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Proteção contra Descargas – SPDA II


Gerenciamento de Riscos

Prof. Nélio Fleury, MSc.


e-mail: fleurynelio@gmail.com
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Código Penal.
O que é SPDA? Qual é a norma?

Sistema de Proteção Contra


Descargas Atmosféricas.

NBR-5419
O que é SPDA? Qual é a norma?
O que é SPDA? Qual é a norma?
Definições e abrangência
da NBR 5419:2015
Proteção
completa: PDA
PDA Proteção contra
Descargas
Atmosféricas

SPDA
Externo e MPS
Interno

Elementos
Indissociáveis
Definições e abrangência da NBR 5419:2015

SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas:

• subsistema de captação;
SPDA
• subsistema de descida;
EXTERNO
• subsistema de aterramento.

• ligação equipotencial para descargas atmosféricas; SPDA


• isolação elétrica. INTERNO
Definições e abrangência da NBR 5419:2015

MPS – Medidas de proteção contra surtos:

• utilização adequada do subsistema de aterramento (interligações);


• equipotencialização correta → direta (condutores) ou indireta
(DPS);
• blindagem;
• roteamento de condutores de energia e de sinal.
Definições e abrangência
da NBR 5419:2015
NBR-5419 - Parte 1 - Princípios gerais

Esta parte da norma apresenta os princípios gerais da proteção


contra as descargas atmosféricas.

Logo na introdução, apresenta a importância de cada parte da


norma e a conexão entre elas: esta parte apresenta a descarga
atmosférica e os efeitos
desta quando atinge uma estrutura ou uma linha e também
quando atinge objetos próximos à estrutura sob estudo e/ou
próximos às linhas conectadas a esta estrutura.
NBR-5419 - Parte 1 - Princípios gerais

A parte 1 apresenta muitas novidades para a normalização


brasileira, desde a apresentação da fundamentação e
terminologia para a análise de risco que consta da parte 2, que
diferentemente da ABNT NRB 5419:2005 cujo anexo B
considerava uma quantidade bem menor de parâmetros e, de
certa forma, indicava apenas a necessidade ou não da proteção.

O conceito de zonas de proteção contra raios, assim como alguns


parâmetros dos pulsos de corrente são novidades também em
termos de normalização.
NBR-5419 - Parte 1 - Princípios gerais

Foram criadas quatro diferentes fontes de dano, nomeadas pelas


letra (S), considerando o ponto de impacto na estrutura:

• S1 – Descargas na estrutura;
• S2 – Descargas próximas à estrutura;
• S3 – Descargas sobre às linhas conectadas a estrutura;
• S4 – Descargas próximas às linhas conectadas a estrutura.
NBR-5419 - Parte 1 - Princípios gerais

Os danos foram divididos em três grupos, nomeados pelas letra


(D):

• D1 – Danos às pessoas devido a choque elétrico;


• D2 – danos físicos (fogo, explosão, destruição mecânica,
liberação de produtos químicos) devido aos efeitos das
correntes das descargas atmosféricas, inclusive
centelhamento;
• D3 – falhas de sistemas internos devido a LEMP (Lightning
ElectroMagnectic imPulse).
NBR-5419 - Parte 1 - Princípios gerais

Cada tipo de dano relevante para a estrutura a ser protegida,


sozinho ou em combinações com outros, pode, em consequência,
produzir diferentes perdas. O tipo de perda que pode ocorrer
depende das características do próprio objeto.
As perdas foram divididas em outros quatro grupos, nomeados
pelas letra (L):

• L1 – Perda de vida humana (incluindo-se danos permanentes);


• L2 – Perda de serviço ao público;
• L3 – Perda de patrimônio cultural;
• L4 – Perda de valor econômico (estrutura e seu conteúdo, assim como
interrupções de atividades).
Tipos básicos de danos:
a) D1: danos às pessoas devido a choque
elétrico;
b) D2: danos físicos (fogo, explosão,
destruição mecânica, liberação de produtos
químicos) devido aos efeitos das correntes
das descargas atmosféricas, inclusive
centelhamentos;
c) D3: falhas de sistemas internos devido a
LEMP (Lightning ElectroMagnectic Pulse).

Tipos de perdas:
a) L1: perda de vida humana (incluindo-se
danos permanentes);
b) L2: perda de serviço ao público;
c) L3: perda de patrimônio cultural;
d) L4: perda de valor econômico (estrutura
e seu conteúdo, assim como interrupções
de atividades).
Tipos de perdas resultantes dos tipos de danos e os riscos
correspondentes estão relacionados na tabela abaixo.
NBR-5419 - Parte 1 - Princípios gerais

Zonas de proteção contra descarga atmosférica “raio” (ZPR)

As medidas de proteção como SPDA, condutores de blindagem,


blindagens magnéticas e DPS determinam as zonas de proteção
contra descargas atmosféricas (ZPR).

As ZPR a jusante de uma medida de proteção são caracterizadas


por uma redução significativa dos LEMP, em comparação com a
ZPR a montante.
ZPR 0A - descarga direta,
corrente total da descarga;

ZPR 0B - é pouco provável a


ocorrência de descarga direta,
corrente parcial da descarga ou
corrente induzida;

ZPR 1 - não há descarga direta,


corrente limitada da descarga ou
corrente induzida;

É importante observar que o


volume protegido na ZPR 1
sempre respeita a
distância de segurança “s”.

Figura 3 – ZPR definidas por um


SPDA (ABNT NBR 5419-3)
ZPR 0A - descarga direta, corrente
total da descarga, campo
magnético total;

ZPR 0B - é pouco provável a


ocorrência de descarga direta,
corrente parcial da descarga ou
corrente induzida, campo
magnético total;

ZPR 1 - não há descarga direta,


corrente limitada da descarga ou
corrente induzida, campo
magnético atenuado;

ZPR 2 - não há descarga direta,


correntes induzidas, campo
magnético ainda mais atenuado.

É importante observar que os


volumes protegidos na ZPR 1 e na
ZPR 2 devem
respeitar as distâncias de
segurança “ds”.

Figura 4 – ZPR definidas por


MPS (ABNT NBR 5419-4)
NBR-5419 - Parte 2 – Gerenciamento de Risco

Para se avaliar quando uma proteção contra descargas


atmosféricas é necessária ou não, deve ser feita uma avaliação
do risco de acordo com os procedimentos contidos na ABNT
NBR-5419 – 2. Deve se efetuar cálculos e considerações sobre a
estrutura em questão e também sobre as estruturas vizinhas,
linhas de energia e telecomunicações ligadas a ela. O nível de
proteção deixa de ser um dado de saída para ser um parâmetro
de entrada na avaliação dos valores de risco toleráveis.

Essa é uma das grandes mudanças da norma, que impacta já


o início do projeto.
NBR-5419 - Parte 2 – Gerenciamento de Risco

Os seguintes riscos devem ser levados em conta, em


correspondência aos tipos de perdas relacionadas em 5.2 – Tipos
de Perdas:

a) R1: risco de perdas ou danos permanentes em vidas humanas;


b) R2: risco de perdas de serviços ao público;
c) R3: risco de perdas do patrimônio cultural;
d) R4: risco de perdas de valor econômico.

NOTA: Recomenda-se que o risco de perdas de valor econômico (risco R4) seja
avaliado sempre que a vantagem econômica da proteção contra descargas
atmosféricas for considerada
NBR-5419 - Parte 2 – Gerenciamento de Risco

A proteção contra descargas atmosféricas é necessária se o risco


R (R1 a R4) for maior que o risco tolerado RT:

R > RT

Neste caso, devem ser adotadas medidas de proteção de modo a


reduzir o risco R (R1 a R4) ao nível tolerável RT:

R ≤ RT
NBR-5419 - Parte 2 – Gerenciamento de Risco

Riscos e os componentes do Risco:


Rx = Nx . Px. Lx

Onde:
Rx e um valor relativo a uma perda anual media em função de:
• Nx é o numero de eventos perigosos por ano (anexo A);
• Px é a probabilidade de dano a estrutura (Anexo B);
• Lx é a perda consequente (Anexo C).
NBR-5419 - Parte 2 – Gerenciamento de Risco

Cada Risco, “R” é a soma dos seus componentes de risco;

Ao calcular um risco os componentes de risco podem ser


agrupados de acordo com as fontes de danos e os tipos de
danos:

Risco = R = Σ Componentes de Riscos

Risco Tolerável = RT

RN ≤ RT
NBR-5419 - Parte 3 – Danos físicos a estruturas e perigos à
vida

Esta Parte da ABNT NBR 5419 trata da proteção, no interior e ao


redor de uma estrutura, contra danos físicos e contra lesões a
seres vivos devido às tensões de toque e passo.

Aqui podem os verificar todos os cálculos para o


dimensionamento do SPDA propriamente dito.
Lembrando:

“Não há prova técnica de que um método de cálculo


utilizado para a captação seja melhor que outro.
A diferenciação é feita por conveniência prática de
projeto e instalação.”

Jobson Modena - Membro do COBEI


Comitê Brasileiro de Eletricidade - CB-03 da ABNT.
NBR-5419 - Parte 3 – Danos físicos a estruturas e perigos à
vida

Posicionamento

Componentes do subsistema de captação instalados na estrutura


devem ser posicionados nos cantos salientes, pontas expostas e
nas beiradas (especialmente no nível superior de qualquer
fachada) de acordo com um ou mais dos seguintes métodos.
NBR-5419 - Parte 3 – Danos físicos a estruturas e perigos à
vida

Métodos aceitáveis a serem utilizados na determinação da


posição do subsistema de captação incluem:
a) método do ângulo de proteção;
b) método da esfera rolante;
c) método das malhas.
Os métodos da esfera rolante e das malhas são adequados em
todos os casos. O método do ângulo de proteção é adequado
para edificações de formato simples, mas está sujeito aos limites
de altura dos captores indicados na tabela a seguir.
NBR-5419 - Parte 3 – Danos físicos a estruturas e perigos à
vida

Valores máximos dos raios da esfera rolante, tamanho da malha


e ângulo de proteção correspondentes a classe do SPDA.
NBR-5419 - Parte 4 – Sistemas Elétricos e Eletrônicos
internos na estrutura

Esta Parte da Norma fornece as informações sobre as medidas


de proteção para reduzir os riscos de dano permanente de
sistemas eletroeletrônicos existentes nas estruturas.
NBR-5419 - Parte 4 – Sistemas Elétricos e Eletrônicos
internos na estrutura

Danos permanentes nos sistemas eletroeletrônicos podem ser


causados pelo impulso eletromagnético da descarga atmosférica
(LEMP) por meio de:
• surtos conduzidos ou induzidos transmitidos pelos cabos
conectados aos sistemas;
• efeitos dos campos eletromagnéticos irradiados diretamente
para os próprios equipamentos.

Portanto, para evitar danos nos sistemas internos, é necessária a


adoção de medidas de proteção contra surtos (MPS).
NBR-5419 - Parte 4 – Sistemas Elétricos e Eletrônicos
internos na estrutura

A proteção contra LEMP é baseada no conceito de zonas de


proteção contra raios (ZPR): o volume contendo sistemas que
devem ser protegidos deve ser dividido em ZPR.

Estas zonas são teoricamente associadas à parte do espaço (ou


de um sistema interno) onde a severidade do LEMP é compatível
com a suportabilidade dos sistemas internos existentes.

As sucessivas zonas são caracterizadas por significativas


mudanças na severidade no LEMP. A fronteira de uma ZPR é
definidas pelas medidas de proteção empregadas
NBR-5419 - Parte 4 – Sistemas Elétricos e Eletrônicos
internos na estrutura

Aterramento e equipotencialização adequados estão baseados


em um sistema combinado:

a) o subsistema de aterramento (dispersando as correntes da


descarga atmosférica no solo), e

b) a malha de equipotencialização (minimizando as diferenças de


potencial e reduzindo o campo magnético).
Dimensionamento de Malha de Aterramento

Para um perfeito dimensionamento deve-se utilizar equipamentos


adequados e calibrados.
Dimensionamento de Malha de Aterramento

• Quais são os equipamentos que devem ser protegidos?


• Qual é o sistema de alimentação de energia elétrica?
• Qual o principal equipamento ativo do sistema elétrico?
• Qual o valor máximo da possível resistência de aterramento
(Rat = Ω)?
• Qual é a resistividade do solo onde será executada o sistema
de aterramento (ρ = Ω.m);
• Qual a geometria da malha para obter a resistência desejada?
Sistemas de Aterramento

Os principais tipos são:


• Uma haste vertical;
• Hastes alinhadas;
• Hastes em triângulo;
• Haste em quadrados;
• Haste em círculo;
• Placas de material condutor;
• Quadrículas formando
uma malha de terra.
Tipo de Hastes

• Copperweld – barra de aço de seção circular (alma de


aço), onde o cobre é fundido sobre a mesma.
• Encamisada por extrusão – alma de aço revestido por
um tubo de cobre através do processo de extrusão.
• Cadweld – alma de aço onde o cobre é depositado
eletroliticamente.
• Cantoneira de ferro Zincada.
Emendas por Solda Exotérmica
Emendas por Compressão
Obrigado!

Prof. Marcus Edson | professormarcusedson@gmail.com


F I M
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parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito do
autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do
Código Penal.

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