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GRADUAÇÃO ENGENHARIA ELÉTRICA

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
ASSUNTO:
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE PARA RAIOS

AULA 15: 13/06/2023 (Turma Bangu_Terça-feira)

Professora Rachel Pires


Semestre: 2023.1
rachelpireseng@gmail.com
INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) servem


para proteção de prédios, antenas, instalações industriais, tanques,
tubulações e pessoas contra as descargas atmosféricas e seus efeitos.

Estes sistemas são compostos por dispositivos instalados nos pontos mais
altos das instalações e estruturas, elas proporcionam um caminho para
terra oferecendo a menor resistência elétrica possível, para desta forma,
oferecer um caminho para corrente criada pela descarga atmosférica fluir
em direção a terra, sem danificar equipamentos ou estruturas, além de
proteger as pessoas dentro da instalação.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Basicamente o objetivo do SPDA é dissipar para terra essa


perigosa corrente elétrica, direcionando a corrente por um
caminho mais seguro possível, desta maneira minimizando
ou anulando seus impactos.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

A utilização do SPDA não impede a incidência de descargas atmosféricas no local, as


descargas são fenômenos naturais causados, pelo atrito das nuvens no céu, este
atrito gera um efeito de eletrização de grande diferença potencial, desta forma é
impossível anular a indecência das descarregas, mais através dos SPDA´s podemos
minimizar seus efeitos nas instalações, construções e proteger as pessoas nelas
abrigadas.

Formação das descargas


elétricas e funcionamento
do SPDA.

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QUANDO UTILIZAMOS SPDA?

A norma regulamentadora NR10 estabelece que todo estabelecimento que tenha


potência instalada superior a 75KW, deve possuir e manter o prontuário das
instalações elétricas (PIE), dentro desta documentação deve conter o relatório de
inspeção do sistema SPDA e os aterramentos elétricos. Desta forma as empresas são
responsáveis por construir e manter o sistema SPDA em funcionamento.
A utilização de SPDA é uma exigência do corpo de bombeiros em edifícios com mais
de 30 metros de altura e instalações comerciais e industriais, com mais de 1500 m²
de área construída, também é exigência em áreas destinadas a depósitos de
explosivos e inflamáveis, e também em outras edificações a critério do Corpo de
Bombeiros, sempre que se justificar a necessidade pela periculosidade; o SPDA deve
obedecer a critérios de confiabilidade e de segurança, pois evita explosões e
incêndios principalmente em ambientes perigosos como postos de combustível.

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DECRETO N°42/2018

‘DECRETO Nº 42, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018’


REGULAMENTA o Decreto-lei nº 247, de 21-7-75, que dispõe sobre o Código de
Segurança contra Incêndio e Pânico – COSCIP, no âmbito do Estado do Rio de
Janeiro.
O INTERVENTOR NA ÁREA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições
constitucionais e legais, que lhe conferem o art. 34, inciso III, da Constituição da República Federativa do Brasil, o
art. 3º do Decreto Presidencial nº 9.288, de 16 de fevereiro de 2018, e o art. 145 da Constituição do Estado do
Rio de Janeiro, e tendo em vista o que consta no Processo Administrativo nº E-27/033/002/2018, e

CONSIDERANDO:
- o disposto no artigo 183 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro de 1989; e
- o Decreto-Lei nº 247, de 21 de julho de 1975, que dispõe sobre a Segurança Contra Incêndio e
Pânico;
CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO (COSCIP)
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Seção I
Generalidades
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DECRETO N°42/2018

Art. 1º - O presente Decreto regulamenta o Decreto-Lei nº 247, de 21 de julho de


1975, dispondo sobre o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP), no
âmbito do Estado do Rio de Janeiro.
§1º - O COSCIP estabelece normas de segurança contra incêndio e pânico,
destinadas à proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente, a serem
aplicadas às edificações e áreas de risco, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro.
§2º - Compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
(CBMERJ) estudar, analisar, planejar e elaborar as normas de segurança contra
incêndio e pânico, bem como exigir e fiscalizar seu cumprimento, na forma
estabelecida neste Código.
§3º - O CBMERJ regulamentará, por meio de Notas Técnicas (NT), as normas de
segurança contra incêndio e pânico constantes deste Código.

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DECRETO N°42/2018

Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro – Diretoria


Geral de Serviços Técnicos (DGST):
Principais Leis, Decretos, Resoluções, Portarias e Pareceres
Técnicos (80 arquivos – consulta em 12/06/2023).
Acesso:
http://www.cbmerj.rj.gov.br/para-o-
cidadao/regularizacao/saiba-como-se-regularizar
*Clicar em Legislação e em seguida em Principais Leis, Decretos,
Resoluções, Portarias e Pareceres Técnicos.

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DECRETO N°42/2018 – ANEXO II

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DECRETO N°42/2018 – ANEXO III

11
DECRETO N°42/2018 – ANEXO III

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DECRETO N°42/2018 – ANEXO III

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

O que compõe um SPDA, e quais são os tipos de SPDA?


A norma de instalação de SPDA é regulada pela Associação Brasileira de normas
Técnicas (ABNT), através da NBR 5419: 2015, o objetivo principal da norma é evitar e
minimizar incêndios, explosões, danos materiais e risco de morte de pessoas e
animais pelos efeitos das descargas elétricas.
Atualmente existem três métodos de dimensionamento:
• Método gaiola de Faraday;
• Método de Franklin (limitada em função da altura e limite de proteção);
• Método da esfera rolante ou Esfera fictícia.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

ABNT NBR 5419: 2015 Proteção contra descargas atmosféricas.

A ABNT NBR 5419: 2015 traz quatro cadernos e mais de trezentas páginas, fruto do
agrupamento de várias normas relacionadas ao assunto Proteção contra Descargas
Atmosféricas, inclusive a proteção de ambientes e equipamentos contra os efeitos
indiretos dos raios.

NBR 5419 Parte 1 – Princípios gerais: Esta parte estabelece os requisitos para a
determinação de proteção contra descargas atmosféricas. Esta parte da Norma
também fornece subsídios para o uso em projetos de proteção contra descargas
atmosféricas

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

NBR 5419 Parte 2 – Gerenciamento de risco: Esta parte estabelece


os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às
descargas atmosféricas para a terra. Esta Parte da Norma tem o
proposito de fornecer um procedimento para a avaliação de tais
riscos. Uma vez que um limite superior tolerável para o risco foi
escolhido, este procedimento permite a escolha das medidas de
proteção apropriadas a serem adotadas para reduzir o risco ao limite
ou abaixo do limite tolerável.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

NBR 5419 Parte 3 – Danos físicos a estruturas e perigos à vida: Esta


parte estabelece os requisitos para proteção de uma estrutura contra
danos físicos por meio de um SPDA – Sistemas de Proteção contra
Descargas Atmosféricas – e para proteção de seres vivos contra lesões
causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA.
Está Norma é aplicável a projeto, instalação, inspeção e manutenção
de um SPDA para estruturas sem limitação de altura. Estabelecimento
de medidas para proteção contra lesões a seres vivos causadas pelas
tensões de passo e toque provenientes das descargas atmosféricas.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

NBR 5419 Parte 4 – Sistemas elétricos e eletrônicos internos na


estrutura: Esta Parte da ABNT NBR 5419 fornece informações
para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de
sistemas de proteção elétricos e eletrônicos (Medidas de
Proteção contra Surtos - MPS) para reduzir o risco de danos
permanentes internos à estrutura devido aos impulsos
eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP).

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Métodos previstos na NBR 5419


▪ Método da haste vertical de Franklin;
▪ Método eletrogeométrico ou das esferas rolantes;
▪ Método da malha ou da gaiola de Faraday.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Método da haste vertical de Franklin:


O método Franklin utiliza os famosos para-raios, sendo esses do tipo
Franklin. Eles são instalados para proteger o volume de um cone, onde o
captor fica no vértice e ângulo entre a geratriz e o centro do cone, variando
de acordo com o nível de proteção e a altura da edificação. Devido às suas
limitações impostas pela norma, passa a ser cada vez menos usado em
edifícios, sendo ideal para edificações de pequeno porte suas limitações são
em função da sua altura protegendo uma altura máxima de 45 metros ou 15
andares, tendo uma flecha de proteção de cerca de 25° . (NBR 5419/2005).

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Método da haste vertical de Franklin:


Observe o para-raio do tipo Franklin exemplificado: Raio de proteção do para raio
tipo Franklin.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Método da haste vertical de Franklin:


O modelo de Franklin é recomendado para estruturas não muito elevadas
(conforme a tabela NBR 5419/2015) e de pouca área horizontal , onde se pode usar
uma pequena quantidade de captores, o que torna o projeto economicamente
interessante.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Método da haste vertical de Franklin:

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Cabo horizontal com hastes de Franklin:

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Cabo horizontal com hastes de Franklin:

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Método eletrogeométrico ou das esferas rolantes:


A área protegida é aquela que
não é tocada pela esfera.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Método eletrogeométrico ou das esferas rolantes:


O método da esfera rolante é o mais recente e consiste em fazer rolar uma
esfera, por toda a edificação.
Esta esfera terá um raio definido em função do Nível de Proteção.
Os locais onde a esfera tocar a edificação são os locais mais expostos a
descargas.
Resumindo, poderemos dizer que os locais onde a esfera toca, devemos
entender que o raio também pode tocar, sendo assim estes precisam ser,
protegidos por elementos metálicos (captor Franklin ou condutores metálicos).
Outra maneira de se proteger as instalações é utilizar a combinação desses
métodos, sendo permitido pela NBR 5419.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS
Gaiola de Faraday:
O método Gaiola de Faraday consiste em instalar um sistema de
captores formados por condutores horizontais interligados em forma de malha.
Esse método é muito utilizado na indústria para a proteção de galpões e edifícios,
pois a disposição dos cabos na estrutura se torna o próprio receptor da descarga
atmosférica.
O uso deste tipo de SPDA é baseado na teoria de Faraday, segundo a qual, o
campo elétrico no interior de uma gaiola é nulo, mesmo quando passa por seus
condutores uma corrente de valor elevado, mas para isto é necessário que a
corrente seja distribuída uniformemente por toda à superfície. Quanto menor for à
distância entre os condutores da malha, melhor será a proteção obtida (NBR
5419/2005).

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS
Gaiola de Faraday:
A Gaiola de Faraday consiste em envolver a parte superior de uma construção
com uma malha captora de condutores elétricos nus, cuja distância entre eles é
em função do nível de proteção desejado e dado pela norma NBR 5419-3/2015
que estabelece a largura do módulo da malha de proteção.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Todos os três tipos de Sistemas de proteção contra descargas


atmosféricas (Sistemas SPDA) necessitam de malha
de aterramento contendo hastes e condutores interligados para a
dissipação da corrente elétrica.
A quantidade de hastes fixadas ao solo, depende da resistividade
do solo, da altura da estrutura a ser protegida, e da área
construída quanto maior será necessário utilizar um numero
maior de hastes de aterramento.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

A utilização do sistema de proteção contra descargas atmosféricas é


muito importante para proteção de pessoas e patrimônio material,
além de ser exigência de normas possui uma completa norma técnica
que trata especificamente de SPDA.

“O sistema de proteção contra descargas atmosféricas é de extrema


relevância para um edifício, pois é através de tal sistema que podemos
proteger uma estrutura de raios, porém infelizmente a proteção não é
total, mas pode ser bastante satisfatória.”

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Fonte: Consulta realizada em: 24/5/2021


http://www.inpe.br/webelat/elatMidia/arquivos/20210
430163420clipping-super-interessante-2021-04-30.jpg
INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
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Mortes por Raios - Infográfico

Fonte:
http://www.inpe.br/webelat/homep
age/menu/noticias/vitimas.de.raios.-
.infografico.php

Consulta realizada em: 24/5/2021

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Mortes por Raios - Infográfico

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Mortes por Raios - Infográfico

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Para raios – A importância da proteção


• Os raios matam mais pessoas do que furacões ou tornados.
• O Brasil tem sido recordista mundial em incidência por quilômetro quadrado, de acordo
com pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria
com a Nasa.
• O Brasil sofre uma grande incidência de raios por ser o maior país tropical do mundo. É nos
trópicos onde ocorrem as maiores tempestades do globo.
• De acordo com o Inpe, os raios matam cerca de 200 pessoas por ano no Brasil.
• Ele tanto pode danificar equipamentos, e instalações elétricas, como também matar
pessoas sem se quer atingi-las diretamente.
• O raio pode matar, atingindo diretamente as pessoas, iniciando incêndios e ceifando vidas.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Para raios – Onde cai e como se propaga


• Ao procurar um caminho para sua descarga, o raio atinge pontos altos e mais pontiagudo,
onde existe maior concentração de cargas. Assim, ele pode cair próximo de um lugar
várias vezes, contrariando o dito que diz “onde caiu um raio não cai outro”.
• Os estragos provocados pela ação do raio são enormes, causando danos a uma área muito
grande.
• Nem todo raio vem pela rede elétrica. Ás vezes ele desce pela antena de TV, ou por outros
caminhos como torres, árvores, etc.
• O raio viaja por varais, rede telefônicas e cercas de arame, quando estas não são
seccionadas (dividir-se em seções) e aterradas.
• Os raios podem atingir prédios e casas por serem pontos altos. O mesmo ocorre com
igrejas, chaminés, as torres de TV, árvores ou até uma casa no descampado.

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MITOS E LENDAS

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Segundo ao site do INPE, existem muitos mitos e lendas em relação aos


raios, abaixo iremos observar alguns deles:
Fonte: http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/mitos.php

“Os raios e os trovões aparecem com constância nos mitos das civilizações
do passado. Profetas, sábios, escribas e feiticeiros os interpretavam como
manifestações divinas, considerados principalmente como reação de ira
contra as atitudes dos homens. Nas mãos de heróis mitológicos e de
divindades eram utilizados como lanças, martelos, bumerangues, flechas ou
setas para castigar e perseguir os homens pecadores”.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

Os Para Raios oferece uma excelente proteção contra essas descargas, mas tem
algumas situações em que pode acontecer um desvio da descarga elétrica do raio
por outro caminho, e assim chegando dentro da residência, causando a queima de
equipamentos elétricos.

Para a proteção das edificações, é necessária a utilização de outros tipos de para-raios de


acordo com a norma ABNT NBR 5419.

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INSTALAÇÕES DE PARA RAIOS

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