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WBA0301_v1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS E
SISTEMAS DE ATERRAMENTO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Lucas dos Santos Araújo Claudino
Leitura crítica: Aristóteles Ramon Dias Couto Moreno

As descargas atmosféricas são fenômenos naturais que não


podem ser impedidos e oferecem grande risco a estruturas,
edificações, patrimônios e à vida, o que pode ser feito é apenas
o controle das consequências dessas descargas. Tendo em vista
esse cenário, é de extrema importância que seja implementada
alguma metodologia de proteção para reduzir os danos causados
pelas descargas. Este é o objetivo de um sistema de proteção
contra descargas atmosféricas: eliminar ou reduzir os danos
possíveis.

O objetivo desta disciplina é capacitar o aluno para dimensionar


e analisar projetos sobre a aplicação de aterramentos e proteção
de sistemas elétricos, utilizando as normas vigentes para projetos
de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas. Com
isso, esta disciplina fornece todas as ferramentas necessárias
para o estudo de riscos e necessidade de implantação de SPDA.
Além disso, detalha todos os subsistemas que compõem uma
estrutura de proteção, incluindo os objetos de captação, descida e
aterramento.

Por meio dos estudos realizados ao longo da disciplina, será


possível aprender sobre a origem das descargas atmosféricas,
conceito fundamental para o entendimento da estrutura de
proteção. Além de quais os níveis de proteção passíveis de serem
aplicados a uma edificação e a metodologia de projeto do SPDA
e do subsistema de aterramento de acordo com os requisitos
extraídos a partir da análise de risco.

2
Exemplos de projeto e dimensionamento serão fornecidos, para
que todos os conceitos possam ser aplicados, culminando em
um projeto completo do SPDA, desde a análise da estrutura até a
especificação de materiais e dimensionamento de condutores.

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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TEMA 1

Origem de descargas
atmosféricas e elementos

INÍCIO
do SPDA
______________________________________________________________
Autoria: Lucas dos Santos Araújo Claudino
Leitura crítica: Aristóteles Ramon Dias Couto Moreno

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) tem


como principal função proteger uma estrutura (chamada de volume)
contra os efeitos de descargas atmosféricas. O SPDA não impede
que as descargas ocorram, ele apenas garante que elas serão
direcionadas para um sistema capaz de captar e dissipar as cargas
provindas dessa descarga.

Para projetar corretamente um SPDA, primeiramente é preciso saber


qual a origem dos raios, que é relacionada ao transporte de massas
de ar repletas de partículas de água que, quando em fricção umas
com as outras, polarizam as nuvens. As descargas atmosféricas
podem ser classificadas de quatro maneiras, conforme ilustra o
diagrama da Figura 1, sendo elas relacionadas ao seu sentido de
propagação (do solo para a nuvem, ou vice-versa) e à polaridade das
cargas que fluem na descarga:

Figura 1 – Linha do tempo da evolução das políticas de


atenção às urgências e emergências

Fonte: elaborada pelo autor.

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Após a compreensão da origem das descargas atmosféricas, o
passo mais importante é compreender quais são as estruturas
que compõem um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas. A Figura 2 contém a classificação dos subsistemas
de um SPDA, assim como indicada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT, 2001) na norma NBR 5.419.

Figura 2 – Classificação dos subsistemas de um SPDA

Fonte: elaborada pelo autor.

Para elaborar um projeto de SPDA, o primeiro passo é a escolha


do método de proteção, que vai influenciar na topologia de
distribuição dos captores, na quantidade de condutores de
descida e também no sistema de aterramento. Os três métodos
indicados pena norma NBR 5.419-3 para dimensionamento são
(ABNT, 2015, p. 10):

1. Método Franklin.
2. Método Faraday.
3. Método eletrogeométrico (da esfera rolante).

O método da esfera rolante é considerado o mais completo para


proteção de estruturas; o método Franklin se baseia no princípio

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de inserção de um captor a uma grande altura para gerar um
ângulo de proteção elevado; e o método Faraday é indicado para
os casos de proteção em edificações que apresentam uma grande
área horizontal, para evitar a utilização de muitos captores do tipo
Franklin.

Referências bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


5.419-3: proteção de estruturas contra descargas atmosféricas
parte 3 – danos físicos a estruturas e perigos à vida: referências.
Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 51 p.

PARA SABER MAIS

O projeto de um sistema de proteção contra descargas


atmosféricas envolve diversas etapas, como o levantamento
da topologia da edificação, a análise da incidência média de
descargas atmosféricas na região da edificação, o cálculo
e posicionamento dos captores, o dimensionamento do
subsistema de descida e também o projeto do subsistema de
aterramento.

O subsistema de aterramento é essencial para um projeto de


SPDA e também para qualquer outro tipo de instalação elétrica
residencial, predial ou industrial. O aterramento é, basicamente,
uma conexão entre o solo e o eletrodo de aterramento. O ideal
é que essa conexão seja feita da melhor forma possível, para
que a resistência ôhmica dessa conexão seja baixa e então
apresente um caminho fácil para o fluxo de cargas em possíveis
descargas atmosféricas.

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Quando o subsistema de aterramento não é do tipo natural, é
necessário utilizar elementos específicos para fazer conexões
entre cabos e eletrodos, a fim de se obter uma conexão (ou
emenda) resistente contra impactos mecânicos, às intempéries,
forneça a baixa resistência ôhmica exigida pelas normas
vigentes e possa então garantir a equipotencialidade entre as
diversas estruturas metálicas e a malha de aterramento.

As instalações elétricas, geralmente, possuem estruturas


metálicas (carcaças metálicas, antenas, calhas, ferragens
estruturais e diversos outros componentes) que não estão
energizadas. Porém, em caso de falhas do sistema de
isolamento entre as estruturas metálicas e possíveis condutores
de energia, é preciso que o subsistema de aterramento
funcione como ferramenta para garantir que o potencial
dessas estruturas esteja abaixo dos níveis nocivos ao usuário e
também faça conexão para que os equipamentos de proteção
possam agir corretamente.

Um exemplo fundamental de equipamento de proteção


que necessita do subsistema de aterramento funcionando
corretamente é o DPS (dispositivo de proteção contra
surtos). Esses dispositivos atuam quando um surto de tensão
(descarga atmosférica) não é captado pelo SPDA e então
atinge a instalação elétrica. O DPS irá, então, atuar para
dispersar uma porção dessa corrente de descarga para o
eletrodo de aterramento. Sendo assim, um DPS de 40 kA, por
exemplo, possui a capacidade de dispersar para o eletrodo de
aterramento uma energia equivalente a uma descarga elétrica
de 40 kA, protegendo, então, a instalação elétrica desse surto.

Este exemplo ilustra a importância de um subsistema de


aterramento realizado corretamente. Se o aterramento não
está em conformidade com as normas vigentes, o dispositivo de

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proteção não será capaz de dispersar o surto de tensão. Logo,
o surto pode fluir para a instalação elétrica interna e danificar
equipamentos e componentes.

TEORIA EM PRÁTICA

Para garantir a integridade das estruturas e instalações


elétricas, é necessária a elaboração de projetos de SPDA
corretos, que considerem as características do volume a ser
protegido, desde suas dimensões até a incidência média de
descargas atmosféricas sobre a região.

Imagine que você possui uma empresa especializada na


realização de projetos de instalação elétrica e SPDA. Um novo
cliente chegou ao seu escritório relatando que está com vários
problemas relacionados à captação de descargas atmosféricas.
Ele relatou que nunca realizou um projeto de SPDA para a
residência, e agora precisa urgentemente de proteção contra
essas descargas.

Como você já possui bastante experiência com a elaboração de


projetos de SPDA, sabe que a melhor escolha de metodologia
de projeto é aquela que está de acordo com a edificação. Sendo
assim, antes de analisar o local, você perguntou ao cliente qual
é o tipo de residência, pois assim será possível escolher de
antemão o método de proteção mais adequado para o cálculo
SPDA. O cliente relatou que se trata uma residência de pequeno
porte: um sobrado de aproximadamente 10 metros de largura,
12 metros de comprimento e altura média de 10 metros.

A partir dessa informação, já é possível escolher qual será o


método mais indicado. Sua tarefa agora é fazer um estudo

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comparativo sobre os métodos de proteção utilizados em
sistema de proteção contra descargas atmosféricas para poder
mostrar ao seu cliente qual é a opção mais indicada para a
Autoria: Nome do autor da disciplina
residência dele.
Leitura crítica: Nome do autor da disciplina

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo


professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Este livro contém fundamentos básicos para elaboração de


projetos elétricos, que são base para os estudos de sistemas de
proteção contra descargas atmosféricas. O capítulo 11 trata sobre
o sistema de aterramento das instalações elétricas. Na instalação,
o aterramento tem algumas funções bastante definidas, como, por
exemplo, a sensibilização de equipamentos de proteção, a criação
de caminho para possíveis descargas elétricas e a constituição de
um caminho de baixa resistência para o fluxo de correntes de falha.

O capítulo ainda apresenta uma seção específica de sistemas de


proteção contra descargas atmosféricas, com um resumo dos
elementos de um SPDA e sintetização dos métodos de proteção.
Além disso, o capítulo contém explicações físicas sobre a origem
das descargas atmosféricas e sobre a equipotencialização, que é
um conceito muito importante para garantir a segurança de SPDAs
e instalações elétricas.

O aluno pode acessar este livro por meio da plataforma Minha


Biblioteca, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton.

10
GERBAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Aterramento. In: RIZZATO, F. A.
P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. São Paulo:
Bookman Companhia Editora Ltda., 2017. Cap. 11, p. 163-179.

Indicação 2

Esta obra, além de todas as especificações necessárias para a


elaboração de projetos elétricos prediais (como previsão de
cargas, divisão de circuitos, padrão de fornecimento de energia,
dimensionamento de eletrodutos e dispositivos de proteção
contra sobrecorrentes), contém um capítulo dedicado à proteção
contra descargas atmosféricas.

O capítulo 11, primeiramente, fala sobre as generalidades sobre


proteção contra sobretensão; na sequência, aborda o fenômeno
físico por trás das descargas atmosféricas. Em seguida, o capítulo
trata sobre as metodologias de proteção contra descargas
atmosféricas e finalmente executa um projeto e esquematização
de instalação de sistemas SPDA. O capítulo ainda fornece algumas
definições muito importantes para o SPDA, como, por exemplo, a
diferença entre descarga atmosférica e raio, a definição de ponto
de impacto e volume a proteger.

Na seção de projeto de SPDA, a obra fornece uma análise


criteriosa das tabelas e especificações fornecida pela norma NBR
5.419:2005. O único ponto importante a ser observado é que
essa norma foi reformulada em 2015, por isso pode haver ligeiras
modificações nos requisitos de projeto.

Para realizar a leitura, o aluno deve acessar a plataforma Minha


Biblioteca, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton.

11
LIMA FILHO, D. L. Proteção contra descargas atmosféricas. In: LIMA
FILHO, D. L. Projetos de instalações elétricas prediais. 12. ed.
São Paulo: Érica, 2011. Cap. 11, p. 226-241.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.

1. Devido aos danos que podem ser causados por descargas


atmosféricas, instituições normativas (como a Associação
Brasileira de Normas Técnicas) elaboram regras rígidas
para elaboração de sistemas de proteção contra descargas
atmosféricas. Essas exigências devem ser seguidas para que o
volume protegido esteja realmente sob proteção do sistema
de proteção implementado. Os sistemas de SPDA, para que
sejam corretamente projetados, precisam ser compostos pelo
subsistema de __________, pelos condutores de __________ e pelo
sistema de __________.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as três


lacunas.

12
a. Para-raios; descida; terra.
b. Para-raios; descida; aterramento.
c. Captores; subida; aterramento.
d. Captores; descida; aterramento.
e. Captores; descida; para-raios.

2. Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas


não têm a função de evitar que essas descargas ocorram
ou atinjam a estrutura protegida. Eles são responsáveis
por estabelecer um caminho de baixa resistência para
o fluxo das cargas provindo da descarga atmosférica.
Para que isso ocorra, é preciso escolher o método de
proteção mais adequado à edificação, e então o projeto e
dimensionamento do SPDA a partir dessa escolha.

A respeito dos métodos de proteção Franklin, Faraday e


eletrogeométrico, assinale a alternativa correta.

a. O método da esfera rolante é considerado o mais simples


para proteção de estruturas, por isso não é indicado para
grandes edificações.
b. O método eletrogeométrico se baseia no princípio de
inserção de um captor a uma grande altura para gerar um
ângulo de proteção elevado.
c. O método Franklin é indicado para a proteção em
edificações que apresentam uma grande área horizontal,
evitando, assim, a utilização de muitos captores do tipo
Faraday.
d. O método Faraday é baseado no ato de se inserir um captor
a uma grande altura, gerando, então, um elevado ângulo de
proteção.

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e. O método Faraday é indicado para os casos de proteção em
edificações que apresentam uma grande área horizontal,
para evitar a utilização de muitos captores do tipo Franklin.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: Segundo a norma NBR 5.419:2015, o sistema
de proteção contra descargas atmosféricas é dividido nos
seguintes subsistemas: captores, descida e aterramento.
Portanto, a alternativa “captores; descida; aterramento” é a
que preenche corretamente as lacunas do trecho.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: O método da esfera rolante pode ser considerado
como o mais completo para proteção de estruturas. O
método Franklin se baseia no princípio de inserção de
um captor a uma grande altura para gerar um ângulo de
proteção elevado. O método Faraday é indicado para os
casos de proteção em edificações que apresentam uma
grande área horizontal, para evitar a utilização de muitos
captores do tipo Franklin.

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TEMA 2

Níveis de proteção e suas


aplicações em equipamentos,

INÍCIO
linhas, subestações e cabines
______________________________________________________________
Autoria: Lucas dos Santos Araújo Claudino
Leitura crítica: Aristóteles Ramon Dias C. Moreno

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

A elaboração de um sistema de proteção contra descargas


atmosféricas envolve o desenvolvimento de várias etapas, sendo
que todas devem ser baseadas nas recomendações fornecidas pela
norma NBR 5.419. O primeiro passo, que afeta todo o projeto do
SPDA, é a análise de risco, identificação das probabilidades de danos
à estrutura e ao equipamento e a classificação quanto ao nível de
proteção.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015), por meio


da NBR 5419-2, a estrutura a ser protegida pode ser classificada em
quatro níveis, assim como ilustra a Figura 1, sendo que a corrente IP
é a corrente máxima de pico da descarga.

O nível I é a classificação dada àqueles locais onde uma falha do


sistema elétrico de proteção pode ocasionar danos a estruturas
vizinhas ou também ao meio ambiente. Exemplos: depósitos de
materiais inflamáveis, postos de combustível.

O nível II é para aquelas estruturas que, caso ocorram falhas devido a


descargas atmosféricas, os danos serão elevados ou poderá ocorrer
a perda de objetos/bens históricos. Exemplos: escolas, museus.

Nível III é aplicado a estruturas comuns, como, por exemplo,


escritórios e residências.

O nível IV é aplicado a estruturas não inflamáveis, nas quais exista


pouco acesso ou circulação de pessoas, como depósitos e estoques.

16
Figura 1 – Classificação das descargas atmosféricas

Fonte: elaborada pelo autor.

Além do nível de proteção necessário para a edificação, é


importante saber qual a característica da carga instalada no local,
pois isso determina se há a necessidade de proteção adicional.
A norma NBR 5.419 subdivide a proteção contra descargas
atmosféricas em duas partes: externa e interna, sendo que a
externa abrange o SPDA e a interna contém a proteção contra
impulso eletromagnético da descarga atmosférica (LEMP) que
pode atingir equipamentos eletrônicos, exigindo a utilização
de medidas de proteção (MPS) e divisão em zonas de proteção
contra raios (ZPR). Para sintetizar essa classificação, observe a
Figura 2.

17
Figura 2 – Subdivisão da proteção contra descargas
atmosféricas

Fonte: elaborada pelo autor.

PARA SABER MAIS

A necessidade (ou não) de um SPDA e/ou medidas de proteção


contra surto é avaliada a partir da análise de risco no local, sendo o
risco dividido em quatro níveis (R1, R¬2, R¬3 e R¬4), e o SPDA se faz
necessário quando o risco determinado (R) for maior do que o risco
tolerável (RT), ou seja, quando R > RT, e a análise de risco é feita da de
acordo com as especificações presentes na Figura 3.

18
Figura 3 – Síntese da análise de risco em SPDA

Fonte: adaptada de ABNT NBR 5.419-1 (2015, p. 13).

Quando a avaliação de risco leva ao nível R4, é necessário


também avaliar a viabilidade econômica da implantação do SPDA,
considerando-se o custo das perdas residuais (CRL) consequentes
da descarga, o custo das medidas de proteção (CPM) é menor do
que o custo que haveria caso não houvesse implementação de
medidas de proteção (CL): CRL + CPM < CL (ABNT, 2015, p. 14).

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR


5.419-1: proteção contra descargas atmosféricas parte 2:
princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 67 p.

19
TEORIA EM PRÁTICA

Você aprendeu que SPDA vai além do projeto. Para


implementar um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas, é preciso avaliar muito bem as condições
climáticas da região, a probabilidade de a descarga atmosférica
causar danos e fazer uma avaliação de risco na edificação. Para
aplicar os conhecimentos até aqui adquiridos, você deverá fazer
um estudo de caso e analisar a necessidade de implementação
do SPDA.

Para isso, considere um edifício localizado de frente para o


mar. Esse imóvel possui 14 pavimentos, sendo que 12 deles
são destinados a salas comerciais, um é a portaria e outro o
estacionamento. Atualmente, o edifício não possui sistema
de proteção contra descargas atmosféricas, o que o deixa
extremamente susceptível a danos na estrutura, na instalação
elétrica e nos equipamentos devido a eventuais descargas.

Inicialmente, é preciso que você analise a real necessidade de


um sistema de proteção contra descargas atmosféricas para
essa edificação (essa tarefa deve ser realizada com base na
norma ABNT NBR 5.419-2). Portanto, primeiro analise quais
tipos de perda podem ocorrer nesse local caso haja uma
descarga atmosférica.

O próximo passo é identificar quais os danos que podem


ser causados e são relevantes para este projeto. Esta etapa
também é baseada na NBR 5.419-2 e nos oito tipos possíveis
de probabilidades de ocorrência de danos devido a descargas
atmosféricas.

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A partir da identificação das perdas e dos danos, já é possível
estimar qual será a classe de proteção adotada. Sendo assim,
utilize suas estimativas e diga qual é a classe mais indicada para
enquadrar esta edificação.

O último passo é escolher um método de proteção e justificar


sua escolha (lembrando que a proteção pode também ser feita
por uma combinação de métodos). Para determinar o método
adequado, deve-se levar em consideração a classe escolhida,
o nível de proteção desejado, a localização e as características
construtivas da edificação. Para isso, assuma que a largura do
prédio é igual a 20 metros, o comprimento é de 23 metros e a
altura é igual a 40 metros.

Ao longo do caminho, você pode necessitar de algumas


informações adicionais para encontrar as estimativas
solicitadas. Caso seja necessário, assuma os seguintes valores
para as variáveis:
• Densidade de descargas para a terra Ng = 0,5 (descargas/
km²/ano).

• Número de eventos perigosos para a estrutura ND =


0,0014/ano.

• Média anual de eventos perigosos decorrentes de


descargas atmosféricas na linha NL = 0,0001/ano.

Apresente todos os resultados com justificativas baseadas em


normas e nos conhecimentos adquiridos.

Referências bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5.419-2:


proteção contra descargas atmosféricas parte 2: gerenciamento
de risco. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 104 p.

21
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Este artigo contém métodos especiais aplicáveis para prevenção


contra danos consequentes de descargas atmosféricas a
equipamentos e aos usuários. O documento cobre alguns
métodos de proteção para aumento do potencial elétrico do
solo, isolamento, blindagem e aterramento contra descargas
atmosféricas. O artigo alerta que proteger a estrutura da
edificação não garante proteção aos equipamentos, por isso
é tão importante investir em métodos extras de proteção e
isolamento.

Mais especificamente, o artigo cobre alguns pontos principais


sobre proteção: torres, edifícios e equipamentos aterrados;
divisão e controle da energia dos raios; localização de torres
com respeito à radiação eletromagnética e a necessidade de
gaiola de Faraday; coordenação do esquema de entrada e
cabos coaxiais com o aterramento dos aparelhos; localização
de aterramento único; isolamento de linhas de comunicação
cabeadas do aterramento remoto; proteção da fonte de energia
contra sobretensões; proteção de linhas telefônicas. O aluno
pode acessar este livro por meio da plataforma EBSCOhost,
disponível na Biblioteca Virtual da Kroton.

22
DUCKWORTH, E. M. Guide for protection of equipment
and personnel from lightning. Journal of Performance Of
Constructed Facilities, Reston, v. 16, n. 3, p. 124-128, ago.
2002.

Indicação 2

Esta obra é uma norma norteadora para a avaliação da


edificação na qual o sistema de proteção contra descargas
atmosféricas será instalado. A partir da análise cuidadosa
de cada um dos itens da norma, é possível extrair todas as
informações necessárias para o cálculo de riscos, perdas e
danos provenientes da ocorrência de descargas atmosféricas na
edificação.

Além disso, a norma traz também uma seção que contém


uma metodologia para avaliação do custo da eficiência da
proteção. Essa seção tem o objetivo de mostrar que a execução
de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas
pode precisar de um investimento significativo, mas os danos
provocados por possíveis descargas atmosféricas, em grande
parte dos casos, supera o valor do investimento. Sendo assim,
por meio da metodologia de avaliação de risco, é possível
mostrar a viabilidade econômica que o SPDA pode trazer. Para
realizar a leitura, o aluno deve acessar a plataforma Ged Web,
disponível na Biblioteca Virtual da Kroton.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR


5.419-2: proteção contra descargas atmosféricas parte 2:
gerenciamento de risco: referências. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
104 p.

23
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.

1. A classificação de uma estrutura quanto ao nível


de proteção (classes I, II, III e IV) dita quais serão
as características construtivas do SPDA. Por isso é
imprescindível elaborar uma análise de risco cuidadosa
e posteriormente seguir com os passos de elaboração de
projeto do sistema de proteção.

Segundo a norma NBR 5.419, assinale a alternativa que


contém um item que não depende da classe de proteção
do SPDA.

a. Raio da esfera rolante e tamanho da malha de proteção.


b. Parâmetros máximos e mínimos aceitáveis da descarga
atmosférica.
c. Comprimento mínimo dos eletrodos de aterramento.
d. Espessura mínima das tubulações metálicas presentes em
sistemas de captação.
e. Ângulo de proteção para o método Franklin.

24
2. A utilização de um SPDA diminui a probabilidade de
ocorrência de descargas atmosféricas danificarem
estruturas e equipamentos internos aos volumes
protegidos. Sendo assim, casos em que existem
equipamentos eletrônicos sensíveis exigem utilização de
medidas adicionais de proteção, como a divisão em zonas
de proteção contra raios (ZPR).

A respeito das zonas de proteção contra raios, assinale a


alternativa correta.

a. As ZPR possuem um DPS comum para todas as linhas


condutoras que entram na zona de proteção.
b. Os equipamentos mais sensíveis devem ser associados
à ZPR 0, pois assim estarão imunes contra descargas
atmosféricas.
c. A região que contenha os equipamentos mais sensíveis
precisam possuir uma ZPR associada, e cada zona e
fronteira entre zonas necessita de medidas de proteção
específicas.
d. A divisão em zonas de proteção exclui a necessidade de
instalação de captores e sistema de aterramento.
e. Se um condutor é equipotencializado em uma fronteira
entre duas ZPR, ele não precisa ser protegido novamente
caso adentre em outra ZPR.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: A norma NBR 5.419-3, em seu item 4.1,
cita, entre outros, a espessura mínima de placas ou

25
tubulações metálicas nos sistemas de captação como não
dependentes da classe de SPDA.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: As ZPR possuem DPS ou equipotencialização
para cada linha que entra na zona, sendo que os
equipamentos mais sensíveis devem estar alocados nas
zonas mais interiores, e não na ZPR 0. Caso um condutor
precise entrar em uma zona mais sensível (ZPR 2), ele
precisa ser equipotencializado novamente para reduzir
ainda mais a probabilidade de ocorrência de LEMP.
É importante dizer que a utilização de divisão em ZPR não
exclui a implementação do SPDA com captores, subsistema
de descida e aterramento.

26
TEMA 3

Sistemas de aterramentos
e normas vigentes

INÍCIO
______________________________________________________________
Autoria: Lucas dos Santos Araujo Claudino
Leitura crítica: Aristóteles Ramon Dias Couto Moreno

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

O sistema de proteção contra descargas atmosféricas é dividido em


três subsistemas: captação, descida e aterramento. Cada um deles
tem uma função muito importante, e o SPDA só é completo se todos
estão funcionando corretamente. O subsistema de aterramento
merece uma atenção especial, pois, na grande maioria dos casos,
possui funções adicionais, e não somente a propriedade de auxílio à
proteção contra descargas atmosféricas.

Portanto, para um projeto completo do sistema de aterramento, é


importante seguir as recomendações de ao menos duas normas:
a NBR 5.419 – Proteção contra descargas atmosféricas e a NBR 5.410 –
Instalações elétricas de baixa tensão (ABNT, 2015). Porém, se o projeto
envolver indústrias ou edificações que necessitem entrada de energia
em média tensão, é preciso utilizar também a norma NBR 14.039 –
Instalações elétricas de média tensão1 (ABNT, 2004).

Ao se estudarem todas essas normas, é possível extrair


recomendações para os principais componentes constituintes de
um subsistema de aterramento. O dimensionamento, projeto e a
alocação correta desses elementos construtivos irão garantir que as
características básicas do aterramento sejam garantidas. O Quadro
1 contém um resumo dos elementos e características do sistema de
aterramento, e a explicação detalhada de cada um dos itens pode ser
obtida por meio do estudo cuidadoso das normas elencadas acima.

1
É importante ressaltar também que edificações específicas, como hospitais e postos de serviços,
possuem normas também específicas para regulamentar as suas instalações elétricas. Portanto, é
indispensável a utilização de outras normas nesses casos.

28
Quadro 1 – Resumo dos principais elementos e características
de um sistema de aterramento

Fonte: elaborada pelo autor.

Assim como toda instalação elétrica de baixa, média ou alta tensão,


o sistema de aterramento precisa seguir normas de segurança,
tanto para garantir que o projeto seja elaborado visando a
segurança do usuário como medidas de proteção que devem
ser tomadas a fim de garantir uma execução correta e segura do
projeto de proteção contra descargas atmosféricas e aterramento.
Com essa finalidade, o antigo Ministério de Trabalho e Emprego
criou em 1978 e atualizou em 2016 a Norma Regulamentadora no
10, que prescreve recomendações e exigências para a segurança
em instalações elétricas e serviços em eletricidade.

A fim de resumir os pontos dessa norma regulamentadora que são


pertinentes aos serviços em sistemas de aterramento e aplicações
do sistema elétrico de potência, observe a Figura 1.

29
Figura 1 – Resumo dos principais pontos de segurança a serem
observados na NR-10 durante o projeto e a execução de
sistemas de aterramento

Fonte: elaborada pelo autor.

Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5.419-3:
proteção de estruturas contra descargas atmosféricas parte 3 – danos
físicos a estruturas e perigos à vida: referências. Rio de Janeiro, ABNT,
2015. 51 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5.410:


instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, ABNT, 2004. 209 p.

PARA SABER MAIS

Um ponto muito importante, que foi comentado ao longo do estudo


é que o sistema de aterramento deve ser projetado para suportar
todas as suas funções, ou seja, deve servir de escoamento para

30
descargas atmosféricas, conexão para aterramento de equipamentos
internos e também para a malha de proteção de eventuais
subestações. Porém, essas funções são elencadas em normas
distintas. O ponto confuso entre todas as normas é o fato de ambas
estarem, na realidade, tratando sobre a mesma infraestrutura de
aterramento.

Para melhor entender o ponto comum entre as normas, observe que


a norma NBR 5.410 diz que, no mínimo, o eletrodo de aterramento
deve circundar a edificação. Esse eletro está desenhado ao redor de
uma edificação fictícia na Figura 2. Agora, considerando que dentro
da edificação existem duas subestações (SE1 e SE2 da Figura 2), a
norma NBR 14.039 diz que o eletrodo para a subestação deve ser
uma malha sob o piso, e essa malha está, portanto, conectada ao
eletrodo único da edificação.

Figura 2 – Infraestrutura de aterramento de uma


edificação fictícia

Fonte: elaborada pelo autor .

31
Além disso, a norma NBR 5.419 diz que o subsistema de
descida do SPDA deve também estar conectado ao eletrodo de
aterramento, assim como ilustra a Figura 3 (ABNT, 2015). Dessa
forma, é possível observar como todas essas normas tratam,
de forma complementar, a infraestrutura de aterramento da
edificação.

TEORIA EM PRÁTICA

O projeto e a implementação de um SPDA possuem diversas etapas,


sendo que todas são fundamentais para a elaboração adequada do
sistema necessário para proteção da edificação. Uma etapa muito
importante é o dimensionamento do subsistema de aterramento,
considerando que essa infraestrutura de aterramento deverá ser
também utilizada pelas instalações elétricas.

Para aplicar seus conhecimentos sobre especificação e


dimensionamento de sistemas de aterramento, você deverá, a
partir de algumas informações fornecidas, elaborar uma descrição
da infraestrutura necessária (eletrodo e hastes de aterramento,
cabos condutores, conexões, etc.) para garantir que o projeto do
subsistema de aterramento de um SPDA esteja de acordo com as
normas.

Para essa tarefa, considere as seguintes características e


especificações:

• O imóvel possui 14 andares, largura igual a 20 metros e 23


metros de comprimento.

• Classe II de SPDA.

• Resistividade do solo igual a 2.000 Ω/metro.

32
• Serão instalados cinco condutores de descida.

A partir dessas informações, indique quantas hastes de aterramento


serão necessárias, qual o tipo de eletrodo de aterramento e seu
comprimento mínimo, a distância de instalação do eletrodo e a seção
dos condutores a serem utilizados.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo


professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Este artigo contém um estudo criterioso sobre três topologias


de aterramento, discutindo suas vantagens e mostrando
resultados sobre a resistência e o potencial gerado no solo
para cada topologia utilizada. Além disso, o artigo ainda
compara os resultados com os valores limiares de resistência de
aterramento fornecidos pelas concessionárias para a utilização
de transformadores de distribuição. O aluno pode acessar este
livro por meio da plataforma EBSCOhost, disponível na Biblioteca
Virtual da Kroton.

BERTOLO, H. C; OLIVEIRA FILHO, D.; PIZZIOLO, T. A.; RODRIGUES,


D. E.; MONTEIRO, P. M. B.; XAVIER, G. A. Projeto de aterramento
para sistema monofilar com retorno pelo terra. Revista Brasileira
de Engenharia Agrícola e Ambiental, [s.l.], v. 15, n. 2, p. 205-210,
fev. 2011. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1415-
43662011000200014.

33
Indicação 2

O livro oferece vários capítulos que tratam sobre a proteção


contra descargas atmosféricas e a utilização do sistema de
aterramento. Ele aborda o dimensionamento da infraestrutura de
aterramento segundo os critérios da NBR 5.410, além de discutir
os esquemas de aterramento e a utilidade dessa infraestrutura
para a proteção contra sobretensão. Para realizar a leitura, o aluno
deve acessar a plataforma Biblioteca Virtual 3.0, disponível na
Biblioteca Virtual da Kroton.

COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. 4. ed. São Paulo:


Pearson, 2003. 680 p.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes
neste Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas,
além de questões de interpretação com embasamento no
cabeçalho da questão.

1. A implementação de sistemas de proteção contra descargas


atmosféricas exige, basicamente, o dimensionamento de três
subsistemas: captores, descida e aterramento. O subsistema
de aterramento é uma parte essencial para o SPDA, e a
infraestrutura de aterramento, também chamada de malha de

34
aterramento, possui alguns elementos principais.

Assinale a alternativa que contém os elementos principais


corretos de uma malha de aterramento.

a. Eletrodos de conexão, condutores de aterramento, solo e


condutor de proteção.
b. Eletrodos de aterramento, condutores de aterramento,
conexões e condutor de proteção.
c. Captores, condutores de descida, eletrodo de aterramento e
condutor de proteção.
d. Eletrodos de aterramento, hastes de aterramento, fixadores e
conexões.
e. Eletrodos de aterramento, fixadores, condutor de proteção e
condutores de descida.

2. O projeto e a implementação de um sistema de aterramento


envolve a análise criteriosa da estrutura a ser protegida e o
estudo cuidadoso das normas pertinentes a cada caso.

Sobre a implantação de uma infraestrutura de aterramento


que atenda à norma NBR 5.419 e à norma de instalação
elétrica de baixa ou média tensão, assinale a alternativa que
contém uma afirmativa correta.

a. Se o sistema de aterramento for utilizado para proteção


contra descargas atmosféricas, ele não pode ser utilizado
para aterramento dos equipamentos eletrônicos.
b. O sistema de aterramento pode atender à proteção contra
descargas atmosféricas e ao aterramento das instalações
elétricas internas, contanto que as ligações sejam feitas
apenas de forma direta.

35
c. O sistema de aterramento pode atender à proteção contra
descargas atmosféricas e ao aterramento das instalações
elétricas internas, contanto que as ligações sejam feitas
apenas por meio do uso de DPS.
d. O sistema de aterramento pode atender à proteção contra
descargas atmosféricas e ao aterramento das instalações
elétricas internas, e as ligações podem ser feitas de forma
direta ou indireta.
e. O sistema de aterramento pode atender à proteção contra
descargas atmosféricas e ao aterramento das instalações
elétricas internas, mas não pode atender ao aterramento de
subestações.

GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: Os principais elementos de uma malha de
terra são: eletrodos de terra, condutores de aterramento,
conexões e condutor de proteção.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: A infraestrutura de aterramento pode ser
comum para a proteção contra descargas atmosféricas,
para o aterramento das instalações elétricas internas e
para as subestações, contanto que ela esteja atendendo
simultaneamente a todas as normas pertinentes a cada
finalidade do aterramento.

36
TEMA 4

Projeto e dimensionamento
de SPDA

INÍCIO
______________________________________________________________
Autoria: Lucas dos Santos Araújo Claudino
Leitura crítica: Aristóteles Ramon Dias Couto Moreno

TEMA 1
TEMA 2
TEMA 3
TEMA 4
DIRETO AO PONTO

O sistema de proteção contra descargas atmosféricas é


fundamental para a garantia da integridade da instalação
elétrica e da infraestrutura em caso de descarga atmosférica.
Ele tem a principal função de reduzir danos à estrutura, à
vida humana e ao patrimônio caso algum relâmpago atinja a
edificação. É por isso que, ao elaborar um projeto de SPDA,
você deve rigorosamente seguir alguns passos e garantir que
todo o dimensionamento esteja em conformidade com as
regras pertinentes ao local.

Ao elaborar o projeto, o ideal é que você redija um documento


chamado memorial descritivo, que contém as normas,
metodologias e técnicas utilizadas para o dimensionamento,
bem como os resultados obtidos e a especificação de materiais
permitidos para a instalação. É claro que cada profissional
possui sua própria maneira de elaborar um memorial e calcular
os componentes para dimensionamento do SPDA. Porém,
as análises devem ser comuns e baseadas nos requisitos
fornecidos pelas normas.

A Figura 1 contém uma síntese dos principais pontos que


devem ser abordados e especificados ao elaborar um projeto
de SPDA, desde a avaliação de necessidade até a especificação
de componentes.

38
Figura 1 – Itens essenciais para o projeto de um SPDA

Fonte: elaborada pelo autor.

39
PARA SABER MAIS

O projeto do subsistema de captores é tão importante quanto


todas as outras etapas de um SPDA, e para isso você pode
utilizar qualquer um dos três métodos disponíveis para tal tarefa:
captores Franklin, gaiola de Faraday ou método da esfera rolante.
Para entender melhor a metodologia de projeto pelo método
de gaiola de Faraday, considere um prédio de quatro andares,
com altura igual a 15 metros, 40 metros de largura e 75 metros
de comprimento. Deve-se, então, projetar os captores para uma
proteção de classe III.

Para essa classe de proteção, o tamanho máximo da malha tipo


Faraday é 15x15 metros. Com isso, é possível calcular o número
mínimo de condutores da malha captora em ambas as dimensões
da edificação, de acordo com as Equações 1 e 2:

A quantidade mínima de descidas é calculada a partir do


perímetro do prédio e da especificação de distância da
malha, considerando a proteção de classe III, de acordo
com a Equação 3:

40
O resultado do projeto do subsistema de captores e condutores de
descida é ilustrado na Figura 2. Observe que não foi especificado
condutor horizontal extracircundando a edificação, pois a altura
de prédio já é a distância máxima entre condutores recomendada
pela norma.

Figura 2 – Resultado do projeto de malha captora


e condutores de descida

Fonte: elaborada pelo autor.

TEORIA EM PRÁTICA
O dimensionamento do subsistema de captores e descida é
essencial para o SPDA. O método Franklin é uma solução que,
dentro de seus limites, apresenta um excelente custo-benefício.
Porém, para edificações com grande área horizontal, ele se
torna inviável. Considere uma edificação de quatro andares,

41
com altura igual a 15 metros, 20 metros de largura e 20 metros
de comprimento. Caso seja instalada uma única haste captora
de seis metros de altura no topo do edifício, identifique qual é a
classe máxima de proteção oferecida por essa configuração. Após
identificada a classe, calcule o número necessário de descidas
para essa configuração de SPDA.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo


professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no
ambiente de aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Indicação 1

Este artigo contém um estudo sobre proteção contra descargas


atmosféricas em subestações aplicando blindagem com
cabos. Ele elabora o projeto da blindagem com método
eletrogeométrico e posteriormente aplica algoritmos de
otimização não linear para encontrar o número e configuração
ótima dos condutores utilizados na captação das descargas
atmosféricas. O aluno pode acessar este livro por meio da
plataforma EBSCOhost, disponível na Biblioteca Virtual da
Kroton.

KHODADADI, A.; NAZARI, M. H.; HOSSEINIAN, S. H. Designing


an optimal lightning protection scheme for substations using
shielding wires. Engineering, Technology & Applied Science
Research, [s.l.], v. 7, n. 3, p. 1.595-1.599, 2017.

42
Indicação 2

O livro oferece metodologias largamente utilizadas para a


elaboração de projetos elétricos industriais. Sendo o SPDA
uma parte fundamental da instalação elétrica industrial, o livro
contém também esquemas de projeto e dimensionamento dos
três subsistemas de um SPDA. Além disso, o livro é uma versão
atual e, por isso, oferece o projeto baseado na revisão de 2015
das normas pertinentes ao projeto do SPDA. Para realizar a
leitura, o aluno deve acessar a plataforma Minha Biblioteca,
disponível na Biblioteca Virtual da Kroton.

MAMEDE FILHO, J. Proteção contra descargas atmosféricas. In:


MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 9. ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2018. Cap. 13, p. 600-662.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. O projeto de sistemas de proteção contra descargas


atmosféricas envolve o dimensionamento e a especificação de
diversos componentes, como cabos, conexões e hastes. Para

43
esses elementos, as dimensões, espessuras e os materiais
devem ser considerados.

Acerca da especificação do subsistema de aterramento,


segundo a norma NBR 5.419, assinale a alternativa correta.

a. O eletrodo de aterramento não pode ser constituído de


partes naturais da estrutura.
b. O eletrodo de aterramento enterrado não pode estar
abaixo de 1 metro do solo.
c. O eletrodo de aterramento não pode ser constituído de
alumínio.
d. O eletrodo de aterramento em anel deve ser posicionado
a uma distância de aproximadamente um metro das
paredes externas.
e. O subsistema de aterramento é o único cujos projeto e
dimensionamento de componentes não dependem da
classe de proteção adotada.

2. O SPDA é essencial para a garantia da segurança elétrica


em estruturas e edificações. Por isso seu projeto deve ser
realizado de acordo com normas, requisitos de segurança
e análise de riscos. Somente o projeto corretamente
elaborado é capaz de garantir que o SPDA exerça
corretamente a função de reduzir a probabilidade de
descargas atmosféricas causarem danos à estrutura ou aos
sistemas internos.

Sobre o projeto de um sistema de proteção contra


descargas atmosféricas, assinale a alternativa que contém
uma afirmação correta.

44
a. O projeto e posicionamento dos captores em edificações
com mais do que 15 metros de altura pode ser realizado
somente com o uso do método eletrogeométrico.
b. O condutor de descida pode conter, no máximo, duas
emendas ao longo de seu comprimento total.
c. Todos os condutores metálicos da entrada de serviço de
energia (carcaça de caixa de medição, transformadores
e equipamentos) devem ser diretamente conectados ao
sistema de aterramento.
d. A interligação horizontal de condutores de descida ao redor
de edificações tem a função principal de garantir a robustez
mecânica do subsistema de descida.
e. Durante a análise de risco e cálculo da necessidade do SPDA,
deve-se excluir a zona de menor grau de proteção (Zona 1)
dos cálculos e análises.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: O subsistema de aterramento deve ser projetado
de acordo com a classe de proteção, sendo que componentes
da estrutura ou eletrodos externos podem ser utilizado. O
eletrodo enterrado deve estar, no mínimo, a 50 centímetros
da superfície, e o alumínio pode ser utilizado para partes não
enterradas.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: O projeto e posicionamento dos captores em
edificações com mais do que 15 metros de altura pode
ser realizado com os métodos eletrogeométrico, gaiola de
Faraday e método de Franklin.

45
O condutor de descida não pode conter emendas.
A interligação horizontal de condutores de descida ao redor
de edificações tem a função de garantir a baixa resistência do
subsistema de descida e fornecer caminhos paralelos para o
escoamento de correntes de descarga.
Durante a análise de risco e o cálculo da necessidade do
SPDA, devem-se considerar todas as zonas para os cálculos e
análises.

46
BONS ESTUDOS!

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