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SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

(SPDA).

Descarga atmosférica é um fenômeno da natureza imprevisível e aleatório, tanto


em sua intensidade e duração quanto em seus efeitos destruidores.  A medida de
proteção para este fenômeno recebe o nome de Sistema de Proteção Contra
Descargas Atmosféricas (SPDA).

Um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) tem por


objetivo principal evitar a incidência direta de raios na estrutura a ser protegida,
através da constituição de pontos preferenciais de incidência para as descargas
que eventualmente atingiriam a estrutura na ausência do sistema.

O SPDA, além de captar a descarga atmosférica, deve direcionar o fluxo da


corrente associada diretamente para o solo, segundo percursos definidos,
constituído pelos condutores do sistema de proteção.

A norma de instalação de SPDA é regulada pela Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 5419. O objetivo da NBR 5419  é
evitar e minimizar incêndios, explosões, danos materiais e risco de morte de
pessoas e animais pelos efeitos das descargas elétricas.

O SPDA tem duas funções distintas:

– Preventiva: Neutraliza a eletricidade das nuvens situadas acima das


edificações, não se concretizando a formação dos raios;

– Corretiva: O SPDA deve ser colocado no ponto mais alto da edificação a ser
protegida e oferecer uma impedância mais baixa à passagem da corrente elétrica
do raio. Se a nuvem for de intensidade suficiente para criar uma descarga
atmosférica irá preferir o caminho através do SPDA.

A decisão de utilizar um sistema de proteção contra descargas atmosféricas em


uma estrutura pode ser uma exigência legal (Ex:  códigos de obras municipais),
uma precaução do proprietário para evitar prejuízos ou ainda uma exigência das
companhias de seguro, já que os raios são causas de danos físicos e incêndios.
Conforme NBR 5419,  o SPDA deve passar por inspeções.   Uma inspeção visual
do SPDA deve ser efetuada anualmente. Já inspeções completas devem ser
efetuadas periodicamente, em intervalos de:

 a) 5 anos, para estruturas destinadas a fins residenciais, comerciais,


administrativos, agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas
classificadas com risco de incêndio ou explosão;
 b) 3 anos, para estruturas destinadas a grandes concentrações públicas
(por exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte,
centros comerciais e pavilhões), indústrias contendo áreas com risco de
explosão, conforme a NBR 9518, e depósitos de material inflamável;
 c) 1 ano, para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais
expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes
industriais com atmosfera agressiva etc.)

Estruturas especiais com riscos inerentes de explosão, tais como aquelas


contendo gases ou líquidos inflamáveis, requerem geralmente o mais alto nível
de proteção contra descargas atmosféricas.

Para os demais tipos de estrutura, deve ser inicialmente determinado se um


SPDA é, ou não, exigido.

Em muitos casos, a necessidade de proteção é evidente, por exemplo:

 a) locais de grande afluência de público;


 b) locais que prestam serviços públicos essenciais;
 c) áreas com alta densidade de descargas atmosféricas;
 d) estruturas isoladas, ou com altura superior a 25 m;
 e) estruturas de valor histórico ou cultural.

Tipos de Para Raios:

No mercado, estão disponíveis diversos tipos de Para Raios: Franklin, Gaiola de Faraday,
Estrutural, Radioativo, minicaptores.
Metodologia Para Instalação dos Diversos Tipos de Para Raios

Antes de falar dos tipos de para raios especificamente, devemos falar antes das três
metodologias de instalação, permitidas pela norma ABNT NBR 5419/2015 Versão
Corrigida:2018, que regulamenta a instalação dos Sistemas de Proteção contra Descargas
Atmosféricas (SPDA).

Método do Ângulo de Proteção (Franklin)


O método de Franklin é o mais simples entre os métodos, e que será usado na maioria dos
casos. Este método parte do principio que a ponta do para raio vai proteger o volume de um
cone abaixo dele, formando um ângulo α com a vertical, como ilustrado abaixo.

Este método é recomendado para Edificações de uma altura não muito elevada (à partir de 60
metros de altura a execução já se torna um pouco mais complicada), e que não possuem uma
área horizontal muito grande. Ou seja, é notavelmente recomendado para edifícios
residenciais de até 20 Andares, em média.
Método das Malhas (Faraday)
O método de Faraday é inspirado nos conceitos apresentados pelo Físico Inglês Michael
Faraday. Ele afirmava que o interior de uma estrutura envolvida por uma superfície metálica,
quando a mesma é eletrizada, tem campo eletromagnético nulo.

O projeto consiste em posicionar no perímetro da parte superior de uma edificação captores


espaçados de acordo com a norma. Este método foi revisado na atualização da norma em
2015, reduzindo o espaçamento entre as hastes, o que confere uma maior segurança, porém
tem atrelado um aumento no custo.

Dessa forma, essa metodologia costuma ser mais onerosa em relação a de Franklin, porém
também confere uma maior proteção. Esta metodologia é recomendada para edificações que
possuam uma grande Área Horizontal, visto que, a metodologia de Franklin, nestes casos,
não consegue proteger a edificação com apenas um captor, tornando esta solução mais
economicamente viável. Notoriamente, essa metodologia é recomendada para galpões e
depósitos.

 
Método Eletrogeométrico (Esferas Rolantes)
Este método foi desenvolvido mais recentemente (Década de 80), e ele preenche algumas
lacunas que o método de Franklin deixa. Em verdade, o método de Franklin é considerado
um caso particular e simples deste método.

Este método foi pensado para compensar o fato de que, em estruturas muito elevadas, ou de
geometria irregular/complexa, apenas um captor de Franklin no topo não consegue proteger
muito bem as Laterais da edificação.

Dessa forma, são traçados raios de proteção, a partir do para raio principal, formando uma
esfera, se esta esfera tiver alguma intersecção com a estrutura, é necessário à alocação de
outro para raio, que assim protegerá eficientemente a estrutura.

Como já citado, este método é apropriado para edificações muito altas, ou de geometria
particular, dessa forma, edifícios residenciais ou comerciais de mais de 20 andares, estruturas
cuja arquitetura expõe muitas saliências, e reentrâncias, é recomendado que se utilize esta
metodologia.

 
O SPDA é, basicamente composto por :

 Um subsistema de captação;

 Um subsistema de descidas;

 Um subsistema de aterramento;

 Um subsistema de equipotencialização;

 Definições de distâncias de segurança;

Tipos de Para Raios para cada Subsistema

Pronto, agora que você já conhece todas as metodologias para instalação, vamos falar um
pouco sobre os subsistemas, e os materiais que compõe cada subsistema, para cada
metodologia, os tipos de para raios em si.

Subsistema de captação
O captor é o elemento que tem o primeiro contato com o raio. É o elemento metálico que tem
como objetivo principal interceptar a descarga atmosférica. É senso comum para muitos que
o captor é o Para Raio em si, porém, ele é apenas uma parte do sistema, que possui,
certamente, uma grande importância.

Captores do Tipo Franklin

Os Captores do Tipo Franklin são os mais populares e conhecidos. Eles são sustentados por
uma haste metálica, e tem 4 Pontas no topo. Eles são usados no método do Ângulo de
proteção, mas também podem ser usados no método eletrogeométrico.

 
Captor do Tipo Franklin

Captores do tipo Melsen (Ou Minicaptores)

Os captores de Melsen são usados no método das malhas. São hastes de 50 cm instaladas com
um espaçamento de 5 ou 8 metros. Eles não são essenciais no método da gaiola de Faraday,
porém a sua utilização é recomendada para evitar o desgaste térmico dos cabos, devido a
incidência direta de descargas.

Minicaptor

 
Captores Radioativos

São captores que durante o período da década de 70 e 80 eram utilizados como alternativa ao
de Franklin. São facilmente reconhecidos, visto que, utilizam discos sobrepostos ao invés das
características hastes pontiagudas no topo.

Captor Radioativo

A premissa de utilização deles, era de que eles eram mais eficientes, e protegiam uma região
maior que o captor Franklin convencional. Contudo, com estudos mais aprofundados no
assunto, esse fato foi desmistificado, e assim, deixou de haver um motivo para escolher esse
captor. Até que em 1989, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), através
da Resolução Nº 4/89, suspendeu a concessão de material radioativo para fabricação dos
captores.

O material presente nesses captores, quase sempre é o Radioisótopo Amerício 241, que tem
um baixo risco de irradiação, porém tem um alto risco de contaminação com o contato com a
fonte. Tendo isso em vista, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), recebe
esse material, e disponibiliza um Manual de Instruções, tanto para remoção do captor, como
para o transporte.
Subsistema de Descida
Parte Integrante e de extrema importância do Sistema de Proteção Contra Descargas
Atmosféricas (SPDA). O subsistema de Descida tem como objetivo conduzir a descarga
atmosférica, interceptada pelos captores, até o solo. Este subsistema pode ser realizado de
algumas formas diferentes, e todas podem ser aplicadas para qualquer uma das metodologias
de instalação.

Descidas de Cabos de Cobre

São as mais comuns descidas presentes no mercado. Estão presentes em diversos


condomínios mais antigos, quando a estética não era um fator de grande importância ao
SPDA. Eles tem um bom desempenho e uma fácil manutenção, e não tem restrição caso seja
um local litorâneo.

Início de uma descida de Cobre

 
Descidas de Fitas de Alumínio

Sendo mais recentemente implantadas no mercado devido ao fator estético. As fitas de


alumínio não representam um dano muito grande a estética da edificação, e, além disso,
possuem um custo menor comparado aos fios de cobre. Porém, elas requerem cuidados
especiais de manutenção, que tem de ser realizadas com uma frequência maior. Além disso
elas não são recomendadas para instalações próximas a regiões litorâneas.

Em Destaque, uma descida de Fita de Alumínio, note como ela é discreta

Descidas Estruturais

A metodologia de Descidas mais eficiente. Esse tipo de descida só pode ser realizado se o
SPDA estiver sendo realizado enquanto a construção está sendo erguida. Esse sistema utiliza
as estruturas de aço do concreto armado como descida, e, além disso tudo, é o melhor,
esteticamente falando, visto que não terá nada que prejudique a fachada da edificação.

 
Descida Passando por dentro das Ferragens

Subsistema de Aterramento
O último dos subsistemas. Este garante que a corrente proveniente das descargas
atmosféricas, interceptadas pelos captores, e conduzidas pelas descidas, seja dissipado no
solo.

Neste subsistema, conta com a malha de aterramento, que pode ser de cobre, ou de aço.
Porém, a escolha mais comum é o cobre, que tem um desempenho melhor contra a corrosão.
Além disso, para malhas, o alumínio é proibido, já que se degrada muito rapidamente com o
contato com o solo.
O subsistema conta também com as hastes de aterramento, que devem ser do tipo
Copperweld de alta camada, ou seja, uma haste de aço, envolvida por uma camada de cobre
de 254 μm. Revestimentos inferiores não só não são aceitos pela norma, como colocam sua
vida em risco.

 
Hastes de Aterramento dentro da norma

É importante Ressaltar, que os três subsistemas (Captor, Descidas e Aterramento), são


influenciados pela classe do SPDA, em medida que o ângulo de proteção dos captores muda,
a quantidade de descidas muda, e a quantidade de caixas de inspeção para aterramento
também, ou seja os tipos de para raios tem essa limitação técnica. Por isso, é necessário
sempre que, ao realizar um SPDA, seja realizada uma análise de Riscos, para saber em qual
classe se enquadra o seu SPDA.

Pronto, agora que você conhece todos os tipos de Para Raios, você pode verificar qual se
adequa de melhor forma à sua edificação. A EletroJr tem experiência em executar projetos de
SPDA, levando em conta à sua necessidade e segurança, através de uma análise de Riscos
Clara e detalhada, que leva a um projeto completo e seguro.

O que é Manutenção:
Manutenção é a ação de manter, sustentar, consertar ou conservar alguma coisa ou algo.

A manutenção é formada por um conjunto de ações que ajudam no bom e correto


funcionamento de algo, como por exemplo a manutenção das máquinas de um avião.

O termo manutenção também pode estar relacionado com a conservação periódica, ou seja,
com os cuidados e consertos que são feitos entre determinados períodos de tempo com o
intuito de preservar, como por exemplo a manutenção de um patrimônio histórico.

A manutenção tem o intuito de reparar ou repor algo que está estragado ou que não funciona
corretamente, consertando para que volte a desenvolver a função requerida inicialmente.

Sinônimos de manutenção

 conservação
 preservação
 subsistência
 sustentação
 conserto
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva é feita não quando a máquina ou equipamento está com defeitos,
mas sim para prevenir o surgimento de avarias. Este modelo de manutenção serve como
precaução, para que não hajam surpresas desagradáveis ou acidentes que possam pôr em risco
vidas humanas, por exemplo.

Manutenção preditiva
A manutenção preditiva é constituída por um conjunto de ações de controle de um
determinado equipamento, garantindo a redução de falhas no funcionamento e desempenho
das máquinas ou sistemas operacionais.

A manutenção preditiva consegue prever prováveis erros que exijam serviços


de manutenção corretiva.

Manutenção corretiva
A manutenção corretiva consiste no conserto da máquina ou equipamento, substituindo a
peça avariada por outra que faça com que o sistema volte a funcionar corretamente,
corrigindo o problema.

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