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Respostas:
Primeiramente, preciso deixar bem claro um ponto: quase todo o vídeo que se
propõe a "destruir o judaísmo" trabalha com argumentos que eu mesmo tenho
usado em favor da Bíblia, não contra! Desde 2011 tenho estudado as semelhanças
entre as histórias da Bíblia e de outros povos, entendendo que tais semelhanças
favorecem a compreensão de uma memória coletiva relativa ao que
verdadeiramente aconteceu com o ser humano num passado remoto e comum a
toda a Humanidade, havendo, com o tempo, uma variação maior entre a história de
um povo e de outro, com base no isolamento e nas experiências locais, incutindo o
relato de exageros míticos, de politeísmos e demais traços religiosos e culturais. No
que me baseio?
a minha declaração nesse tópico pode soar estranha, por isso oriento para a
leitura do texto até que ele se conclua. O meu ponto é o seguinte: entendendo que
o "mitos" antigos quase que certamente sugerem a existência de uma memória
coletiva deturpada com o tempo, podemos compreender que, mesmo se o Antigo
Testamento tivesse sido copiado de documentos doutro povo, a sua mensagem
histórica central seguiria relativamente firme, uma vez que a Bíblia não é a única
fonte antiga que prega a criação do homem com base no barro, a Árvore da Vida, a
Queda, a Serpente Maligna, o Dilúvio, etc. Havendo uma memória coletiva a
preservar os aspectos principais dos primeiros milênios da Humanidade, a fonte
literária na qual me basear, nesse sentido, não fará muita diferença, uma vez que
quase todas convergem para os mesmos pontos. Eu escrevi algo sobre a
possibilidade de Moisés ter se baseado, em parte, em várias tradições escritas de
períodos pré-diluvianos de diversos povos, coisa que você pode conferir na
postagem "A Origem do Judaísmo e a Conquista de Canaã". Se os pilares centrais
são, pelo menos em parte, os mesmos, e o cristão possui o Novo Testamento como
fonte básica para a interpretação do Antigo Testamento, a origem dele não chega a
ser um grande problema.
para termos o Antigo Testamento como o herdeiro mais fiel das memórias pré-
diluvianas precisamos analisar, primeiramente, se os relatos por ele transmitidos são
mais coerentes do que as histórias paralelas doutras tradições - devemos verificar
onde existe mais sobriedade, menos firulas mitológicas típicas de relatos tardios.
Vamos começar com o relato da Criação de Gênesis, o mais coerente com a
realidade da História Natural:
Bom, ele começa citando tal "politeísmo" com a inscrição samaritana sobre o
"Jeová de Samaria", como sendo uma versão diferente do Deus hebreu, o que não é
verdade, uma vez que "Jeová" é um dos nomes de Deus e os samaritanos brotaram
de uma extensa tradição hebraica, que o próprio Antigo Testamento trata de
evidenciar. Na sequência alguns versículos bíblicos são citados pelo ateu, todos
fazendo referência à "superioridade do Deus de Israel sobre os demais deuses", uma
suposta "monolatria", mas isso não indica que os hebreus eram incentivados
biblicamente a acreditar no politeísmo, de um Deus existente maior do que outros
deuses existentes - na verdade, todos os versículos que enaltecem Iavé sobre os
demais deuses simplesmente estão colocando o declarado Único Deus
(Deuteronômio 6:4 e 2 Samuel 7:22) em evidência sobre os falsos deuses pagãos,
que existiam no imaginário popular e que se resumiam a objetos de fundição e
madeira, sem vida e sem poder (Deuteronômio 5:7-9; Salmos 115:2-8; Isaías 44:8-
20).
Deus é colocado, nesses casos, como um poder superior a todos os demais
poderes religiosos do mundo, que realmente exercem, sob o nome de supostas
divindades, influência sobre as pessoas. O vídeo também apresenta a multiplicação
de divindades que é natural com o passar do tempo, citando um punhado de nomes
dados para Osíris com o andar da História, o que, na verdade, nada tem de
"multiplicação de divindades", uma vez que é da cultura antiga dar vários nomes aos
mesmos deuses, cada nome indicando um atributo específico de cada deus -
portanto, é natural que um deus que dá a vida, protege e traz a paz, possua, pelo
menos, três nomes diferentes, cada um referindo-se a cada uma das qualidades
ressaltadas.
"A palavra hebraica para 'Deus', Elohim, é gramaticalmente plural, mas não
indica um plural número (isto é, 'deuses'). O idioma hebraico usa a forma plural para
indicar honra ou intensidade, às vezes chamado de 'plural de majestade'. A aparição
consistente de um adjetivo singular (Sl 7:9) ou verbo no singular (Gn 20:6) usado
com Elohim mostra que o significado desejado é de um único Deus. Onde aparece o
adjetivo plural ou verbo no plural, o contexto determina se Elohim significa os
'deuses' das nações (Êx 20:3) ou se a concordância plural é devida simplesmente a
uma maior precisão gramatical dos escribas (Gn 19:13). Do ponto de vista israelita, a
unicidade da verdadeira Divindade nunca é questionada. Em Deuteronômio 6:4, "o
Senhor", isto é, Yahweh, o Deus de Israel, é chamado de 'nosso Elohim', e declarado
como 'único'.(...)[Gn 1:26-27] 'Façamos...' (3:22; 11:7; Is 6:8) não indica múltiplos
deuses. Essa teoria politeísta seria inconsistente com a teologia sublime do capítulo
e com a expressão singular 'à sua imagem' (Gn 1:27). Antigas teorias da origem do
universo explicam a criação como o resultado de uma coabitação sexual de
divindades do sexo masculino e feminino, ou de uma batalha entre a principal
divindade e alguma outra entidade hostil.
A Bíblia afirma, uniformemente, que Deus é assexuado e não tem o que
corresponderia a uma consorte do sexo feminino; Deus criou o universo pela sua
palavra poderosa, e não pelo combate às divindades do caos. Gênesis 1 foi escrito,
em parte, para mostrar que a visão do mundo físico que havia naquele tempo (isto
é, entidades física representando várias divindades) estava errada.
O cosmos é inanimado, e está inteiramente sob o controle do único Deus." Fonte:
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2010, pgs 5-8.
A Trindade na Bíblia:
Alguns dos maiores equívocos com relação ao texto bíblico e o seu eventual uso
de figuras de mitologias pagãs, como "sátiros", "pilares da Terra" e "Hades", está na
compreensão de sua natureza literária. A Bíblia foi escrita primeiramente para o
entendimento de homens de milênios atrás, dentro de seus devidos contextos pré-
científicos - as Escrituras não poderiam servir apenas para o homem dos últimos
séculos. Há vários textos poéticos e filosóficos na Palavra, de modo que fazer uso de
símbolos variados não caracteriza erro.
"Uma vez que os sistemas de escrita estavam em uso por volta do III milênio
a.C., o que torna desnecessário presumir que tenha existido um longo período de
transmissão oral entre os próprios fatos e a sua documentação em relatos escritos.
Os povos do final do III e início do II milênio a.C. mantinham registros escritos e não
dependiam da memória para os assuntos que consideravam importantes. Os
acontecimentos do período patriarcal podem ter sido registrados logo após sua
ocorrência em textos que o escritos bíblico utilizaria mais tarde como fontes.
Nomes similares aos de Serugue, Naor, Terá, Abrão/Abraão (Gn 11) e Jacó (25)
aparecem em documentos da primeira parte do II milênio a.C.
(...)
As viagens dos patriarcas não devem ser consideradas improváveis. Textos de
Ebla (2300 a.C.) e da Capadócia (2000 a.C.) indicam que as viagens, o comércio e os
negócios ocorriam de forma regular em todo o Oriente Médio.
A lei familiar hurrita, que vigorava em Harã (Gn 12 e 24) e em Nuzi, esclarece
algumas atividades da família de Abraão que, de outra forma, nos deixariam
perplexos. Outro paralelo foi encontrado numa carta de Larsa (antiga cidade suméria
do Eufrates), indicando que um homem sem filhos podia adotar seu escravo como
herdeiro (Gn 15:2).
As histórias patriarcais refletem fielmente costumes que não eram praticados e
as instituições que não existiam nos períodos posteriores, alguns dos quais foram
até mesmo proibidos pelas normas religiosas do Israel tardio. Por exemplo, o
casamento com a meia-irmã (Lv 18:9) e de duas irmãs simultaneamente (Lv 18:18)
eram permitidos nos tempos patriarcais, mas foram proibidos na sociedade israelita
posterior. Esse fato desmente a teoria de alguns críticos, segundo a qual essas
histórias foram inventadas durante o período da monarquia." Fonte: Bíblia de Estudo
Arqueológica, Vida, 2013, pg 73.
"Mas como Deus ficou cansado no final da Criação?" Pode perguntar o cético. Eu
respondo com base na Bíblia de Estudo Defesa da Fé, pg 8: "A palavra 'descansou'
(hebraico shabat) não indica fadiga, mas somente 'cessou'".
"O relato de Gênesis desafia de forma implícita esses antigos mitos da Criação
ao afirmar a unidade e a soberania de Deus e ao apresentar os corpos celestes e as
grandes criaturas marinhas como sua criação e os seres humanos como
administradores - e ainda portadores da imagem de Deus - em vez da ideia posterior
de algo nascido da necessidade ou indolência divina.
A narrativa de Gênesis refere-se ao Sol e à Lua como luminares 'maior' e
'menor'. (...) a Bíblia os reduz à condição de meros objetos físicos" - isso em
contraste com a compreensão pagã de que todos os objetos celestes são divindades.
"O relato de Gênesis rejeita o tema central da religião pagã: a deificação da
natureza. Também é muito interessante que não haja a pretensão de elevar Yaweh
(...) Não há conquista de outros deuses ou monstros e nenhum altar ou cidade é
apontado como o local do início do processo criador de Deus. Nenhum objeto
sagrado é mencionado. O Deus de Gênesis 1 é, de fato, o Deus universal." Fonte: Bíblia
de Estudo Arqueológica, Vida, 2013, pg 5.
"O relato babilônico [Enuma Elish] é uma versão deturpada de uma tradição
original, cuja verdade foi assegurada a Moisés pela inspiração e, assim, livre de suas
incrustações politeístas." Fonte: Manual Bíblico Unger, Merril Frederick Unger, VidaNova, 2006, pg
41.
Tradições de todo o mundo antigo falam de alguma grande inundação, mas não
há discussão maior do que a dada entre o relato de Gênesis e o babilônico, com a
Epopeia de Gilgamés, encontrado na biblioteca de Assurbanípal, rei da Assíria,
proveniente do séc. VII a.C. Vamos aos pontos de interesse:
"Enlil, uma das divindades mais elevadas, fica aborrecido com a cacofonia dos
ruídos que lhe chegam da parte dos seres humanos e decide inundar a terra e
destruir a todos os seres humanos (...). Enki, o deus das águas, revela a intenção de
Enlil ao mortal Utnapishtim, levando-o a construir um enorme barco e enchê-lo de
pares de animais. (...) Por terríveis sete dias e sete noites, Utnapishtim e sua esposa
são sacudidos na embarcação enquanto as águas do dilúvio cobrem a terra. Quanto
as águas finalmente diminuem, o barco se aloja no topo de uma alta montanha,
Utnapishtim solta uma pomba, uma andorinha e um corvo (...). O homem, então,
desembarca e oferece generosos sacrifícios aos deuses (...) [que] concedem vida
eterna e ele e à sua esposa (...)
Um texto acádio (1600 a.C.) reconta basicamente a mesma história (...), exceto
pelo fato de que o herói correspondente a Noé recebe o nome de Atra-Hasis. Uma
versão suméria ainda mais antiga, a Gênese de Eridu, contém (...) [o] relato de um
grande dilúvio. Aqui o herói é Ziusudra. (...)
De acordo com a Bíblia, Deus não apenas se irritou com o ruído da humanidade:
ele ficou profundamente ofendido, e a magnitude do pecado humano 'cortou-lhe o
coração' (Gn 6:5-7). Além disso, seu plano não foi frustrado pela esperteza de outra
divindade. (...) Gênesis atesta para o período mais longo para o Dilúvio, e Noé não
recebeu a imortalidade (...) a maioria dos estudiosos bíblicos acredita que o conto
bíblico não é uma simples adaptação das histórias mesopotâmicas, e sim uma das
várias versões de uma mesma história." Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológica, Vida, 2013, pg
13.
Conclusão: há mais material que poderia ser aqui disponibilizado - alguns dos
que decidi não incluir, pra não tornar o texto exaustivo, vou indicar logo adiante. De
qualquer forma, com o uso de alguns livros pude responder ao desafio do ateu e
evidenciar a sua prepotência ao afirmar que "destruiu a 'mitologia' hebraica". É
possível que alguns dos meus argumentos não sejam dos melhores, mas, mesmo
assim, o texto é suficiente para destruir de modo inquestionável a alegação absoluta
de que "chegou ao fim a 'mitologia' hebraica". Eu entendo que os inimigos da fé
precisam, realmente, estudar bem mais do que uma semana e fazer um uso maior
das fontes que se opõem ao seu pensamento, para realmente verificar se suas
interpretações baseadas no texto bruto e no superficial conhecimento são, de fato,
verazes - ao longo de bons milênios de tradição judaica e cristã é óbvio que todos os
argumentos e percepções que um ateu pode ter contra as Escrituras já foram
respondidos exaustiva e adequadamente. Basta procurar!
Uma das coletâneas de livros mais mal compreendidas pelo público leigo, sem
dúvida. O Antigo Testamento, observado sob a perspectiva dos tendenciosos e
emotivos olhos do Século XXI, tem sido apedrejado contínua e agressivamente,
sendo considerado um livro sanguinário e primitivo. Já trabalhei sobre o assunto nas
postagens "A Bíblia e a Ética" e "Deus e a Guerra", mas entendo ser necessário um
trabalho mais específico sobre o assunto. Tire as suas próprias conclusões.
Contexto histórico: agora que a ala mais leiga e numerosa da crítica das
Escrituras descobriu que é necessário se contextualizar antes de aplicar julgamentos
sobre questões antigas, seguidamente ouvimos a seguinte alegação: "para o cristão
tudo se resolve contextualizando, sendo essa uma forma de amenizar os erros
bíblicos." Ora, qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento e consciência
histórica, capacidade de interpretar textos e a coerência pregada pelos fundamentos
básicos de Direito, saberá que é imprescindível contextualizar tudo o que se analisa,
mesmo tendo se dado uma década atrás - é pretexto para a vilania anticristã
denunciar o uso da exegese e da hermenêutica em prol de um entendimento menos
bruto do Texto Sagrado. Isso não significa que o contexto histórico e cultural justifica
tudo, pois a própria Bíblia prega a existência de uma consciência universal de "certo
e errado", mas, de qualquer forma, não podemos julgar prontamente questões
culturais normativas em países do outro lado do mundo ou de um longínquo
período. Na verdade, as mesmas pessoas que julgam tendenciosamente tudo o que
discordam, se ofendem amargamente quando são julgadas de semelhante modo
("preconceito"). Precisamos da coerência da verdade, da evidência, não do emotivo
"achismo".
A Conquista de Canaã deve ser entendida pelo que ela foi: de todas as
passagens mal compreendidas do Antigo Testamento, a história da Conquista de
Canaã é a mais famosa. Ela é usada pelos críticos das Escrituras como pretexto para
toda o desprezo pelo cristianismo: "com base nela os cristãos podem matar
qualquer um", "ela justifica as maiores atrocidades", "não creio que um Deus bom
possa permitir algo assim". Já cansei de "rinocerontes" em teologia e história
tentando falar sobre a Bíblia, já cansei de gente sem nenhum estudo procurando
destruir a Palavra (leia "A Ditadura dos Rinocerontes"), mas, vamos lá, mais uma vez!
1 - Tratou-se de um evento limitado. As narrativas da conquista descrevem um
período particular da longa história de Israel (lembremos que muitas outras guerras
do Antigo Testamento ocorreram sem a aprovação divina). Já me deparei com o
argumento de que, assim como os israelitas encontraram justificativas divinas para
seus atos, os membros de uma certa religião famosa pelos seus atos terroristas pode
encontrar em seu livro sagrado, mas a diferença é que estes últimos possuem
ordenanças para uma dominação mundial em prol da qual lhes é lícito fazer uso de
forças bélicas, ou seja: a abertura para o uso da força física não se enquadra em
nenhum espaço temporal ou geográfico delimitado, ao contrário do que ocorreu na
Conquista de Canaã, resumida no período necessário para vencer os povos que
haviam ocupado as terras que legalmente pertenciam aos descendentes de Abraão,
que, juntamente com seus filhos, comprara basicamente todos os territórios
cananeus.
2 - É possível que o relato tenha sido exagerado. Assim como outras nações do
Oriente Médio, Israel poderia ter uma retórica de que guerra que, eventualmente,
excedia a realidade.
4 - Deus fez a mesma coisa com Israel. Deus usou Israel para punir os cananeus,
mas disse que, se os israelitas se comportassem da mesma forma que eles, também
seriam severamente julgados (Lv 26:17; Dt 28-25-68). Quando finalmente Israel
sacrificou bebês, foram igualmente destituídos de Canaã, primeiramente Israel
(Reino do Norte), por intermédio dos assírios, e, algum tempo depois, Judá, por
meio da Babilônia.
5 - Existe um aspecto profético nessa Conquista. Assim como Sodoma e Gomorra
e o Dilúvio, Canaã pode ser considerada como uma narrativa prototípica, que
prenuncia o que está por vir.
"Olho por olho": para muitos tal lei tem sido usada como o resumo do padrão
moral do Antigo Testamento, mas a realidade não comporta isso. Não se trata de
uma autorização para vingança ilimitada, pelo contrário: através de tal princípio se
estabelecia a ideia jurídica de proporcionalidade - a punição não deve exercer em
gravidade a transgressão. Se compararmos o restante da Lei do Antigo Testamento
aos outros códigos de leis contemporâneas (babilônicos, assírios e heteus),
percebemos um interesse notavelmente humanitário, especialmente pelos excluídos
("viúvas, órfãos e estrangeiros"). A Lei de Israel operava com prioridades éticas da
vida humana acima da propriedade material, e as necessidade humanas acima dos
direitos civis.
- As Leis Hititas: tais leis chegaram a nós em duas versões, a primeira da época
do Reino Antigo (1600-1400 a.C.) e a segundo do Reino Médio e do Império (1400-
1200 a.C.). A Leis Hititas contemplam vários temas que encontram eco na Bíblia:
brigas que resultam em mutilações ou homicídios intencionais (Êx 21-12-27);
casamentos e dotes (Êx 22-16-17); roubo, especialmente de animais (Êx 22:1-15);
incesto e relações sexuais ilícitas (Lv 18). Há porém uma divergência, em geral, maior
do que uma convergência (para os hititas, se um homem assassinado for encontrado
na propriedade de outra pessoa, o proprietário perderá sua casa, sua propriedade e
ainda pagará uma multa de 6.040 ciclos de prata; se o cadáver estiver em campo
aberto, a vila que estivar ao alcance de 4,8 Km é que pagará a indenização, enquanto
Dt 21:1-9 diz que, nesse caso, os anciãos da vila mais próxima deveriam oferecer um
sacrifício e jurar que não tinham conhecimento do autor do crime, assim se vendo
livres da culpa). As Leis Hititas revelam que longos e complexos códigos de leis já
existiam por volta do II milênio a.C., confirmando que Êxodo e Deuteronômio podem
datar de um período antigo.
- Código de Hamurábi: detalhes você pode ler na postagem "A Bíblia e as Suas
Revoluções". O que eu gostaria de ressaltar, segundo a Bíblia de Estudo
Arqueológica, Vida, é que "não parece haver nenhuma conexão direta entre
Hamurábi e a Bíblia".
Fontes: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2010, pgs 130-131; Bíblia de Estudo
Arqueológica, Vida, 2013, pgs 179, 267, 271 e 281; Manual Bíblico Unger, Merril Frederick Unger,
Vida Nova, 2006, pg 84.
Leia mais sobre isso nas seguintes postagens do EOMEAB: "Deus e a Guerra"; "A
Origem do Judaísmo e a Conquista de Canaã".
Entenda que num mundo sem O Messias, Deus precisava, em paralelo ao livre-
arbítrio, construir um cenário propício para a Sua vinda, por isso medidas pesadas
tiveram de ser tomadas, afim de, pela privação de uns, haver salvação para todos.
Israel, como território e povo, era a peça-chave da revolução que O Pai desde a
Queda planejara, portanto, para o bem do mundo, o Povo Escolhido sofreu um
pouco mais - sofrimento construtivo, pois a Lei os manteve, pela dor, vivos. Uma
dessas leis protetoras é a da primeira passagem acima: todo o filho rebelde, ao
resistir continuamente à disciplina, deveria ser morto. Ora, essa lei se aplicava ao
contexto histórico em que fora inserida, afim de manter Israel vívido, mas como?
Evitando-se a rebeldia das novas gerações, o padrão moral divino inserido nas
primeiras manter-se-ia parcialmente intacto, assim como a unidade política, religiosa
e étnica. Isso é óbvio! Logo, tal medida era necessária em prol de um bem maior,
principalmente quando levamos em conta dois fatores: servia mais como um
símbolo do que uma máquina de matar, pois a sua simples existência evitava a
necessidade vasta de sua aplicação, já que os filhos potencialmente rebeldes
passavam a se conter e evitar a insurreição e, em segundo lugar, porque, com toda a
nação conhecendo-a, aqueles que a desrespeitassem não seriam mortos
diretamente pela Lei ou por Deus, mas estariam praticando uma espécie de suicídio,
pois pediram para morrer de forma consciente e voluntária - como que pisando, de
modo consciente, numa armadilha.
A lei da segunda passagem acima também tem aspectos protetores por dois
motivos: procurava evitar que se inserisse em Israel uma prática comum entre os
povos pagãos, principalmente se levarmos em conta que relações sexuais de todos
os tipos eram vastamente praticadas como rituais religiosos que poderiam perverter
a nação de Israel e, em segundo lugar, afim de abolir todo o potencial autodestrutivo
do Povo Escolhido, pois é lógico que, numa nação largamente homossexual, a
fidelidade conjugal e o amor pela prole seriam afetados, doenças venéreas se
espalhariam e a natalidade diminuiria, fatores letais para uma nação pequena, além
disso, há todo o aspecto profético: a descendência de Abraão seria herdeira da
promessa messiânica e no contexto veterotestamentário isso significava, além de um
nascimento espiritual, uma ligação genética com o Pai da Fé, coisa que mudou
depois de Cristo. Essa lei, porém, ao contrário da anterior, foi reforçada no Novo
Testamento, Romanos 1:26-27, por ser ato totalmente avesso ao plano original dO
Criador e uma real ameaça à existência da família, com potencial poder destrutivo se
levarmos em conta a quantidade de doenças que se propagam com tal ato e sua
improdutividade reprodutiva, resultando antes em caos do que ordem. No final das
contas, qualquer um que possua um bom conhecimento de psicologia e psiquiatria
entende que, sendo o homossexualismo fruto de lares destruídos e disfuncionais ou
traumas sexuais na infância, não vem como herança genética ou carregado de
bondade em si, mas, sim, como resultado de distúrbios em mentes feridas - e é claro
que não me esqueço de todo o aspecto espiritual envolvido nisso. Ora, se o
homossexualismo não se origina da normalidade e ordem, obviamente não pode ser
algo positivo -por isso deve ser tratado-, mas a diferença entre um mundo sem Jesus
e o nosso mundo depois de Sua Primeira Vinda está no fato de que hoje devemos
garantir a liberdade dos homens, pelo livre arbítrio, de serem como desejarem ser,
julgando-se a si mesmos perante Deus.
- Levítico 18:19-23, pgs 229-230: "Sabe-se que o sacrifício de crianças (21) (...),
relações genitorais entre homens (22) e relações tanto de homens quanto de
mulheres com animais (23) eram parte da adoração pagã no Egito, em Canaã e
outras regiões. Provavelmente esse é o motivo de essas práticas estarem agrupadas
aqui. Mas as expressões adicionais no final de cada versículo indicam que aí se
tratava de uma imoralidade mais fundamental do que apenas associação com ideias
pagãs."
Podemos e devemos levar em conta ainda outro ponto: antes de Cristo não havia
"Inferno" para os homens, segundo o que eu constatei nas leituras bíblicas. O que é
chamado de Hades, ou Mundo dos Mortos, parecia mais um local para onde iam os
que morriam sem o conhecimento dO Messias -que ainda não tinha sido
apresentado ao mundo- para esperar a Sua vinda e poder, pelo livre arbítrio, optar
de modo derradeiro por Ele ou não, quando Ele se apresentasse. Toda a humanidade
que existira antes de Cristo ia parar nesse mesmo lugar, para "dormir" e esperar -
Salmos 13:3-, sejam pagãos, sejam Filhos da Promessa. Ainda não havia salvação
eterna no Céu, pois o sacrifício de animais não era nada além de um ato simbólico e
didático, já que nenhum animal era capaz de substituir a necessidade do sacrifício
dO Messias -Hebreus 10:4-, logo, sem Cristo, não pode haver salvação -João 14:6.
Sem Jesus como opção, nenhum humano poderia ser condenado por negá-Lo ou
salvo por aceitá-Lo, logo, todos aqueles que foram julgados por Deus no Antigo
Testamento não foram diretamente enviados ao Inferno, mas, por não conhecerem
O Messias, enviados a um lugar de espera para, posteriormente, terem uma segunda
chance. Sendo assim, os juízos de Deus no AT não foram tão cruéis quanto parecem
ter sido, pois não houve condenação eterna diretamente relacionada a eles. Tanto os
que esperavam pelo Cristo desde o Gênesis 3:15, os que esperavam desde Abraão -
Gênesis 12:1-3, 22:8-, da Primeira Páscoa -Êxodo 12:1-7- ou de Davi -2 Samuel 7:8-
17-, quanto os que não esperavam, tiveram a chance de, recebendo a visita dO
Próprio Messias no Hades, após o sacrifício na Cruz ter sido consumado, dizer-Lhe
"sim ou não". Essa é a justiça, esse é o amor de Deus! Vide 1 Pedro 3:18-20; Salmos
16:8-11; Atos 2:31; João 5:25 e 28. A Bíblia também parece deixar claro que para
alguns povos específicos, tamanha a sua abominação, a condenação eterna já estava
reservada desde o juízo -Judas 7-, mas, de modo geral, parece-me plausível entender
-segundo minha própria compreensão- que houve uma segunda chance para a
maioria -esvaziando-se o Hades de imediato, indo os que negaram Cristo ao Inferno
e os que O tiveram como salvador, ao Céu-, mas que agora, depois de Cristo, depois
de Seu sacrifício e ressurreição, as portas do Inferno se abriram aos que, em vida,
optam por não serem salvos pelo Filho e as portas do Céu estão abertas aos que, em
vida, O aceitam - João 5:29. A peça central do Universo, O Unigênito Filho de Deus,
está posta, a chance é HOJE. Apocalipse 1:18.
“Fez mais o mar de fundição, de dez côvados de uma borda até à outra borda,
perfeitamente redondo, e de cinco côvados de alto; e um cordão de trinta côvados o
cingia em redor.” 1 Reis 7:23 | “Fez também o mar de fundição, de dez côvados de
uma borda até a outra, redondo, e de cinco côvados de altura; cingia-o ao redor um
cordão de trinta côvados.” 2 Crônicas 4:2
Eis uma contradição inventada. Se algum cristão um dia tentou provar que essas
passagens falavam alguma coisa sobre o valor de PI, fracassou, até porque a Bíblia
não está preocupada em informar conhecimento científico oculto nas suas
entrelinhas. De qualquer modo, as medidas ali reveladas, sobre as dimensões do
Mar de Bronze, usado no Templo, são apenas medidas, tidas em côvados, sem
preocupações milimétricas. Nada além disso.
“E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.” Marcos 9:23
É terrivelmente triste ter que se deparar com uma alegação dessas, pois é
simplesmente impossível imaginar que a Bíblia, alguma vez, tenha sugerido que
“1+1 não é 2”, isso em termos materialmente matemáticos. Qualquer um, em
qualquer momento e cultura da História, é capaz de saber disso – e os primeiros
escritores do Oriente Médio o sabiam mais do que ninguém.
Eu ainda não consigo acreditar no fato de alguém ter usado o versículo de
Marcos 9 como justificativa, pois, se for assim, tal versículo poderia justificar
qualquer bobagem. Jesus foi reconhecidamente o maior sábio do seu tempo, de
modo que é óbvio que ele não se referia a questões matemáticas ou de qualquer
espécie de ciência em sua frase, que é muito mais espiritual do que carnal: o Deus
que criou tudo do Nada pode fazer reais todas as coisas que, para ti, parecem
impossíveis. Ele está acima de qualquer Lei Natural. Que eu saiba, de relativista o
cristianismo não tem nada!
Usar esse versículo como justificativa para um "erro bíblico" é desonesto: é óbvio
que os antigos sabiam das qualidades do ouro, que já era conhecido e trabalhado há
milênios (é por isso que o Templo de Jerusalém foi coberto de ouro por dentro: não
haveria necessidade de troca do material com frequência, nem no Santo dos Santos,
acessível só uma vez por ano). A figura da “ferrugem” é usada mais com um símbolo
para a morte, para o desfragmentar de toda a matéria e carne ao longo do tempo,
em oposição aos “tesouros espirituais”. No mais, os antigos não tinham uma
variedade grande de palavras para falar de "desfragmentação", de modo que
"ferrugem" era usado, naquele contexto, para questões além da oxidação do metal.
Ao conhecimento do antigo o ouro era um metal (e é) e, assim como qualquer
matéria, se desgastava e desaparecia com o tempo, mas não se encaixava na
categoria de roupas (traças) e nem na dos organismos (decompositores e
predadores), indo parar na categoria de “corrosão metálica”, que era generalizada
como “enferrujamento”.
B - Erros biológicos?
“Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não
morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” João 12:24
Apenas há uns poucos séculos os seres vivos foram categorizados do modo como
hoje aprendemos nos livros de biologia, isso depois de extensas análises de
comportamento, de anatomia e até de genética. Mas o hebreu antigo, uns 1,5 mil
anos atrás, não tinha acesso a esse conhecimento recente - para ele a classificação
dos animais se dava por métodos diferentes que, segundo os critérios do período,
não caracterizavam erro, mas apenas análises diferentes, para nós peculiares: para
categorizar o coelho era levado em conta o comportamento daquela criatura que,
assim como a vaca, ficava mastigando o pasto por vários minutos sem abocanhar
nada do chão. Como o hebreu ainda não tinha criado coelhos em laboratório para
observação mais científica e, tampouco, aberto vários exemplares para estudar a sua
anatomia, o categorizou dessa forma. É errado? Aos nossos olhos sim, mas
funcionada dessa forma naqueles tempos. Lembro que a Bíblia foi escrita para o
entendimento cultural e histórico de todos os povos, de todos os cantos da Terra, de
todas as culturas e períodos – seria ineficaz divulgar um conhecimento somente
compreensível para a humanidade dos últimos séculos.
“Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma
abominação.” Levítico 11:20
Para o hebreu antigo, qualquer ser que fizesse uso de mais de duas patas para
caminhar era encaixado na mesma categoria. Eles não eram burros para não ver que
insetos possuem mais do que 4 patas, na verdade, o termo usado é mais uma “força
de linguagem”, do que uma informação científica. Sobre essas questões mais
biológicas da Bíblia, farei uso do livro “Uma História Politicamente Incorreta da
Bíblia”, Roberto J. Hutchinson, Agir, 2012, pg 64:
C - Erros geográficos?
“Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para
ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e os desenrola
como tenda, para neles habitar” Isaías 40:22 | E tu, ó filho do homem, assim diz o
Senhor DEUS acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos
da terra.” Ezequiel 7:2
- Isaías 40:22 - "Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos
moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina,
e os desenrola como tenda, para neles habitar." A expressão "círculo" ou
"redondeza", em hebraico "chug", significa "globo".
- "Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor,
e disse: De rodear a terra, e passear por ela." Jó 1:7
Fonte: Perguntas que Sempre São Feitas , Werner Gitt, Actual, 2005, pg 62.
A Bíblia foi escrita para o entendimento dos antigos, de modo não caracteriza
erro usar de figuras do conhecimento popular. De qualquer forma, por “pilares da
Terra” podemos entender “rochas do solo” e, portanto, tal passagem pode referir-se
à atividade tectônica da Terra, que fazia “estremecer” o chão. No mais, há outro
versículo de Jó que fala justamente sobre a “afirmação científica”:
Jó 26:7 - "O norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o nada." Na
Antiguidade era comum acreditar que a Terra repousava sobre um oceano primitivo,
porém o texto de Jó nos informa a verdade de que a Terra, por alguma forma que o
próprio Jó desconhecia, flutuava por sobre um vazio.
Se a Bíblia provém de Deus, como pode conter erros? Para tal, precisamos
analisar duas esferas: a da mensagem principal, que provém da intervenção do
próprio Deus e se insere no fundamento do texto, e a forma do texto, produto do
homem, de sua cultura, de seu conhecimento, de suas limitações e, por fim, das
cópias ao longo dos anos. A Bíblia continua eficaz quando encontramos erros
somente no aspecto superficial, de modo que a mensagem principal permanece
intocada – e consolidada na sociedade Ocidental de tal modo que se pode
reconhecê-la independentemente de um erro de tradução atual.
Alguns erros comuns:
Vamos começar com alguns fatos: o texto bíblico é muitíssimo antigo e já foi
copiado e traduzido inúmeras vezes. Desses pontos todos os entendedores devem
partir, cristãos ou não, defensores ou inimigos da fé. Ocorre que não é suficiente
apenas alegar antiguidade e quantidade de cópias e traduções para sustentar a
existência de erros ou uma configuração bíblica atual totalmente incompatível com o
texto original, embora seja apenas com base nessas duas premissas que os críticos
das Escrituras levantam as suas objeções ao texto bíblico. Eles se baseiam em
verdades inquestionáveis para disseminar deduções desprovidas de uma análise
séria dos materiais de estudo disponíveis sobre a questão, estão por fora do
desenvolvimento histórico da arte de preservar o texto escriturístico, aquém das
descobertas arqueológicas mais poderosas e distantes das melhores traduções. Com
base nas deficiências severas dos discursos que pregam a "inconfiabilidade do texto
bíblico" decidi escrever esse artigo, tomando informações já divulgadas nesse blog e
outras que detenho em minhas fontes. Tire as suas próprias conclusões.
1 - O Antigo Testamento
A - As bases do texto veterotestamentário:
- Parte do conteúdo do Antigo Testamento pode ter sido inicialmente transmitida
através o testemunho oral, porém isso não se aplica ao texto inteiro.
- Várias passagens bíblicas mostram que, desde o primeiro momento, trechos da
Escritura foram honrados e considerados detentores de autoridade (Êx 17:14-16 e
24:3-4 e 7).
- As tábuas dos 10 Mandamentos eram guardadas na Arca da Aliança (Êx 25:16,
21; Hb 9:4) e o livro da lei de Moisés era mantido no Tabernáculo, ao lado da Arca
(Dt 31:24-26).
- Moisés ordenou que os israelitas ensinassem as leis e os estatutos de Deus às
próximas gerações (Dt 4:9).
- A Lei de Moisés era confiada aos sacerdotes, que deveriam ensiná-las ao povo
(Dt 33:10). Os sacerdotes liam a Lei em voz alta publicamente a cada sete anos para
garantir que os israelitas se lembrassem dela (Dt 31:9-11).
- Os sacerdotes receberam ordens de não acrescentar ou retirar nada dos textos
recebidos por Moisés (Dt 4:2 e 12:32). Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento
falam da Lei de Moisés como algo à parte e revestida de autoridade (Js 23:6; 1 Rs
2:3; 1 Cr 22:13; Mc 10:5, 12:26; Lc 2:22 e 16:29 e 31).
Observação: a segurança do relato da Lei está no arquivar do texto original na
Arca da Aliança e no Tabernáculo - se alguém modificasse o texto original, haveria o
protegido material para contestar essas alterações. Em Israel a informação não
estava restrita aos sacerdotes, uma vez que "os pais eram responsáveis por
transmitir a Lei aos filhos" (o que também indica que os ensinavam a ler e a escrever
- os judeus tinham altos índices de alfabetização na época), a Lei era lida
publicamente a cada sete anos (se o texto lido apresentasse alterações, o próprio
povo teria condições de contestá-lo) e os sacerdotes mantinham o povo informado
sobre a Palavra de Deus. A Lei também afirmava que ninguém em Israel estava
acima dela, tornando as autoridades políticas e religiosas tão passíveis de
condenação quanto o povo comum, caso tentassem modificá-la. Vale ressaltar que
nos tempos do Antigo Testamento a disponibilidade de livros era escassa, fazendo
com que a transmissão comum do texto fosse passada oralmente ou decorada pelo
indivíduo quando honrado com a possibilidade de ler o documento, de modo que
muitos israelitas sabiam de cor livros inteiros do Antigo Testamento ou o próprio
Antigo Testamento, sendo capazes de corrigir as imperfeições relatadas
publicamente.
- Outro tipo de documento considerado inspirado no Antigo Testamento é o
"profético", que agrupa oráculos de figuras proeminentes da história do povo
hebreu que profetizaram em nome de Deus e que ganharam aceitação por advento
da realização de muitas de suas profecias (Is 30:8; Jr 25:13, 29:1; Ez 43:11; Dn 7:1; Hc
2:2). Os relatos históricos escritos por profetas também foram aceitos (1 Cr 29:29; 2
Cr 9:29, 12:15, 13:22 e 20:34).
- Daniel 9:2 apresenta a primeira menção a uma compilação de textos bíblicos,
dando a entender que Jeremias fazia parte de uma seção maior de obras revestidas
de autoridades, tidas como "os livros".
- Ao longo da redação do Antigo Testamento, muitos autores citaram os
escritores anteriores (2 Rs 14:6; 2 Cr 25:4 e 35:12; Ed 3:2 e 6:18; Ne 8:1).
- Ao longo da História de Israel os profetas tentaram assegurar o entendimento e
a prática correta dos princípios e ordenanças veterotestamentárias (Jr 7:25 e 25:4; Ez
38:17; Dn 9:6 e 10; Os 6:5 e 12:10).
- Há fortes evidências na tradição judaica e em outras fontes de que o povo
judeu acreditava que a voz profética tivesse cessado após a morte de Ageu, Zacarias
e Malaquias *, existindo a possibilidade de, por volta de 300 a.C., já se ter um cânon
do Antigo Testamento definido em todos os seus elementos fundamentais. *Toseftá,
Sotah 13:2; Talmude babilônico; Sotah 48b; Sanhedrin 11a e Baba Bathra 12a; Seder
Olam Rabbah 30; Talmude de Jerusalém; Taanith 2:1; 1 Macabeus 9:27; Baruque
85:3.
- Jesus aceitou a autoridade do cânon hebraico (Mt 5:17-18). A Igreja, que
brotou do povo judeu, manteve o mesmo cânon hebraico (Mt 23:34-35; Lc 11:50-
51), apenas acrescentando-lhe as obras do Novo Testamento.
B - Como o Antigo Testamento foi copiado?
- Os textos originais do Antigo Testamento provavelmente foram escritos em
pergaminhos de papiro ou de couro (Jr 36). Por terem sido vastamente utilizados, se
deterioraram e, depois de copiados, acabaram sendo enterrados de forma
reverente. Isso também ocorreu com as cópias. Algumas vezes os textos acabavam
sendo armazenados em um "lugar escondido", genizah, até atingirem o volume
suficiente para uma cerimônia de enterro ritual - um desses lugares foi encontrado
em uma antiga sinagoga no Cairo, por volta de 1890.
- Os primeiros responsáveis pela manutenção do texto veterotestamentário
foram os sacerdotes (ou um grupo especial dentre eles).
- Por volta de 500 a.C. a 100 d.C., surgiu o influente grupo de professores e
interpretes da lei, os escribas (soperim), que meticulosamente copiavam e
preservavam a forma mais exata do texto hebraico que pudessem confirmar.
Segundo o Talmude babilônico: "Os homens mais velhos se chamavam soperim
porque contavam todas as letras da Torá".
Atualmente se discute sobre a configuração do verdadeiro texto e o quanto ele
corresponde ao texto massorético. Vejamos algumas considerações:
- Evidências sugerem que de meados do terceiro século a.C. até alguns séculos
depois, vários textos do Antigo Testamento coexistiram, como o proto-TM (uma
forma primitiva do texto massorético hebraico), a Septuaginta e o Pentateuco
Samaritano. As cópias de antes do primeiro século mostram duas tendências por
parte dos escribas: alguns costumavam copiar o texto com exatidão, porém
revisando e atualizando alguns termos para o melhor entendimento do leitor, o que
não caracteriza "contradição", e outros alteravam intencionalmente os textos,
tratando de elementos que consideravam inadequados ou censuráveis, mas, ainda
assim, faziam questão de apontar com grande clareza onde e como fizeram tais
alterações.
- Um grupo de escribas era chamado de tannaim ("repetidores") e preservou as
Escrituras de 100 - 300 d.C. Tal grupo criou meticulosas regras para copiar os
pergaminhos das sinagogas: nenhuma palavra ou letra deveria ser escrita de
memória; se mais de três erros fossem cometidos em uma página, ela deveria ser
destruída. "Era uma prática comum em todo o Oriente Próximo antigo atualizar e
revisar textos."
- Após o primeiro século d.C. os escribas se dedicaram com uma precisão ainda
mais incrível na preservação da exatidão do Texto Sagrado. Manuscritos datados do
primeiro e do segundo século d.C. (por exemplo, de Massada, de Nahal Hever, do
wadi Murabba'at e de Nahal Se'elim), refletem o proto-TM com quase nenhuma
variação de ortografia ou conteúdo (prossegue o debate sobre como um texto tão
preciso foi produzido depois do Primeiro Século).
- Uma grande quantidade de manuscritos e citações rabínicas levam a crer que o
proto-TM foi o principal texto mantido pelo núcleo de autoridade do judaísmo, ao
mesmo tempo em que se distribuíam outras tradições textuais (a Septuaginta e o
Pentateuco Samaritano, por exemplo). Ao que tudo indica, o proto-TM passou a ser,
depois do Primeiro Século, a tradição textual dominante.
2 - O Novo Testamento
A - As bases do texto neotestamentário:
- Os textos que foram incluídos no Novo Testamento precisaram passar por um
rigoroso e crítico crivo de análises: autoria apostólica (direta ou indiretamente),
aceitação dos cristãos desde a sua primeira divulgação e concordância doutrinária
com demais relatos escriturísticos. Se a obra tivesse uma assinatura evidentemente
falsa, em discordância com a forma de escrita e o pensamento do autor falsamente
alegado, e se o seu conteúdo fosse histórica, teológica e doutrinariamente
incoerente, era sumariamente ignorada, acabando por circular apenas em um
restrito grupo ideológica e geograficamente distinto.
- Está bastante claro que os cristãos, desde muito antes dos concílios que
oficializaram o cânon do Novo Testamento (Laodiceia, Hipona e Cartago), já
entravam em consenso sobre os atuais 27 livros que constituem o Novo Testamento.
Se leitor desejar ler algo mais profundo sobre a formação dos cânons do Antigo
e do Novo Testamento, aconselho uma olhada nos seguintes artigos do EOMEAB:
Uma Análise dos Apócrifos, Parte 1: Os Deuterocanônicos (sobre o Antigo
Testamento); Uma Análise dos Apócrifos, Parte 2: Os Pseudepígrafos (sobre o Novo
Testamento); Como o Cânon das Escrituras foi Escolhido? (Bíblia em geral).
"Reconstruir o original (...) [do] Novo Testamento [é fácil] - com uma precisão
acima de 99 por cento, com as incertezas restantes sendo insignificantes. (...)
Existem 5.300 manuscritos grego e porções, 10.000 da Vulgata Latina, e 9.300 de
outras versões. (...) [somando] mais de 24.000 porções de manuscritos (...) sendo
que os fragmentos mais antigos datam entre 50 e 300 anos após o manuscrito
original ter sido escrito. (...)
É essa abundância de material que tem permitido a estudiosos como Westcott e
Hort, Ezra Abbott, Philip Shaff, A. T. Robertson, Norman Geisler, e William Nix
colocarem a restauração do texto original com uma precisão acima de 99 por cento."
A estimativa de "variações circunstanciais" de Hort é de um décimo de 1 por centro,
e a de Abbot é de um quarto de 1 por cento - os números de Hort que incluem as
"variações triviais" ainda é inferior a dois por cento do texto.
"O número de manuscritos do Novo Testamento... é tão grande que é
praticamente certo que a leitura verdadeira de cada passagem duvidosa é
preservada em uma ou outra dessas autoridades antigas. Isto não pode ser dito de
nenhum outro livro do mundo." Sir Frederic Kenyon.
- A documentação do Novo Testamento é, pelo menos, 100 vezes mais confiável
do que o restante da literatura antiga.
Fonte: Os Fatos Sobre a Bíblia, John Ankerberg, John Weldon e Dilon Burroughs, Actual, 2011, pgs 23-
24.
4 - Curiosidades:
Os cristãos possuem dezenas de milhares de documentos antigos que podem ser
usados para verificar a exatidão do relato bíblico. Na sequência, alguns pontos da
história da produção textual bíblica e alguns dos seus manuscritos:
- Os massoretas: Entre 600 e 950 d.C., eruditos judeus, os massoretas,
inventaram um completo sistema de vogais e acentos para pontuar o texto bíblico,
além disso padronizaram o texto, incluindo leituras marginais e variações textuais.
Os mais antigos textos massoréticos são: o Códice do Cairo, 895 d.C., o Códice de
Alepo, 925 d.C., e o Códice de Leningrado, 1108 d.C.
- Os Manuscritos do Mar Morto Apresentam fragmentos de praticamente todos
os 39 livros do Antigo Testamento hebraico (com apenas uma exceção) e, em
especial, um rolo completo de Isaías.
- O Antigo Testamento de Qumran nos aproxima do original: Antes dos
achados, os mais antigos que dispúnhamos eram 1300 anos posteriores ao término
da redação do Antigo Testamento, agora teríamos uma variação de dois ou três
séculos. Nas cavernas de Qumran foi encontrado um rolo completo de Isaías do ano
125 a.C., 1000 anos mais antigo que o texto massorético, 916 d.C. Após análises
comparativas entre a preservação dos escribas massoretas e o texto de Qumran,
chegou-se a uma conclusão espantosa: a Bíblia hebraica e o manuscrito antigo são
95% idênticos, com pequenas variações nos outros 5%, por exemplo: das 166
palavras de Isaías 53, dezessete letras são duvidosas, sendo que dez delas são
diferenças de ortografia, quatro partem de variações de estilo e as outras três são o
acréscimo da palavra “luz” no verso onze, nada que altere o significado. Fonte: Por que
Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pgs 48 e 49.
- Fontes da crítica textual do Novo Testamento: hoje existem mais de 75
fragmentos de papiro do NT, que datam do século II ao III d.C., e compreendem 40%
do texto do NT. O fragmento P52 data de 135 d.C. e contém partes de João 18:31-34
e 37-38; os P45, P46 e P47 pertencem aos Papiros de Chester Beatty I, II e III (200
d.C.); o P66, o famoso Papiro de Bodmer, apresenta o Evangelho de João e data de
aproximadamente 200 d.C.; o P75 pertence ao Papiro XIV-XV de Bodmer, contendo
João e Lucas, também datado de 200 d.C.; o fragmento de John Rylands contém
parte do Evangelho de João e data de 130 d.C. Existem cerca de 300 unciais (os
unciais são pergaminhos escritos com letras maiúsculas, utilizadas dessa forma nos
manuscritos do NT até por volta de 800 d.C.) e mais de dois mil seiscentos e
quarenta e sete minúsculos (textos que datam do século IX ao XVIII e apresentam
uma escrita cursiva ou corrente). Outra forma de literatura cristã é chamada de
"versão", escrita antes do ano 1000 d.C., e entre as versões mais valiosas estão: a
Antiga Latina (século II d.C.), a Vulgata (382-84 d.C.), a Siríaca (séculos IV e V d.C.), a
Copta (séculos II a IV), a Armênia (século V), a Antiga Georgiana (século V), e Etíope
e a Gótica (século IV). Temos também os lecionários, que eram livros usados no
ofício da Igreja, contendo lições das Escrituras - foram resgatados cerca de dois mil
documentos, que datam de 280-1600 d.C. Também temos óstracos, vinte e cinco, e
talismãs, nove, com trechos do NT, datando do século IV ao XIII d.C. Por fim, segundo
Unger, o Novo Testamento é citado cerca de 86 mil vezes pelos Pais da Igreja.
- Quais são os manuscritos mais antigos do Novo Testamento? Com 148 folhas,
o Códice Sinaítico, século IV, apresenta o NT completo; o Códice Alexandrino possui
a maior parte do AT e do NT e data do século V; o Códice Vaticano, século IV, contém
quase todo o AT e o NT - exceto Hb 9:14-13:25, as epístolas pastorais, Filemon e o
Apocalipse; o Códice Efraimita, do século V, contém 145 folhas de um total de 238
do NT; o Códice de Beza, século V, preservou todo o NT; o Papiro I de Chester Beatty,
do século III, contém 38 folhas do códice original de papiro dos evangelhos e de
Atos; o Papiro II de Chester Beatty, século III, contém 86 das 104 folhas originais do
códice de papiro das epístolas de Paulo; o Papiro III de Chester Beatty, século III,
possui 10 das 32 folhas originais do códice de papiro do Apocalipse; o Papiro II de
Bodmer, século III, possui 150 páginas de um códice de papiro do Evangelho de João;
o Papiro XIV-XV de Bodmer, século III, possui todas as 144 páginas dos evangelhos de
Lucas e João.
Fonte: Manual Bíblico Unger, Merrill Frederick Unger, Vida Nova, 2006, pgs 707, 714-716.
Orígenes, um dos Pais da Igreja, fez algo parecido com a Crítica Textual, já que é
o organizador da Héxapla, uma edição de seis textos do Antigo Testamento (o
original hebraico e várias traduções gregas) em colunas paralelas.
Fontes: A Bíblia e Sua História, Stephen M. Miller e Robert V. Huber, Sociedade
Bíblica do Brasil, 2006, pg 208.
4 - Fontes documentais:
O principal recurso da Crítica Textual é o manuscrito antigo. O bom andamento
dessa ciência depende de um bom número de manuscritos antigos de qualidade.
Segue a lista dos principais:
a - Manuscritos:
Papiros:
Foram catalogados, até agora, 96 papiros. Exceto 1 e 2 Timóteo, todos os livros
do Novo Testamento aparecem nos papiros, mesmo que a maioria não se veja em
sua totalidade. Os mais antigos manuscritos neotestamentários conhecidos estão
nessa categoria. Vejamos os principais:
- Papiro de Chester Beatty II: são 86 folhas de um códice das epístolas de Paulo,
contendo, originalmente, 104 folhas. Faltam as epístolas pastorais. Sua data está
entre o final do século II e o início do século III.
- Papiro Rylands 457: tal papiro apresenta parte de João 8:31 a 33 e dos
versículos 37 e 38. Sua forma de escrita o coloca no início do século II (cerca de 130
d.C.). Henry Guppy, com algum exagero, disse que tal documento deve ter sido
escrito "quando a tinta do autógrafo original mal estava seca'.
- Papiros Bodmer VII e VIII: preserva o mais antigo texto de 1 e 2 Pedro e Judas,
além de outros textos relevantes. Remete ao século III ou IV.
- Papiros Bodmer XIV e XV: restaram 102 folhas de um total de 144. Apresenta a
maior parte de Lucas e uma boa parte de João, além de pressupor um cânon dos
quatro evangelhos. É do século III.
Unciais:
São chamados de unciais os manuscritos que começaram a ser preparados em
pergaminho quando o papiro caiu em desuso. O número de unciais catalogados está
em 299, indo até o século XI, cobrindo cerca de sete séculos. Vejamos os mais
importantes:
- Códice Sinaítico: o manuscrito contém 347 folhas com boa parte do Antigo
Testamento e a totalidade do Novo Testamento. Remete ao século IV.
Minúsculos:
São os manuscritos de escrita minúscula preparados do século IX ao XVI. A maior
parte está em pergaminho. Até hoje foram catalogados 2.812 minúsculos. Não
possuem muito valor crítico, pois são todos medievais.
- Família Lake: os manuscritos desse grupo foram escritos nos século XII e XIV.
Uma análise do evangelho de Marcos mostrou que o texto preservado nesses
manuscritos geralmente concorda com o Códice Korieto, parecendo vir de um texto
corrente nos séculos III e IV.
Lecionários:
Os lecionários são documentos de uso litúrgico, para acompanhar os cultos e as
datas especiais. Até o momento foram catalogados 2.281 lecionários - eles
começaram a surgir entre o final do século III e o início do século IV, mesmo que o
mais antigo fragmento deles seja do século V. De um quarto a um terço dos
lecionários conhecidos são de Atos e das epístolas; perto de uma centena combina
Atos, os evangelhos e as epístolas; e todos os demais são dos evangelhos.
Óstracos:
Os óstracos são pequenas porções de texto escritas em restos de cerâmica. São
conhecidos 25 óstracos do Novo Testamento. Eles não possuem muito valor para a
Crítica Textual.
Talismãs:
São objetos em madeira, cerâmica, papiro ou pergaminho, e se destinavam a
servir de proteção contra o mal. Existem 9 talismãs do Novo Testamento, datados do
século IV ao XIII. Possuem pouco valor para a Crítica Textual.
b - Antigas versões:
Depois dos manuscritos gregos, as mais importantes fontes para a Crítica Textual
são as antigas versões, ou seja, as primeiras traduções. As versões começaram a
aparecer por volta de meados do século II. As mais antigas são a Siríaca, a Latina e a
Copta. Embora os mais antigos manuscritos das versões não ultrapassem o início do
século IV, ou o final do século III, elas evidenciam um estágio de desenvolvimento
não posterior ao final do século II.
Siríaca:
As primeiras traduções do grego provavelmente foram feitas para essa língua,
isso já por volta do ano 150. São cinco traduções siríacas principais:
- Siríaca Filoxeniana: foi preparada nos anos de 507 e 508. Soi conhecidos dois
manuscritos, contendo 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Latina:
Existem duas versões latinas: a Antiga Latina, englobando as traduções feitas até
o século IV, e a Vulgata Latina, preparada por Jerônimo entre 383 e 405 d.C.
Evidências indicam que as versões latinas começaram a surgir no século II. Até hoje
foram catalogados cerca de 70 manuscritos da Antiga Latina - nenhum, porém,
apresenta o NT completo. Eles cobrem um período que vai do século IV ao século
XIII. Da Vulgata existem cerca de 10.000 manuscritos, sendo o mais antigo do século
V - podendo ter sido copiado quando Jerônimo ainda vivia. O melhor manuscrito
antigo da Vulgata é o Códice Amiatino, do século VIII.
- Códice Fleury: data do século V. Possui uma quarta parte de Atos, porções das
epístolas católicas e o Apocalipse.
- Códice Varcelense: foi escrito no século IV. Segundo uma tradição, ele foi
copiado por Eusébio, bispo de Vercelli, martirizado em 370 ou 371. Contém os
evangelhos.
Copta:
As traduções do Novo Testamento para o copta começaram no século III.
- Copta Boaírica: tal tradução foi feita no século IV e é testemunhada por cerca
de 100 manuscritos, sendo um do próprio século IV.
- Copta Fiúmica: há poucos manuscritos dessa versão e um dos mais antigos data
do século IV, contendo João 6:11 a 15:11.
- Copta Acmímica: um dos mais antigos dessa versão é datado entre 350 e 375
d.C., contendo o evangelho de João.
Outras versões:
Há diversas outras versões antigas do NT, como a Gótica, a Armênia, a Etíope, a
Geórgica, a Nubiana, a Arábica e a Eslava. A maioria dessas versões não foi traduzida
do grego, com exceção da Gótica, do século IV.
c - Citações patrísticas:
O Novo Testamento também foi preservado nas diversas citações dos Pais da
Igreja, feitas em seus sermões, comentários, cartas e outros trabalhos. A maior parte
delas está entre os séculos IV e V. É possível reconstruir praticamente todo o Novo
Testamento só com essas citações - só com Orígenes isso quase é possível. Justino
Mártir citou o NT 387 vezes; Irineu, 1.819 vezes; Clemente de Alexandria, 2.406
vezes; e Orígenes, 17.922 vezes. Alguns dos Pais da Igreja (e inimigos dela) mais
importantes para a Crítica Textual são:
- Agostinho (354-430);
- Ambrósio (337-397);
- Atanásio (295-373);
- Basílio (330-379);
- Cipriano (200-258);
- Cirilo (370-444);
- Cirilo (315-386);
- Clemente (155-215);
- Eusébio (265-339);
- Gregório (330-394);
- Hipólito (170-235);
- Irineu (140-202);
- Jerônimo (340-420);
- João (345-407);
- Justino (100-165);
- Marcião (90-160);
- Orígenes (185-254);
- Taciano (110-172);
- Teodoro (350-428);
- Tertuliano (150-220).
Fonte: Crítica Textual do Novo Testamento, Wilson Paroschi, Vida Nova, 2008, pgs 15-21 e 43-73.
Conclusão:
Diante dessa fartura de documentos, considerando a sua antiguidade, a
qualidade de muitos, a abrangência de alguns e a quantidade, somando isso às
versões e às citações patrísticas, fica difícil sustentar a ideia de que perdemos
completamente a redação conforme nos foi deixada pelos apóstolos e evangelistas.
O texto dos autógrafos está preservado nesses manuscritos e é possível identificá-lo
com grande grau de segurança através de comparações e outros métodos da Crítica
Textual. Com base em coisas assim, é que hoje se pode desferir uma declaração tão
poderosa quanto a sequinte:
"Assim, depois dos quase 500 anos do texto impresso e das mais de mil edições
já surgidas desde Erasmo, além das centenas de outros estudos técnicos, a crítica
textual do NT chegou a um estágio tal de desenvolvimento que a concordância entre
os estudiosos quanto ao texto crítico moderno é espantosamente grande, ao passo
que ao número de variantes ainda contestadas é por demais reduzido. E, mesmo
que uma nova edição venha a divergir em alguns pormenores do texto que é hoje
geralmente aceito, as descobertas e pesquisas mais recentes mostram que nosso NT
grego 'deve estar muito próximo do texto primitivo dos escritos do NT, que foram
introduzidos no cânon'. O Texto Recebido é um caso completamente encerrado." Tal
dizer se encontra depois de um resumo da história da produção da Bíblia impressa e
suas versões.
Fonte: Crítica Textual do Novo Testamento, Wilson Paroschi, Vida Nova, 2008, pg 139.
- Mateus e Lucas com base em Marcos: ao que parece, por Marcos ter escrito
seu evangelho antes, Mateus e Lucas tomaram como fonte, além da “Q” e “M”, o
evangelho em questão: a essência de 606 dos 661 versículos de Marcos reaparece
em Mateus e 380 em Lucas. Dos 1068 versículos de Mateus, aproximadamente 500
possuem o mesmo conteúdo de Marcos; dos 1149 de Lucas, cerca de 380 reforçam o
que lemos em Marcos. Há somente 31 versículos de Marcos que não aparecem em
Mateus e Lucas. Há 250 versículos de material em comum entre Mateus e Lucas,
porém inexistente em Marcos; 300 versículos exclusivos de Mateus e 520 exclusivos
de Lucas. Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, Vida Nova, 2010, cap. 4, pgs 41 e
42.
- Evangelho de João: escrito pelo Apóstolo João, por volta de 85-90 d.C.. João é
considerado o “discípulo a quem Jesus amava” e, portanto, tinha um relacionamento
emocionalmente estreito com o Messias, de quem escreveu com base em seu
próprio testemunho. Dorothy Sayers afirma: “é João o único a apresentar-se como
um relato direto de uma testemunha ocular. E para quem quer que esteja
acostumado com o tratamento construtivo de documentos, a evidência interna
confirma esse pressuposto”. A. T. Olmstead, falecido professor de história oriental
antiga da Universidade de Chicago afirmou que o capítulo 11 exibe “toda a minúcia
circunstancial da testemunha ocular convicta”, além de ter dito que a narrativa do
capítulo 20 é “narrada incontestavelmente por uma testemunha ocular – plena de
vida e destituída de qualquer detalhe a que possa o cético usar para fazer uma
objeção justificável”. Vale, ainda, lembrar que, depois da morte de Cristo, João ficou
responsável pelos cuidados de Maria, mãe de Jesus, de quem, de certo, ouviu
relatos. Seu alvo era o público tanto grego, quanto judeu. Fonte: Merece Confiança o Novo
Testamento?, F. F. Bruce, Vida Nova, 2010, cap. 4, pg 61-79.
Segundo a notícia veiculada pelo Correio Braziliense, a idade exata do local não
foi devidamente precisada, mas considerando o período no qual o povo judeu fez
uso de ossuários e a estética funerária, a estrutura pode ser datada com relativa
segurança entre os anos 20 e 70 do Século Primeiro - na última data, por advento da
destruição de Jerusalém pelos romanos, os ossuários de pedra deixaram de ser
utilizados na região. O que realmente impressionou no local foram algumas
inscrições em grego e o desenho do Grande Peixe com o profeta Jonas na boca -
desenhos de peixe eram proibidos pelo judaísmo do Século Primeiro (ainda mais
num sepulcro), indicando que o túmulo não era de judeus, mas, possivelmente, de
cristãos. O peixe era um símbolo bastante usado pelos cristãos - Jesus multiplicou
peixes, profetizou Sua ressurreição utilizando como ilustração os três dias nos quais
Jonas permaneceu na barriga do Grande Peixe e a palavra "ichthys" ("peixe" em
grego) servia de acrônimo para "Jesus Cristo". As inscrições gregas, porém, é que
realmente espantaram os pesquisadores.
Mesmo que algumas letras tenha se apagado, é possível ler uma das inscrições
da seguinte forma: "Deus, Jeová, ascenda, ascenda" - ou "O Divino Jeová se ergue";
“Divino Jeová, me levante, me levante”; “Divino Jeová, me levante até o Lugar
Sagrado”. Segundo Tabor, essa inscrição ou tem algo a ver com a ressurreição dos
mortos, ou é uma alusão direta à ressurreição de Cristo - a segunda interpretação
parece mais correta, unida-a ao desenho do Grande Peixe com Jonas, que, como já
dito, Jesus usou como ilustração profética para a Sua ressurreição. Trata-se apenas
de uma possível alusão, não sendo nada conclusivo.
Os testes realizados nas amostras revelam uma idade de pouco menos de 2000
anos - Século Primeiro. Análises feitas na Universidade de Oxford e pelo Swiss
National Materials Laboratory, de Dubendorf, Suíça, reconheceram que o trabalho
feito nos metais é compatível com o que era realizado no período romano e verificou
que o material foi fundido com elementos extraídos na região do Mediterrâneo. A
corrosão do metal dos livros evidencia a sua antiguidade - tal corrosão é prova de
que não há fraude. Sendo assim, ele é de um período e uma região próximos ao
ministério de Cristo.
Os opositores do artefato também alegam que não era costume colocar algo
além do nome do falecido no ossuário - no máximo se colocava também a filiação -,
mas o professor de história das religiões, André Chevitarese, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, apresenta uma boa justificativa: "A inscrição atribuiria a
Tiago uma certa honra e diferenciação por ser irmão de Jesus. Como se Jesus já
fosse um popstar naquela época.”
Caso forem verdadeiros, temos inscrições e gravuras de quase 2 mil anos, não
apenas cópias de documentos mais antigos. Seriam, nesse caso, produtos do
interesse de alguns dos primeiros seguidores de Cristo!
É sabido que o Evangelho de Marcos serviu de fonte para Lucas e isso torna
provável que tal documento tenha sido redigido em meados dos anos 50 d.C. – é
certo que não foi escrito após 60 d.C. Marcos, cuja redação se deu entre 25 e 30
anos após a crucificação, surgiu, no máximo, uma geração depois dos eventos que
descreve – centenas, ou milhares, de testemunhas da verdade dos fatos ocorridos na
Palestina ainda estavam vivas para concordar com o texto em circulação ou, se fosse
o caso, apontar seus erros. Nem os judeus da classe sacerdotal, muitos desejosos
por acabar com a mensagem cristã, conseguiram apontar erros históricos em
documentos como Marcos, sendo que eles também foram testemunhas. Como o
povo de Jerusalém, que, por exemplo, viu a morte de Cristo e presenciou muitas de
suas ações e mensagens, acreditaria num relato mentiroso escrito duas ou três
décadas depois dos eventos? Os inimigos do cristianismo do período jamais
questionaram a historicidade de Cristo, alegando que, na verdade, os milagres eram
realizados por intervenções demoníacas – muitos nem questionam a ressurreição,
sugerindo que a mesma se deu por encantamento.
3 – A veracidade da Mensagem:
Josh McDowell, Lee Strobel e outros apologistas argumentam que as provas
apresentadas nos Evangelhos seriam aceitas em qualquer tribunal da Terra. Um dos
pontos mais interessantes dessa argumentação está no fato de que temos
testemunhas (os evangelistas) que corroboram umas com as outras, sugerindo a
veracidade dos fatos relatados, mas que não são tão exatamente idênticas para
sugerir uma conspiração. Pessoas diferentes escreveram coisas parecidas, mas em
lugares distantes e momentos particulares – os apóstolos não se reuniram num
comitê para, nalguns dias, produzirem um evangelho unificado. Como já falado, até
os inimigos da fé acabaram contribuindo, já que não negam a ocorrência dos fatos
da vida de Jesus, mas consideram-no blasfemo, insano ou possesso.
5 – O Concílio de Nicéia:
O Concílio de Nicéia, ocorrido em 325 d.C., atesta, de fato, a divindade de Cristo,
mas o que ele fez não foi inovar, apenas confirmar um ensino ortodoxo de longa
data. Era necessário emitir um credo oficial sobre a doutrina da Igreja,
particularmente a doutrina da encarnação, já entendida pela maioria dos cristãos há
muito tempo. Tal credo foi formulado também como resposta ao desenvolvimento
de ensinos heréticos, especialmente aqueles que questionavam a humanidade ou a
divindade de Jesus, como o arianismo, o gnosticismo e o docetismo.
Uma prova de que o Concílio de Nicéia, através do Credo Niceno, apenas tornou
mais claro aquilo que os cristãos anteriores já concebiam, está no credo batismal de
150 d.C., que diz: "Creio em Deus, o Pai, e em Jesus Cristo, seu único filho, nosso
Senhor, nascido do Espírito Santo e da virgem Maria, que foi crucificado sob Pôncio
Pilatos e sepultado, ressuscitou no terceiro dia de entre os mortos, subiu aos céus,
está assentado à direita do Pai, de onde virá para julgar os vivos e mortos; E no
Espírito Santo, a santa Igreja, a remissão dos pecados, a ressurreição da carne."
Uma palavrinha aos que sugerem que o cristianismo foi forjado pelos romanos
depois de 70 d.C.: é impossível encontrar uma resposta para as menções aos cristãos
e ao Messias de antes dessa data e não há como explicar os motivos que levaram o
Império Romano a perseguir tão ferozmente a religião que eles mesmos inventaram.
Por qual motivo o Imperador iria sugerir a criação de algo que feria a própria ideia
que sustentava o seu trono, sobre o fato de ele, o dirigente de Roma, ser
descendente dos filhos dos deuses e merecidamente digno de adoração? Tal
sugestão seria absurda, pois, de fato, levou muitos cristãos a evitar o culto ao
imperador, a negar o serviço militar e ao afastamento dos costumes romanos, sendo
interpretados como inimigos do pensamento, da religião, da cultura e do Imperador
romano. Apaziguar os judeus, sempre transtornados com o domínio romano da
Palestina, através de uma mensagem de amor, também não parece válido: depois de
70 d.C. não havia motivo para ter nos judeus uma ameaça digna de tal maquinação
que, no máximo, os manteria distantes do culto ao Imperador. Inventar e inserir o
cristianismo na Palestina para suprimir pequenos distúrbios em cidades de fora da
região também não me parece uma alegação satisfatória.
Fonte: Apologética Cristã Para o Século XXI, Louis Markos, Ph.D., Central Gospel, 2013, pgs 186-189 e
223-225; O Jesus Fabricado, Craig Evans, Cultura Cristã, 2009, pg 94; Mosaico Teológico, Rodrigo Bibo de
Aquino, Alexander Stahlhoefer, Maurício Machado e Alexandre Milhoranza, BTbooks, 2013, pg 12.
Já cansei de ouvir críticos das Escrituras bradando que não há diferença alguma
entre a Bíblia e os demais livros sagrados, sendo que ou todos estão certos e não
importa a escolha ou todos estão errados. Será que a Bíblia é igual aos demais livros
sagrados? Segue um breve estudo - tire as suas próprias conclusões.
Não são poucos os que ainda hoje questionam a existência de Jesus. Será que,
de fato, Jesus não existiu? A leitura do breve estudo que segue se propõe a mostrar
algumas das evidências em favor da Sua existência - tire as próprias conclusões.
-Suetônio, Séc. II, em A Vida dos Doze Césares, fala sobre a expulsão de Roma
dos judeus que pertenciam à "seita de Chrestos", que se deu entre 40 e 49 d.C. Fonte:
Jesus, Christiane Rancé, pg 17, Edit. P&M Poket.
-Plínio, o Jovem, quando governador da Bitínia -Ásia Menor-, enviou uma carta
ao imperador Trajano descrevendo o progresso do cristianismo em sua província -
111 d.C.-, dando uma luz sobre a rapidíssima expansão da nova fé. Fonte: Jesus,
Christiane Rancé, pg 17.
-Flávio Josefo, famoso historiador judeu do primeiro século, disse em
Antiguidades XVIII: “Por essa, Jesus, um homem sábio, se é que é justo chamá-lo de
homem, pois ele fez coisas maravilhosas; e o que ele ensinava era recebido com
alegria. Ele atraiu multidões para si.” Fonte: Jesus, Christiane Rancé, pg 16; O Novo Testamento,
Sua Origem e Análise, Merril C. Tenney, pg 215 Edit. Shedd Publicações; Merece Confiança o Novo
Testamento?, F. F. Bruce, pg 141, Edit. Vida Nova; Por que Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, pg 57, Edit.
Ultimato. E, ainda, em Antiguidades XX, ao falar sobre o martírio de Jacó, em 62 d.C:
“O Sumo Sacerdote Anan convocou uma assembleia de juízes e mandou trazer
aquele chamado Jacó, irmão de Jesus, o dito Cristo, e alguns outros, acusou-os de
terem transgredido a Lei e os entregou ao apedrejamento”. Fonte: Jesus, Christiane Rancé,
pg 16.
-Tácito, historiador romano do segundo século, em Anais (15 e 44): “Nero retrata
como culpadas e entrega a tormentos dos mais refinados as pessoas, detestadas por
suas infâmias, que a turba chamava de cristãos. Este nome deriva de Cristo, a quem
o procurador Pôncio Pilatos, sob o principado de Tibério, entregou ao suplício”. Fonte:
Jesus, Christiane Rancé, pg 17; Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, pg 152.
-Mara Bar-Serápion, ao filho Serápion, pouco depois de 73 d.C.: “Que proveito
tiveram os atenienses ao tirar a vida de Sócrates? Fome e peste lhes sobrevieram
como juízo pelo nefando crime que cometeram. Que lucro obtiveram os cidadãos de
Samos ao lançar Pitágoras às chamas? Num instante seu território se viu coberto de
areia. Que vantagem alcançaram os judeus com a execução de seu sábio Rei? Foi
justamente em seguida a esse fato que o reino deles foi abolido. Deus, com justiça,
vingou esses três sábios; os atenienses foram consumidos pela fome; os sâmios
foram tragados pelo mar; os judeus foram arruinados e banidos da própria pátria,
vivendo em completa dispersão. Entretanto, a morte não extinguiu a Sócrates, que
continuou a viver no ensino de Platão. A morte não aniquilou Pitágoras, que
continuou a viver na estátua de Hera. Nem o sábio Rei a morte destruiu, pois
continuou a viver nos ensinos que transmitia.” Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?,
F. F. Bruce, pg 148.
-Luciano, satírico escritor grego do segundo século: “... o homem que foi
crucificado na Palestina por ter introduzido este novo culto no mundo. [...] Além
disso, seu primeiro legislador persuadiu-os de que são todos irmãos uns dos outros
depois de ter entrado em transgressão de uma vez para sempre, por meio da
negação dos deuses gregos e pela adoração do próprio sofista crucificado e em
virtude de viverem sob suas leis.” Fonte: O Novo Testamento, Sua Origem e Análise, Merril C.
Tenney, pg 216. E ainda: “Os cristãos, você sabe, adoram um homem até hoje, uma
pessoa distinta que introduziu novos rituais e foi crucificado por isso”, A Morte do
Peregrino, 11-13.
“Gosto de me proclamar um historiador. Minha abordagem em relação à cultura
é histórica. E estou dizendo: há mais evidências para a vida, a morte e ressurreição
de Cristo do que para muitos fatos da história antiga.” Edward Musgrave Blaiklock,
professor de cultura clássica da Universidade de Auckland. Fonte: Uma História
Politicamente Incorreta da Bíblia, de Robert J. Hutchinson, pg 37.