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VÁRZEA GRANDE-MT
2023
MARCOS SANTANA MENDONÇA
VÁRZEA GRANDE-MT
2023
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................................... 4
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 5
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 14
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 19
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20
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RESUMO
Este artigo foi elaborado para avaliar os impactos financeiros anual da Destilaria de Álcool
USIMAT, devido descargas atmosféricas em uma rede de distribuição 13.8 KV com extensão
de 37 km, com o intuito de mitigar e propor soluções para tal problema, por meio de
levantamento de dados da empresa e estudo de caso. Foi observada a atuação dos para-raios em
diversos cenários, definindo-se a melhor solução para quantidade e localização desses
equipamentos de proteção. Os resultados deste estudo, indicam que o para-raios é um
equipamento de proteção eficiente na redução dos impactos negativos ocasionados devido às
descargas atmosféricas. Além disso, verifica-se que o aumento do número de para-raios em
uma subestação diminui os níveis de sobretensão aplicada nos equipamentos instalados, além
disso, sugere-se também a instalação de um disjuntor exclusivo e dedicado para rede, com
regulagem de sensibilidade de fuga à terra muito menor do que o alimentador principal,
verificar também a viabilidade de investimento para melhorias no SPDA das estruturas de
acordo com a NDU 002, NDU004.1, e a NDU007 da concessionária local Energisa, o aumento
de para-raios na rede e/ou implantação do cabo para-raios, medidas com a função de proteção
das fases contra os surtos provocados por raios, substituindo-se a rede antiga por rede compacta.
Palavras-chave: SPDA, para-raios, elo-fusível, disjuntor com relé digital, proteção fases, rede
13.8 KV, chave fusível, subestação, NR10, NBR5419, Gaiola de Faraday.
ABSTRACT
This article was designed to evaluate the annual financial impacts of the USIMAT Alcohol
Distillery, due to lightning in a 13.8 KV distribution network with an extension of 37 km, with
the aim of mitigating and proposing solutions to this problem, through data collection of the
company and case study. The performance of lightning rods was observed in different
scenarios, defining the best solution for the quantity and location of these protective equipment.
The results of this study indicate that the lightning rod is an efficient protective device in
reducing the negative impacts caused by lightning strikes. In addition, it is verified that the
increase in the number of lightning rods in a substation decreases the levels of overvoltage
applied to the installed equipment, in addition, it is also suggested the installation of an
exclusive and dedicated circuit breaker for the network, with sensitivity adjustment ground
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leakage much lower than the main feeder, also check the feasibility of investment for
improvements in the LPS of the structures in accordance with NDU 002, NDU004.1, and
NDU007 of the local utility Energisa, the increase in lightning rods in the network and/or
implementation of lightning cable, measures with the function of protecting the phases against
surges caused by lightning, replacing the old network with a compact network.
Key words: SPDA, lightning rod, fuse link, circuit breaker with digital relay, phase protection,
13.8 KV network, fuse switch, substation, NR10, NBR5419, Faraday cage.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
fertirrigação de vinhaça na lavoura. O SPDA em uma linha de (alta tensão) de acordo com a
definição da NR10, que informa que acima de 1000 Vca é considerado alta tensão, é instalado
com o intuito de proteger as pessoas usuárias do sistema elétrico e dos ambientes em que
trabalham ou vivem, proteger também da tensão de toque ou passo, provocado pelas descargas
atmosféricas, e também proteger todos os materiais utilizados em toda instalação elétrica, tais
como; transformadores de potência e de corrente, motores elétricos, cabeamentos, circuitos
eletrônicos, e ainda proteger todas instalações não elétricas também, como; prédios, casas,
tanques, estruturas metálicas, etc., pois o poder de destruição de um raio é muito grande, alguns
dizem que é um pouco da ira de Deus, pela tamanha força em que desce para terra, buscando
zerar a ddp (diferença de potencial) entre a nuvem e a terra.
Abaixo uma figura ilustrativa para melhor entender este fenômeno natural;
as funções do SPDA externo é interceptar uma descarga atmosférica para a estrutura com um
subsistema de captação e conduzir a corrente da descarga atmosférica seguramente para o solo
com um subsistema de descida e dispersar esta corrente na terra com um subsistema de
aterramento, a função do SPDA interno é evitar centelhamento perigoso na estrutura, utilizando
a ligação equipotencial ou a distância de segurança e, consequentemente, isolação elétrica, entre
os componentes do SPDA e outros elementos condutores internos à estrutura, O SPDA deve
estar conforme os requisitos da ABNT NBR 5419.
Abaixo uma figura ilustrativa de como ocorre uma descarga atmosférica em uma
edificação, percebe-se que o sistema forma uma arquitetura parecida com a “Gaiola de
Faraday”, onde se tem o campo nulo no interior de um condutor eletrizado, e isso é de extrema
importância para dar segurança para tudo e todos que estão dentro da casa (ou Gaiola de
Faraday).
fonte: https://engenharia360.com/tudo-sobre-spda/
No Brasil, entre 1970 e 1989 foram utilizados um tipo de para-raios radioativo, seu
princípio de funcionamento estava em ionizar artificialmente o ar através do elemento
radioativo, que emitia radiação alfa e gama. Estes dispositivos foram proibidos pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), uma vez que sua eficácia não pôde ser comprovada, e
devido aos possíveis riscos para as pessoas e animais devido a sua radiação (risco alto de
provocar câncer), estes dispositivos instalados nas plantas industriais antigas foram retirados e
enviados para o local de controle da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), com
todos os procedimentos de manuseio e transporte indicados pela comissão mencionado
anteriormente, para evitar acidente com contaminação humana e em animais com os mesmos,
o tipo de captor comumente utilizado e que está de acordo com a NBR5419 atualmente são os
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do tipo Franklin, que é somente um material condutor e de alta resistência mecânica contra
impacto e aquecimento pela passagem das altas corrente elétrica proveniente do arco elétrico
no primeiro contato do raio com o captor e da passagem da corrente elétrica da descarga
atmosférica para descarregar no solo, quando a ddp é muito alta, e tendência das cargas é buscar
uma equipotencialização entre nuvem e solo, vencendo a barreira isolante do ar, na primeira
passagem do líder ascendente ou descendente ocorre a ionização do ar, o que facilita a passagem
das demais descargas atmosféricas.
determinantes para toda arquitetura do SPDA, a norma atual orienta utilizar o cálculo com
esferas rolantes, cuja fórmula é:
𝒓 = 𝟏𝟎. 𝑰𝟎,𝟔𝟓
𝒎á𝒙.
Onde r é o raio da esfera rolante, este raio também respeita o parâmetro nível de proteção
(NP) estabelecido pela NBR5419-1 2015, expresso em metros (m); I é a corrente de pico,
expressa em quilo amperes (kA).
Para fins de orientação rápida de cada etapa do estudo de um SPDA, pode-se orientar-
se pela figura 4, sabendo assim onde se aplica cada parte da norma regulamentadora NBR5419-
1 (princípios gerais), NBR5419-2 (gerenciamento de riscos), NBR5419-3 (danos físicos à
estrutura e perigos à vida) e NBR5419-4 (sistema elétricos e eletrônicos internos), todas partes
da revisão de 2015 da Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).
Quatro classes de SPDA (I, II, III e IV) são definidas como um conjunto de regras de
construção, baseadas nos correspondentes níveis de proteção (NP). Cada conjunto inclui regras
dependentes do nível de proteção, por exemplo, raio da esfera rolante, largura da malha etc., e
regras independentes do nível de proteção por exemplo, seções transversais de cabos, materiais
etc., a NBR5419 é uma poderosa ferramenta do projetista para definir os parâmetros essenciais,
consultando-se os parâmetros já estabelecidos em várias tabelas da NBR5419, como por
exemplo, algumas figuras abaixo;
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Figura 6, determinação do raio da esfera rolante de acordo com o nível de proteção (NP)
Abaixo, na figura 8, uma ilustração de alguns dos termos mais utilizados em SPDA:
Outra ferramenta muito útil para levantar alguns dados, também essenciais é o site do
INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais); por exemplo, para se determinar o índice de
incidência de raios por ano em um determinado local, sua precisão vem melhorando no decorrer
do tempo devido as novas instalações de sensores para capturar estes dados em tempo real,
conforme na figura 9.
Figura 10, verificando o acumulado de queda de raios a cada 5 minutos na região estudada
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Na figura 11 e 12, observa-se que a rede elétrica é um captor de raios natural devido ao
formato construtivo, de cima para baixo o primeiro contato é direto nos cabos elétricos
energizados, e sem isolação, em material alumínio, sem uma proteção das “casas das fases”,
fica totalmente vulnerável e é um atrativo para o raio, que desce procurando condutores para
dissipar sua força destrutiva, já no caso das linhas de transmissão, que possui um cabo bem
acima das fases, este cabo é solidamente conectado ao solo, formando o SPDA da linha de
transmissão, uma vez que os surtos são conduzidos ao solo e dissipado antes mesmo de atingir
a linha energizada, que por sua vez, está conectado da fonte aos consumidores, passando por
subestações elevadoras ou abaixadoras de tensão, reguladores de tensão, banco de capacitores
para correção do fator de potência, para-raios, etc., conforme figura abaixo:
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Figura 13, sistema com cabo para raio formando a proteção “casa das fases”
fonte: https://www.desterroeletricidade.com.br/blog/eletrica/spda-ate-onde-chega-a-
protecao-de-um-para-raios/
Fonte: trabalho do autor deste artigo com uso de GPS e Google Earth.
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fonte: https://cpflsolucoes.com.br/rede-de-distribuicao-aerea-vs-subterranea/
descargas em 1 km² por ano, então a área de exposição equivalente para descarga atmosférica
na linha (AL), será:
𝐴𝐿 = 40. 𝐿𝐿
Onde;
Portanto:
𝐴𝐿 = 40.37000
Observou-se que quando ocorria os eventos, bastava desconectar toda a rede externa da
casa de força (geração própria) e rearmar a falha do relé por fuga a terra e ligá-lo, que o
alimentador K9 permanecia ligado e reestabelecia o processo da usina.
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Na unidade industrial, que é o lado da fonte desta rede 13.8 KV e inevitavelmente também um
“extenso captor de raios” em discussão, e na extremidade de consumos, nota-se que já existem
SPDA com NP=I (nível de proteção tipo I), então considere-se riscos R1 < RT, considere-se
também zero as perdas (L1=L2=L3=L4=0), uma vez que não há mortes e fonte de danos
(D1,D2,D2) de equipamentos, visto que o vetor mais importante é o prejuízo com parada da
produção devido TRIP no relé digital SEPAM do disjuntor denominado na casa de força por
K9, os eventos registrados são fuga à terra, e ocorre somente em dias chuvosos, provocados por
LEMP (pulso eletromagnético devido às descargas atmosféricas).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma vez que o evento ocorre somente na presença de chuva, não se descarta as seguintes
hipóteses; vazamento em algum isolador da extensa rede aérea exposta ao tempo, ou fuga em
para-raios, ou fuga em transformadores das subestações móveis e fixas, ou fuga em porta
fusíveis, árvores tocando na rede, enfim, todos estas possibilidade foram avaliadas uma por
uma, com testes de megômetro de cada dispositivo da rede externa, outro detalhe que aponta
que a causa raiz é surto na rede por raios, é que cada registro de TRIP no relé SEPAM do
alimentador K9, aleatoriamente dá fuga de diferentes fases para terra, nem sempre é a mesma,
o que enfraquece as possibilidades acima citadas.
• Instalar um disjuntor com relé digital exclusivamente para esta rede, com as regulagens
de proteção e seletividade mais sensíveis do que do relé do alimentador K9, caso ocorra
algum evento de fuga à terra, somente ele desarma, não impactando o processo da usina,
pois o K9 alimenta várias outras cargas críticas da indústria.
• Manutenção preditiva completa na rede utilizando-se ultrassonografia e câmera
termográfica, (meio para detectar possível vazamento de energia em algum ponto de
isolação entre rede e terra), fazendo-se dos resultados desta preditiva o carro chefe para
uma manutenção preventiva.
• Aumentar o número de para-raios no decorrer da rede, a cada 400 metros um conjunto
de para-raios com seus respectivos subsistemas de aterramento.
• Melhorar os aterramentos das subestações móveis.
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REFERÊNCIAS
ABNT, NBR. 5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas, 2015.
SITES DE PESQUISA:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/47445/pdf/54?code=Ut7tt7nI6c93ggz8Q
vWgfp1q1Qf+LFP6WwaSPDmcy+xwnSXF3zqD1otfamDflq3KhQ8QXHZCwIsCp+9EugU
wyA==
http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/os.raios.e.a.origem.da.vida.php
http://sigma.cptec.inpe.br/raio/
http://www.inpe.br/webelat/docs/Cartilha_Protecao_Contra_Raios_Brasil_2020.pdf
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/47445/pdf/0?code=Jqk2d5sdHr5BkKk+0
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