Ajedrez de Torneo Zurich 1953 PDF Free (001 154) PT

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Clube de Xadrez
1
DAVID BRONSTEIN
O XADREZ
TORNEIO
(Zürich 1953 - Candidatos)
2
BÁSICO / AGUILERA
Clube de Xadrez
© VAAP 1983, Moscou
© Editorial Ricardo Aguilera 1984

Padilla 54. Madrid 6
Tel. 4027325
© Editorial Fundamentos 1984

Caracas 15. Madrid 4
Tel. 4199619
Tradução: ANTÔNIO GUDE
1ª edição maio de 1984
ISBN: 84-7005-210-1
ISBN: 84-245-0397-X
Depósito Legal: M-15586-1984
Impresso na Espanha. Impresso na

Espanha Impresso por Técnicas Gráficas. Las Matas 5. Madri 29
Design gráfico: Pablo e Cristina
3
ÍNDICE GERAL
Como prefácio 5
Prólogo da segunda edição russa 7
Abordagem a David Bronstein 14
Primeiro round 24
Segunda Ronda 41
Terceira Rodada 54
Quarta Rodada 67
Quinta Ronda 78
Sexta Ronda 91
Sétima Rodada 109
Oitava Rodada 120
Nona Rodada 129
Décima Ronda 148
Décima Primeira Rodada 164
Décima Segunda Rodada 183
Décima Terceira Rodada 194
Décima Quarta Rodada 209
Décima Quinta Rodada 223
Décima Sexta Rodada 242
Décima Sétima Rodada 252
Décima Oitava Rodada 263
Décima Nona Rodada 277
Vigésima Ronda 288
Vigésima primeira Ronda 302
Vigésima segunda Ronda 313
Vigésima terceira Ronda 337
Vigésima quarta Ronda 350
Vigésima quinta Ronda 362
Vigésima sexta Ronda 378
Vigésima sétima Ronda 392
Vigésima oitava Ronda 403
Vigésima nona Ronda 413
Trigésima Ronda 422
Índice de correspondência da tabela 430
de classificação final 431
4
Como prefácio
Enquanto trabalhava no meu primeiro livro, tentei de todas as maneiras me

colocar no lugar do leitor e lembrar minhas emoções ao abrir cada livro de xadrez
que caía em minhas mãos, na esperança de encontrar nele ideias vivas, palavras
inteligíveis, formas do beleza da arte do xadrez. Aprendi muito com os livros e ainda
hoje me lembro com gratidão do melhor de todos eles.
Os livros que têm como tema os torneios de xadrez ("livros de torneios")

constituem um tipo perfeitamente diferenciado de literatura de xadrez. As
possibilidades criativas de seu autor parecem, à primeira vista, bastante limitadas,
uma vez que ele é obrigado a escrever sobre um material previamente determinado
e que, geralmente, não é de sua própria produção, nem é escolhido por ele. Este
não é o caso. O autor pode interpretar os jogos à sua maneira, estabelecer
generalizações, revelar os planos e ideias que ocorrem ou que poderiam ocorrer
no jogo.
Um torneio longo não é uma simples coleção de jogos. Se os participantes

são também os jogadores mais fortes do mundo, os jogos adquirem então uma
interligação marcante: estão repletos de ideias que se cristalizam e se desenvolvem
ao longo da competição e isso, entretanto, representa sem dúvida alguma, uma
fase particular do desenvolvimento. do pensamento do xadrez.
Hastings 1895, São Petersburgo 1914, Nova Iorque 1924, Moscovo 1935, Groningen
1946 foram, por exemplo, torneios dessa entidade. O torneio de Candidatos
realizado na Suíça, tema deste livro, está entre esses torneios.
Meu trabalho, durante a elaboração do livro, partiu da premissa de que cada

confronto era algo valioso, que constituía uma obra de arte produzida pela luta
criativa entre dois mestres da mesma categoria. O cerne de um jogo de xadrez
consiste em uma batalha criativa de planos e ideias, cuja manifestação mais elevada
ocorre no meio do jogo. Um bom número de posições típicas que ocorrem em
decorrência do choque de planos são analisadas no livro. Certos conceitos
estratégicos, como a fraqueza das casas pretas, a vantagem do par de bispos, a
força relativa das peças, a superproteção e outros, também são examinados, bem
como a influência de elementos psicológicos como a intuição, ou a Vontade de
vencer.
As partidas de um torneio de grandes mestres aproximam o leitor da esfera

criativa dos líderes de xadrez contemporâneos e mostram como eles reagem
5
forma a batalha, como uma obra de arte do xadrez é criada. O autor pretendia
examinar a área mais inexplorada e interessante do xadrez: o meio-jogo e seu
tratamento pelos grandes mestres da atualidade. Esse é o desenho básico do trabalho.
O autor procurou não sobrecarregar o livro com muitas variantes. As variantes

são interessantes se revelarem a beleza do nosso jogo; São desnecessários se vão
além do que um ser humano é capaz de calcular; São prejudiciais se puderem ser
substituídos pelo estudo ou explicação daquelas posições em que a intuição, a
imaginação e o talento decidem o resultado da luta.
Minha intenção era, também, ajudar o jogador de xadrez que lê este livro a
elevar seu nível de jogo de xadrez.
O leitor poderá perceber erros em diversas partidas do torneio, mas isso não
significa que deva condenar excessivamente os mestres; antes, sugiro que observe
atentamente as peculiaridades da luta em cada um dos casos. Não podemos esquecer
que quem se senta no tabuleiro é um ser humano, com os seus problemas e emoções,
que muitas vezes têm origem longe do xadrez. A mesma pessoa, aquele professor
que está no processo de escolha de um plano ou, simplesmente, do próximo passo,
nem sempre consegue fazê-lo sem considerar a sua posição na mesa, sem lembrar o
resultado de ontem, sem observar o desenvolvimento dos outros jogos. . Um jogo não
é uma análise. Tudo o que pode acontecer deve ser imaginado sem mover as peças,
os livros não podem ser consultados, não é possível pedir conselhos... O grande
professor tem uma ideia, dá uma última olhada no relógio ÿ é hora de fazer uma
decisãoÿ e decide correr o risco: mover seu cavalo para e5. Um ano depois, depois
de todos se familiarizarem com a posição e depois de terem passado mais do que
alguns dias analisando-a, é fácil dizer com autoridade ao leitor: "Um erro. O mais
prudente Ce1 era preferível..."
Talvez seja possível localizar erros mesmo nas minhas análises e avaliações,
embora eu tenha tentado reduzi-los ao mínimo. Espero, portanto, que o leitor seja
tolerante com eles e contribua para corrigi-los. Submeto meu trabalho – não muito
tranquilo, aliás – ao julgamento do leitor, e considerarei meus propósitos satisfeitos
se o conteúdo do livro contribuir em alguma medida para ampliar seus horizontes, se
aumentar seu domínio do jogo , se isso o aproxima da criatividade do xadrez moderno
e se isso finalmente o ajuda a desenvolver uma apreciação e um amor mais profundos
pela beleza ilimitada do xadrez.
6
Prólogo da segunda edição russa
No momento em que a segunda edição do livro está sendo finalizada, gostaria

de explicar o que calei há quatro anos, no prólogo da primeira edição.
O trabalho submetido ao julgamento do leitor pretendia diferenciar-se

claramente do tipo de comentários padrão que prevaleciam na literatura de xadrez.
Na minha opinião, qualquer deficiência estética ou literária num livro de xadrez é
especialmente intolerável se tivermos em conta que o xadrez é precisamente um jogo de xadre
encruzilhada entre arte e literatura. Não gostaria de me referir depreciativamente
aos muitos livros notáveis cujo tema é precisamente a compilação de jogos, alguns
dos quais são verdadeiramente indispensáveis para qualquer jogador de xadrez.
Mas gostaria de dizer que atualmente o interesse dos enxadristas por este gênero
de livros diminuiu significativamente. Diante de tal situação, pode-se perguntar
como seria concebida uma nova coleção de jogos com um tom literário marcante e,
o que é pior, com um preço antieconômico.
Rejeitei, em primeiro lugar, o papel de compilador de variantes. Também não

gostei de publicar um compêndio de notas e cálculos. Pareceu-me que o livro deveria
ser elaborado com base, sobretudo, nas ideias e na síntese do autor, bem como no
texto completo dos jogos que comentou. Em essência, o livro deve ser capaz de
revelar a riqueza e os horizontes ilimitados das ideias do xadrez e transmiti-las ao
leitor de uma forma que, além da técnica, atenda a uma determinada exigência
literária.
A julgar por certas manifestações formais e dados da realidade, o autor, de

alguma forma, correspondeu às suas aspirações: a primeira edição vendeu
rapidamente, recebendo ótimas críticas. Muito mais importante para
para mim foram, no entanto, as inúmeras cartas e opiniões recebidas de leitores,
muitas das quais, lamento dizer, não foram respondidas. Naquelas cartas e
declarações do público que me homenagearam com a leitura do livro, ficou evidente
uma aceitação geral dos conceitos expressos na obra, juntamente com uma série
de críticas justificadas e falhas localizadas. Essas cartas, repito, foram a melhor
recompensa que obtive pelo meu trabalho, por isso aproveito esta oportunidade
para agradecer a todos aqueles que me escreveram pelas suas palavras. Devo
agradecer particularmente a PA Romanovsky por suas críticas meticulosas e inestimáveis ÿ
tanto para o autor quanto para o leitor do livroÿ, publicado na revista "Xadrez na
URSS".
Com prazer aceitei a ideia de rever a edição anterior, tendo-me proposto

eliminar nesta nova tudo o que era anacrónico e secundário, desenvolver algumas
coisas com maior profundidade e acrescentar um artigo introdutório em que os
últimos acontecimentos no mundo da xadrez foram refletidos.
Assim, houve uma redução considerável dos textos relativos aos itens
7
lugar nesta nova edição, pois dispensei alguns comentários desnecessários que não contribuíram
para explicar conceitos da nossa arte. Isso afeta principalmente os jogos das últimas rodadas,
quando os resultados do torneio estavam praticamente apurados e a intensidade da luta havia
diminuído.
Por outro lado, foram corrigidos alguns erros detectados pelo público leitor e também pelo autor da
obra. A edição do texto também foi melhorada, substituindo alguns diagramas.
Para concluir, permitam-me expressar o desejo de que os amantes do xadrez continuem a

honrar-me no futuro, tanto com a sua atenção como com as mais rigorosas críticas ao meu trabalho.
Como este livro é fundamentalmente dedicado ao meio-jogo, não é inapropriado começar

com algumas palavras sobre a evolução da teoria de abertura e o repertório predominante na prática
atual.
Noutros tempos, digamos na segunda metade do século passado, o jogo começava com o
avanço do peão do rei e as Pretas, na maioria dos casos, respondiam 1...e5. Defesas como a
siciliana e a francesa também foram utilizadas, mas eram relativamente raras. Salvo algumas
exceções, nada menos que cinquenta por cento dos jogos disputados em torneios eram abertos,
muitas vezes até mais. No final do século passado e início do atual, houve uma mudança significativa
nas preferências, com as brancas inclinando-se para as aberturas fechadas e as pretas para as
defesas semiabertas. Assim, no torneio internacional de Cambridge Springs de 1904, o Gambito da
Rainha foi a abertura mais utilizada, o Ruy López a segunda e a siciliana a terceira. Nos torneios
realizados entre 1890 e 1900, as defesas indianas começaram a ser vistas. Estes foram os primeiros
sinais de um novo conceito.
Os torneios mais destacados da década de 1920 caracterizaram-se pelo desaparecimento

quase total do jogo aberto, com exceção do Ruy López. As aberturas predominantes foram o Gambito
da Dama e outras derivadas do Peão da Dama. Ao mesmo tempo, os sucessos das brancas com o
Gambito da Dama e o Ruy López levaram as preferências das pretas à escolha progressiva de
sistemas assimétricos ÿas Índias contra 1.d4 e o Siciliano contra 1.e4ÿ. Este foi um período
especialmente fértil para o desenvolvimento de ideias nas aberturas. As vitórias dos jovens grandes
mestres foram associadas a novas aberturas, como o Nimzoindia, o Reti, o Grünfeld, o Alekhine.
No torneio de rodada dupla em Bled ÿ1931ÿ, no qual participaram Alekhine, Bogoljubov,

Nimzovich, Vidmar, Flohr, Tartakower, Maroczy, Spielmann e outros, o Gambito da Rainha e outras
aberturas de Peão da Rainha foram jogadas setenta e sete vezes. Destes, as brancas venceram
vinte vezes e as pretas treze. Enquanto isso, dos vinte e um jogos em que ocorreram defesas
indianas, as brancas venceram dois e perderam... quatorze! Será surpreendente que no período que
se seguiu, nas décadas de 1930 e 1940, os praticantes do Gambito da Rainha se tenham encontrado
em dificuldades? Os numerosos sucessos de alguns jogadores
8
Os soviéticos e outros estavam inseparavelmente associados ao desenvolvimento de novos

sistemas defensivos nas defesas sicilianas e indianas do rei, bem como em Nimzo-Índia e Grünfeld.
As formações iniciais de brancas e pretas podem ser divididas, hoje

hoje, em três grupos básicos:
Primeiro. Ambos os lados, segundo os princípios clássicos, desenvolvem as peças, procuram

espaço, tentam criar um centro de peões, evitam fraquezas, etc. Esses conceitos caracterizam a
luta na maioria das variantes do Gambito da Rainha, do Ruy López e do Francês, bem como em
alguns sistemas sicilianos e nimzo-indianos. As Pretas assumem que o direito de primeiro movimento
confere uma vantagem apreciável às Brancas nestes casos, especialmente em formações simétricas,
e que ele deve, portanto, lutar pacientemente pela igualdade a longo prazo. As suas chances de
vitória são pequenas, mas com aplicação e técnica espera conseguir algum sucesso. Resultado da
partida pelo Campeonato Mundial entre JR Capablanca e AA
Alekhine foi uma ilustração típica do comportamento dessas aberturas. Trinta e três dos trinta e
quatro jogos da partida foram abertos com o peão da rainha: vinte e cinco deles terminaram
empatados, seis foram vencidos pelas brancas e dois pelas pretas. Os mestres de hoje preferem não
jogar tais aberturas, rejeitando esquemas simétricos e inclinando-se para sistemas defensivos que
oferecem contra-oportunidades.
Segundo. Surge assim um segundo grupo de aberturas, em que um lado se orienta por
princípios clássicos, enquanto o outro ignora deliberadamente alguns deles para obter um jogo ativo
de peças, atacando o centro branco dos peões e muitas vezes, simplesmente com a intenção de
complicando o jogo. Este grupo compreende os sistemas básicos do Índio do Rei, o Siciliano, o
Grünfeld, o Nimzo-Indiano e algumas variantes forçadas do Gambito da Rainha.
Terceiro. O terceiro grupo inclui aberturas em que as brancas não pretendem ocupar as casas
centrais na primeira fase do jogo, mas apenas controlá-las, reservando entretanto a definição da
sua estrutura de peões. Desta forma, preserva-se a máxima flexibilidade, ao mesmo tempo que se
considera a possibilidade de um combate lento e manobrável. As brancas estão igualmente prontas
para entrar em complicações em um determinado momento, ou para levar o jogo a uma fase técnica,
caso seja obtida uma vantagem posicional. O Fechado Siciliano, algumas linhas do Reti, o Inglês, o
King's Indian Attack e outros pertencem a este grupo.
Deve-se ter em mente que o nome de uma abertura não define a priori a natureza da luta
nesta primeira fase do jogo. No Gambito da Rainha, por exemplo, o sistema ortodoxo geralmente
resulta em uma luta de acordo com os preceitos clássicos, mas o sistema Botvinnik e a arriscada
variante peruana, com seu jogo forçado e contra-oportunidades para as pretas, mostram um caráter
complexo - bem diferente. Na defesa da Nimzoíndia, uma das mais notáveis e vigorosas descobertas
da Escola Hipermoderna da década de 1920, é possível optar
9
por temas posicionais ou por linhas nítidas de jogo.
A evolução conceitual da teoria da abertura está intimamente ligada ao desenvolvimento do

pensamento do xadrez em geral. O Gambito da Rainha era amplamente praticado na época em que
o domínio da Escola Posicional era evidente. Apesar de todo o significado positivo dos seus
princípios, deve, no entanto, ser denunciada uma deficiência importante da referida escola: o
julgamento das posições pela sua aparência externa. Aos olhos dos seguidores de Tarrasch,
protagonista das teorias de Steinitz, fatores como peões atrasados, um centro de peões forte ou
desenvolvimento de superioridade foram decisivos para julgar uma posição e estabelecer um plano
de batalha. “Uma peça mal colocada e toda a posição é ruim”, disse Tarrasch. Para muitos de seus
contemporâneos, os princípios da Escola Posicional, endossados por Tarrasch e formulados de
forma simples e facilmente inteligível, pareciam mandamentos de irrefutável sabedoria enxadrística.
Daí surgiu a concepção - vigente até hoje - do chamado "jogo consistente", que um dos
enxadristas aplica ao jogo desenvolvendo um plano lógico do começo ao fim, como se estivesse
provando a correção de um teorema geométrico. No tratamento de um jogo deste tipo, um dos
jogadores encarna o guardião dos princípios estabelecidos, o outro o transgressor. O “bom” jogador
acumula vantagens posicionais que deposita em um banco solvente em forma de dinheiro, para
acumular um determinado capital, e uma vez obtido ele o investe em um ataque combinativo. Quando
o ataque é executado, o equilíbrio é feito. Resultado do exercício: um mate instrutivo foi infligido ao
oponente ou, o que é ainda mais instrutivo, foi obtida uma troca. Mas bem, perguntará o leitor, o que
o adversário tem feito entretanto? Vou te dizer: olhe placidamente para seus peões atrasados e
peças mal colocadas, faça um gesto impotente com as mãos e, por fim, diga: “Desisto”.
Não creio que deva me esforçar para convencer ninguém de que tais jogos não costumam
ocorrer entre grandes mestres de força semelhante, nem que os comentaristas costumam ficar do
lado do vencedor, representando assim o desejável como o real.
Durante muito tempo, o pensamento do xadrez foi dominado pelas leis da Escola Posicional,
mas por volta da década de 1920 as suas fraquezas tornaram-se aparentes. À medida que o
Gambito da Rainha foi sendo relegado dos torneios internacionais, os nomes de Nimzovich, Reti,
Tartakower e outros mestres começaram a aparecer no topo das tabelas de classificação,
absolutamente opostos à interpretação monolítica e excessiva dos princípios posicionais.
Os jovens mestres do nosso país, que mais tarde se alinhariam na primeira fila junto com os
melhores jogadores mundiais, surgiram por volta de 1935, liderados por Botvinnik. Os sucessos
contínuos e regulares
10
do xadrez soviético produziu a impressão de que a Escola Soviética de Xadrez era

composta por uma totalidade homogênea de ideias e conceitos. Pessoalmente, não
creio que seja esse o caso. Na verdade, enxadristas dos mais diversos estilos
pertencem à família dos mestres soviéticos. Petrosian e Spassky, por exemplo, em
seu modo de jogar e em sua respectiva concepção de xadrez, diferem tanto quanto
Spielmann de Schlechter, e o estilo de Tahl não é mais parecido com o de Botvinnik
do que o de Lasker com o de Capablanca.
Quais são, então, as ideias características dos anos cinquenta? Como o

torneio suíço contribuiu para o desenvolvimento dessas ideias? Qual é a tendência
do desenvolvimento do xadrez?
Digno de nota é, antes de mais, o amplo conhecimento que os enxadristas

absorveram da experiência das gerações anteriores, que agora lhes permite conduzir
a luta com grande energia, engenho, imaginação e risco calculado, tudo baseado
em avaliações sóbrias e em a ponderação das vantagens e desvantagens das
operações estudadas detalhadamente.
O conhecimento do jogo posicional progrediu significativamente. Embora

Tarrasch tenha proclamado a doutrina de evitar fraquezas no próprio campo e da
sua criação no campo de outro, da acumulação de pequenas vantagens, da
ocupação de linhas abertas, de não assumir o ataque até que sejam reunidas
instalações suficientes, as coisas, tal como são concebidas hoje , muitas vezes são
muito diferentes. As casas fracas e os peões fracos são frequentemente auto-
provocados para confundir o adversário, as linhas abertas podem ser abandonadas
a fim de preservar as torres para planos mais promissores, os planos de ataque são
revelados ao inimigo para disfarçar as verdadeiras intenções.
A gama de posições básicas padrão que todo jogador deve conhecer

experimentou uma expansão extraordinária. Como resultado deles, um grande
número de posições consideradas perdidas no passado foram recuperadas e que,
após novas pesquisas, parecem poder ser defendidas com sucesso e, certamente,
de forma ativa; mas isso exigia, em primeiro lugar, um jogo de cálculo preciso e, em
segundo lugar, a audácia de abandonar um ponto fraco ao seu destino num
determinado momento, e transferir a luta para outra área do tabuleiro.
Só recentemente se compreendeu que esta forma de conduzir a luta era
característica de Emmanuel Lasker, e que constituía uma das suas melhores armas,
precisamente porque o seu estilo não tinha sido assimilado pelos seus contemporâneos.
Essa qualidade, porém, não era a única que Lasker, o melhor psicólogo da história
do xadrez, possuía. Ele, melhor do que ninguém, soube balançar o pêndulo da luta
para frente e para trás, sem ultrapassar os limites da segurança, empurrando
imperceptivelmente o adversário para o precipício. Sabia fazer deliberadamente
jogadas que, sem serem más, não eram as melhores, como se pedisse ao
adversário ortodoxo que o punisse por isso. Este método de jogo foi descoberto e
até melhorado. Os jogadores de xadrez modernos muitas vezes estão dispostos a
conceder ao seu oponente aparentes vantagens posicionais, desde os primeiros
movimentos.
11
Um exemplo notável disso é a posição que resulta na Índia do Rei após... exd4, bem como o
grupo de posições produzidas após 1.d4 Cf6 2.c4 c5 3.d5 e6 4.Cc3 exd5 5.cxd5. O sistema
Boleslavsky de defesa siciliana,
com o buraco d5 no campo preto e seu pobre peão atrasado em d6, parece
incrivelmente ousado, mas resistiu a todos os testes até agora. Alguns outros exemplos podem ser
encontrados no livro.
O leitor também encontrará aqui descrições dos métodos e recursos técnicos utilizados pelos
mestres no meio-jogo. A técnica hoje é incomparavelmente mais avançada do que era há algumas
décadas. O que às vezes era uma extravagância agora faz parte do domínio público.
O domínio de qualquer arte é impossível sem técnica, assim como no xadrez. Contudo, a
importância da técnica no xadrez não deve ser exagerada. No final do jogo, quando dizemos “agora
é uma questão de técnica”, às vezes acaba por não ser tão simples, nem tão claro. Trinta anos
antes, Capablanca era considerado o melhor jogador do mundo, do ponto de vista técnico. Hoje é
Smyslov. Ao analisar os jogos que poderíamos chamar de "técnicos", bem como os finais jogados
por Capablanca e Smyslov, cheguei à conclusão de que o seu jogo se baseava em elementos
combinativos e cálculos longos e precisos. Ou seja, esta é uma técnica superior rara. Em maior ou
menor grau, esta forma de conduzir a finalização pode ser observada em muitos grandes mestres.
Mencionarei aqui apenas duas finais do torneio suíço que ilustram o que disse. Refiro-me aos de
Euwe contra Stahlberg e de Gligoric contra Euwe.
Há outra peculiaridade na prática contemporânea que o leitor observará mais de uma vez
nos jogos deste torneio de Candidatos: uma disposição ágil para reagir rapidamente a qualquer
mudança no plano do adversário, modificando abruptamente o próprio plano, se houver uma base
prática. por fazer isso.
Uma das tendências mais surpreendentes e promissoras evidentes ao longo do torneio foi a
vontade de levar o jogo para posições abertas na menor oportunidade. Parece que o estilo Morphy
de todos os tempos e que o sonho de todo enxadrista ÿsem exceção dos grandes mestresÿ é
reintroduzir esse estilo, elevando-o a um nível mais refinado. Acredito que nos últimos cem anos
nunca estivemos mais próximos disso do que neste momento.
A nova tendência, pacientemente forjada pelos seus representantes ao longo de vários

campeonatos soviéticos, dos interzonais de 1955 e 1958 e do torneio de Candidatos de 1959,
caracteriza-se pelo esforço de catapultar a luta de uma fase lógica para uma fase combinatória, a
qualquer preço, ou , para ser mais preciso, numa fase em que predominam os cálculos. O aspecto
material da questão – um peão, menos qualidade – não tem aqui nenhum significado especial. Não
é essencial que uma combinação seja correta em todas as suas variantes.
12
Pelo contrário, em muitos casos dir-se-ia mesmo que a defesa pode rejeitar o ataque
encontrando as jogadas certas. Neste ponto, porém, deve-se ter em mente que o
grande mestre conhece bem as suas próprias possibilidades e que confia na sua
fenomenal capacidade de calcular um grande número de linhas longas e complexas.
Neste estado de coisas, o jogo por vezes avança pelos canais mais estranhos:
“Joguei com ele (um certo mestre do estilo combinativo) um jogo de 32 lances e não
consegui prever nenhum dos seus lances, exceto quando a rainha me capturou”. ,
disse certa vez um professor posicional, não inteiramente de brincadeira.
Os representantes mais destacados do estilo dinâmico atual são, sem dúvida,

Mikhail Tahl e Boris Spassky. A complicação e o cálculo como método de condução
da luta não são, evidentemente, as únicas armas destes excepcionais e versáteis
enxadristas. Ambos têm uma técnica perfeita no jogo posicional, lideram os finais
de jogo de forma brilhante e são bem versados na teoria de abertura, mas onde
realmente deixam os seus colegas para trás é na sua capacidade de dar ao jogo
um carácter dinâmico e levá-lo a bom termo. praticamente impossível guiar-se por
conceitos e considerações genéricas e durante as quais, queiramos ou não, é
preciso jogar com base em cálculos e mais cálculos e mover-nos em florestas de
ameaças.
Era hora de um deles testar sua força e a eficácia de seu estilo, nada menos
que no combate contra Mikhail Botvinnik, o melhor jogador do mundo nos últimos
vinte anos. O resultado do concurso, tal como dos torneios que o precederam,
demonstrou, em primeiro lugar, que na pessoa de Mijaíl Tahl temos um claro
representante da tendência e, em segundo lugar, que o novo estilo resistiu ao teste,
o que significa que este tipo de A luta de xadrez, que com lógica e princípios próprios
dá ênfase ao cálculo de variantes, está em alta.
O autor deste livro, durante os vinte anos de sua carreira no xadrez, teve ele
mesmo a oportunidade de jogar algumas partidas tensas e acirradas, durante as
quais teve que se equilibrar à beira do abismo, e acha que seria errado concluímos
que o xadrez deve basear-se exclusivamente no cálculo de variantes.
Espero que o curso futuro da história do xadrez refute de forma semelhante tais
conclusões e que o novo estilo de jogo se torne um dos elementos mais frutíferos
da herança criativa e técnica da arte do xadrez.
13
ABORDAGEM A DAVID BRONSTEIN
Por Antonio Gude
1. O homenzinho careca, parecendo um professor Latín, com sentar.

Quando o checkering do tabuleironão é refletido em seus óculos, seus olhos,
e
inquietos, parecem pontas afiadas em uma placa eletrônica.
O homenzinho acabou de se sentar.

Brinque com o branco.
O árbitro iniciou o cronômetro.
Sua adversário
planície Korchnoi.
com
Poderia ter se chamado Taimanov, Keres O o Botvinnik.
homenzinho está calmo.
Ele parece calmo.
O homenzinho adora o tempo, a análise do tempo.(1)
Parece
preocupante, porém, que ele não esteja preocupado em desperdiçá-lo.
Ele está meditando há vinte minutos. são primeiro movimento. (2)
Nosso homenzinho liga para Bronstein.
Dizem que ele nasceu em algum lugar da Ucrânia.
Dizem que é um grande jogador de xadrez
centenas de pessoas vezes
experimentaram o mesmo transe, no início do
o jogo, para perplexidade dos espectadores
experientes. e
finalmente, jogue.
Nada de novo, 1.e4: o peão avança duas casas.
Trata-se
um de partida do time rei.
... ... Seus colegas repreendem as para o homenzinho: como ele poderia permitir que o
tremenda ameaça de asmulheres negras?
O homenzinho comencolhe ombros.
Éa
sua vez de jogar.
Sem sequer se sentar, ele sacrifica são torre.
Incrível. Terá mesas?
Outra coisa, talvez?
Acontece ele
tempo. Cresce
o tensão: há maisde uma garganta seca.
seu Rei.
Korchnoi finalmente se curva (3)
«Xadrez é imaginação»
Bronstein
2. Bronstein acaba de completar sessenta anos, exatamente no dia 19 de fevereiro,e com
14
Isto completou quase meio século de dedicação constante ao xadrez. E

também de paixão, de uma paixão de força criativa incontrolável, de curiosidade inesgotável pelo
nosso jogo, que ele considera exclusivamentearte. e
“Há uma questão que se repete há muito tempo: o xadrez é uma ciência, um esporte
ou uma arte? Bronstein, enfaticamente, responde que é uma arte.” (4)
O jovem Bronstein terá encontrado razões poderosas para forjar as do jogo nobre. seu por-
imaginação tentada em Kiev As aventuras do O Palácio da Pioneiros
instrutor Konstantinopolsky
belas terão sido suficientes no início para fusti-e seu espírito: combinações,
enterradas, sacrifícios, defesas sutis, gar suas combinações, combinações...
Alguém terá lhe dito que dominar os finais faz parte, você terá entendidoessencial, mas o,
para o que não a abertura, eles são menos nem, finalmente,
jogos do
o conhecimento dos nem os meios
seu em
passado, tema recorrente em
jogo, o
O jovem
Comentários brosteinianos. enxadrista
Acontece que logo atinge níveis de notoriedade
através do jogo: são
execução elegante em resultados brilhantes nos esportes e escaramuças nas esferas celestes.
e que produções não menos brilhantes que rapidamente chegam até você
por volta de 1948 estão localizadas em Saltsjobaden, onde ocorre o com disputa a primeira
torneio interzonal. Bronstein vai lá em nome de Boleslavsky,
Bondarevsky,Kotov,
Lilienthal, URSS, junto com
Flohr e El, Ragozin, todos famosos. País. Mas
em vez de, é pouco conhecido fora ele consegue vencer o torneio.
Dois anos depois (1950) com comemora em Budapeste o torneio can-alza com o
didatura, de onde também vem de um primeiro lugar, desta vez na companhia de Botvinnik.É imposto
Boleslavsky. desempate para determinarquem enfrentará Botvinnik.
a E Bronstein triunfa.
Mas como joga Bronstein? Que O que o caracteriza é força? "Brons-su

eu fiz isso
que se distinguiu desde muito jovem por uma grande capacidade de organização do
ataque, aliada a uma intuição marcada para detectar as subtilezas tácticas latentes na posição.” (5)
é um
Então, jogador tráfico doé uma tarefa difícil desvendar
atacante, segredososda jogador de xadrez sutil, habilidoso
posição...
Com 1951 chega a inevitável partida emocionante com Botvinnik, com o título e o campeonato
mundial em jogo. Bronstein dificilmente sonha em vencer. Você tem que saber quem é
da forma
é Botvinnik, seus colegas.
inapelável com que domina, a Na União Soviética
considera-o quase deus, o campeãopor excelência. Bronstein comentará mais tarde:
"Durante a minha preparação para o Campeonato Mundial

Mundo de 1951 não consegui revelar o segredo de Botvinnik, ou seja, seu
15
vitórias ininterruptas. Mas tive a sorte de encontrar algo mais importante: o

algoritmo do jogo a seguir naquela partida. Depois de ter analisado
profundamente mais de uma centena de jogos do campeão mundial, decidi
improvisar no tabuleiro, apesar do perigo que isso implicava." (6)
E com essa fórmula Bronstein começou a partida (12:12) alcançando assim uma
glória moral que os anos não podem manchar a história do xadrez e nunca discutirão.
O título mundial era quase dele, mas foi autorizado
(infelizmente, é verdade) campeão,
são sexto sentido, manter
ele
qualificação. Bronstein deve ter ficado profundamente desapontado, depois o mais difícil é-
Forço a tudo
coroa
o mundial
que possaao ter
alcancedo Neste
sugerido sentido, não e mão. pensar que
uma “moralidade absurdo é
de ferro” em Bronstein;Ou seja, as ilusões, a imaginação, a riqueza de ideias, porque não a
é ambição... podem ter sido turvas, mostrando assim a verdadeira realidade da natureza
onde antes havia apenas vislumbresda realidade,
é isto é, expondo a ausência de um grande espírito
por um competitivo, inferior, em qualquer caso, ao de muitos dos seus colegas.O "moral de
ferro" ("moral de torneio") localizadona autêntica expressãodo gás. homem-Bronstein
reduziria gradualmente a excelência de seus resultados esportivos.(7)
El Ml Giorgio Porreca, autor da definição do estilode B., acima registrada, completa

a descrição da seguinte forma:
“... Posteriormente, seu jogo adquiriu nuances sofisticadas que formaram um

estilo paradoxal.” (8)
O estilo do grande enxadrista sempre foi paradoxal. Foi, continua sendo.

Talvez a falta de sucessoposterior (ou o mesmo graude sucesso) tenha contribuído para
que umembora
observador
mantendo
tão atento
as como
suas características
Porreca atribuísse
essenciais,
tons pejorativos
carece dos
a um
tons
jogo
exultantes,
que,
uma
passado relativamente recente.
É difícil saber a Bronstein,

A enorme entidade que tem feito jus a inúmeras ideias, com
tem a sua figura, com tudo constante procura inovadora. dele (9),
Sabemos que o xadrez tem fronteiras indescritíveis, possibilidades entrevista áreas
incrivelmente férteis... Bronstein, próprio zelo sem No entanto, ele nunca estabeleceu limites a sua
de pesquisa.
É privilégio dos grandesenxadristas produzir jogadas magistrais ou, mais precisamente,
jogadas verdadeiramente inesquecíveis. Na verdade, quantos
movimentos surpreendentes o nome de Bronstein não nos sugere? Pensemos em seu
famoso jogo contra Rojahn (10) onde introduziu uma novidade incrível em uma posição com
mais de um jogador siglo de vida, pensemos em sua Cc5 move-se em um esquema
conhecido no Defensa Caro-Kann (1.e4 c6 2.d4 d5 3.Cc3 de4 4.Cxe4 Af5
5.Cc5!?), no em maravilhoso
e golpe incrível...Bg8!! também numa posição que neutralizou
Caro-Kann, com definitivamente as ameaças sobre o
16
pontos e6 f7 yy
apesar de que com isso ele deixou seu rainha bispo (voluntariamente!) sim,
apenas um quadrado livre. Tantas peças... paradoxais, com uma e mas
quão eficaz! É necessário lembrar aqui as inúmeras linhas "ultrapassadas" resgatadas

por Bronstein da vasta herança histórica do xadrez? A multiplicidade
de linhas e
ideias usadas por B. naturalmente não tem lugar aqui, a não ser como uma alusão (11).
E o que mais diz a favor de linhas fantasia criativa: supostas variantes - pelo
completamente refutadas, inferiores, descartadas ou, Nunca menos, encurraladas.
recorrer ou Bronstein
a quase nunca teve medo de ideias concepções antigas,
a antigas enriquecidas por o suscetível sendo enriquecidas pelas suas são próprias,
mente. Mas esta audácia é apenas importantes na aparência. A verdade é
significativamente difícil que o próprio Bronstein não deveria ter se considerado muito
ousadosem trazer essas ideias para supor
o conselho. Nãoreagido,
que, uma vez é
absorveu dovadas, as "velhas"
laboratório Bronsteiniano.
ideias e é o cadinho preferência foram firmemente tratadas
em
O que dizer sobre o seu concepção muito original do meio-jogo? Não só o ataque,
Bronstein também não é alheio àadefesa, que ativa a pressão progressiva e posicional sobre os
pontos fracos do inimigo. E talvez um dos aspectos mais
conhecidos da habilidade
de tática sejam aqueles sacrifícios refinados de seu peão, capazes por si só
desconcertar os oponentes mais qualificados. Deve-se acrescentar neste ponto que eles não
maravilhas
podemno tabuleiro.
explicar melhor os jogos deste grande mestre aje-y do eterno caçador de
drecística. Onde Bronstein É “OEle nosdemostra

ideal com mais
todo jogador fidelidade
de xadrez dizendo:
pleja”. (12)
é alcançar um original e completo
Mas o que este grande artista pensa da ciência dos jogos, como fenômeno?
evento esportivo competitivo?
De acordo com Euwe,

"Do ponto de vista de Bronstein, jogar xadrez pelo simples fato de ganhar um ponto
ou meio ponto se tornará completamente anacrônico nos próximos cinquenta ou
cem anos."
Bronstein, sobre são Por outro lado, ele não teve escrúpulos em pintar esta curiosa pintura
sobre o futuro do xadrez:
“Os teatros de xadrez vão convidar, como convidados, grandes mestres de
superclasse. Estes vão demonstrar a sua superioridade pela rapidez com que
conseguem resolver problemas específicos do jogo.
Eles serão considerados uma espécie de mágicos intelectuais, capazes de realizar
milagres por meio da intuição e do trabalho lógico do cérebro. Embora consigam levar
o público ao êxtase com os seus dons, não sofrerão nenhuma tensão particular,
porque o seu trabalho será apreciado por si mesmo e não pelos seus resultados. O
público irá considerá-los artistas
17
fundamental dentro de um espetáculo e, claro, não como enxadristas que ganharam ou

perderam.” (13)
As outras sugestões de Bronstein não são desprovidasde interesse ou sagacidade. De

bem conhecido é o dele preocupação com o tempo, com o que o levou medição de tempo,
a
jogada jogada (14), comentara dezenas de jogos para diversos jornais e revistas especializadas, com
anotação cuidadosa dos tempos de reflexão dos contendores, exame suculento do desenvolvimentodo
jogo e do tempo consumido. e
A suposta excentricidade da seguinte sugestão pode revelar-se algo muito digno de

consideração, caso o leitor se pergunte: assim que
“Basta um pouco de bom senso para entender que é muito mais fácil jogar com as
brancas do que com as pretas. Portanto, as pretas devem ser recompensadas com 0,1
ponto a mais que as brancas, se o jogo estiver empatado. o empate poderia aumentar o
interesse das brancas em vencer o jogo e o interesse das pretas em iniciá-lo. O
importante é que a divisão de um ponto em duas partes iguais desapareceria." (quinze)
Esta reflexão de Bronstein - o pensador do xadrez nos traz a proposição de memória para
Lasker, com diversas avaliações para alguns casos de empates, como afogados, etc.
As ideias fluem, o A mente

eles sedenão
Bronstein
for parece ter um ritmo incessante. aa dê a
grande homenzinho nada pode fazer para contê-las... nada, saia o mais rápido
possível.Recentemente pudemos ler isso a Por sua iniciativa foram quatro
brado combina
um com jogos com Tahl, um dos seus maiores cúmplices, e esta foi a novidade.
pontos de vista. A reunião, com tempo controlado, com ÿe é agradável
ÿ
dizer, os quatro jogos exemplo

extravagantes propostos por
da preocupação B., simultaneamente.
do nosso é Mais uma ideia, mais um
homem por novas fórmulas que reavivem o interessepelo nosso
constituem
jogo. Todos
tantosestes projetos e sugestões
sinais do entusiasmo
professa e profunda devoção que Bronstein
pelo xadrez.
ZURIQUE 1953 magnífico

é um livro. Poucos livros de xadrez terão sido objeto, por parte do autor,
de tanta dedicação, de tantooferecer
esforçouma
de análise.
expressão
Ele tão
e muitos
elegantemente
menos ainda
precisa
serãoe um
capazes de nos
desperdício proverbial de inteligência, de sensibilidade do xadrez - e de penetração cística (16).
Deixe o leitor, mais uma vez, julgar por si mesmo.
A legenda com a qual com apresentar O livro ("El Ajedrez de Torneo") que acreditamos
ilustra adequadamente o desejo de B. de oferecer uma coleção de jogos extraordinários
jogados à ma,
gistrals que, junto com a as belezas do erro, a ansiedade e do
a combatividade,
xadrez -e a dureza, em suma,
as decepções do torneio,
levam à competição.
18
3. Há razões bem fundamentadas para acreditar que mortal como nós é um

Bronstein (como nós?), mas um dia desastroso não contemplado no calendáriose num
Gregoriano Bronstein decidiu deixar este pobre mundo absurdo, hesitaçãoumvirá
fantasma
como e sua não
a espectador e pisca para os torneios e para os para
todos
jogadores dejogar
xadrez, quando de laje
partidas rápidas com Tahl com
organizá-los comStein (aiele
carinho elefica
tirará
cansado
a poeira
e fantasma),
dos livros ele virá ele irá
visite a coleção
são amarelados entre suas páginas de
e ele irá procurar
xadrezcuidadosamente
em seu dono
por os carnal,
jogos de
Chigorin Morphy que lhe sãofavoritos.
mais familiares
Então enfrenta
e ele os jogará
e é meiaemvoz,
um leia
de seus tabuleiros
com atenção para
muito possivel
ouvir tangos à meia-noite Gogol deixou-o comemorar e
com um Martini temperado com algumas gotas de uma boa vodca.
Este Senhor de Board, David nasceu para ser Golias, bruxo visionário de Dom
incansável,
Quixote, colocou
bibliotecário Andador
de sobre seus na corda
ombros uma única
bamba e terrível
da Babilônia, atroz a de Gulliver,
maldição:
alquimista
perseguir eternamente o tabuleiro de Damasco.
beleza encontrá-lo e um
Eu nado. Muitos razões bem fundamentadas para acreditar que é mortal, mas são
é
Bronstein e o xadrez, o xadrez de Bronstein, são imortais.
NOTAS
(1) "...Cada um passou sete minutos fazendo os primeiros treze movimentos. Isso causou
impressão de que este fenômeno (falta de tempo) foi descartado nesta reunião.
Mas isso não aconteceu entre o décimo sexto e o vigésimo primeiro movimentos.
conjuntamente duas horas e meia.
Como passaram os minutos? Meditando sobre o destino das peças de xadrez. As brancas gastaram
vinte e quatro, vinte, trinta e quatro e um minutos no décimo sexto, vigésimo, vigésimo primeiro e vigésimo
segundo lances, respectivamente. E as pretas gastaram vinte e quatro, vinte e dois, trinta e zero minutos
no décimo sexto, décimo nono, vigésimo e vigésimo primeiro lances, também respectivamente.
(...) A origem da falta de tempo às vezes deve ser procurada em pequenos fragmentos do jogo.”
(Bronstein, 200 JOGOS ABERTOS)
(2) "Você deve ter visto que muitas vezes penso quinze ou vinte minutos antes
faça a primeira jogada. Talvez o público se pergunte como é possível, qual é a
razão... E a única razão é que é assim que eu toco... como um pintor trabalhando em seu
gráfico. “É assim que eu trabalho e é assim que acredito.”
(Bronstein, AVÓS NO PERFIL , de D. Bjelica)
“Há quatro décadas que frequento o Templo da Arte do Xadrez. Toco piedosamente o peão do rei
branco e o envio com uma oração para explorar o terreno oposto.
E, para pegajosa satisfação dos espectadores, dos boquiabertos, dos correspondentes da imprensa
e até dos professores, mergulho numa meditação letárgica, assim que o rei das tropas inimigas ordena às
suas forças que saiam ao encontro do meu explorador
19
E faço isso por uma razão bem conhecida: como iniciar o ataque, a eterna espada de Dâmocles que
perturbou e dilacerou todas as gerações de jogadores de xadrez."
(Bronstein, 200 JOGOS ABERTOS)
(3) Se alude aqui, arbitrariamente, à partida que um conteúdo transcrito para o leitor curioso: Bronstein-
Korchnoi, Leningrado 1962 (jogo Moscou/Leningrado). 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Ab5 a6 4.Aa4 Cf6 5,00
Cxe4 6.d4 b5 7.Ab3 d5 8.de5 Ae6 9.c3 Ae7 10.Ac2 0-0 11.De2 f5 12.ef6 Axf6 13. Cbd2 Af5 14.Cxe4 Axe4
15.Axe4 de4 16.Dxe4 Dd7 17.Af4 Tae8 18.Dc2 Ah4 19.Ag3 Axg3 20.hg3 Ce5 21.Cxe5 Txe5 22.Tfe1 Td5
23.Tad1 c5 24.a4 Td8 25.Txd5 D xd5 26.ab5 ab5 27.De2 b4 28.cb4 cb4 29.Dg4 b3 30.Th2 Cf7 31.Dg5 Td7
32.f3 h6 33.De3 Td8 34.g4 Th8 35.Db6 Td2 36.Db8 + Th7 37.Te8! Dxf3 38.Th8+ Tg6 39.Txh6+!! (1:0)
(diagrama n° 1)
(4) Max Euwe.
(5) G. Porreca, DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE XADREZ.
(6) 200 JOGOS ABERTOS.
(7) Não faria mal nenhum qualificar um pouco o declínio de Bronstein. Evidentemente, os seus resultados
estão em declínio há muito tempo, mas não esqueçamos que durante os anos sessenta, setenta e mesmo
a década em que nos encontramos, B. ganhou muitos torneios e alcançou colocações finais surpreendentes
em muitos outros.
(8) DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE XADREZ.
(9) “... trata-se de algo (xadrez) que está um pouco, só um pouco, além das possibilidades da mente. Se
fosse mais difícil do que já é ou muito mais fácil, teria desaparecido. não é um jogo, mas também não é uma
ciência. Alguém disse que é uma arte inventada pelo diabo: a mente humana não tem condições de inventar
o xadrez."
(Dr. Rey Ardid, entrevista realizada por HB

Kuperman para EL PAIS, 02/12/83)
(10) BRONSTEIN-ROJAHN, Olimpíada de Moscou, 1956.

Defesa dos caballos (contraataque de Chigorin, segundo B.). 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Ac4 Cf6 4.Cg5 d5
5.ed5 Ca5 6.d3 h6 7.Cf3 e4 (esta é a posição a que se alude, produzida em infinitas ocasiões) (diagrama n°
2) 8.de4!? Cxc4 9.Dd4 Cb6 10.c4 c5 11.Dd3 Ag4 12.Cbd2 Ae7 13,0-0 0-0 14.Ce5 Ah5 15.b3 Cbd7 16.Ab2
Cxe5 17.Axe5 Cd7 18.Ac3 Af6 19.Tae1 Axc3 20.Dxc3 Df6 21.e5 Df5 22.f4 Ag6 23.Ce4 Tab8 24.Df3 Ah7
25.g4 Dg6 26.f5 Db6 27.Dg3 f6 28.e6 Ce5 29.h4 Th8 30.g5 Tbc8 31.Th1 Dd8 32.g6 Axg6 33 .fg6 b5 34.d6
Db6 35.d7 Cxd7 36.ed7 Tcd8 37.Cxf6 Cc6 + 38.Dg2 (1:0)
(11) Um rápido passeio pela produção de B. nos permite extrair o seguinte:

a) Em primeiro lugar, a reintrodução sistemática, na prática magistral, do Gambito do Rei (Kan,
Moscou 1945, Alatorzev, Moscou 1945 - Koblenz, Moscou
1945 - Ragozin, Estocolmo 1948 - Kamischov, Moscou 1948 - Szabo, Moscou 1949 - Lilienthal,
Moscou 1963 - Matanovic, lvkov, Viena 1957 - Lemoine, Munique 1958 - Botvinnik, Moscou 1952 -
Tahl, Riga 1958, etc.).
Dentro do Gambito do Rei, a adoção de diversas linhas incomuns, como, por exemplo, o Gambito
Tartakower (1.e4 e5 2.f4 ef4 3.Be2), ou a variante 3.
20
Cc3 Dh4+ 4.Re2.

b) Na Defesa Petrov (1.e4 e5 2.Cf3 Cf6), após 3.d4 B. jogou 3...d5 (retirado de um
livro antigo, como ele confessa). Seu adversário não era outro senão Stein, que
venceu em 32 lances (Tiflis 1967). c)
Defesa de Dois Cavaleiros.
Na variante que poderíamos chamar de clássica (1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bc4 Cf6 4.Cg5
d5 5.ed5 Na5 6.Bb5 c6 7.dc6 bc6 8.Be2 h6 9.Cf3), após 9.. e4 10.Ce5 Dc7, B. jogou
11.Cg4!?, contra Smyslov (Moscou 1952).
Depois de 4.d4 ed4 5.e5 d5 6.Bb5 Cd7 7,0-0 Be7 8.Te1 0-0 9.Bxc6 bc6 10.Cxd4, B.
introduziu a novidade (?) 10... Cb8?! (contra Liublinsky, Moscou 1963).
d) Evans Gambito.
Contra Sokolsky - um verdadeiro especialista nesta abertura - B. preparou uma
"bomba" que lhe trouxe um zero retumbante: 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bc4 Bc5 4.b4
Bxb4 5.c3 Ba5 6.d4 d6 7 .Db3 Ch6!? (diagrama nº 3) (Kyiv 1944).
Contudo, contra Ragozin (Moscou 1945) a ideia funcionou: 8.Bxh6 gh6 9.Bxf7+ Rf8,
etc. Ragozin abandonou no lance 38. e) Ruy
López, Schliemann-Janish Gambit (1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 f5).
Hoje em dia é moeda comum, depois de ter sido minuciosamente analisada por
Tatai, Florián e alguns enxadristas búlgaros, mas na época em que B. a praticava
estava completamente longe de ser uma práxis magistral. Esta variante foi adotada
contra Szily (Moscou 1949), Jolmov (Moscou 1949), Ravinski (Moscou 1954), Szabo
(Moscou 1956), Nezhmetdinov (Tiflis 1959). B. comentaria mais tarde: "Naqueles
anos me dediquei ao estudo do seguinte problema teórico: qual seria o melhor
procedimento para atacar o peão preto em e5? Enquanto me esforçava para
propagar 2.f4, propus provar que o ataque 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 de Ruy López era
inofensivo. Então descobri o lance 3...f5, que se encaixou perfeitamente no meu
estilo combinativo, e comecei a estudar seriamente a variação." f) Ruy López,
Ataque Difícil (1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 d6 5.c4). Contra Kaiem,
Dniepropetrovsk 1939. g) Ruy
López, variante 3... a6 4.Ba4 Cf6 5,0-0 Be7 6.Te1 b5 7.Bb3 0-0 8.d4 d6 9.c3 Bg4.
Nesta linha anti-Marshall geralmente é jogado 10.Be3 ou 10.d5. Contra Keres
(Budapeste 1950) B. jogou 10.h3!? e depois de 10... Bxf3 11.Dxf3 ed4 12.Dd1! dc3
13.Cxc3, ele conseguiu um bom ataque em troca do peão, marcando uma bela
vitória. h)
Ruy López, Ataque Worrall (3... a6 4.Ba4 Cf6 5.Qe2).
Contra Ulvestad, Moscou 1946 e Chistiakov, Moscou
1947). (i) Defesa Caro-Kann. Variante 1.e4 c6 2.d4 d5 3.Cc3 de4 4.Cxe4 Cf6 5.Cxf6+.
Aqui, das duas capturas possíveis, 5...gf6 é jogado com frequência nos últimos
anos, mas B. utilizou-o sistematicamente na década de 1950, conseguindo muitas
vitórias brilhantes. j) Defesa
Alekhine, Quatro Peões.
Bronstein-Rudakovski, Moscú 1945: 1.e4 Cf6 2.e5 Cd5 3.d4 d6 4.c4 Cb6 5.f4 de5
6.fe5 Cc6 7.Ae3 Af5 8.Cc3 e6 9.Ae2 Ae7 10.Cf3 00 11,00 f6 12 .ef6 Cxf6 13.Dd2
Te7 14.Tad1 Tad8 15.Dc1 Ag6 16.Th1!...
Bronstein-Ljubojevic, Petrópolis 1973: 1.e4 Cf6 2.e5 Cd5 3.d4 d6 4.c4 Cb6 5.f4 de5
6.fe5 c5 7.d5 e6 8.Cc3 ed5 9.cd5 c4 10.Cf3 Ag4 11.Dd4 !... k)
Siciliana, Najdorf.
Depois de 1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 cd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 a6 6.Bg5 e6 7.Df3 Cbd7
8.0-0 Dc7, B., contra o próprio Najdorf (!) introduziu a novidade 9. Dg3! (Buenos
Aires 1954).
l) Ataque Siciliano, Dragão, Iugoslavo.
21
O jogo Bronstein-Parma, no torneio internacional de Moscou de 1971, teve o seguinte

desenvolvimento: 1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 cd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 g6 6.Be3 Bg7 7.f3 0-0 8. Dd2 Cc6
9.Bc4 Bd7 10.Bb3 Qa5 11,0-0-0 Tfc8 12.h4 Ce5 13.h5 Cxh5,
posição bem conhecida até agora, mas B., como dizem os argentinos, "trouxe o
faca debaixo do poncho": 14.Cd5!, uma novidade eficaz, que continua a resistir como
quero atacar (diagrama #4)
m) Gambito da Rainha. Eslavo.
Em Budapeste 1950, Bronstein jogou contra Kotov, após 1.d4 d5 2.c4 e6
3.Cc3 c6 4.e4! a fin de imprimir dinamismo a esta abertura.
Eslava, Merano.
Bronstein-Loevenfish, Moscú 1947: 1.d4 d5 2.Cf3 Cf6 3.c4 c6 4.e3 e6 5.Ad3 dc4
6.Axc4 Cbd7 7.Cc3 b5 8.Ad3 a6 9.e4 c5 10.e5 cd4 11.Ce4!? (agora se preferir
11.Cxb5, mas o salto de B. não deve ser descartado).
n) Defesa Nimzo-Indiana.
No lnterzonal de Gotemburgo 1955, introdujo B., ante Keres, um importante não-vedad: 1.d4 Cf6
2.c4 e6 3.Cc3 Ab4 4.e3 c5 5.Ad3 b6 6.Ce2!
Sem dúvida resta muito mais no baú de B., mas para não despertar a ira do editor encerramos esta nota.
(13) Bronstein, CONSIDERAÇÕES SUBJETIVAS SOBRE O XADREZ, não publicado em espanhol.
(14) Existem numerosos exemplos da obsessão de B. com o tempo das jogadas.

O último que conhecemos é o artigo publicado pelo "lzvestia", a respeito do jogo Karpov-Yusupov, do último
Campeonato Soviético (50º, Moscou, abril de 1983).
(16) Neste sentido, gostaria de recomendar uma leitura atenta da introdução ao

itens 152, 154 e 185, que poderiam servir de ponto de partida para um projeto
reflexão sobre o xadrez.
DIAGRAMAS
22
(1) (3)
(2) (4)
23
ZURICH 1953 - CANDIDATOS
PRIMEIRO ROUND
1. Szabo-Geller 2. 0-1
Najdorf-Reshevsky 3. ½-½
Petrosian-Keres 4. ½-½
Averbaj-Smyslov 5. ½-½
Taimanov-Bronstein 6. 0-1
Euwe-Kotov 7. 1-0
Stahlberg-Boleslavsky ½-½
Descansado: Gligórico
Jogo #1 nos quadrados pretos é ocupá-los com as

próprias forças, para o que
Durante muito tempo suspeitei que a As peças do adversário nas casas brancas
questão da fraqueza dos quadrados pretos e devem ser atacadas.
dos ataques aos quadrados pretos que O jogo Szabo-Geller é um dos exemplos
frequentemente encontrava nos livros eram mais gráficos da exploração das fraquezas
incompreensíveis não só para mim, mas das casas pretas e a combinação que as
também para os próprios autores desses pretas permitem com o seu 24º lance é
livros. Pela minha parte, resumi a questão de digna de inclusão numa antologia: tudo
uma forma prática, dizendo a mim mesmo acontece nas caixas brancas.
que as casas pretas do meu adversário
eram fracas quando as suas peças eram
colocadas em casas brancas e ele não tinha Abertura Catalã
o bispo da casa preta. Mas se as peças dele
não estivessem nas casas pretas, o que eu L. Szabo Y. Geller
poderia atacar? 1.c4 ¤f6
2.g3 e6
3.¥g2 d5
Foi assim que raciocinei até que um
4.d4 dxc4
dia acordei com a ideia de que a fraqueza
nas casas pretas significava que as peças 5.£a4+ ¤bd7
nas casas brancas eram igualmente fracas. 6.¤f3 a6
Da mesma forma, as fraquezas nos 7.£xc4 b5
quadrados brancos implicam que as peças 8.£c6
que ocupam os quadrados pretos são fracas,
como pode ser entendido no jogo Szabo concebe um plano para
GellerNajdorf da 13ª rodada. A chave para enfraquecer as casas pretas do adversário
o ataque e assim inicia uma manobra sutil para
provocar a troca de bispos.
24
quadrados pretos, a fim de aumentar o 22.a3 ¤d5

domínio desses quadrados.
Geller entende que a pressão
8. ... ¦b8 posicional das brancas pode se tornar
9.¥f4 ¤d5 muito perigosa se ele conseguir alcançar
10.¥g5 ¥e7 a sétima fileira ou instalar um cavalo em
11.¥xe7 £xe7 c5. Ele decide, consequentemente,
12,0– ¥b7 complicar o jogo, ao mesmo tempo que
0 c5 evita ambas as ameaças.
13.£c2 ¤xc5 23.£d4 f6
¦c8 24.¤e1 e5
14.dxc5 15.¦c1 16.¤c3
¤f6 25.£c5
Uma continuação consistente,
embora sem graça. Muito mais enérgico
foi 25.Da7!, mantendo o controle das
casas pretas e atacando as peças pretas
instaladas nas casas de cor oposta. As
pretas não conseguiram expulsar a
dama branca com 25...
Ta8, para o óbvio 26.Bxd5+, e se 25...
Rf8, então 26.Cd3 Ta8 27.Dc5, ocupando
a casa desejada após a troca de damas.
Um erro imperceptível, mas grave: Finalmente, se 25...Td7, uma pequena
as pretas removem uma peça do centro combinação elegante seria possível:
da ação. O lance 16... Cf6 permite uma 26.Dxb7! e, se a rainha for capturada,
possibilidade interessante, baseada na 27.Bxd5+, seguido por Tc8+ levaria à
proteção insuficiente da torre da rainha aniquilação total das forças pretas.
preta: 17.Cxb5 ab5 18.
b4. Szabo, no entanto, continua o Talvez as pretas pretendessem
desenvolvimento do seu plano, para fixar responder a 25.Da7 com 25...e4, e se
os peões a6 e b5 nessas mesmas casas 26.Bxe4, não 26...Cf4 (que seria refutado
brancas. Muito melhor teria sido 16...Cb6, com 21.Bf3), mas 26...Dxe4 27.Dxb7
aumentando o controle das Pretas sobre Dxe2, com jogo incerto. Sem
c4 e tornando a resposta das Brancas Porém, depois de 25...e4, o bispo branco
b4 mais difícil. poderia abandonar a diagonal bloqueada
pela adjacente (26. Bh3),
17.b4 ¤a4 onde estaria bem localizado.
18.£b3 ¤xc3
19.¦xc3 ¦xc3 £xc5
20.£xc3 0– 25. ...26.bxc5
21.¦c1 0 ¦d8
As brancas, com 26.Txc5,
Geller não pode lutar pela coluna manteriam clara superioridade no final
"c". Depois de 21...Tc8, as brancas do jogo, mas Szabo provavelmente
simplesmente capturam a torre: pensou que poderia forçar a vitória
22.Dxc8+ Bxc8 23.Txc8+ Ce8 24. combinando a imobilização do cavalo
Ce5! não há como evitar 25. Bc6. com a ameaça de avançar o peão-c. As
25
As pretas, no entanto, conseguiram encontrar 40.¤e4 ¦c4

a manobra defensiva Td7-e7-d7. 41.f3
42.¤f2 f5
26. ... ¥c6 43.¤d1
27.¦d1 ¦d7
44.fxe4 ¦a4
28.¥h3 ¦e7
45.¦b3 e4
29.¤c2 a5
46.¢c1 fxe4 ¦d4+ b4
30.¥g2 ¦d7
31.¥h3 ¦e7 O plano das pretas é simples: pegar um
32.¢f1 peão passado e levá-lo para a casa de promoção.
As brancas não podem mais oferecer resistência
Szabo desdenha a repetição de jogadas, séria.
apesar de sua posição não ser superior. Tais
erros de julgamento são comuns a todos os 47.¤e3 ¤c3 ¤xe2+
jogadores de xadrez, iniciantes ou grandes 49.¢b1 48.axb4
mestres. Perder a objetividade ao julgar uma ¥a4
posição equivale a perder o jogo. 50.¦b2 ¤c3+
51.¢c1 axb4
52.¦d2 ¦xd2
53.¢xd2 ¢d6
54.¤g4 ¢c5
55.h4 ¢d4
56.h5 gxh5
57.¤e3 ¤b1+
58.¢e2 ¥b5+
59.¢f2 b3.
Rendição dos brancos
Jogo #2
32. ... ¢f7
33.¢e1 Defesa NimzoIndia
Esta foi a última chance das brancas M. Najdorf S. Reshevsky

forçarem um empate, com Bg2-
h3. 1.d4 ¤f6
2.c4 e6
33. ... ¦c7 3.¤c3 ¥b4
34.¦d3 ¥b7 4.e3 ...
Agora as brancas perdem seu peão "c" O inventor desta abertura, Grão-Mestre
Aaron Nimzovich, dificilmente poderia ter
35.¤e3 ¦xc5 imaginado que trinta anos depois os mestres
ainda não teriam sido capazes de responder à
36.¤f5 ¥c6
questão básica, nomeadamente, se 4.a3, forçar
37.¤d6+ ¢f8
o bispo a mostrar as suas intenções é uma boa
38.¥g2 g6 ou mal movimento. Para ter certeza
39.¢d2 ¢e7
26
isso é bom, então não faria sentido assim que o peão "e" avançar.
procurar inutilmente a vantagem noutras Neste jogo Reshevsky combina
variantes. ambas as ideias para as Pretas e obtém
uma localização favorável para as suas
4. ... c5 peças, enquanto Najdorf luta em vão
para executar os seus planos.
Nimzovich nunca ocupou esta casa
com um peão: ele esperava que após a
troca em c3, dobrando os peões brancos, 11.a4 ...
ele pudesse, mais cedo ou mais tarde,
forçar o avanço das brancas para d5 e, De todas as continuações possíveis
se assim fosse, instalaria um cavalo em c5. e habituais aqui, esta parece a menos
Desde então tem chovido muito. Os lógica, porque resolve apenas parte do
jogadores de hoje não estão convencidos problema: o desenvolvimento da rainha
de que seja possível explorar os peões bispo e, mesmo assim, para uma posição
dobrados a longo prazo, por isso uma que está longe do ideal. Como o peão c
das ideias modernas básicas nesta preto pode ser perfeitamente protegido,
abertura consiste num contra-ataque o bispo branco não será muito eficaz.
imediato no centro, por todos os meios Por outro lado, o peão branco isolado
possíveis. em a4 também não contribui para
melhorar a posição deste lado.
5.¥d3 0–
6.¤f3 0
7,0– d5 11. ... b6
0 ¤c6 ¥xc3 12.¥a3 ¥ b7
8.a3 dxc4 13.¥e2 ¦fd8
9.bxc3 10.¥xc4 £c7 14.£c2 ¤a5
15.dxc5 bxc5
Uma posição tão conhecida e 16.c4 ¥e4
estudada hoje como foram as jogadas 17.£c3 ¦ab8
de Muzio e Evans na sua época.
Quais são as principais
características desta posição e as
considerações básicas que determinam
os planos de ambos os lados?
As peças e peões brancos parecem
ter uma grande quantidade de energia
potencial, que poderia ser transformada
em energia cinética avançando os peões
centrais e ativando as torres e o bispo
da rainha restrito. O plano mais lógico é
jogar e4 e e5, de forma a deslocar o
cavalo preto de f6 e assim criar as Uma nova fraqueza surgiu no
condições necessárias para um ataque campo das brancas: b5 permanecerá
à ala de rei. definitivamente no poder das pretas,
As pretas, por sua vez, poderiam uma vez que as brancas não podem
impedir o avanço do peão do rei branco jogar Tab1 e, por outro lado, Cd2 não seria favoráve
ou atacar o centro inimigo,
cuja estabilidade seria reduzida 18.¦fd1 ¦xd1+
27
19.¦xd1 ¥c6 32.Dxd8+ Dg8 33.Df6+. Se o preto

não teria capturado o peão-a em
As pretas iniciam um jogo seu 25º movimento e, em vez disso, fez
cerco organizado ao peão "a" branco. 25...e5, depois 26. Dc2, seguido por
Dg6, deve levar a um xeque perpétuo.
20.£c2
21.h3 h6¤b3 As brancas teriam maiores problemas se
jogassem Reshevsky 24...Bxa4, em vez de...Cb6,
As Pretas não têm tempo para levar o seu
mantendo o cavalo no bolso para uma possível
cavalo para b6. Se 21... Cd7 22.
defesa da ala do rei. Nesse caso, 25.
Ab2 Cb6 23. Dc3, amenazando g7 e a5.
Cg4 não teria sido tão eficaz, para 25...e5, e se

22.¥b2 ¤d7 26.Dc2 Cf8.
23.£c3 f6 Outra possibilidade, depois de 24...
Cb6 25.Cg4, é 25....Cd4, e se, por exemplo,
As pretas venceram estrategicamente o 26.ed4 Cxa4, etc. O objetivo de 25...Cd4 é
jogo: o peão "a" está perdido e o par de bispos fechar a diagonal c3-f6, evitando assim Cxf6+ e
não pode entrar em jogo de forma eficaz. Numa Dxf6.
situação tão difícil, Najdorf usa o melhor da sua Naturalmente, era impossível calcular todas
posição numa tentativa desesperada de salvá-la essas variantes em uma crise de tempo, então
através de meios táticos. Reshevsky preferiu oferecer tabelas.
Jogo #3
24.¤h2 ...
Abertura em Inglês
À medida que as pressões do tempo se
aproximam, há menos espaço para a estratégia T. Petrosian P. Procurando
do que para a táctica.

1.c4 c5
24. ... ¤b6 2.¤f3 ¤f6
3.d4 cxd4
Como as brancas podem se defender 4.¤xd4 e6
contra a ameaça Cxa4? Não há defesa, mas
5.g3 d5
Najdorf não precisou se esforçar para encontrá-
6.¥g2 e5
la, já que Reshevsky, faltando quatro minutos
para o fim dos 16 lances restantes, ofereceu-
lhe o empate. Aparentemente, ele não conseguiu
calcular as consequências do 25.
Cg4 Cxa4 26.Cxf6 + gf6 27.Dxf6. Imediatamente

após a partida e posteriormente em seus
comentários sobre ela, Najdorf mostrou que
empatou: 27...Cxb2 28.Bg4 e xeque perpétuo
por meio de Bxe6+ e Bf5+. Uma variante curiosa
é: 28...Dg7 29.
Axe6+ Th7 30.Af5+ Th8 31.Td8+ Txd8

O jogo ativo de Keres no
28
a abertura contrasta com a passiva do seu pressão no pino do cavaleiro branco. Com o
oponente. A possibilidade tática 7.Cf3 d4 seu próximo movimento - por outro lado, óbvio
8.Cxe5? Da5+ permite Keres - as brancas reduzem a importância da base
obter dois peões centrais fortes que estão de operações projetada das pretas praticamente
apenas esperando a oportunidade de a zero. O peão bloqueado em d4 frustra o
avançar.
bispo e o DT, que tinham grandes esperanças
de empurrar o bispo para d1. Este jato de
7.¤c2
água fria poderia ter sido evitado ao custo de
8,0– d4 um peão, com 14...d3, o que levaria a um jogo
0 ¤c6 ¥g4 muito promissor para as Pretas.
9.¤d2 10.¤f3 a5
É hora de pensar no roque e no

desenvolvimento das torres, para apoiar o
avanço dos peões. O tentador plano de roque 15.¤d3 ¥e7
longo, baseado em 10... Bxf3 11.Bxf3 e4 12.Bg2 16.h3 ¥xf3
h6 13.
b3 Dd7 14.Bb2 0-0-0, não funcionaria porque As pretas não podem capturar o peão-h
as brancas, no lance 11, podem capturar o porque, depois de 16... Bxh3 17.
bispo com o peão, que mais tarde seria Bxh3 Dxh3 18.Cdxe5 Cxe5 19. Cxe5, eles
avançado para f4, quebrando o centro preto. O perdem seu peão-d ou o direito de rocar. Por
movimento textual impede o avanço b4 das outro lado, o bispo não pode recuar para h5,
brancas. devido a 17.Cxd4!
cas.
17.£xf3 £xc4
11.¥g5 ¥c5 18.¦fc1 £e6
As pretas criam a ameaça e4, mas as
brancas encontram uma maneira de impedir o
avanço. Depois de 11... Bxe7! o bloqueio não
seria possível, então as brancas seriam
forçadas a mudar para f6 para evitar o avanço
mencionado.
12.e4
13.¥xf6 h6
14.¤ce1 £xf6 £e6
19.£f5
O ponto d4 é, sem dúvida, o mais
importante da posição: por ele deve passar a A chave elegante e conclusiva do sistema
ação do bispo do rei preto contra o rei branco defensivo branco. As pretas estão perdidas se
e de uma torre preta contra a rainha branca. trocarem damas e continuarem com f6:
Um cavalo preto na mesma casa poderia 19...Dxf5 20.
restringir o jogo da dama branca, bloqueando ef5 f6 21.Txc6! bc6 22.Axc6+ Tf7 23.
nada menos que quatro de suas casas, e Ad5+ e o TD é capturado. Se as pretas
também poderia aumentar o defenderem seu peão com o bispo, as brancas
ganham uma vantagem posicional.
Se 19...Dd6 20.f4 g6 21.fe5, ou também
29
20.Tc5. A Defesa Chigorin de Ruy López é

convidada frequente nos torneios atuais, mas
19... ¥d6 em Zurique
20.£xe6+ fxe6 Foi jogado apenas seis vezes. As brancas
21.a3 ¢d7 concentram suas forças para um ataque na ala
22.¥f1 a4 de rei, mas esse ataque dificilmente se concretiza
23.¤e1 ¦a5 porque os mestres de hoje sabem como
24.¦c2 ¦c8 contrariar as intenções ofensivas das brancas.
Por esta razão, não é estranho que nos torneios
25.¦ac1 ¤a7
recentes a maioria dos jogos disputados com
26.¦xc8 ¤xc8
esta variante terminem empatados.
27.¥c4 ¥e7
Estamos perante uma posição de empate

clara: o cavalo branco regressa a d3 e as Pretas 12.¤bd2 ¥d7
não conseguem progredir. Keres continua o 13.¤f1 ¦fe8
jogo até o lance 41 e adia para tentar procurar
14.¤e3 ¥f8
possíveis possibilidades escondidas.
15.¥d2 g6
16.¦c1 ...
É difícil estabelecer uma ligação entre os

28.¤d3 ¤d6 29.f3 ¤xc4 30.¦xc4 ¥d6
dois últimos movimentos das brancas e o seu
31.¢f2 ¦a6 32.¢e2 g5 33.¢d1 plano estratégico: o bispo (d2) e a torre (c1) não
¦a8 34.¢e2 h5 35.¦c1 ¦h8 36.¦h1 estão mais activos do que estavam nas suas
h4 37.g4 b5 38.¦c1 ¦b8 39.¢d1 posições originais.
¦b6 40.¦c2 ¦b8 41.¦c1 ¦c8 Após a perda de dois tempos, as brancas não
têm mais chances reais na ala de rei. Tendo
O empate foi acertado, sem retomada decidido o jogo por peça neste setor, Averbaj
do jogo. não quer correr o risco de avançar o seu peão-g.
Jogo #4
16. ... ¤c6
Abertura Ruy López
17. dxc5 dxc5
18. ¤h2 ¦ad8
Y. Averbaj V. Smyslov
19. £f3 ¥g7
1.e4 e5 20. ¦ed1 ¥e6
2.¤f3 ¤c6 21. ¥b1 £e7
3.¥b5 a6
Na primeira rodada geralmente não há
4.¥a4 ¤f6
derramamento de sangue excessivo. Até agora,
5,0– ¥e7
nenhuma peça ultrapassou os limites do seu
0 b5
território. Cada oponente mantém o cenário de
6.¦e1 d6 suas ações o mais secreto possível.
0–0
¤a5
7.¥b3 c5
8.c3 9.h3 10.¥c2 11.d4
£c7 22.¤hg4 ¤xg4
30
Ele estava pensando em responder 30...Rf8,

mas no último momento percebeu que tal lance
seria seguido pelo terrível golpe 31.Bxc5!, com
a dama vencendo.
Ele teve, portanto, de se livrar do rei-bispo, o
que, em outras circunstâncias, poderia ser fatal.
30. ... ¥xh6

31.¥xh6 bxc3
32.£xc3 ¤d4
23.¤xg4 ... Pranchas. O cavalo preto centralizado
compensa amplamente a forte posição do bispo
As pretas responderiam a 23.hg4 com
23...Dh4. em h6.
¤a5 Jogo #5
¤c6
¦xd1+ É difícil ser objetivo ao observar os próprios
¦d8 jogos. As variantes que favorecem o comentador
¦d7 são sempre interessantes - analisam-se com
muita vontade e com um certo aprofundamento
23. ...24.b3 25.¥e3b4
26.£xd1 27.£f3 28.¦d1
- mas as variantes que favorecem o adversário
Como consequência do jogo calmo das são, regra geral, pouco claras. Geralmente se
brancas, as pretas ganharam uma pequena busca (e normalmente se encontra) justificativa
vantagem. Este lado tenta agora ocupar d4 com para os próprios erros, enquanto os do adversário
o seu cavalo. Outro plano que merece parecem naturais e, portanto, não necessitam
consideração seria o avanço do peão “c”, e de explicação... Por esse motivo, é necessário
neste sentido 28...a5 não parece ruim. estabelecer, antes de iniciar os comentários
sobre o meu jogo, que os negros não levam
vantagem até praticamente o fim. As brancas
perdem o jogo por uma razão psicológica: não
29.¦xd7 conseguem pesar as possibilidades recíprocas
no momento crítico e jogam com ambição
quando deveriam estar pensando no empate.
Tentarei, de minha parte, esclarecer as razões
puramente enxadrísticas da luta.
Defesa indiana de Rei (*)

29. ... ¥xd7
30.¤h6+ ... M. Taimanov D. Bronstein
Smyslov não temeu esse cheque, 1.d4 ¤f6

31
2.c4 c5 7.¤f3 0–
3.d5 g6 8.¥e2 0 a6
4.¤c3 d6
5.e4 b5 Até este ponto há sempre a esperança
de recuperar o peão de alguma forma. Agora,
(*) Atualmente este sistema é considerado porém, é um verdadeiro sacrifício.
uma abertura independente: o Volga
Gambit ou Benkö. Bronstein, por outro
lado, estima que seja uma variante da
9.bxa6 ¥xa6
King's Indian Defense. (NdT)
10,0–0 ...
O que as pretas ganham sacrificando
um peão? Em primeiro lugar, eles enfraquecem Numa ocasião, tive, com White, uma
a cunha da cadeia de peões das brancas (d5) posição semelhante contra Lun-din (Estocolmo,
e, em segundo lugar, após o inevitável... a6, 1948). Nessa partida troquei bispos e as Pretas
seguido pelo ba6 das brancas, eles obtêm uma retomaram com o cavalo, que ele então
boa diagonal (a6-f1) para seu AD, que teria conduziu para d4, via c7 e b5. Considerando
menos jogo em a diagonal c8-h3. que esta manobra é muito lenta, preferi
capturar com a torre na partida atual, com a
Outros fatores a favor do sacrifício são as duas intenção de desenvolver o CD via d7-b6 e
colunas semiabertas, que concedem jogo ativo instalá-lo em a4, para trocá-lo pelo c3 branco
e assim enfraquecer a defesa dos peões a2 e
às pretas, que podem assim pressionar os
peões "a" e "b", e o bispo preto também não b2.
pode ser ignorado. pois ao manter o peão e7
em sua casa inicial, o poder deste bispo é
temível. Uma ideia estratégica interessante
aqui, inerente a outras variantes do King's 10. ... £c7
Indian, é o desenvolvimento do DT sem ter 11.¦e1 ¤bd7
sido movido. 12.¥xa6 ¦xa6
13.£e2 ...
É claro que existem aspectos negativos

no sacrifício, entre os quais a perda de um
peão é o menos importante. Por outro lado, se
as brancas conseguirem eliminar
progressivamente as dificuldades, poderão
chegar a um final com possibilidades de
vitória. Por esse motivo, a variante só foi
utilizada uma vez neste grande torneio.
Por que eu joguei? Bom, não gostei de começar

o torneio com uma defesa longa, na qual as Taimanov planeja jogar e5 para deslocar
pretas estavam condenadas antecipadamente a posição das pretas, mas esse movimento
a uma árdua luta pela igualdade.
não será taticamente possível.
Em vez de Re1 e Qe2, o plano Bf4 e Qd2
ofereceu mais possibilidades, seguido,
6.cxb5 ¥g7 eventualmente, pela colocação
32
das torres em c1 e b1, com a evacuação gradual

das peças e peões da grande diagonal das
casas pretas.
Poderá então ser altura de preparar b4 e
começar a materialização do peão extra. Foi
assim que joguei contra o Lundin e ainda
acredito que é o plano certo.
¦fa8
13. ...14.h3 ... A superioridade das Pretas no final do
jogo baseia-se no facto do peão ancorado em
Taimanov não está satisfeito com 14.e5, e7 ser facilmente defensável, uma vez que
devido a 14...de5 15.Cxe5 16.Dxe5 Dxe5 está na retaguarda. Os peões brancos em c3 e
17.Txe5 Rf8. e4 constituem, por sua vez, excelentes alvos
para as torres pretas. Se o peão “e” fosse
14. ... ¤b6 avançado, o ponto d5 também seria
¤e8 enfraquecido. As pequenas análises que se
15.¥g5
seguem apoiam estes conceitos: 21.Qxa6
16.¥d2 ...
T8xa6 22.
Mais uma vez não foi bom 16.e5, pois Te2 Cf6, o 22. Tab1 Txa2 23. Tb8 Ta8 24.
16...de5 17.Cxe5 f6. Mas não foi necessário Teb1 Ra1. Taimanov evita sabiamente a troca
destituir o bispo. 16.a3 parecia melhor, de damas em a6 e deve continuar a evitá-la
oferecendo às Pretas uma mais tarde.
peão para mudar os bispos
de quadrados pretos: 16...Bxc3 17.bc3 21.£d2 ¦xa2
Txa3 18.Tac1. Os negros continuariam 22.¦xa2 £xa2
ativo na ala da dama, mas seu 23.e5 ...
o rei se veria cercado por perigosos
pontos fracos nos quadrados pretos. White superestima seu
no final, porque, simplesmente, não valorizaram
16. ... ¤a4 a força da resposta das Pretas no lance 24.
17.¤xa4 ¦xa4
18.¥c3 ¥xc3
23. ... £xd2
Não gostei de capturar em a2 porque as
24.¤xd2 ...
brancas alcançariam seu objetivo: 18...Txa2?
19.Txa2 Txa2 20.
e5 e as pretas não têm nada para atacar na ala
de dama, enquanto as brancas começam a criar
ameaças no centro.
19.bxc3 £a5
20.£d3 £a6
33
24. ... "c" perde seu peão "f", e a tentativa de

25.¦xe5 dxe5¢f8 ganhar o peão preto "h" é punida da
seguinte forma: 34.Txc4 Txf2 35.Cxh7+
As pretas têm um peão fraco em c5 e Rg7 36.Cg5 Txg2+ 37.Rxg2 Ce3+ e a
o que as brancas deveriam fazer é garantir finalização do cavalo é ganha para as
um empate teórico, por exemplo, trocando pretas uns.
cavalos e cedendo seus dois peões na asa
34. ... ¤b6
da rainha pelo peão c5, já que o final das
35.¦d8+ ¢g7
torres resultante de quatro peões contra
três no mesmo flanco geralmente não 36.f4 h6
podem ser inclinados. 37.¤e6+ ¢f7
38.¤d4 ¤a4
Embora também seja verdade que tudo 39.¦c8 ¤xc3
isso não seria tão fácil. 40.¦xc4 ...
26.¤b3
Se não houvesse cavalos, o final seria
O Grão Mestre Taimanov está muito um empate, mas o cavalo preto é melhor
otimista. Depois de superar suas maiores que o seu homólogo.
dificuldades, você acha que o peão pode ¤d5
simplesmente vencer? 40...41.¤f3 ...
Agora os riscos de perder com 26.Rf1
seriam mitigados. Defenda o peão-f, mas...
26. ... c4 41. ... ¦xg2+ 42.¢h1 ¦f2
27.¤c5 ¦a1+
28.¢h2 ¤f6! As brancas se rendem.
Desta forma a ameaça Cd7+ é

Jogo #6
neutralizada e o plano é atacar o peão c3.
Em breve ficará claro que as Pretas também Defesa indiana de Rei
podem atacar os peões da ala de rei das
Brancas, através da sua poderosa torre, M. Euwe A. Kotov
infiltrada atrás das linhas inimigas. 1.d4 ¤f6
2.c4 c5
29.¤e4 ¤d7 3.d5 e6
30.¦g5 ¦a2 4.¤c3 exd5
31.¦g4 ... 5.cxd5 d6
6.¤f3 g6
As brancas estão prestes a perder 7.g3 ¥g7
seu cavalo. Se 31.Rg3 f5; ou se 31.Rg1, 8.¥g2 0–0
então 31...Te2 32.Cg3 Te1+ 9,0–0 a6
33.Th2 f5.
31. ... f5 O sistema de desenvolvimento
32.¦f4 ¤b6 escolhido pelas pretas não é posicionalmente
33.¤g5 ¤xd5 ideal, mas tem seus bons triunfos: a coluna
34.¦d4 ... "e" semiaberta, boas diagonais para seus
bispos e três peões contra dois na ala de
Se as brancas capturarem o peão dama.
34
Por outro lado, as brancas costumam (d7) em c4, via e5, ou jogue... c4, seguido
colocar um cavalo em c4, estabelecendo por... Cc5.
assim pressão contra d6, ponto-chave da
fortaleza inimiga. Neste jogo, Euwe decide 18.£b3 ...
lutar na ala da dama e se esforça para
Tornando o plano negro difícil. As
criar pontos fracos ali, para ali instalar
brancas não estão preocupadas com a
suas próprias peças. O jogo torna-se
perda de seu peão e2, devido ao ataque
interessante mais tarde, pelo carácter
compensatório que teriam nas casas
agressivo que ambos os adversários lhe
pretas. Por exemplo: 18... Bxc3 19.Dxc3
conferem. Bxe2 20.Tfe1 Bb5 21.Bh6 f6
22.Te6; ou antes de 22.b3, com a ameaça
Te6.
10.a4 ¤bd7
11.¤d2 ... 18. ... ¤f6
Uma manobra típica nesta posição: As Pretas tiveram o lance forte 18...
as brancas levam seu cavalo para c4 (*) e
Tab8, especulando com a posição insegura
jogam a5 para neutralizar a maioria dos da dama branca. Por exemplo: 19.Cxb5
peões adversários na ala da dama, ab5 20. Cc6 Tb7 e 21.Dxb5 não é possível
bloqueando-os. Se as Pretas jogarem...b5, por causa de 21...
as Brancas podem jogar seu cavalo para Cxd5. Além disso, a ameaça...c4 seria
a casa a5 e eventualmente instalá-lo em mais forte com a torre em b8. O plano
c6.
escolhido pelas Pretas é menos eficaz.
(*) Esta manobra do cavalo do rei branco Envolve o sacrifício da qualidade para
que, via d2, se instala em c4 é conhecida, criar complicações.
como muitos leitores sabem, pelo nome
de “Nimzovich Pirouette”. (NdT) 19.¦fc1 ¥d7
20.£d1 ...
11. ... ¦e8
12.a5 b5 As brancas preparam o ataque
13.axb6 ¤xb6 muito forte b4, mas as pretas evitam isso
14.¤b3 £c7 desistindo de sua torre.
15.¤a5 ¥d7 ¦xe3
16.h3 ¥b5 ¥h6
17.¥e3 ¤fd7 ¦e8
¦xe3
...23.¢h2 24.£xa6
20. ...21.fxe3 22.£d3
As pretas ativam suas peças.

Agora eles planejam instalar seu cavalo
35
24. ... ¦e5

25.¦f1 ¥c8
26.£b5 ¥d7
27.¤c6 ¢g7
Nem agora nem no próximo movimento o

peão-d5 pode ser capturado. Se 27....Cbxd5, as
brancas trocam duas peças e depois verificam
com o cavalo em e7.
Há quinze anos, o Índio do Rei só era

28.¦a6 ¤c8 praticado por jogadores que queriam evitar o
29.£b8 £xb8 jogo passivo e as conhecidas variantes teóricas
30.¤xb8 ¥f5 do Gambito da Dama. Fora da União Soviética
raramente era usado. Acho que seria suficiente
31.¦c6 ¦e8
dizer que recentemente - no torneio do
32.e4 ¥d7
Campeonato Mundial de 1948 - apenas duas
33.e5 ¦xe5
Índias Reis foram disputadas em um total de
34.¤xd7 ¤xd7
cinquenta jogos.
35.¦xc8 ¦e3
36.¦c6 ¤e5
37.¦xd6 ¦d3
No torneio de Zurique, porém, um terço das
38.¦d1 ¦e3
partidas que começaram com 1.d4 foram
39.¦c6. respondidas com a Índia do Rei e hoje em dia os
O preto se rende. jogadores estrangeiros recorrem a ela tanto
quanto nós.
Jogo #7 A posição mostrada no diagrama é bem

conhecida pela teoria, sendo o último movimento
um dos mais modernos. As brancas pretendem
Defesa indiana de Rei
desenvolver seu AD para e3, mas primeiro elas
devem reforçar seu peão-e.
G. Stahlberg eu. Boleslavsky
É verdade que o cavalo em d4 está
1.d4 ¤f6 indefeso no momento, e que as pretas poderiam
2.c4 g6 ganhar o peão-e4 com 12...Cfxe4 13.Cxe4 Bxd4,
3.g3 ¥g7 mas agora as brancas jogariam e poderiam
4.¥g2 0–0 controlar f6: 14.Bg5 Dd7 15.Cf6+ Bxf6 16.Bxf6
5.¤c3 d6 e, o que é pior, privariam as pretas de seu bispo
6.¤f3 ¤bd7 "indiano". Sem este bispo todo o sistema preto
7,0– e5 não teria sentido e o peão extra não resolveria
os problemas deste lado. As poucas tentativas
0 ¦e8
de provar o contrário terminaram catastroficamente
8.e4 exd4
para as nações.
9.h3 ¤c5
10.¤xd4 a5
11.¦e1 12.£c2 ...
36
grama Esta é a razão pela qual ninguém mais 16.¥f2 ¤b6

se sente tentado a capturar o peão-e4. 17.¥f1 ¥d7
18.a3 ...
12.... a4
13.¥e3 c6 Stahlberg decide salvaguardar a sua
14.¦ad1 ¤fd7 posição de uma vez por todas, impedindo o
avanço do peão-a preto.
A Índia de King é caracterizada por A desvantagem desta decisão é que a casa b3
intensos combates em todas as frentes. O fica desprotegida, mas, por outro lado, os
sistema escolhido pelas Brancas no presente peões "a" e "b", bem como o cavalo em c3 são
jogo garante-lhe uma considerável vantagem reforçados.
espacial, não só no centro, mas também na
ala do rei. A próxima fase do jogo ÿ
até aproximadamente mover 30
O leitor deve, entretanto, ser alertado
ÿ consiste num jogo de manobras cuidadosas
para não tirar conclusões errôneas. A tarefa
com as quais ambos os lados tentam sondar
das Brancas de transformar a sua vantagem
os pontos fracos do adversário. As brancas
espacial numa vantagem significativa não é
preparam e5, as pretas d5 e f5 e ambos os
de forma alguma fácil.
oponentes tentam evitar as quebras do
adversário.
O segredo da validade da Índia do Rei
baseia-se no facto de que, ao ceder terreno,
as Pretas obtêm algumas compensações 18... ¦ad8
difíceis de perceber, mas reais. Os principais 19.¢h2 ¥c8
são: seu forte par de bispos, um excelente
20.¤a2 ¤bd7
cavalo em c5 e a torre em e8, que apontam
21.¥g2 ¤f6
constantemente para o peão e4. E não devemos
22.¤c3 ¦d7
esquecer os peões. O peão "fraco" d6 está
esperando para ser avançado para d5 e as
23.¤f3 ¦de7
brancas devem se preocupar em evitá-lo. O
Não se pode dizer que os dois
peão “a” também cumpre uma função
movimentos que se seguem, tanto das brancas
importante, pois ameaça avançar para a3,
quanto das pretas, sejam exatamente comuns:
perturbando os planos das brancas naquela
as pretas tentam colocar pressão máxima no
área, o que obrigará esta equipa a redobrar peão "e" branco, enquanto este lado tenta
os seus esforços para proteger os pontos c4 e
distrair o oponente com a ameaça de capturar
c3. Se 12.Dc2 é a última descoberta teórica seu d6 penhor. Para implementar esta ideia
para as brancas, o mesmo pode ser dito de
característica, o orgulho da posição branca (o
14...Cfd7 para as pretas, que até agora
cavalo anteriormente centralizado) não
costumavam jogar 14...Da5, mas depois de
encontra uma casa melhor que a sua original
15.Bf4 elas foram forçadas a pegar seu C4 ou
em g1, caso contrário prejudicaria uma das
seu AR. Após esta descoberta, o peão d6
peças da sua cor.
pode ser coberto com... Ce5.
Acho que é hora de familiarizar o leitor

com os mistérios do peão "d" atrasado das
Pretas, na Índia do Rei. Embora
15.f4 £a5
37
encontrado em uma coluna semiaberta e a decisão correta: capturar o peão sitiado, após
constantemente exposto a ataques, não é um trocar o bispo “índio”.
osso fácil de quebrar. Aparentemente, o
método mais simples para as brancas é
24. ... ¤fd7
remover seu cavalo de d4, mas d4 é 25.¥d4 ¤b6
precisamente onde as brancas precisam que 26.¥xg7 ¢xg7
seu cavalo esteja. Sua função ali consiste em 27.¦xd6 ¤xc4
controlar as casas b5, c6, e6 e f5, neutralizando, 28.¦dd1 ¥e6
ao mesmo tempo, a ação do rei bispo preto.
Somente depois de ter tomado medidas contra
possíveis ataques das Pretas (a3, Be6, f5) este
cavalo poderia deixar o centro, mas entretanto
as Pretas podem reagrupar as suas forças.
Portanto, a fraqueza do peão-d acaba por ser
imaginária. Os métodos contemporâneos de
abertura do jogo reconhecem a fraqueza
ilusória de tais peões. E, no entanto,
paradoxalmente, foi a fraqueza “eterna” do
peão-d6 que fez com que a Índia do Rei fosse
durante muito tempo considerada uma defesa Embora o esquema geral da posição
duvidosa. não tenha mudado, acontecimentos importantes
aconteceram: os bispos da casa preta, o peão
branco em c4, o peão preto em d6
desapareceram do tabuleiro.
O desaparecimento dos bispos de

24.¤g1 ...
quadrados pretos obriga ambos os contendores
a estabelecer reajustes nos seus respectivos
Em cinco lances, o cavalo do rei retorna planos estratégicos iniciais. Por exemplo, as
à sua origem para proteger o peão e4 Pretas devem considerar a necessidade de se
ameaçado. Outra possibilidade seria avançar protegerem contra o perigo decorrente da
este peão, mas ao preço de abandonar a casa fraqueza na longa diagonal, bem como o
f5 ao inimigo. Depois de 24.e5 Bf5, as brancas possível avanço do peão-f para f6, juntamente
são forçadas a sacrificar a dama: 25.ef6, com a eventual instalação da rainha branca em
vencendo assim, mas o simples 24...de5 daria h6. Tendo em conta o grave perigo que corria,
às pretas um excelente jogo. o último lance de Boleslavsky deve ser
considerado muito bom: o seu bispo está
pronto para entrar em ação na diagonal g8-a2
Agora as brancas podem ganhar o peão e o peão "f" será avançado para f6, a para
d6, mas o bispo de casa escura – não menos proteger seu rei do ataque à grande diagonal,
importante para as brancas do que para as ocupando o bispo o lugar de origem do peão.
pretas – é um preço muito alto. As brancas, entretanto, devem se esforçar para
quebrar a nova linha defensiva de seu
Com seu lance 24, Boleslavsky convida oponente. Não devem poupar meios nos seus
a torre branca a capturar o peão atacado, mas esforços, uma vez que
depois de 25...
Cb6, o cavalo preto invadiria o ponto c4.
Stahlberg provavelmente leva
38
Caso contrário perderiam a iniciativa e, todas as ameaças brancas, este lado

nesse caso, as fragilidades da sua poderia, sem grande dificuldade,
posição (b3, a falta de controlo sobre conseguir um controle perpétuo.
d3, e3 e f3, o papel passivo do seu
bispo), que são difíceis de apreciar 36.£d4+ ...
durante o próprio jogo de ataque. , eles
se tornariam alvos de inúmeras combinações. Resolvendo parte do problema das
brancas: a rainha ocupa a grande
29.£f2 f6 diagonal.
30.¤f3 ¥f7
36. ... ¢g8
31.e5 ...
37.¦xf5 gxf5
Um sacrifício no mais puro estilo 38.£e5 ...
de Stahlberg, um estrategista exímio e
mestre no ataque direto ao rei. As A julgar pelos seus dois últimos
brancas não podem decidir em e5, então lances, é provável que as Pretas tenham
o peão tem que ser eliminado, mas isso omitido este lance. Agora a sua posição
resulta na abertura da coluna f, criando é alarmante.
sérias ameaças contra o rei preto.
38. ... £b6!
A despregação imediata foi
31. ... fxe5 essencial. As brancas não apenas
32.¤xe5 ¤xe5 ameaçaram 39.Dxf5, mas também 39.
33.¦xe5 ¦xe5 g4 e se 39...fg4, então 40.Ce4. As
34.fxe5 ¦xe5 pretas, ao mover sua dama para o ponto
apropriado, evitam o perigo principal.
A tentativa de manter o peão, por
meio de 38...Bg6, seria catastrófica, pois
além do lance g4, as brancas poderiam
ter uma nova imobilização, que levaria o
rei preto a uma rede de mate: 39.Bf1
Db6 40.Bc4+ Rf8 41.Df6+ Re8 42.Cd5.
Não é possível “entrar” em tais variantes

sob restrições de tempo. As brancas
agora restauram o equilíbrio material,
35.¦f1 ¦f5 enquanto o rei preto permanece em
perigo.
Apesar das limitações de tempo e
do fato de a batalha estar no auge, 39.£xf5 ¥g6
Boleslavsky desconsidera um empate 40.£e5 ¤d3
seguro, baseado na retirada 35...Dc7
defendendo-se da dupla ameaça Dxf7+ Esta jogada, em tempo integral,
e Df6+. Suas esperanças de explorar o serve para lembrar às brancas que seu
peão extra não podem, entretanto, ser oponente também tem ameaças em seu
realizadas devido à situação precária campo. A rainha preta está pronta para
de seu rei. Mesmo que as Pretas capturar o peão b2 ou, se surgirem
conseguissem rejeitar condições,
39
favorável, ocupe f2 e ameace Ce1 Bf7 como um lance secreto. As brancas

poderiam então optar pelo xeque perpétuo ou
41.£e6+ ... ganhar o peão a4, com 42.
Dg4+, mas a ocupação de f2 compensaria a
perda do peão e o resultado mais provável
seria um empate. À medida que o jogo avança,
os sorteios também são produzidos, mas após
novas e interessantes aventuras.
42. ... ¥f7

43.¤e4 £xb2
44.¤d6 £f2
45.¤e8+ ...
41. ... ¢g7?
Embora longe de ser óbvio,
Essas jogadas parecem corretas.
Esta jogada foi escrita na súmula que
foi colocada no envelope destinado ao árbitro. 45. ...
Naturalmente Stahlberg não conhecia o lance, ¢g8
46.¤f6+ ¢g7
então ele teve que analisar ambas as
47.¤h5+ ¢g6
possibilidades das Pretas, 41...Rg7 e 41...Bf7.
48.g4 ¤c5
42.£e7+ ... Tabelas, baseadas nas propostas de

Stahlberg. A tentativa de encerrar o jogo com
uma combinação de mate ÿsacrifício de rainha
No momento do adiamento, Boles-lavsky
esperava 42.Cd5 e depois de 42... incluídoÿ, baseado em 49.
Dxb2 as brancas teriam apenas xeque perpétuo. h4 h6? 50.Dxc5!! Dxc5 51.Be4+, seria cancelado
O jogo forte de Stahlberg muda com 49... Ce6.
substancialmente as coisas. 48.h4 também não teria vencido:
As pretas respondem 48...h6 e depois de
Remover o rei para g8 está fora de 49.De4+ Rxh5 50.Rh3, com o companheiro
questão, já que as brancas continuariam com aparentemente imparável g4, as pretas têm a
43.Cd5 de qualquer maneira. contra-resposta 50...Cf4+ eliminando o perigo.
Assim, o bispo deve cobrir o xeque, mas então Deve-se notar, entretanto, que h4 teria vencido
o cavalo branco pode chegar a d6, via e4. no lance 45, em vez de 45.Ce8+.
Portanto, em vez de 41... Rg7, 41... era preferível.
40
SEGUNDA RONDA
8. Kotov-Stahlberg 9. 0:1
Geller-Euwe 10. 1:0
Smyslov-Szabo 11. Keres- ½:½
Averbaj 12. Reshevsky- 0:1
Petrosian 13. Bronstein-Najdorf ½:½
14. Gligoric-Taimanov ½:½
½:½
Descansado: Boleslavsky
Jogo #8 lado do rei Durante os próximos movimentos, as

brancas escondem suas intenções.
Estratégia Senhora recusou
A. Kotov G. Stahlberg 6.¥f4 c6

7.£c2 g6
1.d4 ¤f6 8.e3 ¥f5
2.c4 e6 9.¥d3 ¥xd3
3.¤f3 d5 10.£xd3 ¤bd7
4.¤c3 ¥e7 11.h3 ¤f8
5.cxd5 exd5
O plano habitual de White na variante de

mudança da Defesa Ortodoxa é o ataque às
minorias.
Eles colocam suas torres nas colunas "b" e "c",
avançam seu peão "b" e trocam-no em c6,
isolando um peão para as pretas. Este plano é
muito direto, porém, e não deve ser considerado
perigoso, como foi comprovado em vários jogos
mestres. Geralmente, as pretas conseguem
aproveitar a coluna "e", o que lhe permite um Os últimos cinco movimentos das pretas
jogo ativo de peças na ala de rei e uma igualdade são elos de uma cadeia simples. Stahlberg é
aproximada. provavelmente o único grande mestre
contemporâneo que mantém em seu repertório a
Defesa Ortodoxa, que toca como um virtuoso. O
sistema baseado em... g6 e a manobra do cavalo
Kotov, longe de pensar em empate, troca para a casa e6 antes do roque são ideias dele.
peões no centro por um motivo completamente Nem Kotov nem o autor destas falas na segunda
diferente. Continuando a tradição dos mestres parte do torneio, nem mesmo Botvinnik em
do passado, o lançamento do roque longo, Budapeste 1952, foram
seguido de um ataque de baioneta ao
41
capaz de mostrar o lado negativo da defesa 19.¤xe4 dxe4

preferida do grande mestre sueco. 20.¢c2 ¦ad8
21.a4 ...
12.g4 ...
Kotov mantém há muito tempo o seu

"segredo de Estado" e só agora revela as suas
intenções.
¤e6
12...13.¥g3 ...
Esta peça é inconsistente aqui.

Teria sido bom se as brancas pretendessem A partida se transformou em um final
executar um ataque de peão na ala de dama, ligeiramente favorável às brancas. As pretas
mas agora que avançaram g4, pareceria muito devem jogar com cuidado.
mais provocativo e melhor Be5.
Em vez de 21.a4, teria sido melhor para
as brancas terem 21.Tb1, para responder a
21...Td7 com 22.Tb2. Quando a coluna "f" fosse
13... £a5
aberta, eles teriam pressão contra o peão preto
14.¤d2 0–0 "b". O movimento a4 só é necessário se as
pretas jogarem...b6.
Rocando destemidamente sob o fogo
inimigo.
15,0–0–0 ... 21...

22.gxf5 f5
Branco responde no 23.c4 ¦xf5
mesmo tom: a batalha começa... 24.¢c3 ¦d7
25.¦d2 ¤g7
15... ¥b4
26.¥b8
16.¢b1 ¥xc3 27.¦a2 ¢f7 b6 ¦a5
17.£xc3 £xc3
18.bxc3 ...
Como resultado do jogo passivo , as
brancas pioraram sua posição.
...e aqui termina. Como resultado das mudanças,
o peão “b” está agora em c3. Cada lado está
satisfeito com a nova situação: as brancas
obtiveram uma nova coluna semiaberta e 28.¥e5 ¤f5
trouxeram um novo peão para o centro. As 29.¦g1 h5
pretas alertam para o perigo da avalanche de 30.¥f4 ...
peões e controlam a casa-chave e4.
As brancas deveriam ter jogado 30.Bg3.
A troca de peças menores não deve ser temida
pelas brancas. Agora o cavalo entra
18... ¤e4
42
f3 a h4, após o qual as condições do bispo Jogo #9

branco são críticas e sua longa diagonal é
encurtada. Um dos melhores jogos do torneio e
vencedor do prêmio de beleza. As brancas
30... ¤h4 iniciam um forte ataque ao lado do rei,
31.¦g5 ¦xg5 sacrificando seu peão "c". Geller tem todas as

¤f3 chances de vencer se as pretas, de acordo
32.¥xg5
33.h4 ... com os planos tradicionais, contra-atacarem na
ala da dama.
Sim 33.Bf4 g5, seguido por Cg1.

Agora, Euwe realiza duas ideias notáveis: 1)
ele usa
33... ¤xg5 efetivamente a comunicação
34.hxg5 ¢e6 com a ala da dama para atacar
35.a5 h4 o flanco oposto, e
36.¦a1 ... 2) atrai as forças de seu inimigo para
seu próprio território, a fim de mantê-los afastados
As brancas têm um jogo perdido, pois da defesa de seu rei.
não podem fazer nada para impedir o peão É muito interessante ver como as peças
passado das pretas. No entanto, a seguinte brancas se aprofundam cada vez mais no seu
variação oferece algumas chances práticas de obstinado ataque frontal ao rei, enquanto as
empate: 36.b6 ab6 37.Ta1 Th7 38.Th1 h3 peças pretas se reagrupam de forma rápida e
39.Th2. O número de peões é o mesmo e a eficaz.
torre branca é inatacável, então para vencer as
pretas devem atacar o peão "g" com seu rei.
As brancas poderiam então atacar os peões Defesa NimzoIndia
pretos "b" e "c": 39...Rf5 40.Rb4 Rxg5 41.c5 e
se 41...bc5+, as brancas empatam, mas depois Y. Geller M. Euwe
de 41...b5 o empate lhes escapa para um
tempo: 42.d5 cd5 43.Rxb5 Kh4 44.c6 e se o rei 1.d4 ¤f6
branco 2.c4 e6
3.¤c3 ¥b4
4.e3 c5
5.a3 ¥xc3+
Se fosse em b6 o jogo seria um empate.
6.bxc3 b6
Vale a pena considerar esta possibilidade,
especialmente considerando que
7.¥d3 ¥b7
"entraria" na posição antes do
8.f3 ...
adiamento.
Um pequeno mas importante detalhe na
36... bxa5 37.¢d2 h3 abertura: como resultado da substituição feita
38.¢e2 h2 39.¢f3 ¦h7 pelas Pretas, que em vez do habitual Cc6 e
0-0 jogaram b6 e Bb7, as Brancas, que não
40.¦h1 exf3+ 41.¢xf3
conseguiram reagir adequadamente com Ce2,
a4 têm que gastar mais algum tempo tempo de
preparação para e4. Tais detalhes não devem
ser omitidos, embora
As brancas se rendem.
43
Também não é aconselhável enfatizá-los eles pretendiam avançar seu peão para f6 e
demais. Costuma-se dizer que a vantagem das responder...Cxf6 com a imobilização do cavalo,
brancas consiste no direito ao primeiro lance, com um forte ataque ao rei através da força
mas se esse primeiro lance for desperdiçado, combinada da rainha e da torre na coluna h,
a vantagem passa para as pretas. Na prática, após o que seria dito que nada pode salvar o
porém, a vantagem branca é que esse lado rei negro. Mas Euwe não se desconcerta
tem maior variedade na escolha de planos. facilmente: não esqueçamos que ao longo da
Quando o jogo está em pleno desenvolvimento, sua carreira deve ter disputado mais de
a perda de tempo geralmente não tem muita setenta jogos contra Alekhine, o atacante mais
importância. perigoso de todos os tempos.
16... b5!
8... ¤c6
9.¤e2 0– O início de um plano notável.
10,0– 0 É claro que qualquer manobra defensiva na
0 11.e4 ¤a5 ¤e8 ala de rei baseada em peças que não possuem
um amplo raio de ação ÿTf7, Qe7, etc.ÿ está
As pretas jogam o cavalo para evitar a fadada ao fracasso. Mas as Pretas têm outro
imobilização Bg5 e também para responder ao recurso defensivo: o contra-ataque! O AD, o
f4 das brancas com...f5, bloqueando a ala do TD e o cavalo em c4 ocupam boas posições
rei. As brancas, portanto, escolhem controlar para facilitar isso, restando apenas ativar a
f5 antes de mover o peão f. rainha. A base para o contra-ataque é a
preponderância negra nas praças centrais.
Proteger o peão "c" não faria sentido, uma vez Com... b5 as Pretas reforçam a posição do
que ele já estava condenado após o quinto seu cavalo, enquanto b6 dá lugar à sua dama.
Apesar de tudo isto, prevalece a impressão
lance das brancas.
de que estas operações chegarão tarde.
12.¤g3 cxd4
13.cxd4 ¦c8
14.f4 ¤xc4
15.f5 f6
16.¦f4 ...
17.¦h4 £b6
Amarrar a dama branca à defesa do peão-

d anularia a intenção de movê-lo para h5. Por
outro lado, se 17.Dh5 Db6 18.Ce2 Ce5 levaria
a
uma variante semelhante: as brancas não têm
tempo para jogar Th4.
18.e5 ¤xe5
19.fxe6 ¤xd3
20.£xd3 £xe6
O ataque branco está se tornando
perigoso. O último lance das Pretas foi Cada um dos movimentos das brancas
necessário porque as Brancas requer um cálculo preciso. Aqui para
44
Por exemplo, o natural 20.ed7 não seria concede boas chances de vitória.
eficaz porque... Dc6. Nem é preciso dizer quão poucas eram
as chances práticas de Geller encontrar
21.£xh7+ ... tais movimentos diante do tabuleiro. Os
analistas também mostraram que
Aqui, as brancas conseguiram 22...Th8 foi prematuro. Tc4 teria sido
penetrar a um preço não excessivo. A melhor, mas não é fácil para os amantes
posição negra parece, novamente, crítica. do xadrez concordarem neste ponto:
lances como 22...Th8 dificilmente podem
¢f7 ser esquecidos.
21...22.¥h6 ¦h8
24.¦c1 ¦xg2+ 25.¢f1 £b3
O lance 16 das Pretas foi o início 26.¢e1 £f3
de um plano estratégico baseado no
contra-ataque, cuja principal chave é o
As brancas se rendem.
sacrifício da torre, com a intenção de
afastar a dama branca de f2 e especular
com ela para atacar o rei branco. Jogo #10
Abertura de Redes
23.£xh8 ¦c2
V. Smyslov L. Szabo
1.c4 ¤f6
2.g3 c6
3.¤f3 d5
4.b3 g6
5.¥b2 ¥g7
6.¥g2 £b6
7.£c1 0–0
8,0– ¤bd7
0 cxd5
Mate é ameaçado em alguns
9.cxd5 £d6
lances:... Txg2+,... Dc4+, etc. Uma
10.¥d4 ¤e4
análise detalhada – exigindo nada menos
que uma semana – mostrou que as 11.£a3 ¢xg7
brancas poderiam evitar o mate com uma 12.¥xg7 13.£xd6 ¤xd6
série de movimentos muito difíceis e
únicos. Foi necessário jogar 24.d5. Sim, 24... As brancas trocaram rainhas e
Db6+ 25.Rh1 Df2 26.Tg1 Bxd5, as bispos de casa preta na confiança de
brancas são salvas com 27.Te4! Sim, tomar a coluna "c" e, ao mesmo tempo,
imediatamente, 24... Bxd5, não 25.Td4, considerando a vantagem qualitativa de
mas 25.Td1! e depois de 25... Txg2 + seu "bom" bispo em comparação com
26.Rf1 gh6, não 27.Txh6 ou 27.Txd5, sua contraparte preta, restringida por
mas o "único" 27.Dxh6. Os pretos, não seus próprios peões.
Porém, possuem um bispo e dois peões
por torre, o que, considerando a 14.¦c1 e6
posição exposta do rei branco, 15.¤c3 b6
45
16.d4 ¥a6 1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤c3 ¥b4 4.e3 0–

17.¤e5 ¤xe5 0 5.¥d3 d5 6.¤f3 c5 7,0–0 ¤c6 8.a3
18.dxe5 ¤b5 ¥xc3 9.bxc3 b6 10.¤e5 ¥b7 11.f4
19.¤xb5 ¥xb5 ¤a5 12. cxd5 £xd5 13. £e2 cxd4 14.
20.¦c2 ¦fc8 exd4 ¤b3 15.¦b1 ¤xc1 16.¦bxc1
21.¦ac1 ¦xc2 ¦ac8 17. £b2 £d6 18. f5 exf5 19.
22.¦xc2 ¥a6 ¥xf5 ¦c7 20.c4 ¦d8 21.¦f4 g5
23.f4 ¦c8
24.¦xc8 ¥xc8 Uma decisão inesperada e correta: as
25.¢f2 ¥a6 pretas deixam seu cavalo em f6 sem proteção
26.¢e3 h6 de peão, expondo a posição de seu rei, para
retirar a torre da defesa do peão “d”, que vence.
27.¥f3 f5
O plano branco é demasiado inofensivo e

Com base no cálculo das variantes,
insuficiente para vencer.
Averbaj concluiu que o peão não pode ser
As Pretas devem manter o seu bispo na diagonal
recuperado e, na ausência das rainhas, não
a6-f1 e o seu rei em e7, mas acima de tudo não
está preocupado com as fraquezas da ala do
devem mover os seus peões.
seu rei. Por outro lado, as brancas têm peões
Os dois últimos movimentos ajudaram seu
fracos na ala da dama.
oponente a criar um peão passado.
28.exf6+ ¢xf6
29.¢d4 g5 22.¦f2 £xd4 23.£xd4 ¦xd4 24.¦cf1
30.fxg5+ hxg5
31.e4 dxe4 ¦d6 25.h4 gxh4 26.¦f4 ¦c5 27.¤g4
32.¢xe4 ¥b5 ¤xg4 28.¦xg4+ ¢f8 29.¥xh7 ¥a6
33.h4 30.¦ff4 ¦h6 31.¥d3 h3 32.gxh3
gxh4
¦xh3 33. ¦d4 ¥c8 34. ¦d8+ ¢e7 35.
34.gxh4 a5
35.¢d4 a4 ¦gd4 ¥e6 36.¢g2 ¦g5+ 37.¢f2 ¦a5
38.¦b8 ¦xa3 39.¥e2 ¦h2+ 40.¢e1
36.b4 a3
¦a1+ 41.¦d1 ¦xe2+. As brancas se rendem.
Ao permitir que o peão preto chegasse a
a3, as brancas perderam suas chances de Jogo #12
vitória. Seu lance deveria ter sido a3.
Defesa NimzoIndia
37.¥e4 ¥e8 38.¥b1 ¥f7 39.¢c3 e5 40.b5 S. Reshevsky T. Petrosian

¥d5 41.¢b4 e4 42.¢xa3 e3
1.d4 ¤f6
43.¥d3 ¥f3 44.¢b4 e2 45.¥xe2
2.c4 e6
¥xe2 46.a4 Tablas.
3.¤c3 ¥b4
4.e3 0–0
Jogo #11 5.¥d3 d5
6.¤f3 c5
Defesa NimzoIndia
7,0– ¤c6
P. Procurando Y. Averbaj 0 ¥xc3
8.a3 9.bxc3 b6
46
Considera-se que este movimento Portanto, não só serve a um propósito,

confere ao jogo das brancas um caráter mas é praticamente forçado. O combate
restrito. Mas se o que um determinado que se segue caracteriza-se pela
enxadrista gosta é de um jogo restrito, estrutura assim criada, que foi formada
então é bem possível que ele consiga não tanto pelos desejos e estilos dos
melhores resultados com tais posições jogadores como pela variante de abertura.
do que com as mais livres. Estes tipos As brancas escolhem avançar seus
de avaliações globais – omnipresentes peões "e" e "f", criando um peão "d"
nas mentes dos teóricos – têm muito passado e combinando o avanço de
menos influência prática do que seus peões centrais com um ataque
geralmente se acredita. através da coluna "f". Embora durante
esta sequência as Pretas tenham obtido
a maioria dos peões na ala da dama,
10.cxd5 exd5 elas não podem explorar a sua vantagem
11.¥b2 ... numérica neste setor porque têm de
enfrentar o par de bispos e a superioridade
Parte da estratégia básica do
das Brancas no centro.
xadrez é a luta para reforçar a própria
posição e encontrar a todo momento o
movimento correto que atenda aos
objetivos propostos. 11... c4
A ordem correta dos movimentos 12.¥c2 ¥g4
também desempenha um papel 13.£e1 ¤e4
importante e embora possa ser
considerado um simples detalhe técnico, Aqui as pretas poderiam mudar o
a verdade é que o sucesso da estratégia caráter da luta, capturando o cavalo:
concebida pode depender deste fator. 13... Bxf3 14.gf3 Ch5, mas rejeita a
No presente caso, a ideia básica de ideia por causa do par de bispos brancos,
White é óbvia: ambos os bispos devem o peão forte central deste lado e a coluna
ser bem desenvolvidos. Isso pode ser
"g" que quando aberto permaneceria no
feito de duas maneiras: a) jogar a4 e poder do inimigo. Mas estas considerações
Ba3, e b) trocar em c5, seguido de c4. esquemáticas não deveriam ser
No entanto - e aparentemente contra particularmente preocupantes aqui, uma
toda a lógica - as brancas colocam seu vez que um bispo está bloqueado pelos
AD em uma diagonal ocupada por seus próprios peões e o seu centro não
peões, razão pela qual as pretas jogam... seria perigoso neste momento. Por
c4, fechando firmemente a diagonal. exemplo: 15.e4 Cf4 16.Rh1 Qh4 17.Bc1
de4
Então, por que Reshevsky jogou 18.fe4 Cd3 19.Axd3 cd3 20.De3 Tfe8
com o bispo em b2? Parece que 11.a4 21.f3 f5 22.e5 Rad8 e o peão d3 é
é combatido por 11...cd4 12.cd4 Bg4, ou 12. intocável.
ed4 Ce4, atacando c3. E se 11.dc5 bc5 Porém, depois dos 13...
12.c4, as pretas jogam... Tb8 e Bxf3 14.gf3 Ch5, as brancas poderão
As brancas ficam sem a casa b2. reforçar gradativamente sua posição,
Após a preparação de Ab2, as com f4, f3, Df2, Rad1, Bc1 Rh1 e e4,
brancas poderiam jogar c4 sem medo, nesta ou em outra ordem, dependendo
imediatamente ou após a troca em c5. do rumo que o jogo das pretas seguiu
A resposta negra, (talvez Tg1, etc. foi necessário). Contra este plano
47
As pretas só poderiam se opor a um ataque

direto ao rei, mas com pouquíssimas chances de
sucesso, pois suas possibilidades de manobra
são limitadas: a barreira de peões restringe
consideravelmente a agilidade de seus cavaleiros.
Petrosian segue na linha lógica, acreditando

que ao não fazer movimentos duvidosos o
equilíbrio não pode ser alterado e que,
consequentemente, não pode chegar a uma
O jogo inteligente de Reshevsky e a lógica
posição perdida.
impecável de Petrosian fazem deste jogo uma
das joias do torneio. As Pretas devem bloquear
os peões das Brancas, razão pela qual Petrosian
14.¤d2 ¤xd2
oferece imediatamente uma troca, a fim de libertar
15.£xd2 ¥h5 o ponto e7 para o seu cavalo, cujo destino é d5.
16.f3 ¥g6
17.e4 £d7
18.¦ae1 dxe4 Desta forma, as Pretas obtêm compensação
19.fxe4 ¦fe8 suficiente, uma vez que o seu cavalo seria
excepcionalmente forte, tal como o seu bispo,
Agora 20.a4 seria respondido com 20...Ce5!
que não teria oposição nas casas brancas.
21.Ba3 Cd3 22.Bxd3 cd3 23.Dxd3 Dxa4.
Observe que, tanto agora como no lance anterior,

as brancas poderiam ter lançado um ataque ao F.
20.£f4 b5
R, baseado em h4 e Tg3, com boas chances de
As pretas se protegem contra as manobras
vitória, mas seu piloto planeja prevalecer de
a4 e Aa3, ao mesmo tempo avisando seu
outra forma.
oponente que ele tem maioria na ala de dama.
26.a4 ...
Provocando 26... b4, que seria seguido

21.¥d1 ... por 27.d5 Txd5 28.Bxe6 fe6 29.Dxc4 (28.Dxc4
Rdxe5 seria fraco), mas Petrosian executa seu
Em ataques curtos de roque estamos plano com sucesso.
habituados a ver este bispo colocado em d3, c2
ou mesmo b1. Reshevsky empreende uma 26... ¤e7
manobra de desvio para reforçar a sua posição e 27.¥xe6 fxe6
assim criar condições para o avanço adicional 28.£f1 ...
dos seus peões centrais.
Mantendo em observação o
peão "c" e se preparando para devolver a troca
21... ¦e7 por um peão. Se 28.Df2, seria desagradável
22.¥g4 £e8 28...Cd5 29.Tf3 b4.
23.e5 a5
24.¦e3 ¦d8 28... ¤d5
25.¦fe1 ¦e6 29.¦f3 ¥d3
48
40. Db1+ g6 41. Te7+ Th8 42. h3, mas

As pretas não precisam executar este
risco: sua posição não é inferior.
35... £c7
36.a6 £b6
37.¥d2 b3
38.£c4 h6
39.h3 b2
40.¦b1 ¢h8
30.¦xd3 cxd3
31.£xd3 b4
As pretas não têm outra alternativa.

Capturar o peão “a” não teria sentido. As
brancas agora têm que enfrentar um difícil
problema psicológico: a troca em b4, que
levaria a um empate quase certo, ou o
avanço do peão "c", expulsando o cavalo e
obtendo chances de vitória - mas também
de derrotaÿ. Com pouco tempo para
calcular essas variantes, é compreensível
que Reshevsky opte pela continuação 41.¥e1 ...
mais simples. A 32.c4 Cb6 33.Tc1 Cxa4
34.Ba1 Dc6 ou 33.d5 ed5 34.c5 Cxa4 As Pretas têm uma pequena
vantagem, mas não pode ser explorada.
Ambos os adversários concordaram com
35.Bd4 Tc8 36.Df3 De6, os peões o empate após análise em casa.
os alvos seriam bloqueados e o
As pretas teriam uma posição ameaçadora.
Jogo nº 13

32.cxb4 axb4
D. Bronstein M. Najdorf
Era posible 32... Cxb4 33.Db3 Cd5, o
33.Db5 Dxb5 34.ab5 Cd3 35.
Te2 Tb8 36. Td2 Txb5 37. Txd3 Txb2 38. 1.d4 ¤f6
d5, com empate. 2.c4 g6
3.¤c3 ¥g7
33.a5 ¦a8 4.e4 d6
34.¦a1 £c6 5.¥g5 c5
35.¥c1 ... 6.d5 ¤a6
Provocando as Pretas a entrarem em Depois de apenas seis movimentos,

uma variação com consequências pouco alguns eventos ocorreram. Aproveitando
claras: 35...Txa5? 36.Txa5 Dxc1+ 37.Df1 o facto do bispo branco estar em g5 e não
De3+ 38.Rh1 h6 39.Ta8+ Rh7 em e3, o seu
49
posição habitual, as pretas correram para 15.¦a7 bxc4

contra-atacar o centro branco, com... c5. Como 16.¥xc4 ¦a8
as brancas, com d5, assumiram o controle
da casa c6, Najdorf planeja colocar seu cavalo Ele não pode pagar 17.Tfa1, mas agora
dama em c7 para apoiar a quebra... b5. Este as pretas trocam sua única peça ativa.
plano, porém, exige muito tempo, um
investimento que não se justifica em relação
aos benefícios que serão obtidos. O cavalo 17.¦xa8 ¤xa8
ocupa uma posição passiva em c7 e será de 18.£b3 f6
pouca utilidade por muito tempo.
Como a sua dama não pode permanecer
eternamente ligada à defesa do peão-e7, as
No final ele quase conseguiu arruinar a Pretas tomam a decisão crítica de fechar a
posição das pretas. diagonal do seu AR.
7.¥d3 ¤c7
8.¤ge2 a6 19.¥h4 £b6
9.a4 ¦b8 20.£a3 ¤ec7
10,0– 0– 21.b3 ¤b5
0 11.£c2 0 ¥d7 22.¤xb5 ¥xb5
12.h3 b5 23.f5 ...
A acumulação gradual de pequenas

vantagens pelos brancos assumiu proporções
consideráveis. O movimento textual dá início
à tentativa de transformar decisivamente essa
vantagem. A ameaça agora é 24.Cf4 g5
25.Ce6 gh4 26.Cxf8. Por outro lado, o último
movimento contribui para fixar os peões
pretos “e” e “f” nas casas desta cor.
23... ¥h6
13.f4 ... 24.fxg6 hxg6
25.e5 ¥xc4
Os peões “e” e “f”, provocados pela 26.bxc4 dxe5
posição das peças pretas, não resistem à
27.£d3 ...
tentação de avançar. As brancas ganham
cada vez mais espaço, enquanto o peão-b
dinâmico das pretas não compensa a posição
restrita do seu lado: observe, por exemplo,
ambas as torres do rei.
¤fe8
13...14.axb5 xb5
50
Em benefício de quem o peão "e" das O peão-d5 se tornaria extremamente perigoso.

brancas foi sacrificado? As Pretas não podem
organizar um contra-ataque? No momento não, 33.Rf3 não foi o melhor, o que seria
enquanto as brancas só precisam de dois ou 33.Bg3, propondo a mudança de al-files. Os
três movimentos – digamos Cc3 e Tb1 – para brancos, é verdade, omitiram
ganhar domínio na ala da rainha, com o objetivo A resposta das pretas 33...Tb8.
de ganhar o peão preto “c” ou “e”. A infeliz
posição do cavalo em a8 contribui para a
35.¤a4 ¥d6
execução deste plano. 36.¥f2 ¢f7
37.¢e3 ¤c7
38.¢xd3 ¤a6
39.¢e4 f5+
27... ¢h7 40.¢f3 e6
28.¤c3 £b3 41.¤b6 Pranchas.
As duas últimas jogadas brancas não

°
foram más, mas poderiam ter sido substituídas Jogo n 14
por outras melhores. Por exemplo: 27.Bf2 Tc8
28.Dd3 Rg7 29.h4. Defesa NimzoIndia
Agora Najdorf encontrou uma possibilidade
tática que complica o jogo e, mais importante, S. Gligórico M. Taimanov
muda as damas, facilitando a defesa.
1.d4 ¤f6
2.c4 e6
3.¤c3 ¥b4
29.¦b1 e4 4.¤f3 ...
30.¦xb3 exd3
31.¦b7 ¢g8 Na grande maioria dos índios Nimzo
32.¢f2 ... disputados no torneio, as brancas continuaram
com 4.e3. A moda é tão forte que suponho que
É claro que as brancas não capturam o continuará assim, mesmo muito depois de
peão-e, o que permitiria ao cavalo preto Zurique. A escolha de Gligoric, Cf3, é, no entanto,
abandonar seu canto triste. perfeitamente jogável.
Embora as Pretas consigam empatar e até tomar

32... ¥f4 a iniciativa neste jogo, este facto é atribuível ao
33.¢f3 ¦b8 jogo subsequente de Gligoric.
34.¦xb8+ ¥xb8
Após a troca de torres, praticamente toda 4... b6

a vantagem das brancas desaparece. Melhor 5.¥g5 h6
teria sido 34.Txe7 Tb3 35.Bxf6, ou 34...Bd6 6.¥h4 g5
35.Te6 Be5 36. 7.¥g3 ¤e4
Bxf6 Bxc3 37.Bxc3 Tb3 38.Ba4! As Brancas 8.£c2 ¥b7
desdenharam esta continuação porque 9.e3 d6
sobrestimaram a força do peão-d3 preto, embora
a sua própria Taimanov não perde um pedaço com
51
10.Da4 + Cc6 11.d5? Não, já que O grande mestre estoniano diz que preparou a
o cavaleiro branco em c3 não está melhoria 12.d5! para essa oportunidade. Keres
suficientemente protegido: 11... Cxc3. e o autor concordam com a ideia, mas
discordamos quanto ao tratamento: White
10.¥d3 ¥xc3+ respondeu a 12... ed5 com 13.
11.bxc3 f5
cd5 (não com 13.Cd4) 13... Bxd5 e só então
14.Cd4 Cd7 15.f3 Cxg3 16.
hg3 Df6 17.Bxf5 0-0-0 18.Qa4, com uma
posição esplêndida. As Pretas tiveram que
depor as armas no lance 29.
12... ¤d7
13.¤d2 ¤df6
14.¤xe4 ¥xe4
15.¥xe4 ¤xe4
12,0–0 ... 16.f3 ¤xg3
17.hxg3 £d7
Gligoric não está preocupado com o
18.a4 ...
avanço adicional dos peões pretos, estimando,
corretamente, que tal avanço apenas
enfraqueceria a posição de Taimanov. Então
ele convida as Pretas para jogar... h5. Que
jogador de xadrez poderia resistir a essa
tentação? Mas, bem a tempo, Taimanov vê
isso às 12h...h5? 13.h4 se seguiria! e ele ficaria
sem ataque. Através da manobra calma Cd7-
f6 ele reforça o seu controle da casa e4, o que
lhe dá uma certa vantagem.
Em vez de rocar, as brancas poderiam Taimanov conseguiu manter intacta a

ter desafiado todo o sistema de desenvolvimento sua cadeia de peões, enquanto a cadeia das
das pretas com uma jogada empreendedora, brancas foi quebrada em duas e este fato,
baseada, por exemplo, em 12.d5, quebrando a somado aos peões dobrados, constitui a
comunicação entre o bispo preto e o cavalo vantagem posicional das pretas. Enquanto na
em e4. Em 12....ed5 as brancas poderiam jogar fase anterior do jogo todas as peças foram
13.Cd4 (que também serviria contra muitos trocadas, na fase seguinte é a vez dos peões.
outros lances das pretas), com um ataque muito
forte, ameaçando, entre outras coisas, f3. É
impossível não mencionar (mesmo que a Ao longo dos próximos doze movimentos,
cronologia seja violada) que Taimanov alcançou ocorrerão nada menos que doze capturas de
a mesma posição, contra o Ke-res, no 22º peões! Este aspecto mecânico da luta reflete a
Campeonato da URSS, um ano e meio depois conhecida ideia estratégica das brancas: expor
deste jogo. o rei preto e criar fraquezas no flanco.
52
ma do oponente, quebrando c5. daria um cheque capturando o peão.

Agora mais alguns peões são trocados
e o jogo se aproxima do empate.
18... a5
19.c5 bxc5 26.¦d3 g4
20.dxc5 0– 27.fxg4 £xe4
21.¦fd1 0 28.£d2 £xg4
22.cxd6 £c6 29.¦e1 ¦g7
23.g4 cxd6
24.gxf5 ¦ac8 ¦xf5 As pretas levam todas as suas
peças para a coluna "g", mas esta ação
As escaramuças têm sido se mostra insuficiente.
favoráveis às brancas: as pretas têm
uma fraqueza em d6 e seu rei está um 30.¦xd6 ¦xc3
tanto exposto. 31.¦dxe6 ¦g3
32.¦1e2 ¦xg2+
25.e4 ¦f7
As brancas planejaram avançar Empate, já que depois de 33.Txg2

novamente o peão-e, para penetrar Dxe6 34.Txg7+ Rxg7 35.Dxa5,
com sua dama em g6, mas isso não ambos os lados acabaram
acontece porque a dama preta força para continuar a luta.
53
TERCEIRA RODADA
15. Najdorf-Gligoric ½:½
16. Petrosian-Bronstein ½:½
17. Averbaj-Reshevsky ½:½
18. Szabo-Keres 0:1
19. Euwe-Smyslov 0:1
20. Stahlberg-Geller ½:½
21. Boleslavsky-Kotov 1:0
Descansado: Taimanov
Jogo #15 ¦xf8 18.¤f4 ¤e7 19.h4 h5 20.£d2 £d6.

Tablas
Defesa Grunfeld
M. Najdorf S. Gligórico Jogo nº 16
1.d4 ¤f6 2.c4 g6 3.g3 c6 4.¤c3 d5 Abertura Catalã

5.cxd5 cxd5
T. Petrosian D. Bronstein
A escolha da abertura denota a
ausência de intenções agressivas por parte 1.d4 ¤f6
de ambos os lados. A posição quase 2.c4 e6
simétrica, com centro sólido e imóvel, já 3.g3 d5
sugere o desfecho que ocorrerá. 4.¥g2 dxc4
5.¤f3
6.¤h3 ¥g7 7.¤f4 0–0 8.¥g2 e6 9,0– A abertura catalã é inofensiva apenas
0 ¤c6 10.e3 b6 11.b3 ¥a6 12.¦e1 ¦c8 na aparência: contém muitas sutilezas e
13.¥b2 ¦e8 14.¦c1 ¥b7 não é por acaso que Smyslov, Keres e
Petrosian a tocam com tanta frequência.
Aqui ou no lance anterior as brancas Uma das nuances é justamente 5.Cf3.
poderiam ter tentado dar ao jogo a aparência Normalmente, as brancas jogam 5.Qa4+
de uma luta, por meio de g4, seguido de h4. aqui, recuperando o peão, mas nesse
caso, o CD das pretas chega a b6, via d7.
Não havia muito risco nisso, embora Com o lance textual, as brancas podem
dificilmente pudesse ter aberto uma lacuna escolher a forma como irão recuperar o
na posição preta. Ambos os capitães peão, dependendo das circunstâncias, seja
preferem, portanto, que os ventos suaves por meio de Ce5 ou Cbd2, mantendo
os conduzam a um porto calmo. também em seu portfólio a possibilidade
de Qa4+ e Dxc4. Se as Pretas tentassem
a conhecida manobra de "equalização"...
c5, como no Gambito
15.¤d3 ¥a6 16.¥a3 ¥f8 17.¥xf8
54
da Rainha, então o bispo fia-chetto se Assim como a abertura leva ao

tornaria muito forte. Por exemplo: 6,0-0 meio-jogo, as brancas decidem não
Cc6 7.Da4 Bd7 8.dc5 Na5 9.Dc2 Bxc5 continuar a luta com uma peça inimiga
10.Ce5 Tc8 11.Cc3 b5 instalada em e4, e da mesma forma as
12.Bg5, com excelente jogo para o pretas não estão dispostas a permitir
branco. que um cavalo inimigo se posicione em
e5. Incapazes de chegar a um acordo
5... ¥b4+ sobre a localização dessas peças, ambos
os contendores repetem os movimentos.
Uma nova continuação. As Pretas
pretendem forçar Bd2 das Brancas, para
que ocupem a casa que combina com
CD. Em 6.Cbd2 as brancas temiam 6... Jogo #17
c3 7.bc3 Bxc3, então as pretas mantêm
seu peão extra, mas valeria a pena Defesa NimzoIndia
considerar as consequências de 8.Ba3
Bxa1 9.Dxa1. Y. Averbaj S. Reshevsky
1.d4 ¤f6
6.¥d2 ¥e7 2.c4 e6
7.£c2 ... 3.¤c3 ¥b4
4.e3 c5
As brancas não dão xeque, para 5.¥d3 0–0
evitar 7... Bd7 e 8... Bc6. Agora, se 7... 6.¤f3 d5
Bd7, as brancas têm 8.Ce5, eliminando 7,0– ¤c6
o bispo preto das casas brancas e, 0 ¥xc3
assim, fortalecendo o seu próprio. 8.a3 dxc4
9.bxc3 10.¥xc4 £c7
7... ¥d7
Depois de conquistar uma boa
Apesar de tudo! Em 8.Ce5 as posição contra o Najdorf no primeiro
pretas responderiam 8...Cc6, round, Reshevsky repete os mesmos
comprometendo sua estrutura de peões. lances contra o Averbaj. Aqui Najdorf
Depois de 9.Cxc6 Bxc6 10.Bxc6+ bc6 jogou 11.a4, mas Averbaj decidiu pelo
11.Dxc4, as pretas podem jogar Dd5 11.Te1 mais lógico, com o objetivo de
e as brancas devem trocar de rainhas, jogar e4. A primeira escaramuça começa
com total igualdade. Mas se 9.Qxc4 em em torno deste avanço projetado e após
esta variante, então 9... Cxe5 dez lances irá inclinar-se a favor das
10.de5 Cd5 11.Axd5 ed5 12.Dxd5 Dc8 brancas, que ocupam e4 com uma peça,
13.0-0 Bc6, com bom ataque em resposta antes que o peão "e" preto chegue à casa
do peão sacrificado. mencionada.
8,0–0 ¥c6 9.£xc4 ¥d5 10.£c2 ¤c6

11.¥c3 ¥e4 12.£d1 0–0 13.¤bd2 ¥g6 11.¦e1 ¦d8
14.¤c4 ¥e4 15.¤cd2 ¥g6 16. 12.£c2 e5
¤c4 ¥e4 17.¤cd2 Tablas. 13.¤g5 ...
55
19.£d3 ¦ae8
20.e4 £d6
Se fizermos um balanço da ação durante
os últimos dez lances, o resultado seria um
sucesso total para as brancas, que jogaram e4,
fecharam o centro e estão prontas para
desencadear uma tempestade na posição do rei
preto.
No caso de escaramuças subsequentes levarem

¦f8
a um final, eles podem entrar nele com a
13...14.d5 ... tranquilidade de ter um peão forte passado
protegido em d5.
As pretas contra-atacaram o centro do
peão branco e jogaram Td8 para não permitir d5,
O bispo em a2 poderia ser notado neste equilíbrio
mas o plano não foi eficaz. A torre preta deveria
como uma peça passiva, mas pode ser movido
ter retornado para proteger f7, mas o peão-d
para d3, via b1. E o que as pretas podem fazer
então avança. A posição permite outro tratamento
contra o ataque incipiente ao seu rei? Eles devem
ainda mais agudo: 14.
se preparar para enfrentar a tempestade,
colocando seus peões nas casas pretas, suas
Bd3. Este movimento manteria a tensão em f5 e
torres na coluna do rei e seu cavalo em d6, onde
e4, forçando um enfraquecimento da ala de rei
bloquearia o peão enquanto protegeria suas
e preparando um ataque de peças. Por exemplo:
casas brancas.
14... h6 15.Ce4 Cxe4 16.Bxe4 cd4 17.cd4 ed4
18.Bb2.
14... ¤a5 21.£g3 ¦e7

15.¥a2 22.¥d2 ¤b7
16.¤e4 h6 23.f4 ¦fe8
17.£xe4 ¤xe4 ¥d7 24.¥c3 f6
A ameaça das brancas era f4. Vez As pretas reforçam sua casa e5 com todas
O peão teria sido desvantajoso, pois a partida as suas forças. Ao pressionar simultaneamente
teria sido aberta a favor das brancas. Proteger o e4, eles causam f5.
peão-e por...f6 também teria sido ruim, por causa
de Ab1, e a dama branca penetra em h7. O
esquema defensivo das pretas é fundamentalmente 25.f5 ...
baseado em seu peão "e"...Bd7 foi necessário

A avaliação correta da posição! Averbaj
para combater 18.f4, que agora poderia ser
não captura o peão-e mesmo depois de 25.fe5
respondido com 18...ef4 e 19.ef4? 19...Tae8. O
de5 26.Tf1, seguido pela duplicação das torres
movimento também serve para controlar a
diagonal a4-e8.
na coluna "f" a vantagem é óbvia
branco, porque as torres negras
Eles estão momentaneamente ligados a
a defesa do peão "e". Recuse o
18.c4 b6 peão porque as pretas poderiam responder
56
pondere com 25... Txe5, e o cavalo preto logo Jogo #18

ocuparia d6, após o que não seria mais fraco
Estratégia Senhora aceita
que a torre branca. Mas agora, com o bispo
preto bloqueado, as brancas podem mobilizar as L. Szabo P. Procurando
suas torres, bem como os seus peões g e h.
1.d4 d5
2.¤f3 ¤f6
3.c4 dxc4
¦b8 4.¤c3 a6
25...26.¥d2 ... 5.£a4+ ...
Seria muito útil saber, antes de

desencadear o ataque, para onde o rei preto
pretende ir para escapar da ameaça Bxh6.
26... ¢h8
Agora as brancas estão totalmente

preparadas para a tempestade de peões
imediata, com base em g4 e h4. Esses
movimentos devem, é claro, se adaptar ao plano Este é o jogo mais curto do torneio, pois
do oponente, mas as pretas têm uma tarefa mesmo que dure até o lance 41, Szabo poderia
difícil diante de seus olhos. Em seu próximo ter abandonado após esta verificação.
movimento, entretanto, as brancas perdem
tempo atacando, permitindo que Reshevsky o
lembre de que as pretas têm contra-chance Acontece que ele está concedendo a
(peão extra na ala da rainha, possibilidade de Keres, na verdade, nada menos que um peão e
atacar o peão "c" e fraqueza das brancas em lance, como se esses fossem aqueles jogos do
b3). passado em que os mestres enfrentavam os
amadores, dando-lhes vantagem em peças ou
peões. É surpreendente que um mestre como
Szabo perca um peão depois de passar muito
27.¥b1 ¤a5 tempo pensando no quinto lance. Keres, por
28.£d3 ¥a4 outro lado, ficou tão surpreso que pensou
29.¥c2 ¥xc2 quinze minutos antes de responder.
30.£xc2 ¤b7
31.a4 £d8
32.¦a3 ¤d6
33.¦h3 ¤f7
b5
Tablas.
5...6.£c2 ...
Um ataque em que as brancas correriam A chave é que as brancas ainda não
alguns riscos, enquanto as pretas só teriam que haviam jogado e3, caso contrário, como a
se preparar...b5 para conseguir um contra-jogo diagonal estava aberta para o bispo do rei, a
adequado no outro flanco. possibilidade 6.Cxb5 Bd7 7 poderia ser
cuidadosamente considerada.
57
Bxc4. Szabo deve agora resignar-se a 1.d4 ¤f6

perder um peão ou peça, após 6.Cxb5 2.c4 g6
Bd7 7.Cxc7+ Dxc7 8.Dc2, com a 3.g3 ¥g7
esperança de eventualmente capturar o 4.¥g2 d5
peão c4, mas mesmo neste caso ele 5.cxd5 ¤xd5
ficaria com dois peões por peça. 6.e4 ¤b6
¤c6 7.¤e2 c5
6...7.e4 e6
... O sistema Smyslov, amplamente
8.¥g5
utilizado na Defesa Grünfeld. As pretas
Com um peão a menos, Szabo está atacam o peão central com c5 e e6,
jogando nervoso. Por que não Ae3? trocam em d4 e bloqueiam o peão com
Seus peões centrais de e4 e d4 dão às um cavalo em d6. Mas mesmo que o
brancas boas chances de complicar o peão branco esteja isolado e bloqueado,
jogo. Com Bg5, Szabo decide desistir de ele ainda será muito forte.
um segundo peão, imaginando que se o As pretas devem evitar continuamente
peão d4 for capturado, ele ganhará a possibilidade de avançar,
algum tempo no desenvolvimento em especialmente considerando que não é
troca. muito fácil colocar um dos cavalos em
Porém, com dois peões extras, Keres se d6. O curso futuro da luta dependerá de
defenderá facilmente do ataque. as brancas conseguirem ou não avançar
o peão para d6 no momento certo e
protegê-lo lá.
8...¤xd4 9.¤xd4 £xd4 10.¦d1 £c5 Se isso fosse possível, as brancas
11.¥e3 £c6 12.¥e2 ¥b7 13.¥f3 e5 14,0– teriam a vantagem.
0 ¥c5 15.¤d5 ¥xe3 16.¤xe3 0–0 17.g4 Caso contrário, as pretas teriam boas
¦fe8 18.¤f5 ¤d7 19.b3 ¤b6 20.£c1 chances de contra-ataque.
cxb3 21.axb3 £xc1 22. Pessoalmente, acredito que o
¦xc1 ¦ac8 23.¦fd1 g6 24. sistema é favorável às brancas e é
¤h6+ ¢g7 25.g5 c5 26.¥g4 ¦c7 27. provável que Smyslov partilhe actualmente
¦d6 ¤c8 da minha opinião, uma vez que apesar
do resultado deste jogo ele não voltou a
As ameaças brancas forçam Keres utilizar o sistema no torneio de Zurique,
a demonstrar sua famosa confiança. nem depois.
8.d5 e6
28.¦f6 ¥xe4 29.¦d1 c4 30.bxc4 9,0–0 0–0
bxc4 31. f3 ¥d3 32. ¦xa6 ¤e7 33. 10.a4 ...
¦d6 ¤g8 34. ¦c1 ¦b7 35. ¥d7 ¦d8
36.¤xg8 ¢xg8 37.¥c6 ¦xd6 38. Smyslov enfrenta um grande
conhecedor de Grünfeld. No torneio de
¥xb7 ¦b6 39.¥d5 ¢f8 40.¦a1 c3 41.
Amsterdã de 1950, Euwe
¦a8+ ¢e7. As brancas se rendem.
Ele jogou um jogo semelhante contra o
Jogo nº 19 Pilnik, continuando aqui no Nbc3. Euwe
diz em seu livro sobre o torneio
Defesa Grunfeld mencionado acima que este lance não é
bom e recomenda 10.a4! Na6 11.Na3
M. Euwe V. Smyslov ed5 12.cd5 Cb4 13.Cc3! Smyslov, de qualquer mane
58
entra na variante, conferindo a este jogo A ideia estratégica correta foi

um interesse teórico especial. interpretada incorretamente, do ponto de
vista tático. 16.a5
Para apreciar o valor do lance 10.a4, era necessário aqui responder a 16... Bxf1
vale ressaltar que na partida 129 do torneio 17.Rxf1 Cd7 18.Bxb7 Tb8 e 19.a6.
(19ª rodada), Euwe jogou Cec3 contra
Keres, assumindo assim que tal lance é Com o movimento textual haverá
superior a 10.a4. Na minha opinião, uma luta interessante baseada no cálculo
ambas as alternativas são igualmente boas. de variantes. As chances das pretas,
falando objetivamente, não são inferiores
às das brancas.
10... ¤a6 cas.
11.¤a3 exd5
12.exd5 ¥f5 ¦b8
13.¤c3 ... 16...17.¥g2 ¥xf1
Um pouco mais preciso foi 13.a5, Uma decisão ousada. Muitos teriam
mas Euwe não gosta porque pensa que, preferido uma linha que tendesse à
de qualquer maneira, com 13.Cc3 Cb4 igualdade ou fosse fácil de calcular, como
14.Be3 Cd7 15.Dd2, o cavalo preto 17...Dd6.
ele também se move para d7.
18.¢xf1 ¤d7
¤b4 19.¤c4 ¤e5
13...14.¥e3 ¦c8 20.¤xe5 ¥xe5
21.¥xc5 £a5
Smyslov organiza uma defesa ativa.
Agora ele ameaça ocupar d3 com uma Dois peões, um deles passado e já
peça, para quebrar a comunicação entre tendo atingido a sexta fila, compensam
os dois flancos do adversário. O avanço suficientemente a qualidade. A manobra
do peão branco para d6 e o subsequente iniciada por Smys-lov questiona a
sacrifício de troca é uma culminação lógica segurança do peão passado. 22.Cb5 não
do esquema das brancas, mas teria sido é jogável agora, pois 22...Txb5, então o
mais forte depois de 15.a5. bispo tem que recuar.
15.d6 ¥d3 22.¥e3 ¦fd8

16.¥xb7 ... 23.¤e4 ¥xd6
Os triunfos alternam entre um lado e
outro. Justamente quando as pretas
ganham vantagem, Euwe inicia uma
combinação complicada, com o belo lance
intermediário Cd7.
24.¤f6+ ¢h8
Mais tarde ficará claro que teria sido

melhor aqui 24...Rg7. Em um dos
59
variantes, era importante para o rei 28...¦bc8 ...

proteger o peão 'f'.
Se a dama estiver em d6, as brancas
25.¥d4 ¥e5 poderão agora continuar 29.
Df6+ e 30.Bh3, forçando as pretas a trocar
Esta é a imagem de uma posição damas, após o que as brancas recuperarão
aparentemente desesperadora para as a troca, ficando com um peão extra.
brancas.
29.¢g1 £c5
Um recurso brilhante, não previsto

por White. As pretas reintroduzem sua
dama na luta, de forma decisiva e elegante.
Eles ameaçam ganhar o cavalo pregado.
30.¥h3 £e7
26.¤d7 ...
A ideia é desviar a torre para uma

casa desprotegida. Se 26... Txd7 27.Bxe5
Dxe5 28.Dxd7 Dxb2 29. Cd5+
Tg8 30. Ce7+ Tf8 31. Dh8+ Txe7
32. O1+.
26... f6
Depois de 26... Da6+ 27.Rg1 Bxd4 31.£e2 ...

28.Dxd4+ f6, ou 28... Rg8 29.Cxb8 Txd4
30.Cxa6, a posição resultante é favorável Euwe acha que 31.Td1 seria melhor
às brancas. aqui, mas pessoalmente não vejo sentido.
diferença: 31... Tc7 32.De1 Cc6 33.b4
27.¥xe5 fxe5 Dxb4 34.Cxe5 Dxe1+ 35.Txe1 Cxe5 36.
28.£d2 ... Txe5 Td2 e as Pretas devem vencer.
O jogo persistente de Smyslov, em ¦xd7

busca de complicações, dá frutos: Euwe £xd7
não encontra o melhor lance, 28.Dd6. A 31...32.¥xd7 33.£xe5+
¢g8
linha principal seria 28...Tb6 29.De7 Cc6
30.Df6+ Rg8 31. A vitória negra é, como dizem, uma
Td1, ameaçando o mortal 32. simples questão de técnica. Mas a
Bd5+. As pretas, portanto, teriam que técnica, neste caso, está longe de ser
trocar damas e buscar a salvação em um simples, já que as brancas têm dois peões
final difícil, com um peão a menos: 28... por peça, além de algumas chances: seu
Qa3+ 29.Dxa3 Cxa3 30.Cxb8 Txb8 31.Te1. rei está mais seguro e o cavalo preto não.
60
Tem um bom suporte no centro. O plano 53.Re2 Re4 54.h5 h6 e brancas

das pretas é evitar a troca de peões do Eles perdem seus peões.
lado da dama e encontrar um bom refúgio
48... £e6
para o seu rei, mover o cavalo para o lado
49.¦c5 h5
do seu rei e, por fim, usar todas as suas
50.b3 ¢f7
forças no ataque do lado da dama. (ou
b3). A execução deste plano exige um 51.¦b5 £d7
espírito de luta excepcional, longos cálculos 52.¢g2 £e7
e rápida avaliação das posições resultantes. 53.£c4+ ¢g7
54.£d3 ¢h6
55.¦d5 ¦f7
56.¦d6 ¤e5
34.£e4 a5
35.h4 £d5 O cavalo avança para g4.
36.£g4 ¦f8 57.£e3+ ¢h7
37.¦d1 £f3 58.¦b6 ...
38.£c4+ £f7
39.£c5 £f5 58.Td5 não é de muita utilidade,
40.£c4+ £f7 porque 58...Tf5 59.Txa5 Db7+ 60.f3 Cc4.
41.£c5 £f5 A movimentação do texto perde
42.£c4+ imediatamente.
¢g7
58... £c7
Os últimos lances foram feitos sob
severas restrições de tempo e, entretanto, Depois de 58...Cg4 59.Dxe7 60.b4,
as Pretas não conseguiram nada de as brancas ainda poderiam tentar salvar,
importante, exceto empatar a dama branca mas agora Cg4 está ameaçado, e se 59.f3
na defesa de f2. Agora eles devem jogar Dc2+ for decisivo. Os brancos
Df6, para prosseguir com a transferência eles abandonam Smyslov exibiu grande
do cavalo.
maestria, bem como um extraordinário
43.£d4+ £f6 vontade de vencer, em todos os momentos
44.£c5 ¦f7 as fases do jogo.
45.¦d2 £e7
Jogo nº 20
A ameaça Qe1+ permite que as
pretas ganhem tempo para se reagruparem. Defesa indiana de Rei
G. Stahlberg Y. Geller
46.£c3+ ¦f6
1.d4 ¤f6
47.¦d4 ¤c6
2.¤f3 g6
48.¦d5 ...
3.g3 ¥g7
4.¥g2 0–0
As brancas podem obter um terceiro
5,0– d6
peão para a peça com 48.Tf4 Qe5 49.Txf6
Dxc3 50.Txg6+ Rxg6 51. 0 6.¤bd2 ...
bc3, mas o final está perdido. Euwe indica
a variante 51... Ce5 52.Rf1 Rf5 Um sistema peculiar e passivo que
61
Stahlberg ocasionalmente o usa contra a Índia com a defesa hábil e não totalmente inócua
de King. Ele mantém o peão "e" em sua casa de Stahlberg.
original, avança o peão "c" apenas uma casa
e troca o peão "d", renunciando completamente 15.¤e3 ¤d6
a um centro de peões e à luta pelas casas 16.¦d1 h6
centrais. Esta estratégia é muitas vezes
acompanhada por uma fase de manobras, Precisamente agora que o cavalo
mudanças e... empates. Neste jogo, porém, bloqueia temporariamente a diagonal, as Pretas
Geller não compartilha da disposição do libertam-se da imobilização, movem o seu rei
adversário e luta com muita energia por para h7 e preparam-se para jogar...f5.
espaço, primeiro na ala de rei e depois em
todo o tabuleiro.
17.¥f4 ¤fe8
18.¤f1 ¢h7
19.£c2
20.¥e3 f5 ¥e6
6... ¤c6 21.¥d4 ¤f6
7.c3 e5
8.dxe5 dxe5
9.¤b3 £e7
10.¥e3 ¦d8
11.£c1 ...
Como resultado de sua estratégia

passiva, as brancas não podem mover sua
dama para c2, devido a Bf5.
11... e4
12.¤fd4 ¤e5
¤c4 A vantagem das Pretas cristalizou-se
13.¥g5
parcialmente: as peças das Brancas estão
14.¤c2 c6
congestionadas e o seu bispo de casa branca
As manobras de Stahlberg não são está fora de jogo. A corrente de peões pretos
guiadas por planos estratégicos, mas por na asa do rei está pronta para ser mobilizada.
princípios práticos baseados na vasta Mas tudo isso não é suficiente para vencer o
experiência em torneios e na sua intuição no jogo. As pretas avançam seus peões da ala
xadrez. Ele não move peões nem cria de dama para aumentar a restrição severa de
fraquezas em sua posição e não exibe a menor seu oponente.
intenção agressiva. Embora normalmente não
evite mudanças, ele não costuma fugir dos Eles então trocam as peças brancas ativas,
combates táticos quando a ocasião assim o deixando apenas o bispo em g2 e o cavalo em
exige. Não é em vão que agora acontece que, f1. Stahlberg mantém a compostura e continua
apesar de alguns movimentos brancos sem com sua tática passiva, avaliando que não
objectivo aparente, a sua posição não é de corre risco de perder o jogo.
forma alguma má. Geller demonstra grande
engenhosidade e perseverança na sua
tentativa de acabar com 22.¥c5 b6
23.¥xd6 ¦xd6
62
Mesmo uma peça tão importante para as 37... ¥e6

brancas nesta abertura como a rainha bispo não 38.gxf5 gxf5
é poupada pelo desejo de Stahlberg de trocar 39.¤f1 ...
peças. Isso, no entanto, pode custar-lhe o jogo.
Stahlberg se cansa do chato jogo do
“empate” e tenta atingir seu objetivo mais
rapidamente, levando o cavalo para d4, via g3 e
24.¦xd6 £xd6 e2. Mas neste momento ocorre uma fissura na
25.¦d1 £c7 sua formação defensiva. Ele deveria ter
26.¤e3 c5 continuado com Bf1, para não permitir que a
27.¤d2 ¦d8 rainha inimiga se infiltrasse em d3.
28.¤df1 ¦xd1
29.¤xd1 £f7
30.¤de3 ...
39...
Uma armadilha transparente: se o bispo 40.£c1 £d3h5
capturasse em a2, c4 interromperia a sua
retirada.
b5
a5
30...31.a3 32.¤d2 ¤d5
Como Geller pretende bloquear a posição,

ele não deve alterar o seu último cavalo. Já que
você mudou de cavalo, você não deve bloquear
a posição.
Ao mesmo tempo, o controle, Geller
estraga seu magnífico trabalho e sua merecida
33.¤xd5 ¥xd5 vitória fica fora de controle. Com 40...b4 ele
34.e3 ... poderia usar os dois bispos para colocar as
brancas em uma posição insustentável: 41.b4
Stahlberg quebra sua própria regra de não a3 42.ba3 Bxc3 e o peão preto passado custará
mover peões desnecessariamente. Nada o uma peça, ou 41.
forçou a enfraquecer d3, cedendo um importante
ponto de invasão à rainha preta. Melhor teria cb4 c3, abrindo caminho para o peão "a".
sido Cf1, Ce3 e Dd2.
41.¤g3 h4
c4 Agora, porém, e dado que a casa f1 está

livre, em 41... b4 as brancas teriam tempo para
a4
expulsar a rainha inimiga, com Bf1.
£d7
...
34...35.¥f1 36.¥g2 37.g4 Vitória um lance antes, empate um lance
depois: essa é a importância do tempo no xadrez.
Para dar espaço ao cavalo
llo (Cf1-g3), uma oportunidade que, como
veremos, chegará em breve. 42.¤h5 ¥f7
63
43.¤xg7 ¢xg7 desenvolvimento do bispo da rainha, abrindo

44.¥f1 £d8 também o arquivo “e”.
45.¥e2 £g5+ Boleslavsky concentra a maior parte de
46.¢f1 h3 suas peças no centro, produzindo complicações
47.£d1 ... interessantes e o peão d4 desempenhando o
papel de gatilho.
Uma vez adiada e analisada a partida, as
brancas entram corajosamente na variação, que
8.exd4 ¥e7
inclui um sacrifício de peão, certas de que a
partida terminará em xeque perpétuo. 9.¤c3 b5
10.¥b3 ¥b7
11.¥g5 0–0
12.¦fe1 ...
47... £g2+
48.¢e1 £xh2 Uma jogada característica desta abertura.
49.£d4+ ¢h7 As brancas atacam não apenas o peão-e6, mas
50.¥f1 também, indiretamente, o bispo-e7. Se, por
£g1
51.£d7 exemplo, 12...
¢g8
52.£d8+ Cbd7 13.Rad1 Cb6, já seria possível 14.Bxe6 fe6
¢g7 15.Dxe6+ Tf7 16.Ce5. Ko-tov, portanto, tenta
53.£d4+ ¢g6
eliminar
54.£d6+ Pranchas
a ameaça Bxe6 o mais rápido possível, trocando
ou desviando o bispo de b3.
Jogo nº 21
12... ¤c6
Estratégia Senhora aceita 13.¦ad1 ¤a5
eu. Boleslavsky A. Kotov
1.d4 d5
2.c4 dxc4
3.¤f3 ¤f6
4.e3 e6
5.¥xc4 c5
6,0– a6
0 7.£e2 cxd4
Normalmente é jogado aqui... b5, mas Todos os comentários concordaram que

Kotov adia este golpe até que as brancas joguem este lance é um erro, pois permite às brancas
Cc3, para que quando responderem a a4 as uma forte ruptura que lhe garante um jogo ativo e
pretas possam jogar... b4, ganhando tempo. Ao que, trinta lances depois, lhe trará a vitória.
mudar no centro, as Pretas planejam desenvolver Stahlberg e Euwe em seus primeiros comentários
confortavelmente suas peças, colocando uma sugeriram que Cb4 era necessário. Porém, há
delas em d5. A desvantagem do movimento muitos anos Rauzer já demonstrava em suas
textual é que ele resolve o principal problema das análises que 13...
brancas: o
Cb4 14.d5 Cbxd5 15.Cxd5 Axd5 16.

64
Bxd5 Cxd5 17.Bxe7 Dxe7 18.Txd5 foi bom Boleslávski.

para as brancas. Najdorf, portanto,
recomendou 13... Cd5 14.Cxd5 Bxg5 14.d5 ¤xb3
15.Cc3 Cb4. Mais tarde, Euwe concordou
com esta opinião. Não é difícil ver que ao capturar o
Gostaríamos de nos deter um pouco peão com um bispo, o cavalo ou o peão
neste suposto erro. Para começar,... Ca5, as pretas perderiam uma peça.
um erro só é revelado mais tarde, quando
15.dxe6 ...
o jogo lúcido das brancas - nada óbvio -
deixa isso claro. Sua vantagem no final ÿ
um bispo forte contra o cavalo pretoÿ não é

facilmente perceptível, nem é muito claro.
O resultado da luta depois de

13...Cd5 também é desconhecido. As
brancas têm uma possibilidade de ataque
oculta com 14.Cxd5 Bxg5 15.Cb6. Se as
pretas não pegarem o cavalo e jogarem
15...Tb8, elas perdem qualidade, com
15... £b6
Cxg5 e Cd7. A 15...Ta7 16.d5
é muito forte. Se eles capturarem o cavalo Se 15... Bxf3 seguiria 16.ef7+ Rh8
eles encontram um desagradável 17.Txd8 Bxe2 18.Txa8 Txa8 19.Txe2,
situação após 16.Cxg5. 16.h6 com duas peças pretas atacadas, uma
perderia após o sacrifício do cavalo dos quais serão capturados, com dois
em f7, seguido por Qxe6. Mas como peões extras para o branco. Por
poderia se defender contra a separação Se isso não bastasse, 16.Dxf3 Cd4 17.
tema 16.d5? Não sabemos.
Qd3 seria igualmente possível.
Se a partida tivesse seguido este
curso, 13...Cd5 seria considerado um erro, 16.axb3 fxe6
e 13...Ca5, que não parece conter nenhum 17.¤d4 ...
perigo especial, seria recomendado como
uma melhoria em mais de um caso. As brancas não precisam do peão,
As dificuldades negras, como mas da casa e6.
podemos ver, têm outras origens.
As peças brancas estão três movimentos 17... ¥d6
à frente no seu desenvolvimento: as suas 18.£xe6+ ¢h8
torres já estão nas colunas centrais e os 19.¤f3 ¦ad8
seus bispos estão localizados nas 20.¥f4 ...
diagonais de ataque. Se existe lógica no
xadrez, então acreditamos que três Este lance deve ser creditado às
movimentos de desenvolvimento têm seu Brancas como um bom lance, especialmente
peso. A tarefa do grande mestre é provar por tê-lo escolhido entre todas as
a superioridade branca. Neste caso, tal continuações possíveis. O postulado
tarefa assume a forma de combinações teórico já diz tudo: “Um par de bispos e
complexas. A síntese entre lógica e um bom desenvolvimento nas posições
capacidade combinatória é característica abertas compensam amplamente um peão
do estilo magistral de de
65
menos." Como pode ser visto, este não no final. As brancas iniciam esta fase
é o caso, então é claro que as Pretas com uma manobra técnica típica deste
não têm compensação, mas tudo isto tipo de final de jogo: o bispo deve
tinha que ser previsto! permanecer a duas casas de distância
do cavalo, numa casa da cor oposta.
20... ¥xf3
O cavalo, como pode ser visto, não tem
Não foi bom 20... Tfe8 21.Txd6 movimentos, pois passar para f6 seria
absolutamente inútil, já que o final do
Txe6 22.Txb6 Txb6 23.Bc7.
cavalo contra o bispo com um peão
21.¦xd6 ¦xd6 extra é facilmente vencido.
22.£xd6 £xd6
23.¥xd6 ¦e8 Boleslavsky continua fixando os
24.¦xe8+ ¤xe8 peões pretos "a" e "b" nas casas
25.¥e5 ... brancas, centralizando seu rei e
atacando o peão "a", após alguns
lances, com seu cavalo.
25... ¥c6 26.b4 h5 27.f3 ¢h7 28.
¤e2 g5 29. ¢f2 h4 30. g3 hxg3+ 31.
hxg3 ¢g6 32.g4 ¥b7 33.¢e3 ¥c6
34.¤c3 ¥b7 35.¤e4 ¥d5 36.
¤c5 ¢f7 37. ¤xa6 ¢e6 38. ¥c3 ¥a8 39.
¤c5+ ¢f7 40. ¤e4 ¢g6 41. ¥e5 ¥d5 42.
¤d2 ¢f7. Las negras abandonam
eles doam
Agora Boleslavsky tem a As brancas teriam continuado

oportunidade de nos mostrar sua experiência43.Rd4 Re6 44.Ce4.
66
QUARTA RODADA
22. Geller-Boleslavsky 23. 0:1
Smyslov-Stahlberg 24. Keres- 1:0
Euwe 25. Reshevsky- ½:½
Szabo 26. Bronstein-Averbaj 1:0
27. Gligoric-Petrosian 28. ½:½
Taimanov-Najdorf ½:½
0:1
Descansado: Kotov
Jogo nº 22 11.¤bxd4 0–
12.£e2 0
Defesa indiana de Agitar
13.¦ad1 ¤c6 ¤xd4
14.¤xd4 ...
Y. Geller eu. Boleslavsky
Em muitas variações da defesa Nimzo-
1.d4 e6 Indiana, as brancas obtêm o par de bispos, como
2.¤f3 ¤f6 resultado da mudança em c3. Aqui, porém,
3.c4 b6 verifica-se que foram as Pretas quem obtiveram
4.¤c3 ¥b7 os dois bispos, mas as Brancas estão numa
5.¥g5 h6 posição melhor, uma vez que as Pretas estão
6.¥xf6 £xf6 atrasadas no desenvolvimento além de terem um
7.e4 ... peão atrasado em d7 e um ponto fraco em d6.
Geller ocupa esta última casa com um cavalo e
Ceteris paribus, é sempre eficaz colocar fixa o peão-d com uma torre. O contrajogo de
os peões no centro. Geller não queria perder Boleslavsky é baseado em seu bispo forte, que
tempo removendo o bispo, então decidiu verificar dominará a grande diagonal assim que o peão "e"
na prática se o par de bispos é suficiente contra branco avançar e também é um fator a considerar
um centro de peões forte. a abertura da coluna "g" para operar com suas
peças pesadas.
¥b4
7...8.¥d3 c5
As pretas quebram no centro para dar ¥c5

maior liberdade aos seus bispos. ¦c8
£g5
9,0– cxd4 14...15.¥c2 16.e5 17.f4
...
0 10.¤b5 £d8
As brancas se concentram inteiramente
A melhor defesa contra a ameaça Cc7. no ataque ao peão-d7, subestimando a força do
AD preto. Avançar
67
tarde, porém o bispo se vingará desse

desrespeito. 17.Be4 não seria
inapropriado, a fim de eliminar para
sempre as ameaças ao longo da grande
diagonal.
17... £e7
Mas agora 18.Be4 seria

respondido com 18... Ba6 19.b3 d5
20.ed6 Dxd6. As pretas se cansaram 24... £h4
de seu peão fraco e as brancas
perderam seu cavalo.
Ele ataca o peão-f4, especulando
18.¢h1 sobre a fraqueza da primeira fila. Se,
19.¤b5 f5 por exemplo, 25.b5, as pretas podem
capturar duas vezes naquela casa.
20.¤d6 a6 ¥xd6
21.¦xd6 ¦c6 25.¦d4 g5
22.¦fd1 ...
Um golpe duplamente intencional:
A decisão de Geller de trocar a abertura da coluna “g” e o
torres é inconsistente com o seu jogo questionamento da pseudodefesa do
lógico. As brancas estavam peão f4, com Td4.
pressionando contra o peão-d7, para o
26.¢g1 ...
qual era melhor ter duas torres do que
uma. A retirada da torre, seguida por
A súbita mudança de
Tfd1, teria forçado as Pretas a adotar
uma posição passiva com algumas de acontecimentos teve efeitos no moral
suas peças (Tc7, Bc8, Td8). de Geller. No entanto, as brancas não
devem perder um peão. Melhor seria
¦xd6 26.De3 e embora com 26... gf4 27.Txf4
¥c6 Dg5 28.Df2 Rh8 teria sucesso
22...23.¦xd6 24.b4 ... um ataque forte, nada decisivo
aconteceu ainda.
Este desvio na ala da dama (b4, 26... gxf4

seguido de a4 e b5) não teria sido mau 27.£f2 £e7
em situações mais calmas, por exemplo, 28.a3 £g7
se as damas não estivessem no
tabuleiro. No presente caso foi Uma bela manobra.
necessário tomar medidas defensivas,
baseadas em Dd3 ou Rg1, mas Geller 29.¦xf4 £xe5
insiste na sua sequência de ataque, 30.¦d4 ¦f7
tentando forçar uma decisão por 31.¥d3 ...
métodos violentos mesmo quando a
sua posição não está preparada para Após a troca de damas, o final
isso. Boleslavsky agora joga suas teria sido desesperador para as
cartas. brancas. Ambos os lados estão em
68
Problemas de tempo, mas Boleslavsky joga com 8.¥c4 0–

precisão. 9.£e2 0
10.¥b3 ¤b6 ¥d7
31... f4 11,0–0 ...
O avanço deste peão precipita o resultado. Este jogo torna-se num duelo de vontades,
já que Smyslov e Stahlberg repetem o encontro
de há três anos, em Buda-peste. Na capital
32.¥f1 £f6 húngara, Stahlberg continuou com 11...Ba4, e
33.¦d2 b5 depois de 12.Cxf6+ percebeu que não era
34.c5 £a1 possível capturar o cavalo com a dama porque
com 13.Bxa4 Cxa4 14.
Antes de avançar ainda mais o peão f, as
pretas tentam trocar damas.
Dc4 as brancas ganhariam um peão. Nesta
ocasião, o grande mestre sueco muda os bispos
35.£h4 £f6 alguns movimentos depois, mas não parece
36.£xf6 ¦xf6 conseguir uma melhoria significativa.
37.¢f2 e5
38.g3 fxg3+ As brancas têm uma superioridade tangível
de espaço e liberdade de manobra, enquanto o
Geller, com sérios problemas de tempo, bispo preto atacado pelo cavalo requer a proteção
provavelmente não percebeu que seu bispo foi de sua rainha. O azarão também não possui
atacado indiretamente. movimentos centrais. Sob tais condições, a menor
imprecisão por parte das Pretas poderia ser fatal.
39.¢e1 ¦f3 40.hxg3 ¦xg3
¢g7 41.¦d6 42.¥d3 e4
43.¥e2
¦xa3 44.¥g4 ¦d3.
11... £e7
12.¦fe1 ¦ad8
As brancas se rendem. 13.¦ad1 ¥a4
14.¥xa4 ¤xa4
15.£b5 ¤b6
Jogo nº 23 16.c4 c6
17.£b3 £c7
Defesa Francesa
Brancas ameaçaram 18.
V. Smyslov G. Stahlberg
Cxf6+ forçando 18... gf6, desde 18...
Dxf6 não foi possível, por causa de 19.c5, ganhar
1.e4 e6
um peão. A jogada de Stahlberg não impede a
2.d4 d5 ameaça mencionada.
3.¤c3 ¤f6
4.¥g5 dxe4 As pretas podem ser censuradas por
5.¤xe4 ¥e7 não jogarem com a maior precisão possível (17...
6.¥xf6 ¥xf6 Td7), mas mesmo nesse caso as brancas teriam
7.¤f3 ¤d7 vários métodos disponíveis
69
para aumentar a pressão, por exemplo A manobra forçada para manter o rei
18.a4 ou Cc5 e Cd3, sem falar no preto no canto é uma variante de
simples Cxf6+, Ne5, Te3-h3, com interesse prático: 21.Dg5+ Rh8 22.Df6+
ataque. Rg8 23.Te3 Tfe8 24.Dh6 ÿum lance
calmaÿ 24...Rh8 25.Tg3 (ameaça Qg7+
18.¤xf6+ gxf6 +) Tg8 26.Df6+.
19.£e3 ¢g7
20... £e7
O jogo lógico de Smyslov torna a
21.¤g4 ¦g8
defesa das Pretas cada vez mais difícil. 22.¤h6 ...
Claro, o peão-c não pode ser capturado,
devido a Qh6 e o peão-f6 não tem Uma combinação pequena e
defesa. Por exemplo, 19... conclusiva. A torre g8 não pode se
Cxc4 20.Dh6 De7 21.Ch4, ameaçando mover por causa do xeque f5. Tão bom
Cf5 e Td3. Nem salvaria 19...Rh8, em quanto o texto era 22.Dh6+,
vista de 20.Dh6 Cd7 21.d5, e após a continuando o ataque.
troca de peões, o
a torre branca ocupa d5 e daí passa
22...£c7 23.
para h5; ou 20... De7 21.Ch4.
Para continuar o ataque, após o
lance literal, as brancas precisam mover
¦xg6 ¤xg6 31.£xf6+ ¢g8 32.£f3 £c2
seu cavalo para g4, mas como chegar
33.£d3. Negras rinden.
a esta casa?
20.¤e5 ... Jogo nº 24
Defesa NimzoIndia
P. Procurando M. Euwe
1.d4 ¤f6
2.c4
3.¤c3 e6 ¥b4
4.e3 c5
5.¥d3 0–0
6.¤f3 d5
Uma excelente jogada, com uma 7,0–0 ¤bd7
ideia verdadeiramente simples. Não há
outra maneira de chegar a g4 senão Uma pequena modificação na
passando pela casa e5, então o cavalo variante da moda: o cavalo joga d7 em
entra entre as baionetas. vez de c6. Neste jogo podemos ver o
Nada poderia ser mais simples! A teórico Euwe em ação, que tenta
chave para a ideia é que a captura do demonstrar que as Pretas podem
cavalo daria origem ao lançamento de facilmente empatar, mantendo o par de
um ataque de mate: 20...fe5 21.Dg5+, bispos e forçando trocas de peças.
seguido por Df6+ e Te3. Uma linda ma-
70
8.a3 dxc4 pontos fortes, uma vez que as pretas não têm
9.¥xc4 ... pontos fracos. Enquanto isso, as Pretas planejam
colocar seu bispo em uma boa localização, seja
Se as brancas capturarem o bispo, com via d7 a c6, ou b6 e Bb7.
9...cd4 as pretas mantêm cada duas peças
atacadas. Depois das 10.
Bxc4 dc3, nem Db3 nem o imediato bc3 dariam 23.d5 ...
uma vantagem às brancas.
Com muitas peças no tabuleiro, essas
9... cxd4 quebras costumam ser promissoras, mas nesta
10. exd4 ¥e7 posição parece apenas uma lembrança do que
11.¥a2 ¤b6 poderia ter sido...
12.¤e5 ¤bd5
13.£f3 ¤xc3 exd5
14.bxc3 ¤d7
¥d7
15.¤g4 ¤f6 23...24.¥xd5 25.¦e1¥c6
16.¤xf6+ ¥xf6
17.¥f4 ¥g5
Uma situação curiosa! Uma por uma, as
pretas trocam metodicamente todas as peças
brancas envolvidas na luta. Depois dos dois
cavalos é a vez do bispo.
As brancas não podem evitar essas mudanças,

elas só podem escolher a casa em que preferem
que elas ocorram.
18.¥g3 ¥h4 26.c4 g6 27.g3 ¦be8 28.¢g2 ¦xe5

19.¥e5 ¥f6 29.£xe5 £xe5 30.¦xe5 ¥xd5+ 31.
cxd5 ¦d8 32.¦e7 ¦xd5 33.¦xb7
Este bispo é tão chato quanto um
¦a5 34.¦b3. Pranchas.
voar.
O processo para alcançar esta posição
20.¦fe1 ¥xe5 desenhada é uma vitória para o teórico Euwe,
21.¦xe5 £f6 mas este não é o fim...
22.£e4 ...
A troca de damas não faria sentido, pois o Jogo nº 25
final resultante, com os peões "a" e "c" fracos,
Defesa Grunfeld
seria uma dor de cabeça para as brancas.
S. Reshevsky L. Szabo
cas.
22... ¦b8 1.d4 ¤f6

2.c4 g6
As brancas têm alguma vantagem no 3.¤c3 d5
desenvolvimento, mas não conseguem detectar 4.¥f4 ¥g7
onde aplicar sua 5.e3 0–0
71
As Pretas sacrificam um peão (6. de antemão esta variante. Reshevsky, como

cd5 Cxd5 7.Cxd5 Dxd5 8. Bxc7) para acelerar veremos, interrompe ambas as ameaças com
o desenvolvimento de suas peças na ala de a ajuda de um bispo.
dama, mas Reshevsky prefere uma
continuação calma. 14.¥e2 ¥e6
15.¥c4 ¥d7
6.£b3 c5 Szabo perde o equilíbrio e ao executar

7.cxd5 cxd4 "seu" primeiro movimento imediatamente
8.exd4 e6 deixa o jogo escapar. O espírito desta variante
exige a mudança de bispos e o desenvolvimento
Tendo começado o jogo no estilo do DT para c8, com ganho de tempo. Se
gambito, Szabo não para no meio do caminho 17.Db3, então 17... Cg4 18.Cd1 Tc7 e as
e sacrifica um segundo peão. Esta jogada, pretas recuperam um dos peões. Depois de
idealizada pelo GM Trifunovic, baseia-se na 17.Dd4 Dh5, a ameaça... Cg4 impede o roque
falta de desenvolvimento das peças brancas branco, ganhando o peão f7. As brancas
da ala de rei. As pretas se esforçam para provavelmente responderiam 17.Df4, mas
destruir o centro de peões das brancas e nesse caso 17...De6 seria possível, com
criar ameaças ao seu rei, mas neste caso dois contra-jogo aceitável.
peões é um preço muito alto.
16.h3 b5
9.dxe6 ¤c6 17.¥e2 ¥e6
10.exf7+ ¢h8 18.£xb5 ¤d5
11.¤f3 ¤xd4 19.¤xd5 a6
12.¤xd4 £xd4 20.£c5 ¦ac8
13.¥e3 £e5 21.£a3 ¥xd5
22,0–0 ¦xf7
As pretas correm para eliminar o peão

mais irritante. Se ele capturar o peão "b",
após a troca de rainhas as brancas
continuariam Tad1 e 24... Bxa2 não é possível
devido ao mate elegante 25.Td2 Tcb8
26.Txb2 Txb2 27.Bd4++.
23.¦fd1 ¥b7
24.¥xa6 ...
Esta posição pode ser encontrada no
livro de Trifunovic, Gruber e Bo-zic, THE Uma pequena combinação: se 24... Ta8
GRÜNFELD DEFENSE (Part One, Second 25.Db3 ameaçando b7 e f7.
Variant System 18, cont. A). Lá é dito que
para os dois peões as Pretas têm as ameaças 24...£e4 25. ¥xb7 ¦xb7 26. ¦ac1 ¦e8 27.
Cg4 e Be6. É claro que ambos os jogadores ¦d2 ¥e5 28. ¦cd1 ¢g8 29.
prepararam b3 ¥c7 30. £a6 ¦b4 31. £d3 £e5 32.
£d5+ As pretas se rendem.
72
Jogo nº 26 Jogo nº 27
Defesa NimzoIndia Defesa indiana de (*) Rei
D. Bronstein Y. Averbaj S. Gligórico T. Petrosian

1.d4 ¤f6
1.d4 ¤f6 2.c4 c5
2.c4 e6 3.d5 e6
3.¤c3 ¥b4 4.¤c3 exd5
4.e3 0–0 5.cxd5 d6
5.¤f3 b6 6.¤f3 g6
6.¥e2 ¥b7 7.¤d2 ...
7,0– d5
0 exd5 (*) Também aqui Bronstein considera uma
variante da Índia de King para uma abertura que
8.cxd5 ¥d6 hoje possui entidade própria, a Defesa Moderna
9.¥d2 a6 Benoni ou Indo-Benoni. (NdT)
10.¦c1 c5
11.¤e5 ¤bd7 Isto viola o princípio clássico do jogo na
12.¤g4 ¤xf6 abertura, segundo o qual a mesma peça não
13.¤xf6+ 14.dxc5 bxc5 deve mover-se mais de uma vez. As brancas não
apenas jogam o cavalo duas vezes, mas até três
vezes, para colocá-lo em c4. Isso significa que o
O jogo passivo das brancas, sua mudança
princípio está incorreto?
prematura em d5 e a posição infeliz de seu Bd2
impedirão que este lado ataque os peões
Claro que não!
pendurados das pretas.
A chave reside no facto de as Pretas já
terem violado as regras clássicas antes, ao trocar
um peão central por um lateral, criando
15.¥f3 ¦e8
voluntariamente um peão atrasado em d6 e,
16.¤a4 ¦c8
após o seu sexto lance, fraquezas também nas
17.£b3 ¥a8 casas pretas. Se um dos adversários joga de
18.¦fd1 ¤e4 uma forma específica e o outro se dedica a seguir
19.¥e1 ¦b8 as regras à risca, não é difícil prever quem
20.£d3 £h4 vencerá. A título de ilustração do que foi dito,
21.g3 ¤xg3 tomemos como exemplo este caso extremo: 1.f3?
e6 2.g4?? O que o preto deveria fazer?
As pretas decidem simplificar a posição em
vez de esperar passivamente que as brancas
ataquem seus peões c5 e d5.
Jogue com a rainha na primeira fase do
jogo não é recomendado, mas acontece que,
22.hxg3 £xa4 dados os erros cometidos pelas Brancas, 2...
23.¥c3 ¥e5 Qh4++ não é
24.¥xe5 ¦xe5 completamente ruim. A transferência do cavalo
25.¦xc5 £xa2 de f3 a c4, via d2, foi jogado em um
26.b4 ¦ee8. posição semelhante no famoso jogo
Pranchas. Nimzovich-Marshall, do torneio
73
Nova York 1927. A ideia é imobilizar as Pretas, 14... ¦e8

pressionando d6 e b6, tirando toda possibilidade 15.¥f4 £e7
de jogo ativo (...a6,...b5, etc.), enquanto o 16.£b3 ...
cavalo pode ser mantido no lugar. , com a4 e
a5. Por outro lado, a partir de d2 o cavalo É difícil vencer um jogo sem mover os
prepara o avanço e4 que, combinado com f4 peões. Aqui 16.Na4 Cd7 17.
e e5, constitui a estratégia fundamental das Tb1 e 18.b4, para abrir o flanco e atacar
brancas nesta abertura. lateralmente d6, parece bom.
Por outro lado, o peão preto “c” poderia ser
forçado a avançar para c4, onde poderia ser
capturado.
7... ¤bd7
16... ¤d7
Para responder a 8.Cc4 com 8... Cb6. 17.¦fe1 ¤e5
18.¤a4 ¥d7
8.g3 ¥g7 19.¤b6 ¦ab8
9.¥g2 0–0 20.¥d2 ¥b5
10,0– £e7 21.¥c3 ...
0 11.¤c4 ¤e5
12.¤xe5 £xe5
13.a4 a6
14.a5 ...
As brancas conseguiram manter sua

vantagem anterior. Eles planejam expulsar o
cavalo negro, trocar bispos para enfraquecer a
posição do rei inimigo e então jogar e4-e5.
As brancas têm uma posição melhor. Pressentindo um perigo real, Petrosian recorre
As pretas não podem explorar sua maioria de a meios táticos. Seus próximos lances (c4 e
peões na ala de dama, uma vez que o peão a f5) complicam o jogo, mas não melhoram sua
das brancas contém dois desses peões. posição.
Enquanto isso, as brancas planejam iniciar
uma tempestade de peões na primeira
oportunidade com e4, f4 e e5, abrindo caminho 21... c4
para o peão d5. O fato é que Gli-goric prefere 22.£c2
manobrar com peças em vez de peões, então 23.h3 f5
seu peão-e nunca alcançará a quarta fileira. 24.f4 £c7
25.¤xd7 ¤d7 ¥xd7
26.¥xg7 ¢xg7
27.£c3+ ¢g8
74
28.¢h2 £c5 O jogo foi adiado aqui. Após análise, os

29.e3 b5 dois adversários concordaram com o empate.
30.axb6 ¦xb6 Gligoric só queria ver o lance secreto feito
31.¦a5 £b4 pelas Pretas. É claro que Petro-sian não
32.¦e2 £xc3 poderia permitir um peão em h6.
A fraqueza dos peões c4 e a6, bem como

Pranchas.
a ameaça da troca da dama, seguida por Txa6, 41...gxh5
forçam as Pretas a um final inferior, apesar do
seu peão passado. Na fase seguinte do jogo, Jogo nº 28
disputada com restrições de tempo, ambos os
adversários atuam sem precisão. O leitor deve saber que este jogo é um
dos mais interessantes do torneio, premiado
com um prêmio de beleza. Em suas duas
fases ÿ
33.bxc3 ¢f8
abertura e meio-jogoÿ Najdorf exibiu um nível
34.¢g1 ...
tão alto de erudição e maestria que uma
Isso permite que as pretas se reagrupem terceira fase foi desnecessária.
e a torre possa abandonar a defesa de a6.
34... ¦b1+ M. Taimanov M. Najdorf
35.¢f2 ¥b5
36.g4 ¦c1 1.d4 ¤f6 2.c4 g6 3.¤c3 ¥g7 4.e4 d6
5.¤f3 0–0 6.¥e2 e5 7,0–0 ¤c6 8.d5
Era melhor atacar o peão "c" lateralmente,
até 36... Tb3 e depois de 37.Tc2 continuar Pouco antes do torneio de Zurique,
com o plano iniciado com 33... Rf8: incorporar Taimanov jogou duas vezes 7...
o rei à ala da rainha, para aumentar a Cc6 8.d5, precisamente no 20º Campeonato
mobilidade do peão passado . da URSS. Em ambos os casos ele conseguiu
o mesmo plano: quebra de peões na coluna
"c", cerco à ala de dama e penetração na
37.¦a3 ¢f7 retaguarda inimiga, onde todas as peças
pretas permanecem enclausuradas nas colunas
Mesmo agora... Tb8, com a ideia de...
"d", "e". "f" e "g". As brancas apenas deixam
Tb8, foi melhor. As pretas não precisam
seu bispo de casa escura para trás para
mostrar tanta engenhosidade para desenhar.
defender seu próprio rei. Essas partidas
apareceram na imprensa de xadrez de todo o
38.¥f3 ¦e7
mundo, dando a impressão de que haviam sido
39.h4 ¦d1
perdidas na abertura. Alguns jogadores, no
40.g5 ¦d3
entanto, continuaram a ter sucesso com esta
variante "refutada" do King's Indian. Em
A torre está mal localizada aqui.
Falta apenas uma jogada para chegar ao
empate.
41.h5 ...
75
Mar del Plata 1953, por exemplo, Naj-dorf 16.¦c2 ¥f8

perdeu de brancas para Gligoric e empatou
com dificuldade com Trifunovic. Este é o sistema utilizado por Gligoric
Mas estes jogos não eram conhecidos por e Trifunovic em Mar del Plata.
Taimanov quando o torneio de Zurique O peão-d6 agora está protegido, a torre
começou, por isso ambos os candidatos pode mover-se para a coluna g e os cavalos
jogam a abertura com grande ambição. ameaçam a ala de rei.
Najdorf segue fielmente o que aprendeu Taimanov, porém, confiante na
com as análises iugoslavas, durante pelo invulnerabilidade de sua posição, continua
menos 21 lances, e a raiz dos seus sua ofensiva na ala da dama.
melhores sucessos deve ser vista no
otimismo de Taimanov.
17.cxd6 cxd6
8... ¤e7 18.£d2 g4
9.¤e1 ¤d7 19.¦fc1 g3
10.¥e3 f5
11.f3 f4
12.¥f2 ...
Este método de proteção da ala de

rei, idealizado por Taimanov, parece
impressionante. Os peões colocados nas
casas brancas parecem os dentes de uma
fortificação em forma de serra, sendo o
bispo responsável pela proteção dos
espaços interdentais. Mas se a posição for
analisada sem ideias pré-concebidas, então Um sacrifício extremamente promissor.
é ingénuo pensar na existência de qualquer
vantagem branca.
20.hxg3 fxg3
As pretas podem esperar algo mais da 21.¥xg3 ¤h5
abertura do que o desenvolvimento de todas 22.¥h2 ¥e7
as suas peças, o avanço f5-f4, o controle 23.¤b1 ¥d7
das casas pretas e, portanto, possibilidades 24.£e1 ¥g5
genuínas de ataque na ala do rei? Por 25.¤d2 ¥e3+
outro lado, e face à extrema acuidade da 26.¢h1 £g5
situação, as Pretas têm de jogar com
precisão, combinando o seu ataque com a Uma após a outra, como se
defesa da ala de dama, especialmente d6 e acompanhassem o desenvolvimento de um
c7, e devem estar atentas a quaisquer roteiro, as peças pretas chegam ao local do combate.
oportunidades táticas. - ética que possa Agora Taimanov deveria eliminar o bispo
surgir. em e3, mesmo ao preço da troca, e para
isso deveria jogar 27.Cc4.
12... g5 27.¥f1 ¦af8

13.¤d3 ¤f6 28.¦d1 b5
14.c5 ¤g6 29.a4 a6
15.¦c1 ¦f7 30.axb5 axb5
76
31.¦c7 ¦g7 34.£e2 ¤xg2

32.¤b3 ¤h4 35.¥xg2 ¥xg2+
33.¦c2 ¥h3 36.£xg2 £h4
As brancas não podem salvar sua rainha

e se ela recuar, as pretas verificam em g3.
37.£xg7+ ¢xg7
38.¦g2+ ¢h8
39.¤e1 ¤f4
40.¦g3 ¥f2
41.¦g4 £h3
42.¤d2 h5
Uma posição pitoresca! A ala da dama
foi dolorosamente deserta, sete peças atacam O jogo foi adiado aqui. As brancas
o rei branco e o ponto g2 – agora atacado selaram 43.¦g5 e abandonaram sem continuar.
quatro vezes – aparentemente não pode ser Depois de 43...Tg8 44.
Txg8+ Txg8, não haverá defesa contra mate.
defendido. Às 34.gh3 mate em três continuações.
Txf3 também está ameaçado.
77
QUINTA RONDA
29. Petrosian-Taimanov 30. 0:1
Averbaj-Gligoric 31. 0:1
Szabo-Bronstein 32. Euwe- 1:0
Reshevsky 33. Stahlberg- 0:1
Keres 34. Boleslavsky- 0:1
Smyslov 35. Kotov-Geller ½:½
½:½
Descansado: Najdorf
Jogo nº 29 AR preto deve se mover. É melhor primeiro

preparar um lugar para ele em f8, com o lance-da
Defesa indiana de Agitar
de outra forma útil... Te8.
T. Petrosian M. Taimanov
12.¤h4 ¦e8
1.d4 ¤f6
13.¤f5 ¥f8
2.c4 e6
14.¦c1 ¤e4
3.¤f3 b6
4.¤c3 ¥b7 Não basta basear uma decisão
5.e3 d5 portanto, apenas no julgamento da posição:
6.cxd5 exd5 cálculos de longo prazo também são necessários.
7.¥b5+ ... Sentindo que a sua posição está gradualmente
a deteriorar-se e consciente da força de Petrosian
As brancas têm que desenvolver o bispo neste tipo de posição, Taimanov apresenta as
de qualquer maneira, então ele o faz sem perder plataformas e convida o seu adversário para
tempo, e como seria inapropriado para as pretas uma excursão combinatória. A decisão é
interporem uma peça, ele provoca... c6, psicologicamente correta e característica do
bloqueando o bispo preto. Portanto, era melhor estilo de Taimanov.
para as pretas não avançarem o peão-d em seu
quinto lance, jogando em vez disso... Be7.
15.¥xe4 dxe4
c6
¥ e7
0–0
¤bd7
7...8.¥d3 9,0–0 10.b3¥d6
11.¥b2
Movimento um tanto ilógico. As brancas

obviamente tentam levar seu cavalo para f5,
ponto em que o
78
16.£g4 ... frente dos peões no centro. Embora tentador,

este plano requer mais tempo do que as leis do
A tentadora 16.d5 cd5 17. Cxd5 não xadrez permitem. Foi necessário ÿ
consegue nada após a troca do bispo pelo cavalo
17... Bxd5 18.Dxd5 Cc5. No entanto, 17.Cb5 foi como Najdorf sugeriuÿ continue 21.
interessante, ameaçando Cc7 e Cd6, ou 16...
Tc3 c5 22.Tg3 cd4 23.Td1 Ce6 24.
Dg4, ou 21... Dxd4 22.Ba1 Bc8 23.Df5, com um
Tc8 17.Dg4. Mas 16.d5 cd5 17.Cxd5 Cc5 18.Ch6+
ataque forte. O lance textual obstrui a grande
gh6 19. Cf6+, etc. É jogável. É curioso que estas
diagonal preta, abrindo sua contraparte branca,
combinações, assim como a que ocorreu no
o que dá origem a diversas contra-oportunidades,
jogo, tenham origem no peão preto em c6, que
devido à bateria Bb7-Qd5.
fecha a diagonal do bispo, devido a uma
imprecisão quase imperceptível na abertura.
£d5
21...22.f4 c5
Forçando as brancas a defender
16... g6 mais profundo Agora a vantagem pertence às
Pretas.
A ameaça era Ch6+ Cxf7+ e Cxd8.
23.¦h3 cxd4
24.¦cd1 £e4
17.¤xe4
25.¦de1 £d5
As brancas sacrificam abertamente a 26.¦d1 ¦c8
peça. Agora 17...h5 poderia seguir e a rainha 27.¦xd4 £a5
branca teria que abandonar a coluna "g", liberando 28.¦c4 ...
o peão g6 para capturar o cavalo (f5), ou
Devido à forte ameaça das Pretas...Tc2,
abandonando a proteção do cavalo (e4).
Taimanov, porém, não quer correr esses riscos as Brancas são forçadas a trocar torres,
e se limita a trocar a torre e os dois peões pelos enfraquecendo assim os seus peões da ala da
dois cavalos. dama.
28... ¦xc4
O equilíbrio material é assim mantido e a luta
29.bxc4 £c5+
renova-se com vigor. 30.¦f2 £xc4
31.£b3 £e4
17... ¦xe4 32.£c2 ¤e6
18.£xe4 gxf5 33.f5 ...
19.£xf5 ¥g7
20.e4 ... Mesmo que o final tivesse favorecido as
pretas, as brancas teriam que trocar de damas
Com a ideia de incorporar a torre c1 à ala para escapar das terríveis ameaças que
de rei. pairavam sobre seu rei.
¤f8
20...21.e5 ... ¤c5
£b1+
Petrosian decide mobilizar uma 33...34.£d2 35.¦f1 £d3
79
36.£e1 £d5 Esta posição tem ocorrido com tanta

37.£g3 ¤e4 frequência ultimamente que penso que algumas
38.£h4 ¤c3 palavras deveriam ser ditas sobre ela. Não
h5 sobre sistemas ou variantes confusas, mas
39.£g4
sobre as ideias que norteiam o comportamento
de ambos os lados durante um bom número
de jogadas. As pretas trocam peões no centro
para abrir a diagonal de seu bispo e atacar d4.
Eles também poderão pressionar e4 com
cavalos e torre. O ponto c5 pode ser garantido
para um cavalo por meio de... a5, um peão que
pode posteriormente ser avançado para a4 ou
a3.
Com apenas um defensor para seu rei,

Enquanto isso, as brancas não atacam
como costuma fazer, Taimanov colocou o resto
nada, mas têm um centro forte e liberdade de
de suas peças nas melhores casas. A rainha
manobra. Vamos dar uma olhada no tabuleiro:
branca deve proteger e2 e g2 ao mesmo
as peças brancas estão dispostas em quatro
tempo, mas o último movimento das pretas
fileiras, as pretas em três, e entre elas há uma
permite a combinação decisiva.
terra de ninguém.
40.£h3 ¤e2+ Esta descrição geométrica reflecte de alguma

41.¢f2 ... forma o carácter da abertura: as forças de
ambos os oponentes ainda não entraram em
41.Rh1 seria seguido por 41... Cf4 42. contacto. Os planos das brancas são simples:
Df3 Cxg2, mas agora as Pretas podem desenvolver o bispo e a dama, conectar as
continuar com 41... Dd2, então Petrosian torres e preparar um ataque contra o peão-d,
abandonou sem retomar a luta. que deve se tornar um ponto fraco neste tipo
de formação, e tentar reforçar a defesa de e4.
Os diferentes métodos de proteção deste peão
determinam muitos outros sistemas de jogo.
Jogo nº 30
Seria bom poder jogar Dc2, mas a desvantagem
Defesa indiana de é que o cavalo d4 ficaria sem defesa, uma
Rei
circunstância da qual as Pretas poderiam tirar
Y. Averbaj S. Gligórico vantagem. Se as brancas jogarem Be3, as
pretas terão...Cg4. Este jogo de conquista dos
1.c4 ¤f6 tempos e de possibilidades combinatórias, pela
2.¤c3 g6 presença de todas as peças e de quase todos
3.g3 ¥g7 os peões, constitui para os amantes do xadrez
4.¥g2 0–0 a principal atração da Índia do Rei.
5.d4 d6
6.¤f3 ¤bd7
7,0– e5
0 exd4
8.e4 9.¤xd4 ...
80
9... ¤c5 As pretas não desistem de seu peão nos

10.f3 ... próximos dez lances.
Antes de ir para o torneio 14... ¤fd7

Suíça, cada participante preparou alguns novos 15.¦c1 ...
sistemas, particularmente em defesas como a
Índia do Rei, a Siciliana e a Nimzoindia. Uma A captura de d6 é travada com a3 e se
das inovações de maior sucesso é um sistema 16.Cxa3 Bxc3 ganhando uma peça. As brancas
bem conhecido, utilizado por Averbaj neste rejeitam esta ameaça, mas então...?
jogo: f3, Tf2 e Rd2.
15... ¥e5
As brancas se preparam para atacar d6, mas a
prática tem mostrado que não é sábio capturá-
Isto parece um absurdo, pois certamente
lo com a rainha, porque esta ficaria exposta ao
o bispo não poderá ficar aqui por muito tempo.
ataque de peças menores. A invasão do campo
Mas, mesmo assim, isso acontecerá.
inimigo deve ocorrer com peças mais fracas.
Enquanto isso, f3 reforça a segurança de e4 e
a diagonal AR é fechada apenas 16.¥f2 ...
momentaneamente.
Si 16.f4 Axc3 17.bc3 Cxe4 18.
Bxe4 Dxe4 19.T1xd6, e embora a ala de rei das
pretas esteja enfraquecida, as brancas não
10... a5 estão mais fortes, com o mesmo número de
11.¥e3 a4 peões.
12.¦f2 c6
13.¤c2 e7 16... ¦e8
14.¦d2 ... 17.¤e3 ...
Para desviar o bispo, com Cg4.
17... ¤f8
18.¤e2 £c7
19.¦b1 a3
20.b3 ...
Si 20.b4 Ca4.
20... h5
As brancas construíram uma posição
21.£c2 ¥e6
22.¤c3 ¤h7
difícil. Agora as pretas só podem defender seu
peão por meios táticos, já que 14...Td8 A posição está madura para uma ação
obviamente não funciona, por causa de decisiva e as brancas passam a atacar em
15.Bxc5. Gli-goric mostra-se à altura da sua todas as frentes, mas talvez tivesse sido melhor
tarefa: exerce o controlo sobre os pontos mais fazer mais um movimento preparatório: Tbd1.
importantes da Índia de King e não de forma
mecânica, mas de forma criativa. É difícil
acreditar nisso
23.b4 ¤a6
81
24.f4 ¥g7 considerar-se superior.

25.f5 ...
34.¦c2
Uma peça como essa ou é muito boa
A ameaça era... Cb4.
ou muito ruim. As desvantagens de
avançar o peão para f5 são tão claras que ¤a6
o avanço só é jogável quando foi realizado
¤c5
o cálculo preciso de uma variante forçada
34...35.¥f1 36.¦xf7 ...
que leva à obtenção de uma vantagem
clara. Neste caso, Averbaj provavelmente
A engenhosidade de Averbaj não o
cometeu um erro ao avaliar incorretamente
abandona mesmo nas circunstâncias mais
a posição resultante após o 33º lance difíceis. Agora ele arma uma armadilha
das pretas.
numa crise de tempo, mas Gligo-ric
encontra a resposta certa.
¢xf7
¥d7
¢f8
25...26.£b3 ...
36...37.¥c4+ 38.¤f5 ...
Retardando desnecessariamente o
Confiando que se 38...gf5 39.
ataque. Talvez fosse melhor 26.fg6 fg6 Axc5+.
27.e5 Txe5 28.Dxg6, aproximando-se do
rei preto e paralisando sua atividade com 38...¤cxe4 39.¤xg7 ¢xg7 40.
as ameaças Txd6, Cf5, Ce4, etc. ¤xe4 ¦xe4 41.¥a6 ¦d8 42.h3 ¦b4 43.¦xc6
¤e4 44.¦c7+ ¢h8 45.¥e3
¤f6 ¦b2. As brancas se rendem.
26...27.fxg6 ...
Jogo nº 31
Mas agora esta mudança é um erro.
Ainda não era tarde para jogar Tbd1 e se Defesa indiana de Rei
Bf8 continuar o ataque com c5.
L. Szabo D. Bronstein
fxg6
¥e6 1.d4 ¤f6
¥xb3 2.c4 d6
27...28.c5+ 29.cxd6¥f7
30.dxc7 3.¤f3 ¤bd7
4.g3 e5
Muitas fraquezas estão aparecendo 5.¥g2 c6
no campo branco.
O desenvolvimento das brancas
31.b5 ¤xc7 parece impecável, mas tem suas falhas:
32.bxc6 bxc6 falta de controle de e4, da qual as pretas
33.¦b7 ¦ac8 imediatamente aproveitam para
preparar...e4 e...d5; Szabo prefere trocar
Talvez Averbaj pensasse que a sua em e5, mas desta forma as Pretas
torre no dia 7 lhe daria uma vantagem, conseguem um jogo fácil e a oportunidade
mas o peão-a preto é tão perigoso que a de tomar a iniciativa.
posição de Gligoric mudou.
82
6.dxe5 dxe5 dos “cem voadores” que, naturalmente, em

7,0– ¥c5 breve escaparão.
0 8.¤c3 0–0
9.£c2 £e7 ¥f8
10.¤h4 ¦e8 £c7
11.¤a4 ... 13...14.¥d2 15.¥g2 ...
Uma das características do xadrez Necessário, pois o movimento do

moderno é o jogo dinâmico que produz cavalo (d7) criaria uma imobilização
posições nas quais - embora as chances desagradável em seu colega f5.
de cada lado possam ser determinadas - é
15... g6
difícil decidir quem leva vantagem.
16.¤e3 £e5
17.f4 £h5
Geralmente, cada jogador pensa que é ele
quem é melhor. Também foi forte 17...ef3 18.
O fator básico na luta contra ef3 dd4.
preso está o peão e5. Apoiado pela rainha
e pela torre, poderia facilmente chegar a 18h3 ...
e3. Para neutralizar esta possibilidade, as
brancas pretendem deslocar as fileiras Tendo em vista as ameaças das
inimigas empurrando os cavalos para os Pretas...Cc5,...Bh3, etc. As brancas são
flancos. As pretas decidem não perder praticamente forçadas a sacrificar seu peão
tempo na retirada de seu bispo, pois, se e2.
capturado, o cavalo ocupará uma boa
posição em c5, ao mesmo tempo abrindo a 18... £xe2
diagonal AD. Por outro lado, no seu próximo
movimento evitam que o cavalo h4 seja A rainha negra inicia uma campanha
removido para f3. Tudo isso poderia longa e perigosa. Cinco movimentos da
compensar o “sacrifício” do bispo indiano rainha para capturar um único peão
do rei. obviamente não são muito lucrativos para
as pretas, mas o que as brancas podem
fazer durante esses cinco movimentos?
11... e4
12.¤f5 £ e5 19.¦ad1 £d3
13.¥h3 ... 20.£c1 £d6
21.g4 £c7
Com a ameaça inequívoca 14.
Af4. As Pretas, no entanto, têm tempo para Como pode ser visto, as brancas
esconder o seu AR, ao mesmo tempo que fizeram um lance útil, Rda1.
dão lugar à sua dama em a5 e acentuam a Quanto ao avanço dos peões na ala do rei,
má posição de C(a4). Depois de 13.Cxc5 poderíamos dizer que é uma faca de dois
Cxc5 14. gumes, e não favorável às Brancas.
Ce3, a posição seria igual, mas agora a
iniciativa passa para as Pretas. GM Szabo Deve-se acrescentar que as pretas
despreza o pássaro na mão e sai em busca poderiam posicionar suas peças ainda melhor.
Por exemplo: 19...Cc5 20.Cc3 e apenas
83
agora 20...Dd3, caso em que o cavalo preto deran completamente da diagonal a1-
poderia ter uma posição forte em c5, seu AD h8. Conhecendo a habilidade de Sza-bo em
estaria em uma boa diagonal e o AD branco conduzir ataques diretos, não tive a menor
ficaria momentaneamente privado da casa c3. dúvida sobre o resultado do jogo se entrasse
Que conclusão podemos tirar de tudo isso? naquela variante.
Devemos concluir que com um bom
desenvolvimento não é perigoso gastar Agora as Pretas devem continuar a luta com a
algumas jogadas para conquistar um peão energia do desespero.
importante. É necessário, no entanto, avaliar
com precisão a posição e calcular com precisão
todas as variantes possíveis... 24.gxf6 ¥f8
O bispo volta para casa inglório depois
de ter perdido o cavalo no caminho.
22.¥c3 ...
25.cxb5 cxb5
26.¤d5 £c6
27.f5 ...
O motivo desse avanço pode ser visto na
seguinte linha: 24...ba4 28.fg6 hg6 29.Ce7+
Bxe7 30.fe7 Txe7
31. Dh6 Ce5 32. Td8 + Te8 33. Machado5! La
O próximo movimento das pretas é direcionado
contra esta ameaça: conectar as torres
e defenda sua primeira fila.
22... ¥g7 27... ¥b7

28.fxg6 hxg6
Cativos de seu plano para obter todas
29.¤e7+ ¥xe7
as vantagens possíveis da posição do cavalo
30.fxe7 b4
branco em a4, as pretas violam os requisitos
mencionados acima. O óbvio 22...b5 teria Pelo menos por um momento o horrível
forçado as brancas a mudar sua peça mais
bispo pode afastar-se da grande diagonal.
ameaçadora, o AD: a variante 23.Bxf6 Cxf6
24.cb5 Da5 não me pareceu muito clara, então
decidi fazer um movimento de espera. 31.¥xb4 ...
Agora...b5 é realmente uma ameaça, mas....
31.Df4 não foi ruim.
£ x4
31...32.¥c3 ...
23.g5 b5
Szabo, sem dúvida, está em busca de
Infelizmente, as pretas devem desistir de companheiro. Ba3, mantendo o peão e7, foi
um cavalo para evitar cair em um ataque de suficiente para vencer.
mate: 23...Ch5 24.Bxg7 Cxg7 25.Cg4, e neste
momento, com Df3, as brancas confiam ¦xe7
32...33.£h6 ...
84
33 Respiro fundo, percebendo apenas

no último momento que 37.Df6! leva
ao mate em algumas jogadas.
37.£h6
38.bxc3 f6 ¦g7
Antes, as Pretas estavam lutando
contra o bispo em c3. Agora eles lutam
contra seu fantasma. O correto foi
Uma sutileza tática: as brancas
38...Rf7, mas as brancas têm vantagem
provocam seu oponente a jogar... Ce5. suficiente para vencer.
No entanto, este movimento permite às
Pretas manterem as esperanças 39.¦d8 £xd8
defensivas porque a diagonal a1-h8 40.£h8+ ¢f7
está momentaneamente fechada.
41.£xd8 g5
33.Dg5 Tae8 34.Txd7 e 35.Df6 é mais
forte. 42.¦h6 ...
Depois de verificar o lance secreto

¤e5
e verificar se o tempo não havia sido
33...34.£g5 £e8
excedido, as pretas desistiram.
As pretas têm pavor de AD, então
estão ansiosas para sacrificar a troca
com...Txc3. De8 é um lance descuidado. Jogo nº 32
Foi necessário jogar 34...Tae8 e
responder à recomendação de Euwe Defesa NimzoIndia
35.Td8 com o simples...Te6, embora
permanecessem um tanto suspensos M. Euwe S. Reshevsky
no abismo.
1.d4 ¤f6
35.¦f4 ¦c8 2.c4 e6
36.¦h4 ... 3.¤c3 ¥b4
4.e3 c5
5.¥d3 0–0
6.a3 ¥xc3+
7.bxc3 b6
Esta continuação é apropriada em

outra ordem de movimentos. Na partida
9 (Geller-Euwe), por exemplo, onde
Bd3 ainda não foi jogado e as Pretas
não foram rocadas.
Naquela partida, as brancas foram
36... ¦xc3 forçadas a passar algum tempo com f3,
mas agora podem jogar e4 com
Pela primeira vez desde a peça sucesso, facilmente fazendo um
85
progresso que em outros casos exige muita As pretas ameaçam nada menos do que
preparação. É surpreendente que uma matar em g2, já que o f3 natural teria seguido
autoridade na variante Sä-misch como 12...c4. Portanto, o único lance das brancas é
Reshevsky permita esta possibilidade, e que 12.Cf4, mas o cavalo não está muito bem
Euwe não tire vantagem dela. Depois de 8.e4 colocado em f4. Assim, a ameaça do mate,
a ameaça é 8.Bg5 e se o CR preto passar para por mais ingênua que possa parecer, leva a
e8 então 9.Qh5! iniciando um ataque ao roque. uma mudança significativa de posição, que
certamente não é a favor das brancas.
O leitor pode perceber um desenvolvimento

semelhante no jogo 77, em que Reshevsky se
arrisca ao repetir esta variação contra Keres. 12.¤f4 £c6
13.c4 cxd4
8.¤e2 ¥b7 Ruim seria, claro, 13...g5.

9,0– d6 Depois de 14.d5 a posição das pretas estaria
0 10.£c2 d5 completamente arruinada.
Parece que Reshevsky esqueceu o 14.exd4 ¤bd7

direito dos peões de avançar duas casas! 15.¥b2 ¦fe8
Porém, o avanço gradual do peão tem sua 16.¦fe1 ¦ac8
própria lógica. Como as brancas jogaram 17.¦ac1 ¤f8
passivamente, mesmo omitindo 10.Cg3, 18.¥f1 ...
Reshevsky corrige seu erro no 7º lance,
impedindo as brancas de executar e4 por muito Trocando a guarda...
tempo. Se as pretas respondessem a 10.Cg3
com d5, então 11 seguiria. 18... ¤g6
19.¤xg6 ...
cd5 ed5 12.Cf5, então a resposta correta teria Esta mudança é explicada pela intenção
sido 10... Cc6. de Euwe de acasalar, abrindo o arquivo do rei.
Agora as Pretas respondem à troca de peões Muito melhor foi 19.Dc3, mantendo as
centrais com uma manobra inteligente, que só possibilidades Ce5 e Cb4, para incomodar a
é possível dama preta e liberando seu rei bispo para
com a rainha branca em c2. operar na diagonal correta b1-h7.
11.cxd5 £xd5
19... hxg6
20.¦e3 ¦ed8
21.£e2 £d6
22.¦h3 ...
Parece que a nossa suspeita foi fundada.
£f4
22...23.¦d1 ¥a6
86
24.¦f3 £e4 jogada vencedora.

25.¦e3 £g4
33.cxd5 ¦xc3 34.¦xc3 £xc3 35.
26.f3 ...
¥b2 £b3 36.¥xa6 ¦c2 37.d6 ¦xf2
Reshevsky, um especialista em manobras 38.d7 £d5 39.¢xf2. As brancas se rendem.
de rainha, provoca uma fraqueza após a outra.
As brancas não buscam a troca de rainhas,
Jogo nº 33
temendo, com seus peões pendentes, o final que
resultaria. O leitor, é claro, terá notado – e continuará
notando
ÿ que evitei a descrição detalhada das variantes
26... £f4
de abertura.
27.g3 £h6
Os dois lados lutam de maneiras diferentes e
28.¦c3 £g5 nem todas podem ser descritas. Considero este
29.£f2 ¦d7
jogo uma exceção porque Keres utiliza um
30.¦dc1 ... sistema defensivo que não pode ser encontrado
As brancas devem colocar seu bispo nos manuais.
em e5, via c1 e f4. Este foi o momento oportuno

para isso: 30.Bc1 Qa5 31. Estratégia Agitar
Db2, seguido por 32.Bf4 e as pretas não podem
jogar...Cd5, enquanto,... G. Stahlberg P. Procurando
Tc7 não é mais possível.

1.d4 ¤f6
¦dc7 2.c4 e6
£a5 3.¤f3 d5
30...31.¦1c2 32.¥c1 ... 4.¤c3 c5
5.cxd5 cxd4
Mas este, claro, não é o momento certo:
era preciso jogar 32. A teoria considera apenas 5...
Tc1, embora a posição das brancas esteja Cxd5, estimando que as brancas ganham uma
completamente arruinada. As pretas poderiam pequena vantagem com 6.e3 Cc6 7.Bc4. O
levar seu cavalo para d6, via e8, continuando o movimento usado
ataque aos peões pendurados. de Keres nunca foi apresentada em
um torneio importante. É um bom
defendendo? Aparentemente, não é pior
o que outros. De qualquer forma, Keres
Ele usou isso três vezes, e seu resultado de
2,5 pontos com ela falando apenas.
6.£xd4 ...
As brancas ganham algum tempo com o

desenvolvimento de sua dama, mas as pretas
logo o recuperam com Cc6. Não faz sentido
sacrificar uma peça por três peões, com 6.de6
32... ¤d5 dc3 7.ef7+ Re7 8.Dxd8 9.bc3, já que o peão f7
será perdido, mais cedo ou mais tarde.
Euwe provavelmente omitiu o
87
6... exd5 completou seu batismo de fogo. O jogo que se

7.¥g5 ... segue gira em torno do peão d4 isolado, mas
também passado: suscetível de ser capturado,
Nas partidas seguintes (números 155 e mas acima de tudo é essencial para bloquear.
210) Najdorf e Geller jogaram 7.e4 contra Keres,
mas ambos se convenceram, enquanto
Stahlberg, ao se enfrentarem pela primeira vez
17.£e3 ¥d5
a uma variante desconhecida, não pode arriscar 18.¦ac1 ¦ad8
uma continuação 19.¥c4 h6
agudo. 20.h3 a6
21.¥xd5 ¦xd5
7... ¥e7 22.¦c4 f5
8.e3 ¤c6
23.f3 ...
9.£d2 0–0
10.¥e2 ¥e6 Stahlberg, por sua vez, tenta criar um peão
11,0–0 ¤e4 fraco para seu oponente.
A possibilidade de realizar esta manobra 23... b5

libertadora é um elo vital do sistema e foi sem 24.¦c6 £d7
dúvida prevista por Keres. Se agora 12.Bxe7 25.¦xa6 exf3
Dxe7 13.Cxd5? Dd7, as Pretas ganham uma 26.£xf3 ¦xd4
peça. 27.¦f1 ¦d2
28.¦a8 ¦xa8
12.¤xe4 dxe4 29.£xa8+ ¢h7
13.¥xe7 £xe7 30.£f3 g6
14.¤d4 ¦fd8
As pretas têm uma vantagem posicional
pequena, mas clara, que é possível explicar, mas
A última armadilha. Se 15.Cxc6 Txd2
difícil de ilustrar com variações específicas. O rei
16.Cxe7 + Rf8 e as pretas recuperam sua peça
preto está melhor protegido contra possíveis
com a melhor posição.
xeques. Particularmente importante é o seu
peão f5, que mantém o rei a salvo de xeques
15.¦fd1 ¤xd4 diagonais.
16.exd4 ¦d6
Situação análoga quase trouxe a derrota de
Keres em seu jogo contra Taimanov, na rodada
29. As peças brancas estão solidamente
instaladas e g6, que abre a sétima linha,
certamente não contribui para as esperanças
pretas de vitória.
31.¦e1 ¦xb2
32.£a3 ...
Os brancos também parecem

O novo sistema de Keres tem suporte
tem algumas ameaças.
88
32... prevê uma posição em que as brancas não serão

33.¢h1 £d4+h5 capazes de evitar a troca de damas. Para fazer
34.£e7+ ... isso, seu rei deve mover-se para a ala da dama.
Seu método de vitória é interessante e instrutivo,
Aqui as brancas podem facilmente jogar mas se tiver sucesso é apenas devido às
34.Df8, respondendo à única resposta das pretas, imprecisões das brancas.
Te2, com 35.
Txe2 Dd1+ 36.Th2 Dxe2 37.Df7+ Th6 38.h4, com cas.
tabelas de prováveis.
44...
¢h6 45. £e5 h4
34...35.£f8+ ... 46.
£d1+ 57. £f2+
Aqui, assim como dois lances atrás, as £d2+ 58. £f5
brancas deixam escapar um empate fácil: 35.h4, £c3+ 59. ¢g5
ameaçador £b3+ 60. ¢f4
Dg5+ e De7+. £c3+ 61. ¢f3
£g7+ 62. ¢e3
35... ¢g5 £c3 ¢d3
36.£e7+ ¢h6
63.¢h2 ¢e2
37.£f8+ £g7 64.¢h1 ¢e3
38.£c5 ...
65. £c8 ¢e4
66. ¢g2 ¢f3
As rainhas não podem ser trocadas, pois o
67.¢g1 ¢f4
final da torre é perdido para as brancas.
¢e5
¢d5
38... £f6 ¢c6
39.a3 ¦b3 ¢b7
40.¦d1 ¢a6
41.¦f1 £f1+
42.¦xf3 f4 f3 £f2+
43.gxf3 ¦xf3 £xf3+ ¢b6
44.¢h2 ... £e1+ £e4+ £d4+
As brancas se rendem, pois as pretas

possuem bases na coluna "c" (c7, c4) para trocar
damas. Na verdade, 68.Rg2 poderia ser seguido
por 68...Dd5+ 69.Rh2 Dd6+ e a mudança seria
inevitável.
Jogo nº 34

O final do jogo de damas pode ser
estabelecido com um jogo preciso. Keres eu. Boleslavsky V. Smyslov
89
1.d4 d5 16. ¦fc1 ¦fc8

2.c4 c6 17. ¥d2 h6
3.¤f3 ¤f6 Tabelas
4.¤c3 dxc4
5.a4 ¥f5
Jogo nº 35
6.e3 e6
7.¥xc4 ¥b4
Defesa Siciliana
Sistema de defesa preparado por Smyslov
para o torneio de Zurique, que utilizou em quatro A. Kotov Y. Geller
ocasiões, atacando rapidamente cada uma
delas. Pessoalmente, porém, penso que esta 1.e4 c5 2.¤f3 ¤c6 3.d4 cxd4 4.
variação é difícil para as Pretas. Smyslov teve ¤xd4 ¤f6 5.¤c3 d6 6.¥g5 e6 7.
que mostrar muita habilidade para empatar o £d2 ¥e7 8,0–0–0 0–0 9.f4 e5
jogo e seus adversários nem sempre aproveitaram
as oportunidades. Após este torneio, nem Smyslov Uma novidade teórica, utilizada pela
nem qualquer outro professor recorreram primeira vez neste jogo. Posteriormente, foi
novamente a esta defesa, sendo assim desenvolvida nos campeonatos soviéticos, mas
rebaixados dos treinos. concluiu-se que a linha não era satisfatória para
as pretas. Neste jogo, Kotov evita riscos e
simplifica rapidamente a posição.
8,0– ¤bd7
0 0–
9.£e2 10.¤xc6 bxc6 11.fxe5 dxe5 12.
0 ¥g6
10.e4 ¤d5 £xd8 ¦xd8 13.¦xd8+ ¥xd8 14.¥c4 ¥e7
11.e5 cxd5 15.h3 ¥d7 16.¦d1 ¥e8 17.
12.¤xd5 a6 a3 ¢f8 18. ¥e3 ¤h5 19. ¤e2 ¤f6 20.
¤c3 ¤h5 21.¤e2 ¤f6 22.¤c3. Ta-blas
13.¥d3 fxg6
14.¥xg6 15.¥e3 £e7
90
SEXTA RONDA
36. Smyslov-Kotov ½:½
37. Keres-Boleslavsky 1:0
38. Reshevsky-Stahlberg 1:0
39. Bronstein-Euwe ½:½
40. Gligoric-Szabo 0:1
41. Taimanov-Averbaj 1:0
42. Najdorf-Petrosian 1:0
Descansado: Geller
Jogo nº 36 Smyslov permite muita liberdade às

pretas ao não jogar a4 aqui ou no turno
Defesa Siciliana
anterior. Mesmo se as pretas tivessem
A. Kotov jogado 10...b5, 11.a4 seria possível. Se
V. Smyslov
11...b4 12.Cd5, capturando a dama depois
1.e4 c5 de 12...
Cxd5. Mas agora...b5 não encontra
2.¤f3 d6
resistência. A única coisa que as brancas
3.d4 cxd4
conseguiram na abertura foi o seu controle
4.¤xd4 ¤f6
sólido de e4, o que não é insignificante,
5.¤c3 a6
então influenciará o desenvolvimento do
6.¥e2 e5 jogo, mas as brancas deveriam ter aspirado
O resultado do jogo Smyslov-Kotov por mais.
foi difícil de prever, mas a abertura não foi 11... b5
tão difícil: Smyslov considera um dever
12.a3 ¤b6
abrir com 1.e4, ao qual Kotov sempre
13.£f2 ¦b8
responde
1...c5. 14.¦ab1 ...
Nesta ocasião, Kotov desvia-se
A ameaça era 14...Cc4, bem como
ligeiramente do seu costume, pois costuma 14...Ca4. A necessidade de um movimento
jogar a variante de Scheveningen,
como Tb1 denota uma falta de harmonia na
avançando o peão do rei para e6 e depois,
posição das brancas.
a certa altura, para e5. Aqui, segundo a
moda, ele joga e5 no 6º lance. Uma das 14... ¥e6
chaves para...e5 é que Cf5 não é possível
15.¢h1 ¤c4
por causa de 7...Bxf5 e 8...d5.
Cc4 tem sua lógica, mas...d5,
mostrando que o peão-d não é fraco de
7.¤b3 ¥e7 forma alguma, parece muito mais atraente.
8.¥e3 ¤bd7 As pretas não apenas teriam alcançado
9,0– 0–0 uma vitória moral, provando que seu
0 £c7 controle de d5 é melhor do que o controle
10.f3 11.£e1 ... de d4 de seu oponente, mas também
91
Além disso, eles teriam obtido um jogo de Smyslov joga de forma direta e simples.
peças grátis: 15...d5 16.ed5 Cfxd5 17.Cxd5 Suas peças vão ocupando gradativamente
Bxd5 18.Bc5 Cc4. melhores posições. Agora Bxf6 ameaça.
16.¥xc4 bxc4
17.¤c1 ¦b7 24... ¤h5
25.£h4 g6
Smyslov consegue responder 26.¤xd5 ¦xd5
adequadamente à ameaça das pretas de 27.¦xd5 £xd5
dobrar as torres na coluna "b". 17...d5 ainda
28.£e4 ...
era forte aqui, com a mesma ideia mencionada.
As brancas provocaram...g6 para proteger
um ataque, mas estimaram corretamente que
18.¤1a2 d5 seria muito difícil quebrar o roque inimigo,
então propuseram a troca de damas para
O momento menos apropriado. 18...a5
entrar em um final melhor, com base no ponto
era necessário. Somente depois de 19.a4 Db8
e4.
20.Cb5 era 20...d5 possível.
19.exd5 ¥xd5 28...£xe4 ...

20.¤b4 ¥xb4
21.axb4 ... É um erro Kotov aceitar a troca de
damas, já que suas chances no final do jogo
são obviamente piores, devido aos seus peões
fracos de a6 e c4.
Com damas no tabuleiro sempre haveria a
possibilidade de jogar...f5 e...e4.
29.¦xe4
30.¥e3
31.g4 f6¦c8¤g7
32.g5 ...
£c6 32.Bc5 não ganharia um peão, em

... visão de 32...a5 33.Txc4 ab4, e este peão não
21...22.¥g5
pode ser capturado. E se 34.b3 Ce6 35.Bxb4
Txc4 36.bc4 Cd4,
Aproveitando o fato de o bispo preto estar
momentaneamente empatado, as brancas com um final provavelmente empatado.
Mas as brancas encontram uma maneira de
decidem lançar um ataque na ala de rei.
Desde 22... explorar a fraqueza de e5.
Txb4 não é jogável agora, porque 23.Cxf6 gf6
32... ¢f7
24.Dd2 Ae6 25.Ce4, a torre frustrada em b7
33.gxf6 ¢xf6
abandona seu xadrez.
34.¥d2 ¤f5
22... ¦d7 35.¥c3 ¤d4
23.¦fe1 ¦e8 36.f4 ...
24.¦bd1 ...
Nada se ganha com 36.Bxd4
92
ed4 37.Txd4 e3 38.b3 Te8, já que a torre penetra xeque, o jogo termina empatado, da seguinte
na 7ª e ganha o peão c2, empatando. Kotov forma:
captura imediatamente em c2, mas seu cavalo é
levado para a1, onde sua posição se torna crítica. 42... ¢e6
43.¦xc4 ¤d3
44.b4 Pranchas
36... ¤xc2
37.¦e2 ¤a1 Jogo nº 37
Defesa indiana de Rei (*)
P. Procurando eu. Boleslavsky
1.d4 ¤f6
2.c4 d6
3.¤c3 e5
(*) Essa abertura também costuma ser chamada

de: Defesa do Índio Antigo, justamente para
diferenciá-la do Índio do Rei. É evidente que
38.¦xe5 ... Bronstein considera todos esses sistemas como
muitas outras formas de King's Indian Defense.
(NdT)
O jogo sutil de Smyslov alcançou uma
posição vencedora, mas agora, em uma crise de Um remédio radical contra o Ataque
tempo, ele escolhe o caminho errado. As brancas
Sämisch e a variante de quatro peões.
venceram rapidamente com 38.fe5+ Re6 39.Tf2.
Independentemente do que as brancas joguem
agora, elas não poderão mais entrar na formação
Talvez o lance ideal também não seja 38.fe5+,
Sämisch. Se, por exemplo, 4.d5, as pretas não
mas 38.Rg2 e só então
são obrigadas a fianquetear seu rei bispo, mas
fe5+. O plano de Smyslov parece forte
podem jogar...Bf5 e em 5.f3 elas podem responder
mas dá às Pretas uma possibilidade oculta de
5...e4. Se 4.e4, as pretas ganham tempo no
empate.
desenvolvimento, com 4...ed4 5.Qxd4 Cc6,
seguido por...Be7 ou...g6. Em 4.e5 de5 5.Dxd8+
38... ¢f7
Rxd8, o rei preto, embora privado de roque, pode
39.¦a5 ¤c2 encontrar refúgio em c7. Keres tem outra ideia
40.¦xa6 ¦b8 em mente: Bg5, que é certamente uma das
41.¦c6 ¤xb4 opções mais fortes.
42.¦c7+ ...
Uma verificação necessária. Se 42.Txc4

imediatamente, então 42...Cd5 43.Be5 Tb3 e o
rei preto chega a f5, 4.¤f3 ¤bd7
através de e6. Agora, depois de 42...Re6 43.Txc4 ...
5.¥g5
Cd5 não funciona, por causa de 44.Te4+, e o rei
as pretas não podem ir para f5 porque Como os peões d6 e e5 não permitiram os
perderia o cavalo, nem d6, ataques mais fortes contra a Índia do Rei, as
por Be5+. Porém, depois brancas
93
Venha agora, não permitindo que seu rival Parecem ser avaliados de acordo com uma
desenvolva o bispo do rei em g7. lista de preços verdadeiramente especial, na
Na verdade, depois de...g6 6.de5 de5 7.Cxe5, qual o bispo da casa preta receberia um preço
as pretas perderiam um peão. Claro, as Pretas muito elevado.
podem jogar 5... Por esta razão, e apesar dos seus peões
Be7, mas este desenvolvimento do bispo está arruinados na ala do rei, as Pretas conseguiram
muito longe de corresponder às intenções do eliminar o bispo da rainha branca, mantendo o
adepto da Índia do Rei. Neste caso, os planos bispo do seu próprio rei.
das brancas são simplesmente jogar e3, Be2 e O último movimento das pretas continua seu
0-0, sem medo de...e4, já que sua rainha bispo ataque preparado, com o sacrifício da torre. As
está fora da cadeia de peões. Boleslavsky, chances de sucesso do ataque dependem do
que investiga contínua e com sucesso cavalo branco forte em d5 estar fora de jogo
possibilidades de melhorar o jogo das pretas em a8. A questão central é se as pretas serão
na Índia do Rei, considera uma obrigação capazes de criar ameaças significativas antes
moral revisar as opiniões estabelecidas, por que o bispo branco seja desenvolvido e o
isso preparou para este jogo uma variante cavalo (a8) volte à luta. Boleslavsky conta,
espinhosa, que inclui um sacrifício de torre. sobretudo, com a seguinte linha, em que seu
AR desempenha o papel de primeiro violino:
10.Cxc7+ Rd8 11.Cxa8 d5!
h6 12.Tc1 Ab4+ 13.Cd2 Cc5 14.Tc2 De5

g5 15.e3 Af5.
5...6.¥h4 7.dxe5 ... Retornar a dama para d8, como Najdorf
recomenda, não é muito atraente: 9...Dd8
Se o bispo recuar novamente, o peão-e 10.Dd4 Ce5 11.Cxe5 Bg7 12.Cxf7 Rxf7 13.Df4+
avança para e3, com a ideia familiar de dificultar Rg8 14,0-0-0 c6
o desenvolvimento de todo o flanco: 7.Bg3 e4 15.Cc3 Da5 apenas parece aceitável. De
8.Cd2 e3. Na verdade, a única ameaça que Bxc3 não é
Agora podemos ver a variante principal da perigoso para as brancas, que podem
inovação de Boleslavsky. simplesmente capturar com seu
rainha em d6. Por exemplo: 16.Dxd6
7... gxh4 Bxc3 17.bc3 Bxc3+ 18.Tb1 Af5+ 19.e4
8.exf6 £xf6 Machado4+ 20.Ad3.
9.¤d5 £xb2
10.¦b1 ...
A jogada simples que Bo-leslavsky

omitiu nas suas análises preliminares.
Depois de 10.Cxc7+ Rd8 11.Tb1 não é mais
perigoso, devido ao xeque em c3, mas agora,
com o cavalo ainda em d5, o xeque não é
possível e todo o ataque das pretas é refutado.
10... £xa2
11.¤xc7+ ¢d8
Algumas peças da Índia do Rei 12.¤xa8 ¤c5
94
Atormentado por seu erro, Boleslavsky 10.¤xe4 0–0

comete outro. É verdade que 12...d5 não faria 11.£c2 ...
sentido agora, mas 12...Bg7 mantém algum
ataque. Por exemplo: 13.Tc1 Qa3 14.Qd2 Cc5. Uma inovação de Reshevsky. 11.a3 Ba5
Se as pretas pegarem o cavalo a8, elas terão 12.Qa4 geralmente é jogado aqui, mas então
um peão para a troca. Mas agora Keres força as Pretas
a mudança de rainhas, eliminando assim o atacar indiretamente o peão-d4, que
perigo. Eles capturarão c4 em troca do deles.
A ideia de Dc2 não é, claro, sacrificar
um peão, uma variante secundária e anedótica,
13.¦a1 £b2 14.£d4 £xd4 15.¤xd4 já que as pretas obviamente não podem aceitá-
¥g7 16. e3 ¦e8 17. ¥e2 ¥xd4 18. lo (12...Cxd4 13.Cxd4 Dxd4 14.Td1 Qe5 15.Bf4
exd4 ¤b3 19.¦xa7 ¤xd4 20.¦a2 h3 e as brancas se recuperam - peran o peão com
21.¦g1 ¦g8 22.g4. Negras rinden. enorme vantagem em
desenvolvimento), mas eles atacam

Jogo nº 38
diretamente o peão-c4 para ganhar um
tempo e mova a torre para d1. Suportado
para uma torre, o peão d branco é
Será muito dinâmico e se você abordar o
S. Reshevsky G. Stahlberg
a sétima classificação criará possibilidades
1.d4 d5 táticas perigosas.
2.c4 e6
£d5
3.¤c3 c5 ...
11...12.¥e3
4.cxd5 exd5
5.¤f3 ¤c6
6.g3 c4
A variante sueca, frequentemente usada

por Stahlberg e Stoltz. Com o subsequente...Bb4,
as Pretas tentam enfraquecer o ataque ao
peão-d5 e com Ce7 reforçam a sua defesa sem
medo da imobilização deste cavalo, como
aconteceria se fosse desenvolvido por f6.
6...c4, entretanto, fortalece consideravelmente
o peão d4 branco, de modo que quando for Permitindo que as pretas coloquem seu
passado, após 9.e4, empatará as peças pretas. bispo dama em f5 e depois de 13.
O peão preto c4 não será de forma alguma Ch4 Cxd4 14.Axd4 Dxd4 15.Cxf5 Cxf5 16.Tfd1
equivalente a esse, pois além de não ser De5 17.Td5 Dxd5 18.Cf6+, o
passado, dificilmente conseguirá adquirir essa 16...Db6 17.a3 Ba5 18.Dxc4, as peças
condição. Os brancos estão muito melhor situados que
os negros. A ameaça é
19.b4 e capturar o peão b2 é bom
devido a 19.Dd5, atacando o cavalo
7.¥g2 ¥b4
de f5 e o bispo de a5.
8,0– ¤ge7
0 9.e4 dxe4 12... ¤g6
95
13.¤h4 £b5 Aqui eu evitaria jogar 24.Txa5, já

14.¤xg6 hxg6 que a dama e o cavalo pretos estão
15.a3 ¥e7 longe de seu rei e o
16.d5 ¤a5 os peões resultantes seriam fracos.
17.d6 ... Além disso, o par de bispos controla
todo o conselho. Claro, as linhas teriam
que ser analisadas com
O jogo forte e concreto de
Tenha cuidado, mas estou convencido
Reshevsky literalmente não permite
que haveria boas chances de vitória:
que seu oponente escolha uma única
recomendo ao leitor analisar
jogada. As mulheres negras enfrentam
por conta própria 25.Cb5, bem como
continuamente ameaças que não lhes deixam trégua.
25.Dc2 e 25.Ah3.
Este jogo é característico do estilo de
Reshevsky e é, sem dúvida, um dos
melhores de todo o torneio. 24.d7 ...
17... ¥d8 O jogo de Reshevsky também é

18.¤c3 £a6 forte, embora ditado em parte pelas
pressões do relógio. Sem tempo para
19.¦ad1 ¥g4 pensar, prefere levar o jogo para uma
20.¦d4 ¥f5
fase técnica, na qual tem vantagem
21.£a4 ¦b8
inquestionável.
Obviamente, com a ideia de...b5 24... b5
se libertar, pelo menos parcialmente, 25.¤xb5 ¦xb5
mas as brancas não permitem isso.
26.£xb5 £xb5
27.¤xb5 a6
22.¦d5 ¥e6
28.¤c3 ¥xd7
23.¦e5! b6
29.¦d1 ¥c8
O peão d6 não está protegido e
embora a torre possa ser atacada de As peças brancas estão em
quatro maneiras, todas elas levariam a excelente posição, enquanto os peões
perdas materiais para as pretas. pretos estão fracos e devem cair sob o
Stahlberg se contenta com mo- fogo da torre e dos bispos.
desta...b6, para proteger o cavalo e
levar a dama para c8. 30.¤e4 ¥e7
31.¥c5 ¥xc5
32.¤xc5 ¥f5
A confissão de que a situação é

desesperadora ou um simples fracasso?
Provavelmente o último.
33.¤xa6 ¦e8 34.¥f3 ¤b3 35.¢g2 ¥c2

36.¦d7 ¥f5 37.¦d1 ¥c2 38.¦d7
¥f5 39.¦d6 ¥e6 40.¤c7 ¦e7 41.
¤xe6. O preto se rende.
96
Jogo nº 39 7,0– ¤c6

0 ¥xc3
Um sacrifício de peão, às vezes até de 8.a3 dxc4
uma peça, quase sempre faz sentido para manter 9.bxc3 10.¥xc4 £c7
o rei inimigo no centro, onde pode ser atacado
com as peças pesadas. Mas devemos diferenciar Todos esses movimentos iniciais foram
dois tipos de ataque: 1) o rei está na primeira fila, executados quase automaticamente por ambos
rodeado pelas suas próprias peças e peões; os oponentes. As brancas agora iniciam a
preparação do avanço e4.
2) o rei avança para o terceiro ou 11.¥d3

quarta fileira, buscando refúgio em um dos flancos. 12.£c2 e5¦e8
O segundo tipo pode ser observado no Isto parece mais forte do que 12...De7, já
jogo a seguir: meu oponente aproveita ao máximo que Euwe jogou contra Ave-rbaj na partida #176
o melhor recurso do defensor, o sangue frio. A e mais tarde contra Botvinnik, na 11ª Olimpíada.
certa altura, fui forçado a esquecer todas as
variações calculadas e a me perguntar quem Compare 12...De7 13.de5 Cxe5 14.
estava atacando quem. Cxe5 Cxe5, com 12...Te8 13.de5 Cxe5 14.Cxe5
Qxe5. No segundo caso, o
Durante e depois do jogo, fui assombrado Os negros têm muito tempo. É
pela impressão de que a vitória estivera ao meu É verdade que 12...Qe7 não permitiria 13.e4,
alcance em algum momento. mas é realmente tão perigoso?
Talvez alguma variante que tenha passado pela 13.e4 exd4

minha memória. Em qualquer caso, não consegui
encontrar nenhuma melhoria para as brancas, Euwe poderia forçar a troca de damas
nem Euwe, Najdorf ou Stahlberg, de acordo com aqui, simplificando consideravelmente a posição,
as notas do jogo. Admitamos que o promissor com 13...c4 14.
sacrifício de peças seja insuficiente para vencer o Axc4 cd4 15.cd4 Ca5 16.Ad3 Dxc2 17.
jogo, mas não é possível encontrar alguma Bxc2 Cxe4, mas aceita o desafio de uma luta
variante vencedora? De qualquer forma, embora complicada, abundante em combinações.
não tenha entendido, consegui produzir um jogo
realmente animado.
14.cxd4 ¥g4
A 14...cd4 hubiera seguido 15.e5.

Defesa NimzoIndia Euwe convida as brancas para entrar na variação
15.e5 Bxf3 16.ef6 Cxd4 17.
D. Bronstein M. Euwe
Bxh7+ Rh8 18.fg7+ Rxg7 19. Bb2 Tad8, na crença
de que ele está em posição de repelir o ataque.
1.d4 ¤f6
Após a partida, porém, descobriu-se que as
2.c4 e6 complicações resultantes logo penderiam a favor
3.¤c3 ¥b4 das brancas. Minha atenção estava voltada para
4.e3 c5 outra possibilidade mais atraente.
5.¥d3 d5
6.¤f3 0–0
97
15.£xc5 ¤xe4 Eles lutam sob o ataque do companheiro,

16.¥xe4 ¦xe4 diminuindo assim com a sua atitude as
... possibilidades de se defenderem com sucesso.
17.¤g5
As brancas iniciam um ataque ao rei. 22.d5 ...
Claro, 17.d5? Bxf3 18.gf3 Th4 19.f4 Dd7, não
seria desejável. As pretas agora podem
capturar o peão-d4, mas decidem não fazê-lo
em vista de 17...Txd4 18.Bb2 Td7 19.Dc2 g6
20.
Ce4. Estou um pouco preocupado com
17...Txd4 18.Bb2 Df4, mas esse sacrifício de
troca não convenceu meu oponente.
17... ¦e7
18.£c2
19.¤e4 g6 ¥f5 Aqui eu estava considerando 22.
Ab2 e 22.Dh6. A textual é mais forte e as duas
Ambos os lados jogam a linha que opções mencionadas são mantidas, criando,
envolve o sacrifício de uma peça. As pretas, com d6, uma terceira.
para reservar f5 para seu bispo, enfraquecem
a grande diagonal com seu movimento anterior, 22... ¦d8
jogando g6 em vez do mais natural...f5. As
brancas desistem de uma peça para atrair o Uma peça notável. As pretas incorporam
rei preto para f6 e e6, onde planeja atacá-lo suas últimas reservas na defesa, ao mesmo
com todas as suas forças. A luta se torna tempo que rejeitam as três ameaças das
extremamente acirrada. brancas. 23.Dh6 seria respondido com a
calma 23...
Txd5, já 23.Bb2+, as pretas, como veremos,
20.¤f6+ ¢g7 devolvem a peça. Mesmo assim, me senti
21.£d2 ... muito otimista quanto às minhas chances,
presumindo que com o equilíbrio material
Neste ponto eu estava me sentindo aumentaria a força do meu ataque.
muito satisfeito com minha posição. Na
verdade, depois
23.¥b2+ ¤e5
21... ¢xf6 24.f4 ...
O rei preto não pode mais retornar para g7, 24.Tad1 era digna de considerar,
mas ao permanecer no centro ficará exposto mas não vendo nada forçado, resolvi não
ao ataque da rainha, da torre e do bispo, e
arriscar muito.
talvez de alguns peões.
Apesar disso, o meu adversário não mostra o 24... £c5+
menor sinal de desespero, um bom exemplo 25.¢h1 ...
para os jovens jogadores, que tendem a ficar
nervosos assim que entram em posições O peão-d5 está perdido de qualquer
difíceis, especialmente quando têm maneira, então não há razão para colocar o
bispo em perigo com 25.
98
Bd4, ao qual Euwe planejava responder rainha e torres tornam-se verdadeiramente

25... Txd5 26.Bxc5 Txd2 27.Bxe7+ Rxe7 ameaçadoras. Por exemplo: 28.a4 Te6
28.fe5, empatando, ou 26.fe5+ Re6 29.Ba3 Dc4 30.Bd6 Rexd6 31.ed6 Txd6
27.Bxc5 Txd2 28.Bxe7 Txe7 e as pretas 32.Rad1, ou 28...Rexe5 29. Bxe5 Txe5
podem empatar, apesar do menos 30.Tac1.
qualidade.
£b6
¦xd5 ¦e8
25...26.fxe5+ ¢e6 28...29.¥c3 30.¥b4¦exe5
Tendo recuperado sua peça, as

brancas agora atacam o rei exposto. O
andamento do ataque, porém, esbarra
em dificuldades estratégicas: o rei fica
cercado de peças, que demonstram
certa inclinação para contra-atacar na
primeira oportunidade. Além disso, o rei
tem muitas casas de fuga, na verdade
mais do que quando seu roque foi
atacado. Por outro lado, ao mover o rei
branco para h1, a primeira fila deste
lado foi enfraquecida. As brancas colocaram seu bispo
em uma diagonal melhor, mas
Apesar de tudo isto, as brancas comparando esta linha com aquela
ainda têm um bom trunfo: os bispos de derivada de 28.a4, o peão-e5 foi abandonado como
cores diferentes que, via de regra, um presente. As brancas podem jogar
favorecem o lado atacante. Talvez as agora 31.Txf5 gf5 32.Dg8, mas depois
brancas não tenham explorado de 32...Dc6! o melhor que eles têm
adequadamente esse fator. É uma verificação perpétua.
27.£g5 ¢d7 31.£h4 a5
Se 27...Dc2, as pretas repentinamente Aqui fiquei impressionado com a

caem em uma armadilha: 28.Tac1 e a suspeita de que as Pretas estavam
captura do bispo acaba sendo ilusória, começando a jogar com a intenção de
porque se 28...Dxb2? 29.Df6+ Rd7 30.e6+. vencer. Vendo que 32.Dxh7 ab4
33.Dxf7+ não era bom, decidi tentar
28.¦ac1 ... uma nova tentativa de ataque, movendo
o bispo para g3, a fim de criar uma ameaça em c7.
Mais promissor, se não decisivo,
foi 28.a4, explorando a vantagem 32.¥e1
estratégica do seu bispo de casa preta, 33.¥f2 h5
contra o qual o inimigo praticamente só 34.¥g3 £a6 ¦e4
pode se opor a uma torre. Na verdade,
em resposta a 28.a4, as Pretas devem Mais um detalhe é necessário para
sacrificar a troca e mesmo que ganhem completar o quadro da situação: ambos
outro peão, o ataque base os contendores mal conseguiram
99
dois minutos de tempo de controle.

35.Dg5 Be6 parecia mais do que sombrio,
então decidi desafiar o destino.
35.¦xf5 ...
Todos os comentaristas deram um

ponto de exclamação a este lance,
embora na verdade não houvesse outra
maneira de as brancas empatarem.
Porém, devo confessar ao leitor que 37.¦cd1 £c4
sacrifiquei a qualidade mais pela intuição 38.¦d6+ ¢e7
do que pelo cálculo. Pareceu-me que a 39.¦d7+ ¢f6
variação 35...gf5 36.Tc7+ Re8 37.Tc8+
era muito perigosa para as pretas. Por 39...Rf8 parecia muito arriscado:
exemplo: 37...Rd7 38. 40.Td8+ Rg7 41.Be5+ f6 42.T8d7+ Rh6
Dd8+ Te6 39. De8+ Tf6 40. Dh8+ Te6 41. 43.Bxf6, com a ameaça Bg7+, mas
Te8+ Td7 42. Td8+ Tc6 43. Dh6+ 43...Tc4 defende tudo.
Te6 44. Dc3+ Tc5 45. Tc8+ Td7 46. Txc5.
Mais tarde foi descoberto, no entanto, 40.¥xh4+ £xh4
que todos os movimentos pretos foram 41.¦f1+
obrigado e que com melhor defesa
Eu poderia fazer mesas.
A partida foi adiada e as pretas
Se Euwe tivesse capturado a torre jogaram 41...¢g5, mas o jogo não foi
não teria necessariamente perdido, retomado porque depois de 42.Td5+ e
considerando que a maior parte desta 43.Txa5, o empate é evidente.
variante ocorreria após o adiamento. Meu
oponente, porém, decide pela continuação Jogo nº 40
mais natural.
Na hora de escolher um plano de
abertura pensamos primeiro no
35... ¦xh4 desenvolvimento harmonioso das peças,
mas às vezes esquecemos do
desenvolvimento da rainha. Agora, como
Por um momento ele esqueceu que
a rainha acaba por ser a mais poderosa
a dama preta estava em a6 e, portanto,
das peças, o sucesso de toda a operação
mirava em f1.
de desenvolvimento depende muitas
Eu estava prestes a jogar 36.Txd5+ Re6
37.Te5+? Rf6 38.Tf1+. O leitor deve vezes da resolução precisa deste
problema. Em algumas aberturas, o peão
compreender que os grandes professores
“c” é importante não apenas como
não são isentos de culpa: eles incorrem
elemento de ataque ao centro inimigo,
em problemas de tempo, falham em
mas também como meio de facilitar o
cálculo de variantes, eles cometem erros
caminho até a rainha (c2, b3, a4-c7, b6,
e omissões...
a5). Isto é especialmente importante
quando o bispo do rei se desenvolve
36.¦xd5+ ¢e6 através de e2 (e7), fechando assim a outra diagonal
100
da rainha, como acontece na defesa 12.¤bd2 ¤e6

ortodoxa do Gambito da Rainha, na defesa
Chigorin de Ruy López e na variante As pretas não podem pegar o peão-
principal da defesa francesa. e, pois 13.Bxc5 Bxc5 14.Qe1 seguiria,
ganhando uma peça, e 13...Cxf3+
No jogo Gligoric-Szabo, o 14.gf3 Bh3 15.Te1 não é melhor: as
desenvolvimento da dama preta passa a pretas, portanto, retiram o cavalo mais
ser o tema principal da luta, durante a cedo, ameaçando capturar o peão.
abertura e meio-jogo, uma vez que as Gligoric, no entanto, refuta todas as
brancas mantêm uma clara vantagem contorno preto com um lindo e
enquanto a dama preta permanece manobra original da rainha, que liberta
confinada à primeira fila, enquanto a sua seu cavalo do pino, impedindo
posição piora à medida que avança. ao mesmo tempo, roque preto.
enquanto aquele se move.
13.£b1 ...
Abertura Ruy López
S. Gligórico L. Szabo
1.e4 e5
2.¤f3 ¤c6
3.¥b5 a6
4.¥a4 ¤f6
5,0– ¤xe4
0 b5
6.d4 d5
7.¥b3 ¥e6 ¥h5
8.dxe5 9.c3 ... 13...14.a4 b4
A defesa aberta de Ruy Ló-pez se Assim, as pretas têm suas peças
divide aqui em duas variantes: 9...Be7 e menores bem desenvolvidas, o peão
9...Bc5. A segunda parece-me mais branco atacado e com...Bg6 ele será
natural (ver partida nº 70, Averbaj-Szabo) capaz de rocar sem ter que incorrer em
porque o bispo está ativamente fraquezas de peões. No entanto, existe
desenvolvido e permite à rainha manter uma "fraqueza de peça" significativa na
possíveis rotas de acesso através da sua posição: a sua dama não está
diagonal d8-h4. desenvolvida e tem poucas perspectivas.
As brancas agora poderiam tirar vantagem
9... ¥e7 desse fator, ganhando vantagem com
10.¥e3 ¤c5 15.c4, e quer o peão-d avance ou capture
nessa casa, as brancas respondem
Szabo evita a continuação teórica
16.Be4; ou, se 15...Bg6, eles trocam bispos
10...0-0 11.Cbd2 Ag4 12.Cxe4 de4 13.Dd5 e
Dxd5 14.Axd5 ef3 15. Axc6
17.Td1 continua. As pretas deveriam,
Dxc6 16.Tfe1, que deixa as brancas nesse caso, enfrentar sérios problemas.
com um jogo muito mais livre. problemas, mas mesmo assim dificilmente
poderia ser considerado decisivo
11.¥c2 ¥g4 16.Ae4. Con 15...d4 16.Ae4 Dd7, el
101
As brancas enfrentariam o dilema de 23.Cxd4 Cxe5 24.Af4, ou si 21...Ca7

manter uma posição melhor ou inclinar- 22.c4.
se para o ganho de um soldado de
infantaria, com a consequente deterioração 21.£c2 ...
da sua vantagem posicional. Depois de
O desejo de Gligoric de vencer o
17.Bxc6 Dxc6 18.Cxd4 Cxd4 19.Bxd4 Bg6, eu prefiro,
de longe o jogo das pretas. jogo posicionalmente, excluindo todas as
O jogo posicional que se segue não possibilidades combinativas, acabará por
deixa escapar a vantagem, mas diminui levar à derrota. Sim, 21.
um pouco o ritmo de jogo. Cbd4, naturalmente 21...Dxa5, mas foi
bom 21.Cfd4 Nexd4 22.Cxd4 Dxa5, já
15.a5 ¥g6 que as brancas sacrificam a rainha:
23.Cxc6 Dxa2 24.Cxe7 + Kh7 25.Tb4 g5
16.¤b3 bxc3
17.bxc3 £b8 26.Bxg5 g6 27.Th4 + Rg7
28.Bf6 companheiro!, um final feliz que
Szabo está ciente da falha capital poderíamos chamar de "a culminação
de sua posição e decide adiar o roque consistente de um plano..." Mas, é claro,
para incorporar sua rainha na batalha. A 21.Cfd4 é melhor que 21...Ccxd4
ameaça era Td1 e c4. 22.ed4 Dd7 23.Tbc1, com um mínimo
vantagem.
18.£a2 0– 21... £c4

19.¥xg6 0 22.¤fd2 £g4
20.¦ab1 hxg6 £b5 23.f4 £f5
24.£xf5 gxf5
A arte do domínio do xadrez não
consiste apenas na capacidade de A dama preta teve que percorrer um
conceber planos de jogo corretos, mas longo caminho (Dd8-b8-b5-g4-f5) antes
principalmente de executá-los com da troca, mas com esta transação ela
precisão, com movimentos às vezes únicos. finalmente se tornou igual à sua
Neste caso, o plano estrategicamente contraparte branca. Após a troca, a
correto das brancas é direcionado contra vantagem passa para o lado das Pretas,
o subdesenvolvimento da rainha inimiga, uma vez que o peão-a5 é fraco e os
mas elas escolheram um método peões-f4 e e5 restringem o seu bispo.
tecnicamente incorreto. 20. Tfb1 era muito Poderíamos resumir a luta na abertura e
mais forte. A diferença é que, como no meio do jogo dizendo que, através de
veremos no jogo, após o lance real o um jogo sólido e constante, as brancas
peão-a5 não está suficientemente conseguiram obter uma vantagem, que
protegido. Depois de 20. Tfb1, a poderia aumentar com 20.Tfb1. No 21º
resposta... lance eles poderiam ter chances iguais
Db5 não teria sido possível e 20...Db8, ou até mesmo - se o oponente cometer
como Vukovic recomendou, não teria um erro - uma bela combinação. Ao omitir
sentido, uma vez que a dama, como essas possibilidades, as brancas são
antes, não teria perspectivas de ação. forçadas a lutar em um final difícil.
Ainda seria possível, com esse recuo,
21. Td1 e se 21...
Dd7, então 22.Cc5 Cxc5 23.Txd5, etc., 25.¤f3 ¦fb8
ou 21...Tb8 22.Cbd4 Nexd4 26.¤fd4 ¤cxd4
102
27.¤xd4 ¤xd4 Por exemplo: 39... Tf8 40. Tc3 Te7 41.
28.cxd4 ... Tb4 Td7 42. Tc5.
As brancas não teriam tido esta
A captura do peão é muito oportunidade se as pretas tivessem
desagradável, pois restringe ainda mais jogado...Tb5 em seu 34º lance, em vez
o bispo, mas 28.Bxd4 levaria a uma de...Ta1.
posição perdida após 28...Tb5 29.Txb5 Este é mais um exemplo da
b5 30.Ta1 Ta6 31.Rf1 Rf8. necessidade de perceber e explorar os
mínimos detalhes do final, bem como da
28... ¥b4 importância de conhecer finais artísticos.
29.¦a1 ¦b5
30.¦a4 ¦ab8
31.¦fa1 ... 38... ¥e1
Se 31.Tc1 as pretas simplesmente Os bispos não serão alterados

capturam o peão e a tentativa das agora, já que as pretas responderiam a
brancas de sacrificar a qualidade e 39.Bd2 com...Bg3, ganhando tempo para
recuperá-la mais tarde seria inútil: jogar...Rf8.
31...Txa5 32.Txb4 Txb4 33.Bd2 Tab5 34.Bxb4
Txb4 35.Txc7 Txd4 e Pretas 39.g4
Eles ficam com dois peões passados. 40.¢c2 g6
41.¢d1 ¢f8 ¥g3.
31... ¥c3
Rendição dos brancos
32.¦c1 ¦b1
33.¦xb1 ¦xb1+
34.¢f2 ¦a1 Jogo nº 41
Em 34...Tb5 as brancas poderiam Um dos jogos mais interessantes

responder 35.Ta3 Bb4 36.Ta4, forçando do torneio. A razão básica é o esforço
as pretas a capturar o peão com seu das Brancas para abrir caminho, através
bispo. Para desatar suas peças, as de combinações, para a sua dama, de b2
pretas deveriam colocar seu rei em b7 ou para as casas pretas na ala da dama.
b6. Contudo, tendo em conta a técnica
defensiva contemporânea, a exploração
35.¦xa1 ¥ enviar 1 de uma única fraqueza não conduz
36.¢e2 ¥c3 provavelmente à vitória. As brancas
37.¢d3 ¥xa5 deverão acumular outras pequenas
38.h3 ... vantagens, todas necessárias, no
momento certo, para uma combinação
Aqui Gligoric teve a oportunidade decisiva.
de obter um belo empate posicional, De especial interesse neste jogo é
apesar de seu peão a menos: 38.Bd2, e a defesa excepcionalmente engenhosa e
se 38...Bb6, então 39.Bb4 e seria muito tenaz de Averbaj. A certa altura, parece
difícil para o rei que todas as ameaças foram eliminadas,
As pretas chegam ao centro, já que... f6 mas as brancas encontram uma maneira
seria replicado com e6. O empate seria de reviver e concluir o ataque de maneira
ainda mais claro no final de peão espetacular.
resultante, após 38...Bxd2 39. Rxd2.
103
Defesa NimzoIndia e Cf8. De f8, o cavalo poderia defender

economicamente h7 e parcialmente g7. Em
M. Taimanov Y. Averbaj f6 é muito pior como peça defensiva, pois
pode ser facilmente desviado. As baterias
1.d4 ¤f6
Da1 e Ab2 não controlarão apenas a
2.c4 e6
diagonal a1-
3.¤c3 ¥b4 e5, mas também ameaçará g7.
4.e3 0–0 Por outro lado, ao mover seu Cd7, as
5.¥d3 d5 Pretas cederam facilmente e5 ao seu
6.¤f3 b6 oponente. Mais tarde, Averbaj chega à
7,0– ¥b7 conclusão de que o cavalo deve retornar.
0 8.a3 ...
Na rodada seguinte, Taimanov, que 15.¤e5 ¦c7

liderava as pretas contra Szabo, desenvolveu 16.a4 ...
um sistema semelhante. Szabo jogou Qe2
nesta posição e as Pretas não conseguiram Antes de continuar as operações na
evitar a troca do seu bispo. ala de rei, as brancas criam uma tensão
Aqui eles poderiam ter empurrado de volta para d6. favorável de peões na ala de dama,
Averbaj, porém, não quer perder tempo aumentando consideravelmente o raio de
em retiradas e decide trocá-lo pelo cavalo, ação de seu DT, ao abrir a coluna a.
para se livrar do peão d5 e assim abrir a
grande diagonal branca para seu bispo. Só
16... ¤d6
então procederá ao contra-ataque pelo
centro, com c5 e suas peças de longo 17.a5 ¤d7
alcance. 18.axb6 axb6
19.£h5 ...
8... ¥xc3
9.bxc3 dxc4
10.¥xc4 c5
11.¥d3 ¤bd7
12.¦e1 ...
As brancas preparam calmamente

e4, que as pretas só podem impedir por
meios mecânicos. Se ele colocar seu
bispo em e4, ele o seguirá Bf1 (o que não
seria possível após 12.Qe2), e em vista de As pretas podem se defender do
Cd2, o bispo não conseguirá conter o peão mate direto de várias maneiras, mas é
"e" branco por muito tempo. claro que tal ameaça não é a chave para o
movimento da dama, que reside na
¤e4 vantagem posicional que as brancas
¦c8 podem ganhar para várias respostas
12...13.¥b2 14.c4 ¤df6 possíveis das pretas.
19...Be4 parece exigido pela
Uma formação defensiva mais
posição, mas mesmo assim, depois de 20.
razoável teria sido Tc7, Da8, Tfc8 Tfd1, a oposição desta torre branca
104
para a rainha preta em d8 e os cavalos d6 e Ao seu rei, Averbaj propõe um empate. Sem
d7 seriam desagradáveis para as pretas. Se dúvida, ele omitiu o próximo movimento das
19...h6, então 20.Cg4, com a forte ameaça brancas.
Cxh6+ imediatamente, ou após o preliminar
d5.19...f5 privaria as pretas de um 24.¦d6 ...
eventual...f6, para a defesa de seu rei.
As brancas controlam a coluna "d"!
Averbaj não quer colocar seu cavalo em f6 Se as pretas trocam torres e se defendem
ainda, por causa de 20.Dh3 e, além de ter do mate fechando a grande diagonal,
que calcular as consequências de Cg4 e com...f6, a outra torre penetra no campo
dc5, seu cavalo ficaria exposto e, como eu preto através da coluna "a", que as brancas
disse, poderia facilmente ser deslocado da tiveram a clarividência de abrir em seu 18º
lance.
defesa de h7. A continuação escolhida por
Averbaj obviamente enfraquece as casas
pretas, mas ele analisou uma variante
específica em que um peão branco aparece ¥b7
em e5, fechando todos os caminhos que 24...25.¦ad1 ...
levam a f6, g7 e h6.
Há enxadristas que pensam que um
movimento como esse “não pode ser ruim”.
Mas, por mais estranho que possa parecer,
19... o último lance das brancas é uma perda de
20.£h6 g6 tempo. Agora, depois de 25...Txd6, as
brancas não devem capturar com a torre e
21.dxe5 ¤xe5 ¤e4
para fazer isso com o peão ele não precisa
As pretas responderiam a qualquer da torre em d1. Em vez do textual, Taimanov
recuo do bispo d3 com... Dd2 e na nova deveria ter decidido 25.e4 ou 25.h4, o que
posição, com uma cadeia de peões imóveis, não diminuiria o ritmo de seu ataque.
os bispos brancos não serão tão temíveis,
mas agora segue-se um movimento brilhante
de Taima.
novembro...
25... ¦xd6
Com uma defesa passiva, as brancas

22.¥xe4 ...
fortaleceriam decisivamente sua posição.
...que inaugura uma nova fase nesta Uma média seria e4, seguida pela
movimentação da torre para h3, via d3. Outra
autêntica luta magistral, para a qual ambos
os adversários contribuem com imaginação, poderia ser a transferência do bispo para g5
técnica e capacidade de cálculo. e f6, via c1. O plano f4-f5 para abrir a ala de
rei seria, em qualquer caso, altamente
recomendado.
¥xe4 26.exd6 f6
22...23.¦ed1 ¦d7
Agora a diagonal a1-h8 se fechou e
Estimando que as ameaças na coluna as pretas devem jogar Dd7 para evitar a
"d" foram neutralizadas e que, após a troca
ameaça principal.
de torres, as brancas não conseguirão
perturbar 27.d7 ...
105
27...Bc6 resolve o problema

imediato de eliminar o peão-d7, mas
isso não é suficiente para sustentar
uma posição tão complicada. Agora
Taimanov lança seus peões no ataque
com energia renovada e finalmente
penetra no rei preto.
28h4 ¥xd7
29h5 ...
A atmosfera é tão explosiva que

Um movimento forte! Ao recorrer
as combinações brilham por toda parte.
à morte certa, o peão branco destrói a
Se agora 29...g5, graças ao forte peão
coordenação das peças pretas.
d7, as brancas podem jogar Bxf6 e se
Enquanto este lado tenta encontrar
uma forma de combater o ameaçador as pretas pegarem com uma dama,
elas conseguem um final de torre
peão-d, as peças brancas poderão
vencedor, transformando o capital
ocupar posições ainda mais ativas.
posicional que vêm acumulando desde
Imagine que é a vez das brancas
o início em um ativo. : mas se 30...Txf6
jogarem. Você viu a bela combinação
com o sacrifício da dama 28.Dxf8+ 31.Dxg5+ Rf7 32.h6 e5 (32...
Rxf8 29. De7 33. Txd7) 33. Txd6.
Bxf6. Para evitar esta ameaça, as
pretas podem mover sua torre para f7, gxh5
29...30.e4 ...
atacando o peão ao mesmo tempo,
mas neste caso ocorre uma variação Acende-se a luz verde para a
semelhante: 28.Dh3 f5 29.Dh6 Txd7 30. marcha triunfal da torre: T1-d3-g3.
Dg7+ ÿsacrificando a rainha em outra Em resposta, as pretas abrem caminho
casa pretaÿ 30...Txg7 31. Txd8+. O para seu bispo, com a intenção de
próximo movimento das pretas parar a torre, o que ele não conseguirá
neutraliza a ameaça 28.Dxf8+, já que fazer.
depois de 28...Rxf8 29.Bxf6, a resposta
Dxd7 chegaria. e5
30...31.f4 ...
27... ¥c6
O Gambito do Rei à maneira
Na minha opinião, uma resposta Taimanov...
mais radical ao problema da defesa da
grande diagonal. 27...e5 seria a 31... exf4
continuação mais coerente com os
últimos lances das Pretas. Por exemplo: A resposta para 31...De7 seria 32.
1) 28.h4 Tf7 29.h5 Txd7 30.Txd7 Dxd7 fe5 fe5 33.Td5, e as pretas não podem
31.hg6 hg6 32.Dxg6+ Dg7; proteger seu peão e5. No entanto,
2) 28.f4 Tf7 29.fe5 Txd7 30.Tf1 Td1; agora a diagonal a1-h8 foi reaberta e
3) 28.Dh3 Qe7, e aparentemente não embora as pretas possam manter seu
Existe uma maneira das brancas peão f6, elas não podem evitar a
evitarem a manobra Td8, Bc6 e Txd7; derrota.
106
32.¦d6 £e8 9.¥xf3 ¤d7

33.¥xf6 ¦f7
34.¦d5. Rendições
negras
Jogo nº 42
M. Najdorf T. Petrosian
1.d4 ¤f6
2.c4 d6 Provocando insistentemente o avanço
3.¤f3 do peão “d”. 10.e3 seria seguido por 10...e5 e
g6
se 11.d5, então não 11...
4.g3 ¥g7
Ca5, mas...Ce7 e...f5. Mas se as brancas
5.¥g2 0–0
continuarem lutando por d4 com 10.
6,0–0 ¤c6
e3 e5 11.Ne2, então 11...ed4 12.
ed4 Df6.
Uma das ideias peculiares da Índia do
Rei: as Pretas iniciam imediatamente a batalha 10.¥g2 ...
por d4, convidando as Brancas a ganhar um
tempo médio de avanço do seu peão “d”. Najdorf, cansado da sua própria
tenacidade, retira o bispo, desistindo do peão-
Mas o que as brancas ganhariam com isso? d4. Agora, depois de e3, etc. A rainha preta
Um dos bispos fianqueados começaria a sondar joga f6 sem atacar o bispo f3. Se você concluir
os pontos mais sensíveis da posição das que as brancas são de alguma forma forçadas
brancas, enquanto o inimigo seria bloqueado a trocar seu peão-d4 pelo peão-b7 das pretas,
pelo seu próprio peão, d5 faria sentido se o então você terá que admitir um claro sucesso
cavalo preto tivesse que recuar para b8, ou estratégico para as pretas na abertura, já que,
pelo menos mover-se. , já que neste último é claro, ambos os peões não têm o mesmo
caso as brancas poderiam criar, após a troca valor.
de cavalos, uma maioria de peões de ataque
na ala de dama.
¤xd4
Mas com o referido avanço o cavalo iria para ¦b8
a5, de onde não poderia ser deslocado. Por 10...11.¥xb7 12.¥g2c5
exemplo: 7.d5 Na5 8.Qa4 c5, com excelente
jogo.
7.¤c3 ¥g4
Insistindo na luta por d4.

As pretas em breve capturarão o CR das
brancas, controlando a casa mencionada.
8.h3 ¥xf3
107
Um erro posicional importante,

como o leitor estimará devido às
considerações a seguir. As Pretas
dominam uma coluna semiaberta na
ala da dama e podem em breve forçar
as Brancas a jogar b3.
Portanto, o próximo plano das Pretas
deve estar ligado ao avanço do peão “a”
para atacar b3.
Este ataque pode ser bem-sucedido se
as pretas conseguirem manter seu peão As Pretas fizeram tudo o que
após chegar a a4. tinham que fazer: provocaram b3,
Mas como eles podem fazer isso? Eles avançaram o seu peão-a, mas e agora?
não têm bispo nas casas brancas e os Não se sabe. Não é possível sugerir
possíveis para o seu cavalo são nada a não ser não criar fraquezas ou
ocupados pelos próximos lances pretos. expor peças ou peões durante o jogo.
Também está claro que o cavalo não batalha. Os últimos lances, Cd8 e
pode ser mantido em d4 e que as casas RH8, foram realizados de acordo com
brancas da ala da dama são controladas
este princípio. Os brancos, por sua vez,
pelo rei bispo daquela cor. Ou seja, estão prontos para melhorar sistemática
nenhum dos azarões tem uma boa e logicamente sua posição,
posição e a partir de agora ocuparão base de, por ejemplo, Ca4, Ac3, cam-
posições insignificantes. Assim, as bio de alfiles, f4, Af3, Rg2, h4-h5, Th1,
Pretas não têm um plano promissor. etc. Esta é apenas uma visão superficial,
Eles podem fazer vários movimentos, obviamente, já que o preto não
alguns dos quais são relativamente Eles vão ficar parados, mas todos os
bons, mas embora não devam as chances na luta que se segue são,
necessariamente perder, não estão em sem dúvida, do lado branco,
condições de seguir um padrão lógico, tanto mais que qualquer tentativa de
por isso a sua posição é inferior. Sugiro parte do peão "e" das pretas para pegar
que o leitor examine esta partida em parte na defesa levará consigo um
paralelo com aquela jogada por Najdorf enfraquecimento inevitável do peão-d.
e Geller na rodada 28. Nesta última, as
Pretas jogaram 12...Tb4! e depois 20.¤a4
de...Ce5, provocando f4 e b3, eles 21.¥c3 £c8¥xc3
colocaram um cavalo em c5 e, apesar 22.¤xc3 £f5
do engenhoso contra-jogo de Najdorf na
ala de rei, realizaram um ataque Petrosian sem dúvida presume
consistente em b3. que após a troca de damas perderá um
peão, mas o faz na esperança de poder
capturar a torre.
23.£xf5 gxf5 24.¦d5!± ¤e6 25.¦xf5

13.e3 ¤e6 14.£c2 a5 15.¥d2 ¤e5 ¤b4 26.¦h5 ¤g7 27.¦h4 ¤f5 28.
16.b3 £d7 17.¢h2 ¤c6 18.¦ad1 ¦f4 e6 29.¦d1 ¦b6 30.¤a4 ¦bb8 31.
¥ed8 19.¥e1 ¢h8 ¥e4. Negras rinden.
108
SÉTIMA RODADA
43. Averbaj-Najdorf ½:½
44. Szabo-Taimanov ½:½
45. Euwe-Gligoric ½:½
46. Stahlberg-Bronstein ½:½
47. Boleslavsky-Reshevsky ½:½
48. Kotov-Keres ½:½
49. Geller-Smyslov 0:1
Descansado: Petrosian
Jogo nº 43 A luta de abertura é muito tensa. Se

as brancas mudarem duas vezes em b5,
Defesa indiana de Rei seu centro será danificado: 12.b5 ab5
13.cb5 Cxb5 14.
Cxb5 Txb5. Perante um ataque pelas
Y. Averbaj M. Najdorf laterais, Averbaj segue os princípios
clássicos do contra-ataque pelo centro,
1.d4 ¤f6 não parando de o fazer mesmo à custa de
2.c4 sacrificar material.
g6
3.g3 ¥g7
4.¥g2 0–0 12.axb5 axb5
5.¤c3 d6 13.e5 ¤g4
6.¤f3 c5 14.exd6 exd6
7.d5 ¤a6 15.¥g5 ¤f6
16.¤e4 bxc4
O arranjo de forças é muito 17.¤fd2 ...
semelhante ao jogo do Bronstein Najdorf
no segundo turno. A única diferença é que
aqui o bispo branco está em g2, enquanto
ali ele se desenvolveu em e2. Esta
circunstância oferece às pretas a melhor
chance de sucesso, continuando Na6-c7,
seguido por a6 e b5, uma vez que o bispo
branco não é tão ativo aqui e as brancas
consumiram muito tempo com g3.
8,0– ¤c7 Coragem beirando a imprudência!

0 a6 As pretas não podem enfrentar b2 ou d5,
9.e4 ¦b8 devido à forte ameaça Cxc4, que seria
10.a4 11.¦e1 b5 então vencida pelo
109
peão d6. Aconteça o que acontecer, Najdorf Jogo nº 44

deve tentar segurar c4. Ao mesmo tempo, ele
é obrigado a manter o controle do número de Defesa NimzoIndia
peças que atacam e protegem seu cavalo
L. Szabo M. Taimanov
imobilizado.
1.d4 ¤f6
¦b4 2.c4 e6
17...18.¦c1. Pranchas. 3.¤c3 ¥b4
4.e3 0–0
18.Df3 não é jogável por causa de
5.¥d3 d5
o inesperado 18...Ccxd5, ganhando as pretas.
6.¤f3 b6
7,0– ¥b7
É difícil dizer quem teria vencido o jogo 0 ¤bd7
se este tivesse continuado, mas o empate foi ¥xc3
o resultado mais inesperado. 8.£e2 c5
9.a3 dxc4
Najdorf ofereceu a nulidade por acreditar 10.bxc3 £c7
que sua posição estava em perigo e Averbaj 11.¥b2 ¥e4
aceitou a proposta porque não conseguia ver 12.¥xc4 ¤xe4
exatamente como o peão poderia recuperá-la. 13.¥d3 £b7
Se as posições tivessem sido alteradas,
14.¥xe4 15.£d3 16.c4
¦ac8
certamente teriam continuado jogando. Najdorf
indicou a seguinte continuação, para apoiar o Aqui ou no lance seguinte as brancas
empate: 18...Ba6 19.Bf1 h6 20.Cxf6+ Bxf6 e deveriam jogar de forma mais lógica,
depois 21.Bxh6 Te8 22.Txe8+ Dxe8 23.Cxc4 mobilizando seus peões centrais. Por exemplo,
Bxc4 24.Bxe4 Bxb2 25. 17.d5 ed5 18.cd5 Cdf6 19.Bxf6 Cxf6 20.e4.
Seus próximos dois movimentos não melhoram
suficientemente sua posição. Colocar as torres
Tc2 ou, melhor para as brancas, 21.Bxf6 Dxf6 um pouco mais à direita teria sido mais rápido.
22.Ce4 Dd8 23.Dd2 Rh7 24.Df4 Ce8 25.Tc2,
com chances equilibradas.
Parece-me, no entanto, que 18.
Rc1 não é o melhor. A torre estava bem 17.¦ac1 h6 18.¦fd1 cxd4 19.exd4
colocada na coluna “a”. Com a mesma ideia ¦fd8 20.£b3 ¤d6 21.£b4 ¤b8 22.
de continuar a defesa de c4, 18.Bf1 é bom, já
d5 exd5 23.cxd5 ¦xc1 24.¥xc1
que o peão-d5 não precisa da proteção do ¤a6
bispo. Assim, com praticamente todas as peças
brancas bem colocadas, a forte ameaça Df3 O avanço dos peões reduziu a
deverá decidir o jogo. A situação crítica do
vantagem das brancas, mas este lado ainda é
cavalo preto imobilizado é revelada com a melhor: tem um peão passado e algumas
variante 18.Bf1 Ba6 19.Txa6 Cxa6 20.Df3 e possibilidades de ataque.
não há defesa possível para o cavalo f6. Em
vez de 18...Ba6 o correto é 18...Bf5.
25.£h4 ¦e8 26.¥f4
26.Bb2 foi melhor.
110
26...£d7 27.¥xd6 £xd6 28.£a4 ¤c7. mova o cavalo para g3, sem mencionar outros
Tablas. castelos fantásticos.
£a5
Jogo nº 45 ...
15...16.¥f1
Defesa indiana de Rei Defendendo c4 de antemão, um
para responder a... Ce5, com f4.
M. Euwe S. Gligórico
16... ¤e6
1.d4 ¤f6 2.c4 g6 3.g3 ¥g7 4.¥g2 0–
0 5.¤c3 d6 6.¤f3 ¤bd7 7,0–0 e5 8. Continua a ameaçar... Ce5 e 18.f4 as
e4 exd4 9.¤xd4 ¤c5 10.h3 ¦e8 11. Pretas responderiam 18...
¦e1 a5 12. £c2 a4 13. ¥e3 c6 14. Cxe5! e verifique com o cavalo em f3.
¦ad1 ¤fd7
17.¢g2 h5
Esta é “A” Índia do Rei. Ao menor 18.f3 hxg4
desvio da ordem “correta” dos movimentos, os 19.hxg4 ...
teóricos rapidamente punem o culpado com
um sinistro ± ou µ. O colapso de uma esperança: h4 não
será jogado nesta partida.
15.g4?! ... 19... ¤e5

20.¤ce2 ¤xd4
De repente, o “teórico-chefe” faz um
daqueles movimentos capazes de confundir Gligoric, jogando de forma soberba,
não só o adversário, mas também o leitor. decide pelo ataque direto. Porém, eu mudaria
Qual é a ideia? Primeiramente, evite...f5, usual o cavalo de e6, mas levaria para c5 ou f8, para
nesta abertura; em segundo lugar, mover um executar...d5 sob condições
cavalo para g3 e só então jogar f4, prematuro
para ser jogado imediatamente (de acordo com ainda mais favorável.
Tarrasch, f4 é sempre prematuro); e em
terceiro lugar, jogue g5 quando surgir a
21.¤xd4 d5
oportunidade.
As pretas seguem consistentemente seu
plano de abrir o centro, o que facilitará seu
ataque ao rei, uma vez que o peão-e4 tenha
Este é o design aparente de g4, mas um
sido eliminado.
mais empreendedor pode ser detectado:
coloque um cavalo em g3, o AR em e2 e inicie 22.exd5 cxd5
uma avalanche de peões, com base em h4 h5,
no momento conveniente. É curioso que um 22...Cxg4 seria refutado com 23.
movimento que contém tantas boas ideias fg4 Axd4 24.Axd4 Txe1 25.Ac3.
deva, no entanto, terminar em fracasso: a
tensão exercida pelas peças do centro é 23.¤b5 dxc4
demasiado forte para que resulte um ataque 24.¤d6 ...
pelo flanco. As brancas também não conseguem.
Isto dá origem a uma combinação
notável que envolve o sacrifício de
111
duas peças, o que pode ser considerado uma o resto. Em 28...f6 ele também captura em e5 e
conclusão satisfatória do jogo. depois em d5 com a torre. Na variante 26...Db5
27.Bd4 Bd5 28.Rg3 Bxf3 29.Bxe5
Axd1 30.Axg7 Txe1 31. Dxe1 Txg7

32.Dxd1 Dxb2, as pretas podem lutar pelo
empate.
£xc3
¤c6
...
26...27.bxc3 28.¥b6
O bispo teve uma jogada melhor, Bc5,
com sérias chances de vitória: 28...Bxc3 29.Te3
24... ¥e6 e 30.Bxc4, ou 28...Tc8 29.Te3 Bh6 30.Txe6 fe6
31. Bxc4 Cd8 32.Bb4 Txc4 33.Txd8+.
A combinação começa com 24...Cxf3
25.Rxf3 Bxg4+ 26.Rxg4 Dh5+ 27.Rg3 Be5+ A jogada do bispo para b6 parece forte
28.Rf2 Bxd6, com a ameaça...Te5, ou 25.Cxe8 porque ele bloqueia o peão, mas Euwe
Cxe1+ 26.Txe1 Ele não parece ter visto o lance 29.
Dxe1, o 25.Axc4 Cxe1+ 26. Txe1 Ae6. As Pretas, perdendo o peão "c" para
mudança de nada.
25.¤xe8 ¦xe8
26.£c3 ... 28... ¥xc3
29.¦e4 ¥a5
Euwe esperava recuperar o peão em c4,
mas acontece que após a troca de bispos, c4
está protegido.
Agora as brancas devem entrar em uma
luta longa e árdua. O resultado do jogo
dependerá se as pretas conseguirem ou não
conectar os dois peões passados.
30.¥xa5 ¤xa5
Corajosamente, Euwe decide oferecer a
31.¦e5 b6
troca de damas. É difícil dizer até que ponto ele
32.¦b5 ...
assumiu todas as variantes possíveis após
26...Db5 27.Bd4 Bd5, mas ele provavelmente
sentiu que poderia se salvar, pelo menos com o
lance digno de um final artístico, 28.Rg3 , de
modo que se o cavalo preto capturar em f3, as
brancas trocam torres com xeque e tomam o
bispo g7, e se as pretas capturam com o bispo,
as brancas fazem o mesmo com o cavalo e5,
mantendo uma peça
112
As brancas intensificam seus esforços primeiro turno, que decidi não usar a mesma
para desconectar os dois peões e evitar que defesa contra ele, encontrando-me imerso em
avancem muito. outro sistema que ele conhecia e no qual Stahlberg
obteve uma vantagem apreciável.
c3¦c8
32...33.¦c1 34.¦b4 ... Defesa indiana de Agitar
G. Stahlberg D. Bronstein
Salvando o jogo. As brancas não devem
capturar o peão b6, mas devem tentar ganhar o
1.d4 ¤f6
peão a4.
Se 34.Txb6 Bxa2, não haveria defesa contra o 2.c4 e6
avanço do peão-c, com seu caminho aberto pelo 3.¤f3 b6
bispo e pelo cavalo. Por exemplo, 35.Tb4 Cb3 4.e3 ¥b7
36.Tc2 Bb1 etc. 5.¥d3 ¥e7
6.¤c3 d5
¥xa2 7.£a4+ ...
34...35.¦xa4 ¥d5
A ideia deste xeque é que qualquer peça
Se agora 35...Cb3, então 36. que as Pretas interponham é desfavorável para
Te1 c2 37. Txa2 c1D 38. Txc1 Txc1 39. este lado. 7...Cbd7 segue 8.cd5 9.Ce5 e se
Ta8+ Rg7 40.Tb8 e empate. 7...Dd7 segue 8.Dc2 ganhando uma vez, por
O movimento das Pretas cria a ameaça Ce5. Se o CR interviesse, ocuparia um espaço
Cb3. natural para o desenvolvimento da senhora
cavalo. As pretas, portanto, devem se cobrir com
36.¦b4 ¤b3 o peão “e”, que bloqueia momentaneamente a
37.¦c2 ¤a1
diagonal do bispo. Nesse momento, Stahlberg
38.¦c1 ¤b3
muda em d5, forçando a recaptura do peão-e,
39.¦c2 ¤d2 pré-determinando...c5 com razão ainda maior.
Gligoric não quer repetir jogadas, mas numa

crise de tempo não percebe que perde uma peça
e quase perde o jogo. Ele é salvo graças ao seu
peão passado.
7... c6
8.cxd5 exd5
40.¥e2 ¥b3 41.¦xd2 c2 42.¦xc2.
Pranchas 9,0–0 0–
10.£c2 0 c5
Jogo nº 46 As brancas ameaçaram abrir o centro com

vantagem com e4.
Stahlberg é um adversário agradável para
os amantes da Índia de King, pois não costuma 11.b3 ¤c6
adotar linhas teóricas, mas sim linhas mais 12.a3 h6
comoventes e de dois gumes. No entanto, seu
jogo contra Boleslavsky foi tão forte no Aliviando o cavalo da tarefa
para defender este peão.
113
13.¥b2 ... 19...axb3 20.¤xb3 ¥b6 21.¤h4 g6 22.¥b1.

Tablas.
Eu preferiria 13.Ce2, possibilitando retomar
em d4 com um cavalo, e se 13... Boleslavsky aceitou prematuramente a
Tc8 14.Db1. proposta do sorteio. Ameaçado 23.de5 de5
24.Bxb6 Dxb6 25.
13... cxd4 Dd6 ou 24.Cc5 e você deveria pelo menos
esperar para ver o que seu oponente teria jogado.
As pretas fecham a diagonal do bispo da
rainha, explorando também o fato de que as
brancas agora não podem movê-la para f4. A
posição resultante é praticamente simétrica, mas Jogo nº 48
as brancas têm um bispo de casa branca
Defesa Grunfeld
ativamente desenvolvido.
A. Kotov P. Procurando
1.c4 ¤f6
14.exd4 a6
2.d4 g6
15.¦fe1 b5
3.¤c3 ¥g7
16.£d1 ¦e8
4.g3 d5
17.¦c1 ¥ d6.
Pranchas
As brancas ainda não desejam jogar e4,
mas como será visto, as pretas transpõem da
Com todas as peças no tabuleiro há, claro,
Índia do Rei para o Grünfeld. O próximo movimento
muito jogo pela frente, mas se as Brancas
das brancas é ilógico e permite que as pretas
oferecem um empate neste tipo de posição, as
tomem o peão c4, o que não é fácil de recuperar.
Pretas não têm motivos para recusar.
5.¥g2
Jogo nº 47 6.£a4+ dxc4¤fd7
7.e3 ...
Ruy López
Kotov deveria ter continuado no estilo
eu. Boleslavsky S. Reshevsky gambito: 7.Cf3 Cc6 8.0-0 Cb6 9.Dc2, ou 8.Dxc4
Cb6 9.Dd3 Cxd4 10.Cxd4 Dxd4 11.Dxd4 Bxd4
1.e4 e5 2.¤f3 ¤c6 3.¥b5 a6 4.¥a4 12.Cb5,
¤f6 5,0–0 ¥e7 6.¦e1 b5 7.¥b3 d6 com jogo ao vivo e se 10...Bxd4, 11.Bh6
8.c3 0–0 9.h3 ¤a5 10.¥c2 c5 11.d4 É bom manter o rei preto
cxd4 12.cxd4 £c7 13.¤bd2 ¤c6 no centro o maior tempo possível
14.¤b3 a5 15.¥e3 a4 16.¤bd2 ¥a6 possível. Kotov tenta recuperar o
17.¦c1 £b7 18.a3 ¥d8 19.b4 penhor ao preço de duas vezes, mas
Estava prestes a custar-lhe o jogo.
As brancas forçam seu oponente a
capturar no caminho, caso contrário o peão-b5 7... 0–
seria bloqueado e com ele toda a ala da dama. A 8.£xc4 0
abertura da posição favorece as brancas. 9.¤f3 c5 cxd4
10.¤xd4 ...
114
Não é melhor 10.ed4 Cc6 11.d5 Em qualquer outro lance, como veremos,
Cde5 ou 11. Ae3 Cb6 12. Dd3 Af5. o peão-b2 ficaria indefeso após o lance
16 e o rei estaria numa situação muito
10... ¤e5 pior.
11.£e2 ¤bc6
13... ¤xc1+
As pretas concebem um sacrifício 14.¤xd8 ¤xe2
de peão posicional. Em vez disso, eles 15.¤xb7 ¤xc3
poderiam ter elaborado um progresso 16.bxc3 ¥e6
tático, por meio do rápido desenvolvimento
de peças: 11...Bg4 12.Dc2 Cbc6 13.Cxc6
bc6.
12.¤xc6 ...
Este tipo de posição é perdida para

as brancas, apesar de seu peão extra.
Suas peças menores estão
desconectadas, seu peão-e está fraco e
suas torres estarão sujeitas ao ataque
12... ¤d3+ coordenado dos bispos pretos ativos. A
coisa correta teria sido 16...Bf5 aqui! a
Keres não resiste à tentação de fim de manter as torres brancas longe da
dar um xeque tão bom, coroando o coluna b e ao mesmo tempo ameaçar
comando do cavalo com a captura da dar xeque em d8, afastando o rei branco
rainha e do bispo. A biografia deste de seu peão-c3. Por outro lado, as
corcel é, por outro lado, muito intensa: brancas não teriam escolha senão jogar
ele fez nada menos que oito dos primeiros e4, fechando seu próprio bispo e
quinze lances do jogo. Ele avisa: “Em facilitando as operações de seu oponente.
guarda”, ele dá xeque, captura uma
dama, um bispo e um cavalo e, se não Após a jogada literal, Ko-tov empata
bastasse, cria uma fraqueza em c3. Em com notável habilidade, ao manter seu
outra partida essas façanhas teriam sido peão doentio, que permanecerá em pé
suficientes. por muito tempo, ele conduz o jogo para
Seria muito bom aqui 12...bc6 13,0-0 Db6 uma posição que pode ser mantida
14.Td1 Ba6! 15.Dc2 Rad8, com uma equilibrada.
clara vantagem posicional.
17.¦hc1 ¦ac8
13.¢d2 18.¦c2 ¦c7
19.¦ac1 ¥f5
Uma defesa fria e precisa! PARA 20.¦b2 ¦d7+
115
21.¢e2 ¦c8
O peão c3 está condenado. A

única questão é se as Brancas
conseguirão obter alguma compensação
em troca da sua captura. Eles podem
conseguir, por exemplo, trocar o seu
cavalo por um bispo ou trocar todas as
peças menores. Esta linha de abertura
pouco frequente levou a situações tão
complicadas que ambos os contendores ¦b2
35.¢g2
já estão numa crise de tempo. 36.¢f1 ¦b1+
37.¢g2 ¦b2
38.¤c5 ...
22.¦b3 ¥g4+
23.¥f3 ¥xf3+
O espírito de luta triunfa sobre a
24.¢xf3 ¦dc7 razão. Kotov despreza um empate
25.c4 ...
seguro, apenas para alcançar aqueles
dignos de uma finalização artística,
Uma bela peça. A ideia das vinte lances depois.
brancas é abrir mão do peão para O vencedor é a arte do xadrez.
trocar uma torre, enquanto a outra Provavelmente devido a problemas no
ganha tempo para atacar o peão preto relógio, as brancas não percebem que
em a7. é possível pegar o peão e3.
25... ¦xc4 38... ¦c2

26.¦xc4 ¦xc4 39.¤e4 ¥xe3
27.¦a3 h5 40.¢f1 ¥d4
28.¦xa7 ... 41.¦d7 e5
Todo mundo captura peões em

uma crise de tempo. Para 28.h4 (para
não permitir 28...g5) poderia ser
respondido 28...Tc7 29.Txa7 Kh7 30.a4
Bc3 e as brancas não podem se libertar
da imobilização a menos que desistam
do peão, caso em que imediatamente
tabelas seriam produzidas.
28... g5
29.¤a5 ¦c2 42.¦d8+ ¢g7
30.¤b3 g4+ 43.¦d6! ...
31.¢g2 e6
32.a4 ¥h6 A beleza deste movimento pode
33.¢f1 ¦b2 ser vista na variação principal: 43...f5
34.¦b7 ¦b1+ 44.Td7+ Rf8 45.Cf6 Txf2 + 46. Re1. Ele
116
Não só este lance merece um ponto de O problema contra a Nimzoindia é que os

exclamação, mas também o anterior, com planos de ambos os lados estão a tomar
o qual as brancas obrigaram o rei preto a forma numa fase mais ou menos inicial. As
subir para a segunda linha. Se as brancas brancas aceitam o peão "c" dobrado, que
tivessem jogado imediatamente 42.Td6! se torna fraco, se não sentenciado, em
com o rei preto em g8! As pretas poderiam troca de um controle seguro do centro com
ter vencido com 42...f5 43.Td8+ Rf7. Mas e4 e um ataque à ala de rei, baseado em
se eles agora tentassem levar seu rei para f4 e, se necessário, f5.
f7 para evitar o xeque perpétuo, eles
perderiam seu peão de f5: 43...f5 44.Td7+ A prática mestre mostra que as pretas
Rg6 46.Td6+ Rf7 46.Tf6+ e Txf5. Para a podem obter um bom contra-jogo se
realização bloquearem a ala do rei, com...f5.
praticar esta ideia, White especula sobre o Por sua vez, as brancas podem realizar o
fato de que f7 é ataque com sucesso se conseguirem
ocupada por um operário. neutralizar a atividade das pretas na ala da
Tendo evitado as ameaças mais dama, ao mesmo tempo que evitam...f5.
perigosas, o resto já não é tão temido pelas
Brancas, que entregam o seu peão "a", As brancas devem agir energicamente
conquistam a posição do adversário em h5 para executar seus projetos.
e empatam. Nesse sentido, o roque já é uma perda de
tempo.
43.
9... ¥a6
10.e4 ¤e8
¦a1+ 52.¢g2 ¦a3 53.¤f4 ¦f3 54.h3 11.£a4 ...
gxh3+ 55.¤xh3 ¦a3 56.¤f4 ¢f6 57.
¦c6+ ¢e7 58. ¦c4 ¥a7. Tablas. Na minha opinião, este não é o lugar
da dama, o que deveria ajudar a reforçar as
ameaças das suas peças na ala de rei.
Jogo nº 49 Mais de acordo com o espírito da variante
escolhida pelas brancas seria 11.f4 f5
Defesa NimzoIndia 12.Cg3, com as ameaças 13.d5 e 13.e5,
ou, imediatamente, 11.Cg3. Em qualquer
Y. Geller caso, o jogo das brancas deve ser orientado
V. Smyslov
nessa direção e não para o flanco oposto,
onde a rainha permanecerá inativa. Se o
1.d4 ¤f6 preto respondeu 11...
2.c4
3.¤c3 e6 ¥b4 Na5 a 11.f4, atacando o peão c4, após
4.e3 c5 12.de5 bc5 13. Be3, as brancas controlariam
5.¥d3 0–0 a coluna "b" e poderiam jogar e5, com uma
6.a3 ¥xc3+ posição dominante.
7.bxc3 ¤c6
8.¤e2 b6 11... £c8
9,0–0 ...
Depois de conjecturar sobre esse
Característica do Ataque Sä movimento por uma hora, Smys-
117
lov encontra um plano excelente: ele O objetivo desta sutil manobra da

protege a6 e c6, ataca indiretamente c4 rainha é impedir o acesso do cavalo
(depois de um possível...cd4), e em branco a h5 e, ao ameaçar a captura de
12.dc5 ele tem a resposta...Ce5. c4, forçar o bispo de casa branca a
adotar a pior posição defensiva, onde
12.¥e3 não poderá participar de forma alguma
13.¦ad1 d6¤a5 na o desenvolvimento da luta.
14.dxc5 ... As brancas não poderão devolver seu
bispo para d3.
Esta mudança não é apropriada à
nova situação, já que como as pretas 20.¥b3 g5
jogaram...d6, elas podem retomar com
este peão. Parece mais lógico esperar
por 14.d5! de Geller e embora mais
tarde ele pudesse perder o peão c4,
isso não teria sido trágico: um peão não
significa o jogo. As brancas teriam
chances magníficas na ala de rei.
14... dxc5
15.e5 £c6
16.£c2 ...
21.¤h3 h6
As brancas, claro, não trocam 22.f3 £e7
damas, caso contrário perderiam o peão 23.¤f2 ¦ad8
c4, sem qualquer compensação. 24.¤d3 £g7
25.f4 ¦d7
26.¤c1 ¦fd8
16... f5 27.¦xd7 ¦xd7
17.£a2 ...
Em seu próximo lance, as brancas
As brancas mergulham em uma aproveitam a oportunidade tática
defesa sombria, o que levará a um jogo oferecida por seus rivais com a posição
estrategicamente perdido. exposta do rei preto, movendo a dama
Em vez disso, eles poderiam ter optado para a zona dos reis. Isso, porém, não
por 17.ef6 Cxf6 18.Bg5 Bxc4 19.Bxf6 poderá afetar substancialmente o rumo
Bxd3 20.Txd3 Txf6 21. c4, mantendo o do combate. O ataque da dama sozinha
cavalo longe de c4 e criando forte na ala de rei pode levar à troca de
pressão na coluna d. damas e à transição para um final
A vitória das Pretas teria sido bastante desesperador para as brancas.
difícil nesse caso. Por exemplo: 21...Tac8
22.f3 Cb7 23.Tfd1, com a ideia de jogar
Cg3-e4.
28.£e2 ¤d5
17... £a4 29.¥d2 ¤xf4
18.¤f4 ¤c7 30.¥xf4 gxf4
19.¥c2 £e8 31.¦xf4 £g5
118
32.g3 ¢h7 ¦xe7 39.¥a2 ¦d7 40.¢e2 ¥b7

33.¢f2 £d8 41.¥b1 ¢g8 42. ¦f4 ¥h5 48. ¤e2
34.£h5 ¦g7
35.£e2 ¦d7
A repetição das peças é explicada Aqui foi possível 48.Tf6, ativa-

pela pressão mútua do tempo. indo as peças por um tempo.
Através de uma defesa hábil, as
brancas conseguiram impedir as ameaças 48...¦g2 49.¢e3 ¦g5 50.h4 ¦xe5+
das pretas por um tempo. 51.¢d2 ¤b3+ 52.¢d1 ¦e3 53.¢c2
Mas os seus recursos defensivos vão-se e5 54.¦f2 e4
esgotando pouco a pouco.
E as brancas ultrapassaram o
36.£h5 £g5 37.£e8 £e7 38.£xe7+ tempo limite regulamentar.
119
OITAVA RODADA
50. Keres-Geller ½:½
51. Reshevsky-Kotov 1:0
52. Bronstein-Boleslavsky 53. ½:½
Gligoric-Stahlberg 54. 1:0
Taimanov-Euwe 55. 0:1
Najdorf-Szabo 56. ½:½
Petrosian-Averbaj ½:½
Descansado: Smyslov
Jogo nº 50 Jogo nº 51
Defesa indiana de Rei Defesa indiana de Rei
P. Procurando Y. Geller S. Reshevsky A. Kotov
1.d4 ¤f6 2.c4 g6 3.¤c3 ¥g7 4.¥g5 1.d4 ¤f6

d6 5. e3 0–0 6. ¤f3 c5 7. ¥e2 h6 8. 2.c4 d6
¥h4 cxd4 9,¤xd4 ¤c6 10,0–0 ¥d7 3.¤c3 ¤bd7
11.£d2 a6 12.¦fd1 ¢h7 4.¤f3 g6
5.e4 e5
As Pretas parecem dizer que a sua 6.¥e2 ¥g7
posição é invulnerável e convidam os seus 7,0– 0–0
rivais a atacar se assim o desejarem. 0 c6
A possibilidade está latente; o desejo, 8.¦e1 ¤e8
entretanto, não. 9.¥f1 10.¦b1 ...
13.¤b3 ¥e6
As brancas preparam b4 para
Neutralizando a ameaça c5. dificultar o avanço do peão preto "c". Ao
mesmo tempo, eles desocupariam a casa
14.¤d5 ¥xd5 15.cxd5 ¤e5 16.f4 ¤ed7 a3 para a rainha bispo.
17.¥f3 ¦c8 18.¦ac1 ¦xc1 19. ¤c7
¦xc1 £b8 20.e4 ¦c8 21.¥f2 ¦c7 22. 10...11.b4 ...
¦xc7 £xc7 23.£c1
Chegando nesta posição, as pretas
Não há necessidade objectiva de estavam convencidas de que seu projeto...
Keres acelerar esta mudança. Talvez você Ce6 seria respondido com 12.d5 Cd4
se lembre do sorteio do dia anterior com 13.Cxd4 ed4 14.Ce2 c5 16.bc5 dc5 16.f4,
Kotov...
e que a temível avalanche de peões
varreria todos
23...¤e8 24.£xc7 ¤xc7 25.¤a5 ¥xb2
obstáculos em seu caminho, então
26.¤xb7 f5. Tablas.
Kotov decide executar seu plano em
120
uma ordem diferente de peças. 22.¤xd4 £a5

23.¤b3 ...
11... c5
12.dxc5 dxc5 Ao trocar o seu bispo bom por um
13.¥a3 ¤e6 mau, as brancas impedem o
14.bxc5 ¦e8 desenvolvimento do cavalo preto, que
está imobilizado em c8 pelo peão-c5 e em
e7 seria restringido pelo peão-e4. não
A tentativa de retomar o peão com
encontra um quadrado adequado, mas
qualquer um dos cavalos levaria à perda
também dificulta a comunicação das
da troca após 15.Dd5.
demais peças.
15.¤b5 ¤dxc5 Uma possível coordenação de peças

brancas, baseada em Df3, Bc4 e Rd7,
ameaça decidir o jogo em poucos lances.
£xa3
¤e7
£xa2
23...24.¦xd7 25.¦xb7...26.¥b5
16.£d5 ...
As pretas são agora forçadas a

mover seu cavalo (c5) para b6, após o
que o peão-c das brancas se torna móvel.
16... ¤a4
17.¦b3 ¤b6 Numa posição como esta poderíamos
18.£d1 ¥d7 encontrar vários caminhos para a vitória.
19.c5 ¤c8 Muito mais rápido foi 26.Df3 Tab8 27.
20.¦d3 ... Bc4, e se...Txb7 ainda é companheiro em
alguns lances. Ou 26...Teb8 27.Txe7 Dxb3
As Pretas não podem rejeitar todas 28.Te8+.
as ameaças, tendo de se resignar a
perder um peão, mas mesmo a este preço 26... ¦ed8
não conseguem coordenar as suas peças. 27.£f3 ¥f8
As brancas invadem a sétima fileira e 28.¥c4 £b2
iniciam um ataque ao rei. 29.£xf7+ ¢h8
30.e5 ...
20... ¤d4
21.¤bxd4 exd4 Os eventos que se seguem
121
Serão desenvolvidos sob enormes Jogo nº 52

restrições de tempo, com apenas alguns
segundos na esfera de Reshevsky versus Defesa NimzoIndia
alguns minutos na esfera de Kotov. Nessas
circunstâncias, Kotov encontra uma D. Bronstein eu. Boleslavsky
armadilha insidiosa que quase provoca uma
catástrofe. 1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤c3 ¥b4 4.£b3
30... £c3 Uma continuação antiga que não se

31.¢f1 ¦ab8 traduz em nada de positivo para as brancas
32.c6 ¦bc8 e que, merecidamente, está fora de moda.
33.¥e6 £d3+
34.¢g1 £e2
4...c5 5.dxc5 ¤a6 6.¤f3 0–0 7.¥g5
¥xc5 8.e3 b6 9.¥e2 ¥b7 10,0–0 ¥e7
11.¦fd1 ¤c5 12.£c2 ¤fe4 13.¥xe7
£xe7 14.¤xe4 ¤xe4 15.¤d4 d5 16.
cxd5 ¥xd5 17.f3 ¦fc8 18.£a4 ¤c5
19.£a3 ¥b7 20.¥f1 h6 21.b4. Tablas.
Jogo nº 53
Defesa Francesa
O quão perigosa é esta jogada pode
ser visto na seguinte linha: 35. S. Gligórico G. Stahlberg
Tf1 Td1 36.Cd2 Dxd2 e as brancas têm
apenas 37.Bc4, após o qual as pretas jogam 1.e4 e6 2.d4 d5 3.¤c3 ¥b4 4.¥d3
37...Txf1+ 38. dxe4 5.¥xe4 c5
Bxf1 Dg5 e são salvos de ameaças imediatas.
Vago. Primeiro o cavalo do rei deve
Reshevsky colocou as mãos na ser desenvolvido por f6, depois 6.Bd3,
cabeça, olhou ansiosamente para o relógio responda com...c5, ou se 6.Bf3,
ÿ prestes a cair ÿ no tabuleiro... e colocou o prepare...e5.
bispo em xeque. Naquele momento ele
perguntou quantos movimentos ainda 6.¤ge2 ¤f6 7.¥f3 cxd4 8.£xd4 £xd4
9.¤xd4 a6 10,0–0 ¤bd7 11.
faltava fazer, o que é inaceitável para um
grande mestre, e recebeu uma resposta ¦e1 0–0 12. ¥d2 ¦d8 13. a3 ¥d6 14.
de um espectador, o que é absolutamente ¦ad1 ¥c7
contra as regras.
A vantagem posicional das brancas
aumenta. As pretas não têm como
35.£xf8+ ¦xf8 36.¦xe2 ¦xc6 37. desenvolver seu bispo, o que por sua vez
¦xe7 a5 38.h4 a4 39.¤d4 ¦c1+ 40. ¢h2 impede a torre da rainha de jogar.
¦d1 41.¤b5 ¦b1 42.¤d6.
E tendo sido superado 15.¥g5 h6 16.¥h4 g5 17.¥g3 ¥xg3

controle, o preto se rendeu. 18.hxg3 g4
122
Agora as fraquezas negras são 12.£c2 ¥g4

evidentes. 13.d5 ¤e7
14.c4 ¥xf3
19.¥e2 ¤b6 20.¤b3 ¥d7 21.¤a5 ¦ab8 £d7
15.gxf3
22.¦d6 ¤c8 23.¦d4 e5 24.¦d2 ¦e8 25.¤e4
¤xe4 26.¦xd7 ¤c5 27. A posição das brancas é boa,
¦c7 ¤e6 28.¦xb7 ¤d6 29.¦d7 ¦b6 30.b4 considerada do ponto de vista da sua
¤b5 31.¤c4 ¦c6 32.¤xe5 estrutura e sem levar em conta o fator
¦xc2 33. ¥xb5 axb5 34. ¤xf7 ¢f8 35. tempo. Este lado deve agora jogar Kh1,
¤xh6 ¦e7 36.¦d5 ¤c7 37.¦f5+ ¢e8 Tg1, Bb2, Bb1, etc. O problema é que as
38.¦xe7+ ¢xe7 39.¤xg4 ¦a2 40. pretas completaram seu desenvolvimento
¦c5 ¢d6 41.¦c3. O preto se rende. antes que as brancas estivessem prontas
para atacar. No momento, eles já ameaçam
Qh3, Cg6 e Ch4, então as brancas terão
Jogo nº 54 que tomar medidas para evitar uma
catástrofe imediata.
Defesa NimzoIndia
M. Taimanov M. Euwe
16.¥b1 ...
1.d4 ¤f6
2.c4 e6 As brancas não conseguem
3.¤c3 ¥b4 reorganizar efetivamente suas fileiras, com
4.e3 c5 Rh1 e Tg1. Por exemplo: 16.Rh1 Qh3
5.¥d3 d5 17.Qe2 e4 18.Tg1 ef3 19.Df1 Cg4 20.Dxh3
6.¤f3 0–0 Cxf2++. Eles deveriam escolher a seguinte
7,0– ¤c6 variante com sacrifício de qualidade: 18.
0 ¥xc3 fe4! Cg4 19.f4 Cxh2 20.Dg2 Dxg2+ 21.
8.a3 dxc4 Txg2 Cxf1, com peões centrais fortes.
9.bxc3 £c7 Mas mesmo que as brancas se defendam
10.¥xc4 11.¥a2 ... da ameaça Dh3, à qual elas poderiam
responder 17.Bb2 Dxc4 18.
Uma das muitas possibilidades, mas Bxe5, sua posição é muito passiva e suas
provavelmente não a melhor. A sua ideia torres estão desconectadas.
parece ser colocar o bispo em b1 e a rainha
em c2, seguido de mate do rei preto em
16... ¤g6
h7, o que ele não leva muito a sério,
enquanto a ideia real - avançar os seus
17.£f5 £xf5
peões para c4 e d5, a fim de abrir a 18.¥xf5 ¤h4
diagonal grande para o bispo b2ÿ é um 19.¥e4 ...
pouco fantástico, pois esses peões
Uma posição típica para ilustrar a
bloqueariam a diagonal do outro bispo.
superioridade dos dois cavaleiros contra
os dois bispos. Um bispo está trancado
Pessoalmente, acho que Taima-nov
em uma jaula limitada por a3 e e3, o outro
deveria escolher movimentos que está amarrado à defesa de f3. Ambos são
contribuíssem para a execução do avanço e4-e5.
completamente inofensivos e as brancas
11... e5 não têm
123
de peças úteis. Os cavalos dominarão o par e em troca todas as forças negras seriam assim
de bispos enquanto a cadeia de peões mobilizadas.
permanecer imóvel. Aqui as brancas teriam
mais chances de remover o bispo para c2, 21... e4
com a intenção de abrir o jogo.
¤xe4
f5 Uma pequena imprecisão que permite às

Brancas uma surpreendente possibilidade
19... defensiva. A posição deste lado teria sido
muito difícil depois de 21...Cf3+, seguido por
Euwe cede à tentação de destruir o 22...e4. As ameaças...Txf5, seguido por...Tg5+
hipnótico par de bispos e corre para se livrar e...Th5, bem como...
de um deles, mesmo tendo o excelente lance
19...Tae8. Tad8-d6 seria tão forte e perigoso que é difícil
imaginar como as brancas poderiam se
defender.
20.fxe4
21.exf5 ... 22.f4 ...
Taimanov obteve facilmente um peão Uma daquelas peças que ficarão na

passado na abertura, mas parece ter esquecido memória por muito tempo. GM Taimanov é um
disso. É claro que o peão passado por si só grande otimista...
não preocupa muito as Pretas, mas se ele Ele está sempre satisfeito com sua posição e
conseguir ajuda, a sua força poderá aumentar às vezes tem tendência a não perceber o
visivelmente. perigo quando ele se aproxima. Por outro lado,
quando o desastre parece iminente, seus
Muito apropriado seria 21...f4 e não grandes recursos aliados ao cálculo de longo
importa o que as Pretas joguem, a presença prazo, extraem das profundezas do xadrez tais
da dupla de peões d5 e e5 seria inevitável. As possibilidades que podem surpreender ao longo
brancas não teriam esta oportunidade se as da linha não apenas seu rival, mas todos os
pretas não tivessem corrido para jogar...f5. amantes do xadrez.
20...Tae8 ainda era possível e somente depois
de...f5. Não havia necessidade de pressa,
pois as brancas não estavam em condições O plano que ele agora concebe condena
de modificar a posição com um único os seus cinco peões centrais à destruição, a
movimento. fim de alcançar uma posição tal que uma torre
e dois peões
124
nes defendem com sucesso contra a torre e

quatro peões.
exf3
22...23.e4 ¦ae8
24.¥g5 ¦xe4
25.¥xh4 ¦xh4
26.¦xf3 ¦xc4
27.¦e1 ¦g4+
Uma verificação intermediária sutil, cujo
É mais fácil aconselhar do que brincar.
significado é claramente percebido quando
Aqui 35.Ta7, controlando a sétima fileira, foi
comparado ao que poderia ter acontecido se as
uma defesa muito mais tenaz, mas desistir do
pretas colocassem sua torre em d4
peão "c" com dois peões a menos é difícil de
imediatamente: 27...Td4 28.Te7 Txd5 29.Txb7
aceitar. No entanto, após 35.Ta7 o resultado da
Rdxf5 30.Txf5
partida não seria claro, apesar dos dois peões
Txf5 31.Txa7, empate. Mas agora, dado
extras das pretas, que teriam que desistir de
Como o rei branco está colocado na coluna “f”,
seu peão "a" para libertar seu rei. O problema
o peão f5 será capturado com
das brancas seria então trocar seu peão "a"
verifique, então Taimanov terá que
pelo peão "c" do inimigo e, em última análise,
procure por algo diferente de Txb7. também entregar seu peão "h" na balança. Às
28.¢f2 ¦d4 vezes é possível estabelecer um final de jogo

contra um peão da torre e um peão do bispo.
29.¦e7 ¦xd5
Embora depois de 35.Txc5 as brancas
30.f6 ...
consigam levar sua torre para a7, as pretas
Muito bem! Muitos jogadores conseguem podem manter seu peão a4. A principal objeção
transformar a vantagem em vitória, mas é muito a 35.Txc5, entretanto, é que as brancas não
mais difícil reduzir a vantagem do adversário a ganham um peão, enquanto após a captura de
nada. a3 pelas pretas, este lado estabelece distância
Com 30.f6, as brancas pretendem deslocar os suficiente entre as duas unidades de peões.
peões pretos da ala de rei e ainda não estou
convencido de que o lance 30 de Euwe seja a
melhor possibilidade. Seria interessante
examinar a linha 30...g6 31.Tg7+ Kh8 32.Txb7
c4 33.Tc7 Rd3, etc.
35... ¦d3
30... ¦xf6 36.¦a5 ¦xa3
31.¦xf6 gxf6 37.¦a7 ¦a1
32.¦xb7 a5 38.¢g3
33.¦b5 a4 39.¢g4 a3 a2
Algo mais forte seria 33...Tf5+ 34. As pretas devem mover seu peão-f para
Te3 Te5+ 35.Tf4 c4. a sexta fileira, após o que mesmo com a melhor
posição das brancas (Ta7, Rf2 ÿ Pretas: Ta1,
34.¦a5 ¦d4
35.¦xc5 ... Kh8) Vitória das forças negras com
125
a manobra Th1 padrão. pode mudar em d4, enquanto as brancas nunca

podem fazer o mesmo em c5. Ao mesmo
40.¢h5 f5 41.¢h6 f4. Blancas Rinden
tempo,...c5, como será visto mais de uma vez,
ativa o bispo em g7.
O triunfo é obtido assim: 42.Ta4 f3 43.Ta3
f2 44.Tg3+ Rh8 45.Ta3 Tg1 46.Ta8+ Tg8 e um
dos peões pretos se torna uma rainha. 9.¤e2 ¤c6
10,0–0 £a5
Jogo nº 56 Capablanca, que gostava de planos claros

e eficazes, teria jogado 10...Na5, visando a
Defesa Grunfeld fraqueza das brancas em c4 e então prosseguiria
para um desenvolvimento livre, por exemplo,
M. Najdorf L. Szabo Bd7, cd4, Rac8, Bc6, etc. Uma resposta forte ao
lance do texto é 11.a4, com a ideia de Ba3, após
1.d4 ¤f6
2.c4 g6
3.¤c3 d5 que a posição branca exibiria todos
4.cxd5 ¤xd5 as cores do arco-íris. Mas não Aa3
Seria bom imediatamente. Depois
5.g3 ¥g7
6.¥g2 ¤xc3 11.a4 Td8 12.Ba3 Bg4, Branco
seria forçado a fechar a diagonal
Todos sabemos que a ideia básica da de seu rei bispo com 13. f3, desde 13.
Defesa Grünfeld é o ataque ao centro do peão, Bxc5 seria punido com 13... Dxc5.
especialmente o peão d4. Por que, então, as Portanto, 11.a4 Td8 12.Db3
Pretas reforçam precisamente esse ponto, ao estaria correto, seguido por Aa3.
mesmo tempo que abrem a coluna “b” a favor do
seu inimigo, com a mudança de cavalos? Os 11.£b3 ...
motivos são vários, sendo o principal deles que
Na época de Morphy, tais movimentos
o cavaleiro não tem um bom espaço de recuo.
eram feitos para atacar f7, mas agora a rainha
Além disso, as pretas destroem um cavalo
inimigo forte sem perda de tempo e mesmo que está de olho em b7. As brancas parecem ter tido
sucesso em sua tentativa de impedir o
o arquivo "b" seja aberto, o arquivo "c" é fechado.
desenvolvimento do bispo dama preta.
11... ¥g4!
Quanto a d4, embora este ponto esteja
fortalecido, c3 está enfraquecido.Assim, 6...Cxc3 Mas as Pretas, tal como Morphy, estão
tem sua lógica. dispostas a sacrificar um peão pelo
desenvolvimento. Por exemplo, 12.f3 Be6 e
7.bxc3 c5 agora: 1) 13.d5
8.e3 0–0 c4 14.Dxc4 Bxd5;
2) 13.Dxb7 Ac4;
É claro que é difícil, se não impossível, 3) 13.Da3 Ac4 14.Dxa5 Cxa5 15.Te1
para as Pretas quebrarem em d4. Tac8 16.Ba3 b6 17.f4 Tfd8, com igualdade em
Uma das peculiaridades da tensão de peões todos os casos.
criada no centro é que no momento certo as
Pretas 12.¤f4 e5
126
Se o cavalo branco não estivesse em f4, 17... Qa5, totalmente lógico e contendo
o peão-d poderia passar por Cila e Caríbdis, diversas ideias alinhadas com a necessidade
deixando as pretas com vários problemas. da posição: controle das casas brancas,
enfraquecidas após a troca do bispo da rainha,
Mas agora o ponto forte d4 é atacado quatro defesa de b7, ativação da rainha e obstáculos.
vezes e o centro branco explode em fragmentos jogo do cavalo branco, já que Cd5 poderia
disformes. seguir...De2! A força de... Qa6 é evidente, não
apenas em considerações abstratas, mas
13.dxe5 ¤xe5 também em variantes concretas, por exemplo:
14.h3 ... 18.Qa3 Dc4, ou 18. Ba3 b6, ou 18.Be3 d4
19.Dc2 Cd3; E se 18.f3 a fraqueza da segunda
Os brancos são muito piores. fila das brancas é
Sua dama não pode capturar em b7:14.
Dxb7? Tab8 15.De7 Dxc3 e as brancas perdem
uma peça. Nem o bispo pode pelo mesmo faria você se sentir mais cedo ou mais tarde (veja
motivo: 14.Bxb7 Tab8 15.Dd5 Bf3 ou 15....Txb7, partida 85, StahlbergSzabo).
etc., com um ataque irresistível. A escolha de Szabo por au-daz...b5
quase força um final equilibrado.
As chances de empate das brancas
consistem em colocar seu cavalo em d5 e apoiá-
lo com e4, mas não é possível concretizar esta 18.¥e3 c4
ideia imediatamente. 14.Cd5 Be2 15.Te1 Cf3+ 19.£c2 ¤d3
16.Bxf3 Bxf3 e as brancas têm uma posição
perdida; ou 14.e4 Cf3+ 15. Rh1 Bxc3 16.Tb1 Caso contrário, 20.Bd4! e as ações
Cd4 17.Dxb7 Dxa2. começam a favorecer o branco.
Najdorf, portanto, joga antes de 14h3 para

esclarecer suas intenções. 20.¤xd3 cxd3
do bispo. 21.£xd3 ¥xc3
22.¦ad1 ¦ac8
¥f3 23.£d5 ¦fe8
¤xf3+ 24.£b3 ¦c4
14...15.¥xf3 16.¢g2¤e5 25.¦d5 a6
17.e4 b5 26.£xc4 ...
É possível que Szabo tenha omitido esta

possibilidade. Grandes professores às vezes
incorrem nesse tipo de descuido. De qualquer
forma, não há nada substancialmente melhor.
26... bxc4
27.¦xa5 ¥xa5
28.¢f3 Pranchas
Se o bispo permanecesse em g7, as

O temperamental Szabo desdenha a Pretas teriam uma boa chance de vitória, mas
forte continuação posicional agora depois de 28...Tb8 29.
127
Tc1 c3 30.Ad4 Tb2 31.Axc3 Axc3 32. Para entender esses empates curtos que
Txc3 Txa2, um empate claro é produzido. costumam ocorrer em torneios, devemos ter em
mente que uma competição não dura um único
dia.
Vários eventos ocorrem ao longo das trinta
Jogo nº 59
rodadas, afetando a eficiência dos jogadores.
Estratégia Agitar
No presente caso, a disposição calma de
T. Petrosian Y. Averbaj Petrosian - e em parte de Averbaj
ÿ provavelmente foi causado pelos acontecimentos
1.c4 ¤f6 2.¤c3 e6 3.¤f3 d5 4.e3
infelizes que ambos os competidores tiveram
¥e7 5.d4 0–0 6.¥d3
que passar na rodada anterior. Depois do dia de
descanso, consequência deste acordo pacífico,
As brancas se preparam calmamente para
Petrosian venceu três jogos consecutivos em
entrar no sistema Rubinstein, no qual a rainha
grande estilo, o que num torneio como este deve
bispo se desenvolve no flanco. Averbaj encontra
ser considerado um resultado excepcional. Aver-
uma boa resposta, trocando peões e transpondo baj também lutou com entusiasmo nos rounds
o Gambito da Dama Aceito, mesmo com mais
seguintes, embora com menos sucesso.
tempo, já que as brancas moveram o bispo do
seu rei duas vezes: Bd3 e Bxc4.
Num torneio longo é fundamental saber

medir objetivamente as próprias energias, não
6...dxc4 7.¥xc4 c5 8,0–0 a6 9.dxc5 utilizá-las
£xd1 10.¦xd1 ¥xc5 11.a3 b5 12. num determinado jogo, mas racionalizar a sua
¥e2 ¥b7 13.b4 ¥e7.Tablas utilização ao longo do torneio. A história do xadrez
competitivo, como a de muitos outros esportes,
está repleta de casos em que um participante
dispara no início do torneio apenas para perder
nas rodadas subsequentes, jogo após jogo ÿ e
não exatamente contra o mais forte ÿ, chegando
ao final com vários pontos a menos que os líderes.
128
NONA RODADA
57. Szabo-Petrosian 58. 0:1
Euwe-Najdorf 59. 1:0
Stahlberg-Taimanov 60. 0:1
Boleslavsky-Gligoric 61. Kotov- ½:½
Bronstein 62. Geller- ½:½
Reshevsky 63. Smyslov- ½:½
Keres 1:0
Descansado: Averbaj
Jogo nº 57 muitas vezes esta variante, como acontece no

jogo atual.
8.¥d3 ¥b7
eu.Szabo T. Petrosian
9,0– ¤bd7
0 10.¦c1 ...
1.d4 ¤f6
2.c4 e6
Uma pequena modificação em comparação
3.¤c3 d5 com o habitual 10.Qe2 Ce4 11.
4.¥g5 ¥e7 Bg3 Cxg3 12.fg3. Após o texto, as pretas se
5.e3 0–0 abstêm de jogar 10...Ce4 porque as brancas não
6.¤f3 h6 retiram mais seu bispo para g3, mas mudam em
7.¥h4 b6 e7, sem temer 11...Cxc3 12. Bxd8 Cxd1 ÿsem
xequeÿ 13.Tfxd1 Tfxd8 14.cd5 ed5 15.Txc7. Mas
Uma tentativa direta e natural de resolver o
se 11...Qxe7 nesta variação, então 12.cd5 ed5 13.
problema de desenvolvimento da rainha bispo.
Por muito tempo, as brancas ganharam vantagem
com 8.cd5 ed5 9.Ce5. Na sua época, o Pillsbury
Cxe4 de4 14.Txc7 é possível, já 14...
venceu um bom número de jogos dessa forma.
Bc8 15.Bb5 ef3 16. Dxf3 Tb8 17. Txa7, as brancas
Este sistema foi recentemente reintroduzido
têm três peões para a peça e uma posição forte.
quando Bondarevsky e Makogonov concluíram
que era inútil bloquear a diagonal a8-h1 com um
peão, por isso, após 8.cd5, recomendaram 10... c5
retomar com o cavalo. Mas se depois das 8... 11.£e2 a6
Embora as Pretas já tenham movido todas

as suas peças menores, o seu desenvolvimento
Cxd5 As brancas continuaram 9.Bxe7 Dxe7 10. está longe de estar completo: não é fácil encontrar
Cxd5, deixando um peão em d5 de qualquer boas casas para as suas peças maiores, enquanto
maneira, a rainha bispo mostraria sua flexibilidade, a dama e as torres das Brancas estão muito bem
colocando-se em e6 em vez de b7. Assim, a colocadas. O movimento do texto pré-parágrafo
defesa Makogo-nov-Bondarevsky é perfeitamente 12...dc4 13.Bxc4 b5, seguido por Db3 e o
jogável. Hoje em dia o branco evita desenvolvimento das torres para d8
129
e c8. No entanto, as pretas perdem um seguido por Cxd5. Petrosian deve resignar-
tempo importante 11...dc4 12.Bxc4 Ce4 se à mudança de um dos defensores do
torna a defesa mais fácil. peão d5, mas Szabo não deve mudar: o
ataque em d5, combinado com ameaças
12.cxd5 exd5 ao rei preto é muito melhor e, depois de ter
induzido...
A retomada com o cavalo está mais
Bc6, ele deveria retirar seu próprio bispo para c2.
de acordo com o espírito da defesa
Depois de 17...Bc6 18.Bc2! Tab8 19.Cd4
escolhida, e se 13.Bxe7 14.Cxd5 Bxd5 com
Ba8 20.Tb1, o jogo das pretas começa a
um jogo confortável para as pretas. Em apresentar falhas. As ameaças são Bg3 e
15.e4, o bispo simplesmente recua para
Cf5.
b7, e seu 15.Bxa6, a captura em a2 seria
possível, embora eu preferisse 15...Bxf3 ¥c6
16.gf3 cd4 17.ed4 Cf6, com boas £xc6
perspectivas graças ao d5 e f4 casas para 17...18.¥xc6 19.b3...
o cavalo.
Petrosian provavelmente não gostou A ideia fatal de atacar d5 a partir de
de 12...Cxd5 por causa da resposta c4 passa pela cabeça de Szabo e com
simples 13.Bg3. alguma leveza ele faz um movimento que
enfraquece todo um grupo de casas pretas
13.dxc5 bxc5 em seu campo, minando o apoio do cavalo
14.¦fd1 ¦e8 c3 e ativando o bispo preto, que assim
15.¥c2 £b6 obtém chances .para acessar b4 ou a3.
16.¥b3 ...
O correto seria 19.
Nd4, seguido por Nf5, ou 19.Rc2-Rcd2; O
peão estava perfeitamente situado em b2
e não deveria ter sido avançado.
¦ac8
19...20.¤a4 ...
Com base num cálculo impreciso,

uma vez que o cavalo deve regressar, mas
entretanto a posição da rainha preta
Os peões pretos pendurados tornaram-
se fracos. Szabo realizou a típica manobra melhorou e as brancas devem pensar na
defesa do seu cavalo dama.
Ac2-b3 para provocar o avanço de um dos
peões, o que enfraquece ainda mais o
outro, ao mesmo tempo que ganhava uma
20... £b5
importante casa central.
21.¤c3 £a5
22.¥xf6 ¤xf6
c4 23.bxc4 dxc4
16...17.¥a4 ... 24.¤d2 ...
O cavalo está pregado. As brancas A posição das brancas contém tantas
ameaçam Bxf6 e Bxd7 fraquezas que elas deveriam pensar
130
na luta pelo empate, e esse objeto seria O poder da imobilização, motivado

interessante 24.Td4, e se 24... sobretudo pela indefesa da torre c1, é
Ab4 25.Txc4 Axc3 26.T1xc3 Dxc3 27. ilustrado pelo diagrama.
Txc3 Txc3 28.h3.
¦c6 27... ¤e8

24...25.¤xc4 ...
A ideia deste belo movimento é
Extremamente perigoso, pois agora mover o cavalo para d6 e ao mesmo tempo
os dois cavalos ficarão expostos a toda hora de dar f6 ao seu bispo. A partir daí
a artilharia negra. ele atacará não apenas a torre em d4,
mas também o cavalo, se este passar
25... £c7 de a4 para b2. 27...Cd7 é um erro, tendo
26.¤a4 ... em vista 28.Tc2! Ce5, e o cavalo
bloquearia a diagonal do bispo, dando
O mais ativo 26.Cd5 não é bom, às brancas tempo para defender com
pois depois de 26...Cxd5 27.Txd5 Bf6, 29.Cb2 e movendo a torre de c2 para a
etc., obviamente não há como se livrar coluna d, mas se 28...Bf6, é
do pino, mas 26.Cb1 é necessário para decepcionante 29.Txd7? (29...Dxd7 30.
obter um Db6 Db7), em vez do 29.Te4 correto.
boa posição para pelo menos um
cavalo. Se 26...Tc8, então 27.Cbd2
Bb4 28.Tb1 Cd5 29.Txb4, com bom 28.e4 ¥f6
chances de nulidade, mas agora a 29.e5 ¥xe5
posição insegura dos dois cavalos 30.¦e4 ¤f6
resulta em uma combinação vencedora
papel. Ao mover a torre para a quarta
fileira, as pretas ganham uma peça. Sim 31.
¦c8 Txe5, depois Txc4 32.Txc4 Dxc4,
26...27.¦d4 ... atacando dama e cavalo e ameaçando
mate. E no caso de 33. Dd1, as pretas
calmamente "sacrificam" a dama com
Dxa4, ou se 33. Dxc4, Txc4.
31.¤ab6 ¦xb6 32.¦xe5 ¦c6 33.¦e7 ¦xc4

34.¦e1 £c6 35.h3 ¦c1 36.
¦xc1 £xc1+ 37.¢h2 £c4 38.£f3 £xa2
39.¦a7. Blancas Rinden.
Jogo nº 58
Tentando manter seu peão extra, Defesa indiana de Rei

Szabo ultrapassa os limites do permitido
e deixa sua torre c1 indefesa. 27.Cb6 M. Euwe M. Najdorf
mantém algumas chances defensivas.
131
1.d4 ¤f6 então o cavalo deve se desenvolver em c6.

2.c4 g6 Minha conclusão, portanto, é que os próximos
3.g3 ¥g7 três movimentos das Pretas são forçados:
0–0 Cc6, b6 e Bb7.
4.¥g2
5.¤c3 c5 As peças pretas na ala da dama só
6.d5 e5 podem chegar à ala do rei através de d8, o que
obviamente limita as suas possibilidades de
7.¥g5 h6
manobra.
Estes são os aspectos positivos de d6 e
Uma abordagem agressiva. Se as
só há um aspecto negativo: o peão, longe da
Pretas tentarem libertar-se da imobilização,
devem fazê-lo imediatamente. Caso contrário, sua base, deve ser perdido. O problema das
brancas, portanto, é manter o peão e ao
as brancas jogarão Dd2 e...h6 não será jogável.
mesmo tempo organizar um ataque direto ao
Se a imobilização persistir, as brancas moverão
rei preto, sem a ajuda de suas peças na ala
seu bispo para h6 e sem preparação adicional
oposta. Euwe resolve o problema de forma
avançarão seu peão "h". Esta ameaça é
brilhante.
perigosa, mas não fatal. Portanto, o lance
lógico é, obviamente, 7...d6.
¤c6
8.¥xf6 £xf6
b6
9.d6 ...
9...10.e3 11.¥d5 ¢h8
Com a intenção de preparar...f5.

Mais tarde em suas notas, Najdorf sugeriu
outro plano: Ba6, Tb8 e b5. Acredito, no
entanto, que o ataque branco à ala de rei se
desenvolveria nesse caso, ainda mais
rapidamente e com maior perigo.
12.¤e4 £d8f5
13.h4!
14.¤g5 ...
O ataque ao peão está ligado a duas
ideias estratégicas: o atraso no desenvolvimento Gostaria de chamar a atenção do leitor
da ala de dama preta e a quebra da para este elegante salto de cavalo. Não
comunicação entre os flancos. Além disso, as qualifiquei com ponto de exclamação porque
brancas desalojam o importante ponto d5 para considero que é uma consequência da peça
bispo ou cavalo. anterior.
O desenvolvimento das pretas é atrasado, 14... ¥b7

principalmente devido à imobilidade do peão
“d”, que fecha a diagonal c8-h3, impedindo É claro que as pretas nem sonham em
assim a jogada de sua rainha bispo, salva via evitar a perda da troca, e as brancas, por sua
b7 ou a6. Mas...b6 não pode ser jogado vez, não têm interesse em ganhá-la. Se
imediatamente, então 15.Cf7+?
132
Txf7 16.Bxf7 Cb4 e as Pretas tomam a

iniciativa.
15.g4 ...
As brancas continuam a abrir

metodicamente o caminho para o rei
preto. Se 15...Ca5, as brancas trocam
bispos e movem a dama para d5, com
duas ameaças, Dxb7 e Cf7+; mas se
15...Df6, as brancas podem escolher
entre 16.Cf7+ atacando a dama e Levando em consideração que
ganhando a troca (16...Txf7 17.g5), ou as brancas conseguirão romper uma
16.gf5 Dxf5 17.Th2. das casas importantes (g6, h6, h5)
Najdorf decide capturar a torre para ter
15... e4 a possibilidade de mais tarde desistir
de sua rainha por duas peças ou por
Abrindo a diagonal h8-a 1, não uma peça e peão. Se 18...gf5, as
para tomar o peão-b2, mas para dar brancas continuam 19.Tb1Be5 20.Dh5,
refúgio ao rei em g7 e poder arriscar, com um ataque muito forte. A próxima
talvez, capturar o cavalo. Agora, fase do jogo relembra as antigas
porém, um cavalo chega a f4. batalhas entre os mestres da Escola
Italiana.
16.¤e2 ¥xb2
17.¤f4 ... 19.¤xg6+ ¢g7
20.¤xe4 ...
As brancas sacrificam, por sua
vez, a qualidade. As pretas não Como que para confirmar que
deveriam capturar a torre? A questão todos os ataques são conduzidos mais
não pode ser respondida por intuição do que por cálculo. Se não,
adequadamente indicando variantes. por que as brancas precisariam do
As brancas teriam várias e tentadoras peão e4? O simples 20.Cf4 é muito
continuações de ataque. Um deles, mais atraente, deixando o terreno
ÿ17...Bxa1 18.gf5 Bc3+ 19.Rf1 pronto para ameaças como Ch5+, Dh5
ÿ é análogo ao do jogo. As ameaças ou Tg1. Mas Euwe não joga Cf4;
brancas Cxg6+, Dg4, etc., não podem Porque? A explicação é simples. Ele
ser confrontadas, na minha opinião, não quer deixar ao seu oponente
em um jogo de torneio. Najdorf qualquer liberdade de escolha. 20.Cxe4
aparentemente compartilha desta forças jogam, bloqueando a casa c3
opinião, então ele primeiro protege a para a rainha inimiga (20.Cf4 Dc3+ 21.
casa-chave g6. Deve-se notar, no Rf1), embora na minha opinião esta
entanto, que o ataque logo levaria a última variante só beneficiaria as
um impasse, já que as brancas se Brancas. Por exemplo: 21...Txf5 22.
limitaram a sacrificar apenas a troca: 18. Dg4, ou 21... hg5 22.hg5 Txf5 23.Th7+.
Dxa1+ Df6 19.Cxg6+ Tg7, etc. Euwe recebeu um prêmio pela
sua bela atuação neste jogo, mas na
17... £f6 minha opinião os juízes não foram
18.gxf5! ¥xa1 muito rigorosos, nem críticos o suficiente.
133
Cada professor tem seu estilo, suas uma trégua para seus rivais, já que as
virtudes, seus defeitos. consequências de 23.Tg1 não são claras.
ras.
20... ¥c3+
23.¤xc3 ¦ae8
A posição das brancas é muito forte,
mas não devemos esquecer que este lado Foi necessário 23...Cd8. A precisão
tem uma torre a menos. do bispo (d5) é intolerável. Depois de
20...Dxf5 seria ruim, já que as brancas 24.Bxb7 Cxb7 25.Cce2 Qe4, as variantes
venceriam com 21.Dxa1+ Rxg6 22.Tg1+. 1) 26.Tg1
Consequentemente, as pretas removem Tg8, e
seu bispo com xeque e só então capturam 2) 26.Cg3 Dxc4+ 27.Rg2 Txf4 torna a
f5, pressionando f2 e eliminando a defesa tarefa das brancas o mais difícil possível.
do cavalo g6. Porém, parece-me que em vez do tímido
25.Cce2 o enérgico 25.Ccd5 seria decisivo!
O peão d6 não precisa
21.¢f1 £xf5 e defesa, uma vez que a sua missão tem
22.¤f4 ... foi cumprido. Mas apesar de tudo,
não há dúvida de que Euwe diminuiu
As pretas precisam fazer mais um ou o ritmo do ataque com 20.Cxe4 e isso
dois movimentos para estabilizar sua Najdorf não aproveitou a sua boa
posição e segurar a torre extra. Mas devem fortuna.
ser boas jogadas.
Assim, em 22...Be5, as brancas respondem 24.¤ce2 ¦g8
23.Cg3 Dh7 24.Dg4+ Kh8 25.Cg6+. Sim 25.h5 ¦g5
a dama vai para e5, sua colega branca 26.¤g3 ¦xg3
verifica em g4; Se o bispo recuar para f6,
ambos Cg3 e Tg1+ vencem. Em mim Desagradável, mas necessário.
opinião, o preto deveria perder 26... Dg4 27.Bf3, e em qualquer outro
mesmo com a melhor defesa. Se as lance as brancas têm várias possibilidades
brancas quiserem forçar um empate, elas vantajosas. Pelo menos, com Txg3, as
poderiam jogar 22.Tg1, forçando-as a jogar 22... pretas não perdem o direito de jogar.
Dh3+ 23.Tg2 Dh1+ 24.Tg1 Dh3+, etc.,
22... ¢h8 27.fxg3 ¦xe3
Esta é uma boa jogada. As brancas

devem pegar o bispo e permitir 28.¢f2 ...
134
A hora do companheiro ainda não chegou. prazer em conhecê-lo...c5, aproveitando o fato de

O equilíbrio material foi restaurado, mas o bispo que ao se mover para o flanco a rainha não é
preto em b7 e o cavalo c6, como antes, participam jogável d5, e se 6.Bg2 Bb7. Como mostra o
mal na batalha. Este último factor permite às decorrer do jogo, Taimanov preparou outro
brancas uma nova e decisiva onda de ataques destino para o peão-c.
contra a posição arruinada do rei preto.
5... ¥e7
6.¥g2 0–0
28... ¦e8 7.¤c3 c6
29.¦e1 ¦xe1 8.¤e5 ...
30.£xe1 ¢g7
31.£e8 ... 8.Bf4 provavelmente parecia
muito primitivo para as brancas, após o qual
Um rei mal protegido é um bom alvo de Taimanov não teria nada melhor do que...Dc8,
ataque na abertura, no meio do jogo e até no final ou...Bb7, uma vez que as complicações
do jogo. decorrentes de 8...b5 funcionariam a favor das
brancas.
cas.
31...£c2+ 32.¢g1 £d1+ 33.¢h2 £c2+
34.¤g2 £f5 35.£g8+ ¢f6 36. 8... £e8
£h8+ ¢g5 37.£g7+ anel do negro. 9,0– d5
O companheiro é inevitável. 0 10.¦e1 ...
As brancas não têm vantagem. O texto

Jogo nº 59 prepara e4, mas seu plano não terá sucesso. Eles
deveriam ter continuado 10.cd5 cd5 11.Dxe8 e
Defesa de Índia de Agitar
12.Te1, com jogo igual.
G. Stahlberg M. Taimanov
1.d4 ¤f6 10... b5

2.c4 e6
As pretas tomam a iniciativa.
3.¤f3 b6
4.g3 ¥a6 11.cxb5 cxb5
12.£d1 b4
Um conceito de abertura moderno: ...b6 13.¤b1 ...
não significa de forma alguma que o bispo deva
ser desenvolvido por b7. Ele também pode atacar Obcecadas pelo desejo de jogar e4 a
o peão c4 e embora possa ser defendido de ÿpelo qualquer custo, as brancas levam o cavalo sabe-
menosÿ onze maneiras diferentes, cada uma se lá onde, para depois jogá-lo em d2. Esta peça
delas tem suas desvantagens. As brancas ficaria melhor colocada em a4, com a perspectiva
aparentemente escolhem a melhor continuação. de poder ocupar c5.
13... ¤c6
5.£a4 ... 14.¤xc6 £xc6
15.¤d2 £b6
Pessoalmente eu responderia com 16.e3 ...
135
Parece que naquele dia Stahlberg não migalhas e cria possibilidades combinativas,
estava com disposição para jogar xadrez. como veremos a seguir.
16.Cb3 manteria as chances de organizar a
defesa. 22.¤xe4 dxe4
23.a3 ...
16... ¦ac8
17.¥f1 ¦c6 As pretas agora podem decidir o jogo
18.¥xa6 £xa6 com 23...Dd3 24.Dxd3 ed3, ameaçando ganhar
19.¤f3 ¦fc8 o bispo que ainda não fez um lance simples, e
20.£b3 ¤e4 se 25.Td1, 25...Te2 e o peão não podem ser
capturados devido a o xeque em e1, o infeliz
21.¤d2 ¦c2
bispo vencendo. Se as Brancas não mudarem
de dama, depois de 23...
Dd3, continuando 24. Qa4, o simples... b3,

acentuaria a indefesa desse lado. Por exemplo:
25.Dxa7 Bf8 26.
a4 Te2 27.Tf1 T8c2 28.a5 Txf2 29.Txf2 Dd1+
30.Rg2 Df3+, mas o lance que Taimanov faz
também não é ruim.
23... h5
Uma posição instrutiva na qual podemos

ver:
1) Por que é recomendado, quando
Se sobrar um bispo, coloque seus próprios
peões em casas da cor oposta. O bispo
poderá assim transitar
as trincheiras de peões. Se as brancas
tivessem um bispo quadrado
brancas, eles teriam um jogo aceitável; a
situação actual, pelo contrário, é desesperada.
24.d5 ¦8c4
2) Por que é geralmente favorável
mudar o bispo fianquetado do oponente g2 É claro que as brancas não
agora é muito fraco e o procedimento técnico eles podem enfrentar e6, e nesse caso a
usual nestes
rainha preta penetraria, via e6 e f6, em f3, e
casos ÿpreto coloca sua rainha em depois...h4, as brancas teriam que depor as
f3 e avança o peão "h"ÿ, logo levando ao armas. Mas se eles capturarem b4, depois de
desânimo das brancas. 25.de6 Qxe6, poderia seguir 26...Txc1
3) A importância de controlar alguns 27.Tax1 Txc1 28.Qxe6 Txe1+, etc.
setor ou algum ponto da sétima linha.
As pretas poderiam ter vencido
peça com 21...Txc1 22.Txc1 Cxd2, 25.¦d1 exd5
mas eles preferem localizar sua torre em 26.¥d2 £f6
sétimo, que ataca as peças inimigas 27.¦ab1 h4
136
28.£a4 7.£d2 ¥e7

29.£xa7 £f5¥f8 8,0–0– ¤xd4
0 9.£xd4 0–0
Conceder uma prorrogação às h6
10.f4
Brancas, devido à possibilidade de troca de 11.¥h4 £a5
damas, possibilidade que não existiria 12.e5 dxe5
depois de 29...Bg5 e as Brancas não seriam
13.£xe5 b6
capazes de contrariar as ameaças...
h3 e...df3. Uma curiosa ilusão de ótica! A teoria
diz que após a troca de damas, as brancas
30.£b8 g5 necessariamente obtêm o melhor final, e
31.gxh4 gxh4 que o recuo da dama preta para b6 é ruim
32.£f4 £xf4
por 14.
33.exf4 d4 Na4 Dc6 15.Bb5 Dxg2 16.Thg1. Tudo isso
34.b3 ¦c6 está correto, mas apenas com o peão “h”
35.axb4 f5 em h7. Se sim, depois de 13...Dxe5 14.fe5
Cd5 15.Bxe7 Cxe7 16.Bd3, não
Embora Taimanov tenha desperdiçado 16...Bd7 é possível porque as brancas
um pouco o jogo, a posição das brancas jogam 17.Bxh7+, seguido por
ainda é muito ruim: cinco peões isolados Txd7. Os negros, portanto,
contrastam com a situação sólida da torre deve continuar 16...Cc6 17.The1
preta em c2, combinada com o peão (...Bd7 ainda não pode ser jogado), etc.,
passado, que garante a vitória. com forte pressão das brancas. Em
o jogo atual, no entanto, com
o peão "h" em h6, 16...Bd7 é perfeitamente
36.h3 ¦a6
jogável. Depois de 17.Bh7+ Bxh7
37.¦bc1 ¦xc1 38.¦xc1 ¦a2 18.Txd7 Cc6, a troca do peão b7
39.¥e1 ¦b2 40.¢g2 ¦xb3 por causa de e5 não é prejudicial para o
41.¦c8 ¦b1 42.¥d2 e3. preto, mas apenas se os brancos não forem
gosta muito de finais,
o que não parece ser o caso de Boleslavsky.
Ambos os jogadores parecem não
As brancas se rendem. perceber isso e Gligoric usa uma inovação
que ele havia preparado para
outra variante.
Jogo nº 60
14.£xa5 bxa5
Defesa Siciliana
eu. Boleslavsky S. Gligórico
1.e4 c5
2.¤f3 ¤c6
3.d4 cxd4
4.¤xd4 ¤f6
5.¤c3 d6
6.¥g5 e6
137
As pretas acreditam que seus As brancas já têm um peão passado

peões dobrados e isolados serão em c2. Infelizmente para eles, este
compensados pelo jogo ativo de seus peão não pode ser considerado
bispos e torres. Contudo, as chances passado enquanto um grande número
das brancas devem ser consideradas de peças vagueia pelo tabuleiro, pois
superiores, na minha opinião. No seu avanço arruinaria a posição do rei
esquema de três peões contra dois que branco. Mas se as Pretas capturarem
obtiveram, as brancas nem precisam o cavalo, então o peão em c3, apoiado
criar um peão passado, pois já possuem pelo par de bispos, iniciaria com
um. O papel do peão “c” será tanto segurança a marcha em direcção à
mais significativo quanto mais próximo oitava fileira, enquanto o seu parceiro
estiver o final do jogo. em c2 continuaria a proteger o rei.
15.¥d3 ¥b7
16.¦hg1 ¦fe8 19... e5
Nada seria avançado com 16...Bc5, Se as Pretas não gostam da
já que depois de 17.Tge1, o peão g2 variante 19...ef5, então a única
não pode ser tomado: 17.Tge1 Bxg2? continuação lógica é sem dúvida 19...Cd5.
18.Bxf6 gf6 19.Tg1 e as brancas Agora as pretas perdem seu último
ganham dois bispos por uma torre. ponto forte no centro, o que não
Gligoric não se sente atraído por compensa de forma alguma o peão "e"
16...Bc5 17... Tge1 Cd5, uma vez que passado.
qualquer simplificação não combina
com as pretas, especialmente 20.¥b5 ¦e7
considerando que depois de 18.Cxd5 Bxd5 19.Be421.¦e3
Bxe4 20. Txe4,
os brancos são muito melhores. 22.¥a4 a6 ¥c5
17.h3 ... O peão branco em g2 ainda é

defendido indiretamente, especulando
As brancas preparam g4, que não sobre a situação do rei preto na coluna
funcionaria imediatamente devido a g (...Bxg2, Bxf6!; gf6 Tg1 e o bispo está
17...Bc5 e 18...Cxg4. cravado). Se o rei agora jogar f8, isso
poderia seguir 23.a3 Bxc3 24.Txc3
17... ¥c5 Bxg2 25.Tg3 e 26.Tdg1 e as pretas
18.¦ge1 ¥b4 terão dificuldade em defender seu peão-
g7. O texto, porém, indica que Gligoric
Como antes, a captura em g2 é não encontrou um plano para melhorar
desfavorável para as Pretas. sua posição. Entretanto, graças ao seu
Talvez tivesse sido melhor jogar o rei jogo bem planeado e característico,
até h8 no lance 16, como Bo-leslavsky Boleslavsky consegue a troca de peças
fez num torneio posterior. menores, controla d5 e força o avanço
19.f5 ... do peão "e" preto, que as brancas
tentam enfraquecer ao máximo.
Sem temer... Bxc3, caso em que
as brancas obteriam um peão passado
na coluna c. Esta observação pode 23.¦e2
surpreender o leitor, pois 24.¥b3 e4 ¦ae8
138
25.¥xf6 gxf6 35... hxg4

26.¥d5 36.hxg4 ¢h6
27.¥xb7 e3
28.¦d5 ¦xb7 ¥b4 Mas as pretas não acham que seu
rei esteja empatado! Eles dão f6 e f7 para
29.¦d3 ¥xc3
penetrar com o monarca em f3 o que,
30.¦xc3 ¦be7
como veremos, garante o empate. Essa
31.¦d3 ...
possibilidade poderia ter sido evitada?
A vantagem das brancas no final de Sim. O erro foi 34.g4. As brancas
torre dupla é óbvia. As torres pretas estão transferiram o elo mais fraco da cadeia de
ancoradas, como aço pesado, à defesa g2 para g4, ou seja, aproximaram-no do
do peão passado e o rei branco pode rei inimigo. Se tivessem jogado 34.g3,
aproximar-se dele e posicionar-se, por teriam preservado boas chances de
exemplo, em f3. Se o peão e3 for ganho, vitória. Por exemplo: 34.g3 Txf5 35.Txde3
a vitória das brancas seria uma questão Txe3 36.Txe3 a4 37.c4 Tf2+ 38.Rc3 a3
39.ba3 Txa2 40.Rc3. A ideia vencedora
de tempo. O rei preto, por outro lado, não
pode ajudar muito, pois não consegue
atacar f5. As chances das brancas são neste caso não consiste em ganhar o
tão claras que se fosse sua vez agora, peão "e" preto, mas na troca de
com c4 e Tc3 ele colocaria as pretas em algumas torres para energizar o
uma situação desesperadora, já que a jogo das peças restantes. Depois dos 34.
referida torre poderia atacar e3 ao mesmo g4 h5, no entanto, as brancas não
tempo, o que apoia o avanço de seu conseguiram obter vantagem com 35.Td4 ou
próprio peão passado. O próximo com 35.c4. Por exemplo: 35.Td4 Rh6
movimento das pretas é direcionado 36.Td3 Tg5 37.c4 hg4 38.hg4 Th4.
contra a ameaça mencionada.
37.¦xf6+ ¢g5
38.¦xf7 ¢xg4
¦e4 39.¦d7 ¢f3
¢g7 O rei negro conseguiu entrar de
31...32.c3 33.¢c2 ¦4e5
forma espetacular no campo inimigo.
40.¢d3 ...
As brancas podem se parabenizar

por ter feito este lance: se o rei branco
não pudesse agora acessar d3, as pretas
venceriam.
40... ¦xf5
41.c4 a4
34.g4 h5 42.¦d6
35.¦d6 ...
Amarrando o rei preto à defesa de f6. Tabelas, após análise cuidadosa

caseiro.
139
fraquezas. Um ataque à ala de rei baseado em

peças exige grande superioridade de forças e
geralmente implica algum tipo de sacrifícios,
pois nem sempre é possível aos peões
colaborarem no ataque. O jogo a seguir é um
exemplo de contra-jogo tenaz em diferentes
setores.
É instrutivo notar como ambos os jogadores

evitam os avanços c5 das brancas e f5 das
As brancas devem manter sua torre na pretas. Kotov é o primeiro a chegar ao gol e
seu forte peão passado, fator chave, quase
coluna d. Em 42.c5, as brancas perdem
desfaz a intensa atividade das peças pretas.
instrutivamente.
A chave é que o rei branco permanece
amarrado à defesa da torre (e2), enquanto
defende c4. Este peão, por sua vez, controla o Defesa indiana de Rei
importante ponto d5 para a torre, que protege
o rei dos xeques na coluna d. 42. c5 daria às A. Kotov D. Bronstein
pretas a oportunidade de dobrar torres na
quarta fileira e afastar o rei adversário. Por
1.d4 ¤f6
exemplo: 42...T8e5 43.c6 Td5+ 44.Rc4 Tc5+ 2.c4 g6
45.Rd3 Tfd5+ 46. 3.g3 ¥g7
4.¥g2 0–0
5.¤c3 d6
6.¤f3 ¤bd7
Txd5 Txd5+ 47.Rc4 Td2 e as Pretas vencem. 7,0– e5
Existem muitas outras possibilidades 0 ¦e8
combinativas após 42.c5?, todas favoráveis às 8.e4 9.d5 a6
Pretas,
mas enquanto o peão permanecer O normal é...Cc5 e...a5. As pretas
c4, seu rei em d3 e a torre na coluna d, as decidem adotar outro tipo de plano de batalha
brancas conseguem empatar. neste jogo, no qual não há necessidade de
jogar...a5 já que não pretendem colocar seu
cavalo em c5.
Jogo nº 61 O lance textual protege a casa b5 e, junto com
o seguinte, Tb8, responde à ideia de avançar
Todos os jogadores de xadrez gostam de os peões na ala da dama.
atacar o rei, mas nem sempre estão inclinados
a atacar diretamente, especialmente se o
inimigo estiver em posição de contra-atacar no 10.¤e1 ¦b8
flanco oposto. A razão é que o objetivo do 11.¤c2 £e7
ataque direto ÿo companheiroÿ 12.b4 ¦f8
13.¤e3 ¤e8
é mais tentador, mas também muito mais difícil 14.£c2 ...
de executar do que, digamos, um ataque na
ala da dama, cujo objetivo é criar alguma Jogo original. As brancas não colocaram
seu cavalo em d3, já que
140
onde poderia apoiar a quebra c5, mas 27.¥d2 ...

em e3, onde coopera com a dama para
tornar o contra-ataque o mais difícil Reservando a opção de pegar
possível...f5. Uma prolongada luta de com o peão "f", no caso de...hg3 e
manobras surge em torno destes liberar b4 para o cavalo, o que induz a
importantes avanços estratégicos. torre preta a recuar mais cedo de a6.
14... ¤df6
15.a4 a5 27... ¦a8
16.bxa5 ¦a8 28.¦fc1 ¤h5
17.¥a3 ¤d7 29.cxd6 cxd6
18.¥h3 h5 30.£c7 £f6
19.¤cd1 ¦xa5 31.¤e1 hxg3
20.¤b2 ¤ef6 32.hxg3 ¤h3+
21.¥b4 ¦a6
22.a5 ¤h7 As pretas devem se apressar na
h4 execução do ataque, pois assim que
23.¥g2
24.¤d3 ... as brancas moverem uma torre para
b6, sua posição será crítica.
33.¥xh3 ¥xh3
34.¤g4 ...
Se as brancas pegarem o peão

b7, as pretas sacrificam o cavalo em
g3, abrindo uma lacuna na posição do
rei inimigo: 34.Dxb7 Cxg3 35.hg3 Bxe3+
36.Bxe3 Df1+ e depois de 37.Rh2, as
pretas podem
escolha entre 37... Rg7, liberando h8
24... ¤df6 para a torre, ou 37...Tb8 38.Dc6 Tfc8.
Nem 34.Tab1 evita a ameaça...
Contando com seu sólido controle Cxg3. A jogada de Kotov é a melhor.
da diagonal c8-a6 (dominada pela torre,
bispo e peão), as pretas direcionam ¥xg4
todas as suas peças para o lado do ¦fc8
rei. Eles poderiam impedir o avanço do ...
34...35.¥xh6 36.£xb7
peão "c" branco instalando um cavalo
em c5, mas seria uma pena se esse
cavalo desaparecesse, já que lhe está
reservado um papel decisivo no ataque
incipiente. Apesar disso,... Cc5 deve
ser jogado, com uma posição sólida
para as Pretas.
25.c5 ¤g5
26.£c4 ¥h6
141
36... ¦cb8 o xeque de primeira linha, deixando as

pretas com uma dama e uma peça para as
As brancas foram as primeiras a duas torres.
atingir seu objetivo: o peão b7 foi capturado, Também seria possível transpor
mas seu bispo está preso. movimentos: 40...Txa7 41.Tb8+ Rh7.
41.¦b8 ¦xa7
37.a6 g5 42.¦xa7 ¢xh6
43.¦bb7 ¢g6
As pretas devem esquecer de ganhar 44.f3 ¥c8
o bispo e prosseguir para capturar 45.¦c7 £d8
rapidamente o peão "a" que se torna mais
forte a cada movimento. 37...Txb7 38.bb7 O método mais simples de vitória para
Tb8 39.Ta8 Dd8 40.Tc8! Txc8 41.Txc8 Dxc8
as pretas é quebrar a posição do rei branco.
42.bc8Q+ Bxc8 leva a um empate claro,
Existem duas maneiras de fazer isso,
mas agora fica complicado. sacrificando uma peça ou usando uma
manobra circundante, com...Db6. As pretas
38.£xb8+ ... decidem pela segunda alternativa. 44...
O erro anterior das Pretas torna Cxg3 era possível um lance antes, mas
possível uma combinação bela, oculta e depois de 45.Txf7 Dxf7 46.Txf7 Txf7 47.
profunda, digna de um final artístico. O fg4 Cxe4 48.Cc2 Cf6, eles teriam um cavalo
silencioso 38.Tcb1 é o prelúdio. A variante terminando com um peão extra para as
principal é 38... pretas, mas com algumas possibilidades
Txb7 39.b7 Tb8 40.Ta8 Dd8 41.Bxg5 f6 de empate.
42.Txb8 Dxb8 43.Be3 Bc8 44.Baa7 Dxb7
45.Txb7 Bxb7 e agora as brancas vencem ¤f6
facilmente com 46.Bb8, com os peões
46.g4
47.¢g2 ¥d7
atacando pelas traseiras pretas. Para evitar
48.¤c2 ¥xg4
a variação principal, as pretas deveriam
continuar 38...Te8 e depois de 39.a7, como
Nada pode ser tentado sem sacrifício.
na partida, seu rei poderia escapar para h7.
Mas as brancas ainda teriam um tempo

importante, que poderia ser gasto em Dc6, 49.fxg4 ¤xg4
50.¦xf7 ...
atacando ambas as torres e ameaçando
capturar qualquer uma delas, dependendo
As brancas não podem impedir a
da resposta das pretas. A situação
rainha de chegar a b6. Se eles não
resultante teria sido mais favorável que a capturarem em f7, eles também passarão
do jogo. por f6.
50... £b6
38... ¦xb8 51.¦g7+ ¢h5
39.a7 ¦a8 52.¦h7+ ¤h6
40.¦cb1 ¢h7
O cavaleiro cobre o rei e a rainha
A jogada vencedora. O rei foge prossegue em sua jornada decisiva.
142
As brancas podem escolher entre Bd3 e

53.¦ac7 £b3 Bc4. A primeira, para fins de rápido
54.¢f2 g4 desenvolvimento e ataque à ala de rei com peças,
estava na moda há vinte ou trinta anos, até uma
partida Botvinnik-Alekhine em que as brancas
jogaram Bc4 e ganharam um belo final. 7.Bc4
enfatiza o fato de que após uma eventual troca
de peões centrais em d4, o cavalo (d5) está a
salvo dos peões, mas não das peças, e por esta
razão a posição do cavalo não é muito vantajosa.
Porém, em um jogo Ko-tov-Lovenfish (16º

Campeonato da URSS, Moscou 1948) foi
54...Dd3 55.Ce3 Dd2+ vence imediatamente,
encontrado um antídoto para Ac4. As Pretas
mas a continuação do jogo também é suficiente
retiraram imediatamente o seu cavalo para b6,
para vencer.
recusando mesmo a troca cd4, para não permitir
nar.
às Brancas ed4, com a consequente abertura da
55.¤e3 £d3 diagonal para a sua rainha bispo (erro que Kotov
cometeu contra Boleslavsky).
A penúltima jogada antes do segundo
controle. Bom para vencer foi 55...Rg5 56.Tcg7+
Rf4 57.Cg2+ Rxe4 58.Txh6+ g3+ ou 58...Df3+. Assim, como as brancas não podiam jogar b3
Pretos com seu rei bispo precisamente naquela casa, o
Eles entregaram o cavalo na hora errada. outro bispo tornou-se uma preocupação constante.
56.¤f5 £f3+ Bd3 e Bc4 desfrutam hoje de reputação

57.¢g1 £d1+ semelhante.
58.¢f2 ¢g5 cxd4
59.¤xh6 £d2+
Pranchas 7...8.exd4 g6
GM Reshevsky tem uma forte inclinação
Jogo nº 62 para o jogo concreto e o seu xadrez é livre de
preconceitos. Sem se preocupar com as fraquezas
Estratégia Senhora recusou de f6 e h6, ele fecha a perigosa diagonal h7-
Y. Geller S. Reshevsky b1, preparando um ataque contra d4.

Contudo, é preciso dizer que nenhum jogador
1.d4 ¤f6 de xadrez, nem mesmo o mais modesto amador,
2.c4 e6 deveria permitir-se jogar desta forma. Note-se
3.¤f3 d5 que apesar do empate que obteve neste jogo,
Reshevsky não ficou satisfeito com a sua abertura,
4.¤c3 c5
pois, como se pode verificar, na mesma posição,
5.cxd5 ¤xd5
contra Szabo capturou o cavalo em c3 e
6.e3 ¤c6
desenvolveu
7.¥d3 ...
143
seu bispo para e7, embora ele ainda tenha 12.¥c4 £b6
jogado...g6 alguns lances depois.
Reshevsky não usou a variante uma terceira Reshevsky calmamente continua seu
vez: aparentemente, ele permaneceu plano para atacar o peão-d4 isolado. A segunda
descontente com a abertura, na segunda ideia de...g6 era abrir espaço para o bispo em
ocasião ainda mais do que na primeira. g7. No entanto, não conheço nenhum outro
jogador de xadrez que permitiria de bom grado
os próximos dois lances das brancas. A
coragem por si só não pode explicar tal decisão.
13.¥xd5 exd5
14.¤f6+ ¥xf6
Por que as pretas não removem o rei

para dar xeque? Talvez por causa de 15.Dd2
ou talvez por causa do ainda mais forte
15.Cxd5 Dxb2 16.Bf6. Muito provavelmente,
9.¥g5 £a5 as pretas já haviam planejado Bxf6 e...Ca5.
Às 9...Be7, Geller certamente teria contra-

atacado 10.h4. 15.¥xf6 ¤a5
10,0–0 É preciso esclarecer as intenções do
bispo: deixá-lo em f6 seria muito perigoso.
O sacrifício de um peão, após a troca de
Não há tempo para mudar o cavalo branco. Se
cavalos em c3, é encontrado em diversas
15...Bg4 16. Dd2 Bxf3 17.Dh6.
aberturas, principalmente no conhecido Ataque
Greco do Giuoco Piano, onde costuma fazer
as delícias dos estreantes (1.e4 e5 2. Cf3 Cc6
3.Bc4 Bc5 4.c3 Cf6 5.d4 ed4 6.cd4 Bb4 + 7.Cc3
Cxe4 8,0-
0, etc.). No presente jogo, se o

As pretas capturam o peão com sua dama,
então depois de Bf6 eles logo se encontrariam
em uma posição perdida.
10... ¥g7
11.¤e4 ...
16.¥e7 ...
Habilmente, Geller mascara seus planos.
Cd6+ parece ser a ameaça, mas na realidade Mais de um amador jogaria Dd2 aqui,
o cavalo cobiça f6. É verdade que para isso forçando as pretas a um final inferior: 16...Dxf6
terá que lutar com o cavalo d5 e o bispo g7. 17.Dxa5, mas contanto que Geller possa
atacar, ele ataca. Depois de 16.Dd2, a resposta
16...
11... 0–0 Te8, por exemplo, não resultaria em uma visão
144
de 17.Be5 e se 17...Cc4, então 18. V. Smyslov P. Procurando
Dh6 e se agora 18...Cxe5 ou 18...f6, as

brancas, em qualquer caso, respondem 1.d4 d5 2.c4 dxc4 3.¤f3 ¤f6 4.e3
19.Cg5. No que me diz respeito, prefiro e6 5.¥xc4 c5 6,0–0 a6 7.£e2 b5
16.Bg5 para mover o bispo para 8.¥b3 ¥b7 9.¦d1 ¤bd7 10.¤c3
h6. Um bispo nessa casa muitas vezes cria
condições para um grande número de Uma posição teórica, frequentemente
de possibilidades combinativas. encontrada na prática de torneios, entre outros
no jogo Smyslov Ke-res, Budapeste 1950.
¦e8 Como as pretas ainda não rocam, elas
16...17.¥c5 ... deveriam se esforçar para remover sua dama
da posição desagradável na frente do Td1,
Muito interessante foi 17.Te1, com a tomando para c7 ou b6. Em vez disso,
mesma ideia, Dd2-h6. Se Reshevsky capturasse com...Be7 e...
b2, a resposta espetacular seria 18.Bb4 e
após Txe1+ 19. b4, conduzem o jogo a uma variação bem
Dxe1, as pretas perderiam seu cavalo, devido conhecida, que a teoria considera, não sem
à ameaça de De8+. razão, inferior para as Pretas.
Keres aproveitou frequentemente a menor
17... £xb2 oportunidade para refutar opiniões geralmente
18.¦b1 £c3 aceites, introduzindo novas ideias em velhas
19.¦c1 £b2 variantes. Veja, se não, seus jogos contra
20.¦b1 £c3 Boleslavsky e Stahlberg neste torneio. Mas no
21.¦c1 £b2 presente caso ele está jogando uma linha
Pranchas inferior sem que seja evidente qualquer
preparação ou melhoria especial. Este erro
Incrível. White não arrisca nada ao coloca você imediatamente em uma posição
continuar a lutar pela iniciativa. O peão perdido difícil (*).
não teria qualquer importância, uma vez que a
posição do rei preto é extremamente insegura.
(*) Em 1959 Smyslov trouxe uma nova ideia

contra Petrosian: 10...Bd6! vencendo de forma
White teve várias continuações. Por
brilhante. (BD)
exemplo, gostei do lance Ce5 quando a dama
preta está em c3. Simples e bom, foi 21.Db4
¥e7
Dc7 22.Bxa5! Dxa5 23.Dc1, com pressão
b4
ameaçadora.
10...11.e4 12.e5 ...
Se as brancas tentassem forçar
Naturalmente! O cavalo não tem para
algumas tabelas, eles sempre poderiam
onde ir e as pretas são forçadas a entrar em
procurá-las mais tarde. De qualquer forma,
uma continuação que necessariamente leva à
eles fariam as Pretas trabalharem um pouco
formação de um poderoso peão branco
mais para consegui-los.
passado.
Jogo nº 63
Estratégia Senhora aceita

12... bxc3
13.exf6 ¥xf6
145
14.d5 ... claro, Ab2 ou Bg5) será respondido

com Qa3, recuperando o peão em c3.
14... e5
15. bxc3 0–0 22.¥f4 ...
16. ¤d2 ...
De todas as formas! Um
Com este movimento, Smyslov movimento típico de Smyslov, que
começa a executar seu plano com combina a realização consistente de
tenacidade e lógica: suas peças uma ideia com um cálculo tático preciso.
menores abrirão caminho para seu As brancas se esquecem do peão para
próprio peão. Em vez de protegê-lo, lançar seu peão passado. A atenção
seu cavalo e o par de bispos atacarão do leitor deve estar voltada para a
as casas à sua frente. Nesse sentido, situação de ambos os bispos brancos,
ele considera Cd2 necessário para que atacam as casas da frente do peão-
mover o cavalo para e4 ou c4, d. Se 22...Da3, as brancas ganham
preparando o ataque à casa d6. uma vantagem decisiva da seguinte
Como mostra o desenvolvimento forma: 23.Bc6 Bxc6 24.dc6 Dxc3 25.Dxc3
do jogo, neste ponto Keres Axc3 26.Tac1 e 27.Txc4.
compreendeu o seu erro e agora exibe
22... ¦fd8
uma maravilhosa riqueza de recursos,
fazendo todo o possível para dificultar 23.d6 £e4
às brancas a transformação do seu 24.¦e1 £f5
peão passado. 25.d7 h5
26.¦e8+ ...
16... ¥e7
17.¤c4 a5 Agora é a torre que ataca a única
18.¤xe5 ¤xe5 casa restante à frente do peão.
19.£xe5 ¥f6
20.£g3 c4
21.¥a4 £e7 ¢h7
26...27.h4 ¦a6
As Pretas conseguiram alguma 28.¥g5 ¦xd7
compensação pelo peão sacrificado,
pois é difícil para as Brancas completar A batalha está perdida. As pretas
o desenvolvimento da sua ala de dama: não podem restringir a carga das peças
qualquer movimento do seu bispo de brancas e são forçadas a abrir mão da
casa escura (excepto, para qualidade. O resto é uma questão
146
de técnica. 36.¦d8
37.¦e3 £c5¥d5
29.¥xd7 £xd7 38.¦h8+ ¢g6
30.¦ae1 ¦d6 39.£d8 ¥f3
31.¥xf6 ¦xf6 40.¦xf3 ¦xf3
32.£b8 ¦f5
41.gxf3.
33.¦h8+ ¢g6 O preto se rende.
34.¦d8 £b5
35.¦d6+ ¢h7
147
DÉCIMA RONDA
64. Reshevsky-Smyslov 65. ½:½
Bronstein-Geller 66. ½:½
Gligoric-Kotov 67. 0:1
Taimanov-Boleslavsky 68. Najdorf- ½:½
Stahlberg 69. Petrosian- 1:0
Euwe 70. Averbaj-Szabo 1:0
½:½
Descansado: Keres.
Jogo nº 64 13.£e2 £h5

14.a4 a6
Defesa NimzoIndia
15.¦eb1 ¦fd8
16.¥e3 ...
S. Reshevsky V. Smyslov
1.d4 ¤f6 Permitir que as pretas troquem bispos,

2.c4 e6 após o que a iniciativa das brancas evapora
3.¤c3 ¥b4 completamente.
4.e3 c5 Nem 16.c4 alcança nada em vista de 16...Bxf3
17. Dxf3 Dxf3 18.
5.¥d3 0–0
ef3 Ce5. As brancas poderiam ter jogado c4 em
6.¤f3 b6
seu lance anterior, o que teria pelo menos mantido
7,0– ¥b7
a vantagem do par de bispos.
0 8.¥d2 cxd4
9.exd4 d5
10.cxd5 ¥xc3 16... ¥e4
17.¥f4 £f5
Uma decisão original. Smyslov introduz 18.¥xe4 ¤xe4
sua dama em jogo, com pressão ao longo da 19.¥d2 Pranchas
longa diagonal, o que dificulta um pouco a
atividade do oponente. Às 10...Cxd5 não faria
Esperava-se mais deste jogo, mas os
sentido para as brancas capturar um peão com
líderes do torneio limitaram-se a demonstrar
11.Cxd5 Bxd2 12.Cxb6, já que depois de 12...Dxb6 reconhecimento mútuo. A batalha decisiva foi
13. Dxd2 Bxf3 14.
adiada para o segundo tempo.
gf3 Cc6 15.Be4 Tfd8 16.Bxc6 Dxc6, o jogo das

pretas não é inferior. Mas as brancas podem
continuar 11.De2 seguido por De4 e as pretas Jogo nº 65
não têm nada melhor do que retornar para f6
Defesa Siciliana
novamente com o cavalo.
D. Bronstein Y. Geller
11.bxc3 £xd5
12.¦e1 ¤bd7 1.e4 c5
148
2.¤f3 ¤c6 Dg3 h5 16.Rh1 e o centro de gravidade do

3.d4 cxd4 jogo se move para a ala do rei.
4.¤xd4 ¤f6 Foi fácil decidir sobre esta continuação, mas
5.¤c3 d6 a possibilidade de um contra-jogo forte das
e6 pretas na ala da dama, como o que ocorreu
6.¥g5
... na partida, deve ser cuidadosamente
7.g3 considerada.
Uma ideia nova, mas não exatamente

14... b5
boa. Keres costuma usar o esquema Qd3, Be2,
Rad1 0-0 e, mais tarde, mesmo voluntariamente,
Bc1. É interessante comparar esta jogada
Algo semelhante acontece neste jogo, mas as com a jogada semelhante de Geller contra
brancas gastam o lance extra g3 para Boleslavsky. Aqui, como ali, as Pretas não
desenvolver seu bispo. É instrutivo observar a tiveram tempo para a preliminar...a6.
mobilização lenta e eficaz das forças negras
que se segue. Não se deve perder tempo nem
nas aberturas mais calmas, mas certamente 15.a3 a5
não numa Siciliana. 16.g5 hxg5
17.¥xg5 b4
18.axb4 axb4
19.e5 dxe5
7... ¥e7
0–0
20.¥xf6 ¥xf6
8.¥g2
9,0– ¤xd4
Se as pretas pegarem com o peão, as
0 10.£xd4 h6
brancas podem dar xeque perpétuo. Agora, e
11.¥d2 ¥d7
também mais tarde, as brancas lutam
12.¦ad1 £c7 insistentemente para expor o rei preto.
13.£d3 ¦ac8
14.g4 ...
21.¤e4 ¦fd8
O que há de errado com a posição das 22.¤xf6+ gxf6
brancas? Seu peão-c2 está morto e seu cavalo-
c3 pede para ser atacado pelo peão-b. Embora As brancas alcançaram parcialmente
as brancas tenham três peões contra dois na seu objetivo e agora provocam...f5, para que
ala de dama, elas não podem avançá-los, mas a rainha dê xeque na diagonal h4-d8, caso
só podem jogar com os peões na ala de rei. É contrário o rei preto encontraria refúgio em g7.
por isso que é tão atraente no roque longo
contra o siciliano – os peões permanecem na
posição inicial, como deveriam. Se as brancas
jogarem cedo, logo se encontrarão em uma 23.£f3 f5
posição difícil, então sacrificam um peão pela
iniciativa. Por exemplo: 14...Cxg4 15. Aos 23...Rg7 as brancas podem escolher
entre Te1 e Td3, sem mencionar o simples
Dg4+, seguido por Dxb4.
24.£g3+ ¢f8
149
25.£g5 ... peças (...Bb7 e... Cbd7-b6). Deste ponto de

vista, o desenvolvimento da rainha bispo para
e6 parece ilógico. Este bispo irá mais tarde para
g4 e h5, como que para censurar Kotov pela sua
perambulação louca pelo tabuleiro, em vez de
se colocar imediatamente na grande diagonal.
Quanto ao avanço do peão “b” (b5, b4), é

razoável quando o peão preto está em e6 e o
cavalo não tem uma boa casa de acesso. No
presente caso, depois de...b4, o cavalo ocupa
uma excelente casa d5 e as Pretas são forçadas
Aqui as Pretas aceitaram o empate
a trocá-la, alongando assim a diagonal do
oferecido pelas Brancas na hora de jogar 23.Df3.
fianqueto do bispo. Estas são as desvantagens
O possível era 25...Be8 26.Dh6+ Re7 27.Dh4+
f6 28. da rainha bispo em e6.
Dxb4+ Dc5 29.Dxc5+ Txc5 30.Txd8 Rxd8, e
agora Tc1 produziria uma posição curiosa que
cada jogador avaliou como desfavorável para 9,0– ¤bd7
si mesmo, e é difícil dizer quem estava certo. 0 b4
No entanto, Geller considerou essencial jogar 10.a4 ¤xd5
não 25...Be8, mas 25...Bb5, após o qual um
11.¤d5 ¥g4
xeque perpétuo daria lugar a um empate de
12.exd5 13.¥d2 ...
qualquer maneira.
Uma das regras gerais da estratégia do

xadrez estabelece a utilidade de isolar um
°
Jogo n 66 determinado ponto antes de atacá-lo. 13.a5 é
bom aqui, mas Gligoric está relutante em mover
Defesa Siciliana
peões, então só mais tarde ele decidirá jogar a5,
exatamente nove rodadas depois, na partida
S. Gligórico A. Kotov
120, contra Najdorf.
1.e4 c5
2.¤f3 d6
3.d4 cxd4
a5
4.¤xd4 ¤f6
bxc3
5.¤c3 a6
13...14.c3 15.¥xc3 £b6
6.g3 e5
7.¤de2 ¥e6 As brancas têm um peão extra na ala da
8.¥g2 b5 dama, mas estão longe de sonhar com um peão
passado nesse setor. Suas ações na ala de rei
Quando o rei-bispo branco se desenvolve devem ser apropriadas para atacar na ala de rei.
em g2 e um peão preto é colocado em e5 nesta Esse foi o propósito de Bd2, c3 e Bxc3. Em tais
abertura, as pretas jogam...a6 e...b5 não para circunstâncias, as Pretas devem jogar com
atacar a ala da dama ÿnão há nada para atacar extrema circunspecção, o que
láÿ, mas para abrir espaço para dois
150
o que eles fazem adiando o roque até o lance técnica defensiva avançada, é difícil esperar
20, contendo parcialmente a iniciativa do que o partido sozinho, como o cavalo de Átila,
oponente. devaste tudo em seu caminho, para conduzir
seu cavaleiro a um final feliz.
16.h3 ¥h5
Vencer contra um adversário experiente
O desenrolar do jogo levanta uma
que explora todos os recursos defensivos
questão legítima: não era melhor capturar o
obriga você a lutar escolhendo continuamente
cavalo agora?
as melhores jogadas.
Provavelmente não. Depois de 16... Bxe2 17.
Gligoric deverá aproveitar a vantagem
Dxe2 Be7 e as brancas não realizam operações
acumulada para realizar um ataque direto,
na ala de rei, pois já têm a vantagem do par
começando em 18. g4, primeiro, afastando o
de bispos. Esse talvez seja o momento de
infeliz bispo. Depois de 18...Bg6, o lance 19.f4
lembrar o peão em a5 e preparar b4, para criar
seria muito mais forte. A ameaça f5 das
um peão passado.
brancas formaria...f6, que 20.f5 Bf7 21.Cg3
poderia seguir, com a ideia de continuar com
Df3, h4, etc. Uma luta intensa poderia ser a
17.¢h2 ¥e7
consequência, embora não isenta de riscos
para as brancas – seu rei exposto não estaria
muito seguro, mas as principais chances, é
claro, estariam do seu lado. O plano incolor
que as brancas adotam leva o jogo por um
caminho de incerteza.
18.f4 ¥xe2
As brancas alcançaram uma vantagem O bispo finalmente passa das palavras
decisiva, sua configuração está completa e às ações e captura o último cavalo branco.
chegou a hora de decidir uma questão
fundamental: como vencer o jogo?
19.£xe2 ¥f6
20.£c4 ...
Às vezes os chamados movimentos
naturais ou normais são deficientes: ocupar O plano para criar um peão passado na
colunas abertas com as torres, colocá-las na ala da dama perdeu muito de sua força depois
sétima fileira, atacar um peão de trás, criar um de f4, já que a ameaça constante das pretas...
peão passado protegido e conduzi-lo a uma ef4 não permite que as brancas dediquem
dama... Muitos jogos são ganhos por métodos atenção suficiente à ala da dama. Um jogador
tão pouco sofisticados. "O jogo simples e lógico combinativo certamente se inclinaria para a
das brancas leva sua vantagem à vitória. O tacada 20.g4, com as ameaças g5, Dg4 e f5;
ataque das brancas se executa sozinho" - Sim 20...h6; 21.h4 seria então perfeitamente
fórmulas que lemos repetidas vezes. jogável, mais uma vez ameaçando o avanço
do peão "g" e mantendo o rei preto
Mas tendo em conta o consideravelmente

151
No meio. Seria arriscado para as pretas apropriar-se da verificação intermediária...fg3+,

capturarem o peão-h4, em vista de 22.fe5, seguida por...Cxf6.
abrindo o centro. Mesmo o melhor 22...0-0
deixaria as pretas em uma posição difícil. 26.fxe5 ¥xe5
27.£f5 ¦f8
As brancas tentam reforçar a posição 28.£f2 ...
de suas peças antes de colocar
A massa de peões está em movimento, mas A vantagem das brancas tem
Kotov, como sempre, defende-se evaporado precisamente por causa dessas
magnificamente. jogadas de ameaça única.
0– 28... ¦aa8
20...21.£c6 0 ¦fd8 29.£f5 £xa4
Pela segunda vez, as brancas tentam Não é fácil capturar este peão se estiver
uma manobra tática para expandir a atividade em a5.
de seu bispo, limitada pelo peão-d5. Se as
rainhas forem trocadas, não só o bispo, mas
30.¦f4 ...
também o peão adquirem melhores
A posição das pretas é sólida como
perspectivas. uma rocha. Em desespero, as brancas
Naturalmente, Kotov não leva a rainha.
sacrificam a qualidade, na esperança de
que seus oponentes cometam um erro nas
22.¦ae1 ...
complicações que se seguem, que na
Uma armadilha. Se 22...ef4 23.Bxf6 ÿ verdade são muito mais perigosas para as
brancas do que para as pretas.
ignorando a verificação intermediáriaÿ 23...
fg3+ 24.Rh1 gf6 25.Te7, com as ameaças
fortes Txd7 e Tfxf7.
¥xf4
22... £b8 30...31.gxf4 g6
Uma decisão corajosa, baseada em
Recuando para pular melhor... Depois
cálculos precisos.
de alguns movimentos "naturais" de Gligoric,
a iniciativa passa para as Pretas. A estrutura
32.£g5 ¦ae8
de peões das brancas está quebrada e assim
33.¦g1 ¦e2
que as pretas puderem jogar...ef4 e forçar a
troca de bispos de casa preta, todas as
34.¢h1 £c2
fraquezas das brancas serão expostas. 35.£g4 ¤c5
23.¦b1 ¦a7
24.£c4 ¦c8
25.£e4 £b3
O salto! As pretas ameaçam ganhar
um peão, com...Tc4, bem como a captura em
f4 e c 3. E se as brancas enfrentassem f6
depois de...ef4, seria muito
152

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© VAAP 1983, Moscou

© Editorial Ricardo Aguilera 1984

© Editorial Fundamentos 1984

Tradução: ANTÔNIO GUDE

1ª edição maio de 1984

Impresso na Espanha. Impresso na

Design gráfico: Pablo e Cristina

Enquanto trabalhava no meu primeiro livro, tentei de todas as maneiras me

Os livros que têm como tema os torneios de xadrez ("livros de torneios")

Um torneio longo não é uma simples coleção de jogos. Se os participantes

Meu trabalho, durante a elaboração do livro, partiu da premissa de que cada

As partidas de um torneio de grandes mestres aproximam o leitor da esfera

O autor procurou não sobrecarregar o livro com muitas variantes. As variantes

Prólogo da segunda edição russa

No momento em que a segunda edição do livro está sendo finalizada, gostaria

O trabalho submetido ao julgamento do leitor pretendia diferenciar-se

Rejeitei, em primeiro lugar, o papel de compilador de variantes. Também não

A julgar por certas manifestações formais e dados da realidade, o autor, de

Com prazer aceitei a ideia de rever a edição anterior, tendo-me proposto

Para concluir, permitam-me expressar o desejo de que os amantes do xadrez continuem a

Como este livro é fundamentalmente dedicado ao meio-jogo, não é inapropriado começar

Os torneios mais destacados da década de 1920 caracterizaram-se pelo desaparecimento

No torneio de rodada dupla em Bled ÿ1931ÿ, no qual participaram Alekhine, Bogoljubov,

Os soviéticos e outros estavam inseparavelmente associados ao desenvolvimento de novos

As formações iniciais de brancas e pretas podem ser divididas, hoje

Primeiro. Ambos os lados, segundo os princípios clássicos, desenvolvem as peças, procuram

por temas posicionais ou por linhas nítidas de jogo.

A evolução conceitual da teoria da abertura está intimamente ligada ao desenvolvimento do

do xadrez soviético produziu a impressão de que a Escola Soviética de Xadrez era

Quais são, então, as ideias características dos anos cinquenta? Como o

Digno de nota é, antes de mais, o amplo conhecimento que os enxadristas

O conhecimento do jogo posicional progrediu significativamente. Embora

A gama de posições básicas padrão que todo jogador deve conhecer

A nova tendência, pacientemente forjada pelos seus representantes ao longo de vários

Os representantes mais destacados do estilo dinâmico atual são, sem dúvida,

ABORDAGEM A DAVID BRONSTEIN

Por Antonio Gude

1. O homenzinho careca, parecendo um professor Latín, com sentar.

O homenzinho acabou de se sentar.

2. Bronstein acaba de completar sessenta anos, exatamente no dia 19 de fevereiro,e com

Isto completou quase meio século de dedicação constante ao xadrez. E

Mas como joga Bronstein? Que O que o caracteriza é força? "Brons-su

"Durante a minha preparação para o Campeonato Mundial

vitórias ininterruptas. Mas tive a sorte de encontrar algo mais importante: o

El Ml Giorgio Porreca, autor da definição do estilode B., acima registrada, completa

“... Posteriormente, seu jogo adquiriu nuances sofisticadas que formaram um

O estilo do grande enxadrista sempre foi paradoxal. Foi, continua sendo.

É difícil saber a Bronstein,

quão eficaz! É necessário lembrar aqui as inúmeras linhas "ultrapassadas" resgatadas

drecística. Onde Bronstein É “OEle nosdemostra

De acordo com Euwe,

fundamental dentro de um espetáculo e, claro, não como enxadristas que ganharam ou

As outras sugestões de Bronstein não são desprovidasde interesse ou sagacidade. De

A suposta excentricidade da seguinte sugestão pode revelar-se algo muito digno de

As ideias fluem, o A mente

dizer, os quatro jogos exemplo

ZURIQUE 1953 magnífico

Deixe o leitor, mais uma vez, julgar por si mesmo.

3. Há razões bem fundamentadas para acreditar que mortal como nós é um

(Bronstein, 200 JOGOS ABERTOS)

(Bronstein, AVÓS NO PERFIL , de D. Bjelica)