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Mesquita
Resumo— O presente trabalho visa realizar um estudo sobre captor de para-raios em relação ao solo. Atualmente a norma
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, apresentando técnica permite considerar a ponta de um tubo metálico como
os tipos de captores existente, enfatizando suas diferenças físicas captor de para-raios, assim como uma torre metálica também
e seu princípio de captação, bem como, apresentar aplicações de
uso. pode ser considerada um captor de para-raios.
Basicamente [2] aborda que, toda e qualquer parte metálica
Palavras-Chave— Descargas atmosféricas, captores, proteção e que possa ser atingida por uma descarga atmosférica, deve
sistema elétrico
ser considerada no projeto do sistema de para-raios, assim
sendo será naturalmente um captor de para-raios, por exemplo:
I. I NTRODUÇÃO rufos, chaminés, tanques metálicos, guarda-corpo, heliporto,
O propósito da escolha do tema está relacionado a um escadas, estruturas metálicas de galpões, telhas de metal,
entendimento do sistema de proteção contra as descargas mastros de antenas etc, em alguns casos o projetista não
atmosféricas. Sabe-se que esse efeito pode atingir os sistemas instala o subsistema de captação, pois já existe naturalmente,
de distribuição de energia elétrica incidindo sobre os cabos apenas interliga ao subsistema de descidas ou subsistemas de
guardas (quando instalados), os condutores elétricos e as aterramentos.
estruturas. Por fim, [2] afirma que outra forma de se obter um bom
Quando não há cabos guarda na rede de distribuição, as meio de captação de para-raios é instalar cabos de cobre
descargas atmosféricas incidem preferencialmente sobre as nu com 35mm2 de seção, em torno de todo perímetro da
estruturas e, depois, sobre os condutores da rede. Para prover edificação, mais cabos transversais, formando uma grande
uma proteção em qualquer tipo de estrutura (edificações, gaiola de Faraday ou através de fitas de alumínio com no
subestações, linhas de transmissão, redes de distribuição etc.), mínimo 70mm2 de seção, tudo conforme determina a norma
podem ser utilizados três métodos de proteção, de acordo com técnica de para-raios NBR 5419:05. Conforme abordados na
a norma brasileira NBR 5419-3:2015 – Proteção contra Des- introdução, para prover uma proteção em qualquer tipo de
cargas Atmosféricas, Parte 3, sendo eles: Método do Ângulo estrutura podem ser utilizados três métodos de proteção que
de Proteção ou Método de Franklin, Método da Gaiola de serão apresentados abaixo.
Faraday e Método da Esfera Rolante. Segundo [1], o método da esfera fictícia rolante, é bastante
indicado para estruturas com formas arquitetônicas complexas,
ou com grandes alturas, sendo baseados em estudos realizados,
II. F UNDAMENTAÇÃO T EÓRICA a partir da medição dos parâmetros dos raios, de registros
Conforme abordado por [2], a instalação dos Sistemas fotográficos, em técnicas de simulação, ensaios de laboratórios
de proteção contra descargas atmosféricas – SPDA é uma e modelagem matemática. Inicialmente, este método surgiu
exigência do Corpo de Bombeiros, regulamentada pela ABNT com a necessidade de um modelo para se aplicar às linhas de
segundo a Norma NBR 5419/2005, e tem como objetivo transmissão, sendo depois adaptado para atender as estruturas
evitar e/ou minimizar o impacto dos efeitos das descargas at- (edificações).
mosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões, danos
materiais e, até mesmo, risco à vida de pessoas e animais. Os
sistema de para-raios se dividem em 03 (três) partes principais:
subsistema de captação, subsistema de descidas e subsistemas
de aterramentos.
Sabe-se que o captor é o elemento que tem o primeiro
contato com o raio. É o elemento metálico que tem como Fig. 1. Método da esfera fictícia rolante [1]
objetivo principal interceptar a descarga atmosférica. É senso
comum para muitos que o captor é o Para Raio em si, porém, Além disso, [1] aborda que o Método Gaiola de Faraday
ele é apenas uma parte do sistema, que possui, certamente, consiste em instalar um sistema de captores formado por con-
uma grande importância. dutores horizontais interligados em forma de malha, formando
Temos que [2] define que os subsistemas de captação de uma rede modular de condutores, envolvendo todos os lados
para-raios podem ser compostos por captor ou captores tipo do volume a proteger (cobertura e fachadas), criando assim
Franklin, o que determina o numero de captores de para-raios uma espécie de “gaiola”. Graças a essa disposição, temos
é o tamanho da edificação, a largura x comprimento x altura do um campo elétrico nulo no interior da malha captora, pois
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Campus Itabirito - Tópicos em Sistema Elétrico de Potência 2 -Professora Claudia Mesquita
Fig. 4. Cone de proteção [1] Os para-raios ionizantes (PDI) que, nas mesmas condições,
geram um líder ascendente mais rápido que um para-raios
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simples, e de fato oferecem um área de proteção maior. Esses Por meio do módulo de controle, pode-se, opcionalmente,
para-raios são compostos por uma ponta central totalmente conhecer o número de descargas atmosféricas acumulado no
condutora, um dispositivo de ionização, um elemento de módulo de teste. A figura abaixo mostra o captor do para-raios
fixação e uma ligação aos condutores de descida. ionizante de fabricação Indelec.
Segundo os fabricantes, os para-raios ionizantes são isentos
de elementos eletrônicos, com avanço à ignição de 60 s,
e testados até 200 kA (na onda 10/350 s). O seu tempo
de avanço à ignição é concedido única e, exclusivamente,
pela sua geometria, apresentando desta forma uma elevada
confiabilidade e durabilidade. Também declaram que os para-
raios ionizantes estão de acordo com diferentes normas inter-
nacionais, notadamente a norma portuguesa NP 4426:2013 –
Proteção contra descargas atmosféricas. Fig. 8. Captor Ionizante[1]
R EFERÊNCIAS
[1] L. Lamport, ‘Proteção contra surtos de tensão por descargas atmosféricas
e por manobra," Condutores Elétricos de Média Tensão: Blindagem
Metálica,v. 5, pp. 52–55, Junho 2013
[2] João Mamede, ‘SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmos-
féricas," Revista Martins Instalações elétricas, v. 5, pp. 52–55, Maio
2005.
[3] Mateus Simães, Tipos de Para Raios: Conheça o melhor para sua
necessidade, , 2012.