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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO MÉTODOS DE PREVENÇÃO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: CORROSÃO
MODIFICAÇÃO DO MODIFICAÇÃO DO MODIFICAÇÃO DO REVESTIMENTOS
PROCESSO MEIO CORROSIVO METAL PROTETORES

Aula 13 Estrutura
Desaeração da
água
Aumento da
pureza
Revestimentos
com produtos de
reação
Proteção Catódica Revestimento
inorgânico
Purificação ou
Condições de Adição de Revestimento
diminuição da
superfície elementos orgânico
umidade
M.Sc. Dayane Silva
Protetores
(PPGEQ - UFPE) temporários
Inibidores de Tratamentos Revestimento
Proteção catódica
Profª: Dra. Eliane Medeiros corrosão térmicos metálico

Proteção catódica PROTEÇÃO CATÓDICA


• Provavelmente o método contra proteção à corrosão mais
importante [14].
• Significa eliminar, por um processo artificial, as áreas
anódicas da superfície do metal a ser protegido em solos e
em meios aquosos
• Pode ser utilizado para eliminar corrosão por:
• Stress (latão, aço, aço inox, magnésio, aluminio)
• Fadiga (maioria dos metais)
• Intergranular (aço inox)
• Dezincificação (latão)
• Sobrepotencial
• desperdício de energia e material
• empolamento de hidrogênio
• delaminação do revestimento Figura 2. Digrama de Pourbaix (E=f(pH) para (a) alumínio e para (b) ferro. Ref. [15]
Mecanismos
• O potencial do metal atinge um valor tal que em todas as áreas só
ocorre processo catódico → polarização catódica
• O eletrólito em contato com a superfície metálica se torna mais
básico, pois o H+ ou OH- se reduz:

2𝐻2 𝑂 + 2𝑒 → 𝐻2 + 2𝑂𝐻 −
1 −
𝐻2 𝑂 + 𝑂2 + 2𝑒 → 2𝑂𝐻 −
2
• Aumento do pH precipita substâncias insolúveis que podem se
depositar na superfície do metal

Figura 2. Sistema de proteção catódica em casco de Figura 3. PCCI sendo instalado em antiga ponte. Ref.: [15]
navio. Ref.: [9]

Princípio Exemplo 1
(a) (b)
Para aço em uma solução ácida,
calcule a (a) densidade de
corrente e potencial de corrosão e
a (b) densidade de corrente
aplicada necessária para que a
taxa de corrosão seja 10-6 A/cm².
Dados:
𝐴
𝑖𝑎0 = 10−6 ; 𝑖0
𝑐𝑚2 𝑐
𝐴
= 10−8 ; 𝑏 = −0,10; 𝑏𝑎
𝑐𝑚2 𝑐
= 0,040
Figura 4. Diagrama de Evans – principio de proteção catódica em (a) meio
Ref.: [2].
aerado e em (b) meio ácido [2].
Proteção catódica
Métodos galvânica
• Para estruturas que precisem
de i<5 A
(a) (b) (c)
• Fluxo de corrente se origina
da diferença de potencial
entre o metal a proteger e o
escolhido como ânodo
(ânodo de sacrifício) -
• Bom rendimento teórico e
prático não deve ser muito
inferior
• Corrente não deve diminuir Figura 7. Série galvânica prática. Ref.: [1]
Figura 6. Métodos de proteção catódica (a) galvânica (b) por corrente impressa e (c) esquema de instalação. Ref.: [2,14] com o tempo

Reações envolvidas Utilização típicas dos ânodos


ligas de alunínio
• Área anódica • É função da característica da estrutura e do eletrólito e magnésio são
mais utilizados
𝑀𝑔 → 𝑀𝑔2+ + 2𝑒
𝐴𝑙 → 𝐴𝑙 3+ + 3𝑒 Se utilizados no solo,
𝑍𝑛 → 𝑍𝑛2+ + 2𝑒 precisam ser envolvidos em
enchimento condutor para
• Área catódica protege-los do desgaste.
70:20:10 gipsita, betonita e
sulfato de sódio
Meio não-aerado 2𝐻2 𝑂 + 2𝑒 → 𝐻2 + 2𝑂𝐻−
1
Meio areado 𝐻2 𝑂 + 𝑂2 + 2𝑒 → 2𝑂𝐻 −
2
Figura 9. Aplicação típica dos ânodos. Ref.: [1]

Figura 8. Ânodo de magnésio. Ref.: [11]


Proteção catódica por Reações envolvidas
corrente impressa
• Área anódica
• O fluxo de corrente é por aplicação
𝐻2 𝑂 → 2𝐻 − + 1ൗ2 𝑂2 + 2𝑒
de corrente elétrica contínua 2𝐶𝑙 − → 𝐶𝑙2 + 2𝑒
• Uso de retificadores para baixar Para ânodos de grafite 𝐶 + 𝑂2 → 𝐶𝑂2
a tensão da C.A.
• Pode ter a potência e a corrente
que necessite ajustada • Área catódica
• Uso de ânodos consumíveis e
inertes, de acordo com a situação Meio não-aerado 2𝐻2 𝑂 + 2𝑒 → 𝐻2 + 2𝑂𝐻−
• Requer manutenção periódica Meio areado
1
𝐻2 𝑂 + 𝑂2 + 2𝑒 → 2𝑂𝐻 −
Figura 10. Aplicação típica dos ânodos inertes.
2
Ref.: [1]

Comparação entre os sistemas Projeto de Proteção Catódica


Proteção galvânica Proteção por Corrente Impressa
• não é necessário fornecimento de • potenciais e correntes podem variar
energia • um único ânodo pode proteger uma grande área
• não é necessário ajustar corrente • adequado para ambientes de alta resistividade
Vantagens • fácil instalação • efetivo para proteção de estruturas sem ou com Estrutura
• sem custo de manutenção revestimento (tempo de Localização galvânica
• distribuição de corrente quase Potencial para
vida, (condições,
uniforme proteção Tipo de PC
dimensões, outras catódica Corrente
• baixo potencial motriz • Sujeito à blindagem metal, estruturas)
• baixa corrente de saída • problemas de fuga de corrente revestimento) impressa
• estruturas sem ou com pouco • sujeito à vandalismo
revestimento precisa de um grande • manutenção requerida
Desvantagens
número de ânodos • necessidade de alimentação de corrente
• não é adequado para ambientes • custo operacional
com alta resistividade • risco de sobreproteção
• risco de falha de cabos e conexões
Ref.: Adaptado de [2]
Fluxograma - sistema galvânico Fluxograma - sistema PCCI

massa total ou Escolha do ânodo verificação do Escolha do ânodo


corrente de resistência de um corrente de tempo de vida útil resistência do Escolha da fonte de
tempo de vida (tipo, tamanho, (tipo, tamanho,
proteção massa) ânodo proteção do ânodo ou massa massa) ânodo potencial*
útil total

aprovação ou Corrente de
aprovação ou avaliação de um
Estimação do
Número de ânodos saída do
Estimação do número de corrente de saída custo*
avaliação de um custo* segundo ânodo
retificador
ânodos de um ânodo
segundo ânodo

Cálculo da corrente elétrica de proteção Medidas da resistividade do solo


Na impossibilidade de medir a corrente elétrica necessária para a proteção
catódica (I), ela deve ser estimada:
• Método das quatro-pontas
uso combinado com
𝐼 = 𝐴. 𝐷𝑐. 𝐹 1 − 𝐸 [𝑒𝑚 𝑚𝐴] revestimento - porosos
𝜌𝑠 = 2π 𝑅 𝑎
onde:
A = área a ser protegida (considerar apenas a parte em contato com eletrólito) [m²]
R é a resistência do solo em Ohms
e a a distância entre os pinos.
Dc = densidade de corrente elétrica [mA/m²]
Dc = 73,73 – 13,35 log ρ
ρ = resistividade elétrica do eletrólito [Ω.cm]
F = fator de correção da velocidade [s/d]
E = eficiência do revestimento [s/d]
Figura 11. Medida da resistividade do solo, pelo método das quatro pontas. Ref.[15]
Resistência dos ânodos ATENÇÃO NAS
UNIDADES!
• Ânodo cilíndrico em posição vertical (Dwight, 1985):
Figura 20. Valores típicos para densidade
de corrente. Ref.: [14]

• Grupo de ânodos na vertical em paralelo (Sunde):

• Um ânodo cilíndrico na horizontal (Dwight, 1985):


Figura 22. Eficiência do revestimento. Ref.: [1]
Figura 21. Fator de correção da
velocidade. Ref.: [1]

Resistência dos ânodos Corrente de saída dos ânodos


• Para ânodos galvânicos

∆𝑉 (𝐸𝑠 − 𝑒𝑒𝑞,𝐴 )
𝐼𝑎 = =
𝑅𝑡 𝑅𝑡
Onde:
I = corrente elétrica de saída do ânodo [A]
ΔV = dpp entre o ânodo e a estrutura metálica a proteger [V]
Rt = Resistência total do circuito de proteção catódica [Ω]
𝑅𝑡 = 𝑅𝑐𝑎𝑏𝑜 + 𝑅𝑐á𝑡𝑜𝑑𝑜/𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ó𝑙𝑖𝑡𝑜 + 𝑅â𝑛𝑜𝑑𝑜/𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ó𝑙𝑖𝑡𝑜
Figura 22.Equações para cálculos da resistência de
ânodos. Ref.: [2] Relações empíricas
Corrente de saída dos ânodos Cálculo da vida útil (V) dos ânodos
𝑀.𝐶.𝐹𝑢
• Para ânodos inertes 𝜑 ∗ pode ser negligenciado se • Galvânicos 𝑉=
∆𝑉 = 𝐼a 𝑅𝑡 + 𝜑 ∗ 8760 .𝐼
os ânodos são de ferros ou 2-
3V para ânodos inertes
Onde:
onde:
I = corrente elétrica de proteção [A] para cada conjunto retificador/leito de anodo a
ser instalado. M = massa total dos ânodos [kg]
C = capacidade de corrente [A.h/kg]
ΔV = tensão de saída do retificador, em CC [V] I = corrente requerida [A]
Rt = Resistência total do circuito de um conjunto retificador/leito de ânodos [Ω], Fu = fator de utilização Figura 23. Capacidade de corrente dos ânodos.
podendo ser calculado da mesma forma como os galvânicos Ref.: [1]
– 0,90 = Cilíndricos e em barra;
– 0,85 = Planos; valores podem
– 0,75 = Braçadeira. variar de acordo
com a referência

Cálculo da vida útil (V) dos ânodos Número de ânodos


𝑀.0,85 • A partir das equações dos slides anteriores, determinamos o valor da massa mínima de
• Inertes 𝑉= ânodos necessária.
𝐷.𝐼
• Para terminar o número de ânodos:
para essa massa líquida do
onde: 𝑀 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎 ânodo, deve ser levado em
𝑛= consideração a corrente de
M = massa total dos ânodos [kg] 𝑀â (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 â𝑛𝑜𝑑𝑜) saída do mesmo
D= desgaste esperado por ano [kg/A.ano] 𝐼
I = corrente injetada no retificador [A] 𝑛=
𝐼𝑎
0,85 = fator de utilização Onde
Figura 24. Desgaste esperado D. I = corrente total de proteção [A]
alguns autores não Ref.: [1]
Ia = corrente de saída por ânodo [A]
consideram o fator
de utilização
Exemplo Referências
Calcular um sistema de proteção catódica para um duto de aço com as seguintes 1.
2.
Gentil, Vicente. Corrosão. Rio de Janeiro: LTC, 1996.
Pedeferri, Pietro. Corrosion Science and Engineering. Springer International Publisin, 2018.
características, e escolha o ânodo de magnésio apropriado para tal sistema: 3. Branko N. Popov. Corrosion Engineering – Principles and Solved Problems. Elsevier, 2015.
4. https://revistaadnormas.com.br/2020/06/02/a-avaliacao-da-protecao-de-superficies-em-aco-contra-a-corrosao
5. https://docplayer.com.br/50046182-Capitulo-1-introducao-a-corrosao-profa-maria-jose-j-s-ponte.html
• Comprimento: 8 km 6. Dong, S., La Plante, E.C., Chen, X. et al. Steel corrosion inhibition by calcium nitrate in halide-enriched completion fluid environments. npj Mater Degrad 2, 32
• Diâmetro externo: 11 cm (2018). https://doi.org/10.1038/s41529-018-0051-4
7. Salama Ibrahim. Corrosion Inhibitors in the Oilfield [Internet]. Version 1. isalama. 2011 May 17. Available from: https://isalama.wordpress.com/article/corrosion-
• Eficiência do revestimento: 95% inhibitors-in-the-oilfield-3uf3kbfllnswt-4/.
8. https://www.cathodicprotection101.com/protecao-catodica.htm
• densidade de corrente requerida: 20 mA/m² 9. https://medium.com/petrobras/vento-%C3%A1gua-e-uma-pitada-de-sal-como-a-qu%C3%ADmica-explica-a-corros%C3%A3o-de-estruturas-met%C3%A1licas-
• Resistividade do solo: 3500 Ω.cm cbf57c52da8c
10. http://portuguese.cathodicprotection-anodes.com/sale-8576627-sacrificial-cathodic-protection-aluminum-anode-galvanic-aluminium-sacrificial-anodes.html
• Vida útil do sistema: 10 anos 11. https://www.nauticexpo.com/pt/fabricante-embarcacao/anodo-sacrificio-magnesio-24237.html
• Resistência duto/solo: 1 Ω 12. McCafferty. Introduction to Corrosion Science. Springer Science & Business Media, 2010.
13. PART-4-59-CORROSION-INHIBITORS-PAG-1089-11053.pdf (uv.mx)
• ddp = 800 mV
14. Corrosion and Corrosion Control. Winston Revie and Hebbert H. Uhling. 4a ed.
15. Handbook of Corrosion Engineering. Pierre R. Roberge. 3ed, Mcgraw Hill, 2019.

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