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1.

Teoria da Transmissão do Calor

2. Teoria da Radiação

3. Leis da Radiação Infravermelha

4. Termografia

Elaborada por Tereza Galindo


1. Teoria da Transmissão do Calor
A variável Temperatura
 Medida da energia cinética média dos átomos ou moléculas de
uma substância, dada em graus Celcius, graus Fahrenheit ou
Kelvin.

 A energia em trânsito é chamada de calor.

 Transferência de energia ocorre através da fronteira de um sistema


provocada pela diferença de temperatura.

 Os sistemas buscam o equilíbrio através da troca de energia

 O calor se transfere na direção da temperatura decrescente

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Mecanismos de Transferência de Calor

 Há três mecanismos básicos de transferência de


calor:

 Condução

 Convecção

 Radiação

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Transferência de Calor por Condução

 A transferência de energia provocada por uma


interação física entre moléculas adjacentes de uma
substância em temperaturas diferentes (níveis de
energia cinética molecular)

Condutor Na medida que batem umas nas outras,


as moléculas vão perdendo energia -
sentido da transferência de calor -
menor energia

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Transferência de Calor por Condução

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Lei da condução de Fourier
 Fluxo de calor transferido por condução na direção x
através de uma área finita A:

A normal à direção da transferência

qX= -kAxdT/dx
q = fluxo de calor
k = condutividade Térmica
dT/dx = gradiente temperatura
no eixo x

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Fórmula geral para transferência de calor por condução:
q = k S ( T 1 - T2 )

q = fluxo de calor transferido por condução de uma superfície com


a temperatura T1 para outra superfície com a temperatura T2;

k = condutividade térmica

S = fator de forma da condução, depende da geometria:

 condução unidimensional numa chapa plana S=A/L

 condução radial num cilindro oco S = 2 L /1n(r2/ r1)

 condução radial numa esfera oca S=4r1r2 / (r2 - r1 )

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y

T1

T2

Transferência de Calor

k = condutividade térmica é uma propriedade termofísica dos meios


condutores que representa a velocidade de condução de calor por
unidade de área num gradiente de 1ºC/m

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Na temperatura ambiente:
k = centenas de W/(mºC)  bons condutores
k = < 1 W/(mºC)  isolantes
Os metais com boas propriedades condutoras de
eletricidade têm condutividades térmicas mais elevadas
que os não metais dielétricos ou os semicondutores.
Os materiais em fase sólida têm, em geral, condutividade
térmica mais elevadas que em fase líquida.
k varia com a temperatura para o mesmo material. A
condutividade térmica de certos materiais que na
temperatura ambiente são bons condutores, podem
assumir valores excepcionalmente elevados em outras
temperaturas.

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Transferência de Calor por Convecção

Transferência de calor de uma superfície para um fluido em


movimento.
qc = h A s ( TS – T F )
qc = fluxo de calor transferido de uma superfície à temperatura
TS para um fluido à temperatura TF

Escoamento fluido
a TF
qc Superfície na
temperatura TS

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Transferência de Calor por Convecção

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Convecção pode ser:

Forçada: movimento do fluido é provocado por meios


mecânicos, como bombas ou ventiladores

Natural: No ar e na água. Pode ser provocada por gradientes


de densidade induzidos pela variação de temperatura no
fluido

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2. Teoria da Radiação
A radiação eletromagnética é gerada em
conseqüência dos movimentos vibratórios e
rotacionais de partículas moleculares, atômicas e
subatômicas.

Campo
elétrico

Campo magnético

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•A radiação eletromagnética acontece através da energia transferida de um
ponto para outro, alternando campos elétricos e magnéticos.

•A radiação eletromagnética pode ser produzida por vários meios, dependendo


do tipo de partículas carregadas que estão envolvidas no processo.

•Exemplo: Raios  são produzidos pela fissão do núcleo ou por desintegração


radioativa. Raios X por bombardeamento de metais com elétrons de alta
energia. Ondas de radio pelo excitamento de certos cristais ou por corrente
elétrica alternada através de condutores elétricos.

•Nosso estudo se refere à Radiação produzida pelo movimento rotacional e


vibratório de partículas subatômicas, átomos, moléculas de uma substância. O
nível de energia associado com a flutuação dos movimentos desses pequenos
osciladores é indicado pela temperatura, e a radiação eletromagnética é
referida como radiação térmica.
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A radiação térmica representa a conversão da energia térmica interna de uma
substância, ou sistema, em energia eletromagnética.

Energia Eletromagnética

A temperatura é um índice do nível de agitação térmica das partículas


microscópicas.
Uma vez que as moléculas e seus componentes estão continuamente em
movimento, a radiação térmica é sempre emitida pela matéria
Qualquer partícula acima do zero Kelvin, ou -273ºC está em movimento e emite
radiação eletromagnética.
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Como se dá a transferência de calor por radiação?

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Como se dá a transferência de calor por radiação?

O meio através do qual a radiação térmica se propaga pode


ser o vácuo, um gás, o ar, um líquido, ou sólidos
transparentes.

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Espectro Eletromagnético V
i
Raios Raios Raios U.V. s Infravermelho Ondas Radio
Cósmicos   i
v
e
l
UHF VHF HF MF BF
 0,001A 0,1A 1A 10A 100A 0.1 1 10 100 0,1cm 1cm 10cm 100cm 1m 10m 100m 1Km 10Km

Visível Infravermelho Infravermelho Infravermelho


Próximo Médio Extremo
() 0,35 0,75 1,5 20 1000

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Leis da Radiação
Infravermelha
 O corpo negro
 Lei de Planck
 Lei Wien
 Lei de Stefan-Boltzman

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O corpo negro

Gustav R. Kirchoff (1824 – 1887)

O corpo negro é definido como sendo um corpo que absorve


toda a radiação de qualquer comprimento de onda.
A Lei de Kirchoff, de 1860, considera o corpo negro como
sendo não só capaz de absorver toda a radiação em qualquer
comprimento de onda mas também capaz de emitir
radiação.
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O corpo negro

Um corpo negro é um corpo que absorve toda a radiação que nele incide:
nenhuma (somente em casos específicos) o atravessa nem é refletida.

Apesar do nome, corpos negros produzem radiação eletromagnética, tal como luz.

Quando um corpo negro é aquecido, essas propriedades o tornam uma fonte ideal de
radiação térmica.

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O corpo negro

Corpo negro - Fluke

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Lei de Planck
 Max Planck, em 1900, descreve a distribuição espectral de energia no
espectro do corpo negro na seguinte equação:

P - radiação de um corpo no comprimento de onda 


C1 - constante de radiação = 2hc2 = 3,741x106 Wm-2
onde, c - velocidade da luz = 3x108ms-1
h - constante do corpo negro = 6,6x10-34 Jk-1
T - temperatura absoluta do corpo negro k
 - comprimento de onda m

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Distribuição da Radiação espectral de um corpo negro

A Figura mostra a distribuição da Radiação espectral de


um corpo negro para cinco temperaturas
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Lei de Wien
A Lei de Wien é adquirida através do quociente entre
a fórmula de Planck e o comprimento de onda .

Sendo:
max - comprimento de onda onde ocorre a máxima radiação µm
T - temperatura k
C - constante ( 2898 k ).

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Lei de Wien
Curvas de Planck registradas graficamente
em escalas de 100 k a 1000 K. A linha
pontilhada representa o lugar geométrico da
máxima radiação para cada temperatura,
conforme descrito na Lei de Wien.
(1) Radiação w/cm² (µm)
(2) Comprimento de onda λ (µm)

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Lei de Stefan-Boltzman
• A radiação total emitida por um corpo em condições ideais, é função única da
temperatura sendo diretamente proporcional à quarta potência.

• A fórmula de Stefan-Boltzman é encontrada , integrando a fórmula de Planck de =0 até =,


para que a energia de radiação total ou poder emissivo, E, de um corpo negro possa ser
obtida.

E = σ T4
Ludwig Boltzman ( 1844 – 1906 )
Joseph Stefan (1835- 1893 )

Sendo,
E - energia de radiação total de um corpo negro Wm2
 - constante de Stefan-Boltzman
CursoTermovisãoNível 1=- 5,6696x10-8Wm
DO/SMN K .
2 -4
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Lei de Stefan-Boltzman
graficamente E representa a área a baixo da curva de Planck para uma
temperatura particular.

E = área

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Lei de Planck é uma caso mais geral que as
anteriores.

Região do espectro de emissão onde a lei de Wien coincide com a lei de Planck

A Lei de Planck faz uma correspondência entre o


fluxo emitido e a temperatura. Esta lei não é válida
para o caso em que o objeto emissor não é
perfeitamente negro.CursoTermovisãoNível 1 - DO/SMN 29
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Embora algumas superfícies aproximem-se das condições
ideais, corpos negros não existem.
O poder emissivo de uma superfície real de um corpo não-negro
é expresso em termos de Eb
E =  Eb onde a  (emissividade) varia de 0 à unidade

ε = E _

Eb

•Emissividade - capacidade de um corpo qualquer emitir


radiação eletromagnética à uma temperatura, comparado
com um corpo negro às mesmas condições.

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Propriedades de Reflexão, Transmissão e
Absorção da superfície
Na realidade os objetos que interceptam a trajetória da radiação
térmica não são corpos negros ideais, portanto, absorvem,
refletem, e se forem transparentes, transmitem a radiação
térmica incidente.

Índices que medem as frações da radiação térmica incidente que um


corpo absorve, reflete ou transmite:

• absortividade 
• refletividade 
• transmissividade 
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Propriedades de Reflexão, Transmissão e Absorção
da superfície

Materiais opacos

Materiais transparentes

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A relação entre estes três processos é a seguinte:

++=1

No caso de materiais opacos, onde  = 0, esta relação passa a ter a


seguinte forma:
+=1

De acordo com a Lei de Kirchhoff existe uma igualdade entre a


capacidade de um corpo em absorver a energia incidente e a sua
capacidade de reemití-la, para um mesmo comprimento de onda.
Assim, a emissividade assume sempre valores entre 0 e 1, sendo
numericamente igual à fração da radiação absorvida pelo corpo.
 = logo,  + =1
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Exemplos:

Superfície recoberta por negro-de-fumo com  = 0,97  = 0,03 e  = 0


irá absorver 97% e refletir 3% da radiação incidente.

• Superfície de chapa de alumínio polido com  = 0,1  = 0,9 e  = 0


irá absorver 10% e refletir 90% da radiação incidente.

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Propriedades do meio por onde percorre a radiação térmica
•Após ser emitida por um corpo, a radiação infravermelha interage
com a massa de gases circundantes presentes no ar;
•A energia emitida terá parte dela absorvida e parte refletida;
•A essa interação dá-se o nome de: Atenuação Atmosférica;
•O vapor d’água e o gás carbônico presentes na atmosfera absorvem
comprimentos de onda entre 1 e 15 m;

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Propriedades do meio por onde percorre a
radiação térmica

•Há duas regiões de atenuação do efeito estufa da atenuação


atmosférica, conhecidas como janelas atmosférias, entre 3 e 5
m e outra entre 8 e 14 m;

•Instrumentos infravermelho são fabricados para as duas


janelas atmosféricas, conhecidos como instrumentos de ondas
curtas e ondas distantes ou longas. SW - Termovisão Diurna.
LW - Baixas Temperaturas

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Efeito da Luz Solar
•98% da radiação solar está abaixo de 3 m;

•De acordo com a Lei de Kirchoff a capacidade de um corpo em


absorver radiação é a mesma capacidade de reemití-la, para um
mesmo comprimento de onda;

•Porém, quando grande parte da energia é absorvida em uma faixa


espectral e reemitida em outra, pode haver diferença entre a
capacidade de absorção e reemissão;

•Superfície de chapa de vidro delgada transmitirá quase que a


totalidade da radiação de ondas curtas emitida pelo sol e absorverá a
radiação de ondas longas emitida do interior de uma edificação.
Efeito estufa
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Efeito do Fluxo de Convecção
A dissipação do Calor pelo mecanismo de convecção em
um componente é determinada pela velocidade do ar
(vento).

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Termografia
 A Termografia é um método de condição e monitoramento
sem-contacto, que pode ser utilizado para medir
variações de temperatura causadas por desgaste, fadiga,
contactos elétricos anormais, etc;

 As câmaras portáteis de Termografia Infravermelha


permitem-nos medir as emissões térmicas e processa
toda a informação num intervalo de tempo extremamente
curto.

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Os erros de medição

As maiores fontes de erros de medição são:


 Atenuação do ambiente circundante;

 Aplicação da emissividade correta do material;

 Temperatura refletida do ambiente;

 Fluxos de convecção (vento);

 Ângulos de aplicação para a tomada de dados.

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Compensação dos erros
 Correta aplicação dos parâmetros de medição nas câmaras:
 Temperatura ambiente;
 Umidade ambiente;
 Distância;
 Emissividade.

 Observar a velocidade do vento e evitar medir com velocidade maiores do


que 20 km/h;

 Posicionar o termovisor em ângulos menores do que 60 graus em relação a


normal ao plano do objeto inspecionado;

 Fazer medições em diversos ângulos para avaliar possíveis reflexos;

 Evitar inspeções diurnas devido carregamento solar e reflexos.

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Ângulos de tomadas

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Bibliografia

•Fundamentos da Transferência de Calor - Lindon Thomas;


•Termografia Princípios, Aplicações e Qualidade - Atílio Bruno;
•Curso de Termovisão da Academia Canadense;
•Thermographic Inspection of Electrical Installations - Vicente Ribeiro
e Bo Wallin;
•Theory and Practice of Radiation Thermometry - D.P. Dewitt;
•Princípios da Transmissão do Calor - Frank Kreith
•Curso de Termovisão Infrared Training Center

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