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Paulo:

O Apóstolo e suas cartas


Um perfil do apóstolo
A literatura epistolar

Créditos:
CARSON, D. et al. Introdução ao Novo Testamento.
2ª. Edição. São Paulo: Vida Nova, 2008.
O Apóstolo Paulo

Desempenhou papel vital para o


estabelecimento e crescimento da Igreja.

Suas 13 cartas correspondem a ¼ do NT.

Sua teologia ajudou na compreensão do


papel da graça de Deus em Cristo.

Quem foi este homem chamado Paulo?


O Apóstolo Paulo
Antecedentes e formação dispersos nas
epístolas e agrupados por Lucas em dois
discursos: At 22.1-22 e At 26.2-23.
26.2-23
Cidade natal: Tarso, Cilícia, Ásia Menor.
Capital da província, próspera e culta.
Cidadão romano: título herdado por direito
de nascimento (At 22.28).
“Criei-me nesta cidade”, isto é, Jerusalém,
Jerusalém
“aos pés de Gamaliel” (At 22.3).
Mais helenista ou mais judaico?
O Apóstolo Paulo
Qual a influência do mundo helênico para a
teologia do apóstolo Paulo?
Escolas históricas do séc. 20: Paulo é tão
influenciado pela cultura helênica e seus
cultos de mistério que transformou
drasticamente a mensagem de Jesus, que
era simples e de ênfase ética, numa religião
especulativa e mística
Essas afirmações não tem fundamento. Se
houve algum “empréstimo”, foi na forma e
não na essência dos ensinos.
O Apóstolo Paulo
Qual a influência do judaísmo para a
teologia do apóstolo Paulo?
Numa reação contra o “Paulo helênico”,
muitos estudiosos passaram a vislumbrar o
judaísmo rabínico como essencial para forjar
o pensamento de Paulo.
Paulo tem dívida com sua formação judaica,
pois ela lhe aproximou do A.T.
Sua conversão, contudo, levou-o a uma
revisão completa de seu judaísmo. Aproveita
sua formação redentivamente.
O Apóstolo Paulo
Qual a influência do Antigo Testamento
para o pensamento de Paulo?
Fica clara sua dívida com o A.T. não apenas
nas cerca de 90 citações diretas, mas ainda
mais por meio das inúmeras alusões
indiretas: o Antigo Testamento moldou o
mundo conceitual (ou a cosmovisão) do
apóstolo Paulo.
Hermenêutica apostólica: a escatologia e a
cristologia são as chaves interpretativas por
meio das quais Paulo “abre” o A.T.
O Apóstolo Paulo
“Hebreu de hebreus” e “fariseu” (At 22.3,
26.5; Gl 1.14; Fp 3.5-6).
Seguia o judaísmo com seriedade e zelo.
Seu mestre, Gamaliel, era da escola de Hilel,
conhecida como “liberal”.
Paulo divergiu de seu mestre ao perseguir o
movimento cristão primitivo.
Estrada de Damasco: confronto com Jesus
ressuscitado transforma perseguidor no
mais destacado pregador cristão.
O Apóstolo Paulo
Experiência descrita quatro vezes: At 9.3-6;
22.6-11; 26.12-15; Gl 1.15-16.
Não foi uma experiência psicológica.
psicológica Paulo
iguala a revelação (apocalipsis) de Jesus a ele
aos aparecimentos do Cristo ressurreto aos
outros apóstolos (1Co 15.5-8).
Foi uma conversão e um chamado.
Esse acontecimento tem um papel
fundamental para a compreensão da teologia
de Paulo. Ele se compreende como
importante na história da salvação.
O Apóstolo Paulo
Paulo se vê como um apóstolo,
apóstolo
particularmente enviado aos gentios.
Quando escreve suas cartas, tem consciência
desta autoridade.
Seu evangelho veio mediante revelação de
Jesus Cristo (Gl 1.12). Não recebeu de
homem nenhum, mas diretamente do
Senhor.
Por outro lado, reconhece sua dívida para
com outros cristãos mais antigos, que lhe
transmitiram tradições sobre a fé.
O Apóstolo Paulo
Paulo teve acesso a ensinos do Jesus
terreno?
Há poucas menções de eventos e discursos de
Jesus.
Por outro lado, é provável influência
indireta em alguns trechos (escatologia de
Tessalonissenses e Sermão Profético e
discurso ético de Rm 12 e Sermão do monte).
A teologia de Paulo é compatível com a de
Jesus e dependente dela.
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
Por que Paulo – e os outros apóstolos –
utilizaram cartas para ensinar igrejas?
Esse não era um modo tradicional de ensino
entre os judeus ou gregos.
O uso de cartas é fruto do crescimento
rápido das igrejas e da natureza missionária
e itinerante do ministério dos apóstolos.
O movimento cristão precisou de um meio
de comunicação rápido à distância, e as
cartas foram convenientes e necessárias.
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
Por que Paulo – e os outros apóstolos –
utilizaram cartas para ensinar igrejas?
As cartas eram um meio de comunicação
rápido à distância e que, ao mesmo tempo,
davam um caráter próximo e pessoal à
mensagem. Eram convenientes!
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
Eram muito populares no mundo romano.
Forma tradicional das cartas clássicas:
Endereço e saudação
Corpo
Conclusão
Cartas cristãs:
Endereço: em geral expandido
Saudação: transformada em oração por bênçãos.
Corpo: em geral mais extensas que seculares.
Conclusão: Peculiar, bênção e doxologias.
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
As cartas do N.T. lembram cartas antigas,
mas as semelhanças são muito genéricas.
As semelhanças são mais ligadas aos
elementos que tem que estar presentes em
qualquer carta.
As diferenças decorrem talvez da influência
judaica, e mais provavelmente da natureza
peculiar do propósito para a qual foram
escritas.
Comparação das cartas do NT com cartas
seculares não obtiveram grande êxito.
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
A figura do amanuense:
Era um escriba mais versado do que o
remetente, usado por questões práticas.
No NT há uso de amanuense: Rm 16.22,
Tércio foi quem escreveu a carta.
Qual o nível de participação do amanuense
na composição?
Nas cartas paulinas, associados próximos
talvez tivessem alguma participação na
composição. Isso influenciou no estilo.
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
A compilação das cartas de Paulo:
Teoria da compilação repentina:
As cartas de Paulo teriam sido negligenciadas
num primeiro momento e somente depois
alguém tomou a iniciativa de compilá-las.
Numa hipótese, Marcião foi primeiro
compilador e respostas “ortodoxas” vieram no
século 2.
Goodspeed: as cartas de Paulo foram
negligenciadas até a publicação de Atos (c. 90) e
então Onésimo começou a compilar as cartas e
escreveu Efésios como “caput”.
O Uso de Cartas pelo Apóstolo
A compilação das cartas de Paulo:
Teoria da compilação gradual:
Teorias da compilação repentina são meramente
especulativas.
É provável que as cartas circularam entre as
igrejas muito antes do final do século 1º: veja Cl
4.16 e 2Pe 3.16.
É improvável a figura de um compilador;
coleção completa no final do séc. 1 (Zahn).
De qualquer forma, não há margem para um
amplo processo editorial. O mais provável foi
mera compilação e cópia.

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