Você está na página 1de 48

Universidade Federal de São João del-Rei DCTEF

Departamento de Ciências Térmicas e dos Fluidos


Graduação em Engenharia Mecânica

Disciplina: Mecânica dos Fluidos 2

Análise dimensional, semelhança e modelos físicos

Prof. Dr. Rafael Romão da Silva Melo


Sumário


Outros exemplos aplicação do teorema dos Pi’s

Semelhança e uso de modelos físicos

Exemplos sobre semelhança
Aula anterior: exemplo 1
Aula anterior: exemplo 2
Exemplo 3: efeito capilar
Exemplo 3: efeito capilar


Dados:


Determinar:
Exemplo 3: efeito capilar

PASSO 1: Liste todos os parâmetros dimensionais envolvidos.


PASSO 2: Selecione um conjunto de dimensões fundamentais (primárias).
M, L, T


PASSO 3: Liste as dimensões de todos os parâmetros em termos das dimensões
primárias.

r = 3 , sendo as dimensões: M, L e T
L L M M
L 2T 2 T 2
Exemplo 3: efeito capilar


PASSO 4: Selecione da lista um conjunto de r parâmetros dimensionais que inclua
todas as dimensões primárias.

L L M M
L2T2 T2

PASSO 5: Forme equações dimensionais, combinando os parâmetros selecionados
no Passo 4 com cada um dos outros parâmetros remanescentes, um de cada vez,
a fim de formar grupos dimensionais.

Façamos m = r = 3

Haverão n – m = 4 – 3 = 1 grupo adimensional.
Exemplo 3: efeito capilar


PASSO 5:
Equação adimensional 1:

M:
L:
T:
Exemplo 3: efeito capilar


PASSO 5:
Equação adimensional 1:

Solução: retornar e subtrair 1 de m


(m=m-1)
Exemplo 3: efeito capilar

Inicialmente: m = r = 3

Agora: m = m - 1 = 2

Serão 2 variáveis repetentes

Haverão n - m = 4 – 2 = 2 grupos adimensionais

Escolha das variáveis repetentes:

Antes: Agora

L L M M L L M M
L2T2 T2 L2T2 T2
Exemplo 3: efeito capilar


PASSO 5:
Equação adimensional 1:

M:
L:
T:
Exemplo 3: efeito capilar


PASSO 5:
Equação adimensional 2:

M:
L:
T:
Exemplo 3: efeito capilar


PASSO 6: Certifique-se de que cada grupo obtido é adimensional

L/L = 1

= 1
Exemplo 3: efeito capilar


Enfim:
Exemplo 4: Elevação de uma asa

● A força de sustentação FL, responsável para elevação de uma asa, está em função de diversas
variáveis: Velocidade V da corrente livre, velocidade do som no ar c, massa especifica e
viscosidade do ar, ρ e μ, respectivamente, comprimento da corda do perfil aerodinâmico Lc do
ângulo de ataque α. Determine um conjunto de grupos adimensionais que possa ser usado para
relacionar os dados.
Exemplo 4: Elevação de uma asa


Dados:


Determinar: um conjunto de grupos adimensionais que possa ser usado para
relacionar os dados.
Exemplo 4: Elevação de uma asa


PASSO 1: Liste todos os parâmetros dimensionais envolvidos.
n = 7 parâmetros


PASSO 2: Selecione um conjunto de dimensões fundamentais (primárias).
M, L, T


PASSO 3: Liste as dimensões de todos os parâmetros em termos das dimensões
primárias.

r = 3 , sendo as dimensões: M, L e T
Exemplo 4: Elevação de uma asa


PASSO 4: Selecione da lista um conjunto de r parâmetros dimensionais que inclua
todas as dimensões primárias.


PASSO 5: Forme equações dimensionais, combinando os parâmetros selecionados
no Passo 4 com cada um dos outros parâmetros remanescentes, um de cada vez,
a fim de formar grupos dimensionais.

Façamos m = r = 3

Haverão n – m = 7 – 3 = 4 grupos adimensionais
Exemplo 4: Elevação de uma asa


PASSO 5:
Equação adimensional 1:
Exemplo 4: Elevação de uma asa


PASSO 5:
Equação adimensional 2:
Exemplo 4: Elevação de uma asa


PASSO 5:
Equação adimensional 3:

Equação adimensional 4:
Exemplo 4: Elevação de uma asa


PASSO 6: Certifique-se de que cada grupo obtido é adimensional
VERIFIQUEM!


Enfim:
Observação


Seleção das variáveis importantes requer uma considerável
experiência e capacidade de julgamento;

Por exemplo:

Decidir se a viscosidade pode ou não ser desprezada.

Existem efeitos significativos de temperatura?

A tensão superficial é importante?

E a rugosidade?

Cada grupo pi que é retido aumenta o custo e o trabalho necessário.

O julgamento correto na seleção das variáveis virá com a prática e a
maturidade.
Adimensionais importantes
Adimensionais importantes
Adimensionais importantes
Observação
Semelhança e uso de
modelos físicos
Construção de Modelos Físicos


Modelos podem ser construídos no tamanho conveniente

Modelos podem ser ensaiados em condições controladas

Mas como garantir que os resultados do modelo são proporcionais
ao do protótipo?
Condições de semelhança

Uma vez selecionadas as variáveis e executada a análise dimensional,
o experimentador procura obter a semelhança entre o modelo testado
e o protótipo a ser projetado.

Com uma quantidade suficiente de testes, os dados do modelo
revelarão a função adimensional desejada entre as variáveis:


Para garantir a semelhança:

As condições de escoamento para o teste de um modelo são completamente


semelhantes se todos os parâmetros adimensionais relevantes tiverem os
mesmos valores correspondentes para o modelo e para o protótipo.
Condições de semelhança


Ou seja:

A
Condições de semelhança

Em lugar da semelhança completa, a literatura da engenharia trata de
tipos particulares de semelhança, sendo as principais:

Semelhança geométrica;

Semelhança cinemática;

Semelhança dinâmica.

Em um campo de escoamento geral, a similaridade completa


entre um modelo e um protótipo é atingida apenas quando há
similaridade geométrica, cinemática e dinâmica.
Condições de semelhança
Semelhança geométrica

Um modelo e um protótipo são geometricamente semelhantes


se e somente se todas as dimensões do corpo nas três
coordenadas tiverem a mesma razão de escala linear.


Assim:

Todos os ângulos são preservados;

Todas as direções do escoamento são preservadas

As orientações do modelo e do protótipo com relação às vizinhanças
devem ser idênticas.
Semelhança geométrica


Exemplo: Asa de avião com escala de 1 para 10
Semelhança cinemática

O modelo e o protótipo tenham a mesma razão de escala de comprimento e de
escala de tempo;

Resultado: a relação de escala de velocidade será a mesma para ambos;

Os movimentos de dois sistemas são cinematicamente semelhantes se


partículas homólogas estiverem em pontos homólogos em instantes
homólogos.


A equivalência de escala de comprimento implica simplesmente semelhança
geométrica;

A equivalência de escala de tempo pode requerer considerações adicionais, tal
como a equivalência dos números de Reynolds e de Mach
Semelhança cinemática


Exemplo: escoamento em torno de um cilindro
Semelhança dinâmica


O modelo e o protótipo têm as mesmas razões de escala de
comprimento, escala de tempo e escala de força (ou escala de
massa);

1. Para escoamento compressível, o número de Reynolds, o número de
Mach e a razão de calores específicos do modelo e do protótipo são
correspondentemente iguais.

2. Para escoamento incompressível

a. Sem superfície livre: os números de Reynolds do modelo e do protótipo são
iguais.

b. Com uma superfície livre: o número de Reynolds, o número de Froude e (se
necessário), o número de Weber e o número de cavitação são
correspondentemente iguais.
Semelhança dinâmica

Protótipo Modelo
Exemplo 1
Referência: FOX
Exemplo 1


Adimensionais:
Exemplo 1


Similaridade do Reynolds:
Exemplo 1


Similaridade do coeficiente de Arrasto:
Exemplo 2
Exemplo 2

Primeiro passo, determinação dos Pi’s:


Parâmetros:

.
. FAÇAM PARA
. TREINAMENTO!


Após aplicar o teorema de Buckingham:
Exemplo 2

Igualando os adimensionais:

Você também pode gostar