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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS -

CAMPUS BAMBUÍ

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

ANA CLARA DAS MERCÊS ANASTÁCIO

PROPOSTA DE PROJETO ARQUITETÔNICO DO SETOR DE GESTAÇÃO E REPRODUÇÃO


DE SUÍNOS, COM VISTA A ATENDER AS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE
ACORDO COM A INSTRUÇÃO NORMATIVA N°133 DE 16 DEZEMBRO DE 2020

BAMBUÍ - MG
2023
ANA CLARA DAS MERCÊS ANASTÁCIO

PROPOSTA DE PROJETO ARQUITETÔNICO DO SETOR DE GESTAÇÃO E REPRODUÇÃO


DE SUÍNOS, COM VISTA A ATENDER AS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE
ACORDO COM A INSTRUÇÃO NORMATIVA N°133 DE 16 DEZEMBRO DE 2020

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado


ao Curso de Bacharelado em Zootecnia do IFMG –
Campus Bambuí como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel.

Orientador (a): Prof. Dr. Humberto Garcia de


Carvalho

BAMBUÍ – MG
2023
Catalogação na Fonte Biblioteca IFMG - Campus Bambuí

A534p Anastácio, Ana Clara das Mercês.


Proposta de projeto arquitetônico do setor de gestação e reprodução de
suínos, com vista a atender as características construtivas de acordo com
a Instrução Normativa n°133 de 16 dezembro de 2020. / Ana Clara das
Mercês Anastácio. – 2023.
44 f.; il.: color.
Orientador: Prof. Dr. Humberto Garcia de Carvalho.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – Campus Bambuí,
MG, Curso Bacharelado em Zootecnia, 2023.

1. Instrução normativa n°133 de, 16 de dezembro de 2020. 2. Bem-


estar. 3. Gestação e reprodução. I. Carvalho, Humberto Garcia de. II.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais –
Campus Bambuí, MG. III. Título.
CDD 636.0832

Elaborada por Douglas Bernardes de Castro- CRB-6/2802


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS
Campus Bambuí
Diretoria de Ensino
Departamento de Engenharia e Computação
Faz. Varginha - Rodovia Bambuí/Medeiros - Km 05 - Caixa Postal 05 - CEP 38900-000 - Bambuí - MG
37 3431 4900 - www.ifmg.edu.br

ANA CLARA DAS MERCÊS ANASTÁCIO

PROPOSTA DE PROJETO ARQUITETÔNICO DO SETOR DE GESTAÇÃO E REPRODUÇÃO DE


SUÍNOS, COM VISTA A ATENDER AS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE ACORDO COM
A INSTRUÇÃO NORMATIVA N°133 DE 16 DEZEMBRO DE 2020

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao Curso de Bacharelado em Zootecnia do
IFMG – Campus Bambuí como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel.

Orientador (a): Prof. Dr. Humberto Garcia de Carvalho

Aprovado em 21/08/2023 pela banca examinadora:

Prof. Humberto Garcia de Carvalho (Orientador)

Prof. Marco Antônio do Carmo

Prof. Silvana Lúcia dos Santos Medeiros

Bambuí,30 de agosto de 2023.

Documento assinado eletronicamente por Humberto Garcia de Carvalho , Professor, em 01/09/2023,


às 17:56, conforme Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.

Documento assinado eletronicamente por Marco Antonio do Carmo , Professor, em 02/09/2023, às


19:51, conforme Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.

Documento assinado eletronicamente por Silvana Lucia dos Santos Medeiros , Professora, em
04/09/2023, às 17:34, conforme Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://sei.ifmg.edu.br/consultadocs informando


o código verificador 1662139 e o código CRC 9E6DD175.

23209.006245/2022-23 1662139v1
Declaração Página aprovação TCC (1662139) SEI 23209.006245/2022-23 / pg. 1
RESUMO

O crescimento constante da suinocultura no Brasil tem elevado o país à posição de


quarto maior exportador mundial de carne suína, com uma produção de 4.701 milhões de toneladas
em 2022, contribuindo com um valor bruto de R$ 31.394 bilhões para o mercado, de acordo com
dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esse avanço tem despertado a busca
por melhorias na qualidade de vida e bem-estar dos animais, bem como na sua eficiência produtiva,
com um foco nas instalações, uma vez que é compreendido que o ambiente em que os animais são
alojados exerce influência direta sobre sua produtividade, com destaque para as fases de reprodução
e gestação. No entanto, informações precisas sobre as instalações adequadas para a criação desses
animais são escassas. Para atender a essa crescente demanda por produção e preocupação com o
bem-estar animal, surgiu a Instrução Normativa n°133, de 16 de dezembro de 2020, a qual
estabelece padrões essenciais nessas áreas. Assim, foi desenvolvido um projeto arquitetônico
destinado ao setor de gestação e reprodução de suinocultura, projeto este que fornece aos produtores
atributos técnicos para a correta construção das instalações, pois o mesmo visa a maior
produtividade através da ambiência e bem-estar de acordo com a nova instrução normativa n°133.

Palavras-chave: Instrução normativa n°133. Bem-estar. Suinocultura. Instalações. Gestação e


reprodução.
ABSTRACT

The steady growth of pig farming in Brazil has propelled the country to the position of
the world's fourth-largest pork exporter, with a production of 4.701 million tons in 2022,
contributing with a gross value of R$ 31.394 billion to the market, according to data from the
Brazilian Animal Protein Association (ABPA). This progress has prompted the pursuit of
improvements in the quality of life and well-being of the animals, as well as in their productive
efficiency, with a focus on facilities, as it is understood that the environment in which the animals
are housed has a direct influence on their productivity, particularly in the phases of reproduction
and gestation. However, precise information about suitable facilities for the rearing of these animals
is scarce. To address this growing demand for production and concern for animal welfare,
Instruction Normative No. 133 emerged on December 16, 2020, establishing essential standards in
these areas. Thus, an architectural project was developed for the pig farming sector, specifically
targeting the gestation and reproduction area, providing producers with technical attributes for the
proper construction of facilities, aiming for greater productivity through an environment conducive
to well-being, in alignment with the new Instruction Normative N°133.

Keywords: Instruction Normative No.133. Welfare. Swine Farming. Installations. Gestation and
reproduction.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 9
1.1. Problema ...................................................................................................................... 10
1.2. Hipótese. ....................................................................................................................... 10
1.3. Justificativa .................................................................................................................. 11
2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 11
2.1. Objetivo geral .............................................................................................................. 11
2.2. Objetivos específicos ................................................................................................... 11
3. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 12
3.1. As suinoculturas brasileiras ....................................................................................... 12
3.2. Bem-estar na suinocultura ......................................................................................... 12
3.3. Bem-estar e ambiência nas instalações suinícolas .................................................... 13
3.4. Sistemas de produção.................................................................................................. 15
3.4.1. Sistema extensivo ...................................................................................................... 15
3.4.2. Sistema intensivo ...................................................................................................... 15
3.5. Normativa n°133 de, 16 de dezembro de 2020 – Novo modelo de implementação de
suinoculturas em sistemas de criação comercial. ................................................................ 16
3.6. Importância das instalações ....................................................................................... 18
3.7. Características construtivas ....................................................................................... 19
3.7.1. Temperatura ............................................................................................................. 19
3.7.2. Localização ............................................................................................................... 20
3.7.3. Orientação................................................................................................................. 20
3.7.4. Cobertura .................................................................................................................. 21
4. SETOR DE GESTAÇÃO ............................................................................................... 21
4.1. Baias coletivas para fêmeas ........................................................................................ 21
4.2. Gaiolas de gestação ..................................................................................................... 22
4.3. Baias individuais para machos................................................................................... 22
4.4. Área de armazenamento de sêmen ............................................................................ 23
4.5. Cochos e bebedouros ................................................................................................... 23
4.6. Piso................................................................................................................................ 24
5. METODOLOGIA ........................................................................................................... 24
5.1. Programa de necessidades .......................................................................................... 25
5.2. Planejamento do layout ............................................................................................... 25
5.3. Planejamento e pré-dimensionamento da instalação. .............................................. 26
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 27
6.1. Detalhes da construção ............................................................................................... 27
6.1.1. Baias coletivas – Fêmeas.......................................................................................... 30
6.1.2. Gaiolas individuais – Fêmeas .................................................................................. 32
6.1.3. Baia individual – Macho .......................................................................................... 34
6.1.4. Baia de quarentena................................................................................................... 36
6.1.5. Área de armazenamento de sêmen .......................................................................... 38
6.1.6. Cobertura .................................................................................................................. 40
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 44
9

1. INTRODUÇÃO

A suinocultura se apresenta em um cenário de crescimento contínuo anualmente,


beneficiando assim tanto os produtores brasileiros como os consumidores. Segundo o
relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, 2022, o Brasil
atualmente se encontra como o quarto maior exportador de carne suína do mundo, com uma
produção total de 4.701 milhões de toneladas, ficando atrás apenas da União Europeia, EUA e
Canadá.

Ainda de acordo com dados da ABPA, 2022, 75,81% do total de carne suína
produzida no Brasil em 2021 permaneceu no mercado interno e 24,19% foi destinada à
exportação.

Devido a essa grande expansão da atividade que gerou para o Brasil um valor
bruto de R$ 31.394 bilhões (ABPA, 2022), a necessidade por mudança visando
principalmente à qualidade de vida e aumento da produção é crescente, assim como a
implantação de estratégias que vão auxiliar os produtores e as empresas nas tomadas de
decisões.

Esse aumento na produtividade está relacionado diretamente com as primeiras


fases de vida reprodutiva desses animais, que começam no setor de reprodução e gestação.
Esse setor é responsável por abrigar os animais que serão os reprodutores e as matrizes do
plantel, são esses colocados em baias individuais, coletivas e em gaiolas de gestação. Assim
como em qualquer outra fase, devemos nos atentar aos fatores ligados à qualidade de vida dos
animais.

A qualidade de vida nesta fase está ligada a fatores como bem-estar e com a
arquitetura da instalação. De acordo com BROOM (1986), “o bem-estar de um indivíduo é
seu estado em relação às suas tentativas de se adaptar ao seu ambiente”, e o comprometimento
desse fator pode resultar na diminuição ou retardo do ganho de peso, atraso no início da
reprodução e ainda um aumento no número de doenças (BROOM; MOLENTO, 2004;
VERONI, 2013). Em relação ao planejamento e construção da instalação, estas devem
desempenhar um papel de proteção e contribuir com fatores relacionados ao planejamento do
espaço, qualidade, direção e ventilação natural, temperatura adequada para a fase trabalhada,
etc.
10

Contudo, sabe-se que ainda não existem muitos dados, pesquisas e até mesmo
instruções que auxiliem os produtores no correto projeto e construção de edificações voltadas
para a área da suinocultura. Por isso, a projeção de um projeto arquitetônico baseado na
instrução normativa n°133 de, 16 dezembro de 2020, o qual nos traz todas as novas normas e
adaptações que devem ser seguidas e colocadas em práticas até 2045, o mesmo é de extrema
importância e relevância para a atual situação do setor suinícola do Brasil.

1.1.Problema

Dificuldade ou falta de informação coerente com as novas recomendações sobre


as características construtivas do setor de gestação das granjas de suíno de criação comercial,
com vista as boas práticas e bem-estar.

1.2.Hipótese.

As adequadas estruturas físicas das propriedades favorecem condições de


execução e manejo, atendendo às boas práticas vigentes e possibilitando o bem-estar dos
animais (OLIVEIRA et al., 2008), desta forma interferindo diretamente na produtividade do
rebanho. De acordo com BROOM (2004), MOLENTO (2004) e VERONI (2013), o
comprometimento na qualidade de vida dos animais pode resultar na diminuição ou retardo do
ganho de peso, atraso no início da reprodução e aumento no número de doenças. Além disso,
as instalações devem ser adequadas, buscando a lotação ideal, conforto, fornecimento
adequado de água, comida e facilidade de acesso.

Além disso, de acordo com a cartilha de Gestação coletiva de matrizes suínas


escrita por Ribas, Rueda e Ciocca (2016), se é citado que um correto layout das baias,
apresenta papel fundamental no bom desempenho e manutenção dos sistemas de gestação
coletiva, visando o bem-estar desses animais.

Dessa maneira, buscando auxiliar, adequar e informar os produtores e projetistas,


entrou em vigor a instrução normativa n°133 de, 16 de dezembro de 2020, a qual estabelece
as boas práticas de manejo, bem-estar e instalações de suínos de criação comercial.
11

1.3.Justificativa

A escassez de informação pode dificultar a realização de projetos corretos


voltados para a área de construções rurais, principalmente aqueles relacionados à
suinocultura, onde estamos presenciando um grande aumento na produção desses animais.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2022), em 2021, foram
produzidos 4.701 milhões de toneladas de carne suína no Brasil, com um consumo per capita
de 16,7kg por habitante, já no ano anterior essa produção foi de 4.436 milhões de toneladas e
um consumo de 16kg por habitante, demonstrando o crescente aumento desta atividade em
nosso país.

Esse aumento contínuo está relacionado à alta demanda de produção, e que está
diretamente ligada às características de ambiência, as quais, por sua vez, são associadas ao
manejo e às instalações adequadas que proporcionam segurança, maior produtividade e bem-
estar aos animais.

2. OBJETIVOS
2.1.Objetivo geral

Desenvolver um projeto arquitetônico do setor de gestação e reprodução de uma


suinocultura fornecendo atributos técnicos aos produtores quanto a correta construção da
instalação visando maior produtividade através da ambiência e bem-estar de acordo com a
nova instrução normativa n°133, de 16 de dezembro de 2020.

2.2.Objetivos específicos

o Criar um projeto arquitetônico do setor de gestação e reprodução de uma suinocultura


utilizando a ferramenta computacional AutoCad;
o Caracterizar a construção de instalações com ênfase na gestação e reprodução de
suinoculturas;
o Realizar o estudo da normativa n°133 de, 16 de dezembro de 2020 criando um projeto
que atenda ao que está descrito;
o Realizar o levantamento bibliográfico de pesquisas e estudos sobre instalações de
suinoculturas, bem-estar e ambiência.
12

3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. Suinoculturas brasileiras

A suinocultura brasileira desempenha um papel importante no mercado


agroindustrial, especialmente nos últimos anos. De acordo com estudos da Embrapa Suínos e
Aves, as exportações mundiais de carne suína passaram de 8% em 2018 para 12% em 2022,
com previsão de atingir 13% em 2023. Nesse período, o Brasil consolidou sua posição como
um dos principais produtores de carne suína do mundo, ocupando o quarto lugar globalmente.

No entanto, a suinocultura também enfrentou desafios, um deles principais


obstáculos o controle sanitário, devido à ocorrência de doenças como a Peste Suína Africana
(PSA), que afetou vários países vizinhos ao do Brasil. Isso exigiu a adoção de medidas mais
rigorosas de biosseguridade e restrições comerciais. No entanto, o Brasil, devido ao seu status
sanitário favorável, enxergou nesse desafio uma oportunidade de expandir seus negócios no
mercado internacional.

Durante esse período, observou-se avanços tecnológicos significativos em todas


as fases da suinocultura, principalmente na gestação, após a implementação da Instrução
Normativa n° 133, de 16 de dezembro de 2020, que pretende trazer mais melhorias para o
setor. A suinocultura passa a adotar novas técnicas e sistemas automatizados de alimentação e
monitoramento, visando ao bem-estar e ao manejo adequado das matrizes. Além disso, a
gestação coletiva ganha mais espaço, proporcionando um ambiente mais adequado para as
fêmeas.

3.2.Bem-estar na suinocultura

Compreender o comportamento e o bem-estar animal (BEA) contribui para um


sistema agropecuário sustentável nos aspectos econômicos, sociais e ambientais (APPLEBY
& MITCHELL, 2018). Bem-estar significa garantir boas condições de vida aos animais,
incluindo o local onde são alojadas, sua alimentação e as técnicas de manejo, visando
harmonia com o ambiente e buscando proporcionar a melhor qualidade de vida possível
(MANTECA et al., 2013).

De acordo com a OIE (2022), BEA pode ser definido como “o estado físico e
mental de um animal em relação às condições em que vive e morre”. Para que um animal
13

tenha bons índices de bem-estar, é necessário fornecer boas condições, destacadas nas 5
liberdades que são os princípios que regem o BEA:

o Animal livre de fome e sede;


o Animal livre de medo e angústia;
o Animal livre de desconforto;
o Animal livre de dor ou lesões;
o Animal livre para expressar seu comportamento natural.

Além disso, de acordo com o Instituto Certified Humane Brasil (2017), cuidados
como instalações seguras para evitar ferimentos nos animais, prevenindo manqueiras, lesões
no casco e claudicações, bem como atenção a ambiência (considerando que são animais
sensíveis às variações de temperatura), fornecendo um local amplo com qualidade do ar,
espaço para movimentação e área de descanso, contribuem para uma maior produtividade,
saúde e bem-estar desses animais.

No contexto da suinocultura, um dos principais temas em discussão é a


superlotação de animais em confinamento, sem um planejamento adequado e sem
enriquecimento ambiental, além do uso de gaiolas de gestação para matrizes (OLIVEIRA,
2021). As gaiolas de gestação/parição e lactação restringem as fêmeas suínas de expressarem
seus comportamentos naturais, o que tem um impacto significativo no bem-estar animal
(PELLENZ; OELKE e FAUCITANO, 2022).

3.3.Bem-estar e ambiência nas instalações suinícolas

Ambiência e bem-estar são elementos importantes na produção animal moderna e


praticamente indissociáveis, uma vez que o bem-estar animal é o estado de um indivíduo em
relação às suas tentativas de se adaptar ao ambiente. A ambiência, que engloba fatores físicos
e biológicos presentes no espaço onde o animal realiza suas atividades, exerce grande
influência em seu grau e adaptação (ALVES, 2019).

No contexto cientifico, podemos relacionar a ambiência como um fator que busca


compreender a relação entre os elementos climáticos e a fisiologia animal, visando o ótimo
desempenho produtivo e reprodutivo. Isso envolve a análise das características do ambiente
em função da zona de conforto térmico da espécie, juntamente com as características
fisiológicas que atuam na regulação da temperatura interna dos animais, assegurando, assim, a
14

máxima produtividade do plantel, que também está relacionada ao bem-estar dos animais
(Nunes et al., 2014; Salman et al., 2020).

No caso dos suínos, essa relação de conforto animal pode variar


significativamente de acordo com a fase em que o animal se encontra. Animais em fase de
reprodução possuem uma zona de conforto térmico situada entre 12 a 15°C, com uma
temperatura crítica inferior de 4°C e superior a 27°C (Ferreira, 2019), podendo variar essa
temperatura de acordo com estudos de outros autores, como podemos observar na tabela 1.

Tabela 1 – Temperatura de conforto térmico para suínos adultos em fase de reprodução e


gestação.
Categoria Temperatura de Temperatura Temperatura crítica
conforto (°C) crítica inferior (°C) superior (°C)

Fêmeas gestantes 16 - 19 10 24
Fêmea em lactação 12 - 16 7 23
Fêmeas vazias e machos 17 - 21 10 25

Fonte: Adaptado Perdomo et al., (1985)

Para as fêmeas em fase de reprodução, o verão e o início do outono, que


apresentam temperaturas mais elevadas, são períodos em que a reprodução apresenta
constantemente valores mais baixos. Isso é frequentemente referido como infertilidade
sazonal, que pode manifestar-se através de puberdade tardia, desmame prolongado,
interferência nos intervalos de estro, taxas de parto reduzidas, anestro e tamanho de ninhada
reduzida (De rensis el al., 2017).

No caso dos reprodutores machos, temperaturas superiores a 25°C podem


comprometer a qualidade do sêmen, resultando em diminuição do volume espermático e
diminuição da libido (Ferreira, 2019).

Em relação à umidade, a faixa ótima para a produção de suínos, em qualquer fase,


situa-se em torno de 60 a 70%. É difícil para esses animais dissiparem calor em ambientes de
alta temperatura e umidade devido ao subdesenvolvimento das glândulas sudoríparas. Em
contrapartida, ambientes de baixa umidade permitem uma melhor dissipação de calor por
processos evaporativos, mas podem favorecer o aparecimento de enfermidades, como
15

ressecamento das mucosas e vias respiratórias, resultando em doenças respiratórias no futuro


(Ferreira, 2019).

Todos esses fatores destacam ainda mais a necessidade de instalações adequadas,


manejo correto e cuidado com o bem-estar animal nos sistemas de produção suinícola.

3.4.Sistemas de produção

Segundo Forte (2022), um sistema de criação animal é formado pela interação de


diversos elementos, como fatores humanos, estruturais e tecnológicos. Isso inclui o produtor,
a genética, a nutrição, o manejo alimentar, a saúde, as instalações e a mão de obra, que são
aplicados no processo de criação.

Ao passar dos anos o setor suinícola foi-se tecnificando e passando de criações


extensivas sem nenhuma tecnificação para criações intensivas especializadas agregando maior
valor de produção (TEIXEIRA NETO, 2015).

3.4.1. Sistema extensivo

O sistema extensivo ou a campo é caracterizado pela criação de suínos em áreas


de pastagens e abrigos rústicos (PINHEIRO MACHADO, 1967). De forma geral, a criação de
animais no sistema extensivo, conforme descrito por Sobestiansky et al. (1998), ocorre de
forma solta, sem um controle técnico, onde todos os animais de diferentes idades permanecem
juntos e competem por uma mesma área e alimento.

Segundo Pereira et al., (2015), a criação de suínos ao ar livre permite que os


animais expressem seu comportamento natural e tenha maior espaço para movimentação, o
que pode resultar em um maior ganho de bem-estar animal. No entanto, a criação em sistemas
extensivos geralmente resulta em menor produtividade e eficiência quando comparados aos
sistemas intensivos e controlados.

3.4.2. Sistema intensivo

O sistema intensivo na criação de suínos é caracterizado por uma alta densidade


populacional e instalações fechadas, onde os animais são criados em espaços limitados, com o
objetivo de maximizar a produção e ter um maior ganho de eficiência. Nesse sistema, são
adotados cuidados com as condições ambientais, como temperatura, umidade e qualidade do
16

ar, além de atenção especial à alimentação e higiene. No Brasil, predomina o sistema de


confinamento intensivo, visando otimizar o desempenho econômico e produtivo (BAPTISTA
et al., 2011).

De acordo com Botega et al., (2019), a suinocultura intensiva busca alcançar alta
produtividade em espaços reduzidos, onde o ambiente é controlado, e os suínos são
alimentados com dietas balanceadas para atender suas necessidades nutricionais específicas.

3.5. Normativa n°133 de, 16 de dezembro de 2020 – Novo modelo de


implementação de suinoculturas em sistemas de criação comercial.

A tendência do mercado mundial é se preocupar cada vez mais com o consumidor


e suas demandas por práticas de produção sustentáveis e com menor impacto ao meio
ambiente (VINHOLIS; NASSU; BARIOMI, 2019). Há uma pressão crescente por mudanças,
uma vez que os consumidores estão cada vez mais preocupados com a qualidade e a origem
dos produtos adquiridos, buscando produtos diferenciados que atendam às normas de criação
ética e voltados ao bem-estar animal (Escobar, 2022).

As legislações relacionadas ao bem-estar animal ganharam força com as


exigências do mercado consumidor e a busca por novas alternativas na produção animal
(SANTOS, 2019).

No setor suinícola, uma das principais preocupações é a assistência às matrizes


suínas em gaiolas individuais, onde cada fase de vida dos animais é separada e dividida em
galpões específicos de produção, de acordo com a idade, peso e finalidade específica. As
exigências em relação à temperatura, consumo de alimento e espaço são divididas de acordo
com a fase de crescimento em que o animal se encontra (MACHADO, 2014).

Em resposta a essas preocupações, foi estabelecida a Instrução Normativa n°133,


de 16 de dezembro de 2020, que estabelece condições e novas regras para a criação de suínos,
com o objetivo de promover as boas práticas de manejo e bem-estar nas granjas de criação
comercial.

De acordo com os dados da normativa n°133, o capítulo III trata das novas regras
e das adequações de alojamento, instalação e equipamentos que estão diretamente
relacionadas ao bem-estar animal e construção acertada das edificações suinícolas.
17

Segundo o artigo quarto da norma, os sistemas de criação devem ser projetados,


construídos e regularmente inspecionados e mantidos de forma a reduzir o risco de lesões,
doenças ou estresse para os suínos, permitindo um manejo seguro e a movimentação dos
animais.

No caso de alojamento coletivo, é necessário que haja espaço para que todos os
animais possam descansar juntos e tenham a capacidade de deitar, levantar e se mover
livremente, além de espaço suficiente para acesso a alimentação e água, evitando brigas.

Quanto ao tamanho dos alojamentos, para marrãs em pré-cobertura em alojamento


coletivo, é necessária uma área útil mínima ≥ 1,30m2 por animal. Para marrãs gestantes em
alojamento coletivo, a área útil mínima deve ser ≥ 1,50m2 por animal, e para matrizes
gestantes ou vazias em alojamento coletivo, a área útil mínima deve ser ≥ 2m2 por animal.
Para cachaços adultos alojados em baias, a área útil deve ser ≥ 6m2 por animal. Esses valores
quando comparados aos usualmente adotados é visto uma diferenciação na classificação da
fase do animal e no valor da área recomendada, como podemos observar na tabela 2.

Tabela 2 – Classificação do valor de área recomendada (m2/animal) de acordo com a fase.

Classificação de acordo com a Valor da área recomendada (m2/animal)


fase do animal
Antigo Novo (Instrução normativa
n°133)
Marrãs em pré-cobertura em - ≥ 1,30m2
alojamento coletivo
Marrãs gestantes em - ≥ 1,50m2
alojamento coletivo
Matrizes gestantes ou vazias 2 - 3m2 ≥ 2m2
em alojamento coletivo
Cachaços adultos em baias 6m2 ≥ 6m2

Fonte: Autora, 2023.

No que diz respeito às instalações, é importante permitir a entrada de luz


suficiente para que os suínos possam enxergar o ambiente em que estão. A existência de luz
natural é obrigatória em instalações climatizas, e fontes de luz artificial não devem causar
desconforto aos animais. Além disso, os suínos devem ser expostos à luz por no mínimo 8h
continuas por dia e ter um período e 6h horas continuas de escuridão.
18

A normativa também estabelece que novos projetos de reforma, ampliação ou


construção para matrizes devem adotar o sistema de criação em grupo, ou seja, baias
coletivas, durante a fase de gestação. Será tolerado apenas, durante um período de 35 dias
após a cobertura fêmeas alojadas em gaiolas individuais. As gaiolas utilizadas para o manejo
reprodutivo e inseminação devem ser dimensionadas de forma a permitir que os animais
levantem, fiquem de repouso sem tocarem simultaneamente os dois lados da gaiola e sem
tocarem as barras superiores e laterais.

As granjas que utilizarem o sistema de gaiolas tanto para gestação como para
alojamento dos cachaços terão até 1° de janeiro de 2045 para adequar essas instalações. Para
projetos novos, o prazo de adequação será de dez anos.

3.6.Importância das instalações

De acordo com Sartor (2004), ao longo dos anos, os criadores vêm intensificando
suas técnicas de manejo, passando gradualmente do sistema extensivo para o intensivo. Como
descrito anteriormente, no Brasil, o sistema predominante de produção é o intensivo, que
dificulta a expressão do comportamento natural dos animais, prejudicando o bem-estar
animal. Por isso, diversos manejos são revistos e adequados às exigências do mercado
consumidor e das empresas produtoras, pressionando os produtores a seguirem as normas de
bem-estar em todas as fases de produção (MONTEIRO, 2021).

Nesse contexto, as instalações desempenham um papel fundamental no


desempenho dos animais e nas práticas de bem-estar. Segundo o conselho do Comitê de Bem-
estar de Animais de Produção (FAWC – Farm Animal Welfare Council), dentro das cinco
premissas do bem-estar animal, os animais devem estar livres de desconforto, com um local
adequado que inclua abrigo e área de descanso, além de espaço suficiente, instalações
adequadas e companhia de animais da mesma espécie para expressar seu comportamento
normal.

Além disso, segundo Kunz et al., (2003), a edificação é um dos fatores mais
importantes no planejamento dos setores de produção. O manejo ligado às instalações bem
planejadas e executadas contribui para aumentar a produtividade, reduzir custos de produção
devido à maior eficiência da mão de obra, proporcionar conforto, salubridade e aumentar a
produtividade animal (CARVALHO, 2009).
19

No caso das instalações para suínos, uma das maiores dificuldades no


planejamento é a execução do empreendimento para alcançar níveis aceitáveis de
rentabilidade. Isso requer uma combinação entre fatores como genética do rebanho,
alimentação e manejo. Portanto, a disposição das instalações deve ser racional, visando maior
rendimento da mão de obra, boa movimentação de insumos ou produtos finais, destino
adequado de subprodutos e consequentemente maiores lucros (Sartor et al.,)

Além disso, de acordo com o Institut Techinique du Porc (2000), as áreas


destinadas às instalações de suinoculturas devem ser selecionadas de modo a atender às
necessidades ambientais, aproveitando a circulação natural do ar e evitando obstruções por
outras edificações, quando possível.

3.7.Características construtivas
3.7.1. Temperatura

O ambiente térmico animal é caracterizado pela temperatura, umidade relativa,


vento e radiação, pois esses elementos não atuam de forma isolada, apresentando um efeito
conjunto que pode ser traduzido pela temperatura ambiental efetiva (DE MENEZES, 2010;
SANTOS et al., 2009).

Os suínos são animais homeotérmicos, ou seja, possuem a capacidade de manter a


temperatura do núcleo corporal dentro de limites relativamente estreitos, mesmo que a
temperatura ambiental varie e que sua atividade mude intensamente (BAÊTA, 1997).

No entanto, variações normais de temperatura corporal dos animais


homeotérmicos podem ocorrer devido a diversas condições, como idade, sexo, estações do
ano, hora do dia, temperatura ambiental, nível de exercício, alimentação, digestão e ingestão
de água (FERREIRA, 2005). Na fase de terminação, final da gestação e lactação, a
temperatura estará na faixa dos 10 a 18°C (BAETA. SOUZA, 2010).

De acordo com Hannaas (1999), os fatores ambientais externos e a temperatura


dentro das instalações causam efeitos diretos e indiretos sobre os suínos, independentemente
de sua fase de produção, resultando em redução de desempenho e, consequentemente,
prejuízos econômicos.
20

Além disso, estudos realizados sobre as edificações utilizadas pelos produtores


suinícolas revelam que estas normalmente apresentam certo grau de desconforto térmico, com
temperaturas e umidade excessivas e falta de ventilação, o que provoca a perda de qualidade
do ar e, consequentemente, a ocorrência e doenças respiratórias (DE MENEZES, 2010).

Para manter a temperatura interna das instalações dentro da zona de conforto


térmico dos animais é necessário avaliar e projetar detalhadamente a localização, orientação e
dimensões das instalações, além da cobertura, área circundante e sombreamento
(CARVALHO et al., 2021).

3.7.2. Localização

De acordo com dados da Embrapa Suínos e Aves, a localização da instalação deve


permitir uma possível expansão, aproveitamento da circulação natural do ar e deve-se evitar a
construção em locais que possuam barreiras de ar, sejam elas naturais ou artificiais. Além
disso, recomenda-se que as instalações sejam situadas em locais com topografia plana ou
levemente ondulada e que mantenham um padrão de afastamento entre si, de modo a não
atuarem como barreiras para a ventilação natural. Nesse sentido, adota-se a recomendação de
um afastamento de 10 vezes a altura da primeira instalação e um afastamento de 20 a 25 vezes
a altura desta para a segunda instalação em diante.

3.7.3. Orientação

A orientação do galpão deve permitir a entrada de ventilação natural para a


renovação do ar, contribuindo para a dissipação de altas temperaturas, vapores e gases tóxicos
gerados no local, como a amônia. Além disso, é importante que o galpão permita a entrada de
luz solar durante as horas mais frias do dia, sem causar estresse térmico nos animais.

Nesse sentido, recomenda-se instalar os prédios com seu maior eixo no sentido
Leste-Oeste, ou com um leve desvio, para aproveitar ao máximo a incidência dos ventos
predominantes, visando o conforto térmico dos animais e a redução da radiação solar
(EMBRAPA, 2003).
21

3.7.4. Cobertura

O telhado recebe radiação solar e a emite para cima quanto para o interior da
instalação. Para o telhado, é recomendável escolher materiais com alta resistência térmica. A
estrutura pode ser de madeira, metálica ou pré-fabricada em concreto (EMBRAPA, 2003). A
concepção arquitetônica e os materiais de construção, especialmente os utilizados na
cobertura, influenciam diretamente o balanço térmico dentro das instalações, portanto, é
importante fazer a escolha adequada (CAMPOS et al,.2008).

A altura do pé direito da edificação também deve ser observada, pois afeta a


ventilação e a redução do calor radiante proveniente da cobertura. Quanto maior o pé direito,
menor a carga térmica (DO NASCIMENTO, 2021). Recomenda-se uma altura entre 3m a
3,5m (FÁVERO, 2003).

Além do material de cobertura, é possível adotar soluções térmicas, como a


instalação de abertura na cumeeira do telhado, conhecida como lanternim, que permite a saída
de ar quente (BAETA; SOUZA, 2010).

4. SETOR DE GESTAÇÃO

O setor de gestação é o local que irá abrigar as fêmeas de reposição até o primeiro
parto e as porcas a partir de 21 a 28 dias de gestação. Em gaiolas individuais, ficarão as
fêmeas desmamadas até 28 dias de gestação e os machos ficarão alojados em baias
individuais (EMBRAPA, 2003).

4.1.Baias coletivas para fêmeas

Nessas instalações ficarão alojadas em baias coletivas, as fêmeas de reposição até


o primeiro parto e as porcas a partir de 28 dias de gestação (EMBRAPA,2003). Essas
instalações necessitam de estruturas que permitam o controle de iluminação e ventilação,
proporcionando um espaço para consentir o livre movimento dos animais, evitando
superlotação e facilitando a expressão de seus comportamentos naturais.

Ademais, é fundamental contar com um sistema eficiente de fornecimento de água


e alimentação que garanta o livro acesso à comida e água limpa, evitando competição entre os
animais.
22

Além disso, de acordo com a normativa, o artigo 8°, inciso I, estabelece que, para
matrizes alojadas em grupo, é necessário fornecer uma área de descanso com piso compacto.
Nessa fase, o uso de piso totalmente ripado em gestação coletiva não será mais permitido.

A disposição mencionada em relação aos pisos se aplica a todas as situações que


envolvem fêmeas na fase de gestação em gaiolas coletivas. Para machos e animais em outras
fases, os pisos devem ser projetados para evitar escorregões, quedas e lesões. O uso e piso
totalmente ripado será aceito somente quando houver espaçamento uniforme, drenagem
adequada e suporte adequado às patas dos animais, facilitando a locomoção e evitando lesões.

4.2.Gaiolas de gestação

Como descrito na normativa (Art. 16, Inciso I), será aceito fêmeas em baias
individuais apenas com os primeiros 35 dias de gestação, totalizando cinco semanas. Esse
espaço de tempo se torna necessário, pois, de acordo com Spoolder et al., (2009), o
alojamento coletivo para porcas pode trazer prejuízos à produtividade quando realizado logo
no início da gestação (11 a 16 dias), fase em que ocorre a fixação dos embriões.

As perdas citadas podem ocorrer devido às disputas decorrentes relacionadas à


hierarquia. Após o primeiro mês de gestação, os problemas diminuem, uma vez que, de
acordo com estudos realizados, mesmo as fêmeas apresentando sinais de lesões na pele, não
foram observados prejuízos a produtividade quando essas se encontravam em baias coletivas,
desta forma após o período de cinco semanas, esses animais podem ser alojados em baias
coletivas (LANGENDIJK et al., 2000; SALAK-JONHSON et al., 2007).

Além disso, com base na normativa, as gaiolas devem permitir que esses animais
se levantem e fiquem em repouso sem tocar simultaneamente os dois lados da gaiola e sem
tocar as barras superiores e laterais. Desta forma, de acordo com Gonçalves, 2014 o tamanho
mínimo que atenda essas exigências de produtividade e bem-estar é de uma gaiola com 2,30
metros quadrados, ou seja, uma gaiola de 2,20m x 1,05m.

4.3.Baias individuais para machos

Com base no que se tem descrito na normativa, as baias dos machos terão uma
área mínima destinada a cada animal igual ou superior a 6 metros quadrados.
23

A adoção de animais machos dentro das instalações se faz necessário para a


detecção e indução de cio nas fêmeas, mesmo quando se adotado um sistema de inseminação
artificial.

4.4.Área de armazenamento de sêmen

A área de armazenamento de sêmen é um local especifico que será encontrado


dentro da unidade de produção de suínos, onde serão armazenadas as doses de sêmen
fornecidas pelas empresas especializadas nessa área. É um espaço projetado para a estocagem
adequada e conservação em temperatura controlada, com condições ideais de higiene e
segurança.

Essa área torna-se necessária em sistemas de produção que será realizado como
método reprodutivo a inseminação artificial, o qual é um método mais eficaz e que demanda
um número menor de machos dentro das instalações. A inseminação artificial é uma técnica
reprodutiva que permite aumentar a eficiência reprodutiva de suínos, podendo resultar em
uma produção mais intensiva de leitões por fêmea. Além disso, permite o uso de sêmen de
machos selecionados geneticamente, o que pode resultar em melhorias significativas na
produtividade e qualidade da carne suína (RIBEIRO, 2014).

Essa área deve ser projetada levando em consideração a demanda de doses de


sêmen para a inseminação artificial. A recomendação é que a capacidade de armazenamento
seja equivalente a pelo menos 50% da produção diária de doses. As dimensões da construção
devem ser proporcionais à quantidade de doses que serão armazenadas e a área mínima
recomendada é de três metros de comprimento, dois metros de largura e 2,5 metros de altura
(EMBRAPA, 2006).

4.5.Cochos e bebedouros

Com relação aos comedouros e bebedouros, a Instrução Normativa n°133


descreve: de acordo com o Art. 6°, devem ser construídos, localizados e mantidos de forma
que permita acesso fácil para os animais, reduza disputas, apresente ausência de fatores que
provoquem ferimentos como arestas e pontas cortantes e minimizem sujidades.
24

De acordo com Sartor et al., 2004 os comedouros podem ser feitos de concreto
simples com cantos arredondados, obtendo uma largura entre 0,20 e 0,50m e altura na frente
de 0,20m e os bebedouros do tipo concha ou chupeta, uma por baia.

4.6.Piso

De acordo com o Art.8°, inciso I, da Instrução Normativa n°133 estabelece que,


para matrizes alojadas em grupo, é necessário fornecer uma área de descanso com piso
compacto, pois nessa área o piso totalmente é ripado e em gestação coletiva não será mais
permitido.

Para machos e animais em outras fases, os pisos devem ser projetados para evitar
escorregões, quedas e lesões. O uso de piso totalmente ripado será aceito somente quando
houver espaçamento uniforme, drenagem adequada e suporte adequado as patas dos animais,
facilitando a locomoção e evitando lesões. Para fêmeas em gaiolas individuais o uso de piso
ripado e compacto se torna necessário para melhor escoamento das fezes, são esses: 1/3
ripado e 2/3 compacto (EMBRAPA, 2003).

5. METODOLOGIA

A partir da vista in loco em algumas suinoculturas, observa-se a necessidade de


um projeto que contemple ações de melhorias e adaptação que visem a Instrução Normativa
n°133 de, 16 de dezembro de 2020.

Com base nos conceitos estudados e na proposta da normativa, que atendam às


boas práticas de bem-estar e ambiência, foi elaborado um projeto arquitetônico básico,
contendo planta baixa, corte transversal, corte longitudinal e cobertura para o novo setor de
gestação e reprodução. Esse projeto foi desenvolvido com base em um programa de
necessidades, planejamento de layout, planejamento com pré-dimensionamento das
instalações, para a elaboração dos projetos foi utilizado o software AutoCad.

Foram feitas ainda pesquisas nas plataformas Google Acadêmico, periódica


CAPES, SciELO. Para a pesquisa da normativa e dados construtivos foi utilizado a
plataforma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a EMBRAPA
suínos e aves. Além disso, foi realizada pesquisas em manuais técnicos e cartilhas sobre o
tema proposto.
25

5.1.Programa de necessidades

O programa de necessidades para o uso da edificação é um dos principais


determinantes para direcionar um anteprojeto arquitetônico e consiste no conjunto de
informações sobre o uso e as necessidades dos agentes envolvidos, bem como as
características das atividades a serem desenvolvidas (Leão, 2019).

Para obter maior conhecimento sobre a suinocultura e o setor de gestação e


reprodução, a pesquisadora realizou um estágio em uma granja suinícola localizada na região
de São Sebastião do Oeste/MG, com a capacidade para 2000 matrizes, além de ler e consultar
materiais teóricos, a normativa n°133 e conversar com professores das áreas relacionadas.

As necessidades estabelecidas pela pesquisadora foram as seguintes:

o Baias coletivas para fêmeas que atendam ao descrito na Instrução Normativa;


o Gaiolas de gestação para fêmeas que atendam ao descrito na Instrução
Normativa;
o Baias individuais para machos que atendam ao descrito na Instrução
Normativa;
o Área de armazenamento de sêmen;
o Área de quarentena para animais debilitados.

5.2.Planejamento do layout

Inúmeras são as vantagens de um ambiente organizado e planejado, para a


produção suína. Podemos citar uma maior eficiência na realização das atividades, facilitando
a localização e o acesso a equipamentos e materiais necessários, maior controle sanitário ao
facilitar a limpeza e desinfeção das instalações. Redução de acidentes ao manter os materiais e
equipamentos armazenados de forma segura e correta, melhoria do bem-estar dos animais ao
reduzir o estresse e proporcionar um ambiente mais confortável e seguro para eles.

O ambiente de produção deve ser organizado e limpo, pois além de contribuir para
a saúde e o bem-estar dos animais, melhora a produtividade e a qualidade da carne suína. As
instalações devem ser bem projetadas e construídas, garantindo o conforto térmico, a
26

segurança dos animais, a segurança dos trabalhadores e a eficiência do manejo (Ruiz, Alencar
& Cunha, 2014).

Além disso, a organização das instalações é fundamental para a manutenção da


saúde dos animais e para a eficiência do manejo. Os corredores devem ser amplos e livres de
obstáculos, facilitando a movimentação dos animais e o acesso aos equipamentos (Macari &
Furlan, 2017).

5.3.Planejamento e pré-dimensionamento da instalação.

Para o planejamento e cálculo da instalação foram considerados alguns dados de


dimensionamento e indicações técnicas construtivas para a fase de produção indicada. Desta
forma considerou-se:

o Cálculo para setor de reprodução e gestação segundo Sartor, 2004


𝐍° 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐫𝐢𝐳𝐞𝐬 𝐚𝐥𝐨𝐣𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐗 𝐜𝐢𝐜𝐥𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐫𝐜𝐚/𝐚𝐧𝐨 𝐗 𝐩𝐞𝐫𝐢𝐨𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐨𝐜𝐮𝐩𝐚çã𝐨
A) Número de baias coletivas = 𝐍° 𝐝𝐞 𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐨𝐫 𝐛𝐚𝐢𝐚 𝐗 𝐧° 𝐬𝐞𝐦𝐚𝐧𝐚𝐬 𝐝𝐨 𝐚𝐧𝐨

B) Número de gaiola individuais =


𝐍° 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐫𝐢𝐳𝐞𝐬 𝐚𝐥𝐨𝐣𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐗 𝐜𝐢𝐜𝐥𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐫𝐜𝐚 / 𝐚𝐧𝐨 𝐗 𝐩𝐞𝐫í𝐨𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐨𝐜𝐮𝐩𝐚çã𝐨
𝐍° 𝐝𝐞 𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐨𝐫 𝐠𝐚𝐢𝐨𝐥𝐚 𝐗 𝐧° 𝐬𝐞𝐦𝐚𝐧𝐚𝐬 𝐝𝐨 𝐚𝐧𝐨

 N° de fêmeas = 100 porcas;


 N° ciclos porca/ano = 2,3 a 2,5 (valor obtido com um bom manejo);
 Período de ocupação na baia coletiva = 10 semanas
o 16 semanas de gestação – 1 semana na maternidade – 5 semanas para
fixação dos embriões = 10 semanas.
 Período de ocupação gaiola individual = 8 semanas
o 3 semanas para observação de retorno ao cio + 5 semanas para fixação
dos embriões = 8 semanas
 N° fêmeas por baia = 5 fêmeas (De acordo com Sartor, 2004, recomenda-se: 4
a 6 fêmeas);
 N° de fêmeas por gaiola = 1 fêmea;
 N° semanas do ano = 52 semanas

𝟏𝟎𝟎 𝑿 𝟐,𝟒 𝑿 𝟏𝟎
A) Número de baias coletivas = = 9,2 ≅ 10 baias coletivas
𝟓 𝐗 𝟓𝟐
27

𝟏𝟎𝟎 𝑿 𝟐,𝟒 𝑿 𝟖
B) Número de gaiolas individuais = = 36 gaiolas individuais
𝟏 𝐗 𝟓𝟐

Para fins construtivos considerou-se:

o 10 baias coletivas para fêmeas com área maior ou igual a 2 metros quadrados por
animal, então 10 baias com tamanho maior ou igual a 10 metros quadrados;
o 36 gaiolas individuais para fêmeas com área de 2,30 metros quadrados e dimensão
de 2,20m x 1,05m;
o 2 baias individuais para cachaços com área maior ou igual a 6 metros quadrados
(considerou-se o uso de apenas dois animais, por esses terem a finalidade apenas
de detecção e indução de cio nas fêmeas);
o 1 setor de armazenamento de sêmen com área maior ou igual a 6 metros
quadrados;
o 1 setor de quarentena com área maior ou igual a 10 metros quadrados para facilitar
manejo dos funcionários e o bem-estar das fêmeas;

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1.Detalhes da construção

Projetou-se um galpão de reprodução e gestação com 50,32 metros de comprimento x


7,90 metros de largura totalizando 397,52 metros quadrados (m2). O mesmo com um pé
direito de 3 metros e duas portas com 1 metro de comprimento e 2,10 metros de altura,
localizadas de forma a facilitar a entrada e saída dos animais e funcionários.

Neste galpão, podemos notar a presença de um corredor central com 1,20 metros de
largura para favorecer a entrada de carrinhos para o manejo nutricional, a passagem de
funcionários e dos cachaços quando usados para indução e detecção de cio e um corredor
lateral para as gaiolas individuais de 1 metro para facilitar a limpeza e a passagem das fêmeas.

Além do exposto, foram planejadas 10 baias coletivas com tamanho de 4,47 metros de
comprimento x 3,02 metros de largura totalizando 13,49m2, as mesmas dispostas: cinco do
lado esquerdo e cinco do lado direto, de frente uma para a outra, 36 gaiolas individuais com
tamanho de 2,20 metros de comprimento x 1,05 metros de largura totalizando 3,35m2,
dispostas da mesma forma, mas sendo 18 em cada lado.
28

Foram incluídas também duas baias individuais para os machos com tamanho de 3,02
metros de comprimento x 2,47 metros de largura totalizando 7,45m2, uma área de
armazenamento de sêmen com tamanho de 2,97 metros de comprimento x 3,50 metros de
largura totalizando 10,39m2 e uma baia de quarentena com tamanho de 2,97 metros de
comprimento x 3,50 metros de largura totalizando 10,39m2, valores esses demonstrados na
tabela 3. Na figura 1 é possível ver de forma ampliada o que foi descrito acima.

Tabela 3 – Valores adotados para a construção


Áreas de construção Valores adotados e m2
Comprimento e largura do galpão 50,32 x 7,90 (397,52m2)
Pé direito 3 metros
Corredor central 1,20 metros
Corredor lateral das gaiolas individuais 1 metro
Baia coletiva das fêmeas 4,47m x 3,02m (13,49m2)
Gaiola individual das fêmeas 2,20m x 1,05m (2,31m2)
Baia individual do cachaço 3,02m x 2,47m (7,45m2)
Área de armazenamento de sêmen 2,97m x 3,50m (10,39m2)
Baia de quarentena 2,97m x 3,50m (10,39m2)

Fonte: Autora, 2023.


29

Figura1 – Planta baixa das unidades agrupadas de reprodução e gestação

Fonte: Autora, 2023.


30

6.1.1. Baias coletivas – Fêmeas

Na elaboração do projeto, foram projetadas 10 baias, cada uma com dimensões de


4,47 metros de comprimento por 3,02 metros de largura, totalizando uma área de 13,49
metros quadrados por baia. A disposição das baias é: cinco do lado esquerdo e cinco do lado
direito. Foram pensadas para diminuir o comprimento total do galpão e criar um corredor
funcional que facilitaria o manejo e a saída da fêmea para a maternidade. Esse valor foi
calculado para seguir as diretrizes da normativa, que preconiza um espaço mínimo de 2
metros quadrados por animal alojado. Portanto, as dimensões das baias, que foram de 2,69
metros quadrados por animal atende plenamente aos requisitos da nova normativa e de bem-
estar animal, proporcionando um ambiente adequado para o conforto e a saúde dos animais.

A fim de facilitar o manejo diário e o fornecimento de alimento, está prevista a


construção de um cocho com dimensões de 3,00 metros de comprimento por 0,20 metros de
largura, além disso, serão instaladas 5 divisórias com 0,60 metros de espaçamento, 0,60 m de
altura e 1 metro de comprimento ao longo do diâmetro do cocho, garantindo que os animais
possam se alimentar de forma coletiva, evitado conflitos e brigas entre eles.

No intuito de seguir as diretrizes da normativa, o piso das baias será composto por
1/3 ripado e 2/3 compacto, proporcionando conforto e higiene adequada aos animais. O piso
ripado foi pensado para facilitar a limpeza e a remoção eficiente dos dejetos e o piso
compacto oferece um suporte adequado para os animais, garantindo conforto e saúde.

O acesso à baia será facilitado com a instalação de um portão de 1 metro de


largura por 1,20 metros de altura, projetado para abrir tanto para dentro quanto para fora das
baias. Essa disposição permitirá que os animais entrem e saiam de forma ordenada e segura,
garantindo a fluidez do manejo.

Para o fechamento das baias, foi pensando e optado por utilizar uma estrutura
tubular de concreto com diâmetro de 0,10 metros e altura de 1,20 metros, proporcionando
uma barreira segura entre manejador e animal. O espaçamento entre os tubos será de 0,29
metros, favorecendo a ventilação natural do ar, além de promover o contato visual e
31

socialização entre os animais de baias diferentes, o que é essencial para o bem-estar dos
mesmos.

Essas informações detalhadas estão representadas na figura 2, a qual oferece uma


visão geral do projeto, e também podem ser visualizadas de forma mais minuciosa no corte
transversal apresentado na figura 3. Esse corte transversal permite uma análise mais
aprofundada das baias coletivas, exibindo todos os elementos estruturais previstos no projeto,
além disso na tabela 4 é possível ver os valores adotados de todas essas estruturas.

Tabela 4 – Informações das baias coletivas


Descrição Largura Comprimento Altura Área (m2)
Baias (10) 3,02 4,47 - 13,49
Cocho (1) 0,20 3,00 - -
Divisórias do cocho (5) 0,20 0,60 1 -
Portão (1) 1 - 1,20 -
Fechamento das baias 0,29 0,10 1,20 -
(tubular)

Fonte: Autora, 2023.

Figura 2 – Corte da planta baixa com visualização das baias coletivas

Fonte: Autora, 2023.


32

Figura 3 – Corte transversal com visualização das baias coletivas

Fonte: Autora, 2023.


6.1.2. Gaiolas individuais – Fêmeas

Na elaboração do projeto, foram instituídas 36 gaiolas individuais, cada uma com


dimensões de 2,20 metros de comprimento por 1,05 metros de largura, totalizando uma área
de 2,31 metros quadrados por gaiola. A disposição das baias é: 18 do lado esquerdo e 18 do
lado direito. Pensou-se desta forma para diminuir o comprimento total do galpão e criar um
corredor central de 1,20 metros de largura para a passagem do cachaço e dois corredores
laterais de 1 metro de largura para entrada e saída das fêmeas para as gaiolas.

As dimensões foram pensadas para atender as especificações da normativa vigente


e, simultaneamente, cumprir as exigências tanto de produtividade quanto de bem-estar animal,
já mencionado.

Para otimizar a qualidade de vida dos animais alojados, optou-se pela


implementação de um piso composto por 1/3 de área ripada e 2/3 de área compactada,
alinhado com os padrões recomendados pela Embrapa Suínos e Aves e seguindo os mesmos
objetivos da baia coletiva.

Para a alimentação das fêmeas, foi escolhido um comedouro do tipo calha,


disposto ao lado externo das gaiolas, estendendo-se ao longo de toda a extensão das mesmas,
33

totalizando 18,90 metros de comprimento. Essa decisão foi pensada destacando a eficácia
desse modelo de comedouro para otimizar a alimentação coletiva, minimizando o estresse e
favorecendo o bem-estar dos animais.

Os detalhes completos desse projeto podem ser visualizados na figura 4, que


ilustra a disposição das gaiolas, comedouros e corredores. Além disso, uma compreensão mais
detalhada das gaiolas individuais pode ser obtida através do corte transversal apresentado na
figura 5, evidenciando cada elemento estrutural e na tabela 5 é possível ver todos os valores
adotados das estruturas.

Tabela 5 – Informações das gaiolas individuais


Descrição Largura Comprimento Altura Área (m2)
Gaiolas (36) 2,20 1,05 - 2,31
Cocho (1) 18,90 - -
Corredor lateral (2) 1 21,3 -
Corredor central 1,20 21,3 -

Fonte: Autora, 2023.

Figura 4 – Corte da planta baixa com visualização das gaiolas individuais

Fonte: Autora, 2023.


34

Figura 5 – Corte transversal com visualização das baias coletivas

Fonte: Autor, 2023

6.1.3. Baia individual – Macho

Na elaboração do projeto, foi planejada a construção de duas baias individuais


destinadas aos machos, cada uma com dimensões de 3,02 metros de comprimento por 2,47
metros de largura, o que resulta em uma área total de 7,45 metros quadrados por baia. Esse
espaço se alinha com as recomendações da normativa de 6 metros quadrados por animal,
respeitando assim, o bem-estar dos mesmos.

Foi projetado um cocho com dimensões de 1,05 metros de comprimento por 0,20
metros de largura, medidas essas escolhidas para otimizar o manejo e simplificar o processo
de arraçoamento realizado pelos funcionários.

O piso das baias foi projetado como 1/3 ripado e 2/3 compacto, seguindo as
diretrizes da normativa. Essa escolha proporciona um ambiente sanitário e confortável para os
machos, ao mesmo tempo em que facilita a limpeza.

Um portão com dimensão de 1 metro de largura por 1,20 metros de altura foi
colocado nas baias. Sua abertura para dentro e para fora facilita a entrada e a saída dos
animais, garantindo um fluxo contínuo e seguro durante as atividades de manejo.
35

O fechamento das baias foi feito com uma estrutura tubular de concreto,
caracterizado por um diâmetro de 0,10 metros, altura de 1,20 metros e espaçamento de 0,29
metros. Essa escolha, como já mencionada anteriormente, melhora a ventilação natural e o
contato visual entre os animais para promover o bem-estar. Além disso, a posição das baias
incentiva a interação do cachaço com as gaiolas das fêmeas, ajudando na indução do cio.

As informações detalhadas estão demonstradas na figura 6, fornecendo uma


representação visual do projeto das baias individuais para os machos, oferecendo uma visão
detalhada da disposição das baias, do cocho, do portão e da estrutura de fechamento, além
disso na tabela 6 é possível ver os valores adotados das estruturas.

Tabela 6 – Informações das baias individuais do cachaço


Descrição Largura Comprimento Altura Área (m2)
Baia (2) 3,02 2,47 - 7,45
Cocho (1) 0,20 1,05 -
Portão (1) 1 - 1,20 -
Fechamento das 0,29 0,10 1,20 -
baias (tubular)

Fonte: Autora, 2023.


36

Figura 6 – Baia individual macho

Fonte: Autora, 2023.

6.1.4. Baia de quarentena

Na elaboração do projeto, foi projetada uma baia destinada exclusivamente ao uso


de animais em quarentena que apresentem doenças não infecciosas. Essa categoria abrange
condições ou doenças decorrentes de fatores internos, como problemas metabólicos e lesões
físicas, que não tem potencial de transmissão entre animais.

A dimensão da baia foi estabelecida em 2,97 metros de comprimento por 3,50


metros de largura, totalizando uma área de 10,39 metros quadrados. Esse dimensionamento
foi escolhido para proporcionar conforto ao animal quanto a facilidade de manejo por parte
dos funcionários responsáveis.

Visando garantir a nutrição adequada e eficiência na alimentação, foi projetado


um cocho com dimensões de 2,15 metros de comprimento por 0,20 metros de largura. Essa
37

concepção permitirá o arraçoamento eficiente e, se necessário, acomodará múltiplos animais


na mesma baia, otimizando a questão alimentar e minimizando o estresse.

O acesso à baia foi planejado com a projeção de um portão de 1 metro de largura


por 1,20 metros de altura. A abertura tanto para fora, quanto para dentro desse portão permite
a entrada e a saída, assegura a praticidade e a segurança durante o manejo, beneficiando tanto
o animal quando o funcionário.

O fechamento da baia foi projetado visando o isolamento total do animal em


quarentena e o máximo de conforto do mesmo. Uma estrutura de concreto com 1,20 metros de
altura foi escolhida, proporcionando um ambiente seguro e protegido para o animal enquanto
ele se recupera de sua condição.

Os detalhes completos desse projeto podem ser observados na figura 7, que


oferece uma visão da disposição da baia, cocho, portão e estrutura de fechamento. Além
disso, na tabela 7 é possível ver os valores adotados das estruturas.

Tabela 7 – Informações da baia de quarentena


Descrição Largura Comprimento Altura Área (m2)
Baia (1) 3,50 2,97 - 10,39
Cocho (1) 0,20 2,15 - -
Portão (1) 1 - 1,20 -
Fechamento 3,50 2,97 1,20 -
(concreto)

Fonte: Autora, 2023.


38

Figura 7 – Baia individual de quarentena

Fonte: Autora, 2023.

6.1.5. Área de armazenamento de sêmen

Na elaboração do projeto, foi designada uma área específica destinada ao


armazenamento do sêmen adquirido para fins de inseminação artificial. Essa área foi
dimensionada apresentando dimensões de 3,50 metros de comprimento por 2,97 metros de
largura, totalizando uma área de 10,39 metros quadrados. Essas medidas foram adotadas
aderindo ao proposto pela Embrapa Suínos e Aves, garantindo uma disposição adequada para
o armazenamento e manuseio do material.

Com a finalidade de oferecer ventilação e acessibilidade eficaz, a área contará


com uma porta de dimensão padrão, medindo 2,10 metros de altura por 0,80 metros de
largura. Além disso, uma janela de 2,50 metros de comprimento por 1,20 metros de altura,
proporcionando iluminação natural e favorecendo a ventilação de ar dentro daquele ambiente.
39

Para a segurança e isolamento eficaz da área, optou-se pelo uso de uma estrutura
de fechamento em concreto. Essa estrutura será projetada com uma altura correspondente ao
pé-direito da instalação, ou seja, 3 metros.

Detalhes completos do projeto podem ser visualizadas na figura 6, que oferece


uma representação visual clara da disposição da área de armazenamento, a porta, a janela e a
estrutura de fechamento. Além disso, na tabela 8 é possível ver os valores adotados das
estruturas.

Tabela 8 – Informações da área de armazenamento de sêmen


Descrição Comprimento Largura Altura Área (m2)
Sala (1) 3,50 2,97 - 10,39
Janela (1) 2,50 1,20 -
Porta (1) - 0,80 2,10
Fechamento 3,50 2,97 3
(concreto)

Fonte: Autora, 2023.

Figura 8 – Área de armazenamento de sêmen

Fonte: Autora, 2023


40

6.1.6. Cobertura

Projetou-se por completo uma cobertura de 50,32 metros de comprimento por


7,90 metros de largura, totalizando 397,52 metros quadrados.

A escolha da cobertura desempenha um papel na proteção e no conforto dos


animais. Foi adotada uma cobertura de telha cerâmica com a mesma dimensão da área
mencionada acima. Além disso, um beiral com 1 metro de projeção foi incorporado em toda a
extensão da edificação, proporcionando uma proteção adicional contra condições climáticas e
ajudando a não entrada do sol dentro da instalação.

Pensando ainda na importância da cobertura, foi adotado um lanternim, estrutura


implementada para promover uma troca eficiente de gases e calor dentro da instalação.

Detalhes esses que podem ser vistos na figura 7, que oferece uma representação
visual da cobertura de telha cerâmica. Além disso, na tabela 9 é possível ver os valores
adotados das estruturas.

Tabela 9 – Informações da área de armazenamento de sêmen


Estrutura Comprimento Largura Altura Área (m2)
Telhado 50,32 7,90 - 397,52
Beiral 1 - - -
Lanternim (10% a largura 0,79 - 4 -
da instalação para o
comprimento e 5% a
largura da instalação para
altura)

Fonte: Autora, 2023.


41

Figura 9 – Detalhes do telhado e lanternim

Fonte: Autora, 2023.


42

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o planejamento deste projeto tornou-se evidente que a adoção de práticas


adequadas e a busca pelo bem-estar animal são fundamentais para a suinocultura moderna. Ao
considerar as exigências da Instrução Normativa n°133 de, 16 de dezembro de 2020 e os
princípios de bem-estar animal, este projeto visa não apenas atender as regulamentações, mas
também promover um ambiente que proporcione o máximo conforto e saúde para os suínos.

A implementação de um sistema de gestão que priorize o bem-estar dos animais


pode trazer benefícios não apenas para o rebanho, mas também para os produtores. Animais
saudáveis e em condições adequadas de criação tendem a apresenta um melhor desempenho
produtivo, resultando em uma maior eficiência e rentabilidade para o produtor.

Além disso, é importante ressaltar que o cuidado com o bem-estar animal não se
limita apenas a legislação, mas também reflete a preocupação da sociedade e dos
consumidores com práticas sustentáveis e éticas na produção animal. Ao adotar um sistema de
criação que valoriza o bem-esta dos suínos, os produtores demonstram seu compromisso com
a qualidade dos produtos oferecidos, conquistando a confiança e fidelidade dos consumidores.

No entanto, é importante destacar que o desenvolvimento de estudos e pesquisas


contínuas é fundamental para aprimorar ainda mais as práticas de bem-estar animal na
suinocultura. A busca por novas tecnologias, estratégias de manejo e melhores formas de
adaptação das instalações são aspectos chaves para impulsionar a evolução sustentável do
setor, garantindo a melhoria continua das condições de vida dos suínos.

Ao longo da elaboração deste projeto, foram abordados diversos aspectos para


garantir a efetiva atenção aos requisitos propostos. Para a concepção das instalações de
gestação e reprodução da suinocultura, utilizou-se a ferramenta computacional AutoCad que
possibilita a criação detalhada e precisa das estruturas, considerando aspectos de layout,
dimensionamento e fluxo de trabalho.

As construções das instalações foram caracterizadas, colocando em ênfase os


aspectos que a área de gestação e reprodução devem apresentar em composição. Cada
43

elemento, desde as dimensões das baias até a disposição dos equipamentos, foi projetado de
acordo com as necessidades dos animais e buscando proporcionar um ambiente seguro e
confortável.

A Instrução Normativa n°133 foi contemplada no projeto, pois esta é a base para a
projeção de cada elemento que compõe a instalação. Cada regulamentação estabelecida foi
considerada, resultando em um projeto que será usado como base para produtores e
projetistas.

Por fim, fica demonstrado de forma clara que este projeto vai além de apenas cumprir
a regulamentação e o que a nova Instrução Normativa propõe para a construção de
suinoculturas no futuro, ele se propõe a criar um ambiente que promova o conforto, saúde e
bem-estar para o animal e que também traga benefícios tanto para o funcionário, produtor e
consumidor.
44

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