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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Inquérito Policial
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INQUÉRITO POLICIAL

O inquérito policial é previsto a partir do art. 4º do Código de Processo Penal (CPP), e não
se trata de um processo judicial ou processo administrativo. Na realidade, o inquérito policial
é um procedimento administrativo, pois, ao seu final, jamais haverá uma sanção.

Conceito de Renato Brasileiro:

O inquérito policial consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa ob-
jetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à
autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa
ingressar em juízo.

O inquérito policial é um procedimento preparatório para a futura ação penal. É nele que
serão colhidos elementos para que o titular da ação penal, seja qual for, possa ter elementos
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suficientes para ingressar em juízo.
Trata-se de um procedimento administrativo, pois não é judicial e, ao final, não haverá
imposição de sanção. Na realidade, ao final de um inquérito policial, o delegado de polícia
irá elaborar um relatório com tudo o que foi apurado, de modo a viabilizar que o titular, seja
ele o Ministério Público ou o ofendido/seu representante, possa ingressar com a ação penal.
Esse lastro probatório deve ser voltado para dois elementos principais, que configuram a justa
causa para a ação: a autoria e a materialidade.

PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO

É de responsabilidade da polícia judiciária: função repressiva, após a prática do crime.

CPP, Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais
e da sua autoria.
ANOTAÇÕES

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O MINISTÉRIO PÚBLICO PODE PRESIDIR INQUÉRITO?

Não, pois a Constituição Federal e o Código de Processo Penal concedem essa atribui-
10m ção à polícia judiciária. Entretanto, o MP pode realizar diligências paralelas e promover outras
investigações (Procedimento de Investigação Preliminar).
De acordo com o STF, o MP tem poder de investigação.

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

1. É um procedimento escrito (vide art. 9º, CPP):

Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou dati-
15m lografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

2. Dispensabilidade – art. 39, §5º, CPP:

Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem
oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia
no prazo de quinze dias.

Nesse sentido, o inquérito policial não precisa acompanhar a denúncia obrigatoriamente.


Se o MP ou o ofendido já possuírem elementos suficientes para dar início à ação penal, eles
não precisam do inquérito. Contudo, se esse inquérito já estiver pronto, então ele acompa-
nhará a denúncia ou queixa.
3. Inquisitorialidade: no inquérito policial, o Delegado de Polícia age de ofício, ou seja, não
precisa de provocação. Além disso, não precisa observar contraditório e ampla defesa, pois
esses são princípios que se aplicam aos processos judiciais e aos processos administrativos.
4. Sigiloso – art. 20, CPP:

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade.

Enquanto, no processo judicial, a publicidade é a regra; no inquérito policial, o sigilo é uma


característica.
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Súmula Vinculante n. 14, STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter


acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigató-
20m rio realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa”
A Súmula acima não instituiu o contraditório no âmbito do inquérito policial, mas o simples
acesso às informações contidas nesse inquérito. Além disso, também não instituiu a ampla
defesa, pois em nenhum momento permite que a defesa de um acusado possa se manifestar
ou formular petição. Na realidade, essa Súmula concede à defesa de um acusado a possibi-
lidade de ter acesso ao que já foi documentado em um inquérito policial, sem direito ao con-
traditório e à ampla defesa.
5. Discricionário: o rol dos atos previstos nos arts. 6º e 7º do CPP não é taxativo, ou seja,
o delegado de polícia adotará as diligências que achar necessário e não ficará preso a um rito
específico.
6. Oficial: o inquérito policial é conduzido por um órgão oficial, que é a polícia judiciária.
7. Oficioso: todos os atos são praticados de ofício, ou seja, não há necessidade de se
provocar alguém.
8. Indisponível: o delegado de polícia, uma vez que tenha iniciado o inquérito policial, não
25m
pode arquivá-lo.
9. Incomunicabilidade?

CPP, Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e so-
mente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

O CPP é anterior à Constituição Federal de 1988, que veda a incomunicabilidade até nos
estados de sítio e de defesa. Logo, a incomunicabilidade também não pode existir no inquérito
policial. Hoje, o art. 21 do CPP é tido como um dispositivo não recepcionado pela CF/1988.
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Mnemônico:

 Obs.: Ao mnemônico acima também pode ser incluída a característica da indisponibilidade.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Geilza Diniz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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