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Tipos de Para Raios: Conheça o melhor

para sua necessidade


4 ComentáriosSegurança, ServiçosMateus Simões

No mercado, estão disponíveis diversos tipos de Para Raios: Franklin, Gaiola de Faraday,
Estrutural, Radioativo, minicaptores, e a lista segue. Como saber qual é o melhor para sua
edificação? É o que você vai descobrir depois de ler este texto.

Metodologia Para Instalação dos


Diversos Tipos de Para Raios
Antes de falar dos tipos de para raios especificamente, devemos falar antes das três
metodologias de instalação, permitidas pela norma ABNT NBR 5419/2015 Versão
Corrigida:2018, que regulamenta a instalação dos Sistemas de Proteção contra Descargas
Atmosféricas (SPDA).

Método do Ângulo de Proteção


(Franklin)
O método de Franklin é o mais simples entre os métodos, e que será usado na maioria dos
casos. Este método parte do principio que a ponta do para raio vai proteger o volume de um
cone abaixo dele, formando um ângulo α com a vertical, como ilustrado abaixo.

Método de Proteção do Tipo Franklin


 
Este método é recomendado para Edificações de uma altura não muito elevada (à partir de
60 metros de altura a execução já se torna um pouco mais complicada), e que não possuem
uma área horizontal muito grande. Ou seja, é notavelmente recomendado para edifícios
residenciais de até 20 Andares, em média.

Método das Malhas (Faraday)


O método de Faraday é inspirado nos conceitos apresentados pelo Físico Inglês Michael
Faraday. Ele afirmava que o interior de uma estrutura envolvida por uma superfície
metálica, quando a mesma é eletrizada, tem campo eletromagnético nulo.

O projeto consiste em posicionar no perímetro da parte superior de uma edificação captores


espaçados de acordo com a norma. Este método foi revisado na atualização da norma em
2015, reduzindo o espaçamento entre as hastes, o que confere uma maior segurança, porém
tem atrelado um aumento no custo.

Método de Proteção do Tipo Gaiola de Faraday

Dessa forma, essa metodologia costuma ser mais onerosa em relação a de Franklin, porém
também confere uma maior proteção. Esta metodologia é recomendada para edificações que
possuam uma grande Área Horizontal, visto que, a metodologia de Franklin, nestes casos,
não consegue proteger a edificação com apenas um captor, tornando esta solução mais
economicamente viável. Notoriamente, essa metodologia é recomendada para galpões e
depósitos.

 
Método Eletrogeométrico (Esferas
Rolantes)
Este método foi desenvolvido mais recentemente (Década de 80), e ele preenche algumas
lacunas que o método de Franklin deixa. Em verdade, o método de Franklin é considerado
um caso particular e simples deste método.

Este método foi pensado para compensar o fato de que, em estruturas muito elevadas, ou de
geometria irregular/complexa, apenas um captor de Franklin no topo não consegue proteger
muito bem as Laterais da edificação.

Dessa forma, são traçados raios de proteção, a partir do para raio principal, formando uma
esfera, se esta esfera tiver alguma intersecção com a estrutura, é necessário à alocação de
outro para raio, que assim protegerá eficientemente a estrutura.

 
Método de Proteção do Tipo Eletrogeométrico

Como já citado, este método é apropriado para edificações muito altas, ou de geometria
particular, dessa forma, edifícios residenciais ou comerciais de mais de 20 andares,
estruturas cuja arquitetura expõe muitas saliências, e reentrâncias, é recomendado que se
utilize esta metodologia.

Tipos de Para Raios para cada


Subsistema
Pronto, agora que você já conhece todas as metodologias para instalação, vamos falar um
pouco sobre os subsistemas, e os materiais que compõe cada subsistema, para cada
metodologia, os tipos de para raios em si.

Subsistema de captação
O captor é o elemento que tem o primeiro contato com o raio. É o elemento metálico que
tem como objetivo principal interceptar a descarga atmosférica. É senso comum para muitos
que o captor é o Para Raio em si, porém, ele é apenas uma parte do sistema, que possui,
certamente, uma grande importância.

Captores do Tipo Franklin


Os Captores do Tipo Franklin são os mais populares e conhecidos. Eles são sustentados por
uma haste metálica, e tem 4 Pontas no topo. Eles são usados no método do Ângulo de
proteção, mas também podem ser usados no método eletrogeométrico.

 
Captor do Tipo Franklin
Captores do tipo Melsen (Ou Minicaptores)
Os captores de Melsen são usados no método das malhas. São hastes de 50 cm instaladas
com um espaçamento de 5 ou 8 metros. Eles não são essenciais no método da gaiola de
Faraday, porém a sua utilização é recomendada para evitar o desgaste térmico dos cabos,
devido a incidência direta de descargas.

Minicaptor

 
Captores Radioativos
São captores que durante o período da década de 70 e 80 eram utilizados como alternativa
ao de Franklin. São facilmente reconhecidos, visto que, utilizam discos sobrepostos ao invés
das características hastes pontiagudas no topo.

Captor Radioativo

A premissa de utilização deles, era de que eles eram mais eficientes, e protegiam uma
região maior que o captor Franklin convencional. Contudo, com estudos mais aprofundados
no assunto, esse fato foi desmistificado, e assim, deixou de haver um motivo para escolher
esse captor. Até que em 1989, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), através
da Resolução Nº 4/89, suspendeu a concessão de material radioativo para fabricação dos
captores.
O material presente nesses captores, quase sempre é o Radioisótopo Amerício 241, que tem
um baixo risco de irradiação, porém tem um alto risco de contaminação com o contato com
a fonte. Tendo isso em vista, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),
recebe esse material, e disponibiliza um Manual de Instruções, tanto para remoção do
captor, como para o transporte.

Subsistema de Descida
Parte Integrante e de extrema importância do Sistema de Proteção Contra Descargas
Atmosféricas (SPDA). O subsistema de Descida tem como objetivo conduzir a descarga
atmosférica, interceptada pelos captores, até o solo. Este subsistema pode ser realizado de
algumas formas diferentes, e todas podem ser aplicadas para qualquer uma das
metodologias de instalação.
Descidas de Cabos de Cobre
São as mais comuns descidas presentes no mercado. Estão presentes em diversos
condomínios mais antigos, quando a estética não era um fator de grande importância ao
SPDA. Eles tem um bom desempenho e uma fácil manutenção, e não tem restrição caso
seja um local litorâneo.

Início de uma descida de Cobre

Descidas de Fitas de Alumínio


Sendo mais recentemente implantadas no mercado devido ao fator estético. As fitas de
alumínio não representam um dano muito grande a estética da edificação, e, além disso,
possuem um custo menor comparado aos fios de cobre. Porém, elas requerem cuidados
especiais de manutenção, que tem de ser realizadas com uma frequência maior. Além disso
elas não são recomendadas para instalações próximas a regiões litorâneas.
Em Destaque, uma descida de Fita de Alumínio, note como ela é discreta

Descidas Estruturais
A metodologia de Descidas mais eficiente. Esse tipo de descida só pode ser realizado se o
SPDA estiver sendo realizado enquanto a construção está sendo erguida. Esse sistema
utiliza as estruturas de aço do concreto armado como descida, e, além disso tudo, é o
melhor, esteticamente falando, visto que não terá nada que prejudique a fachada da
edificação.

 
Descida Passando por dentro das Ferragens

Subsistema de Aterramento
O último dos subsistemas. Este garante que a corrente proveniente das descargas
atmosféricas, interceptadas pelos captores, e conduzidas pelas descidas, seja dissipado no
solo.

Neste subsistema, conta com a malha de aterramento, que pode ser de cobre, ou de aço.
Porém, a escolha mais comum é o cobre, que tem um desempenho melhor contra a
corrosão. Além disso, para malhas, o alumínio é proibido, já que se degrada muito
rapidamente com o contato com o solo.
O subsistema conta também com as hastes de aterramento, que devem ser do tipo
Copperweld de alta camada, ou seja, uma haste de aço, envolvida por uma camada de cobre
de 254 μm. Revestimentos inferiores não só não são aceitos pela norma, como colocam sua
vida em risco.

Hastes de Aterramento dentro da norma

É importante Ressaltar, que os três subsistemas (Captor, Descidas e Aterramento), são


influenciados pela classe do SPDA, em medida que o ângulo de proteção dos captores
muda, a quantidade de descidas muda, e a quantidade de caixas de inspeção para
aterramento também, ou seja os tipos de para raios tem essa limitação técnica. Por isso, é
necessário sempre que, ao realizar um SPDA, seja realizada uma análise de Riscos, para
saber em qual classe se enquadra o seu SPDA.

Pronto, agora que você conhece todos os tipos de Para Raios, você pode verificar qual se
adequa de melhor forma à sua edificação. A EletroJr tem experiência em executar projetos
de SPDA, levando em conta à sua necessidade e segurança, através de uma análise de
Riscos Clara e detalhada, que leva a um projeto completo e seguro.

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