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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

TORTA DE DENDÊ NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE


CRESCIMENTO LENTO CRIADOS NO SISTEMA CAIPIRA

ELISSON GOMES DA SILVA

ARAGUAÍNA
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

Torta de dendê na alimentação de frangos de crescimento lento criados no sistema caipira

Elisson Gomes da Silva

Dissertação apresentada para obtenção do título


de Mestre, junto ao Programa de Pós-Graduação
em Ciência Animal Tropical, da Universidade
Federal do Tocantins.

Área de concentração: Produção Animal

Orientadora: Drª. Kênia Ferreira Rodrigues

ARAGUAÍNA
2011
TORTA DE DENDÊ NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO
CRIADOS NO SISTEMA CAIPIRA

ELISSON GOMES DA SILVA

Dissertação aprovada como requisito para a


obtenção do título de Mestre, tendo sido
julgada pela Banca Examinadora formada
pelos professores:

____________________________________________________
Orientadora: Profª Drª Kênia Ferreira Rodrigues
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

____________________________________________________
Co-orientadora: Profª Drª Roberta Gomes Marçal Vieira Vaz
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

____________________________________________________
Co-orientador: Profº Drº Jefferson Costa de Siqueira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

____________________________________________________
Profº Drº Gerson Fausto da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

____________________________________________________
Profº Drº José Henrique Stringhini
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Araguaína, 17 de fevereiro de 2011


III

DEDICO
Aos meus pais, irmãos, irmã e sobrinha.
IV

AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Aldenir e Edmar, pelo exemplo de vida. Ao meu irmão e
ídolo, Herberson, pelo apoio a meus sonhos. A minha irmã Élida que sem dúvida faz
parte da minha vida, assim como, sua filha, minha sobrinha, Isabela, nossa princesa.
Ao meu irmão caçula, Arthur, pelos momentos de diversão nos fim de semana em
casa. A Ássima pelo exemplo de pessoa dedicada ao estudo e à busca pelo saber
que sempre demonstrou.
Ao meu tio Flávio Feitosa por seu caráter exemplar e por ser o melhor tio do
mundo.
Aos primos Watson, Orley e Paulin, que fizeram e continuarão fazendo parte
da minha vida de maneira especial.
Aos alunos da pós-graduação e iniciação cientifica que contribuíram para
conclusão desse trabalho em especial ao amigo Jonahtan por ter sido o bom amigo
durante essa jornada.
À Dona Rosy pela acolhida e às suas filhas Lais, Tais e Elis.
A todos os professores que contribuíram direta ou indiretamente com o
crescimento do meu saber e em especial à minha orientadora Kênia Ferreira
Rodrigues.
Aos meus co-orientadores Jefferson Costa de Siqueira e Roberta Gomes
Marçal Vieira Vaz pelas sugestões no desenvolvimento do trabalho e pela amizade
construída.
À minha banca examinadora, Gerson Fausto e José Henrique Stringhini,
pela contribuição na melhoria do trabalho.
A todos os amigos da minha cidade natal, Conceição do Araguaia-PA, que
me proporcionaram momentos de alegria e companheirismo ao logo do curso em
especial à Dayanne, Géssica, Maurício, Dona Nelma e Crisley.
V

Epígrafe
“A esperança é o sonho do homem acordado.”
Aristóteles
VI

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ VII


LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... VIII
RESUMO..................................................................................................................... 9
ABSTRACT ............................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 13
2.1 Avicultura alternativa ........................................................................................... 13
2.2 O Dendê (Elaeis guineenses).............................................................................. 15
2.3 Torta de dendê .................................................................................................... 16
2.4 Torta de dendê na alimentação de não-ruminantes ............................................ 17
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 20
CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 23
RESUMO................................................................................................................... 23
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E ENERGÉTICA DA TORTA DE DENDÊ PARA AVES
DE CRESCIMENTO LENTO ..................................................................................... 23
ABSTRACT ............................................................................................................... 24
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 25
2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 26
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 30
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 31
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 32
CAPITULO 3 ............................................................................................................. 35
RESUMO................................................................................................................... 35
UTILIZAÇÃO DA TORTA DE DENDÊ NA ALIMENTAÇÃO DE AVES DE
CRESCIMENTO LENTO EM DIFERENTES FASES DE CRIAÇÃO ......................... 35
ABSTRACT ............................................................................................................... 36
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 37
2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 38
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 42
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 47
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 48
VII

LISTA DE TABELAS

CAPITULO 2
Tabela 1 – Composição centesimal e calculada da ração referência (base na
matéria natural) ......................................................................................................... 27
Tabela 2 – Composição bromatológica da torta de dendê ........................................ 28
Tabela 3 – Médias (± erro padrão) de energia metabolizável aparente (EMA) e
energia metabolizável aparente corrigida (EMAn), e coeficientes de
metabolizabilidade aparente da matéria seca (CMAMS), proteína bruta (CMAPB)
e extrato etéreo (CMAEE) da torta de dendê ............................................................ 31
CAPITULO 3
Tabela 1 – Composição dos ingredientes utilizados na formulação das rações
experimentais (com base na matéria natural) ........................................................... 39
Tabela 2 – Composição percentual das rações experimentais para a fase inicial (1
a 28 dias)................................................................................................................... 40
Tabela 3 – Composição percentual das rações experimentais para a fase
crescimento (28 a 56 dias) ........................................................................................ 41
Tabela 4 – Composição percentual das rações experimentais para a fase final (56
a 84 dias)................................................................................................................... 42
Tabela 5 - Médias de consumo de ração (g), ganho de peso (g), conversão
alimentar e peso final (g) de aves de crescimento lento recebendo níveis
crescentes de torta de dendê na fase inicial, crescimento, final, 1 a 56 dias e 1 a
84 dias de idade. ....................................................................................................... 43
Tabela 6 – Médias do rendimento de carcaça (%), tamanho do intestino delgado
(ID) (cm) e dos pesos relativos (%) do intestino delgado, moela, coração e fígado
de aves de crescimento lento recebendo níveis crescentes de torta de dendê na
fase inicial, crescimento, final, 1 a 56 dias e 1 a 84 dias de idade. ........................... 44
VIII

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 3
Figura 1 – Efeito da inclusão da torta de dendê na conversão alimentar de aves
de crescimento lento de 1 a 56 dias de idade. .......................................................... 45
Figura 2 – Efeito da inclusão da torta de dendê no peso relativo da moela de aves
de crescimento lento na fase inicial (1 a 28 dias) ...................................................... 46
Figura 3 – Efeito da inclusão da torta de dendê no peso relativo da moela de aves
de crescimento lento na fase final (57 a 84 dias) ...................................................... 47
IX
9

RESUMO

Torta de dendê na alimentação de frangos de crescimento lento criados no


sistema caipira

Dois experimentos foram realizados no Setor de Avicultura da Universidade Federal


do Tocantins – Campus de Araguaína, para determinar o valor energético e
nutricional da torta de dendê e a sua utilização em dietas para frangos de
crescimento lento nas fases inicial, crescimento e final. No primeiro experimento foi
realizado um ensaio de metabolismo a fim de determinar a energia metabolizável
aparente (EMA) e a corrigida para balanço de nitrogênio (EMAn), bem como os
coeficientes de metabolizabilidade aparente utilizando o método de coleta total de
excretas. A torta de dendê apresentou: 94,48% de matéria seca (MS), 16,01% de
proteína bruta (PB), 12,56% de extrato etéreo (EE), 3,67% de material mineral (MM),
63,53% de fibra em detergente neutro (FDN), 41,19% de fibra em detergente ácido
(FDA), 14,95% de fibra bruta (FB), 4772 kcal/kg de energia bruta (EB), 1,93% de
cálcio (Ca) e 0,91% de fósforo (P). Os valores determinados de EMA e EMAn na
matéria seca foram: 2009 kcal/kg e 1840 kcal/kg respectivamente e os coeficientes
de metabolizabilidade aparente foram: 27,80% para MS, 45,55% para PB e 95,67%
para EE. O segundo experimento foi realizado para avaliar níveis de inclusão (0%,
4%, 8% e 12%) da torta de dendê na alimentação de aves de crescimento lento
durante 84 dias divididos em três fases: inicial (1 a 28 dias), crescimento (29 a 56
dias), final (57 a 84 dias), os períodos acumulados de 1 a 56 dias e 1 a 84 dias,
avaliando as características de desempenho e biometria dos órgãos intestinais. O
consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), rendimento de carcaça (RC), tamanho
do intestino delgado (TID), peso relativo do intestino delgado (PID), peso relativo do
coração (PRC) e peso relativo do fígado (PRF) não foram afetados pelos níveis de
inclusão em nenhuma das fases estudadas. Na fase inicial e final houve efeito
positivo para peso relativo da moela (PRM), para o período acumulado de 1 a 56
dias houve efeito negativo sobre a conversão alimentar (CA). A torta de dendê pode
ser utilizada nas rações de aves de crescimento lento até o nível de 12%.

Palavras-chave: avicultura alternativa, desempenho, nutrição, subproduto


10

ABSTRACT

USE OF PALM KERNEL CAKE IN SLOW GROWTH CHICKENS DIETS

Two experiments were conducted at the Poultry Section on the Federal University of
Tocantins – Araguaína Campus, to determine the energy value and nutritional status
of palm kernel cake and its use in slow growth chickens Diets at different phases:
initial (1 to 28 days) growth (29 to 56 days) and final growth (57 to 84 days). In the
first experiment was conducted a metabolism trial to determine the apparent
metabolizable energy (AME) and that corrected for nitrogen balance (AMEn) and
apparent metabolizability coefficient using the total excreta collect method. The palm
kernel cake presented: 94.48% of dry matter (DM), 16.01% of crude protein (CP),
12.56% of ether extract (EE), 3.67% of mineral mater (MM), 63 53% of neutral
detergent fiber (NDF), 41.19% of acid detergent fiber (ADF), 14.95% of crude fiber
(CF), 4772 kcal/kg of gross energy (GE), 1.93 % of calcium (Ca) and 0.91% of
phosphorus (P). The determined values of the AME and AMEn in the natural bases
were: 2009 kcal/kg and 1840 kcal/kg respectively and the apparent metabolizability
coefficients were 22.84% for DM, 41.64% for CP, 95.67% for EE and 16.93% for MM.
The second experiment was conducted to evaluate the better inclusion level (0%,
4%, 8% and 12%) of palm kernel cake in the slow growth chickens diets until 84 live
days, divided into tree phases: initial (1 to 28 days), growth (29 to 56 days) and final
growth (57 to 84 days). Evaluating the performance and digestive biometric
characteristics. The inclusion levels had no significant effect on every phases in the
feed intake (FI), body weight gain (BWG), feed convertion (FC), carcass yield (CY),
size of the small intestine (SSI) , relative weight of small intestine (RWSI), relative
heart weight (RHW), relative liver weight (RLW), but there were a positive trend in the
relative weight of gizzard (RWG) for the palm kernel cake inclusion in the initial and
final growth phases, and a negative effect on FC on the accumulative period of 1 to
56 days. The palm kernel cake can be used in poultry nutrition, to slow growth
chickens until the level of 12%.

Keywords: alternatively, aviculture, byproduct, nutrition, performance


11

1 INTRODUÇÃO

A avicultura é uma das atividades pecuárias mais desenvolvidas no mundo e


no Brasil representa uma das mais importantes cadeias produtivas (FIGUEIREDO,
2001). Os avanços na genética, nutrição e manejo propiciaram a adoção do sistema
de produção intensiva com períodos cada vez mais curtos de criação e alta
eficiência na conversão de ração em carne.
Em contrapartida, a alta competitividade entre grandes empresas e a
produção intensiva de frangos de corte acabou por contribuir para o surgimento de
formas alternativas de produção de carnes de aves, através de uma forte demanda
por aquelas oriundas de sistemas de produção que garantam segurança alimentar e
que se preocupem com o bem-estar animal (ZANUSSO; DIONELLO, 2003).
De acordo com a Associação da Avicultura Alternativa, o sistema de criação
alternativo engloba opções pelo uso de alimentos naturais na dieta, sem emprego de
antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento, quimioterápicos e
ingredientes de origem animal, em sistema de semiconfinamento ou semiaberto
(AVAL, 2010). Este conceito atende à crescente demanda por parte dos
consumidores, que valorizam produtos de qualidade diferenciada e demonstram
preocupações com segurança alimentar, rastreabilidade dos produtos, meio
ambiente e bem-estar animal, entre outros fatores (DEMATTÊ FILHO, 2004). Dessa
forma surge como opção ao consumidor que busca produto diferenciado ao da
avicultura convencional, bem como ao pequeno produtor que não está inserido no
sistema de criação convencional.
Na avicultura, a alimentação representa a maior parte dos custos de
produção. Assim com a adoção de programas nutricionais adequados, com dietas
devidamente balanceadas contendo subprodutos de origem vegetal em sua
formulação, pode-se conseguir melhor expressão do potencial genético da ave bem
como melhor retorno financeiro da atividade.
De acordo com Silva et al. (2007), os subprodutos agroindustriais consistem
em alternativa viável, tanto do ponto de vista nutricional como econômico, uma vez
que possuem menor custo que o milho e a soja, alimentos usualmente empregados
na alimentação animal, especialmente no período de entre safra, a utilização de
12

fontes alternativas, com melhor relação custo/benefício e que não concorram


diretamente com a alimentação humana se apresentam como boa opção.
Dentre esses subprodutos inclui-se a torta de dendê, produto resultante da
extração do óleo da amêndoa do dendê (Elaeis guineenses) que pode ser utilizado
como componente de ração para animais sem competir com a alimentação humana.
Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a composição
nutricional, energética e determinar o nível ótimo de utilização da torta de dendê na
alimentação de aves de crescimento lento nas fases inicial, de crescimento e de
final.
13

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Avicultura alternativa

Um dos primeiros relatos da chegada da galinha no Brasil está presente na


carta enviada ao rei de Portugal por Pero Vaz de Caminha, escrivão de Pedro
Alvarez de Cabral, em que diz: “Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo
dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados...
Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou
qualquer outro animal que esteja acostumado ao viver do homem”. Assim a galinha
possui mais de 500 anos de adaptação ao Brasil.
Após a década de 60, com a introdução da avicultura industrial, a produção
e comercialização de ovos do tipo caipira diminuíram, por não competirem com o
melhor desempenho das aves e pelo maior grau de tecnificação adotado pelas
empresas avícolas. Entretanto, o frango e os ovos caipiras não desapareceram da
culinária brasileira, principalmente em regiões em que a cozinha tradicional ainda
prefere esse tipo de produto (GESSULI, 1999).
A produção profissional e organizada de frango do tipo caipira insere-se
muito bem nas pequenas propriedades se constitui em alternativa para a geração de
renda e manutenção do homem no campo além de ser opção de diversificação da
produção do agricultor familiar, importante para a subsistência e para elevar a renda
pela comercialização do excedente da produção (ÁVILA; ANGONESE;
FIGUEIREDO, 2005).
Existe interesse crescente nas carnes com características alternativas, as
quais podem ser obtidas mediante produção de aves de crescimento lento e criadas
com acesso a piquetes, com o objetivo de atender a um nicho de mercado
constituído por uma faixa de consumidores mais exigentes. Essa ave, conhecida por
caipira na região Sudeste, colonial na região Sul, capoeira na região Nordeste e
caipira na região Norte, possui características sensoriais diferenciadas das aves
criadas em sistema convencional, com carne mais escura e firme, sabor acentuado e
menor teor de gordura na carcaça (TAKAHASHI et al. 2006).
14

De acordo com Varoli Junior et al. (2000) o sistema de criação é um dos


fatores que contribuem para a aceitação dos produtos oriundos de aves tipo caipira
pois oferece a possibilidade de consumirem insetos e forrageiras, resultando na
obtenção de produtos com pigmentação e sabor diferenciados.
Quanto à alimentação de frangos com crescimento lento, devem ser
observados ao menos três pontos críticos no que diz respeito à qualidade de
carcaça: evitar ganho de peso rápido, evitar taxa de engorda demasiada e limitar a
conversão alimentar. O crescimento inicial muito rápido acarreta piora na conversão
alimentar e o crescimento tardio acelerado favorece maior depósito de tecido
adiposo na carcaça (BARBOSA et al. 2001).
O emprego da designação “frango caipira ou frango colonial” ou “frango tipo
ou estilo caipira” ou “tipo ou estilo colonial” na identificação de frangos como o
caipira ou o colonial, foi normatizado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento) por meio do DIPOA (Divisão de Inspeção de Produtos de Origem
Animal), Ofício Circular DOI / DIPOA número 007/99 de 19 de maio de 1999
(KODAWARA; MENDES; DEMATTÊ, 2010).
A referida norma estabeleceu que, para produção do frango caipira, sejam
fielmente observadas nas suas diversas fases, as seguintes condições: alimentação
constituída por ingredientes, inclusive fontes proteicas, exclusivamente de origem
vegetal, sendo totalmente proibido o uso de promotores de crescimento de qualquer
tipo ou natureza; sistema de criação (manejo) até 25 (vinte e cinco) dias em galpões.
Após essa idade, devem ser soltos, a campo, sendo doravante sua criação
extensiva e usar no mínimo três metros quadrados de pasto por ave; idade de abate
no mínimo 85 dias e; linhagens próprias para este fim, vedadas, portanto, aquelas
linhagens comerciais específicas para frango de corte.
Assim propões que a avicultura alternativa também deve se desenvolver e
disponibilizar tecnologias em nutrição, manejo, bem estar animal, sanidade e
qualidade de carne como produto final. Contempla também a utilização de resíduos
(hortaliças) e alimentos que são produzidos na propriedade, que permite a
sustentabilidade do sistema (ÁVILA; ANGONESE; FIGUEIREDO, 2005).
O frango caipira é um produto diferenciado, resultante do cruzamento de
raças pesadas de corte com raças semi pesadas de postura, o que o caracteriza
como menos exigente e mais resistente às adversidades, que o frango de corte
industrial (GESSULI, 1999).
15

No Brasil, a Embrapa Meio-Norte realizou o subprojeto de validação do


Sistema de Produção de Aves Caipiras, um dos componentes do Programa de
Agricultura Familiar e estabeleceu o Sistema Alternativo de Criação de Aves Caipiras
(SACAC), este sistema visa proporcionar, além da maior oferta de alimentos de
qualidade (carne e ovos), fonte alternativa de renda ao pequeno agricultor familiar
(BARBOSA et al. 2001).

2.2 O Dendê (Elaeis guineenses)

O dendezeiro (Elaeis guineenses) é uma palmeira originária da Costa


Ocidental da África (Golfo do Guiné), que foi trazida ao Brasil no século XVII, pelos
escravos e adaptou-se bem ao clima tropical e úmido do país. O principal produto é
o óleo extraído industrialmente da poupa do fruto, cuja demanda é estável,
possuindo aceitação pelos diversos segmentos industriais, com boas perspectivas
de crescimento mundial, além de estar sendo usado para produção de biodiesel
(FURLAN JUNIOR, 2006).
É uma palmeira com até 15 m de altura, com raízes fasciculadas, tronco
ereto, escuro, sem ramificações e anelado. Perene e de grande porte, quando
adulto, oferece perfeito recobrimento do solo, podendo ser considerado como
sistema de aceitável estabilidade ecológica e de baixos impactos negativos ao
ambiente. A produção inicia três anos após o plantio e sua produção é distribuída ao
longo do ano, por mais de 25 anos consecutivos, sendo considerada como excelente
atividade para a geração de emprego permanente e de boa qualidade (PEREZ et al.
2005).
A produção brasileira de dendê cresceu de 522.883 para 717.893 toneladas
no período de 1990 a 2002. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2008)
coloca o Brasil na terceira posição, depois de Colômbia e Equador, entre os maiores
produtores da América. Destacando-se o Pará, maior produtor nacional. Tais dados
tornam o subproduto da indústria beneficiadora do dendê em potencial alimento
alternativo à alimentação animal.
Constitui-se na oleaginosa de maior produtividade conhecida no mundo. O
seu rendimento em grãos (kg.ha-1), comparado ao da soja, é aproximadamente oito
vezes maior, sua produtividade anual por hectare oscila entre 3.500 a 5.000 Kg, em
16

condições ecológicas mais favoráveis, chega a produzir oito toneladas de óleo por
hectare por ano (CARNEIRO, 2003).
Esta palmeira, pode se tornar uma das principais fontes de biodiesel no
Brasil, cujo mercado internacional é muito bem estruturado, permitindo desta forma
fluxo continuo de um dos subprodutos da extração do óleo, a torta de dendê
(PERES; FURLAN JUNIOR; GAZZONI, 2005).
No processamento dos frutos do dendezeiro obtêm-se, em média, os
seguintes subprodutos: óleo de palma bruto, 20%; óleo de palmiste, 1,5%; torta de
dendê, 3,5%; engaços, 22%; fibras, 12%; cascas, 5%; e efluentes líquidos, 50%
(CAMPOS e CARMÉLIA, 2007).
O fruto de dendê produz dois tipos de óleos: óleo de dendê, conhecido como
oil palm no mercado internacional, que é extraído da parte externa do fruto o qual
representa em média 22 a 24% do peso dos cachos. O outro é o óleo de palmiste
(palm Kernel oil), obtido pela extração do óleo da amêndoa, normalmente utilizado
na indústria de cosméticos e sabões finos. Como resultado desse processo restam
sementes, casca e a torta de dendê (CAMPOS e CARMÉLIA, 2007).
Atualmente, a produção brasileira em toneladas de óleo de dendê, não
chega a suprir a necessidade interna, o qual tem uso alimentício (óleo de cozinha e
margarina), medicinal, óleo químico e industrial (sabões), além da possibilidade de
vir a ser usado como substituto do diesel, atendendo parte da necessidade de
combustíveis da região Norte (FURLAN JUNIOR et al., 2006).
Com as novas políticas de incentivo à geração de energia renovável está
ocorrendo a expansão do cultivo de dendê nas regiões Norte e Nordeste havendo a
disponibilidade de resíduos decorrentes da extração do óleo (FURLAN JUNIOR, et
al. 2006).

2.3 Torta de dendê

Também conhecida como torta de palmiste ou torta de amêndoas é o


subproduto da extração do óleo da amêndoa do dendê ou palmiste. Por possuir boa
quantidade de óleo residual foi considerada por Nöel (2003), como um subproduto
bastante competitivo na alimentação animal.
O processo de extração de óleos vegetais do fruto do dendezeiro consiste
basicamente na retirada de óleo do interior das células. A extração é realizada por
17

processo mecânico dividido em duas etapas, na primeira tem-se como produto o


óleo de palma e na outra o óleo do palmiste e foi descrita por FURLAN JUNIOR
(2006).
Extração do óleo de palma: após recepção e pesagem inicia-se o
beneficiamento da matéria-prima pela separação dos cachos para esterilização por
cozimento via vapor de água para desprendimento e amolecimento dos frutos dos
cachos a fim de facilitar a extração do óleo. Depois de separados, os cachos são
destinados para utilização como adubo orgânico ou utilizados como combustíveis
em caldeiras industriais. Os frutos são umedecidos, amassados e aquecidos à uma
temperatura constante obtendo-se uma massa uniforme que, por sua vez, passa
pelo processo de prensagem que resulta na separação do óleo bruto das amêndoas
do dendê. O óleo de palma é obtido após a filtragem e decantação do óleo bruto.
Extração do óleo de palmiste: as amêndoas resultantes da extração do óleo
de palma passam pelo processo de desfibração (retirada das fibras) por
aquecimento por vapor que, ao final, são polidas para otimizar a limpeza das
amêndoas. São então secas e trituradas e submetidas à digestão por vapor de água
para, posteriormente, serem prensadas quando então o óleo resultante passa por
filtragem e decantação para finalizar o processo enquanto o resíduo da prensagem
trata-se da torta de dendê ou torta de palmiste.

2.4 Torta de dendê na alimentação de não-ruminantes

O uso desse subproduto na alimentação de monogástricos é ainda pouco


estudado, no entanto alguns autores desenvolveram estudos com diferentes
espécies (ORUNMUYI et al. 2006; OKEUDO et al. 2005; EZIESH e OLOMU 2004)
levando a algumas conclusões sobre seu valor na alimentação desses animais.
Oliveira et al. (1997), avaliando a qualidade nutricional de dietas isoprotéicas
e isoenergéticas com níveis crescentes de inclusão de torta de dendê para tilápia-
do-nilo, indicaram que esse subproduto pode ser usado até 35% nas dietas para
tilápia-do-nilo sem afetar o seu desempenho apresentando, nesse nível, melhor
conversão alimentar em relação às outras rações. Os autores avaliaram também a
taxa de eficiência proteica e concluíram que a proteína da torta de dendê é de tão
boa qualidade quanto à oriunda da farinha de peixe e farelo de soja, utilizada na
dieta controle.
18

Braga et al. (2010), realizaram um experimento de digestibilidade da torta de


dendê com o pacu e concluíram que os coeficientes de digestibilidade aparente da
matéria seca, da proteína bruta e da energia bruta, foram, respectivamente, 56,63%;
75,87% e 66,87% para torta de dendê. Portanto, nas regiões em que é encontrado
em abundância, pode ser usado na alimentação, pois diminui o custo da ração sem
afetar o desempenho.
Osei e Amo (1987), testando dietas com 0, 5, 7,5, 10, 12,5 e 15% de
inclusão da torta de dendê em frangos de corte, encontraram que a adição da torta
não influenciou o consumo de ração e o peso corporal até oito semanas de idade e
que a conversão alimentar, em contraste, declinou quando os níveis do resíduo
atingiram 12,5% da dieta ou superior.
Ezieshi e Olomu (2004), avaliando o desempenho e o custo de produção de
frangos de corte em duas fases (crescimento e final) constataram que o custo de
produção é menor em aves alimentadas com torta de dendê do que com milho.
Observaram também que houve diminuição na ingestão de matéria seca, devido ao
alto teor de fibra bruta da torta de dendê, o que pode gerar efeito negativo na
digestão. De acordo com Vargas e Zumbado (2003) o nível de fibra bruta está em
torno de 18% na torta de dendê.
Chong (2008) testou a inclusão de 0, 12,5 e 25% da torta de dendê na
ração, com adição de 0,1; 0,2 e 0,3% de complexo enzimático para galinhas
poedeiras e constatou que a inclusão de 12,5% com 0,1% de complexo enzimático
não afetou o consumo de ração. Nas dietas com o nível de 25% de torta de dendê o
autor não constatou efeito na qualidade da casca, entretanto houve efeito sobre a
cor da gema.
Farias Filho et al. (2006) trabalharam com frangos de corte industrial com até
20% de inclusão da torta de dendê nas rações em duas fases, 21 a 35 e 35 a 42
dias de idade, e concluíram que 10 e 20%, respectivamente, de inclusão não afetam
as aves quanto ao peso vivo, conversão alimentar, consumo de ração e ganho de
peso.
Anaeto, Chioma, Omosebi (2009) testaram dietas com níveis de inclusão de
até 30% da torta de dendê no desempenho e no peso dos órgãos de frangos entre a
5ª e 8ª semana de criação além da relação custo / beneficio e constataram que
pode-se fornecer até 20% sem comprometimento dos resultados.
19

Nesse sentido este subproduto possui potencial de aproveitamento na


alimentação animal evitando-se, por outro lado, que se torne problema ambiental.
Além disto, deverá ser observado o seu custo em relação ao custo do milho e farelo
de soja que sofrem variação com a sazonalidade, enquanto os subprodutos
agroindustriais se destacam por estarem disponíveis ao longo de todo ano.
Portanto, estudos devem ser desenvolvidos no sentido de caracterizar
nutricionalmente a torta de dendê e sua possível utilização pelas diferentes espécies
e categorias animais.
20

3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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23

CAPÍTULO 2

RESUMO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E ENERGÉTICA DA TORTA DE DENDÊ PARA


AVES DE CRESCIMENTO LENTO

O objetivo do presente estudo foi determinar a composição nutricional e energética


da torta de dendê e seus coeficientes de metabolizabilidade aparente em aves de
crescimento lento, usando o método de coleta total de excretas. Foram utilizadas
120 aves de crescimento lento com 28 dias de idade, distribuídas em baterias
metálicas, num delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos: ração
referência e ração teste (60% ração referência + 40% de inclusão da torta de
dendê), seis repetições e dez aves por unidade experimental. A torta de dendê
apresentou: 94,48% de matéria seca (MS), 16,01% de proteína bruta (PB), 12,56%
de extrato etéreo (EE), 3,67% de material mineral (MM), 63,53% de fibra em
detergente neutro (FDN), 41,19% de fibra em detergente ácido (FDA), 14,95% de
fibra bruta (FB), 4772 kcal/kg de energia bruta (EB), 1,93% de cálcio (Ca) e 0,91%
de fósforo (P). Os valores determinados de EMA e EMAn na matéria seca foram:
2009 kcal/kg e 1840 kcal/kg respectivamente e os coeficientes de metabolizabilidade
aparente foram: 27,80% para MS, 45,55% para PB e 95,67% para EE.

Palavras-chave: alimento, alternativo, avicultura, energia metabolizável, subprotudo


24

NUTRITIONAL AND ENERGY EVALUATION OF THE PALM KERNEL CAKE FOR


SLOW GROWTH CHICKENS

ABSTRACT

The aim of this study was to determine the nutritional and energetic composition of
palm kernel cake and their apparent metabolizability coefficients of slow growth
chickens, using the total excreta collection method. A total of 120 birds of slow
growth chickens at 28 days of age were assigned to cages in a completely
randomized design with two treatments: reference diet and test diet (60% reference
diet + 40% inclusion of palm kernel cake), six replicates and ten birds per
experimental unit. The palm kernel cake presented: 94.48% of dry matter (DM),
16.01% of crude protein (CP), 12.56% of ether extract (EE), 3.67% of mineral mater
(MM), 63 53% of neutral detergent fiber (NDF), 41.19% of acid detergent fiber (ADF),
14.95% of crude fiber (CF), 4772 kcal/kg of gross energy (GE), 1.93 % of calcium
(Ca) and 0.91% of phosphorus (P). The determined values of AME and AMEn in
natural base were: 2009 kcal / kg and 1840 kcal / kg respectively and the apparent
metabolizability coefficients were 22.84% for DM, 41.64% for CP, 95.67% for EE and
16.93% for MM.

Keywords: alternative, byproducts, food, metabolizable energy, poultry


25

1 INTRODUÇÃO

A avicultura alternativa vem ganhando espaço por possuir um produto final


de características diferenciadas em relação ao da avicultura convencional além de
atender um nicho de consumidores preocupados com a saúde, segurança alimentar,
meio ambiente e a sustentabilidade. Tal atividade pode ser empregada nas
propriedades rurais que não estão inseridas nos sistemas de integração
empregados na produção do frango industrial, mostrando-se dessa forma como uma
ferramenta potencial ao incremento da renda do pequeno produtor.
Na formulação de rações para frangos de corte, a principal preocupação é
fornecer energia em quantidade adequada para as aves. Para isso, há a
necessidade de se conhecer o valor energético dos alimentos. Associado a este
valor, é necessário também conhecer sua composição química dos alimentos, no
intuito de serem elaboradas rações que atendam adequadamente às necessidades
nutricionais das aves (ALBINO et al., 1986)
Brum et al., (2000) relataram que o conhecimento da composição química e
da energia metabolizável dos ingredientes é fundamental para permitir o correto
balanceamento de nutrientes das rações, de maneira a atender às exigências
nutricionais dos animais. Além disso, uma dieta desbalanceada implica aumento do
custo de produção e comprometimento do desempenho dos animais. Por outro lado,
fatores como a fertilidade do solo, clima, cultivar da planta, armazenamento,
amostragem, tipos de processamentos e princípios antinutricionais, determinam uma
grande variabilidade na composição nutricional e na qualidade dos ingredientes
utilizados nas rações.
Braga et al. (2010), realizaram um experimento de digestibilidade da torta de
dendê com o pacu e concluíram que os coeficientes de digestibilidade aparente da
matéria seca, da proteína bruta e da energia bruta, foram, respectivamente, 56,63%;
75,87% e 66,87% para torta de dendê. Portanto, nas regiões em que é encontrado
em abundância, pode ser usado na alimentação, pois diminui o custo da ração sem
afetar o desempenho.
A torta de dendê é o produto resultante da extração do óleo da amêndoa do
dendê (Elaeis guineenses). Por possuir óleo residual tem perfil energético favorável
26

e pode ser utilizada como componente de ração para animais sem competir com a
alimentação humana.
Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a digestibilidade e
características bromatológicas e metabolizabilidade dos nutrientes da torta de dendê
para aves de crescimento lento.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Setor de Avicultura da Universidade Federal


do Tocantins (UFT). Avaliou-se a torta de dendê, subproduto da extração do óleo da
amêndoa do dendê.
Foi utilizado um lote misto de 120 aves de crescimento lento, com 28 dias de
idade para estimar a energia metabolizável aparente (EMA), a energia metabolizável
aparente corrigida para o balanço de nitrogênio (EMAn) e os coeficientes de
metabolizabilidade aparente da matéria seca (CMAMS), proteína bruta (CMAPB) e
extrato etéreo (CMAEE) da torta de dendê, utilizando a técnica de coleta total de
excretas (SAKOMURA e ROSTAGNO, 2007).
Os pintinhos foram criados em baterias metálicas, equipadas com
comedouros e bebedouros tipo calha, sistema de aquecimento das aves e bandejas
metálicas colocadas sob as gaiolas para coleta das excretas, O galpão em que as
aves foram alojadas possuía cortinas laterais, que foram manejadas de acordo com
a temperatura e o comportamento das aves.
No 28º dia de idade as aves foram pesadas e distribuídas aleatoriamente
nas gaiolas experimentais, e passaram a receber as rações a serem testadas. O
delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com dois
tratamentos, seis repetições e dez aves por unidade experimental, e os tratamentos
foram:
T1: Ração referência à base de milho e farelo de soja para atender as
exigências nutricionais para essa fase, segundo as equações de exigência da
Tabela Brasileira para Aves e Suínos (ROSTAGNO et al., 2005).
T2: 60% ração referência + 40% alimento (torta de dendê).
Na Tabela 1 estão apresentados a composição centesimal e calculada da
ração referência (base na matéria natural).
27

O período experimental foi de nove dias, sendo cinco dias de adaptação às


rações, seguido de quatro dias de coleta total de excretas (ÁVILA et al. 2006).
Tabela 1 – Composição centesimal e calculada da ração referência (base na matéria
natural)
Ingredientes (%)
Milho 61,813
Farelo de Soja (45%) 32,559
Óleo de soja 1,787
Fosfato bicálcico 1,697
Calcário 0,853
Sal comum 0,474
DL-Metionina 0,218
L-Lisina HCl 0,181
Cloreto de colina (60%) 0,125
1
Premix 0,250
L-Treonina 0,033
BHT 0,010
Composição calculada
EM (kcal/kg) 3000
Proteína bruta (%) 20,17
Cálcio (%) 0,840
Fosforo disponível (%) 0,422
Cloro (%) 0,330
Potássio (%) 0,769
Sódio (%) 0,207
Lisina total (%) 1,192
Metionina total (%) 0,529
Metionina + cistina total (%) 0,852
Treonina total (%) 0,810
Triptofano total (%) 0,245
1
Níveis de garantia por kg de produto; vitamina A 4.000.000UI, vitamina D3 1.000.000UI, vitamina E
10.000UI, vitamina K3 1.600mg, vitamina B1 800mg, vitamina B2 3.600mg, vitamina B6 1.120mg,
vitamina B12 6.400, niacina 16g, pantotenato de cálcio 6.000mg, ácido fólico 400mg, biotina 32mg,
ferro 20g, cobre 3.600mg, manganês 28g, zinco 28g, iodo 400mg, selênio 120mg.

Durante o período de coleta as bandejas das baterias foram revestidas por


lona plástica e dispostas sob o piso de cada gaiola para a realização da coleta total
de excretas (SAKOMURA e ROSTAGNO, 2007). As coletas foram realizadas por
quatro dias, duas vezes ao dia (8 e 16h), para evitar fermentação, de acordo com
Rodrigues et al. (2005). Uma vez coletadas, as excretas foram acondicionadas em
sacos plásticos, identificadas por repetição e congeladas.
No final do período de coleta, as excretas foram descongeladas à
temperatura ambiente e em seguida, homogeneizadas para retirada de uma alíquota
de 400 gramas, que foi levada para a estufa de ventilação forçada a 55°C, até seu
peso manter-se constante, a fim de determinar o peso da amostra seca ao ar. Em
28

seguida, as amostras foram moídas em moinho tipo faca, com peneira de 1 mm e


encaminhadas ao laboratório, junto com as amostras das rações experimentais,
sendo então realizadas análises de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE), cinzas (CI), fibra bruta (FB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), energia bruta (EB), cálcio (Ca) e fósforo (P) (SILVA e
QUEIROZ, 2002).
Após as análises dos materiais coletados (excretas e rações) foram
determinados os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e energia
metabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio (EMAn) segundo
Matterson et al. (1965) e os coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria
seca (CMAMS), proteína bruta (CMAPB) e extrato etéreo (CMAEE) da torta de
dendê.
O resultado referente à composição bromatológica da torta de dendê
encontra-se na Tabela 2.
Tabela 2 – Composição bromatológica da torta de dendê1
Item Torta de dendê
Matéria seca (%) 94,48
Proteína bruta (%) 16,01
Extrato etéreo (%) 12,56
Cinzas (%) 3,67
Fibra bruta (%) 14,95
Fibra em detergente neutro (%) 63,53
Fibra em detergente ácido (%) 41,19
Energia bruta (kcal/kg) 4772
Ca (%) 1,93
P (%) 0,91
1
Analisado no Laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal de Minas Gerais.
As equações utilizadas nos cálculos da EMA (energia metabolizável aparente)
e EMAn (energia metabolizável aparente corrigida) foram:
(EB ing. - EB exc . ) (EB ing. - EB exc . )
EMA RR = ; EMA RT =
MS ing. MS ing.

(EMRT - EMRR )
EMA A lim. = EMA RR +
% Substituição

(EB ing. - EB exc . ± 8,22 x BN )


EMA n RR = ;
MS ing.
29

(EB ing. - EB exc . ± 8,22 x BN )


EMA n RT =
MS ing.

(EMA nRT - EMA nRR )


EMA n A lim. = EMA n RR +
% Substituição

onde:
EMARR = energia metabolizável aparente da ração referência;
EMART = energia metabolizável aparente da ração teste;
EMAAlim. = energia metabolizável aparente do alimento teste;
EBing. = energia bruta ingerida;
EBexc. = energia bruta excretada;
MSing. = matéria seca ingerida;
BN = balanço de nitrogênio;
%Substituição = g alimento/ g ração.

Para os cálculos dos coeficientes de metabolizabilidade dos nutrientes da


torta de dendê foram utilizadas as seguintes equações:
(Nutrienteing. _ Nutrienteexc .)
CMA RR = X100
Nutrienteing.

(Nutrienteing. _ Nutrienteexc .)
CMA RT = X100
Nutrienteing.

(CMART _ CMARR)
CMA a lim = CMA RR +
%Substituição

Onde:
CMARR = coeficiente de metabolizabilidade aparente da ração referência;
CMART = coeficiente de metabolizabilidade aparente da ração teste;
CMAalim= coeficiente de metabolizabilidade aparente do alimento;
30

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores encontrados para matéria seca, proteína bruta e cinzas (tabela


2), pouco diferiram dos valores encontrados na literatura, em que, os menores e
maiores valores foram de 88% a 93%, 13% a 16%, 3% a 6%, respectivamente
(VARGAS e ZUMBADO 2003; ORUNMUYI et al. 2006; ALIMON, 2004; CARVALHO
2006)
Porém para o teor de extrato etéreo nota-se grande amplitude entre, o valor
obtido no presente estudo, que foi de 12.56% e valores encontrados na literatura
que variam de 4,7% (CARVALHO et al., 2006) a 6,22% (SILVA et al., 2007). Essa
diferença pode ser explicada por se tratarem de tortas de dendê oriundas de
diferentes procedimentos de extração do óleo. O objeto de estudo deste trabalho foi
o resultado da extração mecânica, enquanto, os autores citados analisaram a torta
de dendê resultante da extração através de solventes químicos e este procedimento
é mais eficaz resultando em menor teor de óleo residual no subproduto.
Variações na composição química e bromatológica dos subprodutos podem
ser atribuídas à forma de armazenamento e, principalmente, ao processo de
obtenção dos mesmos. Além desses fatores, os alimentos de origem vegetal são
influenciados também pela composição: solo, clima e variabilidade genética da
planta (FREITAS et al, 2005; BRUMANO et al. 2006; GOMES et al, 2007; NERY et
al, 2007).
Dessa forma, a variabilidade de valores encontrados demonstra que
alimentos alternativos variam constantemente nos seus teores de nutrientes. Isso
ocorre devido à falta de padronização para obtenção do produto. Nesse sentido
torna-se necessário a realização de análises locais para a adequação das tabelas de
composição bromatológica de alimentos alternativos garantindo dessa forma, a
utilização mais segura dos subprodutos.
Os valores de energia metabolizável aparente (EMA), energia metabolizável
corrigida (EMAn) e os coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca
(CMAMS), proteína bruta (CMAPB) e extrato etéreo (CMAEE) da torta de dendê, são
apresentados na Tabela 3.
31

Tabela 3 – Médias (± erro padrão) de energia metabolizável aparente (EMA) e


energia metabolizável aparente corrigida (EMAn), e coeficientes de
metabolizabilidade aparente da matéria seca (CMAMS), proteína bruta
(CMAPB) e extrato etéreo (CMAEE) da torta de dendê.
Energia1 Valor energético
Energia metabolizável aparente (kcal/kg) 2009(±0,10)
Energia metabolizável aparente corrigida (kcal/kg) 1840(±0,10)
Coeficientes de Metabolizabilidade (%)
Matéria seca 27,80(±0,05)
Proteína bruta 45,55(±1,14)
Extrato etéreo 95,67(±0,39)
1
Valores expressos na matéria seca.
O valores encontrados no presente estudo para EMA e EMAn em aves, para
a torta de dendê, ficaram próximos aos citados, em trabalho de revisão, realizado
por Vargas e Zumbado (2003), que encontraram valores de 1789 e 2198 kcal/kg,
respectivamente. Isso demonstra que, apesar do processamento, a disponibilidade
da energia da torta de dendê, parece permanecer inalterada.
Braga et al. (2010), em estudo de digestibilidade da torta de dendê com o
pacu, encontraram coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca e
proteína bruta, que foram, respectivamente, 56,63% e 75,87%, bem superiores aos
aqui encontrados para frangos de crescimento lento.
O tratamento térmico pode proporcionar reações entre os nutrientes,
tornando-os indigeríveis e reduzindo sua absorção, ou ao contrário, melhorar a
qualidade do alimento afetando, assim, os coeficientes de metabolizabilidade
aparente. As magnitudes destes efeitos variam conforme a metodologia do
processamento empregada pelas empresas. (ALBINO et al. 1982; ALBINO et al.
1986).

4 CONCLUSÃO

Os valores determinados de energia metabolizável aparente e energia


metabolizável aparente corrigida na matéria seca foram: 2009 kcal/kg e 1840
kcal/kg, respectivamente. Os coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria
seca, proteína bruta e extrato etéreo foram de 27,80%; 45,55% e 95,67%
respectivamente.
32

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35

CAPITULO 3

RESUMO

UTILIZAÇÃO DA TORTA DE DENDÊ NA ALIMENTAÇÃO DE AVES DE


CRESCIMENTO LENTO EM DIFERENTES IDADES

Foi realizado um experimento para avaliar os efeitos da utilização da torta de dendê


na alimentação de aves de crescimento lento, machos, nas fases inicial (1 a 28
dias), crescimento (29 a 56 dias) e final (57 a 84 dias). As aves foram criadas,
durante a fase inicial, em baterias metálicas, providas de comedouros e bebedouros
tipo calha e sistema de iluminação e aquecimento por lâmpadas. Nas fases de
crescimento e final foram transferidas para piquetes com área de pastejo de 50 m2
com cobertura de capim Tifton sp.e abrigo com área útil de 2 m2 , com acesso a
comedouro do tipo tubular e bebedouro do tipo pendular. Foram utilizadas 280 aves
de crescimento lento, machos, distribuídas em 20 unidades experimentais. O
delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro
tratamentos 0, 4, 8 e 12% de inclusão da torta de dendê e 5 repetições, com 14, 12
e 10 aves por unidade experimental em cada fase de criação. Foram avaliados o
consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), rendimento
de carcaça (RC), tamanho do intestino delgado (TID) e pesos relativos do intestino
delgado (PRI), coração (PRC), fígado (PRF) e moela (PRM). A adição de torta de
dendê não afetou o consumo de ração e ganho de peso das aves em todas as fases
estudadas (P>0,05). Houve efeito significativo para o peso relativo da moela com
comportamento linear positivo na fase inicial (P<0,01) e final (P<0,05). Verificou-se
também efeito negativo (P<0,05) sobre a conversão alimentar no período de 1 a 56
dias de idade. Recomenda-se, para todas as fases de criação de aves de
crescimento lento, a utilização de até 12% da torta de dendê.

Palavras-Chave: avicultura, alternativa, desempenho, nutrição, subproduto


36

ABSTRACT

USE OF PALM KERNEL CAKE IN SLOW GROWTH CHICKENS DIETS IN


DIFFERENT AGES

An experiment was conducted to evaluate the effects of palm kernel cake inclusion
on male slow growth chickens diets in initial (1 to 28 days), growth (29 to 56 days)
and final growth (57 to 84 days) age phases. The birds were reared, during the initial
phase, in cages provide with feeders and drinkers and lights as heating mechanism,
and the growth and final growth phases they lived in pasture isolated area with 50 m2
planted with Tifton sp , with a floor area of 2 m2 which contained a feeder and drinker.
A total of 280 slow growth males chickens were distributed in 20 experimental units.
The experiment was conducted in a completely randomized design with four
treatments, 0, 4, 8 and 12% inclusion of palm kernel cake, five replicates and 14, 12
and 10 animals as experimental unit in each phase. Were evaluated Feed Intake,
body weight gain, feed conversion, carcass yield, size of the small intestine and
relative weights of the small intestine, heart, liver and gizzard. The palm kernel cake
inclusion didn´t presented a significant effect on the most of performance and
biometrics characteristics in all tree studied phases, only the relative weight of
gizzard was influenced by palm kernel cake inclusion levels with a positive linear
growth in initial (P <0.01) and final phases (P <0.05). It is recommended for all life
phases of slow growth chickens, the utilization of 12% of palm kernel cake.

Keywords: alternative, byproduct, nutrition, performance, poultry


37

1 INTRODUÇÃO

O sistema de criação alternativo de aves surge, para o pequeno produtor,


como forma de incremento da renda, pois exige menor investimento que a avicultura
convencional e atende a demanda de carnes com característica diferenciada para
consumidores mais exigentes, dispostos a pagar por esse diferencial.
Os custos com alimentação representam cerca de 70% do total custo de
produção, mas para a avicultura alternativa esses custos podem chegar a 80%
(OLUYEMI e ROBERTS, 2000). Assim, Kwari et al., (2004) ressaltaram a
necessidade de utilizar alimentos alternativos que não façam parte da alimentação
humana a fim de reduzir o custo da alimentação e consequentemente o custo com a
produção.
Osei e Amo (1987), testando dietas com 0; 5, 7,5; 10; 12,5 e 15% de
inclusão da torta de dendê em frangos de corte, encontraram que a adição da torta
não influenciou o consumo de ração e o peso corporal até oito semanas de idade e
que a conversão alimentar, em contraste, declinou quando os níveis do resíduo
atingiram 12,5% da dieta ou superior.
Ezieshi e Olomu (2004), avaliando o desempenho e o custo de produção de
frangos de corte em duas fases (crescimento e final) constataram que o custo de
produção é menor em aves alimentadas com torta de dendê do que com milho.
Observaram também que houve diminuição na ingestão de matéria seca, devido ao
alto teor de fibra bruta da torta de dendê, o que pode gerar efeito negativo na
digestão. De acordo com Vargas e Zumbado (2003) o nível de fibra bruta está em
torno de 18% na torta de dendê.
Chong (2008) testou a inclusão de 0, 12,5 e 25% da torta de dendê na
ração, com adição de 0,1; 0,2 e 0,3% de complexo enzimático para galinhas
poedeiras e constatou que a inclusão de 12,5% com 0,1% de complexo enzimático
não afetou o consumo de ração. Nas dietas com o nível de 25% de torta de dendê o
autor não constatou efeito na qualidade da casca, entretanto houve efeito sobre a
cor da gema.
Farias Filho et al. (2006) trabalharam com frangos de corte industrial com até
20% de inclusão da torta de dendê nas rações em duas fases, 21 a 35 e 35 a 42
dias de idade, e concluíram que 10 e 20%, respectivamente, de inclusão não afetam
38

as aves quanto ao peso vivo, conversão alimentar, consumo de ração e ganho de


peso.
Anaeto, Chioma, Omosebi (2009) testaram dietas com níveis de inclusão de
até 30% da torta de dendê no desempenho e no peso dos órgãos de frangos entre a
5ª e 8ª semana de criação além da relação custo / beneficio e constataram que
pode-se fornecer até 20% sem comprometimento dos resultados.
Como não foi encontrado nenhum resultado com aves de crescimento lento,
objetivou-se no presente trabalho determinar o nível de inclusão da torta de dendê
em dietas, para aves de crescimento lento, machos criadas no sistema alternativo
nas fases inicial (1 a 28 dias), crescimento (29 a 56 dias) e final (57 a 84 dias).

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins, Campus


Universitário de Araguaína, na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, setor de
avicultura, sob 07º06’20” Latitude Sul e 48º12’04” Longitude Oeste. Teve início no
dia 28 de setembro de 2010 terminando em 22 de dezembro do mesmo ano. O clima
da região, segundo a classificação de Köeppen, é AW – Tropical de verão úmido e
período de estiagem no inverno, com temperaturas máximas de 40ºC e mínimas de
18ºC, umidade relativa do ar com média anual de 76%.
Foram utilizadas 280 aves de crescimento lento, machos durante 84 dias
divididos em três fases: inicial (1 a 28 dias de idade), crescimento (29 a 56 dias de
idade) e final (57 a 84 dias de idade). O delineamento experimental foi inteiramente
ao acaso com 4 tratamentos (níveis de inclusão da torta de dendê de 0, 4, 8 e 12%)
e 5 repetições, com 14, 12 e 10 aves por unidade experimental em cada fase de
criação. Durante a fase inicial as aves foram distribuídas, em 20 gaiolas metálicas de
1,00x1,00x0,40m, equipadas com comedouros e bebedouros tipo calha, sistema de
iluminação e aquecimento com lâmpada de 60 watts dentro de galpão com cortinas
laterais manejadas de acordo com a temperatura e o comportamento das aves.
Nas fases de crescimento e final, as aves foram transferidas, respeitando-se
a distribuição dos tratamentos da fase inicial, em área constituída de 20 piquetes,
cada um com abrigo e área de pastejo. Cada abrigo possuía pé-direito de 1,5m
coberto com palha de babaçu, sem laterais, construído de madeira, e área útil de
2m2, equipados com um comedouro tubular e um bebedouro do tipo pendular. A
39

área de pastejo, cercada por tela galvanizada, possuía área total de 50m 2, contendo
predominantemente gramíneas tifton sp.
A composição bromatológica dos ingredientes utilizados na formulação das
rações experimentais está apresentada na Tabela 1 (ROSTAGNO et al., 2005;
VARGAS e ZUMBADO, 2003). Para cada fase, foram formuladas rações para
atender as exigências nutricionais das aves segundo Rostagno et al. (2005) com os
níveis de 0, 4, 8, 12% de inclusão da torta de dendê. A composição percentual e
química das rações experimentais para as fases: inicial, crescimento e final estão
expressas na tabela 2, 3 e 4 respectivamente.
Tabela 1 – Composição dos ingredientes utilizados na formulação das rações
experimentais (com base na matéria natural).
Farelo de
Nutriente Milho1 1 Torta de Dendê2
Soja
Energia Metabolizável (kcal/kg) 3381 2256 2142
Proteína bruta (%) 8,26 45,32 15,46
Cálcio (%) 0,03 0,24 0,34
Fibra Bruta (%) 1,73 5,41 14,95
Fósforo disponível (%) 0,08 0,18 0,18
Cloro (%) 0,05 0,05 0,49
Potássio (%) 0,28 1,83 0,61
Sódio (%) 0,02 0,02 0,09
Lisina total (%) 0,24 2,77 0,66
Metionina total (%) 0,17 0,64 0,35
Met+cistina total (%) 0,36 1,27 -
Treonina total (%) 0,32 1,78 0,65
Triptofano total (%) 0,07 0,62 0,18
1 2
Rostagno et al. (2005); Vargas e Zumbado (2003).
Ao final de cada fase foram avaliadas as seguintes variáveis de
desempenho: consumo de ração (g/ave), ganho de peso (g/ave) e a conversão
alimentar. Além disso, foram abatidas, após 12 horas de jejum, 2 aves de cada
parcela, com peso corporal próximo à média da parcela (±10%), totalizando 40 aves
por fase e 120 em todo o experimento, assim, ao final da última fase avaliada, cada
parcela, continha 10 aves. Então foi feito a avaliação do rendimento de carcaça (g) e
biometria dos órgãos internos.
Os órgãos avaliados foram o intestino delgado, moela, coração e fígado os
quais, depois de retirados foram lavados, para retirada de todo conteúdo, secados e
então pesados em balança com precisão de 0,01 gramas.
O consumo de ração (CR) foi obtido pela diferença entre o total de ração
fornecido no inicio da fase e as sobras de ração ao final da mesma. O ganho de
40

peso (GP) foi calculado pela diferença entre o peso final e o peso inicial das aves na
fase. A conversão alimentar (CA) foi calculada pela razão entre o total de ração
consumido na fase e o ganho de peso no período respectivo. As variáveis de
desempenho foram analisadas em cinco períodos: inicial (1 a 28 dias), crescimento
(29 a 56 dias), terminação (57 a 84), acumulado de 1 a 56 dias e de 1 a 84 dias,
O rendimento de carcaça foi calculado pela relação entre peso da carcaça
(depenada e eviscerada) e o peso vivo e expresso em porcentagem. Foram
pesados, separadamente a moela, coração, fígado e intestino delgado e calculado o
peso relativo (%) pela razão entre o peso do órgão e o peso da carcaça multiplicado
por 100 e realizada a medição em centímetros do intestino delgado.
Tabela 2 – Composição percentual das rações experimentais para a fase inicial (1 a
28 dias).
Ingredientes Níveis de inclusão da torta de dendê (%)
0 4 8 12
Milho 61,605 57,527 53,448 49,369
Farelo de Soja (45%) 32,713 32,058 31,403 30,759
Torta de dendê 0,000 4,000 8,000 12,000
Óleo de soja 1,976 2,724 3,473 4,221
Fosfato bicálcico 1,813 1,798 1,783 1,768
Calcário 0,903 0,884 0,865 0,847
Sal comum 0,493 0,487 0,480 0,473
DL-Metionina 0,112 0,135 0,158 0,182
L-Lisina HCl 0,000 0,002 0,004 0,006
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125
Premix1 0,250 0,250 0,250 0,250
BHT 0,010 0,010 0,010 0,010
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição nutricional calculada
EM (kcal/kg) 3000 3000 3000 3000
Proteína bruta (%) 19,98 19,98 19,98 19,98
Cálcio (%) 0,888 0,888 0,888 0,888
Fibra bruta (%) 2,836 3,328 3,820 4,312
Fosforo disponível (%) 0,444 0,444 0,444 0,444
Cloro (%) 0,341 0,354 0,368 0,381
Potássio (%) 0,771 0,772 0,773 0,774
Sódio (%) 0,215 0,215 0,215 0,215
Lisina total (%) 1,054 1,054 1,054 1,054
Metionina total (%) 0,425 0,451 0,477 0,503
Metionina + cistina total (%) 0,748 0,748 0,748 0,748
Treonina total (%) 0,779 0,781 0,782 0,783
Triptofano total (%) 0,246 0,246 0,247 0,247
1
Níveis de garantia por kg de produto; vitamina A 4.000.000UI, vitamina D3 1.000.000UI, vitamina E
10.000UI, vitamina K3 1.600mg, vitamina B1 800mg, vitamina B2 3.600mg, vitamina B6 1.120mg,
vitamina B12 6.400, niacina 16g, pantotenato de cálcio 6.000mg, ácido fólico 400mg, biotina 32mg,
ferro 20g, cobre 3.600mg, manganês 28g, zinco 28g, iodo 400mg, selênio 120mg.
41

Inicialmente, os dados de cada variável foram submetidos aos testes de


normalidade (Cramer-Von Mises) e homocedasticidade (Levene). Atendidas estas
pressuposições as variáveis avaliadas foram submetidas à análise de variância
segundo o modelo estatístico:
Yij = μ + TDi + eij;
Em que Yij = valor da j-ésima observação para variável dependente no i-
ésimo nível de inclusão de torta de dendê; μ = média geral comum a todas as
observações; TDi = efeito do i-ésimo nível de inclusão da torta de dendê, e eij = erro
experimental associado à j-ésima observação no i-ésimo nível de inclusão da torta
de dendê.

Tabela 3 – Composição percentual das rações experimentais para a fase


crescimento (29 a 56 dias).
Ingredientes Níveis de inclusão da torta de dendê (%)
0 4 8 12
Milho 72,967 68,888 64,809 60,731
Farelo de Soja (45%) 23,287 22,632 21,977 21,323
Torta de dendê 0,000 4,000 8,000 12,000
Óleo de soja 0,519 1,268 2,016 2,765
Fosfato bicálcico 1,374 1,359 1,344 1,329
Calcário 0,773 0,755 0,736 0,717
Sal comum 0,413 0,406 0,400 0,393
DL-Metionina 0,123 0,146 0,169 0,193
L-Lisina HCl 0,159 0,161 0,163 0,165
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125
1
Premix 0,250 0,250 0,250 0,250
BHT 0,010 0,010 0,010 0,100
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição nutricional calculada
EM (kcal/kg) 3050 3050 3050 3050
Proteína bruta (%) 16,79 16,79 16,79 16,79
Cálcio (%) 0,711 0,711 0,711 0,711
Fibra bruta (%) 2,522 3,014 3,506 3,998
Fosforo disponível (%) 0,355 0,355 0,355 0,355
Cloro (%) 0,294 0,308 0,321 0,334
Potássio (%) 0,631 0,632 0,633 0,634
Sódio (%) 0,183 0,183 0,183 0,183
Lisina total (%) 0,945 0,945 0,945 0,945
Metionina total (%) 0,395 0,421 0,446 0,472
Metionina + cistina total (%) 0,680 0,680 0,680 0,680
Treonina total (%) 0,648 0,649 0,651 0,652
Triptofano total (%) 0,196 0,196 0,196 0,196
1
Níveis de garantia por kg de produto; vitamina A 4.000.000UI, vitamina D3 1.000.000UI, vitamina E
10.000UI, vitamina K3 1.600mg, vitamina B1 800mg, vitamina B2 3.600mg, vitamina B6 1.120mg,
vitamina B12 6.400, niacina 16g, pantotenato de cálcio 6.000mg, ácido fólico 400mg, biotina 32mg,
ferro 20g, cobre 3.600mg, manganês 28g, zinco 28g, iodo 400mg, selênio 120mg.
42

Onde foram detectados efeitos pela ANOVA foi feita análise de regressão
por meio de modelos polinomiais. Para o ajuste dos modelos foram considerados o
nível de significância do teste F e o coeficiente de determinação (R²). As análises
estatísticas foram realizadas considerando-se um nível de significância de até 5%
por meio do procedimento GLM do software SAS 9.0 (2002).

Tabela 4 – Composição percentual das rações experimentais para a fase final (57 a
84 dias).
Ingredientes Níveis de inclusão da torta de dendê (%)
0 4 8 12
Milho 79,068 74,989 70,911 66,832
Farelo de Soja (45%) 18,427 17,772 17,117 16,463
Torta de dendê 0,000 4,000 8,000 12,000
Óleo de soja 0,000 0,749 1,497 2,245
Fosfato bicálcico 0,897 0,882 0,867 0,852
Calcário 0,628 0,609 0,590 0,572
Sal comum 0,331 0,324 0,317 0,310
DL-Metionina 0,087 0,110 0,134 0,157
L-Lisina HCl 0,178 0,180 0,182 0,184
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125
1
Premix 0,250 0,250 0,250 0,250
BHT 0,010 0,010 0,010 0,010
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição nutricional calculada
EM (kcal/kg) 3,100 3,100 3,100 3,100
Proteína bruta (%) 15,09 15,09 15,09 15,09
Cálcio (%) 0,529 0,529 0,529 0,529
Fibra bruta (%) 2,365 2,857 3,349 3,841
Fosforo disponível (%) 0,262 0,262 0,262 0,262
Cloro (%) 0,246 0,259 0,272 0,286
Potássio (%) 0,559 0,560 0,561 0,562
Sódio (%) 0,151 0,151 0,151 0,151
Lisina total (%) 0,840 0,840 0,840 0,840
Metionina total (%) 0,339 0,365 0,390 0,416
Metionina + cistina total (%) 0,605 0,605 0,605 0,605
Treonina total (%) 0,581 0,582 0,584 0,585
Triptofano total (%) 0,170 0,170 0,170 0,171
1
Níveis de garantia por kg de produto; vitamina A 4.000.000UI, vitamina D3 1.000.000UI, vitamina E
10.000UI, vitamina K3 1.600mg, vitamina B1 800mg, vitamina B2 3.600mg, vitamina B6 1.120mg,
vitamina B12 6.400, niacina 16g, pantotenato de cálcio 6.000mg, ácido fólico 400mg, biotina 32mg,
ferro 20g, cobre 3.600mg, manganês 28g, zinco 28g, iodo 400mg, selênio 120mg.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As médias de desempenho e os pesos relativos dos órgãos de aves de


crescimento lento nas fases: inicial (1 a 28 dias), crescimento (29 a 56 dias), final (57
43

a 84 dias), de 1 a 56 dias e de 1 a 84 dias de idade para as diferentes variáveis


estão apresentados nas Tabelas 5 e 6, respectivamente.
Tabela 5 - Médias de consumo de ração (g), ganho de peso (g), conversão alimentar
e peso final (g) de aves de crescimento lento recebendo níveis crescentes
de torta de dendê na fase inicial (1 a 28 dias), crescimento (29 a 56), final
57 a 84 dias), 1 a 56 dias e 1 a 84 dias de idade.
Níveis de inclusão da TD (%)
Variáveis CV1(%) Pr > F2
0 4 8 12
Inicial (1 a 28 dias)
Consumo de ração (g) 1242 1268 1305 1316 5,45 0,3430
Ganho de peso (g) 716 726 724 709 3,52 0,7138
Conversão alimentar 1,73 1,74 1,80 1,85 4,60 0,1169
Peso Final (g) 763 773 771 757 3,38 0,3430
Crescimento (29 a 56 dias)
Consumo de ração (g) 3186 3305 3286 3439 4,14 0,0706
Ganho de peso (g) 1251 1301 1217 1204 9,16 0,5677
Conversão alimentar 2,55 2,57 2,70 2,88 8,72 0,1395
Peso Final (g) 2014 2074 1960 1961 5,37 0,3216
Final (57 a 84 dias)
Consumo de ração (g) 4430 4501 4462 4543 5,63 0,9453
Ganho de peso (g) 1395 1556 1509 1552 11,42 0,4839
Conversão alimentar 3,19 2,94 2,97 2,97 12,70 0,6357
Peso Final (g) 3340 3631 3469 3513 5,33 0,1419
1 a 56 dias
Consumo de ração (g) 4428 4573 4479 4755 4,26 0,0762
Ganho de peso (g) 1968 2028 1914 1915 5,49 0,3180
Conversão alimentar 2,25 2,26 2,34 2,49 5,02 0,0189
1 a 84 dias
Consumo de ração (g) 9018 9075 8941 9299 4,57 0,5729
Ganho de peso (g) 3293 3585 3423 3467 5,40 0,1417
Conversão alimentar 2,75 2,54 2,61 2,69 7,68 0,1417
1 2
Coeficiente de variação; Teste F da análise de variância.

Nas fases inicial e crescimento não houve efeito (P>0,05) para o peso final,
portanto, considerou-se, para as fases crescimento e final, o delineamento
inteiramente casualizado.
O consumo de ração não foi afetado (P>0,05) pela inclusão da torta de
dendê em nenhuma das fases estudadas. Ezieshi e Olomu (2004) estudaram o
efeito da substituição de 50% de milho pela torta de dendê, entre a 1ª e 5ª semana e
6ª e 9ª semana de vida, e encontraram aumento do consumo de ração para frangos
de corte para ambas as fases. Porém Okeudo et al. (2005) avaliaram os efeitos da
inclusão da torta de dendê até 30% na ração de frangos de corte entre a 3ª e a 8ª
semana e não observaram efeito entre os tratamentos para o consumo de ração.
44

Tabela 6 – Médias do rendimento de carcaça (%), tamanho do intestino delgado (ID)


(cm) e dos pesos relativos (%) do intestino delgado, moela, coração e
fígado de aves de crescimento lento recebendo níveis crescentes de
torta de dendê na fase inicial (1 a 28 dias), crescimento (29 a 56 dias),
final (57 a 84 dias), 1 a 56 dias e 1 a 84 dias de idade.
Níveis de inclusão da TD (%)
Variáveis CV1(%) Pr > F2
0 4 8 12
Inicial (1 a 28 dias)
Rendimento de Carcaça (%) 77,20 77,28 77,25 76,98 1,42 0,9708
Tamanho do I.D. (cm) 123 126 120 123 4,45 0,4197
Intestino delgado (%) 2,85 2,84 2,66 2,81 8,20 0,5400
Moela (%) 2,24 2,53 2,36 2,62 5,26 0,0010
Coração (%) 0,64 0,65 0,65 0,65 7,45 0,9889
Fígado (%) 2,60 2,66 2,58 2,51 8,06 0,7234
Crescimento (29 a 56 dias)
Rendimento de Carcaça (%) 78,22 77,41 76,70 77,23 2,44 0,6843
Tamanho do I.D. (cm) 153,70 156,38 162,90 153,30 3,83 0,0799
Intestino delgado (%) 2,09 2,25 2,29 2,25 18,00 0,8578
Moela (%) 1,84 2,11 2,17 2,24 12,27 0,1200
Coração (%) 0,48 0,45 0,47 0,45 8,52 0,5265
Fígado (%) 2,39 2,44 2,36 2,43 10,63 0,9662
Final (57 a 84 dias)
Rendimento de Carcaça (%) 77,34 78,94 76,59 77,49 1,97 0,1445
Tamanho do I.D. (cm) 179,10 181,80 185,20 184,60 6,43 0,8353
Intestino delgado (%) 2,00 1,78 1,94 2,01 12,12 0,3856
Moela (%) 1,55 1,61 1,84 1,79 9,22 0,0329
Coração (%) 0,44 0,47 0,48 0,46 11,78 0,8072
Fígado (%) 2,04 1,87 2,05 1,95 9,53 0,3883
1 2
Coeficiente de variação; Teste F da análise de variância.

Em novo estudo, os mesmo autores (OKEUDO et al. 2006) testaram a


inclusão da torta de dendê de até 45% em frangos de corte com idades entre 21 e
69 dias e também não constataram o efeito sobre o consumo de ração.
Ao substituírem 50% do milho da ração controle, de frangos de corte nas
fases inicial e final, por três diferentes fontes de torta de dendê, Ezieshi e Olomu
(2008) constataram que o consumo de ração diferiu do controle e entre as fontes do
subproduto. Deve ser observado, então o tipo, forma de processamento e condições
de armazenamento do subproduto a ser utilizado para garantia de bons resultados,
uma vez que, estes fatores podem influenciar a qualidade nutricional do alimento
(FREITAS et al, 2005; BRUMANO et al, 2006, GOMES et al, 2007).
Os níveis de inclusão da torta de dendê não influenciaram (P>0,05) o ganho
de peso em nenhuma das fases estudas. Ezieshi e Olomu (2004) constataram que o
45

ganho de peso piorou para fase inicial e final de frangos de corte quando foi
substituído 50% do milho pela torta de dendê. Okeudo et al. (2006) não encontraram
efeito da inclusão da torta de dendê na dieta de frangos de corte para o ganho de
peso médio dos 21 dias de idade até o abate. Anaeto; Chioma; Omesebe (2009) ao
testarem dietas contendo 0, 10, 20, 30% de substituição do milho pela torta de
dendê, observaram melhora do ganho de peso em relação à dieta controle tendo
melhor resultado com 20% de substituição.
A conversão alimentar não foi influenciada (P>0,05) pela inclusão da torta de
dendê na ração nas fases estudas, entretanto, ao consideramos o período
acumulado de 1 a 56 dias de idade verificamos efeito (P<0,05), para a conversão
alimentar, com comportamento linear crescente (Figura 1), A ausência de efeito
dentro das fases era previsível, uma vez que, o consumo de ração e ganho de peso
das fases estudadas, não variaram. Diferentemente de Ezieshi e Olomu (2004) que,
ao substituir 50% do milho e 40% da soja pela torta de dendê da ração de aves, de 1
a 21 e 42 a 63 dias de idade, verificaram piora, com aumento de 0,9 e 0,7,
respectivamente da conversão alimentar em relação à ração controle.

Figura 1 – Efeito da inclusão da torta de dendê na conversão alimentar de aves de


crescimento lento de 1 a 56 dias de idade.
Contudo, Okeudo et al. (2005) não encontraram diferença na conversão
alimentar de frangos de corte na fase final, utilizando níveis até 30% de inclusão da
torta de dendê. Em estudo posterior, Okeudo et al. (2006) testaram níveis de até
45% de inclusão e a conversão alimentar também não foi influenciada.
Não foi encontrado efeito (P>0,05) da utilização da torta de dendê para o
rendimento de carcaça em nenhuma das fases estudadas Tais resultados se
assemelham aos encontrados por Okeudo et al. (2005) que também não verificaram
46

diferenças significativas para o rendimento de carcaça de aves na fase final com até
30% de inclusão da torta de dendê. Porém, ao trabalharem com níveis de até 45%
de inclusão Okeudo et al., (2006) encontraram efeito onde 15 e 30% de inclusão
apresentaram melhores resultados que as rações com 0 e 45% de inclusão da torta
de dendê.
Os níveis de inclusão da torta de dendê na ração de frangos de crescimento
lento nas fases inicial, crescimento e final não influenciaram (P>0,05) o tamanho do
intestino delgado e os pesos relativos dos órgãos analisados, exceto para peso
relativo da moela nas fases inicial (P<0,01) e final (P<0,05), apresentando
comportamento linear crescente (Figura 2 e 3).

Figura 2 - Efeito da inclusão da torta de dendê no peso relativo da moela de aves de


crescimento lento na fase inicial (1 a 28 dias).

Okeudo et al. (2005) encontraram aumento do peso relativo da moela e do


coração para frangos de corte criados até a 8ª semana, em que os melhores
resultados ocorreram com 20% e menores com 30% de inclusão da torta de dendê.
Okeudo et al. (2006) não encontraram diferença para o peso relativo do coração ao
trabalharem com dietas contendo 0, 15, 30 e 45% de inclusão da torta de dendê.
Contudo houve aumento do peso relativo da moela sendo 45% o que apresentou
maior valor médio. Os autores avaliaram também o peso relativo do fígado e da
vesícula biliar e não encontraram influência dos tratamentos.
47

Figura 3 – Efeito da inclusão da torta de dendê no peso relativo da moela de aves de


crescimento lento na fase final (57 a 84 dias).

Anaeto; Chioma; Omesebe (2009), ao avaliarem a influência de dietas


contendo 0, 10, 20 e 30% de torta de dendê em substituição ao milho, verificaram
aumento do peso absoluto do peso do fígado e da moela quando aumentaram os
níveis de substituição e o peso absoluto do coração não apresentou variação.
O aumento no peso relativo da moela pode ser devido ao alto teor de fibras,
cerca de 16%, presente na torta de dendê (FASINA et al., 2004).

4 CONCLUSÃO

A torta de dendê pode ser utilizada na alimentação de aves de crescimento


lento sem afetar o desempenho até o nível de 12%.
48

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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