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MMEM16

Transferência de Calor

Prof. Dr. Thiago Antonini Alves


antonini@professores.utfpr.edu.br
meet.google.com/fqb-uitr-xci
Aula 1
28/06/2023

Radiação Térmica
Sumário
 Introdução
 Conceitos Fundamentais
 Processos e Grandezas da Radiação Térmica
▫ Poder Emissivo
▫ Irradiação
▫ Radiosidade
 Radiação de Corpo Negro
▫ A Distribuição de Planck
▫ Lei do Deslocamento de Wein
▫ Lei de Stefan-Boltzmann
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 Emissão de Superfícies Reais
 Absorção, Reflexão e Transmissão em Superfícies
Reais
▫ Absortividade
▫ Refletividade
▫ Transmissividade
▫ Condições Especiais
 Lei de Kirchhoff
 A Superfície Cinza
 O Fator de Forma
▫ Relações do Fator de Forma
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 Troca de Radiação entre Superfícies Cinza, Difusas e
Opacas em uma Cavidade
▫ Troca Líquida de Radiação em uma Superfície
▫ Troca de Radiação entre Superfícies
▫ Troca de Radiação entre Corpos Negros
▫ A Cavidade com Duas Superfícies
▫ Barreiras de Radiação
 Transferência de Calor com Múltiplos Modos

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Introdução

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A transferência de calor por condução e por convecção
exigem a presença de um gradiente de temperatura
em alguma forma de matéria.

De forma distinta, a transferência de calor por radiação


térmica não exige a presença de um meio material.
Ela é um processo extremamente importante e, no
sentido físico, é talvez o modo mais interessante de
transferência de calor.

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Conceitos
Fundamentais

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Resfriamento radiante de um sólido aquecido.

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A radiação térmica é a energia emitida por toda a
matéria que se encontra a uma temperatura não-nula.

As emissões são atribuídas a mudanças nas


configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas
que constituem a matéria. Essas mudanças são, por sua
vez, sustentadas pela energia interna e,
consequentemente, pela temperatura da matéria.

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Todas as formas de matéria emitem radiação. Em gases e
sólidos semitransparentes a emissão é um fenômeno
volumétrico. Entretanto, nossa atenção será focalizada
em situações nas quais a radiação é um fenômeno de
superfície.

A radiação emitida a partir de um sólido ou um líquido


para o interior de um gás a eles adjacentes ou para o
vácuo é vista como sendo um fenômeno superficial.

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A energia de radiação é transportada por meio da
propagação de ondas eletromagnéticas
(alternativamente, como a propagação de um conjunto
de partículas conhecidas por fótons ou quanta).

Atribui-se à radiação térmica as propriedades típicas de


uma onda, a saber: a frequência υ e o comprimento de
onda λ.

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A radiação que se propaga em um determinado meio
pode ser expressa por
c


sendo que, c é a velocidade da luz no meio.

Para propagação no vácuo, c0 = 2,998.108 m/s. A unidade


de comprimento de onda é comumente o micrômetro
[μm].

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Os raios gama, os raios X e a radiação ultravioleta
(UV) possuem pequenos comprimentos de onda e são
de interesse dos físicos de alta energia e dos
engenheiros nucleares.

As microondas e as ondas de rádio, que possuem


grandes comprimento de onda, são de interesse dos
engenheiros eletricistas.

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É a fração intermediária do espectro, que se estende de
aproximadamente 0,1 μm até 100 μm e que inclui uma
fração da região de UV e todo o espectro visível e do
infravermelho (IV), que é conhecida como radiação
térmica, porque é causada por e afeta o estado térmico
ou a temperatura da matéria. Por isso, a radiação
térmica é pertinente à transferência de calor.

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A radiação térmica emitida por uma superfície inclui uma
faixa de comprimentos de onda. A magnitude da
radiação varia em função do comprimento de onda e o
termo espectral é utilizando para referenciar essa
dependência.

Além disso, a magnitude da radiação em qualquer


comprimento de onda depende da natureza e da
temperatura da superfície que emite radiação.

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Distribuição espectral da radiação emitida por uma superfície.

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Uma superfície pode emitir preferencialmente em certas
direções, criando uma distribuição direcional da
radiação emitida.

Distribuição direcional da radiação emitida por uma superfície.

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Quando a distribuição direcional de radiação emitida é
uniforme em todas as direções, ela é denominada
distribuição difusa e à superfície, emissora difusa.
Tratá-la como difusa simplifica muito a análise e
fornece uma boa aproximação para muitas aplicações
em Engenharia.

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Além disso, o meio que separa as superfícies sujeitas às
trocas por radiação térmica será considerado como
não-participante, ou seja, o meio não absorve, não
dispersa e não emite radiação da ou para a superfície.

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Processos e
Grandezas da
Radiação Térmica
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O fenômeno da radiação térmica submetida à
interação com uma superfície por ser descrito por três
grandezas: poder emissivo, irradiação e
radiosidade.

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O poder emissivo e a irradiação estão relacionados
aos processos de emissão de uma superfície e à
radiação incidente em uma superfície,
respectivamente.

A radiosidade está relacionada à radiação que deixa a


superfície por emissão e por irradiação refletida.

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Poder Emissivo
O conceito de poder emissivo é introduzido para
quantificar a taxa de radiação emitida por unidade de
área da superfície.

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O poder emissivo hemisférico total E [W/m2] é a taxa
na qual a radiação é emitida por unidade de área em
todos os comprimentos de onda possíveis e em todas as
direções possíveis. Com isso,

 2  / 2
E   I  ,e   , ,  cos  sen d d d 
0 0 0

sendo que, Iλ,e é a intensidade espectral da radiação


emitida.

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Irradiação
A radiação incidente pode se originar na emissão e na
reflexão, ocorrendo em outras superfícies, ou na
vizinhança e em fontes de radiação.

A radiação incidente representa um fluxo de radiação,


denominado irradiação, que engloba a radiação
incidente proveniente de todas as direções.

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A irradiação total G [W/m2] representa a taxa na qual
radiação incide por unidade de área a partir de todas as
direções e em todos os comprimentos de onda, ou seja,

 2  / 2
G   I  ,i   , ,  cos  sen d d d 
0 0 0

sendo que, Iλ,i é a intensidade espectral da radiação


incidente.

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Radiosidade
A radiosidade (J) leva em consideração toda a energia
radiante que deixa uma superfície (emissão direta +
irradiação refletida).

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Com isso, a radiosidade total J [W/m2] associada ao
espectro completo e à todas as direções é expressa por

 2  / 2
J    I  ,e r   , ,  cos  sen d d d 
0 0 0

sendo que, Iλ,e+r é a intensidade espectral da radiação


emitida mais a refletida.

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Radiação de
Corpo Negro

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Conceito de Corpo Negro
1. Um corpo negro absorve toda a radiação incidente,
independente do seu comprimento de onda e de sua
direção.

2. Para uma dada temperatura e comprimento de onda,


nenhuma superfície pode emitir mais energia do
que um corpo negro.

3. Apesar de ser função do comprimento de onda e da


temperatura, a radiação emitida por um corpo negro
é independente da direção (emissor difuso).
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Como absorvedor e emissor perfeito, o corpo negro
serve como um padrão em relação ao qual as
propriedades radiantes de superfícies reais podem
ser comparadas.

A melhor aproximação de um corpo negro é alcançada


por uma cavidade (um volume fechado vazio) com
uma pequena abertura cuja superfície interna se
encontra a uma temperatura uniforme.

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A Distribuição de Planck
A distribuição espectral da emissão de um corpo
negro é bem conhecida, tendo sido determinada
primeiramente por Planck em 1959 e expressa por
C1
E ,cn   ,T   5
 exp  C2  T   1

sendo que, as constantes de radiação são C1 = 2πhC02 =


3,742.108 W.μm4/m2 e C2 = 1,439.104 μm.K.

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Características importantes (Distribuição de Planck)
1. A radiação emitida varia continuamente com o
comprimento de onda.

2. Em qualquer comprimento de onda, a magnitude da


radiação emitida aumenta com o aumento da
temperatura.

3. A região espectral na qual a radiação está concentrada


depende da temperatura (mais radiação aparece com
menores comprimentos de onda na medida em que a
temperatura aumenta).
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4. Uma fração significativa da radiação emitida pelo sol,
que pode ser aproximado por um corpo negro a
5800K, encontra-se na região visível do espectro.

5. Para T ≤ 800K, a emissão encontra-se


predominantemente na região do infravermelho no
espectro, não sendo visível ao olho humano.

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Lei do Deslocamento de Wien
A distribuição espectral do corpo negro possui um
máximo e o comprimento de onda associado a esse
máximo é λmáx e depende da temperatura.

máxT  C3  2897 ,8  m.K

Esta expressão é conhecido por Lei de Deslocamento


de Wien.

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A Lei de Stefan-Boltzmann
O poder emissivo total de um corpo negro Ecn[W/m2]
pode ser representado por

C1
Ecn   5 d  T 4
0   exp  C2  T   1
 

sendo que, σ = 5,670.10–8 W/(m2.K4) é a constante de


Stefan-Boltzmann.

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Este resultado simples, porém importante, é conhecido
por Lei de Stefan-Boltzmann. Esta expressão permite o
cálculo da quantidade de radiação emitida em todas as
direções e ao longo de todos os comprimentos de onda
simplesmente a partir do conhecimento da temperatura
do corpo negro.

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Emissão de
Superfícies Reais

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É importante reconhecer que, em geral, a radiação
espectral emitida por uma superfície real difere da
distribuição de Planck. Além disso, a distribuição
direcional pode ser diferente da difusa.

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Uma propriedade radiante da superfície, conhecida por
emissividade, ε, é definida como sendo a razão entre a
radiação emitida pela superfície (real) e a radiação
emitida por um corpo negro à mesma temperatura.

Esta propriedade pode assumir diferentes valores de


acordo com o fato de se estar interessado na emissão
em um dado comprimento de onda ou em uma dada
direção, ou então em médias integradas ao longo de
comprimentos de onda e direções.

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A emissividade hemisférica espectral ελ(λ,T) é,
portanto, definida como

E   ,T 
    ,T  
E ,cn   ,T 

Com isso,
2  / 2

  I  ,e   , , ,T  cos  sen d d
    ,T   0 0
2  / 2

  I  ,cn   ,T  cos  sen d d


0 0

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A emissividade hemisférica total ε(T) que representa
uma média em todas as direções e comprimentos de
onda possíveis, é definida como

E T 
 T  
Ecn T 
ou,

     ,T  E ,cn   ,T  d 
 T   0
Ecn T 

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É reconhecido que a emissividade depende fortemente da
natureza da superfície, que pode ser influenciada pelo
método de fabricação, seu ciclo térmico e reações
químicas com o ambiente.

Compilações mais abrangentes a respeito da


emissividade de superfícies estão disponíveis na
literatura.

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Absorção, Reflexão
e Transmissão em
Superfícies Reais
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Considere a situação geral em que a irradiação interage
com um meio semitransparente.

G  G ,ref  G ,abs  G ,tr

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ou seja, para uma componente espectral da irradiação,
porções dessa radiação podem ser refletidas,
absorvidas e transmitidas.

A determinação desses componentes é complexa,


dependendo das condições nas superfícies superior e
inferior, do comprimento de onda da radiação e da
composição e espessura do meio. Além disso, as
condições podem ser fortemente influenciadas por
efeitos volumétricos que ocorrem no interior do meio.

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Em situações mais simples, relacionada à maioria das
aplicações em Engenharia, o meio é opaco à radiação
incidente. Nesse caso, Gλ,tr é zero e a absorção e a
reflexão podem ser tratadas como fenômenos de
superfícies.

É, portanto, apropriado descrever a irradiação sendo


absorvida e refletida pela superfície, com as
magnitudes relativas de Gλ,abs e Gλ,ref dependendo de
λ e da natureza do material da superfície.

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Não existe qualquer efeito líquido no meio do processo
de reflexão, enquanto a absorção tem o efeito de
aumentar a energia interna térmica do meio.

É importante observar que a absorção e a reflexão na


superfície são responsáveis pela nossa percepção de
cor.

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A menos que a superfície esteja a uma temperatura
elevada (Ts ≥ 1000K), estando portanto incandescente,
a cor em hipótese alguma é devido à emissão, que se
encontra concentrada na região do infravermelho, sendo
portanto imperceptível ao olho humano.

A cor se deve à reflexão e à absorção seletivas da porção


visível da irradiação incidente proveniente do sol ou de
uma fonte de luz artificial.

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Absortividade
A absortividade é uma propriedade que determina a
fração da irradiação que é absorvida por uma
superfície.

A determinação dessa propriedade é complicada pelo


fato de que ela pode ser caracterizada tanto por uma
dependência direcional como por um dependência
espectral.

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A absortividade hemisférica espectral αλ(λ) é definida
como
G ,abs   
    
G   
ou seja,
2  / 2

    ,   , ,  I ,i   , ,  cos  sen d d
     0 0
2  / 2

  I  ,i   , ,  cos  sen d d
0 0

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A absortividade hemisférica total α representa uma
média integrada em relação à direção e ao comprimento
de onda. Ela é definida como a fração da irradiação
total que é absorvida por uma superfície
Gabs

G
ou,

      G    d 
 0

 G    d 
0
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Refletividade
A refletividade é uma propriedade que determina a
fração da irradiação incidente que é refletida por
uma superfície.

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A refletividade hemisférica espectral ρλ(λ) é definida
como
G ,ref   
    
G   
ou seja,
2  / 2

   ,   , ,  I  ,i   , ,  cos  sen d d
     0 0
2  / 2

  I  ,i   , ,  cos  sen d d
0 0

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A refletividade hemisférica total ρ é, então, definida
como
Gref

G

ou, neste caso,


     G    d 
 0

 G    d 
0

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Superfícies pode ser idealizadas como difusas ou
especulares, de acordo com a forma como refletem
radiação.

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Transmissividade
O tratamento da resposta de um material
semitransparente à radiação incidente é complicado,
resultados razoáveis podem ser obtidos através do
uso de transmissividades hemisféricas definidas por
G ,tr   
    
G   
e,
Gtr

G
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MMEM16 – Transferência de Calor
A transmissividade total τ está relacionada com a
componente espectral τλ através da expressão
 

 G ,tr    d        G    d 
 0

 0

 G    d   G    d 
0 0

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Considerações Especiais
Das definições anteriores, conclui-se que
        1

para um meio semitransparente.

Para propriedades médias em todo o espectro, tem-se


também que
     1

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Se o meio for opaco não há transmissão e a absorção e
reflexão são processos de superfícies para os quais
     1

e
  1

Portanto, o conhecimento de uma propriedade implica na


determinação da outra.

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Lei de Kirchhoff

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Considere um grande recinto isotérmico com temperatura
superficial Ts, no interior do qual estão confinados
vários corpos pequenos.

Troca radiante em uma cavidade isotérmica.


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MMEM16 – Transferência de Calor
Independentemente de suas propriedades radiantes, a
superfície do recinto forma uma cavidade que se
comporta como um corpo negro.

Desta forma, independentemente de sua orientação, a


irradiação experimentada por qualquer corpo no interior
da cavidade é difusa e igual à emissão de um corpo
negro a Ts .
G  Ecn Ts 

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Sob condições de regime permanente, deve existir
equilíbrio térmico entre os corpos e o recinto. Com isso,
T1 = T2 = ... = Ts , e a taxa líquida de transferência de
energia em cada superfície deve ser igual a zero.

Aplicando um balanço de energia em uma superfície de


controle ao redor do corpo 1, tem-se que

1GA1  E1 Ts  A1  0

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ou,
E1 Ts 
 Ecn Ts 
1

Como esse resultado deve ser aplicável a cada um dos


corpos confinado, obtém-se então que

E1 Ts  E2 Ts 
   Ecn Ts 
1 2

Essa relação é conhecida por Lei de Kirchhoff.

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MMEM16 – Transferência de Calor
Uma consequência importante é que, como α ≤ 1,
E(Ts) ≤ Ecn(Ts). Portanto, nenhuma superfície real
pode ter um poder emissivo superior àquele de uma
superfície negra à mesma temperatura e o conceito
do corpo negro como um emissor ideal está
confirmado.

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MMEM16 – Transferência de Calor
Da definição de emissividade hemisférica total, tem-se
que uma forma alternativa para a Lei de Kirchhoff
pode ser expressa por
1  2
  1
1  2

Para qualquer superfície no interior do recinto,


 

ou seja, a emissividade hemisférica total da superfície é


igual à sua absortividade hemisférica total.
Aula 1 – Radiação Térmica 80/130
MMEM16 – Transferência de Calor
A dedução anterior pode ser repetida em condições
espectrais. Para qualquer superfície no interior do
recinto, tem-se que
   

Uma forma da Lei de Kirchhoff para a qual não há


restrições envolve as propriedades direcionais
espectrais
  ,   ,

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A Superfície Cinza

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O problema de prever a troca de energia radiante entre
superfícies é muito simplificado quando se pode admitir
que ε = α (Lei de Kirchhoff) se aplica a cada uma das
superfícies.

Uma superfície cinza pode ser definida como sendo uma


superfície para a qual ελ e αλ sejam independentes de λ
nas regiões espectrais da irradiação e da emissão
superficiais.

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MMEM16 – Transferência de Calor
Uma superfície para a qual emissividade direcional
espectral (ελ,θ) e a absortividade direcional espectral
(αλ,θ) são independentes de θ e λ é conhecida por
superfície cinza difusa (difusa devido à independência
direcional e cinza devido à independência em relação
ao comprimento de onda).

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O Fator de Forma

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MMEM16 – Transferência de Calor
O fator de forma Fij é definido como a fração da
radiação que deixa a superfície i e é interceptada pela
superfície j.

Fator de forma associado à troca de radiação entre elementos de superfície com áreas dAi e dAj.

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MMEM16 – Transferência de Calor
Relações do Fator de Forma
 Relação de Reciprocidade

Ai Fij  Aj Fji

Essa expressão é útil para determinar um fator de


forma a partir do conhecimento do outro.

Aula 1 – Radiação Térmica 87/130


MMEM16 – Transferência de Calor
 Regra do Somatório
N
 Fij  1
j 1

Pode ser aplicada em cada uma


das N superfícies no interior
da cavidade.

Troca de radiação em uma


cavidade fechada.

Aula 1 – Radiação Térmica 88/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Essa regra é uma consequência da exigência de
conservação que dita que toda a radiação que deixa a
superfície i deve ser interceptada pelas superfícies da
cavidade.

O termo Fii , que aparece nesse somatório, representa a


fração da radiação que deixa a superfície i e é
interceptada diretamente por i.

Aula 1 – Radiação Térmica 89/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Para calcular a troca por radiação em uma cavidade
fechada com N superfícies, é necessário um total de N2
fatores de forma.

 F11 F12 F1N 


F F22 F2 N 
 21
 
 
 FN 1 FN 2 FNN 

Entretanto, nem todos os fatores de forma precisam ser


calculados diretamente.

Aula 1 – Radiação Térmica 90/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Com a utilização da Regra do Somatório e da Relação de
Reciprocidade, apenas N(N – 1)/2 fatores de forma
necessitam ser determinados diretamente.

Fatores de forma para a cavidade formada por duas esferas.

Aula 1 – Radiação Térmica 91/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Os fatores de forma para geometrias mais complicadas
estão disponíveis no formato de equações, gráficos e
tabelas.

Resultados para várias geometrias comuns são


apresentadas nas Tabs. 13.1 e 13.2 e nas Figs. 13.4 a
13.6.

Aula 1 – Radiação Térmica 92/130


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Troca de Radiação
entre Superfícies
Cinza, Difusa e Opacas
em uma Cavidade
Aula 1 – Radiação Térmica 99/130
MMEM16 – Transferência de Calor
A análise da troca de radiação em uma cavidade pode ser
simplificada consideravelmente admitindo-se as
hipóteses:
 cada superfície da cavidade isotérmica
 radiosidade uniforme
 irradiação uniforme
 comportamento de superfície cinza, difusa e opaca
 meio não-participante

Aula 1 – Radiação Térmica 100/130


MMEM16 – Transferência de Calor
O problema é geralmente um no qual a temperatura Ti ou
fluxo térmico líquido de radiação qi" associado a cada
uma das superfícies é conhecido.

O objetivo é utilizar essa informação para determinar os


fluxos térmicos radiantes e temperaturas desconhecidos
associados a cada uma das superfícies.

Aula 1 – Radiação Térmica 101/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Aula 1 – Radiação Térmica 102/130
MMEM16 – Transferência de Calor
Troca Líquida de Radiação em
uma Superfície
O termo qi refere-se a taxa líquida na qual a radiação
deixa a superfície i. Ele representa o efeito líquido
das interações radiantes que ocorrem na superfície.

A taxa líquida radiante é igual à diferença entre a


radiosidade da superfície e a sua irradiação, ou seja,

qi  Ai  Ji  Gi 

Aula 1 – Radiação Térmica 103/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Da definição de radiosidade, obtém-se que

J i  Ei  i Gi

ou seja, a transferência líquida radiante na superfície


pode ser escrita em termos do poder emissivo da
superfície e da irradiação,

qi  Ai  Ei  iGi 

sendo que, αi = (1 – ρi) para uma superfície opaca.

Aula 1 – Radiação Térmica 104/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Reconhecendo que , ρi = (1 – αi) = (1 – εi) para uma
superfície cinza, difusa e opaca, a radiosidade pode
ser expressa por
Ji   i Ecn,i  1   i  Gi

ou,


qi  Ai  J i 
 J i   i Ecn,i  

 1   i  

Aula 1 – Radiação Térmica 105/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Finalmente, conclui-se que
Ecn,i  Ji
qi 
1   i   i Ai
Esta expressão fornece uma representação conveniente
para a taxa líquida de transferência de calor radiante
em uma superfície.

Aula 1 – Radiação Térmica 106/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Essa transferência, que pode ser representada por um
elemento de rede, está associada ao potencial motriz
(Ecn,i – Ji) e a uma resistência radiante superficial
com a forma (1 – εi)/εiAi .

Ecn,i  Ji
qi 
1   i   i Ai

Elemento de rede representando a troca líquida de radiação saindo da superfície.

Aula 1 – Radiação Térmica 107/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Troca de Radiação entre
Superfícies
Para a determinação da radiosidade da superfície Ji é
necessário considerar a troca de radiação entre as
superfícies da cavidade.

A irradiação da superfície i pode ser determinada a


partir das radiosidades de todos as superfícies da
cavidade.

Aula 1 – Radiação Térmica 108/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Em particular, pela definição do fator de forma, tem-se
que a taxa total na qual a radiação atinge a superfície i
proveniente de todas as superfícies, incluindo i, é
N
Ai Gi   F ji A j J j
j 1

ou, da relação da reciprocidade, tem-se que

N
Ai Gi   Ai Fij J j
j 1

Aula 1 – Radiação Térmica 109/130


MMEM16 – Transferência de Calor
ou ainda,
 N 
qi  Ai  Ji   Fij J j 
 
 j 1 

Da regra do somatório, obtém-se que

 N N 
qi  Ai   Fij J i   Fij J j 
 j 1 
 j 1 

Aula 1 – Radiação Térmica 110/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Finalmente,

 
N N
qi   Ai Fij J i  J j   qij
j 1 j 1

ou seja, a taxa radiante líquida na superfície i, qi , é igual


à soma dos componentes qij que estão relacionados à
troca radiante com as outras superfícies.

Aula 1 – Radiação Térmica 111/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Cada componente pode ser representado por um
elemento de rede, para o qual (Ji – Jj) é o potencial
motriz e (Ai Fij)–1 representa uma resistência espacial
ou geométrica.

Aula 1 – Radiação Térmica 112/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Portanto,
Ecn,i  J i N J J
qi  
i j

1   i   i Ai j 1 Ai Fij 1
 

Essa expressão representa um balanço de radiação no


ponto nodal (nó) de radiosidade associado à
superfície i.

Aula 1 – Radiação Térmica 113/130


MMEM16 – Transferência de Calor
A utilização de representações em formas de rede foi
sugerida por Oppenheim (1956).

A rede é construída pela identificação inicial dos nós


associados às radiosidades de cada uma das N
superfícies da cavidade. O método proporciona uma
ferramenta útil para visualizar a troca de radiação na
cavidade e, pelo menos para cavidades simples, pode
ser usado como a base para prever essa troca.

Aula 1 – Radiação Térmica 114/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Troca de Radiação entre Corpos
Negros
Grandes vizinhanças podem ser tratadas como
superfícies negras hipotéticas. Superfícies reais
também exibem comportamento semelhante ao de um
corpo negro. As coisas são simplificadas
significativamente quando todas as superfícies da
cavidade são negras.

Aula 1 – Radiação Térmica 115/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Como a absortividade de uma superfície negra é
unitária, não há reflexão e a radiosidade é composta
somente pela energia emitida.

Dessa forma, obtém-se que

 
N
qi   Ai Fij Ti 4  T j4
j 1

Aula 1 – Radiação Térmica 116/130


MMEM16 – Transferência de Calor
A Cavidade com Duas Superfícies
O exemplo mais simples de uma cavidade é aquela
formada por duas superfícies que trocam radiação
somente entre si.
q1  q2  q12

Aula 1 – Radiação Térmica 117/130


MMEM16 – Transferência de Calor
ou seja, como há somente duas superfícies, a taxa
líquida de transferência de calor de radiação da
superfície 1, q1 , deve ser igual à taxa líquida de
transferência de calor de radiação para a superfície 2,
– q2 , e as duas grandezas devem ser iguais à taxa
líquida na qual a radiação é trocada entre 1 e 2.

Aula 1 – Radiação Térmica 118/130


MMEM16 – Transferência de Calor
A taxa de transferência de radiação pode ser
determinada trabalhando-se com a representação da
cavidade pela rede equivalente.

Aula 1 – Radiação Térmica 119/130


MMEM16 – Transferência de Calor
A resistência total à troca de radiação entre as
superfícies 1 e 2 é composta pelas duas resistências
superficiais e pela resistência espacial.

Portanto, conclui-se que a troca radiante líquida entre


as superfícies pode ser representada por

q12  q1  q2 

 T14  T24 
 1  1   1   1   2  
   
 1 A1   A1F12    2 A2  

Aula 1 – Radiação Térmica 120/130


MMEM16 – Transferência de Calor
O resultado anterior pode ser utilizado para quaisquer
duas superfícies cinzas e difusas que formem uma
cavidade.

Alguns casos especiais importantes estão resumidos na


Tab. 13.3.

Aula 1 – Radiação Térmica 121/130


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Aula 1 – Radiação Térmica 122/130
MMEM16 – Transferência de Calor
Barreiras de Radiação
As barreiras de radiação são construídas com materiais
de baixa emissividade (elevada refletividade) e
podem ser utilizadas para reduzir a transferência
radiante líquida entre duas superfícies.

Aula 1 – Radiação Térmica 123/130


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Aula 1 – Radiação Térmica 124/130
MMEM16 – Transferência de Calor
Somando as resistências e reconhecendo F13 = F32 = 1,
tem-se que

q12 

A1 T14  T24 
 1 1  1   3,1   1   3,2  
        
 1  2   3,1    3,2  

Note que as resistências associadas à barreira de


radiação se tornam muito grandes quando as
emissividades ε3,1 e ε3,2 são muito pequenas.

Aula 1 – Radiação Térmica 125/130


MMEM16 – Transferência de Calor
O procedimento anterior pode ser facilmente estendido
para problemas que envolvem múltiplas barreiras de
radiação.

No caso especial no qual as emissividades são iguais,


pode ser demonstrado que, com N barreiras,
1
 q12  N   q12 0
N 1

sendo que, (q12)0 é a taxa de transferência de radiação na


ausência de barreiras (N = 0).
Aula 1 – Radiação Térmica 126/130
MMEM16 – Transferência de Calor
Transferência de Calor
com Múltiplos Modos

Aula 1 – Radiação Térmica 127/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Até o presente momento, a troca de radiação em uma
cavidade foi analisada sob condições nas quais as
transferências de calor por condução e convecção
foram desprezadas.

Em muitas aplicações a convecção e/ou condução são


compatíveis à radiação (mesma ordem de grandeza) e
devem ser consideradas na análise da transferência de
calor.

Aula 1 – Radiação Térmica 128/130


MMEM16 – Transferência de Calor
O balanço de energia na superfície é expresso por

qi,ext  qi,rad  qi,conv  qi,cond

Aula 1 – Radiação Térmica 129/130


MMEM16 – Transferência de Calor
Fonte Bibliográfica
 BERGMAN, T.L. & LAVINE, A.S., 2019. Fundamentos de
Transferência de Calor e de Massa. Rio de Janeiro, RJ: LTC,
8ª ed., 648p.

 ÇENGEL, Y.A. & GHAJAR, A.J., 2012. Transferência de Calor


e Massa: Uma Abordagem Prática. Porto Alegre, RS: McGraw-
Hill, 4ª ed., 904p.

 HOWELL, J.R., SIEGEL, R. & MENGUC, M.P., 2010. Thermal


Radiation Heat Transfer. Boca Raton, FL, USA: CRC, 987p.

Aula 1 – Radiação Térmica 130/130


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