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ESCOLA MUNICIPAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO CURSO TÉCNICO DE INFORMÁTICA

O IMPACTO NA TECNOLOGIA CAUSADO PELA GUERRA DOS NAVEGADORES

KELVIN HENRIQUE LOPES FERREIRA


KIARA MOREIRA DIAS

UBATUBA|SP
2023
RESUMO

Esse artigo busca explorar a infame “Guerra dos Navegadores”, que aconteceu nos anos 90
até os anos 2000, onde duas empresas, sendo uma delas a maior no ramo de tecnologia, que
destruía todos os seus adversários, sendo vista como uma “lenda” no mundo empresarial
tecnológico e a outra empresa, recém criada que se envolveu em uma grande batalha em
busca do melhor navegador. Com diversas controvérsias e reviravoltas, a trajetória completa
dessa guerra entre empresas, que conhecemos hoje como Mozilla e Microsoft é exemplificada
neste artigo, buscando explicar o começo, meio e fim dessa competição que mudou
completamente a visão da internet, mais especificamente navegadores. Além da parte técnica,
é visto também a parte empresarial e a parte fundamental da importância desse
acontecimento, e suas consequências no mundo da tecnologia vistos até a atualidade.
1. INTRODUÇÃO

A Guerra dos Navegadores, que teve seu pico entre a década de 90 e o começo dos anos 2000,
se tratava de uma batalha entre empresas de tecnologia, em busca do navegador vencedor ao
redor do mundo, mas focando mais especificamente em duas empresas, Netscape e Microsoft.

Netscape foi criada em 1994, antes com o nome de Mosaic, que traria pela primeira vez na
história, o primeiro mecanismo de busca a ter uma interface gráfica de usuário(GUI).
Netscape mudou sua estratégia, antes distribuindo cópias gratuitas, agora, em 9 de agosto de
1995, fixou o preço de oferta em US$28 por ação.

Pode se dizer que esse foi o tiro inicial na infâme Guerra dos Navegadores, com a Microsoft
se negando a ser deixada de lado, lançou sua própria versão do navegador, Internet Explorer,
no mesmo ano. E então, a partir desse momento, se começa uma guerra em busca do
“primeiro lugar” entre navegadores.
2. CONFLITOS ENTRE EMPRESAS

Antes da chegada da Netscape, a Microsoft ignorou amplamente a web (e a Internet em geral)


por algum tempo. Bill Gates não reconhecia a importância desta nova rede desde o início.
Então veja, de um lado, temos a Microsoft, uma marca que, segundo a Folha de São Paulo,
em 1993-1994 valia aproximadamente US$ 30 bilhões. Uma grande empresa, que em 1995,
se via ameaçada por Netscape, criada apenas um ano antes, agora com um valor de mercado
de quase 2 milhões de dólares.

Por outro lado, temos a Netscape, uma empresa nova no mercado porém extremamente
ambiciosa, crescendo abundantemente a cada dia. Segundo uma pesquisa feita por MIT
SLOAN MANAGEMENT REVIEW, Netscape estava aumentando imensamente, vendendo
cada ação por US$28,00 na abertura de seu IPO em agosto de 1995, para US$174,00 em
dezembro do mesmo ano.

Igual a Microsoft, que foi criada por Bill Gates e Paul Allen, dois jovens ambiciosos que
devastaram diversas outras empresas com suas ideias e produtos inovadores, Marc
Andreessen e Jim Clark eram exatamente um reflexo disso, dois jovens pioneiros com
produtos(softwares) não-vistos antes. O conflito ocorreu diretamente pela primeira vez em
uma reunião entre a Microsoft e a Netscape, em Junho de 1995, onde Microsoft ofereceu duas
opções a aos integrantes da Netscape;

1. Entrar em um “relacionamento especial” com a microsoft, onde Netscape teria


que aceitar desenvolver apenas softwares não compatíveis com o Windows 95;
ou
2. Fazer da Netscape um concorrente, tratando-os como um.

De acordo com A NEW YORK TIMES, houve um processo do governo que acusava a
Microsoft de tentar persuadir os executivos da Netscape, nessa mesma reunião citada acima.
Acusação essa, apoiada por membros da Netscape presentes no dia.

Mesmo com uma ameaça basicamente “declarada”, Netscape recusou esse “acordo” e não
recuou, mantendo seu pé no chão, mesmo sabendo que uma “guerra” definitivamente se
iniciaria a partir deste momento. Algo que foi confirmado quando, em Dezembro de 1995, o
CEO da Microsoft, Bill Gates, declarou publicamente que a Netscape havia “Acordado um
Gigante”.
3.1 QUAL O MELHOR NAVEGADOR

Com o lançamento do navegador do Netscape, e no mesmo ano, o lançamento do Internet


Explorer(navegador da Microsoft), a guerra entre as duas empresas começou. Com uma
batalha de navegadores iniciada, a busca para ser o melhor era frequente, com diversos
updates(muitas vezes desnecessários, deixando os navegadores mais lentos e com problemas
de compatibilidade). Mas incluiu recursos novos que ficariam presentes até hoje. Netscape
criou e lançou o JavaScript, que deu aos sites capacidades de computação poderosas que
nunca tiveram antes (também criaram a infame tag <blink>). A Microsoft contra-atacou com
o Cascading Style Sheets (CSS), que se tornou padrão de design de páginas web.

De começo, Netscape se mantinha na frente da Microsoft em questão de qualidade de


navegador, porém tudo isso começou a mudar
3.2 FIM DE BATALHA

A guerra de navegadores terminou com a Microsoft “ganhando” a batalha. Mas como?


Com o lançamento do Internet Explorer 3.0, em 1996, a Microsoft começou a incluir o seu
navegador de graça, integrado no Windows 95. Algo que facilitou muito o uso da Internet
Explorer, pois agora seus usuários não precisariam comprar um navegador em uma loja de
eletrônicos, ao invés disso, poderiam aproveitá-lo automaticamente no Windows 95, de graça.
Após isso, a Microsoft continha 75% do mercado em suas mãos. E em 1999, esse número
aumentaria para 99%.
Consequentemente, a Netscape decidiu tornar seu código aberto em 1998 e criou a
organização sem fins lucrativos Mozilla, que criou e lançou o Firefox em 2002.
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, surgiram novos competidores para o Internet
Explorer, como o Opera, Safari, e o popular Google Chrome.
4. CONCLUSÃO

Por mais que essa batalha pode, se vista de maneira superficial, parecer fula e não importante,
a guerra dos navegadores foi muito importante para o desenvolvimento web e software, pois
abriu oportunidades para diversas novas invenções, como JavaScript(Netscape) e o uso do
cascading style sheets(css) usado pela Microsoft.
Também olhando pelo lado administrativo, essa “guerra” permitiu que novos caminhos se
formassem, pois na época que a Netscape, uma empresa pequena recém criada, não se
abaixou para a gigantesca Microsoft, isso criou um exemplo para companhias futuras a
acreditarem em seus projetos, não importando o tamanho do adversário.
E para finalizar, esse conflito, que inspira artigos sobre a parte legal e de negociações
empresariais, nos ensina que sempre devemos ter a mente aberta para novas tecnologias e
experiências. Mesmo se algo parecer estranho de primeira, reflita. Pois foi assim que Bill
Gates, o pai da Microsoft, se sentiu sobre a internet, até ser provado errado.
Referências

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https://www.investopedia.com/ask/answers/09/browser-wars-netscape-internet-explorer.asp

Berghel, H. (1998). Who won the mosaic war? Communications of the ACM, 41(10), 13–16.
https://doi.org/10.1145/286238.286240

Brinkley, J. (1998, outubro 23). Microsoft Disputes Netscape Meeting Account. The New
York times.
https://www.nytimes.com/1998/10/23/business/microsoft-disputes-netscape-meeting-account.
html

Folha de S.Paulo - Microsoft vale US$ 30 bilh�es na Bolsa - 4/1/1995. ([s.d.]). Com.br.
Recuperado 15 de novembro de 2023, de
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/1/04/informatica/12.html

História dos navegadores: lutas épicas por poder que nos trouxeram navegadores modernos.
([s.d.]). Mozilla. Recuperado 15 de novembro de 2023, de
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Hoffmann, J. (1997, outubro 1). The history of the web. The History of the Web.
https://thehistoryoftheweb.com/browser-wars/

Sebenius, J. K. (2002). Negotiating lessons from the browser wars. MIT Sloan Management
Review. https://sloanreview.mit.edu/article/negotiating-lessons-from-the-browser-wars/

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https://ics.uci.edu/~wscacchi/SA/Readings/Microsoft-Netscape-SDLC.pdf

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https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Mcfadden-3/publication/228345775_The_Brows
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_Effects/links/02bfe512594196e83b000000/The-Browser-War-Econometric-Analysis-of-Mar
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