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Heitor: figurante
Após realizar exames o médico não encontrou nenhum problema nos olhos do paciente, o que
é incomum e anormal, afinal, como poderia um homem com os olhos em perfeito estado estar
cego? E recebendo esse triste diagnostico o homem cego sai do consultório, devastado e
derrotado, com a única certeza de que seu problema não teria solução.
O oftalmologista vendo tal situação foi para a sua casa, ponderando sobre o caso que o
intrigou. Contou para a sua esposa sobre o ocorrido do dia, telefonou seu amigo que também é
oftalmologista e decidiu estudar as doenças conhecidas para assim talvez encontrar respostas.
Acabou por ficar exausto e enquanto guardava seus materiais de estudo percebeu sua visão
falhando, cansado, confuso e com medo, foi para a cama em silencio para não acordar sua
esposa e ter que contar que estava por ficar cego.
Quando acordou, com receio contou a sua mulher o que lhe havia ocorrido, e assim ambos
decidiram que seria sábio comunicar o hospital que trabalhava e o ministério de saúde para
uma suposta nova epidemia de cegueira branca misteriosa.
O ministério foi comunicado e no mais tardar enviou uma ambulância para levar o médico
cego e sua mulher, que para não ficar longe do marido e poder prestar-lhe auxilio mentiu
dizendo que também estava cega.
A medida tomada pelo ministério foi de isolar todos aqueles contagiados pela cegueira e
aqueles com suspeitas em um manicômio. Quando chegaram, o médico e sua esposa
adentraram o edifício sendo guiados somente por uma corda e um sargento que os guiava aos
berros.
Depois dos degraus a corda se dividia em dois, um lado levava a uma sala a esquerda e o outro
levava a uma sala a direita, e assim uma instrução veio.
Os demais cegos chegaram todos juntos e a mulher que se fingia de cega se propôs a ajudar
todos aqueles que ali chegassem, obviamente sem que nenhum deles (exceto seu marido)
soubesse que ela não estava cega, muito pelo contrário, enxergava perfeitamente.
- O governo e a Nação esperam que cada um cumpra o seu dever. Boas noites.
Após a emissão das regras aqueles que estavam na camarata conversavam e decidiam quem
seria o responsável, que nesse caso, foi o médico. Ou pelo menos é o que acharam
inicialmente, porém o médico apresentou seu ponto de vista e disse que logo ali teriam mais
pessoas e dificilmente eles concordariam com essa decisão e o veriam como autoridade.
E assim uma discussão se iniciou, um tentava culpar o outro pela situação que eles todos se
encontravam, o “bom samaritano” culpava o primeiro cego, e o mesmo culpava o samaritano
que se aproveitou da situação para lhe roubar o carro. A mulher tenta acalmar a situação dos
dois e tenta convence-los de fazer as pazes. Mas nada adiantou, ambos os homens começaram
a se espancar.
A mulher guiou o médico para que cada um segurasse os que ali estavam lutando, para enfim
separarem a briga.
Quando as brigas cessaram todos subitamente sentiram uma enorme vontade de urinar, e
quem guiou todos foi a esposa do médico.