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INSTITUTO DAS POBRES DE JESUS CRISTO

Carta por ocasião do 22º aniversário da Obra.


Estimados membros da Fraternidade.
Vos escrevo a pedido da Ir. Ágape e do fr. Tarcísio.

Tradidi quod et accepi - Dei o que recebi (1Cor 11, 23).

Á medida que envelheço, percebo o quanto vou me tornando sucinto na forma de


pensar e descrever a realidade. Acredito que isso esteja ligado ao fato de que o mundo,
com o passar do tempo, tenha diminuído de tamanho para mim. Parece que não, mas já
fazem três anos que estou vivendo na ‘roça’. Tal fato, somado a idade, contribui para uma
concepção mais simples e descomplicada das coisas. Dito isso, pretendo que essa carta
seja sucinta e simples, mas, sem deixar de ser relevante.
Muitos não estiveram presentes quando a Fraternidade começou e o que sabem
desse início, foi transmitido pelos mais antigos. Alguns desses membros, por graça de
Deus, estão no meio de nós até hoje. Grande foi a confiança que o Senhor depositou neles,
assim como foi grande a esperança que eles depositaram no Senhor.
Como não aproveitar da ocasião, para agradecer pela disposição em meio ao
cansaço, da abnegação em meio às aflições, do arrojo em meio às insuficiências, da firme
decisão em meio às hesitações surgidas ao longo do caminho. Gratidão a todos os
membros da Fraternidade, mas de maneira particular, aos da primeira hora.
Que alegria ver a obra da Graça e da Providência nos acompanhando ao longo
desses 22 anos. A colheita de almas é mais e mais abundante a cada dia, e isto só foi e é
possível por causa daqueles que semearam por primeiro. Estou firmemente convencido de
que chegamos até aqui por causa da generosidade e do sacrifício de muitos de vós. A
Fraternidade é uma resposta e, ao mesmo tempo, uma recompensa pelo sofrimento que
estiveram dispostos a fazerem para se manter fiéis ao seguimento evangélico á Jesus.
A disposição ao sacrifício e a fidelidade em meios às provações de todos os tipos é,
sem dúvida, um exemplo que encoraja a todos aqueles que, no presente e no futuro, se
sentirem chamados ao nosso Carisma.
Alento-vos a continuar transmitindo com fidelidade o Carisma recebido, respeitando
o Espírito Santo de quem o recebestes e respeitando aqueles que o receberão, esperando
encontrar nele um caminho seguro para viver o Evangelho. Sejam imbuídos do mesmo
vigor e do mesmo encargo dos Apóstolos, que receberam de Cristo o mandato de fazer
discípulos entre todas as nações e ensinar-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado
(Mt 28,19-20). Transmitam sempre, sempre e sempre aquilo que um dia vocês mesmos
encontraram. Essa é a garantia de que a essência do Carisma será transmitida na sua
originalidade.
Não vos atribuleis se o número de membros parecer pequeno ou até mesmo
diminuir, a messe sempre será maior que os trabalhadores (cf. Lc 10,2). O importante é não
perder de vista o alvo, Jesus Cristo. Por falar em pequenez, não foi o próprio Jesus quem
comparou o Reino dos Céus a um grão de mostarda? (cf. Mt 13,31).
INSTITUTO DAS POBRES DE JESUS CRISTO

O critério que autentica se um carisma é verdadeiro ou não é a Cruz de Cristo.


Permaneçam aos seus pés. Permaneçam à sua sombra. Levem, o quanto puder, outras
almas para lá.
Por fim, não se esqueçam dos pobres das periferias sociais e existenciais. Rezem
pela paz no mundo. Rezem pela amada Igreja. Rezem pela nossa amada Fraternidade.

Pe. Gilson Sobreiro, pjc

Campo Mourão, 16 de outubro, dia de Santa Edviges da Silésia e de Santa


Margarida Maria Alacoque.

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