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Sandra Queiroz Ferreira Moreno

Matipó-MG, 2022
A Norma Técnica NBR 5419 estabelece as condições de
projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA), para proteger as
edificações e estruturas contra a incidência direta dos raios. A
proteção se aplica também contra a incidência direta dos raios
sobre os equipamentos e pessoas que se encontrem no interior
destas edificações e estruturas ou no interior da proteção
impostas pelo SPDA instalado.
Descargas atmosféricas podem ocorrer da nuvem para o
solo, do solo para a nuvem, dentro da nuvem, da nuvem para
um ponto qualquer na atmosfera, denominados descargas no
ar, entre as nuvens e intra-nuvens que são as mais frequentes.
O que é um Raio e como ele é formado?

Um raio é uma descarga elétrica de grande intensidade


que ocorre quando a rigidez dielétrica do ar é quebrada e
cargas elétricas fluem diretamente da nuvem para o solo, ou
vice-versa, produzindo diversos tipos de radiação
eletromagnética, além de ondas sonoras, que são conhecidas
como trovões. A principal diferença entre relâmpagos e raios
consiste no fato de que o termo relâmpago refere-se a qualquer
descarga elétrica atmosférica, enquanto um raio é uma
descarga que ocorre entre a nuvem e o solo. Por isso, pode-se
dizer que todo o raio é um relâmpago, mas nem todo o
relâmpago é um raio.
As descargas nuvem-solo, também denominados raios,
são as mais estudadas devido ao seu caráter destrutivo. Elas
podem ser divididas em dois tipos, definidas em função do sinal
da carga efetiva transferida da nuvem ao solo: negativas e
positivas.
As principais consequências das descargas atmosféricas

A ação e efeito dos raios causam diversos prejuízos, dentre eles


estão:

 Incêndios em florestas, campos e prédios;


 Desligamentos de Linhas de Transmissão ( Flash Over e Black
Flash Over);
 Colapso na rede de energia elétrica;
 Interferência na rádio transmissão;
 Acidentes na aviação; Acidentes nas embarcações marítimas;
 Acidentes nas torres de poços de petróleo;
 Acidentes nas plataformas marítimas de petróleo;
 Mortes de seres humanos e animais; etc.
Consequências

Existem também algumas consequências causadas pela


incidência dos Raios aos seres vivos de forma direta ou indireta

 Parada Cardíaca
 Tensão de Passo
 Tensão de Toque
 Tensão Lateral
 Descarga Direta
Por conta do poder destrutivo do raios, existe a necessidade de
se criar sistemas proteções para as pessoas, as edificações e
para os equipamentos
O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas ou
Para- Raio

É um conjunto de equipamentos, cujo a principal


finalidade é a de proteger estruturas ou edifícios e todo o
conteúdo neles existentes. Fazendo com que as cargas
acumuladas na atmosfera sejam captadas e direcionadas de
uma forma segura até o ponto de terra. Basicamente utilizando-
se de três elementos: Captor, Condutor de Descida e
Aterramento.
Captor

É a parte do para-raios que intercepta as descargas


atmosféricas incidentes no volume a proteger, e situa-se no
topo das estruturas. Podendo ser do tipo Artificial: Haste tipo
Franklin, Condutores de Cobertura e Emalhado de Faraday. E do
tipo Natural.
Condutor de Descida

É a parte do para-raios destinada a conduzir a corrente


de descarga que é atraída pelos captores, até aos elétrodos de
aterramento. A descida pelos condutor pode ser artificial ou
natural.
Condutor de Descida

O Aterramento tem como finalidade a dispersão na


massa condutora da terra da corrente proveniente de qualquer
descarga atmosférica que incida no para-raios. Qualquer
sistema de aterramento distinto deve ser interligado através de
uma ligação equipotencial de baixa impedância.

Os sistemas de aterramentos podem ser: naturais, que


utilizam as bases das estruturas como ponto de dispersão; ou
artificiais, que são métodos integrados de forma proposital para
dispersar as cargas até o ponto terra. Alguns desses métodos
artificiais mais utilizados são: Aterramento tipo Haste e
Aterramento em Malha.
Classificação das estruturas quanto às Consequências
das Descargas (CD)
Classificação das estruturas quanto à Altura e
Implantação (AI)
Necessidade de proteção contra descargas atmosféricas
NBR 5419 - “SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS”

A NBR 5419, Proteção de estruturas contra descargas


atmosféricas, nela contém todos os aspectos gerais para se
fazer um projeto adequado e eficiente para a proteção de
estruturas e edificações contra descargas atmosféricas.

Descargas elétricas atmosféricas são ocorrências típicas


da natureza e suas características são totalmente imprevisíveis
em especial quanto ao local a serem atingidos, intensidade da
descarga elétrica e o período de duração do evento. Descarga
atmosférica é um tipo de descarga elétrica que pode ocorrer
entre nuvens ou entre nuvem e terra e, consiste em impulsos
elétricos denominados raios, segundo Cruz e Aniceto (2012), os
raios são impulsos elétricos de alta tensão, podendo chegar até
100 kV, com duração muito pequena, em torno de 200 ms. As
consequências de ficar exposto de maneira direta ou indireta a
uma descarga atmosférica pode acarretar sérios danos desde
queimaduras até causar o óbito de uma pessoa ou animal.
Os efeitos também são sentidos no que diz respeito a
interferências e avarias em redes aéreas de transmissão e
distribuição de energia elétrica e sistemas de telecomunicações.
Os problemas também podem se estender para incêndios em
edificações e florestas.
Em vista da necessidade de neutralizar ou minimizar tais
problemas, foi elaborada a norma Brasileira NBR 5419 que trata
sobre SPDA (sistema de proteção contra descarga atmosférica)
e por sua vez teve diversas atualizações ao longo dos anos com
o intuito de trazer novas metodologias e segurança para
pessoas, animais e também as edificações. A versão mais
recente é a NBR 5419/2015, composta por 04 partes, a
primeira discorre sobre princípios gerais, a segunda fala de
gerenciamento de risco, a terceira comenta a respeito de danos
físicos a estruturas e perigos à vida e a quarta parte com
relação a sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.
 NBR 5419-1 - Princípios Gerais
Esta parte estabelece os requisitos para a determinação
de proteção contra descargas atmosféricas.

 NBR 5419-2 - Gerenciamento de Risco


Esta parte estabelece os requisitos para análise de risco
em uma estrutura devido às descargas atmosféricas para a
terra.

 NBR 5419-3 - Danos Físicos a Estruturas e Perigos à


Vida
Esta parte estabelece os requisitos para proteção de
uma estrutura contra danos físicos por meio de um SPDA -
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas - e para
proteção de seres vivos contra lesões causadas pelas tensões
de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA.
 NBR 5419-4 - Sistemas Elétricos e Eletrônicos Internos
na Estrutura

Esta parte fornece informações para o projeto,


instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de
proteção elétricos e eletrônicos (Medidas de Proteção contra
Surtos ─ MPS) para reduzir o risco de danos permanentes
internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de
descargas atmosféricas (LEMP).
De acordo com a norma no item 7 diz que a “eficácia de
qualquer SPDA depende da sua instalação, manutenção e
métodos de ensaio utilizados. Todos estes fatores não podem
ser realizados durante a ameaça de tempestade.” (NBR
5419/2015 -3).
O item 7.4.1 da norma “a regularidade das inspeções é
condição fundamental para a confiabilidade de um SPDA” (NBR
5419/2015 -3). O cronograma do estudo é realizado
primeiro com a coleta de informações bibliográficas relevantes
que aborda o tema de forma criteriosa e detalhada, junto da
norma mais atual NBR 5419/2015 que fixa condições mínimas
de eficiência e eficácia de funcionamento de um para-raios.
De posse dessas informações a segunda etapa é a
inspeção visual e técnica de todo sistema de proteção contra
descargas atmosféricas do local estudado, a fim de coletar
dados que serão importantes para a terceira etapa de
definição do método de dimensionamento que inclui todo
sistema de captação, descidas, aterramento e
equipotencialização. Já na quarta e última etapa, após
levantar todas as informações necessárias, apresentar um
descritivo dos pontos a serem atualizados.
De posse dessas informações a segunda etapa é a
inspeção visual e técnica de todo sistema de proteção contra
descargas atmosféricas do local estudado, a fim de coletar
dados que serão importantes para a terceira etapa de definição
do método de dimensionamento que inclui todo sistema de
captação, descidas, aterramento e equipotencialização. Já na
quarta e última etapa, após levantar todas as informações
necessárias, apresentar um descritivo dos pontos a serem
atualizados.
O Brasil é o país com a maior incidência de raios do
mundo, em torno de 100 milhões por ano. Assim, surge a
necessidade do estudo de como são formados e como isso afeta
a incidência ao redor do país para um possível projeto de SPDA.
A NBR 5419-3 (2015) estabelece alguns requisitos para a
inspeção de um SPDA, sendo eles:
a) O SPDA esteja de acordo com o projeto baseado
nesta norma.
b) Todos os componentes do SPDA estão em boas
condições e são capazes de cumprir suas funções; que não
apresentem corrosão, e atendam às suas respectivas normas.
c) qualquer nova construção ou reforma que altere as
condições iniciais previstas em projeto além de novas
tubulações metálicas, linhas de energia e sinal que adentrem a
estrutura e que estejam incorporados ao SPDA externo e
interno se enquadrem nesta Norma.

Conforme descrito na NBR 5419 (2015), as inspeções


devem ser realizadas periodicamente, por um profissional
habilitado e capacitado a exercer esta atividade, com emissão
de documentação pertinente, em intervalos determinados,
assim relacionados.
Assim, como descrito na norma, as inspeções para esse
tipo de estrutura devem ser realizadas a cada 3 anos. Contudo,
não há registros de inspeções realizadas no edifício após a
atualização da NBR 5419 para o ano de 2015.
Durante as inspeções, existem alguns itens de maior
importância, são eles: deterioração e corrosão dos captores,
condutores de descida e conexões, condição das
equipotencializações, corrosão dos eletrodos de aterramento, e,
verificação da integridade física dos condutores do eletrodo de
aterramento para os subsistemas de aterramento não naturais.
Profissionais habilidade a elaborar o SPDA

Os profissionais que podem exercer atividades de


projeto, instalação e manutenção de SPDA são: engenheiro
eletricista, engenheiro de computação, engenheiro mecânico-
eletricista, engenheiro de produção – modalidade eletricista,
engenheiro de operação – modalidade eletricista, tecnólogo na
área de engenharia elétrica e técnico industrial – modalidade
eletrotécnica.
Exercícios

1) O que fala a NBR 5419?

2) Cite 03 principais consequências das descargas


atmosféricas.

3) O que significa SPDA?

4) Em quantas partes são dividida o SPDA e quais são elas de


acordo com a NBR 5419.

5) Quais os elementos que forma ou para-raios ou SPDA?

6) Existem também algumas consequências causadas pela


incidência dos Raios aos seres vivos quais são elas?

7) Quantas são a Classificação das estruturas quanto à Altura e


Implantação (AI)? Quais São?
8) Os raios são impulsos elétricos de alta tensão, podendo
chegar até _____________________. (Complete)

9) O Brasil é o país com a maior incidência de raios do mundo,


em torno de _____________________. (Complete)

10) Como descrito na norma, as inspeções para esse tipo de


estrutura devem ser realizadas a cada
_____________________. (Complete)

11) A NBR 5419-3 (2015) estabelece alguns requisitos para a


inspeção de um SPDA, quais são eles?

12) Quem pode elaborar o SPDA?

13) Quantas são Classificação das estruturas quanto às


Consequências das Descargas (CD)? Quais são?
P or Hoje é só…
O
Aguardo você na próxima aula.

Sandra Queiroz Ferreira Moreno


Contato: 31 – 9 9917-5532
E-mail: sandyqueiroz@hotmail.com
Bibliografia

https://www.blogsegurancadotrabalho.com
.br/o-que-e-ppci/

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