma montagem experimental possível para estudar


os parâmetros que influenciam a rapidez com que os materiais transfe-
rem energia como calor. Uma das extremidades de uma barra é mantida
à temperatura de 100 °C (água em ebulição) e a outra extremidade, a
uma temperatura de 0 °C (gelo fundente), no decorrer da experiência.
Colocando-se termómetros igualmente espaçados ao longo de todo o
comprimento da barra, é possível estudar como varia a temperatura
registada pelos termómetros ao longo do tempo, fazendo variar o compri-
mento ou o diâmetro da barra de um dado material. Se forem seleciona-
das barras de diferentes materiais com o mesmo comprimento e a
mesma secção, torna-se também possível estudar a propriedade térmica
de cada um desses materiais.

100 ºC 0 ºC

Água em ebulição Gelo em fusão

Barra metálica Isolante térmico

Fig. 39 Montagem experimental para estudar a condutividade térmica de um


material.
U3P162H1
188

565533 184-231.indd 188 13/03/15 15:48


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Verifica-se que a rapidez com que a energia é transferida, isto é, a taxa Professor
temporal de transferência de energia como calor por condução, depende: SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• das dimensões do objeto (do seu comprimento, da área das super- • Utilizando a informação constante na tabela e o
conhecimento sobre condutividade térmica, interpretar os
fícies em contacto); fenómenos referidos no texto.
• da propriedade térmica do próprio material que constitui o corpo, a • Solicitar aos alunos a apresentação de exemplos que
conheçam que possam ser interpretados com esta
qual é responsável por essa transferência de energia. propriedade térmica.
• Assegurar que os alunos compreendem o objetivo geral
Os materiais que transferem rapidamente a energia térmica são bons da atividade de modo que possam envolver-se na sua
planificação e, após discussão e acerto, na sua realização.
condutores térmicos.

Os materiais que praticamente não transferem a energia térmica são


maus condutores térmicos ou isoladores térmicos.

A propriedade que caracteriza termicamente cada material designa-


-se por condutividade térmica (kT). A unidade do Sistema Internacional
da condutividade térmica é J s-1 m-1 K-1.

Define-se condutividade térmica (kT) como a energia transferida


por unidade de tempo por um dado material, através de uma área
de secção transversal de 1 m2 e espessura de 1 m, quando a dife-
rença de temperatura entre duas faces paralelas é de 1 K e se
mantém constante no tempo.
Condutividade
Material térmica/
Na tabela ao lado estão indicados os valores da condutividade térmica
/W m-1 K-1
para diferentes materiais.
Dióxido
0,017
Analisando a tabela ao lado, verifica-se que: de carbono (g)
• os fluidos têm baixos valores de condutividade térmica — são maus Espuma de
0,020
condutores térmicos; poliuretano
• os metais são os que apresentam maiores valores de condutividade Ar 0,024
térmica — são bons condutores térmicos. Oxigénio (g) 0,024
Nitrogénio (g) 0,024
Uma vez conhecidas as propriedades térmicas dos materiais, é pos-
sível identificar a sua aplicação em diferentes áreas: no isolamento de Vidro com
isolamento 0,04
habitações, na construção de utensílios de cozinha, na seleção de mate-
de lã
riais de construção, no vestuário, entre outras.
Cortiça 0,06
A sensação de «frio» e «quente» quando se toca em objetos que se Hidrogénio (g) 0,168
encontram à mesma temperatura, por exemplo, uma peça de metal e Água (l) 0,58
outra de madeira, é interpretada com base na diferença dos valores de
Vidro normal 0,96
condutividade térmica destes materiais. Quando se toca no objeto cujo
Vidro pirex 1,05
material apresenta maior valor de condutividade térmica (metal), a ener-
Barro (telha) 1,14
gia é transferida rapidamente através da zona de contacto para todo o
objeto, e através deste, dando a sensação de «frio». Granito 1,7-4,0
Aço com 1 %
16
de carbono
A condutividade térmica é uma propriedade térmica do material
que está associada à taxa temporal de transferência de energia Ferro 80
como calor por condução. Bons condutores térmicos têm valores Alumínio 250
de condutividade térmica elevados. Cobre 401

189

565533 184-231.indd 189 10/03/15 13:18


3.6 Condução térmica e condutividade térmica

EXERCÍCIO RESOLVIDO 7
Parâmetros que determinam a taxa de transferência de energia por condução
Na tabela seguinte, estão registados os valores da espessura e da condutividade térmica para quatro
Professor panelas de igual volume e área de base, feitas de cobre e de alumínio.
SUGESTÕES
METODOLÓGICAS Condutividade térmica,
Panela Material Espessura (ℓ)/mm
• Analisar e discutir k/(cal s-1 cm °C)
o exercício resolvido
«Parâmetros que A Cobre 4 9,2 ◊ 10-2
determinam a taxa B Cobre 2 9,2 ◊ 10-2
de transferência de
energia por condução», C Alumínio 4 4,9 ◊ 10-2
alertando para:
— a exploração dos D Alumínio 2 4,9 ◊ 10-2
dados constantes na
tabela;
— as unidades em que
 retende-se utilizar uma destas panelas para aquecimento rápido de uma certa quantidade
P
vem expressa a de água. Sabendo que a taxa temporal de transferência de energia como calor por condução
condutividade térmica; Q
— a expressão que térmica e o, através de um material de área de secção transversal (A) e espessura (ℓ), que
associa a taxa temporal Dt
de energia se encontre a uma dada diferença de temperaturas (Di), é calculada por:
e a condutividade E A
térmica; = kT ◊ ◊ Di
— a metodologia Dt ℓl
de resolução. Conclua, justificando, qual das panelas indicadas na tabela selecionava para aquecer mais
rapidamente a água.

RESOLUÇÃO:
Aspetos a ter em conta na resolução do problema:
1.° Aquecer mais rapidamente significa que no mesmo intervalo de tempo transfere-se mais energia
(Q) para obter a mesma variação de temperatura (Di), ou seja, a taxa temporal de transferência
de energia é maior.
2.° Como a área da secção é igual para as 4 panelas, então, a taxa temporal de transferência
k
de energia é maior quando a relação é também maior.
ℓl
Para a panela A:
k 9,2 # 10 -2
= = 0,23
ℓl 0,4
Para a panela B:
k 9,2 # 10 -2
= = 0,46
ℓl 0,2
Para a panela C:
k 4,9 # 10 -2
= = 0,123
ℓl 0,4
Para a panela D:
k 4,9 # 10 -2
= = 0,245
ℓl 0,2
Conclui-se que o aquecimento da água será mais rápido utilizando a panela B.

190

565533 184-231.indd 190 10/03/15 13:19


3.7  
Capacidade térmica mássica
SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Quando um sistema termodinâmico não recebe nem cede energia Professor


por realização de trabalho, a sua energia interna varia apenas por trans- SUGESTÕES METODOLÓGICAS
ferência de energia como calor (condução, convecção ou radiação • Apresentar situações do quotidiano cujos fenómenos são
passíveis de serem interpretados com base na propriedade
térmica). capacidade térmica mássica:
— Ao fornecer a mesma energia a quantidades iguais
Verifica-se que: de água e azeite, estes sofrem diferentes variações
de temperatura
• se o processo ocorre sem mudança de estado físico, então, observa- — A utilização de utensílios de barro (na cozinha tradicional
-se uma variação na temperatura do sistema; portuguesa) em lugar dos de metal permite um processo mais
lento na cozedura dos alimentos / um processo mais lento de
• substâncias diferentes não sofrem a mesma variação de tempera- arrefecimento dos alimentos.
tura mesmo que igual massa ceda ou receba a mesma quantidade • Relacionar estes fenómenos com a quantidade de energia
cedida/recebida para diminuir/aumentar a temperatura.
de energia como calor; • Explorar a experiência representada na figura 40 e discutir
• a mesma substância em estados físicos diferentes não sofre a os parâmetros que influenciam a quantidade de energia
cedida/recebida para diminuir/aumentar a temperatura.
mesma variação de temperatura mesmo que igual massa ceda ou • Distinguir capacidade térmica mássica de capacidade
receba a mesma quantidade de energia como calor. térmica, através das unidades em que cada uma das
grandezas vem expressa.

Por exemplo, à pressão constante de 1 atm: LIVROMÉDIA


• 1 kg de água necessita de ceder ou receber uma energia de 4186 J
PowerPoint
como calor, para que a sua temperatura diminua ou aumente, res- Capacidade térmica mássica
petivamente, 1 °C.
• 1 kg de álcool etílico necessita de ceder ou receber por calor uma
energia de 2400 J, para que a sua temperatura diminua ou
aumente, respetivamente, 1 °C.
• 1 kg de gelo (água sólida a -10 °C) necessita de ceder ou receber
uma energia de 2100 J como calor, para que a sua temperatura
diminua ou aumente, respetivamente, 1 °C.

Experimentalmente, é possível medir a energia transferida como E


calor (E ) Fig. 40 . Para a mesma substância, observa-se que a energia
transferida como calor:
m
• é diretamente proporcional à massa (m);
E
• é diretamente proporcional à variação de temperatura (DT);
• para provocar a mesma diferença de temperatura, no mesmo inter-
valo de tempo, depende da natureza da substância.
DT
A propriedade que caracteriza termicamente o material quanto à 12

quantidade de energia como calor que este deve trocar com a vizinhança 21 15

60 ºC
para provocar a mesma variação de temperatura designa-se por capaci- 40 ºC
18

dade térmica mássica (c). A unidade do Sistema Internacional da capa-


cidade térmica mássica é J kg-1 K-1. 10 ºC
10 ºC

Define-se capacidade térmica mássica como a quantidade de


energia como calor que deve ser cedida/recebida por 1 kg de uma
1 kg de água
dada substância para que se registe diminuição/aumento de 1 K 1 kg de álcool etílico
(ou de 1 °C) na sua temperatura. Fig. 40 Dependência da energia
transferida como calor
E
c= com a massa e com a
m DT variação de temperatura.
u3p165h1
191

565533 184-231.indd 191 13/03/15 15:49


3.7 Capacidade térmica mássica

Professor Por vezes, é útil conhecer o comportamento térmico de toda a massa


Sugestões metodológicas de um corpo e não da substância que o constitui. Assim, define-se a
• Analisar e discutir os fenómenos do quotidiano capacidade térmica de um corpo de massa m por:
apresentados no manual aplicando o conceito
de capacidade térmica mássica na sua explicação.
C=mc

A unidade no Sistema Internacional da capacidade térmica é J K-1.

Resumindo, a capacidade térmica mássica caracteriza o comporta-


mento térmico da substância, enquanto a capacidade térmica caracte-
riza o comportamento térmico do corpo.

Na tabela ao lado, apresentam-se os valores da capacidade térmica


Capacidade
térmica
mássica para diferentes materiais.
Material
mássica/
/J kg-1 K-1 Dos materiais que figuram na tabela, é a água pura o material com
maior valor de capacidade térmica mássica; tal significa que 1 kg de
Ar seco
1005 água pura troca (cede ou recebe) com a vizinhança mais energia como
(nível do mar)
calor do que os restantes materiais, para que a sua temperatura varie 1 K
Água pura 4186
(cede/recebe 4186 J). Esta é uma das razões pela qual a presença de
Água do mar água favorece a regulação da temperatura de um local à superfície da
(salinidade
3993 Terra; locais com grandes lagos, barragens ou próximos de oceanos
35 g/kg a 1 atm
e 20 °C) apresentam uma amplitude térmica diária menos acentuada.

Gelo (0 °C) 2093 As barragens, devido ao armazenamento de grandes massas de água,


Cobre 387 alteram o clima da região onde são construídas. Um exemplo é a barra-
Ferro 448 gem de Alqueva no Alentejo Fig. 41 , que tem levado a alterações no clima
Vidro 837 da região: os dias secos e soalheiros deram lugar a manhãs húmidas e à
Solo seco 1260 formação de nevoeiros; os dias de muito calor no período diurno e de
muito frio no período noturno deram lugar a dias com temperaturas mais
Rochas 879
amenas (diminuição da amplitude térmica).
Argila de areia 1381
Madeira 1700
Lã sintética 1357
Algodão 1339,5

Fig. 41 Barragem de Alqueva — maior lago artificial da Europa.

O elevado valor da capacidade térmica mássica da água é um dos fato-


res que explicam o facto de a temperatura do ar à superfície da Terra não
sofrer grandes variações diárias. Durante a exposição solar, a massa de
água à superfície do Planeta recebe uma elevada quantidade de energia
para aumentar 1 °C a sua temperatura; durante a noite, a energia cedida
pela água, para diminuir a temperatura em 1 °C, é também elevada, con-
tribuindo para aumentar a temperatura do ar na sua vizinhança.
192

565533 184-231.indd 192 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Finalmente, é possível compreender a origem das diferenças de tem-


peratura que levam à formação das correntes verticais de convecção,
responsáveis pelas brisas marítimas, já anteriormente referidas como
exemplos de transferência de energia como calor por convecção.

As brisas marítimas ocorrem durante o dia, quando a irradiância solar


é elevada Fig. 42 .

Fig. 42 Formação da brisa marítima.

U3P167H1
Consultando a tabela da página anterior, verifica-se que a capacidade
térmica da água salgada é superior à do solo, então, as camadas super-
ficiais da água do mar, recebendo a mesma quantidade de energia
durante o mesmo intervalo de tempo, ficam a uma temperatura inferior à
dos solos junto à costa. Como consequência, a temperatura do ar junto
à costa é superior à do ar próximo da superfície da água do mar. Como a
massa volúmica do ar diminui com o aumento de temperatura, o ar
aquecido junto à costa sobe, sendo substituído pelo ar menos aquecido
que se encontra à superfície da água do mar. Gera-se, assim, uma cor-
rente de circulação do mar para a terra e da terra para o mar.
Professor
SUGESTÕES METODOLÓGICAS

A capacidade térmica mássica é uma propriedade térmica de um • Analisar e discutir o exercício resolvido «Aplicação do
conceito de capacidade térmica mássica».
dado material, fundamental para explicar diversos fenómenos do
quotidiano que envolvem processos de arrefecimento/aqueci-
mento por trocas de energia como calor.
AL 3.2 CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA p. 215

EXERCÍCIO RESOLVIDO 8
Aplicação do conceito de capacidade térmica mássica
Suponha que é fornecida a mesma energia como calor a 1 kg de água e a 1 kg de vidro, durante um
mesmo intervalo de tempo. Qual das substâncias experimenta uma maior variação de temperatura?
Justifique tendo por base os valores das capacidades térmicas mássicas das substâncias.

R
 ESOLUÇÃO:
 s grandezas que se mantêm constantes são: energia fornecida, massa e intervalo de tempo.
A
De acordo com a expressão E = m c DT, verifica-se que a relação que existe entre as duas
grandezas variáveis, c e DT, é uma relação de proporcionalidade inversa.
Nas condições pré-estabelecidas, como a capacidade térmica mássica da água é superior
à capacidade térmica mássica do vidro, este último corresponde à substância que experimentará
uma maior variação de temperatura.

193

565533 184-231.indd 193 10/03/15 13:19


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre condutividade térmica e capacidade térmica mássica
1 S
 elecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
Quando em contacto com a mão direita está a madeira de uma porta e com a mão esquerda,
o puxador metálico dessa porta, embora todo o conjunto esteja em equilíbrio térmico…
A. … a mão direita sente mais frio do que a esquerda, porque o metal conduz melhor o calor.
B. … a mão direita sente menos frio do que a esquerda, porque a convecção na madeira é superior
no metal.
C. … a mão direita sente menos frio do que a esquerda, porque a convecção no metal é superior
na madeira.
D. … a mão direita sente menos frio do que a esquerda, porque o metal conduz melhor o calor.
E. … a mão direita sente mais frio do que a esquerda, porque a madeira conduz melhor o calor.
2 D
 ois corpos A e B de substâncias diferentes e massas iguais receberam a mesma energia sob
a forma de calor. Sabendo que a elevação de temperatura de A foi superior à de B, qual dos corpos
é constituído pela substância de maior capacidade térmica mássica? Justifique a sua resposta.
Professor 3 N
 um processo industrial é fornecida a mesma energia, sob a forma de calor, a dois corpos de igual
Sugestões massa mas de substâncias diferentes. Complete, de modo correto, a seguinte frase.
metodológicas
A variação de temperatura é maior na substância…
• Como tarefa de aula e/ou
trabalho para casa, os alunos A. … de maior capacidade térmica mássica. C. … cuja temperatura inicial é maior.
deverão resolver os exercícios
B. … cuja temperatura final é maior. D. … de menor capacidade térmica mássica.
de aplicação dos conceitos
sobre condutividade térmica 4E
 m algumas regiões de Portugal, para cozinhar pratos tradicionais, utilizam-se recipientes de barro
mássica e capacidade
em vez de recipientes de metal, como o alumínio, o inox ou o ferro. Cozinhar nestes recipientes leva
térmica mássica.
mais tempo do que cozinhar nos de metal. Selecione a opção que completa corretamente a frase
AVALIAR seguinte.
CONHECIMENTOS Os metais são […] de energia na forma de calor, pois possuem […]. O barro tem […], necessita
1. de maior energia para aumentar a sua temperatura 1 °C.
D
A. […] bons condutores térmicos […] elevada capacidade térmica mássica […] maior condutividade
2.
A variação de temperatura do térmica.
corpo A é superior à variação B. […] bons condutores térmicos […] elevada condutividade térmica […] maior capacidade térmica
de temperatura do corpo B,
mássica
então, a capacidade térmica
mássica do corpo A é menor. C. […] bons condutores térmicos […] baixa condutividade térmica […] maior capacidade térmica
3. mássica
D D. […] bons condutores térmicos […] baixa condutividade térmica […] menor capacidade térmica
4. mássica
B
5.
5 E
 xplique, com base nos processos de transferência de energia por calor (radiação, condução
a) O ar acumulado entre e convecção), cada uma das situações do quotidiano apresentadas.
as penas constitui um bom a) Nos dias frios, os pássaros costumam eriçar e agitar as suas penas.
isolante térmico, diminuindo
as trocas de calor, por b) Os aviões planadores e os praticantes de asa-delta procuram correntes de ar quente.
condução, com o ambiente.
c) As paredes internas das garrafas térmicas são espelhadas.
b) Nas camadas de ar à
superfície da terra, o calor d) No inverno devem usar-se várias camadas de roupa em vez de uma única peça, ainda que seja
é transferido na atmosfera de lã.
por correntes de convecção. t / ºC
c) Para diminuir as trocas 6  gráfico ao lado representa a variação da temperatura
O
de calor por radiação entre A
em função da energia fornecida como calor a três corpos
o sistema e a vizinhança. B
d) Como o ar é mau
A, B e C, de massas iguais. Indique, justificando, qual
condutor térmico, dos corpos é constituído por uma substância de menor
diminuem-se as trocas capacidade térmica mássica. C
de calor entre o corpo e a
vizinhança, por condução.
6.
B
E/J

194 U3P169H1

565533 184-231.indd 194 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

7 Através das paredes de um frigorífico, há transferências


de energia por calor, dependendo da espessura do isolante 800

Potência transferida/W
e da natureza dos materiais utilizados na sua construção.
600
Estas perdas de energia contribuem para o aumento do
consumo energético mensal. Foi realizada uma experiência 400
variando a espessura do material isolante da porta de um
200
frigorífico doméstico. Nesta experiência, foi medida a
energia transferida por condução, para manter constante 0
a diferença de temperatura entre o volume de ar interior 0 5 10 15
e exterior. Com os valores medidos foi traçado o gráfico ao Espessura (d)/cm
lado. Analise o gráfico e responda às questões seguintes.
7.1 
Em que sentido ocorre a transferência de energia por calor, através das paredes do frigorífico,
que conduzem a «perdas térmicas»? Justifique a sua resposta. U3P168H1
7.2 
Comente, quanto à sua veracidade, a afirmação seguinte:
A potência transferida diminui proporcionalmente com o aumento da espessura.
7.3 
Estime o valor da energia que é transferida ao fim de 10 minutos, quando a espessura
do isolante é de 4 cm. Exprima o resultado em kW h.
E
8  taxa temporal de transferência de energia como calor por condução térmica e
A o, através de um
Dt
material de área de secção transversal (A) e espessura (ℓ), que se encontre a uma dada diferença
de temperaturas (Di), é calculada por:
E A
= kT ◊ ◊ Di
Dt ℓl
Das placas apresentadas na tabela, refira, justificando, a que apresenta maior isolamento térmico,
para uma mesma diferença de temperaturas.

Condutividade térmica Espessura


Material
a 25 °C / W m-1 K-1 da placa/cm
Isopor 0,012 2,4
Poliuretano 0,020 5,0
Madeira 0,120 6,0
Cortiça expandida 0,024 4,0

9 Selecione a opção que completa corretamente os textos seguintes.


9.1 A capacidade térmica mássica da água é cerca de quatro vezes superior à capacidade térmica
mássica do magnésio. Se for fornecida a mesma energia a uma amostra de 400 g de magnésio
e a uma amostra de 100 g de água, a variação de temperatura da amostra de magnésio será, Professor
aproximadamente, …
7.
A. … igual à variação de temperatura da amostra de água. 7.1 A energia transfere-se
do exterior para o interior
B. … o dobro da variação de temperatura da amostra de água. do frigorífico.
C. … metade da variação de temperatura da amostra de água. 7.2 A afirmação é falsa,
porque para o mesmo
D. … um quarto da variação de temperatura da amostra de água. aumento de espessura não
9.2 Considere diversas amostras puras de líquidos, todas inicialmente a 50 °C, que sofrem um se verifica a mesma
processo de arrefecimento até atingirem a temperatura ambiente. A energia cedida por cada variação de energia
transferida.
uma dessas amostras será tanto maior quanto… 7.3 E = 0,053 kW h
A. … menor for a massa da amostra e menor for a capacidade térmica mássica do líquido. 8.
B. … maior for a massa da amostra e maior for a capacidade térmica mássica do líquido. Placa de poliuretano.

C. … maior for a massa da amostra e menor for a capacidade térmica mássica do líquido. 9.
9.1 A
D. … menor for a massa da amostra e maior for a capacidade térmica mássica do líquido. 9.2 B
Adaptado do Exame de Física e Química, 2012, época especial

195

565533 184-231.indd 195 10/03/15 13:19


AVALIAR CONHECIMENTOS

10 S
 upondo que transfere como calor a mesma energia a 1 kg de água e a 1 kg de cobre, qual dos
materiais experimenta uma maior variação de temperatura? Justifique a sua resposta.
cágua = 4186 J kg-1 K-1; ccobre = 385 J kg-1 K-1
11 O
 gráfico seguinte representa a variação de temperatura de um corpo em função da quantidade
de energia recebida como calor.

t / ºC

80

60

40

20

0
0 50 100 150 200 E /cal

Sabendo que a massa do corpo é 66,0 g, determine:


a) a capacidade térmica do corpo;
U3P169H2
b) a capacidade térmica mássica do material de que é feito o corpo.
12 U
 ma bala de chumbo, com 15 g de massa, colide com uma parede à velocidade de 150 m/s, ficando
nela incrustada. Se 25 % da energia cinética da bala for transferida para as vizinhanças sob a forma
de calor e na deformação da parede, calcule o aumento de temperatura da bala.
cchumbo = 159 J kg-1 °C-1
13 S
 ob uma chama constante, de potência 192,5 W, um corpo sofre um aumento de temperatura
de 40 °C em 2 min. Determine, em cal °C-1, a capacidade térmica desse corpo.
Considere 1 cal = 4,18 J
14 U
 m corpo com 200 g de massa é aquecido durante 30 segundos por uma fonte de calor que fornece
uma potência de 210 W a uma taxa constante. Dado o gráfico da temperatura em função do tempo,
determine a capacidade térmica do corpo.

i/ ˚C
25
20
15
10

Professor 5
0
10. 0 5 10 15 20 25 30 t/s
Cobre.
11.
15 U
 m grupo de alunos colocou 0,50 kg de água num vaso de cobre e introduziu um termómetro digital
a) C = 2,5 cal/°C
b) c = 0,038 cal g-1 °C-1 num dos orifícios da tampa do vaso de cobre. Montaram um sistema de roldanas, colocaram os fios
12. que passam nas golas das roldanas e suspenderam massas marcadas nas extremidades desses fios.
DT = 53,2 °C Rodando a manivela, elevaram as massas a uma determinada altura. Soltando a manivela, as massas
13. desceram com velocidade de constante, fazendo rodar o sistema de pás mergulhado na água, o que
C = 138,16 cal °C-1 provocou o aquecimento desta. Após repetirem este procedimento várias vezes, verificaram que,
u3p178h2a
14. para um trabalho realizado pelas massas suspensas de 7,0 ◊ 102 J, a temperatura da água
C = 630 J °C-1 aumentou 0,30 °C.
15. 15.1 
Determine o valor da capacidade térmica mássica da água a partir dos resultados
15.1 experimentais.
c = 4,7 ◊ 103 J kg-1 °C-1
15.2 cágua = 15.2 
Exprima o valor da capacidade térmica mássica com o erro relativo, em percentagem.
= 4,7 ◊ 103 J kg-1 °C-1 !
c (água) = 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1
! 12,4 %

196

565533 184-231.indd 196 10/03/15 13:19


3.8  
Variação de entalpia de fusão e de vaporização
SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

As mudanças de estado físico, como a fusão e a vaporização, são Professor


fenómenos em que ocorre a variação da energia interna do sistema por SUGESTÕES METODOLÓGICAS
absorção ou libertação de energia como calor, mas não conduzem a uma • Rever o conceito de mudança de estado, por exemplo,
a partir do fornecimento de energia a um bloco de gelo
variação da temperatura do sistema. a -6 °C até atingir os 100 °C.
• Distinguir vaporização de evaporação.
Na fusão, a temperatura permanece constante durante a passagem • Explorar a figura 43 evidenciando:
— os troços do gráfico para os quais ocorrem mudanças
do estado sólido a líquido — temperatura de fusão. de estado;
— os troços do gráfico para os quais ocorrem uma variação
Na vaporização, a temperatura permanece constante durante a pas- de temperatura;
— como se calcula a quantidade de energia posta em jogo
sagem do estado líquido a gasoso — temperatura de ebulição. em cada troço do gráfico;
— o significado dos patamares (linhas horizontais) do gráfico;
— o que sucede a nível macroscópico ao longo do gráfico.
Durante a mudança de estado coexistem as diferentes fases. Quando
a transformação se dá a pressão constante, por transferência de calor, a LIVROMÉDIA

energia absorvida pelo sistema é utilizada na rutura de ligações intermo-


PowerPoint
leculares (variação da energia interna) e uma variação de volume (traba- Variação de entalpia de fusão e de vaporização
lho) e não para aumentar a energia cinética média das partículas (tem-
peratura constante). Assim, a energia transferida como calor envolve
simultaneamente realização de trabalho e variações de energia interna e
designa-se por variação de entalpia (DH) ou calor latente (L).

A variação de entalpia na transição de estado é o calor necessário


(cedido ou recebido) para que uma unidade de massa de uma dada subs-
tância mude de estado físico a pressão constante — processo isobárico.

À energia transferida como calor na fusão de 1 kg de uma dada


substância chama-se variação de entalpia de fusão e representa-
-se por DHf.
À energia transferida como calor na vaporização de 1 kg de uma
dada substância chama-se variação de entalpia de vaporização
e representa-se por DHv.
A unidade do Sistema Internacional da entalpia é joule por quilo-
grama (J kg-1).

A figura 43 mostra os resultados obtidos numa experiência realizada


à pressão atmosférica, com o objetivo de estudar a variação de tempera-
tura de uma dada massa de água (m), em função da energia fornecida.

125
Vapor F
D
100
E
q
Líquido a
+ vapor
Temperatura t / ºC

75
o
Líquido
50

25
B C
0
u
Sólido + líquido (fusão)
A Sólido
-25
Energia transferida (cada divisão corresponde a 4 kJ)
Fig. 43 Determinação da temperatura de fusão e de ebulição da água.
197
U3P171H1

565533 184-231.indd 197 13/03/15 16:02


3.8 Variação de entalpia de fusão e de vaporização

Professor De acordo com o gráfico, observa-se que ocorre:


Sugestões metodológicas • Mudança de estado físico (temperaturas constantes)
• Explorar transferências e transformações de energia — B — C, a energia transferida como calor não faz aumentar a
de um sistema:
— dar exemplos elucidativos de processos que ocorram
temperatura — processo isotérmico — e o sistema está no ponto
com aumento da energia interna do sistema (utilizando de fusão no qual é constituído por uma mistura de gelo e água
o exemplo do manual «processo de aquecimento de água
de -25 °C até 100 °C» e de processos que ocorram
líquida (gelo fundente).
com diminuição da energia interna do sistema. A energia transferida durante este processo calcula-se através da
• Realçar que:
— quando a energia interna do sistema diminui, a sua
seguinte expressão:
variação é negativa; E = mgelo DHfusão
— quando a energia interna do sistema aumenta, a sua
variação é positiva;
— D — E, a energia transferida como calor não faz aumentar a
— o aumento/diminuição da energia interna do sistema temperatura — processo isotérmico — e o sistema está no ponto
está associado à diminuição/aumento da energia interna
da vizinhança.
de ebulição, no qual é constituído por uma mistura de água
• Identificar a fonte e a vizinhança do sistema em estudo líquida e vapor de água.
• Analisar e discutir o exercício resolvido «Aplicação
dos conceitos de entalpia de fusão e de entalpia
A energia transferida durante este processo calcula-se através da
de vaporização». seguinte expressão:
E = mágua DHvaporização
• Aquecimento da substância (variação da temperatura)
— A — B, a energia transferida como calor faz aumentar a tempe-
ratura do gelo de -25 °C até 0 °C.
A energia transferida durante este processo calcula-se através da
seguinte expressão:
E = mgelo cgelo DTgelo
— C — D, a energia transferida como calor faz aumentar a tempe-
ratura da água de 0 °C até 100 °C.
A energia transferida durante este processo calcula-se através da
seguinte expressão:
E = mágua cágua DTágua

A variação da energia interna (DU) do sistema água, no processo de


aquecimento com início em -25 °C até vaporizar a água totalmente a
100 °C, tem em conta o contributo de todas as parcelas de energia esta-
belecidas anteriormente:

DU = mgelo cgelo DTgelo + mgelo DHfusão + mágua cágua DTágua + mágua DHvaporização

Durante todo este processo de aquecimento, há o aumento da energia


interna do sistema (DU > 0). A transferência de energia ocorreu da vizi-
nhança (fonte) para o sistema água (recetor).

Num processo de arrefecimento de uma dada massa de água à tem-


peratura ambiente, pode utilizar-se gelo. Nesta situação, a transferência
de energia faz-se no sentido da água (fonte) para o gelo (recetor) Fig. 44 .
A energia interna da água diminui (DU < 0) e a energia interna do gelo
aumenta (DU > 0).

Num processo de aquecimento de uma dada massa de água à tem-


peratura ambiente, pode nela mergulhar-se um corpo metálico incandes-
Fig. 44 Processo de arrefecimento
de uma dada massa cente. Neste caso, a transferência de energia ocorre do corpo metálico
de água utilizando gelo. (fonte) para a água (recetor). A energia interna da massa de água
aumenta (DU > 0) e a do corpo metálico diminui (DU < 0).

198

565533 184-231.indd 198 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Para a variação da energia interna de um sistema num processo


de aquecimento ou arrefecimento contribuem todas as parcelas da
energia envolvida quer para variações de temperatura quer para
mudanças de estado físico.
Quando o sistema cede energia à vizinhança, a variação de ener-
gia interna do sistema é negativa.
Quando o sistema recebe energia da vizinhança, a variação da
energia interna do sistema é positiva. AL 3.3 BALANÇO ENERGÉTICO NUM SISTEMA
TERMODINÂMICO p. 217

EXERCÍCIO RESOLVIDO 9
Aplicação dos conceitos de variação de entalpia de fusão e de variação de entalpia de vaporização
Pretende-se transformar uma amostra de 100 g de gelo à temperatura de -10 °C em vapor
de água à temperatura de 110 °C.
Considere para o efeito os seguintes valores tabelados:
cgelo = 2,09 ◊ 103 J kg-1 °C-1, cágua = 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1, cvapor = 2,01 ◊ 103 J kg-1 °C-1
DHfusão = 3,35 ◊ 105 J kg-1, DHvaporização = 2,26 ◊ 106 J kg-1
9.1 Determine a energia que é necessário fornecer como calor ao sistema água.

9.2 Trace o gráfico da variação da temperatura do sistema em função da energia fornecida.

9.3 Pela análise do gráfico obtido, o que pode concluir relativamente às quantidades de energia
necessárias em cada transformação?

9.1 
RESOLUÇÃO:
Aquecimento do gelo de -10 °C a 0 °C: E = m c DT +
+ E1 = 0,100 ◊ 2,09 ◊ 103 ◊ (0 - (-10)) + E1 = 2090 J
Durante a fusão a 0 °C: E = m DH + E2 = 0,100 ◊ 3,35 ◊ 105 + E2 = 33 500 J
Aquecimento da água de 0 °C a 100 °C: E = m c DT +
+ E3 = 0,100 ◊ 4,18 ◊ 103 ◊ (100 - 0) + E3 = 41 800 J
Durante a vaporização a 100 °C: E = m DH + E4 = 0,100 ◊ 2,26 ◊ 106 + E4 = 226 000 J
Aquecimento do vapor de água de 100 °C a 110 °C: E = m c DT +
+ Q5 = 0,100 ◊ 2,01 ◊ 103 ◊ (110 - 100) + Q5 = 2010 J
Professor
SUGESTÕES
5 METODOLÓGICAS
Energia total fornecida sob a forma de calor: Q = 305 100 J = 3,05 ◊ 10 J
• Analisar e discutir o exercício
9.2 RESOLUÇÃO: resolvido «Aplicação dos
i/ ºC conceitos de variação
120 de entalpia de fusão
100 e de variação de entalpia
80 de vaporização».
60
40
20
0
50 000 100 000 250 000 150 000 200 000 300 000 E/J
-20

9.3 
RESOLUÇÃO: U3P173H1
Pela análise do gráfico, verifica-se que o processo que envolve maior quantidade de energia sob
a forma de calor é aquele que corresponde à mudança do estado líquido para o estado gasoso.

199

565533 184-231.indd 199 10/03/15 13:19


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre a energia envolvida em processos de aquecimento
e arrefecimento de sistemas
1 C
 alcule a energia que é necessário fornecer a 2,0 kg de água no estado sólido, a 0 °C e à pressão
normal, para que esta funda completamente.
(DHfusão (água) = 3,35 ◊ 105 J kg-1
2 U
 m cubo de gelo com 100 g de massa é retirado do congelador à temperatura de 0 °C
e introduzido num recipiente térmico que tem acoplada uma resistência elétrica. Durante 1 minuto
a resistência elétrica esteve ligada e forneceu ao sistema 3,34 ◊ 103 J de energia e uma parcela
de gelo fundiu.
2.1 
Determine a massa de água líquida obtida no final do aquecimento.
(Lfusão = 3,34 ◊ 105 J kg-1)
Professor 2.2 
Selecione a opção correta.
Sugestões
A. Durante o processo de aquecimento do gelo, a energia interna e a temperatura aumentam.
metodológicas
• Como tarefa de aula e/ou B. Durante o processo de aquecimento do gelo, a energia interna aumenta e a temperatura
trabalho para casa, os alunos mantém-se igual a 0 °C.
deverão resolver os
exercícios de aplicação dos
C. Durante o processo de aquecimento do gelo, a energia interna mantém-se e a temperatura
conceitos sobre a energia aumenta.
envolvida em processos de D. Durante o processo de aquecimento do gelo, a energia interna e a temperatura mantêm-se.
aquecimento e arrefecimento
de sistemas. 3 T
 ransfere-se como calor a energia de 300 calorias para uma amostra de gelo com 3 g de massa.
AVALIAR 3.1  Qual é o estado físico da amostra após essa transferência de energia? Justifique a sua
CONHECIMENTOS resposta.
1. 3.2 
Determine a temperatura final da amostra após a transferência da energia.
E = 6,70 ◊ 105 J
(cágua = 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1, DHfusão = 3,35 ◊ 105 J kg-1 e 1 cal = 4,18 J)
2.
2.1 mágua líquida = msofre fusão = 4 O
 gráfico seguinte representa a variação da temperatura de uma amostra com 3,0 kg de massa, de
= 0,01 kg
uma substância inicialmente no estado sólido, em função do tempo de aquecimento. O aquecimento
2.2 B
é feito por meio de uma fonte de potência constante de 600 W. Assuma que toda a energia fornecida
3.
3.1 Estado líquido.
pela fonte é transferida para a substância.
3.2 Tf = 19,9 °C
i/ºC
4.
4.1 I — aquecimento
da amostra;
30
II — mudança de estado
da amostra;
III
III — aquecimento da 2 5
amostra.
4.2 a) 0 8 t / min
DH = 3,6 ◊ 104 J kg-1 II
b) -20
c = 1,2 ◊ 103 J kg-1 °C-1 I
c) -40
c = 7,2 ◊ 102 J kg-1 °C-1
d) E = 2,9 ◊ 105 J
4.3
i/ºC 4.1 
O que representa cada um dos troços (I, II e III) do gráfico? Justifique a sua resposta.
40

30 4.2 
Determine:
U3P174H1
20 a) a entalpia de fusão da substância;
10

0
b) a capacidade térmica mássica da substância, quando esta se encontra no estado
sólido;
5 × 104
1 × 105
1,5 × 105
2 × 105
2,5 × 105
3 × 105
Q/J

-10

-20 c) a capacidade térmica mássica da substância, quando esta se encontra no estado


-30
líquido.
-40

-50
d) a energia necessária para que a amostra atinja a temperatura de 30 °C.
4.3 
Trace o gráfico da variação da temperatura do sistema em função da energia fornecida.

200

LP3p200h1
565533 184-231.indd 200 10/03/15 13:19
SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

5 Aqueceu-se uma amostra de 2 litros de água, inicialmente à temperatura de 25 °C, utilizando uma
resistência de imersão de potência 480 W. Admita que somente 80 % da energia dissipada na
resistência é utilizada para aumentar a energia interna da água. Determine o intervalo de tempo
necessário para que 20 % da água contida no recipiente seja vaporizada.
Dados: cágua líquida = 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1; DHvaporização água = 2,26 ◊ 106 J kg-1; tágua = 1,00 kg dm-3

6 ara arrefecer a água contida num copo, será mais eficaz adicionar-lhe água líquida a 0 °C ou gelo
P
à mesma temperatura? U3P174H2
Para responder a esta pergunta através de uma atividade experimental, um grupo de alunos
procedeu do modo seguinte:
• Numa tina de vidro, introduziram alguns cubos de gelo e uma pequena quantidade de água,
e aguardaram até que se atingisse o equilíbrio térmico, a 0 °C.
• Aqueceram água, que repartiram por dois gobelés, A e B, tendo colocado 200 g de água em
cada um e medido a temperatura inicial em cada um deles, que era 42,3 °C.
• Adicionaram ao gobelé A 51 g de água a 0 °C, e foram medindo a temperatura da mistura,
até ser atingido o equilíbrio térmico, que ocorreu a 34,7 °C.
• Adicionaram ao gobelé B 51 g de gelo a 0 °C, e foram medindo a temperatura da mistura,
até que todo o gelo fundisse e fosse atingido o equilíbrio térmico, que ocorreu a 22,4 °C.
6.1 D
 etermine, com base nos resultados experimentais obtidos, o calor de fusão do gelo (Lfusão)
admitindo que não ocorreram trocas de energia com o exterior. Apresente todas as etapas
de resolução.
6.2 De acordo com a teoria, previa-se que o equilíbrio térmico no gobelé B fosse atingido a 17,5 °C,
em vez de a 22,4 °C, conforme obtido experimentalmente. Refira uma razão que possa explicar
esta diferença.
6.3 De acordo com os resultados experimentais obtidos, conclui-se que, para arrefecer a água
contida num copo, é mais eficaz usar cubos de gelo do que água à mesma temperatura do
gelo, uma vez que a temperatura à qual se atingiu o equilíbrio térmico é inferior no primeiro
caso. Justifique a conclusão, tendo em consideração o fenómeno que ocorre quando se utiliza
gelo para arrefecer a água.
6.4 Como se designa o mecanismo de transferência de energia sob a forma de calor que ocorre, Professor
predominantemente, no arrefecimento da água contida no gobelé A? 5.
Dt = 3,98 ◊ 103 s
6.5 Quando colocamos a mão em água e em gelo, ambos à temperatura de 0 °C, aparentemente
6.
o gelo está mais frio do que a água. 6.1 Lfusão = 2,3 ◊ 105 J
Selecione a única opção que contém a interpretação correta deste facto. kg-1
A. A energia transferida como calor da pele para o gelo é menor do que a energia transferida 6.2 O sistema não se
encontra isolado.
da pele para a água, no mesmo intervalo de tempo. 6.3 O fenómeno que ocorre
B. A energia transferida como calor da água para a pele é maior do que a energia transferida é a fusão do gelo; esta
mudança de fase é um
do gelo para a pele, no mesmo intervalo de tempo.
processo endoenergético,
C. A energia transferida como calor do gelo para a pele é maior do que a energia transferida durante o qual é absorvida
da água para a pele, no mesmo intervalo de tempo. energia da água que se
pretende arrefecer.
D. A energia transferida como calor da pele para a água é menor do que a energia transferida 6.4 Convecção térmica.
da pele para o gelo, no mesmo intervalo de tempo. 6.5 D
Adaptado do Teste Intermédio de Física e Química A, 10.° ano, 2009

201

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3.9  
Funcionamento dos coletores solares e suas aplicações

Professor Quando a radiação eletromagnética é absorvida por um material,


Sugestões metodológicas podem ocorrer vários fenómenos, que dependem do tipo de material e do
• Analisar as figuras 45 e 46, explicando os constituintes tipo de radiação.
e o funcionamento de um coletor solar.
Discutir a importância de:
— o revestimento ser preto; A radiação solar na gama do infravermelho, quando absorvida, é
— os tubos serem metálicos. convertida, na maior parte dos materiais, em energia cinética interna.
Prever o que sucederia à temperatura da água de 3
garrafas expostas ao sol (preta, branca e forrada a papel
de alumínio). Independentemente dos fenómenos físicos que possam ocorrer, uma
Discutir o compromisso a ter entre as propriedades parte da radiação incidente contribui sempre para o aumento de tempe-
térmicas (condutividade térmica e capacidade térmica),
as propriedades mecânicas (deformação), as ratura do sistema.
propriedades químicas (reatividade com o meio
ambiente) e o custo de produção.
No caso de um coletor solar, o objetivo é utilizar precisamente um
Explorar (propondo como trabalho de grupo a apresentar
oralmente) diversos tipos de coletores solares que são material que absorva o máximo de radiação solar e a converta integral-
utilizados no dia a dia, explicando as suas diferenças em
mente em energia térmica.
termos de funcionamento e rendimento no processo
de aquecimento de águas sanitárias:
— coletores de tubo de vácuo; Um coletor solar é constituído por uma caixa isoladora (normalmente
— coletores planos com e sem cobertura;
—…
com lã de vidro), coberta por um material transparente sobretudo à radia-
ção visível (vidro ou acrílico) Fig. 45 .

Cobertura Circuito
No interior da caixa, tem-se uma placa coletora metálica, revestida de
com fluido um material bom absorvedor (elevada emissividade) em toda a gama do
Saída espetro solar. A esta placa são soldados tubos metálicos, normalmente
de água
de cobre (de elevada condutividade térmica), por onde circula o fluido.
Caixa
isoladora A radiação solar absorvida pela placa coletora é reemitida como radia-
Placa Placa ção menos energética, radiação infravermelha. A cobertura, sendo opaca
absorvente isoladora a essa radiação, impede a sua transferência para a vizinhança, contri-
Fig. 45 Esquema geral de um
buindo para o aquecimento mais rápido do sistema.
coletor solar.
U3P176H1 A placa coletora constitui uma fonte de energia térmica para os tubos
de cobre, que estão a uma temperatura inferior devido ao circuito de
água fria, e para a vizinhança, quer por calor quer por radiação, até que
se atinja o equilíbrio térmico entre o metal e a água que percorre os tubos
de cobre (no caso de não haver consumo) Fig. 46 .

A B C
Tubo de cobre Temperatura/ºC
(Asa)
36,28157
Aleta Área de contacto
35,26627
entre aleta 34,25097
e tubo Aleta 33,23567
Radiação solar 32,22037
Tubo Aquecimento da aleta 31,20507
aletado 30,18977
29,17447
28,15917
Condução Convecção 27,14387
26,12857
de calor Aquecimento 25,11327
Tubos pela aleta da água 24,09797
Cabeçotes Tubo 23,08247
aletados
Água 22,06737
21,05207
20,03677

Fig. 46 Detalhes dos tubos e das aletas ou asas (metal com que se prendem os tubos à placa) [A]; mecanismos
de transferência de energia no absorvedor do coletor (placa + tubos) [B]; perfil de temperatura ao longo do tubo
de cobre inserido entre duas aletas ou asas [C]. U3P176H3
U3P176H2 U3P176H4

202

565533 184-231.indd 202 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Os coletores solares têm diversas aplicações, tais como:


• aquecimento de água (aplicação doméstica);
• aquecimento de água em pavilhões e piscinas;
• aquecimento de ambientes e secagem de produtos agrícolas;
• aquecimento de fluidos industriais.

Na montagem de um sistema solar térmico, além de um coletor que, Subsistema de captação


normalmente, é colocado num telhado, existem dois outros sistemas: o
reservatório térmico e o reservatório de água fria Fig. 47 . Coletor
solar

O reservatório térmico é um recipiente para armazenamento de água


aquecida. É constituído por um cilindro de cobre ou de aço inoxidável,
Reservatório
porém, isolado termicamente para diminuir as perdas por calor (condu- térmico
Ponto de
ção térmica). A água circula entre os coletores e o reservatório. Durante consumo
esse processo, a água dos coletores, a uma temperatura superior, é Fig. 47 Coletor solar
menos densa do que a água do reservatório, a menor temperatura e por- e reservatórios.
tanto, mais densa, gerando a circulação da água (correntes de convec-
ção). Assim, a água permanece aquecida. O reservatório de água fria Professor
u3p177h1
alimenta o reservatório térmico, mantendo-o sempre cheio. SUGESTÕES METODOLÓGICAS
• Analisar e discutir o exercício resolvido «Funcionamento
de um coletor solar».
Um coletor solar aproveita a radiação solar para aquecer um fluido.
LIVROMÉDIA
Neste sistema, a energia é transferida por condução, convecção e
radiação. PowerPoint
Funcionamento dos coletores solares e suas aplicações

EXERCÍCIO RESOLVIDO 10
Funcionamento de um coletor solar
Instalou-se numa residência um coletor solar para aquecimento de água, cujo rendimento total
é de 40 %. Determine o tempo que é preciso, em horas, para que seja fornecida a energia
requerida para satisfazer as necessidades de uma família que consome 10 kW h por dia.
O coletor tem 10 m2 de área e, nesse local, o fluxo de radiação solar é de 500 W m-2.

RESOLUÇÃO:
Se a intensidade da radiação solar é de 500 W m-2, significa que para uma área de 10 m2 tem-se
uma potência fornecida de 5000 W.
 e a eficiência da instalação é de 40 %, significa que apenas 5000 ◊ 40 % são realmente
S
utilizados para aquecer água e os restantes 60 % são desperdiçados no processo.
Então, a potência absorvida é:
P = 5000 ◊ 0,4 = 2000 W = 2 kW
Como a família consome 10 kW h por dia e:
E = P ◊ Dt + 10 kW h = 2 kW ◊ Dt + Dt = 5 h,
e ntão, a família precisa que o Sol brilhe sobre toda a área de absorção de radiação durante
5 horas por dia.

203

565533 184-231.indd 203 13/03/15 16:07


AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre coletores solares
1 Atualmente, existe no mercado uma diversidade de sistemas solares térmicos, para aproveitamento
da radiação solar, para aplicações individuais e coletivas, tais como: habitação (unifamiliar, edifícios
coletivos), serviços (lares, restaurantes, hotéis, etc.) e indústria. A utilização destes equipamentos
permite uma poupança económica significativa, permitindo a redução até 75 %, média mensal,
na fatura de aquecimento de águas sanitárias, podendo mesmo ascender aos 100 % em
determinados meses do ano.
1.1 Que condições se têm de verificar, ao longo do ano, para se obter uma poupança económica
de 100 %?
1.2 Que fatores se devem ter em conta aquando da instalação de um coletor solar?
2 Admita que se vai instalar um coletor solar, de área 2 m2, num local em que a irradiância solar média
é 600 W m-2. Este coletor destina-se ao aquecimento da água que se encontra armazenada num
depósito de capacidade 150 kg. Determine a temperatura final da água, ao fim de uma exposição
solar de 5 h, sabendo que a água inicialmente estava à temperatura de 20 °C e o rendimento do
coletor é 25 %. Apresente todas as etapas de resolução. c(água) = 4180 J kg-1 °C-1
3 Um dos parâmetros a ter em conta na construção de um coletor é o material utilizado na fixação
dos tubos de cobre de circulação de água à placa coletora. O contacto térmico entre a placa coletora
e esses tubos deve ser perfeito. Na figura seguinte, está representado esquematicamente um corte
de um tubo preso a uma placa, bem como os mecanismos de transferência de energia como calor
no absorvedor do coletor.
Professor Radiação solar
SUGESTÕES Aquecimento da aleta Área de contacto entre aleta e tubo
METODOLÓGICAS
• Como tarefa de aula Aleta
e/ou trabalho para casa,
os alunos deverão resolver Tubo
os exercícios de aplicação Água A
dos conceitos sobre
coletores solares. 3.1 No texto introdutório, é referido «O U3P178H1
contacto térmico entre a placa coletora e os tubos deve ser
AVALIAR perfeito.» Refira, justificando, por que razão este contacto deve ser perfeito. Comece por indicar
CONHECIMENTOS o processo de transferência de energia como calor na zona de contacto.
1. 3.2 Refira o nome do processo de transferência de energia como calor representado na figura
1.1 A irradiância solar não
com a letra A.
é igual ao longo do ano;
deve ter-se um valor médio 4 Na figura ao lado, está representado um sistema solar térmico Vidros duplos Água quente
máximo de irradiância solar.
1.2 O valor médio da
alternativo para o aquecimento de água, constituído por dois
irradiância solar (máximo tanques pretos, dentro de uma caixa termicamente isolada Tanques
possível); a orientação; a e com cobertura de vidro, os quais absorvem radiação solar pintados
inclinação relativamente de preto
aquecendo a água que se encontra no seu interior.
à horizontal.
Selecione a opção correta para este sistema de aquecimento.
2. Água
tf = 28,61 °C A. Os tanques, por serem de cor preta, são maus
fria
absorvedores de calor e reduzem as perdas de energia Camada interior refletora
3.
3.1 A transferência de calor por condução.
na zona de contacto entre B. A cobertura de vidro deixa passar preferencialmente radiação infravermelha para aquecimento
os tubos e a placa faz-se
da água. U3P178H2
por condução térmica.
Se o contacto térmico não C. A transferência de energia do tanque para a água acontece por condução.
for perfeito, a eficiência do
processo de aquecimento
D. Os tanques são construídos com um material mau condutor térmico, para reduzir perdas
é menor. de energia por condução.
3.2 Convecção térmica.
5 A potência média dos coletores solares para aquecimento de água pode não ser igual ao longo
4.
do ano. Um certo dia verificou-se que a potência média de um coletor solar é 4 kW. Admitindo que
C
durante o processo de aquecimento de 30 kg de água a taxa de transferência de energia se manteve
5.
t = 1097 s
constante e a temperatura da água aumentou de 25 °C para 60 °C, determine o tempo que demorou
a aquecer a água.

204

565533 184-231.indd 204 31/01/17 12:16


3.10  
Primeira Lei da Termodinâmica: transferência
SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

de energia e conservação de energia

A termodinâmica desenvolveu-se muitos anos antes de a teoria ató- Professor


mica ser aceite ou de se entender que a luz era radiação eletromagné- SUGESTÕES METODOLÓGICAS
tica. A 1.ª Lei da Termodinâmica é a Lei de Conservação de Energia • Explorar a figura 48:
— Exemplos de sistemas físicos: identificação do sistema,
aplicada a sistemas onde apenas se verifica a variação da energia interna. da fronteira e da vizinhança.
— Sistemas em que ocorram variações de energia interna
No universo há conservação da energia total. Quando se fala em uni- por transferência de energia por calor ou pela realização
de trabalho.
verso, fala-se do sistema em conjunto com a sua vizinhança, que formam — Justificar a atribuição do sinal (positivo ou negativo).
um sistema isolado. A variação da energia do universo será a soma das
LIVROMÉDIA
variações de energia do sistema com as da vizinhança.
PowerPoint
DUuniverso = DUsistema + DUvizinhança Primeira Lei da Termodinâmica: transferência de energia
e conservação da energia

Sendo o universo um sistema isolado, ou seja, não cede nem recebe


energia, a energia interna mantém-se constante, pelo que a variação da
energia interna do sistema isolado será nula (DUuniverso = 0).

Quando um sistema não está isolado, há transferências de energia


entre o sistema e a vizinhança, podendo haver variações de energia
interna do sistema. De acordo com a formulação da 1.ª Lei da Termodi-
nâmica, a energia interna de um sistema pode variar, quer por transfe-
rência de energia sob a forma de calor (Q) quer pela realização de
trabalho (W) sobre ou pelo sistema.

DU = Q + W

O sistema pode receber ou ceder energia à vizinhança. Quando a rso


ve
análise das transferências de energia é feita a partir do sistema, o sinal ni Vizinhança
U

(positivo ou negativo) associado ao valor da energia indica o sentido Fronte


dessa transferência Fig. 48 .
ira
W >0 Sistema a Q <0
Fron ir
W <0 teira ronte Q >0
F
• Q > 0, quando o sistema recebe da vizinhança energia como calor.
• Q < 0, quando o sistema transfere para a vizinhança energia como
so

iv
er

V izi n h a n ç a
calor. Un
• W > 0, quando sobre o sistema é realizado trabalho pela vizinhança. Fig. 48 Sentido da energia
• W < 0, quando o sistema realiza trabalho sobre a vizinhança. transferida entre o sistema
e a vizinhança.
A 1.ª Lei da Termodinâmica descreve o balanço energético dos pro-
cessos termodinâmicos que ocorrem num sistema. U3P179H1

• Se a variação de energia interna do sistema é positiva (DUsistema > 0),


a energia interna do sistema aumenta e a da vizinhança diminui o
mesmo valor.
• Q uando a variação da energia interna do sistema é negativa
(DUsistema < 0), a energia interna do sistema diminui e a da vizi-
nhança aumenta o mesmo valor.
• Caso a variação da energia interna seja nula (DU = 0), o sistema
está isolado; ou, então, o sistema não é isolado, mas a energia rece-
bida pelo sistema como calor é igual ao trabalho que o sistema
realiza sobre a vizinhança.
205

565533 184-231.indd 205 13/03/15 16:09


3.10 Primeira Lei da Termodinâmica: transferência de energia e conservação de energia

Para melhor compreender como é que pode ocorrer a variação de


energia interna pela realização de trabalho e de calor, considere-se um
balão, com um dado volume de ar, com a abertura colocada nas proxi-
midades de um moinho de papel. Se se deixar sair o ar livremente,
a hélice vai rodar com uma dada velocidade. Consegue-se aumentar a
velocidade de rotação aumentando a energia interna do gás contido no
balão por:
• compressão do balão, isto é aplicando uma força exterior e reali-
zando trabalho sobre este;
• aquecimento do ar nele contido, por exemplo, com um secador de
cabelo ou colocando-o sobre a exposição de uma lâmpada de ilumi-
nação.

Em qualquer dos casos, sabe-se que a energia interna do sistema


aumentou porque, deixando sair o ar livremente, observa-se que a velo-
cidade de rotação do moinho aumenta em relação à situação inicial.

3.10.1  plicações da 1.ª Lei da Termodinâmica:


A
interação com a vizinhança
Para discutir processos de transferência de energia num sistema ter-
modinâmico considera-se a situação mais simples, em que se tem um
gás (por exemplo, ar) dentro de um recipiente com uma tampa móvel
(êmbolo), que pode ser deslocada, fazendo aumentar ou diminuir o
volume ocupado pelo ar.
Professor
Sugestões metodológicas
Na tabela seguinte, são apresentadas quatro situações em que a
• Explorar a tabela ao lado, na qual são discutidas quatro variação da energia interna do sistema gás é obtida por diferentes proces-
situações, I, II, III e IV, em que a variação da energia sos. Para determinar a variação da energia interna do sistema procede-se
interna do sistema gás é obtida por diferentes processos.
• Estabelecer o balanço energético para cada uma das ao balanço energético aplicando a 1.ª Lei da Termodinâmica.
situações, aplicando a 1.ª Lei da Termodinâmica.
• Explicitar os sinais (positivo ou negativo) atribuídos
a W e a Q.
Diferentes processos de variação da energia interna do sistema

I — Compressão/expansão do gás: W ! 0 e Q > 0

100 kW 100 kW

Compressão & W > 0 Expansão & W < 0


A vizinhança realiza trabalho sobre O sistema realiza trabalho sobre
o sistema. U3P180H1 a vizinhança.U3P180H2
O sistema recebe energia térmica da vizinhança, que se encontra a uma
temperatura superior, por condução e/ou radiação (Q > 0).

206

565533 184-231.indd 206 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Diferentes processos de variação da energia interna do sistema

II — Compressão/expansão do gás: W ! 0 e Q < 0

Gelo Gelo

Compressão & W > 0 Expansão & W < 0


A vizinhançaU3P180H3
realiza trabalho sobre U3P180H4
O sistema realiza trabalho sobre
o sistema. a vizinhança.
O sistema cede energia térmica à vizinhança, que se encontra a uma
temperatura inferior, por condução e/ou radiação (Q < 0).

III — Transferência apenas de energia térmica: W = 0 e Q ! 0

Gelo

Q>0 Q<0
U3P180H5 U3P180H6
O sistema recebe da vizinhança energia O sistema cede à vizinhança energia
térmica por condução e radiação. térmica por condução e radiação.
DU > 0; T aumenta DU < 0; T diminui

IV — Compressão/expansão do gás sem trocas de energia: W ! 0 e Q = 0

Compressão

Expansão

Expansão & W < 0 Compressão & W > 0


U3P180H7
O sistema realiza trabalho sobre A vizinhança realiza trabalho sobre
a vizinhança. o sistema.
DU < 0; T diminui DU > 0; T aumenta

A 1.ª Lei da Termodinâmica é a Lei de Conservação da Energia,


aplicada a sistemas onde se verificam variações de energia interna,
tanto por transferência de calor (Q) como por realização de trabalho
(W). A variação da energia interna de um sistema é expressa por:
DU = Q + W

207

565533 184-231.indd 207 10/03/15 13:19


3.11  
Segunda Lei da Termodinâmica:
degradação de energia e rendimento

3.11.1 Transformações reversíveis e irreversíveis

A Para compreender os conceitos de reversibilidade e irreversibilidade


considere-se a filmagem em tempo real das seguintes situações:
• colisão elástica entre duas bolas de bilhar Fig. 49A ;
• colisão entre dois automóveis Fig. 49B .

Na primeira situação, quer se faça a projeção do filme do início para


o fim ou do fim para o início, o observador não distingue temporalmente
a ordem dos acontecimentos, o que significa que não há um antes e um
B depois. Este exemplo ilustra uma transformação reversível.

Na segunda situação, se a projeção for feita não respeitando a ordem


cronológica dos acontecimentos, consegue-se identificar que a mesma
está a ser feita do fim para o princípio porque relativamente ao choque
distingue-se um antes e um após, pelos danos causados nos veículos.
Neste caso, tem-se uma transformação irreversível.

Fig. 49 Colisão elástica entre duas


A reversibilidade numa dada transformação significaria que quer o
bolas de bilhar [A]; colisão sistema quer a vizinhança poderiam retomar o seu estado inicial. Tal
entre dois automóveis [B]. significa que no universo não se registaram quaisquer alterações das
suas propriedades macroscópicas ou microscópicas.

Professor Por exemplo, um cubo de gelo é colocado numa garrafa térmica com
Sugestões metodológicas água inicialmente à temperatura ambiente. Ao fim de algum tempo, o
• Distinguir transformações reversíveis de irreversíveis:
— reversível — pode ocorrer exatamente no sentido
gelo funde, o volume de água aumenta e a temperatura final corresponde
oposto, isto é, estado final para o estado inicial; a um valor superior à do gelo e inferior à temperatura inicial da água.
— irreversível — explorar a figura 49.
Para voltar a ter o cubo de gelo e o copo de água à temperatura ambiente,
LIVROMÉDIA seria necessário que a vizinhança atuasse sobre o sistema, pois a trans-
formação de água líquida em gelo não ocorre espontaneamente.
PowerPoint
Segunda Lei da Termodinâmica: degradação da energia
e rendimento Com efeito, é impossível criar as condições para se realizar uma trans-
formação reversível perfeita. Na prática, pode realizar-se uma transfor-
mação tão lentamente quanto possível, de modo que seja admissível
considerar o sistema sempre em equilíbrio termodinâmico.

3.11.2 Degradação de energia e rendimento


Considere-se, por exemplo, a situação de produção de eletricidade
a partir da variação da energia interna do vapor de água, através de um
processo irreversível. Fazendo o balanço energético do sistema isolado
— máquina térmica —, que é constituído por: fornalha + caldeira
(fonte quente), peças mecânicas + meio ambiente (fonte fria) e fluido,
verifica-se que nem toda a variação de energia interna é convertida
em trabalho.

208

565533 184-231.indd 208 13/03/15 16:11


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

O vapor quando aquecido na caldeira expande-se, criando movimento Professor


de rotação na «biela», devido ao movimento de vaivém do pistão no NOTA
cilindro. Na realização destes ciclos, não é aproveitada integralmente a • Rudolf Julius Emanuel Clausius foi um físico e matemático
alemão, considerado um dos fundadores centrais da ciência
energia transferida pela fonte quente (fornalha) como calor para a reali- da termodinâmica. Este físico, nos seus trabalhos sobre
zação de trabalho, porque uma parte desta energia é ainda usada para transferência de energia sob a forma de calor, mostrou que
não era possível construir uma máquina em que ocorresse
que o sistema regresse à posição inicial, e porque se verifica transferên- a transferência espontânea de energia como calor de um
cia de energia por calor para as diversas peças da máquina e desta para sistema a baixa temperatura para outro a temperatura
superior.
o meio ambiente, que funciona como um recetor de energia como calor
(fonte fria) Fig. 50 .

Embora se verifique um aumento da energia interna da fonte fria do


sistema, a capacidade de esta ser usada para realizar trabalho diminui.

Biela Pistão Cilindro

Caldeira

Correia
Vapor
por
Água
uaa

Gerador Combustível
íveel

Fig. 50 Representação esquemática de uma máquina térmica para produção


de eletricidade.
U3P183H1

A degradação de energia está relacionada com a diminuição da capa-


cidade de um sistema realizar trabalho à custa da variação da sua ener-
gia interna. Para cada transformação, há um máximo de energia interna
convertível em trabalho.

A avaliação da quantidade de energia interna convertível em trabalho


faz-se através do cálculo do rendimento (h).

W
h= × 100 %
DU

O rendimento será tanto maior quanto maior for a taxa de conversão


de energia interna em trabalho.

3.11.3 Segunda Lei da Termodinâmica


Em 1865, Clausius admitiu que uma lei que traduzisse o comporta-
mento da Natureza deveria ser expressa em termos de uma grandeza
cuja variação permitisse determinar o sentido da evolução de um qual-
quer processo. A essa grandeza deu o nome de entropia.

A noção de entropia só se entende através de uma visão do sistema


termodinâmico. Tal como aconteceu anteriormente com a energia
interna, as considerações sobre entropia só fazem sentido num sistema
termodinâmico, com um número elevado de elementos (partículas).
209

565533 184-231.indd 209 10/03/15 13:19


3.11 Segunda Lei da Termodinâmica: degradação de energia e rendimento

Professor A Para interpretar este conceito imagine-se que o sistema termodinâ-


Sugestões mico pode ser representado por um tubo de vidro fechado, que tem no
metodológicas seu interior berlindes azuis e vermelhos, inicialmente separados por
• Explorar a figura
51 para explicitar
cores. Na figura 51, mostra-se a distribuição dos berlindes no tubo de
a noção de vidro de cada vez que este foi agitado. É de notar que o modo como os
entropia: grandeza
física cuja
berlindes se organizam se altera de cada vez que o tubo é agitado.
variação indica o
sentido da B Aumentando o número de berlindes de cada cor, o número de possí-
evolução de um
processo. veis arranjos também aumentaria, sendo os mais prováveis aqueles em
• Explicitar que os U3P184H1
que a combinação envolva uma maior mistura das cores. Se o sistema for
processos que
ocorrem agitado continuamente, percebe-se que é altamente improvável regressar
espontaneamente à situação em que os berlindes estavam separados por cores.
na Natureza
ocorrem sempre
num determinado Aplicando o modelo dos berlindes ao estudo de um sistema termodi-
sentido — o da nâmico real, por exemplo a mistura de dois gases, o sistema evolui até
C
diminuição da
energia útil do que a mistura possa ser descrita por um número elevado de arranjos a
Universo. U3P184H1 nível microscópico que têm propriedades macroscópicas (temperatura,
• Analisar e
discutir o exercício pressão, densidade, etc.) iguais. Diz-se, então, que o sistema evoluiu no
resolvido «Balanço sentido de entropia máxima.
energético num
sistema
termodinâmico». Na Natureza, o sentido da evolução de uma transformação é sempre
D aquele que permite ao sistema adotar estados que lhe confiram mais
possibilidades de arranjo das partículas constituintes.
U3P184H1
Num sistema isolado, a entropia aumenta durante as transformações
irreversíveis e permanece constante durante as transformações reversíveis.
O que se acabou de discutir é equivalente a dizer que para cada transforma-
ção irreversível há um máximo de energia interna convertível em trabalho
Fig. 51 Representação
(energia útil), o que implica que num sistema isolado a entropia aumente.
microscópica das
84H1 diferentes configurações
(modos de organização) A Segunda Lei da Termodinâmica está associada ao sentido em
num sistema que os processos termodinâmicos ocorrem espontaneamente, de
termodinâmico. forma a diminuir a energia útil.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 11
Balanço energético num sistema termodinâmico
Encerra-se um gás num recipiente com um êmbolo móvel. Este gás sofre uma transformação
ao receber 200 cal de energia na forma de calor e ao sofrer uma expansão, transferindo 75 %
da energia recebida na forma de trabalho. Determine a variação da energia interna do gás, expressa
em joules, e refira se a energia interna do sistema gás aumentou ou diminuiu.

RESOLUÇÃO:
 variação da energia interna do sistema calcula-se: DU = Q + W
A
O sistema recebe 200 cal de energia na forma de calor: Q = 200 cal = 200 ◊ 4,18 = 836 J
O gás sofre uma expansão; significa que realiza trabalho sobre a vizinhança:
W = -0,75 ◊ 200 = -150 cal = -150 ◊ 4,18 = -627 J
A variação de energia interna do sistema: DU = 836 - 627 = 209 J
Como DU > 0, então, há um aumento da energia interna do sistema nesta transformação.

210

565533 184-231.indd 210 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

AVALIAR CONHECIMENTOS
Aplicar os conceitos sobre a Primeira e a Segunda Leis da Termodinâmica
1Selecione a opção correta para completar o sentido do texto.
O primeiro princípio da termodinâmica estabelece uma relação entre energia interna, trabalho e calor,
reafirmando a ideia geral da conservação de energia.
Pode, portanto, afirmar-se que na expansão de um gás, num sistema isolado, ocorre a transformação
de…
A. … trabalho em calor. D. … energia interna em trabalho.
B. … calor em energia interna. E. … energia interna em calor.
C. … trabalho em energia interna.
2  energia transferida, sob a forma de calor, por condução e radiação para um sistema é 40 J
A
e a energia transferida desse mesmo sistema para o exterior, através da realização de trabalho,
é 36 J. Determine a variação de energia interna do sistema e indique se ocorreu um aumento
ou uma diminuição desta. Professor
Sugestões
3  elecione a opção correta para completar o sentido do texto.
S metodológicas
Considere um gás contido num cilindro com êmbolo móvel • Como tarefa de aula e/ou
e termicamente isolado do exterior. Quando se desloca o êmbolo trabalho para casa, os
da posição 1 para a posição 2, a energia interna do sistema alunos deverão resolver os
2 1 exercícios de aplicação dos
aumenta 400 J.
conceitos sobre a Primeira
Para esta transformação pode concluir-se que… e a Segunda Leis da
A. … o trabalho realizado sobre o sistema é 400 J e é transferida energia como calor de -400 J. Termodinâmica.
U3P186H1
B. … o trabalho realizado sobre o sistema é 200 J e é transferida energia como calor de 200 J. AVALIAR
CONHECIMENTOS
C. … o trabalho realizado sobre o sistema é 400 J e não há transferência de energia por fluxos
1.
de calor.
D
D. … o sistema realiza sobre a vizinhança trabalho de 400 J e não há transferência de energia
2.
por fluxos de calor. DU = 4,0 J
Ocorreu um aumento da
4 Considere um sistema termodinâmico fechado no qual ocorreu um processo em que se verificaram energia interna.
trocas de energia, sob a forma de calor por condução e radiação e trabalho, com a sua vizinhança.
3.
Durante o processo foram transferidos para a vizinhança 700 J sob a forma de trabalho e 300 J sob C
a forma de calor por radiação, mantendo-se constante a energia interna do sistema.
4.
Calcule a energia transferida, sob a forma de calor por condução, e refira o sentido dessa Q = 1000 J; o sentido da
transferência. Apresente todas as etapas de resolução. transferência é da
vizinhança para o sistema.
5 C
 omente a seguinte afirmação do ponto de vista da reversibilidade da transformação: 5.
No dia a dia ocorrem processos irreversíveis, como, por exemplo, o equilíbrio térmico entre dois Ocorre a passagem de
corpos que se encontravam a diferentes temperaturas. energia, sob a forma de
calor, do corpo a
6 Das situações apresentadas, qual é a que não conduz a um aumento da entropia? temperatura superior para
A. Aumentar a temperatura de um gás. o corpo com menor
temperatura. O processo
B. Congelar um líquido. inverso não se verifica, uma
C. Evaporar um líquido. vez que um sistema de dois
corpos à mesma
7 Considere o sistema isolado constituído por dois gases, à mesma temperatura e pressão, inicialmente temperatura não evolui
separados por uma membrana. Supondo que a membrana rompe, qual das situações de 1 a 3 será espontaneamente de modo
que ambos fiquem com
a mais provável quando a mistura atingir o equilíbrio termodinâmico? Justifique a sua resposta. temperaturas diferentes.
6.
B
7.
Situação 2: um sistema
inicialmente num estado
de baixa entropia tenderá
espontaneamente para
um estado de entropia
máxima.
1 2 3

211

565533 184-231.indd 211 28/05/15 18:06


ATIVIDADES LABORATORIAIS

AL 3.1 Radiação e potência elétrica de um painel fotovoltaico


Professor OBJETIVO GERAL
SUGESTÕES Investigar a influência da irradiância e da diferença de potencial elétrico no rendimento de um painel
METODOLÓGICAS fotovoltaico.
• Assegurar
que os alunos A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir
compreendem investigar o efeito da variação da irradiância no rendimento de
o objetivo geral um painel fotovoltaico através da alteração da inclinação da
da atividade, de
modo que possam iluminação relativamente ao painel e pela interposição de filtros.
envolver-se na sua A elaboração e análise do gráfico da potência elétrica do painel
planificação fotovoltaico, em função da tensão de saída, permitem avaliar o
e realização. valor da diferença de potencial elétrico que otimiza o rendimento
LIVROMÉDIA do painel (valor máximo da potência).
A eficiência de conversão, ou rendimento, de uma célula fotovoltaica é definida como o quociente entre
Relatório
a potência elétrica fornecida pela célula e a potência da luz que incide na superfície da célula fotovoltaica.
da AL 3.1 A potência fornecida por um painel fotovoltaico depende de condições ambientais, designadamente
Radiação a irradiância e a temperatura, e da tensão nos seus terminais. Para maximizar a sua potência, o painel
e potência elétrica deve estar orientado de forma que a irradiância seja máxima. Fenómenos de sombreamento (nuvens, poeiras,
de um painel
fotovoltaico
entre outros) diminuem a capacidade de absorver a radiação.
Grelha
de observação
da AL 3.1
Radiação PARTE I — Preparação da atividade laboratorial
e potência elétrica
de um painel O que é preciso saber…
fotovoltaico
Grelha 1 O que são painéis fotovoltaicos e o que se entende por conversão fotovoltaica da energia solar?
de avaliação
da AL 3.1 2 Sabendo que a eficiência de uma célula fotovoltaica depende de diversos fatores, responda
Radiação às questões seguintes.
e potência elétrica
de um painel
2.1 Como se determina o rendimento de conversão de uma célula fotovoltaica?
fotovoltaico 2.2 Identifique fatores que alteram a potência incidente na superfície da célula fotovoltaica.
2.3 Pesquise sobre o efeito, na potência elétrica máxima da célula:
a) d
 a temperatura;
b) d
 a diferença de potencial elétrico nos seus terminais (tensão de saída).
A taxa da eficiência da conversão fotovoltaica das células solares comerciais é, em geral,
3 
relativamente baixa. Numa célula de 4 cm2 de silício a funcionar a 25 °C, o valor máximo obtido
é de 24,7 % para uma incidência de 1000 W m-2 quando é inclinada a um ângulo correspondente
à latitude do lugar. Qual é o significado do valor 24,7 %?

Refletir e construir o procedimento experimental…


Identifique as grandezas a medir para calcular a potência elétrica fornecida ao circuito exterior
1 
pelo painel fotovoltaico e o nome dos instrumentos de medida a utilizar para medir essas
grandezas.
Para simular a variação da resistência elétrica num circuito utilizam-se reóstatos. Explicite o que
2 
é um reóstato e descreva sucintamente o seu princípio de funcionamento.
Faça a representação esquemática do circuito simples que integra um painel fotovoltaico, um
3 
amperímetro e uma resistência variável à qual se associa um voltímetro.
Para o estudo qualitativo dos fatores que alteram a potência incidente na superfície da célula,
4 
altera-se a inclinação do painel fotovoltaico e colocam-se filtros entre a fonte e o painel.
4.1 O que se pretende estudar com a alteração da inclinação do painel fotovoltaico?
4.2 Qual é o objetivo de se colocarem filtros?

212

565533 184-231.indd 212 13/03/15 16:12


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Para o estudo da variação da potência elétrica fornecida ao circuito pelo painel fotovoltaico em
5 
função da tensão de saída do painel, vão realizar-se vários ensaios. Para cada ensaio, identifique:
a) a(s) variável(eis) controlada(s);
b) a(s) variável(eis) cujo valor varia no decurso do ensaio.
Justifique o facto de, durante a realização de todos os ensaios, ser necessário manter as condições
6 
de iluminação do laboratório e os mesmos objetos na vizinhança.

PARTE II — Execução da atividade laboratorial


Material utilizado no procedimento experimental…
•  ainel fotovoltaico
P
• Candeeiro com lâmpada de incandescência
• Amperímetro
• Voltímetro
• Resistência variável (reóstato)
• Interruptor
• Fios de ligação
• Filtros
• Régua e transferidor

Execução do procedimento experimental Professor


SUGESTÕES METODOLÓGICAS
Faça a montagem experimental que lhe permita efetuar a medição das grandezas necessárias para • Desenvolver o respeito pelo
investigar o efeito da variação da irradiância na potência do painel fotovoltaico e que permita avaliar cumprimento de normas de
o valor da diferença de potencial elétrico que otimiza o rendimento do painel (valor máximo da potência). segurança gerais, de proteção
pessoal e do ambiente.
— Durante a realização de todos os ensaios, tenha em atenção o controlo de variáveis, nomeadamente: • Discutir quais são as grandezas
a distância entre o candeeiro (que irá simular a radiação solar) e o centro do painel fotovoltaico; a medir diretamente, os erros que
as condições de iluminação do laboratório; e manter os mesmos objetos na vizinhança. as afetam e o modo de os
minimizar.
— A fonte de radiação deve ser ligada alguns instantes antes de efetuar as medições, de forma a
uniformizar a temperatura do painel e minimizar a influência da temperatura na potência gerada.
— Baseie-se no circuito simples que representou anteriormente e no material disponível.

A — Estudo do efeito da variação da irradiância na potência de um painel fotovoltaico


• Planifique o modo de realização da experiência sabendo que se pretende investigar o efeito da variação
da irradiância através da inclinação da iluminação relativamente ao painel e pela interposição de filtros.
SUGESTÃO: Meça a potência fornecida à resistência, a partir das medidas no voltímetro e no amperímetro, para

diferentes ângulos com a normal à célula e diferentes filtros.
• Execute a experiência, seguindo a metodologia escolhida, e conceba tabelas de registo de dados de
forma a sistematizar a informação relevante sobre os instrumentos de medida (grandeza física; menor
divisão de leitura; digital/analógico; incerteza absoluta de leitura) e a efetuar o registo das medições
diretas e indiretas realizadas (diferença de potencial; intensidade da corrente elétrica e potência;
em alternativa poderá utilizar a proposta de tabela 1). A medição direta de grandezas deve atender
à incerteza experimental associada à leitura do aparelho de medida.
 NOTA: Cada grupo poderá investigar diferentes fatores, tendo sempre em atenção o controlo
de variáveis e a comparação e discussão, com os outros grupos, dos resultados experimentais obtidos.

B — Estudo da potência elétrica fornecida em função da diferença de potencial nos terminais


de um painel fotovoltaico
• Planifique o modo de realização da experiência sabendo que se pretende determinar a diferença
de potencial elétrico, nos terminais de um painel fotovoltaico, que otimiza o seu rendimento.
SUGESTÃO: Para uma incidência perpendicular da radiação, meça a potência fornecida fazendo
variar a resistência.

213

565533 184-231.indd 213 10/03/15 13:19


ATIVIDADES LABORATORIAIS

• Execute a experiência, seguindo a metodologia escolhida, e conceba tabelas de registo de dados


de forma a efetuar o registo das medições diretas e indiretas realizadas (diferença de potencial;
intensidade da corrente elétrica e potência). A medição direta de grandezas deve atender à incerteza
experimental associada à leitura do aparelho de medida.
• Efetue o número de medições necessárias para traçar o gráfico da potência elétrica, em função
da diferença de potencial elétrico nos terminais do painel fotovoltaico, e de forma que o traçado
da curva permita identificar o valor da potência máxima.

Registo do resultado das medições efetuadas


Copie a tabela seguinte para o seu caderno e registe as medições diretas e indiretas que efetuar.

Tabela 1 Registo das medições diretas e indiretas com vista ao estudo do efeito da variação da irradiância na
potência de um painel fotovoltaico
Medições diretas Medições indiretas

Diferença Intensidade da
Ensaio Fator de potencial corrente elétrica Potência/W
(U)/V !… (I)/A !…
1 0°
Ângulo de
2 45°
incidência
3 …
4 Filtro 1
Utilização
5 Filtro 2
de filtros
6 Filtro 3

PARTE III — Análise e discussão da atividade laboratorial


A — Estudo do efeito da variação da irradiância na potência de um painel fotovoltaico
1 Calcule a potência fornecida à resistência, a partir das medidas de diferença de potencial
e intensidade da corrente elétrica.
2 Conclua relativamente ao efeito da variação da irradiância para diferentes ângulos com a normal
à célula e pela interposição de filtros.

B — Estudo da potência elétrica fornecida em função da diferença de potencial nos terminais


de um painel fotovoltaico
3 Calcule a potência elétrica fornecida à resistência, a partir das medidas de cada par de valores
de diferença de potencial e intensidade da corrente elétrica.
4 Construa e interprete o gráfico da potência elétrica em função da diferença de potencial elétrico nos
terminais do painel fotovoltaico, determinando a diferença de potencial elétrico que otimiza o seu
rendimento.
SUGESTÃO: Utilize a calculadora gráfica ou folha de cálculo.

5 Elabore um relatório (ou síntese, oralmente ou por escrito, ou noutros formatos) sobre a atividade
laboratorial realizada.
6 Após a realização da experiência e o tratamento dos dados compare e discuta, com os restantes
grupos, os resultados experimentais obtidos, concluindo quanto à influência da variação da
irradiância, devido ao ângulo de incidência da radiação e pela interposição de filtros, e em que
condições é que se obteve um maior rendimento.

214

565533 184-231.indd 214 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

AL 3.2 Capacidade térmica mássica


OBJETIVO GERAL Professor
Determinar a capacidade térmica mássica de um material. SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir determinar • Assegurar
a capacidade térmica mássica de diferentes materiais utilizando que os alunos
blocos calorimétricos (blocos maciços de um material bom condutor compreendem
térmico) a partir da energia transferida e da elevação de temperatura o objetivo geral
da atividade, de
que estes sofrem durante um determinado intervalo de tempo. modo que possam
envolver-se na sua
Cada material comporta-se de maneira diferente quando sujeito ao aquecimento/arrefecimento,
planificação
ou seja, não sofre a mesma variação de temperatura quando absorve ou cede igual valor de energia e realização.
sob a forma de calor.
LIVROMÉDIA
A capacidade térmica mássica (c) é a grandeza física que se define como sendo a quantidade de energia
que deve ser recebida/cedida, por 1 kg de uma dada substância, para que se registe uma variação de 1 K
(ou de 1 °C) na sua temperatura. A capacidade térmica (C) determina a relação entre a quantidade de calor Relatório
da AL 3.2
fornecida ou retirada a um corpo e a variação de temperatura observada neste.
Capacidade
térmica mássica
Grelha
de observação
PARTE I — Preparação da atividade laboratorial da AL 3.2
Capacidade
O que é preciso saber…
térmica mássica
R Grelha
1  ecorde o conceito de capacidade térmica mássica e responda às questões seguintes.
de avaliação
1.1 O que significa dizer que a capacidade térmica mássica do cobre é 385 J kg-1 K-1? da AL 3.2
1.2 Escreva as expressões matemáticas que traduzem o significado de capacidade térmica Capacidade
térmica mássica
e de capacidade térmica mássica.
2 Quais são as grandezas físicas que devem ser medidas e/ou conhecidas para determinar a energia
elétrica transformada em energia térmica, por efeito Joule, numa resistência elétrica?
Justifique a sua resposta.
Considere o sistema «resistência elétrica + bloco calorimétrico» sem estar isolado termicamente.
3 
Refira as transferências e transformações de energia que ocorrem entre o sistema e a vizinhança,
identificando a energia útil e a energia dissipada no processo.
Admitindo que toda a energia elétrica transformada na resistência é transferida como energia útil
4 
para o bloco calorimétrico, pretende-se construir o gráfico da variação da temperatura do bloco
calorimétrico em função da energia fornecida.
4.1 Que tipo de gráfico prevê obter? Justifique a sua resposta.
4.2 Diga como utilizar o gráfico previsto para determinar a capacidade térmica do bloco calorimétrico.

Refletir e construir o procedimento experimental…


Dada a dificuldade em isolar termicamente o sistema para o qual se pretende medir a capacidade
1 
térmica mássica, refira soluções possíveis de serem implementadas para minimizar a transferência
de energia, por radiação e por condução, para a vizinhança.
O que prevê que vá acontecer quanto à variação da temperatura do material no intervalo de tempo
2 
em que a resistência está ligada e imediatamente após ser desligada?
O aumento da temperatura do bloco calorimétrico é conseguido à custa da introdução de uma resistência
3 
de aquecimento no seu interior. Qual é a intensidade da corrente na resistência sabendo que
é aplicada uma tensão aos seus terminais de 12 V e que consome 50 J por segundo?
Faça a representação esquemática do circuito simples que permite efetuar a medição da corrente
4 
elétrica e da diferença de potencial elétrico numa resistência. Deve integrar cada um dos seguintes
elementos: amperímetro, voltímetro, resistência elétrica, interruptor, fonte de tensão contínua
e reóstato de forma a controlar a corrente máxima permitida pela resistência.

215

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ATIVIDADES LABORATORIAIS

PARTE II — Execução da atividade laboratorial


Material utilizado no procedimento experimental…
•  locos calorimétricos de metais diferentes
B
• Resistência de aquecimento (12 V; 50 W)
• Cronómetro
• Balança
• Termómetro (-10 °C a 110 °C) ou sensor de temperatura
• Fonte de alimentação regulável (com voltímetro e amperímetro)
Em alternativa: fonte de alimentação (0-12 V); voltímetro;
amperímetro; reóstato
• Interruptor
• Fios de ligação
• Glicerina
• Base isoladora
Montagem usada na determinação da capacidade
térmica mássica de um metal.
Professor Execução do procedimento experimental
SUGESTÕES •F  aça a montagem experimental que lhe permita efetuar a medição das grandezas necessárias para
METODOLÓGICAS
determinar a energia elétrica transformada em energia térmica, por efeito Joule, na resistência elétrica
• Desenvolver
e a elevação de temperatura que o bloco calorimétrico sofre, ao longo do tempo.
o respeito pelo
cumprimento • Baseie-se no circuito simples representado anteriormente e na montagem ilustrada na figura.
de normas de • Antes de fechar o circuito, efetue a medição da massa do bloco calorimétrico e implemente as soluções
segurança gerais, que permitem minimizar as perdas de energia (por exemplo, colocar glicerina nos orifícios para isolar
de proteção
termicamente o sistema do exterior).
pessoal e do
ambiente. • Tenha em atenção a intensidade da corrente máxima permitida pela resistência e efetue o número
• Discutir quais de medições necessárias para traçar o gráfico da variação da temperatura em função da energia.
são as grandezas • Execute a experiência, seguindo a metodologia anteriormente descrita, e conceba tabelas de registo de
a medir
dados de forma a sistematizar a informação relevante sobre os instrumentos de medida (grandeza
diretamente,
os erros que as física; menor divisão de leitura; digital/analógico; incerteza absoluta de leitura) e efetuar o registo das
afetam e o modo medições diretas e indiretas realizadas (massa; diferença de potencial; intensidade da corrente elétrica;
de os minimizar. potência dissipada, tempo, temperatura e energia). A medição direta de grandezas deve atender
• Explorar a
à incerteza experimental associada à leitura do aparelho de medida.
seguinte questão:
Atendendo aos NOTA: Cada grupo deverá utilizar blocos calorimétricos diferentes de modo a determinar capacidades
resultados térmicas mássicas de diferentes materiais. Após a experiência e o tratamento dos dados, os grupos
experimentais devem comparar os resultados experimentais obtidos, entre si e com os valores tabelados.
obtidos, como
justificar que
diferentes materiais
aqueçam e PARTE III — Análise e discussão da atividade laboratorial
arrefeçam mais
ou menos do que
1 A partir dos resultados experimentais obtidos:
outros, quando se a) complete a(s) tabela(s) concebida(s) com os valores das medições indiretas (potência dissipada
lhes fornece a por efeito Joule e energia);
mesma quantidade
de energia, durante b) construa o gráfico da variação da temperatura em função da energia fornecida.
o mesmo intervalo SUGESTÃO: Utilize a calculadora gráfica ou folha de cálculo.
de tempo?
2 A linha média (reta mais provável) que se ajusta aos valores experimentais traduz a relação linear
que era esperada? Justifique a sua resposta.
SUGESTÃO: Seja crítico na escolha dos valores a utilizar.

3  screva a equação de regressão que melhor se ajusta aos pontos experimentais, identificando
E
as grandezas físicas na equação da reta de regressão.
4 Calcule, a partir do declive da reta traçada no gráfico i = f(E), o valor da capacidade térmica
e respetiva capacidade térmica mássica do material.
5 Compare o valor obtido com o valor tabelado e, após a determinação do erro percentual, conclua
quanto à sua exatidão.

216

565533 184-231.indd 216 10/03/15 19:31


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

AL 3.3 Balanço energético num sistema termodinâmico


OBJETIVO GERAL Professor
Estabelecer balanços energéticos e determinar a variação de entalpia de fusão do gelo. SUGESTÕES
METODOLÓGICAS
A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir estabelecer balanços energéticos em sistemas • Assegurar
termodinâmicos aplicando a Lei da Conservação da Energia. Adicionar duas massas de água a diferentes que os alunos
temperaturas e medir a temperatura final da mistura, após atingir o equilíbrio térmico, permitirá efetuar compreendem
balanços energéticos e comparar o resultado obtido com o previsto teoricamente. Colocar em contacto térmico o objetivo geral
da atividade, de
uma certa massa de gelo, à temperatura aproximada de 0 °C, com outra massa de água, a uma temperatura modo que possam
inicial superior, permitirá determinar a variação de entalpia de fusão do gelo. envolver-se na sua
planificação
A energia transferida como calor nem sempre é usada para aumentar/diminuir a temperatura do sistema. e realização.
Se a transferência de energia provocar no sistema mudança de estado físico, a energia transferida como calor • Salientar que não
vai alterar a organização corpuscular. A quantidade de energia necessária à mudança de estado físico de uma se contabiliza, no
balanço energético,
unidade de massa de uma dada substância é característica desta — variação de entalpia. Num processo
a quantidade de
de transferência, a quantidade de energia envolvida apresenta um valor positivo ou negativo nas situações energia necessária
em que o sistema recebe ou transfere energia para a vizinhança, respetivamente. para que o gelo
passe da
temperatura inicial
até 0 ºC; supõe-se
que todo o gelo se
PARTE I — Preparação da atividade laboratorial encontra a 0 ºC
(gelo fundente).
O que é preciso saber…
LIVROMÉDIA
1 Considere que se adicionam duas massas de água a temperaturas diferentes, e responda às
questões seguintes.
1.1 R
 efira as transferências de energia que ocorrem e identifique o sistema que cede energia Relatório
e o sistema que recebe energia. da AL 3.3
Balanço
1.2 C
 omo varia a temperatura da massa de água que inicialmente se encontra à temperatura mais energético
elevada? de um sistema
termodinâmico
1.3 Como varia a temperatura da massa de água que inicialmente se encontra a menor temperatura?
Grelha
1.4 C
 omo varia a temperatura de uma dada massa de água que se encontra inicialmente no estado de observação
sólido, a 0 °C (gelo fundente), ao ser-lhe adicionada outra massa de água à temperatura ambiente? da AL 3.3
Balanço
SUGESTÃO: Considere que o gelo se funde totalmente.
energético
2  onsidere duas massas de água a 0 °C, respetivamente, no estado líquido e no estado sólido
C de um sistema
termodinâmico
(gelo fundente), e responda às questões seguintes.
Grelha
2.1 S
 e cada uma delas for utilizada para arrefecer água que se encontra à temperatura ambiente, de avaliação
os fenómenos físicos que ocorrem na transferência de energia são os mesmos? da AL 3.3
Balanço
Justifique a sua resposta.
energético
2.2 E
 stabeleça o balanço energético no sistema quando se adiciona água líquida a 0 °C e escreva de um sistema
a expressão que permite medir a quantidade de energia transferida pela água à temperatura termodinâmico
ambiente, conhecendo a massa de água e a temperatura no equilíbrio térmico.
2.3 E
 stabeleça o balanço energético no sistema quando se adiciona gelo a 0 °C, e escreva a
expressão que permite medir a quantidade de energia transferida pela água à temperatura
ambiente, conhecendo a massa de água e a temperatura no equilíbrio térmico.
O que significa dizer que a variação da entalpia de fusão do gelo é 3,34 ◊ 105 J kg-1?
3 

Refletir e construir o procedimento experimental…


Que soluções são possíveis de implementar para minimizar a transferência de energia para
1 
a vizinhança?
Que procedimento se deve executar para uniformizar a temperatura da mistura das duas massas
2 
de água, que se encontra dentro do recipiente, até que se atinja o equilíbrio térmico?
Como obter água e gelo a 0 °C?
3 

217

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ATIVIDADES LABORATORIAIS

PARTE II — Execução da atividade laboratorial


Material utilizado no procedimento experimental…
•B  alança eletrónica • Água
• Termómetro (-10 °C a 110 °C) • Papel absorvente
ou sensor de temperatura • Tina de vidro
• Copos de vidro • Vareta de vidro
• Recipientes de isolamento térmico • Pinça
• Cubos de gelo • Material para medição e transferência de volumes

Material e montagem.

Professor Execução do procedimento experimental


SUGESTÕES • Faça a montagem experimental que lhe permita efetuar a medição das grandezas necessárias para
METODOLÓGICAS estabelecer balanços energéticos quando massas de água, a diferentes temperaturas, são colocadas
• Desenvolver em contacto térmico.
o respeito pelo
cumprimento
• Implemente, previamente, as soluções possíveis para minimizar as perdas de energia e poder
de normas de assumir-se a temperatura do gelo como 0 °C (gelo fundente).
segurança gerais, • Execute a experiência, seguindo a metodologia, e utilize a tabela indicada para sistematizar a
de proteção informação relevante sobre os instrumentos de medida (tabela 1). Elabore as suas próprias tabelas
pessoal e do
ambiente.
de registo das medições realizadas (massa e temperatura). A medição direta de grandezas deve
• Discutir quais atender à incerteza experimental associada à leitura do aparelho de medida.
são as grandezas
a medir
diretamente, A — Adição de duas massas de água a diferentes temperaturas
os erros que as
afetam e o modo • Meça duas massas de água que se encontrem a diferentes temperaturas.
de os minimizar. SUGESTÃO: Utilize massas, sensivelmente iguais, de água à temperatura ambiente e água retirada

• Colocar o gelo
da tina que contém o gelo, garantindo que não utiliza nenhuma porção de gelo.
numa tina
com água, • Meça a temperatura inicial de cada uma das massas de água.
atempadamente, • Adicione as massas de água e meça a temperatura de equilíbrio.
de modo que a
temperatura no
seu interior se
B — Determinação da entalpia de fusão do gelo
aproxime de 0 °C
(gelo fundente). • Coloque num recipiente uma dada massa de água que se encontre à temperatura ambiente e inicie
• Os recipientes
a medição periódica da temperatura.
devem ser
envolvidos com • Adicione uma massa, cerca de 5 vezes menor, de gelo a 0 °C.
isolantes térmicos. Atenção: a proporção proposta, entre a massa de água à temperatura ambiente e a massa de gelo, pretende

garantir a fusão do gelo em tempo útil; em alternativa, pode utilizar uma massa de água que se encontre a uma
temperatura 15 °C a 20 °C acima da temperatura ambiente.
• Continue a efetuar o registo da temperatura até uns instantes após todo o gelo ter fundido.

218

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SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

Registo do resultado das medições efetuadas


Copie a tabela seguinte para o seu caderno e complete-a com a caracterização dos instrumentos
de medida.
Tabela 1 Caracterização de cada instrumento de medida

Aparelhos de medida
Balança Termómetro

Grandeza física

Menor divisão
de leitura/unidade

Digital/analógico

Incerteza absoluta
de leitura/unidade

PARTE III — Análise e discussão da atividade laboratorial


A — Adição de duas massas de água a diferentes temperaturas
1  partir das massas de água medidas e das suas temperaturas iniciais:
A
a) estabeleça o balanço energético do sistema e calcule a temperatura de equilíbrio prevista;
b) compare o valor previsto para a temperatura de equilíbrio com o valor experimental medido. Seja
crítico quanto aos resultados obtidos, tendo em conta erros que permitam justificar o valor.

B — Determinação da variação de entalpia de fusão do gelo


2  partir das massas de água e gelo medidas e dos registos de temperatura:
A
a) estabeleça o balanço energético do sistema e calcule a variação de entalpia de fusão do gelo
(valor experimental);
b) compare o valor obtido com o valor tabelado e, após determinação do erro percentual, conclua
quanto à sua exatidão. Seja crítico quanto aos resultados obtidos.
SUGESTÃO: Tenha em conta erros que permitam justificar a exatidão do valor obtido.

Professor
3 Elabore um relatório (ou síntese, oralmente ou por escrito, ou noutros formatos) sobre a atividade SUGESTÕES METODOLÓGICAS
laboratorial realizada. • Sugerir a pesquisa e análise do
texto original. Salientar que o ar,
4 Atendendo aos resultados experimentais obtidos e ao texto que se segue, como justifica que durante em contacto com os produtos,
muitos anos o gelo fundente tenha sido utilizado como um refrigerante? é aquecido pelo calor que lhe
é cedido por estes. O calor
é transportado das paredes
aquecidas e levado ao gelo, pela
Refrigeração por gelo circulação do ar dentro da câmara
refrigerada. O ar, ao passar pelo
Há poucos anos, o gelo era o único agente frigorífico eficaz para uso em pequenos refrigeradores comerciais
gelo, vai arrefecendo conforme
e domésticos. Num congelador de gelo típico, o calor que entra na câmara refrigerada, atinge, através de o calor vai passando deste para
várias fontes, o gelo em fusão, principalmente por correntes de convecção mantidas no ar da referida câmara. o gelo.
Dossat, Roy J., Princípios de Refrigeração, Editora Hemus, 2004, pp. 161-162 (adaptado)
219

565533 184-231.indd 219 10/03/15 13:19


IDEIAS-CHAVE

Professor  m sistema é uma porção do universo, delimitado pela vizinhança e pela fronteira, sobre o qual
• U
incide um dado estudo. A vizinhança é tudo o que não faz parte do sistema. A fronteira separa o
LIVROMÉDIA
sistema da vizinhança, podendo ser fixa ou móvel, real ou imaginária.
 m sistema diz-se isolado quando não são permitidas trocas de energia e de matéria através da(s)
• U
Fichas de trabalho fronteira(s).
n.º 5 e 6
Energia, fenómenos • Um sistema termodinâmico é um sistema em que se tem em conta a sua energia interna.
térmicos e radiação  constituído por um número extraordinariamente grande de partículas (por exemplo, 18 g de água
É
Ficha de avaliação
n.º 3
tem o número de Avogadro, NA = 6,02214129 × 1023, de partículas).
Energia, fenómenos  estado termodinâmico do sistema pode caracterizar-se através da medição das grandezas físicas
• O
térmicos e radiação macroscópicas, tais como a quantidade de matéria (n), o volume (V), a temperatura (T) e a pressão (p).
• L
 ei Zero da Termodinâmica: se dois corpos, A e B, estão em equilíbrio térmico com um corpo C,
então, os corpos A e B estão em equilíbrio térmico entre si.
 temperatura é uma propriedade que determina se um sistema está ou não em equilíbrio térmico
• A
com a vizinhança. O aumento de temperatura de um sistema implica, em geral, um aumento da
energia cinética média das suas partículas.
• S
 ituações de equilíbrio térmico permitem estabelecer escalas de temperaturas. A escala de tempera-
tura do Sistema Internacional (SI) é a escala absoluta de temperatura ou escala Kelvin (K). Uma das
mais utilizadas é a escala Celsius (°C). As duas escalas relacionam-se por:

T/K = t / ºC + 273,15

• C
 alor (E ou Q) é transferência de energia entre corpos a temperaturas diferentes. Ocorre espontane-
amente de um corpo a temperatura mais elevada para um corpo a temperatura mais baixa.

E = m c ∆T

 om as experiências realizadas por Benjamin Thompson foi possível concluir que o calor não pode
• C
ser uma substância (calórico), mas sim energia.
 om a experiência de Joule, o aumento da energia interna foi interpretado como resultado de um
• C
trabalho realizado sobre o sistema, podendo também ser obtido por absorção de uma igual quanti-
dade de energia sob a forma de calor.
 radiação é a transferência de energia por calor através da propagação de luz (ondas eletromagnéti-
• A
cas) sem haver contacto entre os sistemas. A radiação térmica é a radiação eletromagnética emitida
por uma fonte térmica (corpo a uma dada temperatura T > 0 K).
 espetro de radiação térmica consiste numa distribuição contínua de radiação de diferentes fre-
• O
quências (comprimentos de onda) e diferentes intensidades que dependem da temperatura do corpo.
• T
 odos os corpos a uma temperatura T > 0 K emitem permanentemente radiação térmica. À tempe-
ratura ambiente, emitem predominantemente no infravermelho.
 odos os corpos absorvem radiação e a radiação visível é absorvida totalmente pelas superfícies de
• T
cor preta.
• Irradiância (Er) é a energia emitida por uma fonte emissora por unidade de tempo e por unidade de área.

E P
Er = =
Dt # A A

 ma célula fotovoltaica é um dispositivo que utiliza a energia da luz solar para criar uma diferença de
• U
potencial elétrico nos seus terminais, produzindo uma corrente elétrica contínua quando inserida num
circuito elétrico. O rendimento de uma célula fotovoltaica é dado por:

Pmax debitada
hmax =
Pincidente

220

565533 184-231.indd 220 13/03/15 16:15


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

 mecanismo de transferência de energia como calor por condução ocorre à escala microscópica.
• O
Nos sólidos, a condução térmica ocorre sem que haja transferência de matéria; cada partícula trans-
fere energia à partícula vizinha, e assim sucessivamente, mantendo as suas posições relativas cons-
tantes. Nos fluidos, também existe condução térmica.
 mecanismo de transferência de energia como calor por convecção ocorre quando há movimento
• O
macroscópico orientado de partes do fluido. A energia é transferida devido a um processo, que se
repete no tempo, e envolve simultaneamente correntes verticais ascendentes de fluido quente (menos
denso) e correntes verticais descendentes de fluido frio (mais denso).
 ondutividade térmica (kT) é a energia transferida por unidade de tempo por um dado material, atra-
• C
vés de uma área de secção transversal de 1 m2 e espessura de 1 m, quando a diferença de tempera-
tura entre duas faces paralelas é de 1 K e se mantém constante no tempo.
• C
 apacidade térmica mássica (c) é a quantidade de energia que deve ser cedida/recebida por 1 kg de
uma dada substância para que se registe uma variação (diminuição/aumento) de 1 K (ou de 1 °C) na
temperatura.

E
c=
m DT

•  A variação de entalpia numa transição de estado é a energia necessária (cedida ou recebida) para
que uma unidade de massa de uma dada substância mude de estado físico, a pressão constante.
A unidade do SI é joule por quilograma (J kg-1).

E
DH = m

• À
 energia necessária para a mudança de estado físico de sólido para líquido de 1 kg de uma dada
substância chama-se variação de entalpia de fusão e representa-se por DHf.
• À
 energia necessária para a mudança de estado físico de líquido para gasoso de 1 kg de uma dada
substância chama-se variação de entalpia de vaporização e representa-se por DHv.
 ara a variação da energia interna (DU) de um sistema num processo de aquecimento ou arrefeci-
• P
mento, contribuem todas as parcelas da energia envolvida quer para variações de temperatura
(E = m c DT ) quer para mudanças de estado físico (E = m DH).
 Primeira Lei da Termodinâmica é a Lei da Conservação de Energia aplicada a sistemas onde apenas
• A
se verificam variações de energia interna. A energia interna de um sistema pode variar quer por transfe-
rência de energia sob a forma de calor quer pela realização de trabalho sobre ou pelo sistema.

∆U = W + Q

• Todos os processos espontâneos são processos irreversíveis que ocorrem num só sentido.
• Nos processos reversíveis, quer o sistema quer a vizinhança voltam ao seu estado termodinâmico
inicial.
 degradação de energia está relacionada com a diminuição da capacidade de um sistema realizar
• A
trabalho à custa da sua energia interna. Para cada transformação há um máximo de energia interna
convertível em trabalho. O rendimento é dado pela expressão:

W
h= # 100 %
DU

 Segunda Lei da Termodinâmica está relacionada com o sentido em que os processos termodinâ-
• A
micos ocorrem espontaneamente e que conduzem a uma diminuição da energia útil.

221

565533 184-231.indd 221 10/03/15 13:19


ATIVIDADES GLOBAIS
1 M
 ediu-se a temperatura de um sistema com um termómetro digital graduado na escala Celsius.
O valor obtido foi 21,5 °C ! 0,1 °C.
1.1 Entre que valores de temperatura se encontra o valor da temperatura do sistema?
1.2 A
 dmita que se utilizou um termómetro graduado na escala Kelvin com a precisão às centésimas.
Determine o valor da temperatura do mesmo sistema medido com o termómetro graduado
em kelvin.
1.3 Selecione a opção correta relativamente a este corpo.
A. O corpo não emite radiação porque está a uma temperatura muito baixa.
B. O corpo emite radiação na região do visível, porque se vê o corpo.
C. O corpo não transfere calor para a vizinhança, porque está a uma temperatura muito baixa.
D. O corpo emite radiação predominantemente na região do infravermelho.
2 U
 tilizaram-se dois termómetros para medir a temperatura de um líquido. Um dos termómetros está
calibrado e graduado na escala Kelvin. O valor da temperatura do líquido medido foi 253 K.
O outro termómetro está graduado na escala Celsius, mas não está calibrado. O valor medido neste
termómetro tem um erro de 10 % por excesso.
Refira o valor da temperatura do líquido medido com o termómetro graduado em Celsius.
3 O
 alumínio é um metal que tem diversas aplicações tecnológicas.
Na tabela seguinte, estão registados os valores de algumas propriedades físicas do alumínio.

Ponto de fusão/°C 660


Capacidade térmica mássica (a 25 °C)/J kg-1 °C-1 897
Variação de entalpia (ou calor) de fusão/J kg -1
8,9 ◊ 105

3.1 Identifique o fenómeno que ocorre quando o alumínio se encontra à temperatura de 660 °C.
3.2 S
 elecione a alternativa que permite calcular, na unidade do Sistema Internacional, a temperatura
do ponto de fusão do alumínio.
A. T = 660 - 273,15 K
B. T = 660 + 273,15 K
273,15
Professor C. T = K
660
Atividades globais
D. T = 273,15 - 660 K
1.
1.1 A temperatura do sistema 3.3 R
 efira o significado da expressão: «A capacidade térmica mássica do alumínio, à temperatura
encontra-se entre os valores 21,4 °C de 25 °C, é 897 J kg-1 °C-1.»
e 21,6 °C, sendo o valor 21,5 °C
o valor mais provável de medir. 3.4 Considere que uma barra de alumínio, de massa 700 g e, inicialmente, a 25,0 °C, é aquecida.
1.2 O valor da temperatura medida 3.4.1 
Que energia é necessário fornecer à barra para que a sua temperatura aumente
deve ser 294,7 K.
de 25,0 °C para 27,0 °C?
1.3 D
2.
A. ( 0,700 ◊ 2,0 ◊ 897) J
t = -18 °C B. ( 0,700 ◊ 1,4 ◊ 897) J
0,700 # 897
C. f pJ
3.
3.1 À temperatura de 660 °C ocorre
2
a mudança de estado físico de sólido
0,700 # 897
D. f pJ
para líquido ou de líquido para sólido.
3.2 B
1,4
3.3 Esta expressão significa que
para elevar (ou baixar) 1 °C a 3.4.2 
Admita que é transferida energia para a barra de alumínio considerada a uma taxa
temperatura de um bloco de alumínio temporal constante de 1,1 kW.
de massa 1 kg que se encontra Determine o tempo que a barra demora a fundir completamente, a partir do instante em
a 25 °C é necessário fornecer
que atinge a temperatura de 660 °C, admitindo que a totalidade da energia transferida
(ou retirar) 897 J de energia.
3.4 contribui para o aumento da energia interna da barra.
3.4.1 B Apresente todas as etapas de resolução.
3.4.2 Dt = 5,7 × 102 s Adaptado do exame de Física e Química A, 1.ª fase, 2014

222

565533 184-231.indd 222 10/03/15 13:19


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

4 Foi construído um sensor de temperatura utilizando um fio de cobre. A temperatura é medida


indiretamente, a partir da medição da resistência elétrica do fio de cobre, uma vez que este apresenta
diferentes valores de resistência elétrica a diferentes temperaturas. Na tabela seguinte, estão
registados os valores da resistência elétrica para diferentes temperaturas.

Resistência elétrica/X Temperatura/°C


16,00 0
17,32 20
18,64 40
19,96 60
21,28 80
22,6 100

Obtenha o resultado da medição da temperatura, expressa em kelvin, quando se mede o valor da


resistência elétrica de 17,50 X. Comece por obter a equação da reta para o gráfico da temperatura
em função da resistência elétrica.
5  bserve a figura seguinte, em que se apresenta o espetro eletromagnético, e responda
O
às questões.

102 104 106 108 1010 1012 1014 1016 1018 1020
f/Hz
Micro-ondas Ultravioleta
Rádio AM FM/TV Infravermelhos Raios X
m/m
x y Professor
Visível

4.
T = 295,7 K
5.
5.1 Uma vez que a energia
Vermelho (4,3 × 1014 Hz), laranja, amarelo..., verde, azul, violeta (7,5 × 1014 Hz) de uma radiação é
diretamente proporcional à
frequência, então a radiação
de menor energia
corresponde à Rádio AM.
5.2 Como o comprimento
5.1 Identifique a radiação do espetro eletromagnético menos energética. de onda é inversamente
proporcional à frequência
5.2 Ordene as radiações eletromagnéticasU3P188H1
do espetro visível por ordem crescente do comprimento da radiação, então, tem-se:
de onda. mvioleta < manil < mazul <
5.3 No espetro estão assinalados dois valores de comprimento de onda com a letra X e Y. Determine < mverde < mamarela <
< mlaranja < mvermelha
os valores de X e Y no vazio. 5.3 O que caracteriza uma
5.4 Uma radiação vermelha propaga-se no ar e incide numa tina contendo água, continuando radiação eletromagnética
a propagar-se na água. é a sua frequência, a qual
traduz a relação de
Selecione a opção que completa corretamente a frase. proporcionalidade entre a
Quando a radiação vermelha passa a propagar-se na água… velocidade de propagação
no meio e o comprimento
A. … a frequência da radiação diminui.
de onda no mesmo meio,
B. … a velocidade de propagação da radiação vermelha aumenta. v
f = . Do espetro
m
C. … o comprimento de onda da radiação vermelha aumenta. eletromagnético retiram-se
os valores das frequências:
D. … a frequência da radiação mantém o mesmo valor.
f X = 1014 Hz; f Y = 1016 Hz.
c
Aplicando: m = ;
f
mX = 3 × 10-7 m;
mY = 3 × 10-9 m
5.4 D

223

565533 184-231.indd 223 10/03/15 13:19


ATIVIDADES GLOBAIS

6 A
 s plantas e os animais que vivem num ecossistema dependem uns dos outros, do solo, da água
e das trocas de energia para sobreviverem. Um processo importante de troca de energia
designa-se por calor.
Classifique as afirmações como verdadeiras ou falsas.
A. A
 s trocas de energia entre corpos à superfície da Terra ocorrem por ondas eletromagnéticas
na zona espetral do infravermelho.
B. O
 corre transferência de calor por convecção, quando se estabelecem, num fluido, correntes
causadas por diferenças de temperatura.
C. T
 ransferência de energia por calor pode ocorrer por condução em sólidos, líquidos, gases e,
também, no vácuo.
7T
 odos os corpos emitem radiação térmica, contudo o espetro da radiação térmica emitido pelos
corpos depende da temperatura a que estes se encontram.
A figura seguinte mostra o espetro da radiação térmica, medido através do orifício de uma cavidade
a diferentes temperaturas.

Radiância/
/W m-2 nm-1

2,5 ◊ 1014
B

2,0 ◊ 1014

D
1,5 ◊ 1014 ××
××
×
× × ×

××

C
Professor
××

1,0 ◊ 1014 ×
×× ×××

×
×
××
××

××× ××
××
‚‚‚‚ ××××

6. A
×× ××
××
× ×

B ‚‚
‚‚
‚‚
‚‚‚‚ ×× ×
××

‚ ‚‚‚ ×××
××
‚‚

5,0◊ 10 13
‚‚‚ ××××
× ×

‚‚‚ ××××
7. ‚‚‚×××
× ×

××
‚‚‚

‚‚‚‚××
××
×××××
7.1 Quanto maior for ‚‚‚×
‚
×

×
‚‚‚

‚‚
ׂ
‚
××××
ׂ‚×
ׂ
ׂ
××
‚
××
‚×
‚×
‚‚
ׂ
×

×× ×‚
ׂ‚
a radiância de um corpo, × ×ׂ‚‚
‚

0,0 ‚‚‚ ×××××××ׂ


ׂ
ׂ‚‚‚‚‚
‚‚‚‚‚‚‚‚‚‚‚
‚‚‚‚‚‚
×

× ××××××
××
××
××××
×××××××××××
×××
×××× ×
× ×
×××
××
××
×
×××
×
×××
×
××
××
××
××
××
maior é a sua temperatura. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 m/nm
Curva A: 5800 K; curva C:
6000 K; curva D: 6500 K;
curva B: 7000 K. 7.1 S
 abendo que as temperaturas são 5800 K, 6000 K, 6500 K e 7000 K, associe cada um destes
7.2 A curva B apresenta valores de temperatura à respetiva curva A, B, C ou D.
U3P189H1
um máximo de emissão para
7.2 Q
 ual das curvas A, B, C ou D apresenta o máximo de emissão para uma menor frequência?
um menor comprimento
de onda. Justifique
Como o comprimento de 7.3 S
 elecione a opção que completa corretamente a afirmação.
onda é inversamente
Quando o espetro da radiação térmica é a curva A, um corpo a esta temperatura…
proporcional à frequência
(c = m f ), então, a curva B, A. … emite somente na região do visível.
tem o máximo de emissão
B. … emite na região do visível e infravermelho.
para menor valor de frequência.
7.3 D C. … não emite na região do visível.
8. D. … emite somente na região do infravermelho.
A irradiância será maior
quanto maior for a temperatura 8 dmita que o corpo que se encontra à temperatura de 6000 K irradia 7,3 ◊ 107 W m-2.
A
a que se encontra o corpo. O valor da irradiância do corpo que se encontra à temperatura de 7000 K será maior, menor ou igual
Como o valor de irradiância
a 7,3 ◊ 107 W m-2? Justifique a sua resposta.
7,3 × 107 W m-2 é para
a temperatura de 6000 K, 9 Identifique o sensor que utilizaria para detetar a radiação térmica emitida por um corpo à temperatura
então, à temperatura
de 7000 K, o valor de
ambiente e em que condições seria possível detetar esse corpo.
irradiância será superior
a este valor.
9.
Sensor de infravermelho.

224

565533 184-231.indd 224 28/05/15 18:07


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

10 A principal causa do desconforto térmico nos Emissividade de superfícies


edifícios, no verão, é a insolação, a qual durante
o dia contribui com a parcela mais significativa de Tipo de superfície f
energia que é transferida para o edifício. Os materiais Chapa de alumínio (nova
absorvem radiação e emitem para o seu interior, pelo 0,05
e brilhante)
que os materiais maus absorvedores de radiação
contribuem para um aumento da temperatura. Para Chapa de alumínio (oxidada) 0,12
avaliar se um material é bom ou mau absorvedor de Chapa de aço galvanizada
0,25
radiação, define-se uma propriedade térmica que se (nova e brilhante)
chama emissividade do material. Quanto maior for
Caiação nova 0,90
o valor da emissividade, melhor absorvedor de
radiação é o material. Um material que apresente Concreto aparente 0,85/0,95
valor de emissividade de 1 diz-se que tem Telha de barro 0,85/0,95
o comportamento de um corpo negro, ou seja,
Tijolo aparente 0,85/0,95
é um bom absorvedor e bom emissor de radiação.
Na tabela ao lado, estão registados os valores da Reboco claro 0,85/0,95
emissividade, na zona do infravermelho, de alguns Revestimento asfáltico 0,90/0,98
materiais utilizados na construção civil para
revestimento de edifícios. Vidro comum de janela 0,90/0,95

10.1 
Qual das superfícies é mais refletora na gama Pintura:
do infravermelho? Justifique a sua resposta. branca 0,90
amarela 0,90
10.2 
Qual das superfícies se aproxima mais do
verde-clara 0,90
comportamento de corpo negro na gama
«alumínio» 0,90 Professor
do infravermelho?
verde-escura 0,90 10.
10.3 
A cor da tinta pode ser utilizada como critério vermelha 0,90 10.1 A superfície que tem
para avaliar o poder refletor/absorvedor da preta menor valor de emissividade
0,90
é a que absorve uma menor
superfície relativamente à radiação na gama
parcela de radiação
do infravermelho? incidente. Como absorve
menos radiação, significa
11 Para investigar a influência da irradiância
que reflete mais radiação
e da diferença de potencial elétrico no rendimento nela incidente. Neste caso,
de um painel fotovoltaico, um grupo de alunos fez o material com menor valor
a montagem do circuito elétrico representado de emissividade é a chapa
de alumínio nova e brilhante.
na figura ao lado.
10.2 De acordo com a
Fazendo incidir na vertical sobre o painel a radiação informação no enunciado do
proveniente de uma lâmpada, os alunos mediram problema, uma superfície
as grandezas intensidade de corrente elétrica (I), para ter o comportamento
de «corpo negro» tem de ter
estabelecida no circuito, e diferença de potencial
um valor de emissividade
(U), nos terminais da célula fotovoltaica, para igual a 1. Neste caso, a
diferentes valores de resistência elétrica introduzida superfície que se aproxima
pelo reóstato. Com os valores obtidos, calcularam a potência debitada (P) pelo painel, e construíram mais do comportamento de
«corpo negro» na gama do
o gráfico da potência em função da diferença de potencial elétrico fornecido pelo painel.
infravermelho é a que tem o
maior valor de emissividade;
P/W neste conjunto de materiais
é o revestimento asfáltico.
0,04 10.3 De acordo com a
informação que consta na
0,03 tabela, existem pinturas
de diferentes cores com
0,02 o mesmo valor de
emissividade na gama do
0,01
infravermelho. Pode-se
portanto afirmar que através
0
da cor não é possível o
0 5 10 15 20 25 U/V
poder refletor/absorvedor da
superfície face à radiação
infravermelha.

u3p190h2
225

565533 184-231.indd 225 28/05/15 18:08


ATIVIDADES GLOBAIS

11.1 
Como se chama o aparelho de medida que mede a intensidade de corrente elétrica?
11.2 
Qual é o nome da unidade de intensidade de corrente elétrica?
11.3 
Das medições efetuadas pelos alunos para traçar o gráfico, indique uma medição direta
e uma medição indireta. Justifique.
11.4 
Indique o valor da diferença de potencial debitada pela célula que maximize a potência
fornecida pelo painel fotovoltaico.
11.5 
Quaisquer que sejam as condições de iluminação do painel, há um valor da resistência para
o qual a potência debitada é máxima.
Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.
O valor da potência máxima debitada pelo painel aumenta quando…
A. …
 é máxima a intensidade da radiação incidente.
B. …
 é maior a inclinação do painel relativamente à direção da radiação incidente.
C. … for menos intensa a radiação incidente.
D. … for maior a temperatura ambiente.
11.6 
Admita que, em cada ensaio, se utilizaram células retangulares com 10 cm de comprimento
e 5 cm de largura. Utilizou-se ainda uma lâmpada de 25 W que esteve ligada durante 2 min,
mas somente 1,2 % da energia fornecida pela lâmpada incidia na célula fotovoltaica.
Determine:
a) a irradiância da luz média no local em que se encontra a célula. Exprima o valor em W cm-2;
b) o rendimento máximo da célula fotovoltaica.
11.7 
Posteriormente, os alunos repetiram a experiência, mantendo fixo o valor da resistência introduzida
pelo reóstato, mas variando a inclinação do painel em relação à direção da radiação incidente.
Na tabela seguinte, encontram-se registados os valores experimentais de potência (P)
fornecida ao circuito pelo painel fotovoltaico, para os diversos ângulos (a) definidos pela
direção em que se encontrava o painel e pela direção da radiação incidente.
O que se pode concluir a partir destes dados experimentais?

a/º P/W
90 1,41 ◊ 10-2
Professor 80 1,39 ◊ 10-2
11. 70 1,37 ◊ 10-2
11.1 O aparelho de medida
de intensidade da corrente elétrica 60 1,07 ◊ 10-2
é o amperímetro.
11.2 O nome da unidade do SI 50 7,88 ◊ 10-3
de intensidade da corrente elétrica
é o ampere.
11.8 
Na figura seguinte estão representadas as curvas características de células fotovoltaicas
11.3 Medição direta: diferença de
potencial; Medição indireta: potência. em três momentos diferentes do dia, devido à inclinação dos raios solares: 9 h, 12 h e 16 h.
11.4 A d.d.p que maximiza a Faça corresponder a respetiva curva (1, 2 ou 3) ao momento do dia 9 h e ao momento
potência fornecida pelo painel do dia 12 h.
é 18 V.
11.5 A
11.6 a) Er = 0,006 W cm-2
b) h = 10 % curva 3
2,8
11.7 A potência debitada pelo painel
fotovoltaico depende da inclinação curva 2
Corrente (I)/A

do painel relativamente aos raios 2,0


incidentes. curva 1
Quanto maior for o ângulo entre a 1,0
direção em que se encontra o painel
e a direção da radiação incidente,
maior é a potência fornecida pelo
painel fotovoltaico. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
11.8 Curva 1: 9 horas; curva 2: Tensão (U)/V
16 horas; curva 3: 12 horas.
Exame de Física e Química A, época especial, 2010 (adaptado)
U3P191H1

226

565533 184-231.indd 226 28/05/15 18:09


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

12 Os coletores solares permitem aproveitar a radiação solar para aquecer um fluido que circula no
interior de tubos metálicos. Para uma maior eficiência, esses tubos estão em contacto com uma
placa coletora, como representado na figura seguinte.

Cobertura transparente

Caixa metálica

Isolamento térmico

Tubos de cobre

Superfície absorvedora

12.1 
Apresente a razão pela qual a placa coletora é, normalmente, metálica e a razão pela qual
é, por vezes, de cor negra.
U3P192H1
12.2 
Um fabricante de componentes de coletores solares testou dois materiais diferentes — cobre
e aço inoxidável. Forneceu a mesma quantidade de energia a uma placa de cobre e a uma
placa de aço inoxidável, de igual massa e de espessura idêntica, colocadas sobre suportes
isoladores. Verificou que a placa de cobre sofreu uma elevação de temperatura superior à da
placa de aço.
Selecione a única opção que contém os termos que preenchem, sequencialmente, as lacunas
do texto, de modo a obter uma afirmação correta.
Esse teste permitiu concluir que a […] do cobre é […] à do aço.
A. […] condutividade térmica […] superior […]
B. […] condutividade térmica […] inferior […]
C. […] capacidade térmica mássica […] inferior […]
D. […] capacidade térmica mássica […] superior […]
12.3 
Escolha a única opção correta que completa a frase.
Um dos componentes dos coletores solares é uma caixa construída com um material que
é um isolador térmico; esta caixa permite…
A. … minimizar as transferências de energia por convecção.
B. … minimizar as transferências de energia por radiação.
C. … minimizar as transferências de energia por condução.
D. … aumentar as transferências de energia por condução.
Professor
12.4 
Identifique o principal processo de transferência de energia como calor que permite
12.
o aquecimento de toda a água contida nos tubos metálicos. 12.1 Placa metálica,
12.5 
Um coletor solar é instalado numa habitação para aumentar a temperatura de 800 litros de porque os metais são bons
condutores térmicos,
água de 20 °C a 60 °C, durante o tempo de exposição solar, 8 h.
e de cor negra, para melhor
Nas condições de operação em estado estacionário, para a qual é possível considerar que o absorver toda a radiação
balanço energético radiante resulta num ganho de potência de 140 W m-2 por parte da placa incidente na placa coletora.
absorvedora, calcule a área do coletor solar que é necessário instalar. 12.2 C
12.3 C
 c (água) = 4180 J kg-1 ºC-1
12.4 Correntes de
t (água) = 1 g cm-3 convecção e condução por
Teste Intermédio de Física e Química, 11.º ano, 11/02/2010 (adaptado) difusão.
12.5 A = 33,2 m2
13 Um corpo A, inicialmente à temperatura de T °C, é colocado em contacto com um corpo B, com
13.
a mesma massa mas de material diferente, inicialmente à temperatura de 0 °C. O equilíbrio térmico cB
dos dois corpos estabelece-se a 0,2T °C. Supondo que o sistema é termicamente isolado, estabeleça =4
cA
a relação entre as capacidades térmicas mássicas das duas substâncias.

227

565533 184-231.indd 227 10/03/15 13:19


ATIVIDADES GLOBAIS

14 C
 om o objetivo de determinar a capacidade térmica mássica Sensor de
do cobre e do alumínio, um grupo de alunos utilizou temperatura
sucessivamente blocos calorimétricos desses metais, numa
Resistência de
montagem semelhante à representada na figura ao lado. aquecimento
Os alunos começaram por introduzir um sensor de temperatura,
ligado a um sistema de aquisição de dados, num dos orifícios
de um desses blocos calorimétricos, e uma resistência de
Bloco
aquecimento, no outro orifício. Tiveram, ainda, o cuidado de calorimétrico
proceder de modo a otimizar o contacto térmico do bloco, quer
com o sensor, quer com a resistência, e a minimizar a taxa Material
isolador
de dissipação de energia do bloco. Seguidamente, os alunos
montaram um circuito elétrico, ligando a resistência de
aquecimento a uma fonte de alimentação, a um voltímetro,
a um amperímetro e a um interruptor.
14.1 
Qual dos esquemas seguintes pode representar o circuito elétrico montado pelos alunos?
U3P193H1
A B C D V

V A V A

A V A

14.2 
Os alunos ligaram o interruptor do circuito elétrico e iniciaram,
U3P193H4 simultaneamente, o registo
U3P193H2 U3P193H3 U3P193H5
da temperatura do bloco de cobre em função do tempo.
Identifique uma das grandezas que os alunos tiveram de medir para calcular a potência
dissipada pela resistência de aquecimento.
14.3 
A figura seguinte apresenta o gráfico da temperatura do bloco de cobre, de massa 1,00 kg,
em função do tempo. Sabendo que a potência dissipada pela resistência de aquecimento na
experiência realizada foi 1,58 W, determine, a partir dos resultados da experiência, o erro
relativo, em percentagem, do valor experimental da capacidade térmica mássica do cobre.
Comece por obter o valor experimental da capacidade térmica mássica do cobre expressa
em J kg-1 °C-1, usando apenas a região linear do gráfico.
Apresente todas as etapas de resolução.
Dados: Ccobre = 385 J kg-1 °C-1

18,00
17,90
temperatura/ºC

17,80
17,70
17,60
Professor 17,50
14.
14.1 B 17,40
0 50 100 150
14.2 Tiveram que medir a diferença tempo/s
de potencial nos terminais da
resistência e a intensidade da
14.4 
Seguidamente, os alunos repetiram a experiência, nas cobre
corrente elétrica.
14.3 er = 1,2 % mesmas condições, substituindo apenas o bloco de
U3P193H6
temperatura/ºC

14.4 Num mesmo intervalo de cobre por outro de alumínio, aproximadamente com
tempo, a variação da temperatura alumínio
a mesma massa. A figura ao lado apresenta o esboço
do bloco de cobre é superior
dos gráficos da temperatura de cada um dos blocos,
à variação da temperatura do bloco
de alumínio. Conclui-se, assim, que em função do tempo. Conclua, justificando, qual dos
o alumínio terá maior capacidade dois metais, cobre ou alumínio, terá maior capacidade
tempo/s
térmica mássica do que o cobre. térmica mássica.
Exame de Física e Química A, 1.ª fase, 2012 (adaptado)

U3P194H1
228

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SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

15 E xistem atualmente, na construção civil, sistemas de aquecimento dos edifícios que substituem
os radiadores nas paredes por piso radiante.
Os tubos de circulação de água quente são colocados no chão do edifício.
Explique como se processa a transferência de energia que permite o aquecimento rápido de todo
o ar da habitação, quando se liga o sistema de aquecimento.
16 Na escolha do material a utilizar como isolante térmico para
a construção de uma câmara frigorífica, devem-se considerar
vários fatores, além do económico, tais como: resistência
a insetos e microrganismos, riscos de propagação de fogo,
poeira ou vapores indesejáveis, partículas que possam irritar
a pele, retenção de odores, resistência à decomposição e
resistência à absorção de água. Outro fator a ter em conta
é a propriedade do material para diminuir o fluxo de calor entre Professor
o sistema e a vizinhança. 15.
16.1 
Qual é nome da propriedade do material que faz diminuir o fluxo de calor entre o sistema Nos tubos do piso radiante
circula água quente que
e a vizinhança? transfere energia como
16.2 
Na tabela estão registadas as características térmicas de quatro materiais que podem ser calor para o piso por
utilizados na construção de câmaras frigoríficas. condução. O piso aumenta
a sua temperatura e
transfere energia para o ar
Material kT/ W m-1 °C-1 que está em contacto com
a superfície e a uma
PUR (poliuretano) 1,97 ◊ 10-2 temperatura menor, calor
por condução, e também
EPS (poliestireno expandido) 3,25 ◊ 10-2
transfere energia por
Poliestireno 1,00 ◊ 10-2 radiação. O ar junto ao piso
aumenta a sua temperatura,
Cortiça 3,72 ◊ 10-2 fica menos denso e sobe,
gerando uma corrente
Lã de vidro 4,50 ◊ 10-2 ascendente de ar quente
que vai transferindo energia
16.2.1 Indique, justificando, o material que selecionaria para isolamento térmico da câmara para a vizinhança.
frigorífica. Simultaneamente, uma
corrente de ar frio, mais
16.2.2 Admita que uma câmara frigorífica tem uma área total das paredes externas denso, desce e o mesmo
de 24,0 m2 e a diferença de temperatura entre o exterior e o interior da câmara é aquecido junto ao piso,
é mantida constante e é igual a 25 °C. No revestimento do frigorífico foi utilizado ficando menos denso
e voltando a subir,
poliestireno de espessura 10 cm. repetindo-se o ciclo de
Sabendo que a taxa temporal de transferência de energia como calor por condução correntes de convecção que
Q aquecem todo o ar da sala.
térmica e o, através de um material de área de secção transversal (A) 16.
Dt
e espessura (ℓ), que se encontre a uma dada diferença de temperaturas (i), 16.1 Condutividade
térmica.
é calculado por: 16.2 16.2.1 O material
Q A para servir como isolamento
= kT ◊ ◊ Di
Dt ℓl térmico deve ter um baixo
Calcule a energia transferida através das paredes do frigorífico, durante 1 h de valor de condutividade
térmica, para evitar as
funcionamento.
transferências de energia
17 U por condução entre
 m bloco sólido homogéneo foi submetido ao
i/ºC

o sistema e a vizinhança.
aquecimento utilizando uma fonte de potência Dos materiais que constam
constante. 75 na tabela, o que tem menor
O gráfico ao lado traduz a variação da temperatura valor de condutividade
do bloco, durante o processo de aquecimento. térmica é o poliestireno;
portanto, seria este
Sabendo-se que a capacidade térmica mássica o material a selecionar.
25
do bloco é 2,51 J g-1 °C-1, calcule o valor do calor 16.2.2 Q = E =
de fusão do bloco. = 2,16 × 105 J
0 8 16 24 t/min
17.
DHfusão = 251 J g-1

U3P195H1
229

565533 184-231.indd 229 10/03/15 13:20


ATIVIDADES GLOBAIS

18 P
 retende-se calcular a capacidade térmica mássica de uma liga metálica de massa 5 g. Para isso,
aqueceu-se este corpo a 30 °C e, seguidamente, introduziu-se o corpo num recipiente contendo
100 g de água à temperatura de 20 °C. Registaram-se os valores da temperatura da água, de 10
em 10 s, até se atingir o equilíbrio térmico. O gráfico seguinte traduz a variação da temperatura
da água em função do tempo.

i/ºC 20,7
20,6
20,5
20,4
20,3
20,2
20,1
20,0
19,9
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
t/s

18.1 
Refira:
U3P195H2
a) o valor da temperatura de equilíbrio térmico;
b) o intervalo de tempo que levou o sistema a atingir o equilíbrio.
18.2 
Determine o valor da capacidade térmica mássica da liga metálica.
19 C
 om o objetivo de estabelecer o balanço energético de um sistema gelo + água líquida, um grupo
de alunos realizou uma experiência, na qual adicionou 30,0 g de gelo fragmentado, à temperatura
de 0,0 °C, a 260,0 g de água líquida, a 20,0 °C.
Os alunos consultaram tabelas de constantes físicas e registaram os seguintes valores:
cágua líquida (capacidade térmica mássica da água líquida) = 4,18 ◊ 103 J kg-1 °C-1
DHfusão gelo (variação de entalpia (ou calor) de fusão do gelo) = 3,34 ◊ 105 J kg-1
19.1 
Identifique a fonte e o recetor, quando se inicia o processo de transferência de energia que
ocorre no interior do sistema considerado.
19.2 
Qual das expressões seguintes permite calcular a energia, em joules (J), necessária para
fundir completamente o gelo?
A. (30,0 ◊ 3,34 ◊ 105) J
_ 3,34 # 10 5i
B. f pJ
0,0300
C. ( 0,0300 ◊ 3,34 ◊ 105) J
_ 3,34 # 10 5i
D. f pJ
Professor 30,0
18.
19.3 
Com base nos resultados obtidos experimentalmente, os alunos estabeleceram o balanço
18.1 a) A temperatura
de equilíbrio é 20,7 °C. energético do sistema. Em que lei se baseia o estabelecimento do balanço energético do
b) Dt = 60 s sistema?
18.2 cmetal =
= 6,29 J g-1 °C-1
19.4 
Os alunos calcularam a energia recebida pelo gelo, desde que este foi adicionado à água
líquida até toda a mistura ter ficado à mesma temperatura de 11,0 °C, tendo obtido
19.
19.1 Fonte: água líquida, a 20,0 °C 1,140 ◊ 104 J. Calcularam também a energia cedida pela água líquida, inicialmente
Recetor: gelo, a 0 °C a 20,0 °C, no mesmo intervalo de tempo. Com base nos resultados obtidos, concluíram que,
19.2 C naquele intervalo de tempo, tinha ocorrido transferência de energia entre o sistema
19.3 Lei da Conservação da Energia considerado e o exterior. Conclua, justificando, em que sentido terá ocorrido aquela
ou 1.ª Lei da Termodinâmica.
19.4 A transferência de energia terá transferência de energia. Apresente todas as etapas de resolução.
ocorrido do exterior para o sistema. Adaptado de exame de Física e Química A, 2014, 2.ª fase

230

565533 184-231.indd 230 10/03/15 13:20


SUBDOMÍNIO 3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

20 Na tabela ao lado estão registados os valores de capacidade térmica mássica de três materiais.
20.1 
Admita que tem amostras de igual massa.
Identifique o material que terá de absorver mais Capacidade térmica
Material
energia para provocar a variação de 1 °C na sua mássica /J kg-1 °C-1
temperatura. Água 4190
20.2 
Uma amostra de benzeno de massa 250 g à
Azeite 2508
temperatura inicial de 20 °C foi aquecida durante
2 minutos numa placa elétrica. No final do Benzeno 1880
aquecimento, a temperatura do benzeno era
40,4 °C. Admita que se utilizou neste processo de aquecimento uma placa elétrica
de potência constante de 85 W. Determine o rendimento do processo de aquecimento.
20.3 
Admita que numa outra experiência se utilizou a mesma placa elétrica, com o mesmo
rendimento, para aquecer igual massa de azeite até sofrer a mesma variação de temperatura
do benzeno. O tempo de aquecimento do azeite seria igual ao tempo de aquecimento
do benzeno? Justifique a sua resposta.
20.4 
Admita que adicionou 50 g de gelo fundente, a 0 °C, a 100 g de benzeno, à temperatura
de 25 °C, num recipiente isolado. Conclua, justificando, se, nas condições referidas, é possível
fundir os 50 g de gelo, comparando os valores da energia necessária à fusão do gelo com Professor
os valores da energia cedida pelo benzeno. 20.
20.1 O material que terá de
21 A
 figura ao lado mostra um cilindro que contém um gás, fechado por absorver mais energia para
um pistão móvel e submerso numa mistura de gelo e água. Empurra-se Gelo
provocar a variação de 1 °C
1 à sua temperatura é o
o pistão para baixo rapidamente da posição 1 para a posição 2. +
material que apresenta
Mantém-se o pistão na posição 2 até que o gás esteja novamente água
maior valor de capacidade
2
a 0 °C e depois é levantado lentamente de volta à posição 1, estado térmica mássica, neste
inicial. Durante este processo, 100 g de gelo sofrem fusão. caso, é a água.
20.2 h = 94 %
21.1 
Selecione a opção correta, relativamente ao processo descrito. 20.3 O azeite tem maior
A. A energia interna do sistema aumenta. capacidade térmica mássica
do que o benzeno, o que
B. A energia interna do sistema diminui. significa que para sofrer
C. Não há variação de energia interna do sistema. a mesma variação de
temperatura é necessário
D. A energia interna do sistema é nula. fornecer ao azeite mais
U3P196H1 energia.
21.2 
Determine:
Como a placa elétrica
a) a energia transferida para a vizinhança sob a forma de calor; utilizada é a mesma, ou
b) o trabalho realizado sobre o sistema. seja, em cada segundo
fornece a mesma energia
Dados: DHfusão = 3,45 ◊ 105 J kg-1 e o rendimento do processo
de aquecimento é igual,
22 C
 onsidere as seguintes situações e, no contexto da 2.ª Lei da Termodinâmica, classifique-as como então, para esta placa
verdadeiras ou falsas. fornecer mais energia terá
de estar ligada por um
A. A entropia num sistema isolado aumenta sempre, em todo o tipo de transformação.
período maior de tempo
B. A 2.ª Lei da Termodinâmica traduz uma Lei de Conservação. (maior do que 2 minutos).
20.4 Conclui-se que não
C. A entropia só aumenta num sistema aberto. é possível nestas condições
D. Numa transformação irreversível, a entropia aumenta, quer na vizinhança quer no sistema. fundir a massa de gelo
adicionada.
E. A entropia informa sobre a possibilidade ou não de uma dada transformação ocorrer.
21.
F. Sempre que a entropia aumenta, a energia interna do sistema também aumenta. 21.1 C
G. A entropia só se conserva durante uma transformação reversível. 21.2 a) Q = 3,45 × 104 J
b) W = 3,45 × 104 J
23 Numa máquina térmica, pretende-se obter trabalho à custa da energia interna de um combustível, 22.
mas, para cada transformação, há um máximo de energia interna que é convertida em trabalho. Falsas — A, B, C, D e F.
Considere uma máquina térmica cujo rendimento é 20 %. Numa transformação, a máquina recebe Verdadeiras — E e G.
do combustível (fonte quente) 200 J de energia como calor. Determine: 23.
a) W = 40 J
a) o valor da energia transferida, para a vizinhança, sob a forma de trabalho;
b) E = 160 J
b) o valor da energia térmica transferida para a vizinhança.

231

565533 184-231.indd 231 10/03/15 13:20


Soluções
SUBDOMÍNIO 1 6.2 DEc1 = F d cos 0º 7.2 A inclinação da rampa da situação
ENERGIA E MOVIMENTOS DE c 1 III facilita a tarefa, uma vez que a
DEc2 = = F d cos a + transferência de 7,2 J de energia para
AVALIAR CONHECIMENTOS 2
Fd 1 o bloco é feita durante um percurso
+ = F d cos a + cos a = +
Página 13 2 2 maior, logo, a força necessária é menor.
+ a = 60°
1 8
Ec Ü 8 J 7 C
7.1 WFa = -1000 J; WF = 2500 J
2 WFg = 0 J; WRN = 0 J 9
D 7.2 WFR = 1500 J h = 20 m

3 8 10
E c (camião) A C
=4
E c (automóvel) 11
9
4 A. WFg = -1,8 J Sabendo que g (Lua) = 1,62 m/s2,
v (camião) B. WFg = 1,8 J o aumento será cerca de seis vezes
= 0,3 maior na Terra.
v (automóvel) C. WFg = 0 J

5 10 Páginas 52-53
v = 79 km h-1 10.1 Ao cuidado do aluno. 1
10.2 d , 2,54 m a) B
6
10.3 F , 23,6 N b) D
C
Página 35 2
7
7.1 O tempo de reação do condutor 1 C
corresponde ao intervalo de tempo C 3
[0; 0,8] s que o condutor necessita 3.1 a) Epg (2) = 300 J
2
para tormar a decisão de travar. b) Ec (2) = 100 J
B
Neste intervalo de tempo a velocidade 3.2 a) h = 8 m
é constante, assim a variação 3 b) v = 12,6 m s-1
de energia cinética é nula. a) Ec = 7563,2 J c) d = 6 m
7.2 DEc = -4,95 ◊ 105 J b) FR = 151,3 N d) WF = 300 J
g

O sinal negativo significa que a energia


4 4
cinética diminui, pois a velocidade
C a) h = 2 m;
do carro também diminui.
5 b) v = 7,1 m s-1
8
a) WFR = 1,8 J 5
B, porque de acordo com
1 b) Fa = 1 N a) WF = -3,2 J
Ec = m v 2, num gráfico Ec vs. v 2 a

2 Páginas 42-43 b) WF = -1,2 J


g

terá maior massa o corpo correspondente c) v = 1,73 m s-1


à reta com maior declive. 1 d) hmáx = 0,45 m
D
Páginas 31-32 6
2 dAC = 3,80 m
1
a) Epg = 24 J
A 7
b) Epg = 40 J
2 Fa = 9,6 N
3
a) WF = 200 J Página 57
h = 70 m
b) WF = -20 J
4 1
3 P = 4,5 × 104 W
4.1 C
3.1 F1, trabalho potente.
4.2 D 2
3.2 F2, trabalho resistente.
3.3 F3, e = 5 N 5 v = 12,73 m s-1
3.4 D A 3
4 6 P = 40 W
D a) DEpg = 1,6 J 4
b) DEpg = 4,0 J 4.1 A energia potencial gravítica
5
A força aplicada realiza o mesmo 7 transforma-se em energia cinética.
trabalho nas três situações 7.1 a) a(I) = 30°; a(II) = 19,5°; 4.2 Epg = 18,3 J
(WF = 400 J). a(III) = 14,5° 4.3 DEpg = -13,7 J
b) WF (I) = WF (II) = WF (III) = -15 J 4.4 v = 7,7 m s-1
6 g g g

O trabalho da força gravítica é 5


6.1 d = 22,5 m
independente da inclinação da rampa. 7 pessoas.

232

565533 232-239.indd 232 31/01/17 12:03


6  11.2 Em (A) = Em (hmáx) + 20 
B 1 20.1 D
+ g × h + # v 20 = g × hmáx +
2 20.2 D
7  v 20
F = 2000 N + hmáx = h + 21 
2g
11.3 No carrinho atuam a força de P = 7,26 × 105 W
ATIVIDADES laboratoriais
reação normal e a força gravítica. 22 
Página 71 O trabalho realizado pela força de P = 3600 W
1  reação normal é nulo e a força gravítica
é uma força conservativa. 23 
B, C e E.
Quando num sistema só atuam forças B
2  conservativas e o trabalho realizado 24 
2.1 B pelas forças não conservativas é nulo, Verdadeiras: A, C e F. Falsas: B, D e E.
2.2 C há conservação da energia mecânica
2.3 A do sistema. 25 
2.4 ℓ = 5,84 cm ! 0,9 % Conclui-se que a energia mecânica 25.1 D
do sistema «carrinho + Terra» é igual 25.2 8,5 % de energia dissipada.
3 
A nas duas posições A e D.
12 SUBDOMÍNIO 2
4  
ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS
4.1 t = 11,5 g cm-3 12.1 C
11,3 - 11,5 12.2 a) vB = 1,4 m s-1 AVALIAR CONHECIMENTOS
4.2 er = ◊ 100 b) vB = 2,0 m s-1
11,3 Página 97
er , 1,8 % 13 
13.1 Energia potencial gravítica " 1 
ATIVIDADES GLOBAIS D
energia cinética " energia potencial
Páginas 82-89 gravítica " energia cinética… 2 
1  13.2 v = 0 m s-1 O corpo que ficou eletrizado
F = 1,2 N 13.3 vB = 80,6 km h-1 positivamente, A.
13.4 A
2  3 
2.1 D 14  C
2.2 C B
4 
3  15  5000 V
m = 4 kg 15.1 11 % de energia dissipada.
15.2 v = 17,8 m s-1
5 
4  W F e = -1,08 × 10-4 J
4.1 D 16 
16.1 Durante a colisão com o chão
6 
4.2 v , 8,7 m s-1 C
nem toda a energia cinética é
5  conservada por causa da fricção e 7 
A. W = 25 J C. W = 90 J deformações sofridas pela bola. Assim, 7.1 O trabalho realizado pela força
B. W = 100 J D. W = 40 J parte da energia mecânica da bola é elétrica para transportar uma carga
A transferência de energia é maior na transformada noutras formas de energia de 1 coulomb entre os pontos A e B
situação B. em cada colisão. é 12 J
6  16.2 a) vantes solo = 4,5 m s-1 7.2 W F e = 24 × 10-6 J
a) h = 1 m b) vapós solo = 4,0 m s-1
c) 20 % de energia dissipada.
8 
b) WP = -9 J; trabalho resistente. D
16.3 e = 0,89
7  Páginas 102-103
D 17 
17.1 WF = 0 J
g 1 
8  17.2 Wmotor = Eu = 2,22 × 104 J D
m Ü 1,1 kg WFa = -2,2 × 104 J
2 
9  18  D
9.1 Ao cuidado do aluno. 18.1 B
9.2 a) d = 10 m 3 
18.2 WFR = 0,33 J
b) F = 6 N Significa que em 1 s a carga elétrica
18.3 B
que atravessa uma secção transversal
10  19  do condutor é de 5 C.
vB = 11 m s-1 19.1 19.1.1 v = 0,847 m s-1
4 
11 19.1.2 v = (0,847 ! 0,7 %) m s-1
 D
11.1 vc = g # h - v 20 19.2 WFR = 0,16 J

233

565533 232-240.indd 233 28/05/15 18:11


Soluções

5  Páginas 112-113 7 
5.1 O sentido convencional da corrente 1 Num segundo,

é contrário ao sentido do movimento D Ed , 5,2 × 104 J
dos eletrões. Neste caso, seria de B
2  Página 121
para A.
5.2 n.º de eletrões = 5,0 × 1019 eletrões C 1 
3  Num gerador de tensão ideal, a
6 
C diferença de potencial medida entre
D
os seus terminais não depende da
7  4  intensidade de corrente fornecida,
Dq = 600 C C enquanto num gerador real essa
5 diferença de potencial varia com
8  
t = 1,6 × 10-5 X m a intensidade de corrente.
8.1 [0,6; 1,0] s
Um gerador real tem uma resistência
8.2 n.º de eletrões = 6  interna e o gerador ideal não. Esta leva
= 4,4 × 1018 eletrões ℓ , 1,43 × 103 m a perdas de energia, como calor por
9  7 efeito Joule, provocando o aumento

D I , 6,88 A de temperatura no gerador.
10  8  2 
D RB = 12 X Quando a resistência elétrica interna do
gerador aumenta, a intensidade de
Página 105 9  corrente elétrica que percorre a lâmpada
1 R , 1,7 × 10-2 X
diminui dI = n;
 f
B 10  ri + R
consequentemente, o brilho da lâmpada
2  10.1 A equação é:
também diminui.
R = 50 X t = 0,07368t + 15,54 (nX m)
10.2 t , 17,4 nX m 3 
3  Quando a pilha está em circuito aberto,
3.1 Os condutores metálicos A e B são 11 
a tensão medida nos seus terminais
óhmicos. U = 4,8 V
é igual ao valor da força eletromotriz
3.2 RA = 5 RB 12  U = f. Quando se liga a pilha a uma
4  0,18 mm lâmpada, estabelece-se no circuito uma
D corrente elétrica, e como a pilha é um
13 
gerador não ideal, ou seja, tem
5  C
resistência interna, há dissipação de
B Página 116 energia por efeito Joule na resistência
6  interna. Assim, a tensão nos terminais
1 
C da pilha é determinada por
Efeito Joule.
U = f - r i × I, sendo o valor inferior
Página 107 2  a f.
1 B
 4 
Uma corrente contínua é uma corrente 3  4.1 D
elétrica em que o sentido se mantém C 4.2 r i = 6 X
constante. Quando é estacionária,
o valor da intensidade de corrente 4  5 
mantém-se constante no tempo. 4.1 C D
Quando é não estacionária, o valor 4.2 B
6 
da intensidade de corrente varia ao 4.3 C
I = 1,8 A
longo do tempo. 5 
E = 2,4 × 105 J
Páginas 128-130
2 
B 1 
6 
1.1 D
3  6.1 Por efeito Joule, há dissipação de
1.2 I = I 1 = I 2 = I 3 = I 4
3.1 q = 6 C energia na resistência elétrica, que vai
1.3 U = 3 V
3.2 No gráfico da figura a intensidade ser transferida para a vizinhança
de corrente elétrica apresenta sempre (água + calorímetro + termómetro) 2 
valores positivos, não há alteração de através de calor. A energia como calor 2.1 A — amperímetro; mede
sentido, logo, o condutor é percorrido absorvida pela água irá provocar a intensidade da corrente elétrica;
por uma corrente contínua. aumento da sua energia interna, que se V — voltímetro; mede a diferença
manifesta no aumento da temperatura. de potencial.
4  6.2 Edissipada = 2,4 × 105 J 2.4 R = 12 V
B

234

565533 232-240.indd 234 28/05/15 18:13


3  2  de funcionamento deste chuveiro,
D Os metais são bons condutores elétricos qualquer que seja o comprimento do
e, de acordo com a informação condutor (resistência), a tensão aplicada
4  é sempre constante; isto significa que a
apresentada na figura, são os materiais
D intensidade de corrente no circuito
que apresentam valor mais baixo de
5 depende do valor da resistência.
 resistividade elétrica. Conclui-se, assim,
A. I 1 = 3 A I2 = 6 A que os materiais com menor valor A potência dissipada na resistência
B. I 1 = 3 A I2 = 3 A I3 = 3 A de resistividade elétrica são melhores elétrica, para uma tensão constante,
C. I 1 = 4,5 A I 2 = 4,5A I3 = 9 A condutores elétricos. é inversamente proporcional ao valor
da resistência elétrica:
6  3  U2
6.1 C 3.1 D P= . Quanto menor for a resistência
R
6.2 R = 1 X 3.2 De acordo com a informação elétrica (menor comprimento do
do texto, o fenómeno de condutor), maior é a potência dissipada.
7  supercondutividade ocorre quando 6.2 R = 22 X
7.1 U = 12 V
o metal se encontra a temperaturas
7.2 I 1 = 4 A; I 2 = 4 A; I 3 = 2 A 7 
próximas de -273,15 °C. Nestas
7.3 I = 10 A P = 6,25 × 102 = 625 W
condições, a resistividade torna-se nula.
Página 133 Como a resistividade elétrica é 8 
diretamente proporcional ao valor da 8.1 A equação da reta representada
1  resistência elétrica, sendo a constante no gráfico é:
1.1 A
l Ed = R I 2 Dt
1.2 C de proporcionalidade ,
A Assim, o declive da reta representa
1.3 O gerador tem uma resistência a resistência elétrica do supercondutor
interna; por efeito Joule, há dissipação o produto da resistência elétrica pelo
é nula. Consequentemente, o efeito Joule
de energia na forma de energia quadrado da intensidade de corrente
não se verifica, pelo que o transporte
térmica na resistência interna do elétrica que percorre o condutor (R I 2).
de carga elétrica num circuito não
gerador. 8.2 R = 5 X; U = 10 V
ocorre com transformação de energia
2  elétrica em térmica. 9 
C P = 1 × 62 = 36 W
4 
3  4.1 A resistividade elétrica 10 
E = 11 000 J de um semicondutor diminui com 10.1 a) Lâmpadas associadas em série:
a temperatura. L1, L2, L3 e L4.
4  4.2 Pe = 1,2 × 10-2 W; L5, L6, L7, L8, L9 e L10.
4.1 P = 100 W Pluminosa = 5,5 × 10-4 W; a) Lâmpadas associadas em paralelo:
4.2 r i = 5 X; eficiência = 4,6 % As lâmpadas L1, L2, L3 e L4 com L5,
f = 50 V L6, L7, L8, L9 e L10.
5 
5 10.2 Ficam acesas as lâmpadas L5, L6,
 O brilho da lâmpada está relacionado
5.1 r i = 1,0 X; L7, L8, L9 e L10.
com a intensidade de corrente elétrica no
f = 18 V 10.3 Será menor do que 1,5 A, uma
circuito. Quanto maior for a intensidade
5.2 E (R1) = 6,720 × 103 J vez que neste ramo do circuito estão
de corrente elétrica, maior será o brilho.
E (R2) = 3,840 × 103 J associadas em série um maior número
Na montagem A, o cursor está mais
de lâmpadas. A resistência equivalente
6  próximo da posição A, o comprimento
é maior e, para a mesma diferença de
B do condutor é menor, logo, a resistência
potencial, a intensidade de corrente
elétrica também será menor. Diminuindo
ATIVIDADES GLOBAIS elétrica será menor.
a resistência elétrica para a mesma
10.4 P = 45 W
Páginas 140-145 diferença de potencial, a intensidade de
corrente elétrica aumenta. Conclui-se, 11 
1  assim, que na montagem A o brilho da 11.1 Como R1 tem o mesmo valor
1.1 D lâmpada será maior. de R2, e estão à mesma diferença de
1.2 Uma vez que a tensão é igual potencial (associação em paralelo),
e constante para todos os condutores, 6 
então, I = 0,3 A.
o condutor que é percorrido por uma 6.1 O aquecimento de água resulta da
11.2 U = 6 V
intensidade de corrente elétrica menor transformação de energia elétrica em
11.3 Se o valor de R3 fosse igual ao
será o condutor que apresentar maior térmica (dissipada) na resistência
valor de R1 e R2, a intensidade de
valor de resistência elétrica. O condutor elétrica, por efeito Joule, a qual, por sua
corrente elétrica que percorria esta
que apresenta maior valor de vez é transferida para a água. Para o
resistência teria de ter o valor de 0,3 A
resistência elétrica será o condutor que mesmo caudal, quanto maior for a
e a intensidade de corrente elétrica no
à temperatura de 50 °C apresentar energia dissipada na resistência, maior
circuito seria 0,9 A. Como está indicado na
maior valor de resistividade elétrica. é a quantidade de energia térmica
figura, a intensidade de corrente elétrica
Analisando o gráfico verifica-se que transferida para a água e,
no circuito é somente 0,8 A,
é o metal Rb. consequentemente, maior é a variação
concluindo-se que R3 não pode ter
de temperatura desta. Nas condições
o mesmo valor de R1 e R2.

235

565533 232-240.indd 235 10/03/15 13:20


Soluções

12  17.3 17.3.1 Analisando o gráfico 10 


E = 1,15 × 105 J da curva característica do gerador, A amplitude térmica é a diferença entre
verifica-se que, para uma tensão de 6 a temperatura mais elevada e a
13  V, a intensidade de corrente elétrica temperatura mais baixa registadas.
13.1 Quando se muda o cursor da no circuito é 12 A. Como as três DT = 18 K (uma vez que os valores
posição A para a B, apenas fica em resistências têm o mesmo valor, então, obtidos para uma diferença de
circuito uma das resistências de 10 X e a intensidade de corrente elétrica que temperaturas têm igual valor numérico
uma lâmpada associada em série. Como percorre cada uma das resistências é quando expressos nas duas escalas
diminui o número de resistências igual. Como há conservação de carga Dt/°C = DT/K).
associadas em série, a resistência total elétrica, conclui-se que a intensidade
ou equivalente diminui. de corrente elétrica em cada resistência 11 
13.2 A tensão nos terminais de cada 12 11.1 A energia cinética média das
é: I = = 4 A.
uma das resistências é calculada por: 3 partículas em cada um dos sistemas
U = R I. 17.3.2 R = 1,5 X é igual, uma vez que se encontram
Como as resistências têm igual valor e 17.3.3 Eútil = 8,64 × 103 J todos à mesma temperatura.
estão associadas em série, a intensidade 11.2 O copo que apresenta maior
de corrente elétrica que percorre cada energia interna é o copo C, uma vez
SUBDOMÍNIO 3
uma das resistências é igual; assim, que tem maior quantidade de matéria.
ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO
a diferença de potencial nos terminais
Páginas 163-165
de cada uma das resistências também AVALIAR CONHECIMENTOS
será igual. 1 
Páginas 156-157
13.3 Quando se muda o cursor da 1.1 C
posição B para a posição A, associa-se 1  1.2 D
mais uma resistência em série, a A — Sistema fechado
2 
resistência total do circuito aumenta. B — Sistema isolado
Fonte — sumo; Recetor — gelo.
Como não se muda a fonte, a tensão C — Sistema aberto
aplicada no circuito mantém-se, como D — Sistema isolado 3 
a resistência elétrica aumenta, B
2 
a intensidade de corrente elétrica que
A e C. 4 
percorre o circuito diminui. O brilho da
A
lâmpada será menor, pois o brilho 3 
depende da intensidade de corrente A energia cinética média das suas 5 
elétrica. partículas é maior no copo de água A. Região rural.
13.4 13.4.1 Ugerador = 106 V; A temperatura de um sistema é uma
6 
Uresistência = 20 V medida da energia cinética média das
E = 5,34 × 103 J
13.4.2 E = 1,44 × 104 J partículas que o constituem. Uma vez
13.4.3 Pd = 172 W que o copo de água A apresenta maior 7 
13.4.4 ne = 2,25 × 1022 eletrões temperatura, o sistema A apresenta T f = 328,86 K
maior energia cinética média das
14  8 
partículas.
14.1 C E = 1,08 × 104 J
14.2 P = 2,02 × 102 W 4 
9 
14.3 14.3.1 Duplicar o comprimento A
D
do filamento, uma vez que se manteve
5 
constante o material e a secção. 10 
Pretende-se dar tempo para que o
14.3.2 A potência dissipada 10.1 Dado que o recipiente se
sistema (termómetro) se encontre em
é calculada por: P = U I. encontrava isolado termicamente, não
equilíbrio térmico com o sistema vizinho
Neste caso, a tensão é constante, mas ocorria transferência de energia entre o
(corpo da pessoa).
como a resistência aumenta, I diminui sistema e a vizinhança. O movimento
pois são grandezas inversamente 6  das pás, devido ao trabalho realizado
proporcionais. Conclui-se que a B pela força da gravidade, agitava a água,
potência dissipada na resistência aumentando a energia cinética (aumento
7 
diminui com o aumento do valor da energia interna). Deste modo, a
a) 254,75; b) -183,00;
da resistência. agitação da água tinha como consequência
c) 43,00; d) 455,15;
um aumento da sua temperatura.
15  e) -130,00; f) 309,25
10.2 B
15.1 B
8  10.3 C
15.2 P = 2,45 ◊ 103 W
B 10.4 O aumento da energia interna
16  resulta do trabalho realizado sobre o
9 
ri = 3 X sistema; este aumento pode ser obtido
Não. A escala Kelvin não apresenta
por absorção de energia por calor.
17  valores negativos.
Deste modo, sendo o trabalho uma
17.1 B
energia, pode concluir-se que o calor
17.2 I = 24 A
será energia.

236

565533 232-240.indd 236 10/03/15 13:20


11  11  • As correntes quentes ascendentes e
11.1 Trabalho. 11.1 B as correntes frias descendentes,
11.2 Dt = 1044 s 11.2 11.2.1 A relação é inversamente repetindo-se em simultâneo ao longo do
proporcional. tempo, permitem o aquecimento de
12  toda a água contida na cafeteira.
11.2.2 mmax = 1,317 × 10-6 m =
12.1 c = 2100 J kg-1 °C-1
= 1,317 nm 7 
12.2 O material que apresenta este
valor para a capacidade térmica 12  Considerando que o termómetro não se
mássica é o vidro. T , 290 K encontra em contacto térmico com a
campânula, a transferência de energia
13  13  entre o exterior e o termómetro ocorre
Dt = 0,305 °C 13.1 Células fotovoltaicas são dispositivos através de radiação. Após algum tempo,
capazes de transformar a energia o termómetro estará em equilíbrio
Páginas 181-183
luminosa, proveniente do Sol ou de com o exterior e o valor medido será
1  outra fonte de luz, em energia elétrica. de 25 °C.
C 13.2 B
13.3 E = 1,62 × 1017 J Páginas 194-196
2 
C 14 1 

h = 12,6 % D
3 
B 15 2 

A = 26,5 m2 A variação de temperatura do corpo A
4  é superior à variação de temperatura
Infravermelho. 16  do corpo B; então, a capacidade
E = 1,1 × 105 J térmica mássica do corpo A é menor.
5 
5.1 A radiação do espetro Página 187 3 
eletromagnético na região do visível D
1 
com maior energia é a radiação violeta,
D 4 
porque é a radiação com menor
comprimento de onda. A energia e o 2 B

comprimento de onda são grandezas B 5 
inversamente proporcionais. a) O ar acumulado entre as penas
3 
5.2 f = 7,50 × 1014 Hz constitui um bom isolante térmico,
D
5.3 m = 1000 nm diminuindo as trocas de calor, por
Uma vez que o espetro do visível tem 4  condução, com o ambiente.
valores de comprimento de onda C b) Nas camadas de ar à superfície da
compreendidos entre 400 nm Terra, o calor é transferido na atmosfera
5 
e 700 nm, a radiação não pertence por correntes de convecção.
Após ligar a lâmpada, o principal
à região do visível. c) Para diminuir as trocas de calor
processo de transferência de energia
6 como calor que permite o aquecimento por radiação entre o sistema

O ar contido no interior da lata revestida do ar é a convecção. O ar que se e a vizinhança.
encontra-se a uma temperatura encontra junto à lâmpada aquece, d) Como o ar é mau condutor térmico,
superior pelo facto de este tipo de tornando-se menos denso, o que dá diminuem-se as trocas de calor entre
revestimento ter permitido uma melhor origem a uma corrente de ar quente o corpo e a vizinhança, por condução.
absorção de radiação térmica em ascendente. Este ar, ao subir, arrefece, 6 
relação à outra lata. tornando-se mais denso, o que dá origem B
a uma corrente fria descendente. Estes
7  7 
deslocamentos do ar permitem o
Significa que esse corpo emite 500 J 7.1 A energia transfere-se do exterior
movimento da ventoinha de papel que
de energia térmica por segundo e por para o interior do frigorífico.
se encontra por cima da lâmpada.
metro quadrado da sua superfície. 7.2 A afirmação é falsa, porque para o
6  mesmo aumento de espessura não se
8 
A resposta deve apresentar os seguintes
Er = 2,98 × 104 W m-2 verifica a mesma variação de energia
tópicos: transferida.
9  • O principal processo de transferência 7.3 E = 0,053 kW h
Pela análise do gráfico, verifica-se que de energia como calor que permite
a irradiância ocorre numa gama o aquecimento de toda a água contida 8 
de frequências não correspondente na cafeteira é a convecção. Placa de poliuretano.
à gama do visível (4,3 × 1014 Hz • A água que se encontra mais abaixo 9 
a 7,5 × 1014 Hz). na cafeteira aquece, tornando-se menos 9.1 A
densa, o que dá origem a uma corrente 9.2 B
10 
quente ascendente. Esta água, ao subir,
52 % 10 
arrefece, tornando-se mais densa, o que
dá origem a uma corrente fria descendente. Cobre.

237

565533 232-240.indd 237 10/03/15 13:20


Soluções

11  3  3.2 B
a) C = 2,5 cal/°C 3.1 A transferência de calor na zona de 3.3 Esta expressão significa que: para
b) c = 0,038 cal g-1 °C-1 contacto entre os tubos e a placa faz-se elevar (ou baixar) 1 °C a temperatura de
por condução térmica. Se o contacto um bloco de alumínio de massa 1 kg
12  que se encontra a 25 °C é necessário
térmico não for perfeito, a eficiência
DT = 53,2 °C fornecer (ou retirar) 897 J de energia.
do processo de aquecimento é menor.
13  3.2 Convecção térmica. 3.4 3.4.1 B
C = 138,16 cal °C-1 3.4.2 Dt = 5,7 × 102 s
4 
14 4 
 C
C = 630 J °C-1 T = 295,7 K
5 
15 5 
 t = 1097 s
15.1 c = 4,7 × 103 J kg-1 °C-1 5.1 Uma vez que a energia de uma
Página 211 radiação é diretamente proporcional
15.2 cágua = 4,7 × 103 J kg-1 °C-1 !
! 12,4 % 1 à frequência, então, a radiação

D de menor energia corresponde
Páginas 200-201 à Rádio AM.
2  5.2 Como o comprimento de onda é
1 
DU = 4,0 J inversamente proporcional à frequência
E = 6,70 × 105 J
Ocorreu um aumento de energia interna. da radiação, então, tem-se:
2  mvioleta < manil < mazul < mverde < mamarela <
3 
2.1 mágua líquida = msofre fusão = 0,01 kg < mlaranja < mvermelha
C
2.2 B 5.3 O que caracteriza uma radiação
4  eletromagnética é a sua frequência,
3 
Q = 1000 J; o sentido da transferência a qual traduz a relação de
3.1 Estado líquido.
é da vizinhança para o sistema. proporcionalidade entre a velocidade de
3.2 T f = 19,9 °C
5 propagação no meio e o comprimento
4  
v
Ocorre a passagem de energia, sob a de onda no mesmo meio, f = .
4.1 I — aquecimento da amostra; m
forma de calor, do corpo a temperatura
II — mudança de estado da amostra; Do espetro eletromagnético retiram-se
superior para o corpo com menor
III — aquecimento da amostra. os valores das frequências:
temperatura. O processo inverso não se
4.2 a) DH = 3,6 × 104 J kg-1 f X = 1014 Hz; f Y = 1016 Hz.
verifica, uma vez que um sistema de c
b) c = 1,2 × 103 J kg-1 °C-1 Aplicando: m = ; mX = 3 × 10-7 m;
dois corpos à mesma temperatura, não f
c) c = 7,2 × 102 J kg-1 °C-1
evolui espontaneamente de modo que mY = 3 × 10-9 m
d) E = 2,9 × 105 J
ambos fiquem com temperaturas 5.4 D
4.3 Ao cuidado do aluno.
diferentes.
5 6 
 6 
Dt = 3,98 × 103 s B
B
6 7 
 7 
6.1 Lfusão = 2,3 × 10 J kg
5 -1 7.1 Quanto maior for a radiância de um
Situação 2: Um sistema inicialmente corpo, maior é a sua temperatura.
6.2 O sistema não se encontra
num estado de baixa entropia, tenderá Curva A: 5800 K; curva C: 6000 K;
isolado.
espontaneamente para um estado curva D: 6500 K; curva B: 7000 K.
6.3 O fenómeno que ocorre é a fusão
de entropia máxima. 7.2 A curva B apresenta um máximo de
do gelo; esta mudança de fase é um
processo endoenergético, durante o ATIVIDADES GLOBAIS emissão para um menor comprimento
qual é absorvida energia da água que de onda. Como o comprimento de onda
Páginas 222-231 é inversamente proporcional à
se pretende arrefecer.
6.4 Convecção térmica. 1 frequência (c = m f), então, a curva B

6.5 D 1.1 A temperatura do sistema tem o máximo de emissão para menor
encontra-se entre os valores 21,4 °C valor de frequência.
Página 204 7.3 D
e 21,6 °C, sendo o valor 21,5 °C o valor
1  mais provável de medir. 8 
1.1 A irradiância solar não é igual ao 1.2 O valor da temperatura medida A irradiância será maior quanto maior
longo do ano; deve ter-se um valor deve ser 294,7 K. for a temperatura a que se encontra
médio máximo de irradiância solar. 1.3 D o corpo. Como o valor de irradiância
1.2 O valor médio da irradiância 7,3 × 107 W m-2 é para a temperatura
2 
solar (máximo possível); a orientação; de 6000 K, então, à temperatura
t = -18 °C
a inclinação relativamente de 7000 K, o valor de irradiância será
à horizontal. 3  superior a este valor.
3.1 À temperatura de 660 °C ocorre a
2  9 
mudança de estado físico de sólido para
t f = 28,61 °C Sensor de infravermelho.
líquido ou de líquido para sólido.

238

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10  12.4 Correntes de convecção 19 
10.1 A superfície que tem menor valor e condução por difusão. 19.1 Fonte: água líquida, a 20,0 °C;
de emissividade é a que absorve uma 12.5 A = 33,2 m2 Recetor: gelo, a 0 °C
menor parcela de radiação incidente. 13  19.2 C
Como absorve menos radiação, significa cB 19.3 Lei da Conservação da Energia
=4
que reflete mais radiação nela cA ou 1.ª Lei da Termodinâmica.
incidente. Neste caso, o material com 19.4 A transferência de energia terá
14 
menor valor de emissividade é a chapa ocorrido do exterior para o sistema.
14.1 B
de alumínio nova e brilhante.
14.2 Tiveram de medir a diferença de 20 
10.2 De acordo com a informação no
potencial nos terminais da resistência 20.1 O material que terá de absorver
enunciado do problema, uma superfície
e a intensidade da corrente elétrica. mais energia para provocar a variação
para ter o comportamento de «corpo
14.3 er = 1,2 % de 1 °C na sua temperatura é o material
negro» tem de ter um valor de
14.4 Num mesmo intervalo de tempo, que apresenta maior valor de
emissividade igual a 1. Neste caso,
a variação da temperatura do bloco capacidade térmica mássica, neste
a superfície que se aproxima mais do
de cobre é superior à variação da caso, é a água.
comportamento de «corpo negro» na
temperatura do bloco de alumínio. 20.2 h = 94 %
gama do infravermelho é a que tem
Conclui-se, assim, que o alumínio terá 20.3 O azeite tem maior capacidade
o maior valor de emissividade; neste
maior capacidade térmica mássica térmica mássica do que o benzeno, o
conjunto de materiais, é o revestimento
do que o cobre. que significa que para sofrer a mesma
asfáltico.
variação de temperatura é necessário
10.3 De acordo com a informação 15 
fornecer ao azeite mais energia.
que consta na tabela, existem pinturas Nos tubos do piso radiante circula água
Como a placa elétrica utilizada é a
de diferentes cores com o mesmo valor quente, que transfere energia como
mesma, ou seja, em cada segundo
de emissividade na gama do calor para o piso por condução.
fornece a mesma energia e o
infravermelho. Pode-se, portanto, O piso aumenta a sua temperatura e
rendimento do processo de
afirmar que através da cor não transfere energia para o ar que está em
aquecimento é igual, então, para esta
é possível o poder refletor/absorvedor contacto com a superfície e a uma
placa fornecer mais energia terá
da superfície face à radiação temperatura menor, calor por condução,
de estar ligada por um período maior
infravermelha. e também transfere energia por radiação.
de tempo (maior do que 2 minutos).
O ar junto ao piso aumenta a sua
11  20.4 Conclui-se que não é possível
temperatura, fica menos denso e sobe,
11.1 O aparelho de medida de nestas condições fundir a massa de
gerando uma corrente ascendente de ar
intensidade da corrente elétrica gelo adicionada.
quente que vai transferindo energia
é o amperímetro.
para a vizinhança. Simultaneamente, 21 
11.2 O nome da unidade do SI
uma corrente de ar frio, mais denso, 21.1 C
de intensidade da corrente elétrica
desce e o mesmo é aquecido junto ao 21.2 a) Q = 3,45 × 104 J
é o ampere.
piso, ficando menos denso e voltando b) W = 3,45 × 104 J
11.3 Medição direta: diferença de
a subir, repetindo-se o ciclo de
potencial; medição indireta: potência. 22 
correntes de convecção, que aquecem
11.4 A d.d.p que maximiza a potência Falsas — A, B, C, D e F.
todo o ar da sala.
fornecida pelo painel é 18 V. Verdadeiras — E e G.
11.5 A 16 
23 
11.6 a) Er = 0,006 W cm-2 16.1 Condutividade térmica.
23.1 W = 40 J
b) h = 10 % 16.2 16.2.1 O material, para servir
23.2 E = 160 J
11.7 A potência debitada pelo painel como isolamento térmico, deve ter um
fotovoltaico depende da inclinação do baixo valor de condutividade térmica,
painel relativamente aos raios incidentes. para evitar as transferências de energia
Quanto maior for o ângulo entre a por condução entre o sistema e a
direção em que se encontra o painel vizinhança.
e a direção da radiação incidente, maior Dos materiais que constam na tabela,
é a potência fornecida pelo painel o que tem menor valor de condutividade
fotovoltaico. térmica é o poliestireno; portanto, seria
11.8 Curva 1: 9 horas; este o material a selecionar.
curva 2: 16 horas; curva 3: 12 horas. 16.2.2 Q = E = 2,16 × 105 J
12  17 
12.1 Placa metálica, porque DHfusão = 251 J g-1
os metais são bons condutores
18 
térmicos e de cor negra, para melhor
18.1 a) A temperatura de equilíbrio
absorver toda a radiação incidente
é 20,7 °C.
na placa coletora.
b) Dt = 60 s
12.2 C
18.2 cmetal = 6,29 J g-1 °C-1
12.3 C

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Fontes fotográficas
iStockphoto
PP. 6-7 Cabos de alta tensão
PP. 8-9 Jovem à espera de comboio
P. 10 Robô
Carro de Fórmula 1
P. 11 Fachada de prédio; fisga;
eletricidade estática
P. 12 Montanha-russa
P. 13 Barco à vela
P. 10 Martelo
P. 17 Elefante; equilibrista
P. 20 Trenó
P. 24 Bola a ser chutada; mesa de bilhar; mortal; Bungee jumping
P. 25 Mão a empurrar apagador
P. 38 Terra e Lua
P. 46 Escorrega
P. 50 Campo de futebol
P. 57 Carro de Fórmula 1
P. 58 Escorrega
P. 72 Carro
P. 73 Carrinha
P. 74 Exercício na passadeira
PP. 76-77 Cidade à noite
P. 78 Tempestade; eletricidade estática; experiência com limão
P. 80 Benjamin Franklin
P. 84 Raios; Estática num carro
P. 87 Sistema nervoso
P. 96 Resistências
P. 119 Gerador
P. 128 Chuveiro
PP. 132-133 Painéis solares
P. 134 Copo com água; garrafa com água; garrafa térmica
P. 144 Água a ferver; gelo nas mãos
P. 158 Ferro quente
P. 159 Infravermelho num edifício; infravermelho em vigilância
P. 160 Infravermelho num edifício
P. 169 Telefone SOS
P. 184 Copo com água e gelo
P. 194 Bilhar; choque entre automóveis
P. 198 Painéis solares

Getty Images
P. 34 MOh Jin-hyek
P. 158 Infravermelho numa rua
P. 159 Infravermelho num automóvel; infravermelho em eletrónica;
infravermelho em medicina
P. 160 Infravermelho num automóvel; infravermelho em eletrónica;
infravermelho em medicina; infravermelho em aeronáutica;
infravermelho em vigilância

EDP
P. 178 Barragem do Alqueva

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