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Universidade Federal de Faculdade de Engenharia

Uberlândia Mecânica

1.7 – TRATAMENTOS SUPERFICIAIS


1.7.1 - Recobrimentos ou Revestimentos Função:
a) Fundamentos da Eletrodeposição ❑ Aumentar a resistência ao desgaste;
b) Deposição de Cromo Duro ❑ Reduzir/aumentar o atrito;
c) Anodização ❑ Aumentar a resistência à corrosão;
d) Recobrimentos na Ausência de Corrente
❑ Controle da condutividade térmica
e) Revestimentos Duros
e.1) Aspersão Térmica Materiais de deposição:
e.2) Processos c/ Fusão do Substrato
❑ Metais ou ligas metálicas;
1.7.2 - Endurecimentos Superficiais ❑ Cerâmicos (carbonetos, boretos, ..);
Difusivos e Não Difusivos ❑ Polímeros;
a) Cementação ❑ Compósitos
b) Nitretação
c) Carbonitretação Substrato:
d) Têmpera Superficial ❑ Metais, ligas metálicas, cerâmicos,
compósitos, aços carbono, ...
1.7.3 - Exemplos de Falhas envolvendo Revest.
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Muito importante: ligação revestimento/substrato

Zona A – substrato diluído c/ B


Revesti- Zona de
Zona B – revestimento diluído c/ substrato
mento diluição
Zona C – diluição mínima
Revesti-
mento Zona de Substrato
diluição

Substrato Interface revestimento/substrato obtida


com brasagem e deposição por chama

Interface revestimento/substrato obtida


com deposição a arco

Linha de
ligação: sem
fusão

Substrato
Superfície c jateado c
ancoragens
Substrato abrasivo

Interface de substratos aspergidos


termicamente;
A – Aspersão com chama
B – Aspersão HVOF

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a) Fundamentos da Eletrodeposição

Definição - deposição de substâncias em um eletrodo através da passagem de


uma corrente pelo eletrólito

 Substâncias - metais (íons dissolvidos no eletrólito)


 Eletrólitos - soluções aquosas
 Velocidade de deposição = f(k.i)

Onde: k - equivalente eletroquímico (número atômico/valência), e


i - densidade de corrente que passa pela amostra ou peça

 Espessuras comuns dos revestimentos - 25 a 75 m

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Condição p/ boa adesividade - limpeza do substrato

Teste da adesividade - flexão, ensaios de dureza, esclerometria, etc..

Metais de deposição -

Metais mais empregados no combate ao desgaste - Ni, Cr

Aspectos geométricos da eletrodeposição:


* Efeitos de canto - diferentes densidades de corrente;
* Deposição difícil em cavidades - correntes do banho.

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Exemplos de peças eletrodepositadas


Eixo
Finalidade: melhoria da resistência ao
desgaste
Roldana

Cilindro

Faca Fresa

Matriz Punção

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Inconvenientes da deposição eletroquímica:

 Camada não uniforme!

Motivo - diferentes densidades de


corrente na seção da peça

 Deposição difícil em cavidades Evitar Preferido

Motivo – distribuição do campo


elétrico/corrente elétrica

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Representação esquemática
fragilização por hidrogênio

Deposição de Cu a partir de uma solução Tratamentos térmicos posteriores:


sulfato de cobre Aços endurecidos (H > 40 HRC): remoção de
H2 (4h/200 a 300°C, de 1 a 3 h após a
❑ Adesividade da camada depositada eletrodeposição)
❑ Teoria mais aceita - van der Waals
ASTM F1941 recomenda:
❑ Não mandatória a realização de tratamento térmico para aços com H < 39HRC;
❑ 39 – 44HRC: tratar a 190 – 220 °C por no mínimo 14 h, e
❑ H > 44HRC: tratar a 190 – 220 °C por no mínimo 24 h.

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b) Deposição de Cromo Duro ❑ Dureza: 950 a 1050HV


❑ Proteção contra desgaste por
Por que usar cromo duro? ação abrasiva e corrosiva

Areia (SiO2):
Haste de cilindro
hidráulico 800 a 1100HV0,05
KIC < 1,0 MPa.m-1/2

www.marispan.com.br
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Cilindro hidráulico de um freio a tambor em um veículo automotor


Função do cilindro: empurrar as sapatas
contra a parede interna do tambor

Cromo duro em anéis


de motores diesel
sdf

Trincas

Eixo revestido
com Cr duro

sdf

sdf

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c) Anodização
Em que consiste: formação de uma camada de óxido em certos metais,
como por exemplo: Al, Nb, Ta, Ti, W, Zr, via processo eletroquímico

413 ± 23HV0,06
sdf

Al2O3
sdf

106HV5

Polia em “V”, fabricada em liga de


alumínio, anodizada, espessura de Pistão automotivo com
49,1 ± 13,6 μm anodização no topo

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Benefícios da anodização em Al: Al2O3


sdf

❑ Camada de Al2O3: 400-550HV0,05 sdf

❑ Não altera as dimensões da peça (observar  413 ± 23HV0,06


microestrutura ao lado);
❑ Aumento a resistência à abrasão;
❑ Aumento da resistência à corrosão;
❑ Isolação elétrica; 106HV5
❑ Cores.
Processo de anodização:
+ -
Eletrodos: C, Pb, Ni ou
Mecanismo:
SS 2Al + 3H2O → Al2O3 + 3H2

Anodização dura - banho de H2SO4 (cerca de 10 %)


em baixas temperaturas (tipicamente 3 °C).
Eletrólito

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Morfologia:
Superfície: sem alterações, tal como usinada
Camada: formação de nanoporos

Gonzales et al., 1999

Poros
nanométricos

Aspecto da superfície
anodizada com ampliação
original de 1000 X Surface & Coatings Technology 201 (2007) 7310–7317

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Tingimento: impregnação dos nanoporos com pigmentos coloridos

Elementos de fixação, fabricados em liga de alumínio


Fonte: imagens da internet

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Perfis extrudados e anodizados:

www.aluminiocba.com.br
Acessada em 7 de Abril de 2019
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d) Recobrimentos na Ausência de Corrente

Princípio: deposição química (sem corrente)

Deposição mais importante - níquel químico (Ni + P)


calor
Ex.: NiSO4 + NaH2PO2 + H2O → Ni + NaHPO3 + H2SO4

❑ Temperatura de trabalho (NiP) - 90 ± 1 °C

❑ Ligas de NiP mais comuns - 8 a 12%P

❑ Tratamento mais comum - endurecimento por precipitação entre 300 a 400 °C

❑ Dureza - 60HRC

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Diagrama de
equilíbrio Ni-P,
com ligas
endurecíveis por
precipitação

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Microestrutura de camada superenvelhecida de Ni9%P:

sdf

Camada de Ni-9%P → Ni3P

sdf

sdf

Camada interdifundida →

Substrato: ABNT 1015 → sdf

Detalhe da figura à esquerda na


região da camada de Ni9%P

Camada de Ni-9%P, 75 m de espessura, tratada a 650 ºC/10h

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Dutos rígidos usados na exploração de óleo e gás, com peças de


conexão revestidas com níquel químico

Peça nova
(Ni-P químico)

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Revestimento de NiP com particulado, exemplos:


Objetivo: melhoria a resistência ao desgaste
SiC

sdf

Níquel químico + SiC


p

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e) Revestimentos Duros
Espessuras superiores a 0,1 mm

Com Fusão do Substrato Sem Fusão do Substrato

• Arco elétrico com • Aspersão por chama


Processos eletrodo revestido • Aspersão com arco
a arco • Arco com eletrodo elétrico
tubular Aspersão • Aspersão a plasma
• Arco revestido com gás térmica • Processos patenteados
(MIG/MAG) • Detonação D Gun
• Arco submerso • Jet Kote
• Arco a plasma • Gator Gard
• Arco com eletrodo de W

Tochas • Oxigênio + combustível


Sem ligação metalúrgica!!!

Outros • Laser
• Feixe eletrônico
Processos
• Etc.
Quase todos os revestimentos
sobre quase todos os substratos
Forte ligação metalúrgica,
especial/te no caso de formação
de solução sólida!

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e.1) Aspersão Térmica:

a) Não há fusão do substrato (T < 150 ºC) → baixa adesividade do revestimento;


b) Consumível – pós / arames;
c) Partículas aspergidas – fusão parcial ou total;
d) Pós / arames – metálicos, cerâmicos, poliméricos ou compósitos;
e) Aspersão – gases de combustão, gás ou ar comprimido;
f) Aquecimento dos pós:
 combustão - O2 + combustível;
 arco - plasma.

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Produção de pós: Tratamentos posteriores aos pós:


a) Moagem e a) Sinterização;
b) Atomização. b) Aglomeração;
c) Aglomeração e sinterização;
d) Mistura mecânica;
e) Recobertos.

WC/W2C, moído S6-5-3, atomizado com argônio

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Materiais comuns para aspersão térmica:


Metais e Compósitos Carbonetos
• Tungstênio • FeCrAlY, NiCrAlY
• Tântalo • Hf • Carboneto de Tungstênio
• Rênio • Al e ligas • Carboneto de Háfnio
• Molibdênio/Re • Ta-10WS • Carboneto de Cromo
• Tungstênio / Re • Si-SiC • Carboneto de Tântalo
• Titânio • AlFe • Diamante/Carbono amorfo
• Lantânio • Aços-carbono
• Hexa-boreto • Aços inoxidáveis
Polímeros
• Molibdênio • Inconel
• Boro • Nb e ligas • Acrílicos
• Silício • LiSi • Poliamida
• Incoloy • Zn • Nylon
• Níquel • Co e ligas • Flúor-polímeros (FEP, ETFE, PFA)
• NiAl • MMCs • Polietileno
• Cobre • Ligas amorfas • Polietileno de Ultra Alta Densidade
• Tungstênio (Armocor) • PEEK

• Alumina • Nitreto de alumínio


• Mulita • CMCs
• Titânia • Zircônia-AIN
• Alumina-40% Titânia • HfB
Cerâmicas • Nitreto de boro • Zircônia estabilizada com Y
• Sílica • Dissilicato de molibdênio-20-
• HfN 40%SiC
• Alumina-Nitreto de Si • Alumina-50%AIN
• Zircônia

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Colmonoy 6, aspergido termicamente sobre o aço inoxidável 308, após


aspersão térmica; MO, não atacada; espessura média de cerca de 200 mm.
Composição: 3,0%B, 0,5%C, 14,2%Cr, 4,4%Fe, 4,8%Si, restante Ni

Detalhe da interface

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Aspersão por chama:


• Baixo custo

Gás comb.
Ar

Chama

Ar
Gatilho para
fluxo de pó

Redução da porosidade através de


reaquecimento por indução

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Revestimentos anticorrosivos:
TSA (Thermal Spray Aluminium)

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e.2) Processos com Fusão do Substrato:


Espessuras: até 10 mm

• Arco elétrico com


Processos eletrodo revestido
a arco • Arco com eletrodo
tubular
• Arco revestido com gás
(MIG/MAG)
• Arco submerso
• Arco a plasma modelo CAD 3D
• Arco com eletrodo de W

Tochas • Oxigênio + combustível

Outros • Laser
• Feixe eletrônico
Tool joint tipo caixa
Processos
• Etc. (rosca interna), usado na
perfuração de poços de
Forte ligação metalúrgica! petróleo

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Proteção de capas de britadores em FFBAC, indústria mineradora (Au)

Britador de rolos do tipo Sizer S130

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Arco elétrico com eletrodo revestido:


a) Processo simples;
b) Eletrodo – material a ser depositado no revestimento;
c) Processo manual;
d) Equipamento disponível em todas as lojas do setor;
e) Consumíveis vendidos em qualquer quantidade;
f) Baixa taxa de deposição (menos de 2 kg/h); Padrão
para areia
g) Depende da habilidade do soldador.
Porta-
eletrodo

Fonte de Eletrodo
potência revestido

Depósito

Terra

Substrato
Ferro fundido branco de alto cromo,
hipereutético, com adições de Mo e Nb

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Arco com eletrodo de W (TIG)


• Equipamento disponível em todas
lojas do setor;
• Operação em processos automatizados;
• Aplicável a quase todas os revestimentos
metálicos;
• Baixa taxa de deposição (manual)

Arco c/ Proteção Gasosa (MIG/MAG)


• Consumível contínuo;
• Custo moderado;
• Operação manual ou automatizada;
• Altas taxas de deposição

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Eletrodo Tubular
• Pós metálicos podem ser adicionados
no tubo para formação de ligas
• Automatizado ou semiautomatizado;
• Grande profundidade de penetração;
• Muitos revestimentos duros não estão
disponíveis na forma de eletrodo tubular.

Arco Submerso
• Altas taxas de deposição;
• Adição de partículas duras no fluxo;
• Processos automatizados.

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Arco a plasma
a) Plasma – gás ionizado;
b) Temperaturas de até 50.000 ºC;
c) Alta capacidade de penetração;
d) Revestimentos perfeitos;
e) Equipamentos complexos e caros.

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1.7.2 - ENDURECIMENTOS SUPERFICIAIS DIFUSIVOS E NÃO DIFUSIVOS


Processos Difusivos:
Definição – processos baseados na difusão de átomos na estrutura cristalina
Características básicas:
❑ Não há aumento expressivo das dimensões das peças;
❑ Processo baseados nas leis de Fick - função do gradiente de concentração
e da temperatura de trabalho
dn dc Q

= D D = Ae RT
dt dx
Onde:
dc/dx – gradiente de concentração dn/dt – velocidade de difusão
D – coeficiente de difusão T – temperatura absoluta
R – cte. universal dos gases Q – constante (energia de ativação)
A – cte. R – 1.907 kCal/mol.K
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a) Cementação
Aplicação – aços com baixos teores de carbono, com têmpera posterior

Relembrando – endurecimento de metais: solução sólida, encruamento,


precipitação e têmpera e revenimento

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Tipos de cementação:

CH4 + Fe → Fe + C + 2H2

Cementação em caixa
Cementação gasosa

CH4 + Fe → Fe + C + 2 H2

2NaCN → Na2CN2 + C

Sal fundido

Metano

Cementação líquida Cementação a vácuo

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a) b)
Aço cementado no estado, a) ferrítico-perlítico e b) temperado
Fonte: Merkblatt 452 - Einsatzhärten

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A3 centro

Possíveis tratamentos térmicos de Têmpera A1 superfície

têmpera para peças cementadas Cementação


Revenimento

Temperatura 
Têmpera

Revenimento
Cementação

Tempo 
_A3

_A1 Têmpera
Transformação
Revenimento
Cementação

Aço em cementação! Têmpera

Revenimento
Cementação

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b) Nitretação:
Características:
 Difusão de nitrogênio;
 Camadas mais duras;
 Menores temperaturas
de tratamento ( 500 ⁰C);
 Reações mais lentas e

Temperatura
complexas.
Exemplo: aço DIN 34 CrAlS 5, nitretado
 Camanda  Superfície da peça
sdf
branca (nitretos)

sdf

 Zona de sdf

difusão

sdf
% em peso
Teor de N

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NITRETAÇÃO:
✓ Objetivos a) Elevar a dureza superficial;
b) Aumentar a resistência mecânica;
c) Aumentar a resistência à fadiga;
d) Aumentar a resistência à corrosão

✓ Características a) Temperaturas de tratamento (480 – 590 ºC);


b) Pequena distorção e alterações dimensionais;
c) Nenhum tratamento adicional é requerido

✓ Tipos a) Gás;
b) Líquida;
c) Plasma

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Exemplos:

Nitretos epsilon (-Fe2:::3N),


Nitretos gamma linha (´-Fe4N) e ( + ´)
NiP/SiC

Camada branca Nitretação


a plasma

Zona de difusão

AISI H13 (Karamis et al., 2000)

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➢ Nitretação líquida:
✓ Banho de sal no estado fundido (cianetos);
✓ Temperaturas de tratamento: 500 a 560 ºC;
✓ Tempo: 2 horas;
✓ Pressão de trabalho: 1 a 3 atm;
✓ Profundidade de nitretação: 0,75 mm;
✓ Camada branca: 25 µm.
➢ Nitretação a plasma:
✓ Baixas pressões de nitrogênio: 0,01 Pa;
✓ Diferença de potencial entre cátodo e ânodo: 500 - 1000 V;
✓ Ionização: íons positivos de nitrogênio;
✓ Peças: cátodo;
✓ Câmara: ânodo;
✓ Temperaturas: 340 - 565 ºC;
✓ Melhor controle do processo;
✓ Obtenção de uma camada branca uniforme e fortemente aderida;
✓ Sem poluição;
✓ Remoção de contaminantes durante o processo.
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1 – Câmara de vácuo
2 – Bomba de vácuo
3 – Válvula de controle de gás
4 – Fonte de potência do plasma
5 – Aquecimento
6 – Unidade de resfriamento
7 – Peças a serem nitretadas
8 – Controladores de vazão
9 – Controle de pressão

Nitretação a plasma

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Forno de nitretação Peças em processo de


a plasma nitretação a plasma

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C
O
N
Íon
 

N

N2 Elétrons

Parede do forno; + + + + + + +
Fe N
Peça; - - - - - - - - -


FeN
Adsorção
FeN
N N


Fe2N
N N
 Nitretos 
Fe3N
N N

Fe4N Nitretos ’
N N

Fe Fe

Mecanismos da nitretação a plasma


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Peças nitretadas a plasma, usando nitretos ’

Ferramenta para forjamento


Aço: X38CrNoMo 5 1 Moldes para fundição
Prof.: > 0,2 mm de alumínio
Aço: X38CrNoMo 5 1
Prof.: > 0,2 mm

Engrenagens
Aço: 14CrMoV 6 9
Prof.: > 0,5 mm
Fusos de extrusoras de plástico
Aço: 31CrMoV 9
Prof.: > 0,5 mm

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c) Têmpera Superficial

Endurecimento – realizado há séculos


Processos – chama e indução

Indução – mais eficiente e sofisticado

Têmpera por chama

Água de Deslocamento
resfriamento
Chama

Região endurecida

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Combustível – acetileno
Temperatura da chama – 3 300 ºC

Isotermas

Perfis de temperatura desenvolvidos


na têmpera por chama

Têmpera por chama em


peças cilíndricas

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Exemplos de peças temperadas por chama:

HRC
❑ Características dos materiais temperados
- aços-C com pelo menos 0,35 %C!
❑ Têmpera convencional - pelo menos 0,6 Teor de carbono, % em peso
%C Durezas finais após têmpera
superficial de aços-C

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Têmpera por indução Corrente


induzida
Princípio – trabalhos de Faraday

Bobina

Fonte de tensão AC
Fluxo
magnético

Corrente
Filme mostrando têmpera
superficial por indução
Parâmetros importantes no processo: d  r / f
 corrente da bobina;
 frequência; d - prof. de têmpera;
 indutância da bobina; r - resistividade do material a ser temperado;
distância entre a bobina e a peça  - permeabilidade magnética;
F - frequência do indutor

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Efeito da frequência na profundidade de têmpera


mm
Frequência, kHz

Mils, milésimos de polegada

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Formatos de bobinas de indução:

Bobinas

Peças

Superfície externa Superfície externa Superfície plana


cilíndrica retangular Superfície interna
cilíndrica

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Imagem da internet, DANA

Perfil de dureza em tulipa de junta


homocinética, Miranda (2011)

Imagem da internet
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Exemplos de peças da indústria automobilística, temperadas superficialmente


Fonte: Merkblatt 452 - Einsatzhärten

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1.7.3 - Exemplos de Falhas envolvendo


Revestimentos

Cilindro hidráulico
de dupla ação, 70 tf. Camisa c/ riscos longitudinais

Causa da falha: desgaste natural


Ações de reparo necessárias:
Camisa: recuperar, brunir e usinar
Haste: recuperar e cromar. Haste c/ riscos longitudinais
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Conectores de dutos flexíveis revestidos com níquel químico

Conector

Conector

Pontos com corrosão


devido ao rompimento
da camada de níquel
Duto flexível

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